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Ana Karina C. R.

de-Farias
Lorena Nery
Flávia Fonseca
1
 Contingência
◦ Regra que descreve relação de dependência entre
eventos (S-S, S-R, R-S, S:R-S);

 Mudanças no comportamento só ocorrem


se ocorrerem mudanças nas contingências
ambientais;

 Em uma análise funcional, buscamos


relações entre VIs (variáveis ambientais) e
VDs (variáveis comportamentais)

2
 Fonte restrita aos relatos do cliente e aos
comportamentos que ocorrem durante a
sessão;

 Qual é a unidade de análise?


◦ Onde começa e onde termina o fenômeno que se está
analisando?
 Depende do objetivo, da conveniência e das informações
coletadas

3
 No contexto clínico, trabalha-se com operantes
complexos
 Múltiplas contingências em operação ao mesmo
tempo;
 Contingências contraditórias controlando o mesmo
comportamento;
 Principal fonte do terapeuta: relatos e lembranças do
cliente
 Há distorções, variáveis que o cliente não conhece
ou das quais não se lembra, etc.
 Há variáveis que o terapeuta pode nunca conseguir
acessar

4
5
A : R → CSQ
Ocasião Ação Produção ou
Contexto Resposta remoção de even-
Situação Comportamento tos reforçadores
ou aversivos

6
A : R → CSQ
Pedidos,
solicitações, Atende a todos Evita críticas (R-),
cobranças das os pedidos pessoas a
pessoas consideram
simpática, boazinha,
generosa (R+)

7
 SD : R => C
 Termos da contingência tríplice
◦ SD: ocasião na qual a resposta acontece,
estímulo na presença do qual um
comportamento foi reforçado;
◦ Resposta: atividade do organismo; e
◦ Consequência: estímulo no ambiente
produzido por uma resposta e que altera a
probabilidade de ocorrência dessa resposta
no futuro.
8
 Os efeitos também devem ser
acrescentados às análises moleculares

 EFEITO é de CONSEQUÊNCIA

 2 tipos:
◦ Emocionais;
◦ Sobre a frequência da resposta

9
Positivo Negativo
 Frequência do  Frequência do
comportamento comportamento
aumenta em função da aumenta em função da
apresentação de um retirada de um
estímulo reforçador estímulo
◦ Positivo porque envolve a aversivo/punitivo
adição de um estímulo ◦ Negativo porque envolve
a retirada de um estímulo

10
 Importante:
◦ As características físicas ou a natureza de um
estímulo não podem qualificá-lo como
reforçador;
◦ Para estabelecer um estímulo como reforçador é
necessário considerar sua relação com o
comportamento;
◦ Uma consequência é considerada reforçadora
apenas quando mantém ou aumenta a
probabilidade de ocorrência futura do
comportamento

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 SD: R => Sr
 Acontece quando as consequências antes
produzidas por uma resposta deixam de
ocorrer
◦ Trata-se de uma quebra na relação de contingência;
 Quando isso acontece, observamos, no
comportamento que produzia tais
consequências, efeitos contrários aos
produzidos pelo reforço
◦ A probabilidade de a resposta ocorrer diminui;

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 Envolve consequências que tornam o
responder menos provável;
◦ Diminuição da probabilidade de a resposta ocorrer;
 A punição é definida funcionalmente
◦ Não existe estímulo punidor por natureza!

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Positiva Negativa
 Frequência do
comportamento  Frequência do
diminui em função da comportamento
apresentação de um diminui em função
estímulo da retirada de um
aversivo/punitivo estímulo reforçador
◦ Positiva porque envolve a ◦ Negativa porque
adição de um estímulo envolve a retirada de
um estímulo

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S Reforçador S Punidor/
S Aversivo

Positiva Reforçamento Punição


(Acréscimo) Positivo Positiva

Negativa Punição Reforçamento


(Retirada) Negativa Negativo

15
 Escolher a Resposta a ser analisada
◦ Evitar respostas na negativa: “não ser assertivo”,
“não jogar videogame”;
◦ Evitar respostas que não estão sob controle
operante
 Por ex., morrer, cair, sentir-se frustrado/ansioso;
◦ Escolher respostas relevantes ao caso
 CRBs (FAP).

16
 Identificar Consequências
◦ Consequência é diferente de efeito (emocional ou
de frequência)
◦ Consequência é uma VI. Efeito é um produto da
contingência
 Perder acesso a reforçadores quando desobedece o
pai versus entrar em depressão;
 Receber atenção quando chora versus continuar
chorando frequentemente

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 Identificar contextos
◦ Favorecem a resposta;
◦ São pontuais/específicos;
◦ Diferente de história.

