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0 International
Denis Mello e Ana Recalde
Todos os direitos desta edição reservados aos autores

Publisher: Artur Vecchi


Editor: Ana Recalde e Denis Mello
Projeto gráfico e diagramação: Carol Schavarosk
Ilustração de capa: Denis Mello
Ilustrações internas: Denis Mello
Ilustrações da galeria: Ilustrações da galeria: Alex Rodrigues, Camilo Solano, Cristina Eiko,
Eduardo Damasceno, Danilo Beyruth, Luciano Salles, Fabio Cobiaco, Luís Felipe Garrocho,
Marcelo Costa, Marilia Bruno, Mario Cau, Pacha Urbano, Vitor Cafaggi, Walter Pax.
Revisão: Audaci Junior

Dados Internacionais de catalogação na Publicação (CIP)


(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

R 294

Recalde, Ana
Beladona / Ana Recalde; desenhos de Denis Mello. – Porto Alegre : Avec, 2014.

Texto em quadrinhos
ISBN 978-85-67901-20-6

1. Histórias em quadrinhos I. Título II. Mello, Denis

CDD 741.5

Índice para catálogo sistemático:

Ficha catalográfica elaborada por Ana Lucia Merege - 467/CRB7

1ª edição, 2014
Impresso no Brasil/ Printed in Brazil

AVEC Editora
Caixa Postal 7501
CEP 90430-970 – Porto Alegre – RS
contato@aveceditora.com.br
www.aveceditora.com.br
Twitter: @avec_editora
ÍNDICE
Prefácio: Julio Shumamoto 007

Introdução: Ana Recalde 008

Introdução: Denis Mello 009

Capítulo 1: Meus 7 Anos 013

Capítulo 2: A Loira 043

Capítulo 3: O Movimento da Rainha 057

Capítulo 4: O Pior Pesadelo 113

Capítulo 5: Maioridade 127

Entrevista 167

Extras 171

Galeria 182

Agradecimentos 197
PREFÁCIO

Não posso falar de BELADONA sem entregar um pouquinho do ouro, só um pou-


quinho.

Nas páginas iniciais, uma menina assustada encontra-se perdida numa estranha e
decadente estação ferroviária, sem ter noção alguma de como foi acabar ali. Presen-
cia cena estarrecedora de recém nascido sendo jogado diante de um trem em movi-
mento. Logo estará rodeada de bebês mutilados e rastejantes: dezenas, centenas de
horripilantes walking dead babies! Confesso que não consegui dissociar essa imagem
dos recentes noticiários sobre crimes da hedionda máfia de aborteiros. Vejo-me
diante de uma HQ de terror irrespirável de fazer arrepiar os pelos daqueles mais
indiferentes. Culpa da talentosa roteirista Ana Recalde e do expressivo desenhista
Denis Mello.

A narradora não se refugiou no conforto de uma simples fórmula binária. Soube


borrar os limites entre pesadelo e vigília de sua atormentada personagem de nome
Samantha. Recorrendo a metáfora, vi-me arrastado juntamente com a pequena
heroína, não para um tobogã, mas para dentro de um carrinho trepidante e des-
governado de montanha-russa, em jornada para a sulfurosa entranha do inferno.

Porém, nem tudo é macabro nesse mundo sombrio. Também há breves momentos
de lirismo, sedução e sexo, graças a aparição de um pequeno príncipe loiro de olhos
de turquesa, dotado de poder para reverter a vulnerabilidade da Sammy. Por essa
quebrada, magistral, a nossa roteirista merece a pontuação dez-plus!

Já Denis, por seu trabalho gráfico, dispensa discurso longo. Artista que domina com
maestria o traço denso e vigoroso, ele faz lembrar-me algo de graffiti. Seus dese-
nhos atraem o olhar com força de magneto. É genial quando desloca a frágil Sammy
para dentro das sombrias páginas sem nenhum requadro, recurso que exacerba
ainda mais a sensação onírica de interminável desamparo e terror.

ANA RECALDE e DENIS MELLO – anotem: são grandes nomes dos quadrinhos da
atualidade!

Julio Shimamoto
Introdução

Esse é um dos textos mais difíceis que já escrevi. Não por ser longo ou mesmo particularmente
desafiador, mas pela complexidade do que estou sentindo.

Agora mesmo estamos correndo para terminar de diagramar o álbum. Denis virando a noite
para terminar todos os detalhes e uma sensação de urgência. Acho que mistura todos os dias
que deixamos de fazer alguma coisa com a família ou os amigos para escrever ou desenhar,
para a nossa paixão. E foi assim por três anos. Desde o final de 2011 que eu e o Denis nos de-
bruçamos e dedicamos nessas páginas que vocês têm em mãos. Não tem como não ver como
um filho, no caso, uma “filha”.

E quantas pessoas temos que agradecer por isso?!

Aos apoiadores que nos ajudaram com certeza, mas como chegamos até aqui?

Olho para trás e penso em agradecer ao Cadu Simões por ter feito o convite de participar do
Petisco. Mas entrar no Petisco com o Denis foi apenas uma parte, pois já nos conhecíamos.

Então esse caminho deve ter começado quando nos conhecemos na Semana de Quadrinhos
da UFRJ, ou antes, como o Denis mesmo disse que já tinha me visto (mas eu não lembro). As pes-
soas que organizaram aquele encontro são importantes para que a Beladona seja como ela é.

