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DIREITO ADMINISTRATIVO
Petição Inicial: Mandado de Segurança
Sumário
Nilton Coutinho
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Nilton Coutinho
Obs.: No caso do mandado de segurança coletivo, este deve ser impetrado em defesa dos
interesses de seus membros ou associados. Trata-se, portanto, de ação que Visa pro-
teger interesses coletivos ou individuais Homogêneos.
Passemos a eles:
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Aquele que não precisa ser apurado, em virtude de estar perfeitamente determinado, podendo ser
exercido imediatamente, por ser incontestável e por não estar sujeito a quaisquer controvérsias.
Para protegê-lo, é cabível mandado de segurança.
direito líquido e certo é o que se apresenta manifesto na sua existência, delimitado na sua exten-
são e apto a ser exercido no momento da impetração. Por outras palavras, o direito invocado, para
ser amparável por mandado de segurança, há de vir expresso em norma legal e trazer em si todos
os requisitos e condições de sua aplicação ao impetrante: se sua existência for duvidosa, se sua
extensão ainda não estiver delimitada, se seu exercício depender de situações e fatos ainda indeter-
minados, não rende ensejo à segurança.
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Legislação:
LEI n. 12.016, DE 7 DE AGOSTO DE 2009
Disciplina o mandado de segurança
individual e coletivo e dá outras
providências.
O tema foi regulamentado por meio da Lei n. 12.016/2009.
Segundo estabelece a referida lei, conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito
líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com
abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-la
por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que exerça.
Pessoas Equiparadas:
Equiparam-se às autoridades, para os efeitos desta lei, os representantes ou órgãos de
partidos políticos e os administradores de entidades autárquicas, bem como os dirigentes de
pessoas jurídicas ou as pessoas naturais no exercício de atribuições do poder público, somen-
te no que disser respeito a essas atribuições.
Situações de impossibilidade de impetração de mandado de segurança:
Art. 1º […]
§ 2º Não cabe mandado de segurança contra os atos de gestão comercial praticados pelos
administradores de empresas públicas, de sociedade de economia mista e de concessionárias
de serviço público.
Art. 5º Não se concederá mandado de segurança quando se tratar:
I – de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente
de caução;
II – de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo;
III – de decisão judicial transitada em julgado.
Legitimidade Ativa:
Pessoa lesada. Contudo, quando o direito ameaçado ou violado couber a várias pessoas,
qualquer delas poderá requerer o mandado de segurança. Art. 1º, § 3º.
Competência:
Dependerá da pessoa jurídica que pratica o ato impugnado.
Segundo estabelece o art. 2º Considerar-se-á federal a autoridade coatora se as conse-
quências de ordem patrimonial do ato contra o qual se requer o mandado houverem de ser
suportadas pela União ou entidade por ela controlada.
Nessas hipóteses o mandado de segurança será julgado perante a justiça FEDERAL.
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Sentença
Art. 14. Da sentença, denegando ou concedendo o mandado, cabe apelação.
§ 1º Concedida a segurança, a sentença estará sujeita obrigatoriamente ao duplo grau de
jurisdição.
§ 2º Estende-se à autoridade coatora o direito de recorrer.
Execução Provisória da Sentença
Art. 14. […]
§ 3º A sentença que conceder o mandado de segurança pode ser executada provisoria-
mente, salvo nos casos em que for vedada a concessão da medida liminar.
§ 4º O pagamento de vencimentos e vantagens pecuniárias assegurados em sentença
concessiva de mandado de segurança a servidor público da administração direta ou autárqui-
ca federal, estadual e municipal somente será efetuado relativamente às prestações que se
vencerem a contar da data do ajuizamento da inicial.
Suspensão da Execução Liminar pelo Tribunal
Art. 15. Quando, a requerimento de pessoa jurídica de direito público interessada ou do
Ministério Público e para evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públi-
cas, o presidente do tribunal ao qual couber o conhecimento do respectivo recurso suspender,
em decisão fundamentada, a execução da liminar e da sentença, dessa decisão caberá agravo,
sem efeito suspensivo, no prazo de 5 (cinco) dias, que será levado a julgamento na sessão
seguinte à sua interposição.
§ 1º Indeferido o pedido de suspensão ou provido o agravo a que se refere o caput deste
artigo, caberá novo pedido de suspensão ao presidente do tribunal competente para conhecer
de eventual recurso especial ou extraordinário.
§ 2º É cabível também o pedido de suspensão a que se refere o § 1º deste artigo, quando ne-
gado provimento a agravo de instrumento interposto contra a liminar a que se refere este artigo.
§ 3º A interposição de agravo de instrumento contra liminar concedida nas ações movidas
contra o poder público e seus agentes não prejudica nem condiciona o julgamento do pedido
de suspensão a que se refere este artigo.