 IMP! Compor contingências históricas


separadamente das contingências atuais

18
 “A contingência tríplice não inclui espaço
explícito para o papel desempenhado pela
história de vida do indivíduo”

 “A história de vida de um indivíduo é essencial


para a compreensão de seu comportamento
atual” (Meyer, 1997, p. 35)

19
 Paulo tem 22 anos. Na primeira vez em que
“ficou” com Celeste, teve ejaculação precoce.
Ficou muito envergonhado e, desde então,
evita contato com a moça. Celeste, já no
primeiro dia, ficou “fria” e não conversou
muito com ele.
 R __________________________ → C
__________________________
 Processo: __________________________
 Efeito Emocional/Freqüência:
__________________

Prof. Ana Karina C. R. de-Farias e


Luciana Verneque 20
 Joaquim sempre foi muito elogiado por
desempenhar bem diversas tarefas ao mesmo
tempo. Quando se cobrava/envolvia menos,
as pessoas demonstravam estranheza e o
desdenhavam. Hoje, Joaquim mantém-se
muito ocupado, e demonstra sobrecarga e
desânimo.
 R __________________________ → C
__________________________
 Processo: __________________________
 Efeito Emocional/Freqüência: _____________

Prof. Ana Karina C. R. de-Farias e


Luciana Verneque 21
Caso 3
 João não gostava de brincar de carrinhos. Era
filho caçula, e tinha duas irmãs que sempre
brincavam de casinha. João podia se
“encaixar” nas brincadeiras quando fazia papel
de mordomo e/ou cuidava das “filhas”
(bonecas) de suas “patroas”. Ao participar das
brincadeiras, João sentia-se querido pelas
irmãs.
 R __________________________ → C
__________________________
 Processo: __________________________
 Efeito Emocional/Freqüência:
_____________________
Prof. Ana Karina C. R. de-Farias e
Luciana Verneque 22
Caso 4
 Carol diz: “sempre fui a mais tagarela do
grupo. Durante muito tempo, tinha voz ativa e
dominava as conversas. Minhas amigas
sempre me ouviam falar de meus dilemas. Só
que, após entrarmos na faculdade, elas
começaram a me ignorar quando eu falava
sobre problemas. Por causa disso, ando me
sentindo muito desprezada e sozinha”.
 R __________________________ → C
__________________________
 Processo: __________________________
 Efeito Emocional/Freqüência:
_____________________

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Luciana Verneque 23
Caso 4.1.
 Carol diz: “sempre fui a mais tagarela do grupo.
Durante muito tempo, tinha voz ativa e dominava as
conversas. Minhas amigas sempre me ouviam falar
de meus dilemas. Só que, após entrarmos na
faculdade, elas começaram a me ignorar quando eu
falava sobre problemas. Por causa disso, ando me
sentindo muito desprezada e sozinha”.
 Terapeuta: “E como você vem se comportando nas
conversas?”
 Carol: “Tenho ficado mais calada, na minha. Só que
sempre choro ao chegar em casa”.
 R __________________________ → C
__________________________
 Processo: __________________________
 Efeito Emocional/Freqüência: _____________________

Prof. Ana Karina C. R. de-Farias e


Luciana Verneque 24
25
"Por lidarmos com explicações funcionais e não
causais, o importante é coletar informações ao longo
do tempo, isto é, informações repetidas do mesmo
evento e com os mesmos personagens” (Matos,
1997, p. 41).

"Ao coletarmos registros ao longo do tempo


devemos comparar o desempenho do sujeito consigo
mesmo, sua história passada é sua linha de base. A
interpretação do behaviorista radical é sempre
histórica" (Matos, 1997, p. 41).

26
Padrão Cptos que História de Contextos Csqs que Csqs
Cptal caracterizam Aquisição que fortalecem aversivas
mantêm (quando é (quando
“funcional”) motiva a
mudança)

27
Identificar:
❖ Padrão comportamental: comportamentos ou
características que ocorrem em contextos
diferentes, mas têm a mesma função
- Exemplo: agressividade

28
❖ Comportamentos que caracterizam:
comportamentos que existem em contextos
determinados = operacionalização

- Exemplos: gritar com


as pessoas, usar
palavras que ofendem,
chamar a atenção de
maneira indiscreta, dar
ordens em tom
ríspido...

29
❖ Situações em que ocorrem:

- Exemplos:
demandas de
trabalho, situações
em que as pessoas
discordam de seu
ponto de vista, não
atendem a seus
pedidos...