Mas se eu não tivesse me apaixonado por escrever quadrinhos e saído lá do Mato Grosso do
Sul pra tentar coisas diferentes no Rio de Janeiro, ou a paixão do Denis pelo Homem-Aranha
e a busca do seu próprio traço, nada disso aqui seria possível.

Temos que olhar e agradecer aos nossos familiares e amigos que nos aguentaram e não nos
deixaram pra trás depois de tanto falarmos que não dava pra sair por causa do trabalho.
Mesmo assim, eles nunca nos deixaram na mão.

Essas páginas percorreram um longo caminho pra chegar aí, com você.

E que páginas! Temos um orgulho tremendo da nossa “filha”.

Agora é contigo. Pode ir e ler! Estamos ansiosos (onde quer que isso seja nesse momento)
para que você se divirta, chore, xingue, ria (quem sabe?!) com a Samantha.

Aproveite com todo o coração, pois nós aqui também fizemos esse livro assim.

Ana Recalde
Introdução

Olho hoje com muito orgulho e emoção para Beladona. Tenho certeza de que eu e a Ana
fizemos um grande trabalho aqui e voltaremos a trabalhar juntos, porque, apesar de toda a
loucura do processo compartilhado, de depender de outra pessoa (coisa que eu sempre evi-
tei), eu tenho certeza que posso confiar no que virá da cabeça dela. E a cada roteiro de um
novo capítulo enviado, eu ficava aliviado demais porque pensava antes “caramba, e se eu não
gostar do que ela escrever, como vou desenhar algo que não vai me agrada durante meses?”.

Quando lia as páginas, era como sair de um afogamento e ter fôlego renovado para encarar a
prancheta.

Quando topei o convite dela, minha intenção era me aprimorar, adquirir constância de tra-
balho, me tornar um artista mais completo do que era para quando chegássemos ao fim
eu pudesse então trabalhar numa nova obra realmente legal, usando tudo de novo que eu
houvesse adquirido no processo. Minha surpresa foi quando reli no site do Petisco os capítulos
1 e 2 (1 e 3 aqui no livro) e fiquei impressionado em olhar Beladona fora do olho do furacão e
perceber que já estava fazendo esse trabalho “maior”. Ter certeza de quão legal era a história
foi o que me deu energia para encarar a campanha de financiamento coletivo. A certeza de
que merecia ir além do digital, de que merecia ser lido e ocupar sua estante.

Para esse livro chegar na sua mão, percorremos um grande caminho e ralamos muito.

Mas tudo com muito amor.

Espero sinceramente que você também ame!

Denis Mello
AGRADECIMENTOS

Eu preciso agradecer à minha família e, principalmente, ao meu filho Daniel. São eles
que me aguentam e me dão suporte para continuar a escrever. Na pior das hipóte-
ses são minha fonte inesgotável de inspiração. Minha mãe e meu pai, obrigada.

Ana

Dedicado a Eniete, minha mãe, por toda a sua paciência comigo durante esses anos
e por acreditar nos meus sonhos, batalhar junto comigo para que eles se tornassem
realidade e por ser meu norte moral, sem o qual eu nada seria.

A Ney, meu pai, que pilotou essa prancheta antes de mim, me ensinou tanto sobre
tantas coisas e com quem ainda aprendo sempre sobre traço, vida e além. Quem
sabe depois alguém a herde de mim e a magia continue?

À minha irmã Natasha, a todos os familiares que me apoiam e aos meus amigos que
me dão suporte e tornam a vivencia nesse mundo muito mais agradável, deixando
os dias mais leves e divertidos!

Agradeço à Ana, por compartilhar suas ideias comigo, posso dizer que foi uma honra.
E um agradecimento especial a todos que apoiaram o financiamento do projeto e
ao Catarse em si por possibilitarem que esse livro existisse exatamente do jeito que
queríamos!

Denis

E temos ainda que agradecer juntos a 3 amigos que colaboraram na produção desse
livro acrescentando amor e profissionalismo. Audaci, Carol e Pacha, sem vocês o livro
com certeza não seria o mesmo!
MEUS SETE ANOS - 1
A LOIRA - 2
O MOVIMENTO DA RAINHA - 3
O pior pesadelo - 4
Maioridade - 5
ENTREVISTA
Por Carlos Patati

1- Cara Ana, de onde você tira essas ideias escabrosas (estou re-
petindo pergunta ouvida por mim muitas vezes, na qualidade de
roteirista de quadrinhos do gênero)? Sério: por que é preciso con-
tar histórias apavorantes? Começo com essa pergunta por conta
do extraordinário rendimento que o Denis conseguiu tirar do bem
imaginado roteiro!

Nossa, que pergunta! Se já começa assim, o que esperar daqui pra frente?
(risos) Bom, eu tenho medo. Acho que esse é o segredo de pensar nessas
coisas. Uma das personagens que eu mais tenho medo é da Sadako, pro-
tagonista do filme japonês “O Chamado”. Tinha um espelho redondo na
minha casa (que eu tenho até hoje), e à noite eu não passava per to dele
de jeito nenhum. Uma vez me perguntaram isso mesmo, dos pesadelos,
e fico pensando que em algum momento eu já os tive todos.

Não sei se por gostar de ler e sempre me envolver com aquilo que es-
tou lendo, o contato com a ficção me leva a ficar sempre suscetível aos
mundos imaginários que percorremos. Eu me permito sentir aquilo que as
personagens da minha atenção transmitem. Eu sinto o que eles sentem. E
aprendo coisas assim e experimento momentos inigualáveis assim.