§ 4º O presidente do tribunal poderá conferir ao pedido efeito suspensivo liminar se consta-
tar, em juízo prévio, a plausibilidade do direito invocado e a urgência na concessão da medida.
§ 5º As liminares cujo objeto seja idêntico poderão ser suspensas em uma única decisão,
podendo o presidente do tribunal estender os efeitos da suspensão a liminares supervenien-
tes, mediante simples aditamento do pedido original.
Mandado de Segurança de Competência de Tribunais
Art. 16. Nos casos de competência originária dos tribunais, caberá ao relator a instrução do
processo, sendo assegurada a defesa oral na sessão do julgamento do mérito ou do pedido liminar.
Parágrafo único. Da decisão do relator que conceder ou denegar a medida liminar caberá
agravo ao órgão competente do tribunal que integre.
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Art. 17. Nas decisões proferidas em mandado de segurança e nos respectivos recursos,
quando não publicado, no prazo de 30 (trinta) dias, contado da data do julgamento, o acórdão
será substituído pelas respectivas notas taquigráficas, independentemente de revisão.
Recursos nos Tribunais Superiores, em Sede de Mandado de Segurança
Art. 18. Das decisões em mandado de segurança proferidas em única instância pelos tri-
bunais cabe recurso especial e extraordinário, nos casos legalmente previstos, e recurso ordi-
nário, quando a ordem for denegada.
Art. 19. A sentença ou o acórdão que denegar mandado de segurança, sem decidir o mé-
rito, não impedirá que o requerente, por ação própria, pleiteie os seus direitos e os respectivos
efeitos patrimoniais.
Mandado de Segurança Coletivo
Art. 21. O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido político com repre-
sentação no Congresso Nacional, na defesa de seus interesses legítimos relativos a seus integran-
tes ou à finalidade partidária, ou por organização sindical, entidade de classe ou associação legal-
mente constituída e em funcionamento há, pelo menos, 1 (um) ano, em defesa de direitos líquidos
e certos da totalidade, ou de parte, dos seus membros ou associados, na forma dos seus estatutos
e desde que pertinentes às suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial.
Parágrafo único. Os direitos protegidos pelo mandado de segurança coletivo podem ser:
I – coletivos, assim entendidos, para efeito desta lei, os transindividuais, de natureza indivi-
sível, de que seja titular grupo ou categoria de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrá-
ria por uma relação jurídica básica;
II – individuais homogêneos, assim entendidos, para efeito desta lei, os decorrentes de
origem comum e da atividade ou situação específica da totalidade ou de parte dos associados
ou membros do impetrante.
Art. 22. No mandado de segurança coletivo, a sentença fará coisa julgada limitadamente
aos membros do grupo ou categoria substituídos pelo impetrante.
§ 1º O mandado de segurança coletivo não induz litispendência para as ações individuais,
mas os efeitos da coisa julgada não beneficiarão o impetrante a título individual se não reque-
rer a desistência de seu mandado de segurança no prazo de 30 (trinta) dias a contar da ciência
comprovada da impetração da segurança coletiva.
§ 2º No mandado de segurança coletivo, a liminar só poderá ser concedida após a audiên-
cia do representante judicial da pessoa jurídica de direito público, que deverá se pronunciar no
prazo de 72 (setenta e duas) horas.
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XXVII – Mateus, nascido no México, veio morar no Brasil juntamente com seus pais, tam-
bém nascidos no México. Aos dezoito anos, foi aprovado no vestibular e matriculou-se no curso
de engenharia civil. Faltando um semestre para concluir a faculdade, decidiu inscrever-se em
um concurso público promovido por determinada Universidade Federal brasileira, que segue a
forma de autarquia federal, para provimento do cargo efetivo de professor. Um mês depois da
colação de grau, foi publicado o resultado do certame: Mateus tinha sido o primeiro colocado.
Mateus soube que seria nomeado em novembro de 2018, previsão essa que se confirmou.
Como já tinha uma viagem marcada para o México, outorgou procuração específica para seu
pai, Roberto, para que este assinasse o termo de posse. No último dia previsto para a posse,
Roberto comparece à repartição pública.
Ocorre que, orientado pela assessoria jurídica, o Reitor não permitiu a posse de Mateus, sob
a justificativa de não ser possível a investidura de estrangeiro em cargo público. A autoridade
também salientou que outros dois fatos impediriam a posse: a impossibilidade de o provimento
ocorrer por meio de procuração e o não cumprimento, por parte de Mateus, de um dos requisitos
do cargo (diploma de nível superior em engenharia) na data da inscrição no concurso público.