30
❖ Consequências que Fortalecem o
Padrão (funcionalidade): ganhos/
reforço em curto, médio e longo
prazo
- Exemplos: Quando consegue o que
quer, quando as pessoas obedecem

❖ Consequências Aversivas ou que


Enfraquecem o Padrão
(problemas): perdas/
desvantagens/ punição em
curto, médio e longo prazo
- Exemplos: Quando as pessoas se
afastam, desgaste nos relacionamentos

31
❖ História de aquisição: sempre em termos de
VI
❖Situações passadas dentro dos contextos familiar,
sócio-afetivo, acadêmico-profissional, médico-
psicológico, religioso, etc.

- Exemplos: modelo de
interação dos pais:
autoritários, rígidos,
cobranças; irmão mais
velho; excesso de
mimo.

32
❖ Condições atuais mantenedoras: contextos em
que o cliente está inserido e que favorecem a
manutenção do padrão comportamental
- Exemplos: contexto profissional de competitividade,
posição hierarquicamente superior no trabalho,
casamento com “pessoa submissa”

33
Autoexigente/Perferccionista
Comportamentos Histórias que Condições Csqs que Csqs aversivas
favoreceram atuais favorecem o
mantenedoras padrão

▪ Faz e refaz ▪Pais exigentes ▪ Ambiente ▪ Bom ▪ Pouco


várias vezes ▪Atenção dos acadêmico desempenho tempo para
seus trabalhos pais muito exigente ▪Reconheci- lazer
▪Nunca os avalia condicionada a e competitivo mento ▪Constante-
como bom ▪Ambiente de ▪Evita críticas mente tensa,
suficientemente desempenho trabalho e julgamentos somatizações
bons ▪Comparações exigente e ▪ Sobrecarga
▪Não se permite constantes com competitivo de obrigações
errar outras pessoas ▪ Ex-namorado ▪Colegas de
▪Preocupa-se ▪ Neta mais muito bem faculdade se
muito com o que velha => sucedido na “encostam”
qualquer pessoa Deveria ser mesma área nela
pensa sobre ela “modelo” que ela
▪Desgaste nos
▪Fala só o ▪Mãe era ▪ Muitas rels. (faz mto
necessário em preocupada expectativas pelos outros e
situações sociais com o que os sobre ela cobra mto)
outros pensam
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Fuga/ Esquiva

Comportamentos Histórias que Condições atuais Csqs que Csqs aversivas


favoreceram mantenedoras fortalecem o
padrão
▪ Sai pouco de ▪ Mãe punitiva ▪Pouca exposição ▪ Evita ▪ Poucas
casa quando Lois a contextos exposição relações de
discordava dela sociais intimidade
▪ Evita conflitos ▪Evita
▪Amigos de descontraídos, críticas ▪ Poucos
▪Evita situações infância com pouca
sociais, ▪ Evita amigos
▪Mãe muito competição e
principalmente julgamentos conflitos ▪ Pouco lazer
crítica (nenhum
grupos ▪ Evita ▪Perde
elogio) ▪Ambiente
▪Em situações acadêmico desagradar oportunidades
▪Pais pouco
sociais, fala receptivos a competitivo e as pessoas de
somente o demonstrações crítico desenvolver
necessário de carinho repertórios
▪Relacionamentos sociais
▪ Sempre evita ▪Começou a com muito
dizer “não” namorar logo controle aversivo ▪ Abre mão de
▪Dificuldade de que chegou a si pelos outros
expressar Brasília em excesso
sentimentos =>
Sobrecarga
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 Microanálise: Análise Funcional Molecular
❖ Operacionalização => SD: R→C
❖ Efeitos
- Emocional;
- Frequência
 Macroanálise: Análise Funcional Molar
❖ Padrão comportamental
❖ Operacionalização – Comportamentos que caracterizam
❖ Situações em que ocorrem
❖ História de aquisição
❖ Condições atuais mantenedoras
❖ Quando é funcional (consequências que fortalecem o padrão)/
“Não é funcional”, traz problemas, é aversivo... (consequências
que enfraquecem o padrão)

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Favorece aplicação de técnicas Favorece a exposição a novas
específicas: Análise do contingências: Análise
Comportamento Aplicada. Comportamental Clínica.
Mudanças: focadas em déficits e Mudanças: ampliação de
excessos comportamentais. Não repertório e generalização
se estende a classes amplas de (novos comportamentos em
respostas. Restrita a ambientes novos contextos). Mudanças
específicos. em classes de respostas
amplas.
Favorece a disposição de regras Aumenta a sensibilidade do
fechadas; prescrição. cliente às contingências.
Favorece cliente tornar-se
dependente do terapeuta.