Para responder por que é preciso o terror, temos que perguntar por que
existe qualquer história. São com elas que aprendemos e experimenta-
mos coisas. As histórias que nos contam são o primeiro contato com um
mundo vir tual de aprendizado, e por isso mesmo são armas poderosas.
O terror faz par te do ser humano, instinto básico de sobrevivência, ver
que conseguimos passar isso, através da leitura, apenas é simplesmente
fantástico.

2- História de terror tem que ter um monstro? Pra você, em vista


da HQ que fiz, qual é a criatura que assusta mais? Será que existe
uma? É preciso sonhar?

Não acredito que o terror esteja no monstro, mas na antecipação do pe-


rigo. Ali onde reside o coração saltar à boca, onde reside a dor de cabeça
pulsando e a respiração ofegante. O segredo do terror está em ir até o
lugar na nossa cabeça onde temos a vontade de lutar ou fugir. Para isso
não é preciso o monstro.

A criatura que mais me assusta seria uma intangível, uma que não po-
deria lutar contra. Por isso eu criei os pesadelos. Eles estão dentro de
nós em um lugar que não podemos tocar e por isso também criei a Sam,
alguém que realmente pode contra eles.

É preciso sonhar sempre. Através do sonho aprendemos sobre nós mes-


mos e processamos o mundo em volta. Só de a gente conseguir projetar
uma progressão de tempo e pensar além de apenas no agora, nos faz
humanos, é nossa consciência falando. Sonhar nos faz humanos.
3 - No nosso país, há uma tradição de quadrinhos de terror, bastante popular em seu tempo.
Em editoras como a Continental, Outubro, Taika, durante os anos 1950 e 60. Mais tarde a
Vecchi e a Grafipar, durante os 1970 e 80, desenhistas como Jayme Cortez, Nico Rosso, Julio
Shimamoto, Flavio Colin, Lyrio Aragão, Giorgio Scudellari, dentre outros, viveram de assustar
as pessoas, com ajuda de gente de texto da categoria de RF Lucchetti, Helena Fonseca e Ge-
deone Malagola! Você tinha ideia disso quando começaram o seu trabalho?

Sim! Eu li muito sobre o trabalho desse pessoal, mas infelizmente li pouco do que eles imprimiram. Quan-
do eu e o Denis estávamos pensando sobre quem chamar para escrever um prefácio desse livro, eu
sugeri o Shima. Vim conhecer um ex-roteirista aqui no Rio que trabalhou com ele, o Gadelha, que nos
colocou em contato.

A verdade é que quem veio antes de mim e das histórias que eu li mostra muito o caminho que eu vou
percorrer. É lendo essa galera que eu consigo pegar o tom de cer tas coisas quando estou em dúvida.
Uma pena mesmo que não tenho acesso a mais trabalhos impressos dessa época.

4 - Quais as leituras, em quadrinhos e fora deles, que fazem bem a você e somam com o seu
trabalho? Estendo a pergunta aos filmes e à coqueluche do momento, as séries de televisão!

Nossa, para a Beladona eu busquei fonte no terror oriental pra caramba, tanto em filmes quanto em
mangás. Eu gosto muito porque eles costumam dar uma visão bem humana do que está acontecendo,
como Uzumaki por exemplo. O grande perigo
que está lá só se justifica nos dramas pessoais
que passamos, isso que me atrai em histórias
de terror.

Eu vejo muito isso nos mitos dos monstros que


criamos, como a vida imor tal de um vampiro
como um preço terrível a se pagar por ela ou
como no Frankenstein filosofando sobre a pró-
pria existência.

Eu não gosto pessoalmente de filmes gore ou


de assassinos em série. Claro que quem ler a
Beladona pode supor que eu gosto muito de
“A Hora do Espanto”, mas muito mais de for-
ma nostálgica do que algo que me dá inspira-
ção.

Eu gosto de terror que me faz pensar: “e se eu


estivesse no lugar do vilão?”.
Eu gosto de terror que me faz pensar: “e se eu estivesse no lugar do vilão?”.

5- O que você diria a quem sente vontade de contar histórias?


Mete a cara! Vamos fazer isso juntos, sejam elas em que mídia forem. Vamos exercitar aquilo que nos faz
fantásticos, contar histórias. “Somos todos histórias no final.”*

Carlos Patati é roteirista e pesquisador, autor do “Almanaque dos Quadrinhos”. Atuou escrevendo principalmente
HQs de terror para as editoras do gênero na época, sendo conhecedor como poucos da história do quadrinho
brasileiro de décadas passadas

* Citação obrigatória de Doctor Who.


EXTRAS
Referências & concepts
Roteiro e esboços
Arte-Final
Colorização
Galeria de convidados
SAMANTHA

Nossa protagonista deveria ter um visual típico de filmes


de terror: cabelo negro escorrido e essa espécie de pijama
branco. A Ana me passou referências como “O Chamado”.
O ponto do figurino não é para simplesmente remeter ao
leitor, mas sim oferecer uma representação inconsciente da
personagem atuando naquele mundo de acordo com suas
próprias referências.

Infelizmente os primeiros desenhos dela se perderem. É o


único material de todo o trabalho que não encontrei nos e-
-mails, nem nos arquivos físicos e digitais!