Ciente disso, Mateus, que não se naturalizara brasileiro, interrompe sua viagem e retorna
imediatamente ao Brasil. Quinze dias depois da negativa de posse pelo Reitor, Mateus contrata
você, como advogado(a), para adotar as providências cabíveis perante o Poder Judiciário. Há
certa urgência na obtenção do provimento jurisdicional, ante o receio de que, com o agrava-
mento da crise, não haja dotação orçamentária para a nomeação futura. Considere que todas
as provas necessárias já estão pré-constituídas e não é necessário dilação probatória.
Considerando essas informações, redija a peça cabível que traga o procedimento mais
célere para a defesa dos interesses de Mateus. A ação deve ser proposta imediatamente. Ex-
plicite as teses favoráveis ao seu cliente. (Valor: 5,00)
Obs.: A peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para
dar respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não
confere pontuação.
Gabarito Comentado
• O que aconteceu?
• Qual a peça?
• Quem figurará no polo ativo?
• Quem figurará no polo passivo?
• Para quem encaminharei o pedido?
• O que vou pedir?
• Quais os fundamentos deste pedido?
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Exame FGV/OAB V
Peça Profissional
A empresa Aquatrans é concessionária de transporte público aquaviário no Estado X há
sete anos e foi surpreendida com a edição do Decreto n. 1.234, da Chefia do Poder Executivo
Estadual, que, na qualidade de Poder Concedente, declarou a caducidade da concessão e fixou
o prazo de trinta dias para assumir o serviço, ocupando as instalações e os bens reversíveis.
A concessionária, inconformada com a medida, especialmente porque jamais fora cien-
tificada de qualquer inadequação na prestação do serviço, procura-o, na qualidade de advo-
gado(a), e o contrata para ajuizar a medida judicial pertinente para discutir a juridicidade do
decreto, bem como para assegurar à concessionária o direito de continuar prestando o serviço
até que, se for o caso, a extinção do contrato se opere de maneira regular.
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Elabore a peça processual adequada, levando em consideração que a matéria não deman-
da qualquer dilação probatória e que se deve optar pela medida judicial cujo rito, em tese, seja
o mais célere.
• O que aconteceu?
• QUAL É A PEÇA?
• Quem figurará no polo ativo?
• Quem figurará no polo passivo?
• Para quem encaminharei o pedido?
• O que vou pedir?
• Quais os fundamentos deste pedido?
Qual é a peça?
Mandado de segurança
Fundamento: art. 5º, LXIX e LXX e Lei n. 12.016/2009
Art. 5º […]
LXIX – conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não am-
parado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso
de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do
Poder Público;
Endereçamento da petição inicial:
Ao Tribunal de Justiça do Estado X
Aquatrans… (qualificação), por seu advogado (instrumento de mandato acostado), vem,
tempestivamente, impetrar MANDADO DE SEGURANÇA com pedido de LIMINAR, com funda-
mento no art. 5º, LXIX, da Constituição da República e art. 1º da Lei n. 12.016/2009, contra ato
do… pessoa jurídica de direito público, inscrita no CNPJ sob o n.…, endereço eletrônico…, pelos
motivos de fato e de Direito a seguir expostos.
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Momento Teoria
Capítulo X
DA EXTINÇÃO DA CONCESSÃO
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Fundamentação Jurídica:
Conceito de caducidade e existência de uma série de requisitos prévios à opção pela cadu-
cidade que, absolutamente, não foram observados no caso proposto.
Fundamento: art. 38, §§ 2º e 3ª, da Lei n. 8.987/1995
PEDIDOS
Por todo o exposto, requer a Vossa Excelência:
• a procedência do pedido e concessão da segurança (…)
− notificação da autoridade coatora (Art. 7º, I, da Lei n. 12.016/2009), para que, no prazo
legal, preste suas informações.
• Que seja dada ciência ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica de direito
público a que se vincula aquela autora, nos termos do art. 12, da Lei n. 12.016/2009,
requer seja ouvido o representante do Ministério Público.
• concessão da liminar (pleitear, liminarmente, provimento jurisdicional que determine ao
impetrado que se abstenha de tomar qualquer medida para assumir o serviço com base
no ato impugnado). Termos em que, pede deferimento.
Local e data.
Advogado…
Observações Finais
Juízo competente para julgamento do mandado de segurança
Competência do STF. hipóteses:
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição,
cabendo-lhe:
I – processar e julgar, originariamente, o mandado de segurança e o habeas data contra atos
do Presidente da República, das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribu-
nal de Contas da União, do Procurador-Geral da República e do próprio Supremo Tribunal Federal
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Nilton Coutinho
Doutor em Direito Político e Econômico. Procurador do Estado de São Paulo. Aprovado em diversos
concursos públicos: Correios, Unesp, Ministério Público, Procuradoria do Estado de São Paulo. Autor de
diversos livros jurídicos.
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