Quando foi necessária a mudança, trabalhamos em cima de


algumas ideias, principalmente de como ela se sentia nesse
novo momento e como isso refletiria na forma como a Sa-
mantha via a si mesma. A ideia da Ana era que fossem feitas
alterações graduais e que ainda haveria resquícios da roupa
antiga, enquanto o negro, gradualmente, seria mais presen-
te que o branco.

Ainda cheguei a fazer uma proposta com um corpete no


estilo princesa, baseado no contato com o Eduardo, porém
um visual mais punk e agressivo fazia muito mais sentido.

O uniforme final tem mais influências dela se vendo como


uma mulher independente e segura e não mais uma menina
assustada ou assustadora. Ainda havia a ideia de um enfeite
no cabelo, mas quando finalmente inseri essa rede, chega-
mos ao visual ideal.
TEASER

O primeiro passo para chegar ao


visual que a história deveria ter foi
a criação de um teaser. O objetivo
inicial era levar para o FIQ (Festi-
val Internacional de Quadrinhos,
em Belo Horizonte, Minas Gerais)
e anunciar que começaríamos um
novo trabalho, mas gostamos tanto
– e sentimos um retorno tão legal
de todos com a imagem – que até
hoje utilizamos frequentemente a
imagem na divulgação. Particular-
mente é uma das coisas que mais
gosto em Beladona.

Esses foram os primeiros desenhos


enviados, inicialmente três opções
em cima do que havíamos conver-
sado para o primeiro capítulo. Con-
cordamos na melhor opção e, após
aprovar um esboço mais acabado,
fechei essa ilustração que nos foi
muito útil ao longo desse período.
EDUARDO E VILÕES

O Eduardo é um personagem muito querido! A


Ana me passou referências como Eragon, eu aca-
bei indo para um lado mais “Pequeno Príncipe” e
coloquei um bocado de mim nele também. Ficamos
felizes com o resultado. Acho que funcionou muito
bem.

Temos ainda os vilões, cada um com inspiração em


uma fonte diferente do terror popular, desde o Ho-
mem do Saco até os Sete Anões.

A psicóloga é um caso a parte. Assim que defini via a hora de poder utilizar esse visual.
sua aparência para o primeiro capítulo, mesmo Quando chegou a hora era o perso-
sem termos combinado nada, imaginei um visual nagem que eu mais curtia desenhar.
sadomasoquista dela no mundo dos pesadelos. Isso Dava um trabalho de claro e escuro
veio na minha cabeça com força, a Ana curtiu e eu muito interessante. Foi realmente um
prazer.
pai

A Ana queria que ele fosse o que se espera


de alguém que é o rei e também o terror
de um mundo povoado por assombrações,
pesadelos e mais um monte de coisas terrí-
veis. Eu acabei fazendo diversas versões, mas
acho que essas três foram as mais marcantes.
A primeira – com asas, rabo, garras, cabelo
pro alto, etc. – me pareceu um pouco infan-
til (apesar de certamente não querer topar
com um cara desses por aí!), mas serviu para
definir o sistema do capacete pelo qual me
apaixonei. Isso foi pensado porque no primei-
ro capítulo tínhamos essa espécie de brasão,
que fiz pensando no símbolo do infinito com
um quê demoníaco.

O segundo era algo mais onírico e de um


medo mais íntimo e poderoso. Mas achei que
talvez nem todos fossem achar a altura de
causar tanto temor quanto deveria. A ideia
era algo mais impactante.

Por fim chegamos ao terceiro visual, onde


imaginei uma pegada mais soberana e mo-
nárquica. Também procurei imaginar como
um sujeito mirrado e sem muita moral no
mundo real se desse conta do tamanho de
seu poder em outro lugar. Armadura, capa,
um sorriso (no capacete) escancarado e as-
sustador. Um trono imponente num castelo
absurdo.

No mundo real ele parece um sujeito pacato,


que ninguém daria muito por ele. Então utili-
zei um visual tímido e acanhado, com direito
até a usar óculos. Com o passar do tempo ele
se torna feio e asqueroso. Creio que a malda-
de é capaz de fazer isso com as pessoas.
ROTEIRO

O processo de produção das páginas começa obviamente com o roteiro da Ana. Aqui você pode
conferir a primeira página que recebi em 2011! Aproveitei essa estrutura do programa que a Ana
usa para fazer nesse espaço de 10 x 14 cm minhas propostas de página. @

Depois de ler o roteiro, separo esse espaço e desenho ali a minha interpretação do texto, algo
simples, mas a verdade é que eu nunca consegui ser realmente sintético como a maioria dos outros
artistas. Temo que quem fosse aprovar não entenda bem, então acabo detalhando muito nessa

fase que deveria ser realmente rápida e de traços simples e mínimos. Algumas vezes mando mais
de uma ideia ou sugestões diferentes para um só quadro, isso é bastante variável. Depois dessa
aprovação, eu desenhava tudo na página A3 (30 x 42 cm), que é o formato no qual me sinto mais
a vontade para trabalhar.
Em “O Movimento da Rainha” tínha-
mos muito mais diálogos, o que deixa-
va pouco espaço para esses esboços
no roteiro. Então imprimia em uma fo-
lha comum os moldes e, na página do
roteiro, fazia algo o mais simples pos-
sível. Procurei usar essa minha aparen-
te desvantagem a meu favor e, com
esses desenhos pequenos, porém bem
acabados, eu definia muito bem o que
eu queria de cada página. Depois, no
computador, eu transformava o de-
senho num traço azul bastante claro,
imprimindo no papel A3 final.

Nos últimos capítulos, já mais con-


fiante, fui além e usando novamente
o próprio roteiro, fiz os esboços bas-
tante definidos, porém bem pequenos,
com 5 x 8 cm.
ARTE-FINAL

Essa é provavelmente a parte que mais aprecio na produção das páginas. Adoro dar um
acabamento absolutamente único com volumes e pinceladas. É onde eu realmente imponho
um estilo. Na verdade, meu estilo mudou muito ao longo de Beladona, embora muitas vezes
eu me esforce para manter essa mudança o menos perceptível possível. Ainda sou um artista
cujo trabalho tem evoluído muito rápido pela idade. Ainda testo materiais, nunca estou ab-
solutamente satisfeito e a arte-final é o momento em que melhor expressa essas mudanças.

No início de Beladona eu desenhava na página A3 com lápis uma versão bem acabada do
esboço aprovado pela Ana, depois aplicava o acabamento com o pincel. Com o passar do
tempo, ganhei confiança o bastante para imprimir o esboço feito num formato pequeno em
A3 e aplicar o pincel diretamente sobre esse
traçado impresso pouco perceptível. Raramen-
te uso o lápis hoje em dia, a não ser na etapa
de esboços pequenos. Nas páginas em si, meus
originais, costumo vir direto pro pincel.

Utilizo diferentes pinceis. Beladona é especial-


mente recheada de texturas e cada uma delas
é produzida por um pincel diferente. Até mes-
mo quando um pincel estraga e fica arrepiado,
encontro uma utilidade. Uso uma tinta nanquim
de qualidade, mais cara, mas definitivamente
vale a pena. Também uso guache branca im-
portada para determinados efeitos. Canetas e
similares são usados muito raramente. Nos ca-
pítulos finais utilizo ainda uma técnica chamada
de aguada, que é a mistura de nanquim com
água para criar efeitos cinzas de diferentes in-
tensidades.

É um trabalho cuidadoso, mas é onde estou


encontrando cada dia mais a minha marca e o
meu prazer em trabalhar. Criar novas texturas
e contrastes, novos atalhos... Isso tudo é tão
excitante, não pude resistir em compartilhar
aqui.
Colorização

A colorização é uma etapa vital


para nossa HQ! Logo em nossa pri-
meira conversa sobre Beladona, ain-
da na Estação Leopoldina, durante a
Rio ComiCon (2011), a Ana quando
me apresentou o conceito da histó-
ria se passando em dois mundos.
Sugeriu duas diferenças marcantes
para eles: mundo real terá quadros
e cores comuns, mundo dos pesade-
los não terá requadros e o colorido
será monocromático.

Absolutamente de acordo, quando


fui colorir minha primeira página já
comecei dando cores ao traço em
si, deixando-o num tom bastante
escuro, porém não preto absoluto,
diferente do mundo real. As cores
bem suaves, com tons bem próxi-
mos, sem extravagância. Mas isso
mudou com o tempo, meu trabalho
mudou e a Ana também achou as
mudanças bem-vindas, consideran-
do a evolução da própria persona-
gem e seus sentimentos diferentes
nos capítulos.
Eu ainda sou bastante fã da colorização do primeiro capítulo, onde fui mais econômico. A verdade é
que não gostava muito de usar cores. Sempre havia trabalhado com quadrinhos em preto e branco
porque colorir dá muito trabalho. É toda uma etapa a mais e demanda tempo. Mas por ser voltado
para a internet, seria uma ótima oportunidade de chamar mais atenção e foi importante para mim.
Profissionalmente me fortaleceu bastante afiar a minha colorização. Aprendi muito.

Aliás, aprendi muito ao longo de todos os processos nesse tempo. Termino esse livro junto com a
Ana tendo a certeza de que sou um artista muito mais completo. Foi uma grande experiência. Algo
em que entrei com o objetivo de se aprimorar para depois tentar produzir um grande trabalho, com
tudo o que eu aprendesse ao longo desse. Mas olho para trás, leio o que fizemos juntos e vejo que
saiu muito melhor do que a encomenda.

Tenho convicção de que Beladona valeu cada gota de suor e cada segundo do meu tempo. Espero
que você também se sinta assim.
GALERIA
ARTISTAS CONVIDADOS
ALEX RODRIGUES
http://blogdoalexrodrigues.blogspot.com.br/
CAMILO SOLANO
https://camilosolano.wordpress.com/
cristina eiko
http://www.quadrinhosa2.com/
eduardo damasceno
http://ww w.quadrinhosrasos.com/
Danilo beyruth
Luciano salles
http://ww w.dimensaolimbo.com/
fabio cobiaco
http://fcobiaco.blogspot.com.br/
Luis felipe garrocho
http://bufasdanadas.com/
marcelo costa
http://marcelocostapro.blogspot.com.br/
MarÍlia bruno
https://ww w.behance.net/mariliabruno
Mario cau
http://ww w.mariocau.com/
pacha urbano
http://ww w.pachaurbano.com
vitor cafaggi
http://punyparker.blogspot.com.br/
walter pax
http://maquinafantasma.wordpress.com/
AGRADECIMENTOS
Abel Pedro Barbara Morais Denis Augusto
Ace Barros Bernardo Cury Denis Costa
Adalber to Fernandes de Sousa Beta Rodrigues Denis Sevlac
Adimilson Girardi Vergara Bi Anca Dexx
Adri A. Bianca Pinheiro Dida Evanilda Souza Pinto
Adriana Bequi Bianca Schimitt Morassutti Diego Bachini Lima
Adriano Aguiar de San Vicente Brunno Elias Ferreira Diego Carrico Cacau
Adriano dos Santos Pereira Bruno de Souza M. Scorpion Diego Marinho
Adriano Gobbo Bruno Pascareta Fernandes Diego Sanches
Afonso Andrade Bruno Pilgrim Digo Freitas
Air ton Marinho Bruno Pinotti Dimitri Santana
Akira Sanoki Bruno Soares Dini Walker
Al Stefano Bruno Souza Diogo Chaves
Alan Guedes Bruno Zago Diogo Nogueira
Alan Por to C. R. Gondim Dirlei Felippe
Alayr Pessôa Filha Cacau Birdmad Dolphin Di Luna
Aldemar Junior Cadu Simões Dora Vieira
Alessandra Duruy Caetano Grippo Doug Lira
Alessandra P. Coutinho Caio Murilo Hir t Duda Falcão
Alex de Carvalho Cal Éber Miom
Alex Genaro Camila Haddad Eder Modanez
Alex Mir Camilo L. Rangel EdgarK.
Alex Rodrigues Carla Margareth Ferreira Ribeiro Edilaine Correa Gonçalves
Alexandre Cavalcante Carla Russi Edilaine de Freitas Lima
Alexandre Montandon Carlos Augusto Mar tins Lacaz Edson Daniel dos Santos Mano Junior
Alexandre Novelli Carlos D.do Nascimento (Chester) Edson Sorrilha Filho
Alice Alvarenga Carlos Eduardo Passos Eduardo de Godoy Pereira
Alice Gauto Carlos Gauche Eduardo Rio
Aline “Doji” Viana Carlos Por to Filho Eduardo Schaal
Aline Gualda Carlos Rober to Duar te Seilhe Eduardo Schloesser
Allan Albuquerque Carlos Ubiratan “Dente” R. Petry Elaine Rodovalho
Allana Dilene Carolina Affonso Eldius
Aluísio Cervelle Santos Cássia Ferreira Andrade Elenildo C. lopes
Amanda Viana Catia Ana Elenita Manhães de M. Costa
Amauri & Lys Cecília Silveira Elizabeth S. Lira S. Melo
Ana Carolina Cunha Célio A. Cecare Ely Sena
Ana Carolina de A. F. Lima Celso Akio Nakachima Emanuel Ferreira
Ana Clara Dias Cesar Augusto S. Sobral Eniete Dias de Souza
Ana Latge Cesar Oliveira Eric Novello
Ana Luiza Koehler Cesar Rober to Eric Teraçono
Ana Maria de A. Quintanilha Charlene Moura Almeida Erick Carjes
AnaLu Medeiros Charlles Lucena Érico Assis
Anderson “Bobby” Veiga Sales Cibele Mar tins Jacques Erika Magalhães
Anderson B. Clara Gomes Erivan EloiI
Anderson Cardoso Clarice Dellape Evaldo Dias Souza
Anderson Marques Ferreira Clarice Motta Evilyn Pinto
Andre Freitas Clarisse Almeida Alvarenga Fabiano Denardin
André Maia Mar tins Claudio Santos Yagami Fabiano Silveira
André Mar tuscelli Do Amaral Clayton Mou Rezende |FABIO|
André Ornelas Coala Fábio Antonio Soares Alves
André Pereira Cris Cris Fábio Caracciolo
André Tur telli Poles Cris Peter Fabio Guedes
André Wagner da Silva Cristiane Lopes de Oliveira Alves Fabio Hirata
Andreia Corrêa Cristiano Carneiro Fábio Santana Queiroz de Araujo
Andressa Gonçalves Cristiano Ludgerio Fabio Uliana
Andressa Serena de Oliveira Cristina Valle Fabíola Queiroz
Anny de Oliveira Mello Daniel “CDQ” Pessoa Fabricio Velasco
Antonio Carlos Lemos Daniel Cesar FCB
Antonio Eder Daniel Esteves Felipe 5 Horas
Antônio Henning Daniel Fernandes Rosa Lopes Felipe Assumpção Soares
Antônio Malvar Mar tins Neto Daniel Gomes Felipe Autran
Áquila Nogueira Daniel HDR Felipe dos Santos
AR Santos Daniel Jacob Felipe Ferreira
Ariel Silva de Jesus Daniel Spinola Trindade Felipe Gonçalves
Aristides Rudnick Daniel Vicente da Cruz Felipe Kajihara
Ar thur Babdeti Daniel Vieceli Felipe Malafaia
Ar thur Magalhaes Fonseca Daniel Wernëck Felipe Morcelli
Ar thur Oliveira Freitas Danielle Raupp Borba Felipe Mussarelli
Ar tur Rocha Danilo Duar te Felipe Sá
Ar tur Vecchi Danilo Mendonça Felipe Sobreiro
Audaci Junior Dany F Lopes Felipe Timóteo
Avelino Carobin David Beat Fellipe de Albuquerque
Aylo Fur tado Davide Fellipe Sales
Balaio Quadrado Débora Bordin Fernando “del Angeles” Pires
Barbara Miotto Dejair Dias
Fernando Cesar Jair Sevidanes Leo Lopes
Fernando da Costa Marques Jair Vianna Leonardo Cordeiro de Sousa
Fernando Taboada Jairo Shoji Leonardo Lahoz Melli
Filipe Careli de Almeida Jana Lauxen Leonardo Pascoal
Filipe Dalmatti Lima Janaina Ribeiro de Sousa Leonardo Picanço Cruz
Flávia Mar tins Jão LeonardoFinocchi
Flavio Franceschini Jean Zushin Lia Viegas
Flavio Veiga Jeison Augusto Balbinot Liber Paz
Francis “Fradie” D. Almeida João “Huenito” Gabriel Lília Amaral
Francisco Costa João Antônio Sales Franco Lilian Penteado
Francisco Jacobina João Ar tur da Silva Souza Liliane Ribeiro
Freddy Pavão Joao Douglas Lillo Parra
Gabriel (gothmate) Correia João Gabriel M. Pereira Lobo Limão
Gabriel Brasil João Henrique Belo Lovelove6
Gabriel Carvalho Antunes João Laux Luana Pontes de Lima
Gabriel Guimarães M. de França João Luiz Carolino Lucas “Poderoso Porco” Ed .
Gabriel Jardim João Mário Soares Silva Lucas Alves Vaz
Gabriel Kolbe João Miranda Lucas Dias
Gabriel Pessine João Paulo Carlos Moreira Lucas Pereira de campos
Gabriel Valadares João Pedro Azevedo Maldos Lucas Rigolin Faustino
Gabriela Peres D Aquino João Vicente Lucas Saguista
Gabriela Zuquim João Vinicius M. Gaia Lucas Sawaris
Gabriella Aparecida Lessa Bijos João Vitor Trevizan Lucas Walmrath
Gael MonteCastro Johandson Rezende Lúcia Gomes Pereira
Gau Ferreira Johnny Menezes Alvarez Lucilene Canilha Ribeiro
Geekeria Shop Jorge Brock Lucio Luiz
Gibiteria Jorge dos Santos Valpaços Luís Alves Tsolakis
Gilber to Paulino de Souza Jr. José Carlos Engel Luis Filipe de Almeida
Gilmar Car tunista José Carlos Gomes Luis Gerino
Giorgio Galli josé carlos oliveira soares junior Luis Guilherme Bonafé Gaspar Ruas
Giselle da S. Monte Jose Eduardo Braunschweiger Marcelo SEPE Luis Henrique Garavello Filho
Giulia Calistro José Felippe Motta Luis Humber to Beltrão
Giuliano Fernandes Zagonel José Kristoffer Aureliano Luis Lara
Guido Rossetto Moraes José Manuel Faria Luis Soares
Guigo Araújo José Tulio Rocha Soto Luisa Barros
Guilherme JP Cruz Luiz William
Guilherme Almeida Pascon Juan Lopes M.Monteiro
Guilherme Batista Ferreira Juarez Falcão Alves Maira Guarabyra
Guilherme Couto Pereira Júlia Beatriz Nunes dos Santos Malakdan
Guilherme de Souza Julia Lima Manassés Filho
Guilherme Kroll Juliana Fiorese Marcel Criveli
Guilherme Rubio Juliana Paukowski Marcelo Alves
Gustavo Gama Juliana Regoto Marcelo de Freitas Rigon
Gustavo Henrique Chaves Messias Juliana Rezende Soares Marcelo Paixão Guimarães
Gustavo Luz Juliana Romao Marcelo Salgado
Gustavo Monlevad Juliana Slupko Marcelo Saravá
Gustavo Moreira Braga Lamounier Juliano Souza Ribeiro Marcelo Soares
Gustavo Resende Mendonça Julie Nunes Marcelo Velloso
Gustavo Rezende C. O. Pessoa Julio Cruz Márcio Melo
Gutto Paixão Kaique de Souza Xavier Marcio R. Gotland
H. Erik Kauffmann Karenina Marzulo Marcos
Haeckel Almeida Karina Beniacar Marcos Klein
Helder Filho Karina Buhr Marcos Noel Car toons
Helena da Hora Karla Regina Silva Marcos Rober to Piaceski da Cruz
Henrique Jb Kell Bonassoli Marcos T. Nogueira
Herman Faulstich Kerma Maciel Marcus de Souza
Hermes de Freitas Kerma Maciel Marcus Vinicius Marques Ferraz
Higor David Kerol Marcus Vinicius Rodrigues
Higor Jardim Kika Del Piero Margarida Tomaz
Humber to Souza Kirla Mariamma Fonseca
Humber to Teski de Oliveira Kleber Jacinto Mariana Cagnin
Iana Otoni Kley Bros Mariana Dias Correia da Costa
Igor “Bone” Toscano Konrad Spiess Mariana Recalde Ferreira
Igor Chaves Kyanja Lee Marilia Bruno
Igor Freitas de Figueiredo Laís Afonso Marina Gimenes Matiazi
Igor Soares Ribeiro Lais Santos Belini Marina Matos
Ingo Passos Lancelott Mario Cau
Insanozuke Larissa Wachulec Muzzi Mário Oliveira
Iran Marrocos Filho Laudo Ferreira Jr. Mateus Karvat (Mahat)
Iris Lopes Laura Araujo Matheus Calci F. Gomes
Isa Ferrari Laura M. Wilke Tanure Matheus Camelo
Isaac Andrade Lauro de Luna Larsen Matheus Costa Tavares
Isabela de Sousa Leandro Damasceno Matheus Eduardo Beserra
Isis Saide Leandro de Andrade Ribeiro Matheus Huve
Isnard José Coimbra de Carvalho Neto Leandro Fazio Matheus Machado Grimião
Israel Valentim Leandro Luigi Del Manto Mauricio Cor tez
Ítalo Pires Aguiar Leandro Novo Mauricio Ivan da Silva
Ivan Costa Leandro Raniero Fernandes Mauro Jovani
Izabelle Santos Leandro Reboredo Mauro Maciel
Jackson Cruz Leandro Robles Maxoel Barros Costa
Jackson Gebien Leandro Souza Michel Costa
Milena Azevedo Renato Moraes Vanessa Stéphanie
Milton Mauad Renato Schmeiske Vera Lucia Bof
Mirna Freira Ricardinho Pereira Vera regina da Cruz Mattos
Mônica Dias de Souza Ricardo “Sardonis” Penteado Victor Alexsandro
Monica Vicentini Ricardo Agostinho Victor Almeida
Monique Mendes Ricardo Leite Victor dos Santos
Murilo Souza Ricardo Zanini Fernandes Victor Freundt
Nádja Kristhina Rober to Vrf Victor Hugo
Nataly Costa Fernandes Alves Rodney Barbosa de Carvalho Victor Moura
Natasha de Souza Mello Rodolfo Scotelaro Por to Darrieux Vinicius Corrêa Ferreira
Nathália Amaral da Silva Rodrigo Bueno Vinicius Felix
Nathalia Cardoso Rodrigo de Salles Vinícius Pepe Bellomo (nynycius)
Nathália Rocha Touché Rodrigo Or tiz Vinholo Vinícius Rennó B. Cunha
Nathalia Xavier Thomaz Rodrigo Ramos Vinícius Souza
Nelson De Moraes Marques Junior Rodrigo Urbano Vitor “O Ruivo”
Nelson Donizeti Romulo Matheus Vitor [Endyminion]
Nelson Volpiano Neto Rosiane Ferreira Vítor Gabriel Landim André
neoiconoclasta Rosiane Ferreira Vitor Hugo
NetoJJ Ruis Vargas Vítor Leão Brito de Moraes
Ney da Guia Mello S. Lobo Vivian Andrade
Nia Samanta Coan Vivianne Alexandra da Silva Santos
Octavio “Katatuno” Morales Samira Daher Wagner Luiz “CASPER”
Octavio Aragão Samuel Fonseca Walkir Fernandes
Ofidio Nogueira Sandra B A Silva Wallax Mello
Orlando Simões Sandra Mattos Amaral Walmor Vieira Gomes
Osmarco Valladão Sandra Recalde Walter Silva de Mendonça Junior
Pablo Sarmento Sandra Rocha Well
Pacha Urbano Sandro Vaz Wesley
Patricia Bruschi Sara Kalinne Wesley Chaves Bezerra
Paula Alves Sargento Carlos William Ricky Cambeses Baker
Paula Othero Barreto Sansevero Mar tins Scarlet Guedes Alvares de Oliveira William Vieira
Paula Urbinati Sergio Lima Zé Borba
Paulo Crumbim Sergio Luiz de O. Victorio Zé Fernandes
Paulo Diovani Sérgio Soares Zé Wellington
Paulo Diovani Goncalves Sidney Gusman
Paulo Kielwagen Silvana SEPE
Paulo Tarciso Okamotto Sindicato Nacional dos Analistas-Tributários da
Pedro Arêbola Receita Federal do Brasil
Pedro Barreto Stefano Simonato
Pedro Henrique Stela Santos
Pedro Hutsch Balboni Suéllen Moreira Sanchez
Péricles Ianuch Suzana Matos
Philipe Araujo Sydney de Almeida Jr.
Philippe Castilho Mar tiniano Tahiana Araujo
Pierre Dechery Tatiane Leite
Presto Gaudio Tatyane Menendes
Presunto e Bardoia Tchelo Andrade
Priscila Higa Tereza Niederauer
Quadrinhofilia Thaian Andréia
Rafael Corrêa Thais Aux
Rafael da Cruz Mar tins Thais Cordeiro de Sousa
Rafael de Sousa Campos Thaís Mello
Rafael De Souza Luppi Monteiro Thaíse Nunes Lima
Rafael Grande Thales Mar tins
Rafael Marçal Thales Ramos
Rafael Mathias Thiago Andrade Nascimento Barros
Rafael Noris Thiago Camelo
Rafael Oliveira Thiago Capone de Moraes
Rafael Oliveira Lopes Thiago Carvalho Bayerlein
Rafael Rodrigues Thiago Cascabulho
Rafael Veroneze Domenech Thiago Liberal
Rafael Viana Thiago Lima
Rafael Zuquim Thiago Lima Amaral da Silva
Raimundo Mota Thiago Lucas
Rainor Marinho Thiago M. Baranda
Raphael Oliveira Thiago Modenesi
Raquel Cappelletto Thiago Nunes
Raquel Cappelletto Thiago Vale
Raquel Donola Victorio Thomas M. Garcia
Raul Evangelista Silva Tiago Dias Batista
rcgabi Tiago Duar te Rezio
Rebeca Linhares de Oliveira Tiago Phelippe Ribeiro Santana
Rebeca Puig Tiago Silva Egger
Reinaldo Fernandes Filho Ton Messa
Renan Barcelos Toni da Hora
Renata de França Lima Tuanny Leite Almeida
Renata Ribak Val Fonseca
Renato Coimbra Matos Valéria Barros
Renato da Matta Valéria Yoshida
Renato de Almeida Vanessa Boechat
Renato Marins Vanessa Castro Lopes
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