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 Alcance de vários contextos;
 Não precisa uma intervenção para cada situação;
 Evita a "substituição de sintomas“;
 Aumenta a probabilidade de metas terapêuticas mais
eficazes;
 Conhece-se o cliente como um todo, vários
comportamentos em vários contextos;
 Produz um autoconhecimento amplo e eficaz;
 Evita generalizações indevidas (mudança é contextual);
 Favorece a autonomia do cliente.

39
Passo a Passo
Modelo adaptado a partir dos modelos das professoras Ana Karina de-
Farias, Andréa Dutra, Marianna Braga, Lorena Nery, Flávia Nunes,
Luciana Verneque e Hellen Tourino

40
 Quais são os dados gerais disponíveis e
relevantes?
- Iniciais (ou nome fictício);
- Sexo;
- Idade;
- Escolaridade;
- Estado civil;
- Profissão/ocupação;
- Condição socioeconômica;
- Outros dados gerais relevantes para o caso.

41
 É importante destacar que, nesse ponto, não
se deve aprofundar nos tópicos nem
apresentar o histórico
◦ Por exemplo: “Escolaridade: 1º grau incompleto”.
Sem especificar quantas reprovações, se havia
reforçadores ou punições contingentes aos
repertórios.

 Genogramas da família atual e da família de


origem também podem ser acrescentados.

42
 Descrição da(s) queixa(s) apresentada(s) pelo
cliente:
- O que ele diz sobre o que o leva a procurar
terapia? O que faz, nesse momento inicial, o
cliente procurar ajuda?

43
 Operacionalização da queixa:
- Início da identificação e composição das
contingências de reforçamento atuais;
- Qual é a principal fonte de estimulação
aversiva presente na vida do cliente?
- A queixa ou o comportamento de queixar-se
produz reforçadores? Quais?
- Apesar da topografia de tato, muitas vezes tem
função de mando - operante verbal controlado por
OM do falante.

44
 Note a possível diferença entre o que leva o
cliente a procurar terapia e as
observações/análise do terapeuta sobre os
déficits do cliente
◦ Exemplo: A queixa do cliente pode ser: “preciso
ficar menos ansioso” e o terapeuta pode supor que
o cliente precisa desenvolver repertórios sociais.

 No tópico “Queixa(s)”, o foco não é na análise


do terapeuta e sim no conteúdo trazido pelo
cliente.

45
 Objetivo(s) do cliente na terapia
- O que o cliente pretende com a terapia? O
que ele espera da terapia?

Inicialmente, é importante que o


terapeuta fique sob controle dos objetivos do
cliente para, assim, prevenir a falta de
motivação com a terapia.

46
 Fica triste de repente, chora com frequência sem
saber o motivo. Situação piorou muito depois que se
mudou para Brasília. Sente-se insegura em relação a
tudo: namorado, família, amigos e faculdade.
Sensação de impotência
 Atribui a queixa à: sua insegurança e incompetência
para resolver os próprios problemas
Antecedentes R Csq
Conflitos/ Tentativas de Críticas, represálias,
Problemas nos conversar/ se problemas continuam
relacionamentos aproximar; expressão (P+)
interpessoais de sentimentos e Pouco interesse e atenção
opiniões das pessoas (Extinção)

Aprender a lidar melhor com os


Mandato

 Efeitos:
tristeza,
próprios problemas e melhorar insegurança,
relação com a mãe e o namorado sensação de
impotência
47
 Identificar classes de comportamentos
clinicamente relevantes.

- Quais estão em alta frequência? (Ou seja, quais


são suas habilidades?);
- Quais estão em frequência insuficiente? (Isto é,
quais são seus déficits?);
- Que consequências essas classes de
comportamento produzem no ambiente atual?

48
 Identificar comportamentos que existem em
contextos determinados/comportamentos
pontuais versus padrões comportamentais (classes
comportamentais – comportamentos com as
mesmas funções que acontecem em diferentes
contextos) atuais do cliente.
- Como o cliente responde às contingências em
operação? Ele emite comportamentos de fuga e/ou
esquiva eficazes? Emite comportamentos de
contracontrole diante de agentes coercitivos?
- Investigar sentimentos e emoções mais comuns.

49
 Descrição das contingências de reforçamento
em operação (descrever fatos, situações).
- O cliente tem acesso a reforçadores positivos?
Quais? Há um agente que os libera?;
- Quais são as contingências presentes?
Reforçamento positivo? Negativo? Punição
positiva? Negativa?;
- Extinção? Controle por regras? Autorregras?;
- Que contingências trazem sofrimento ao
cliente?

50
 Note que as contingências são atuais, não
passadas
◦ Nesse tópico, não são descritos como os
comportamentos foram estabelecidos e sim como o
cliente está agora, seu “retrato” no momento.

 Investigar sentimentos e emoções mais


comuns ao cliente também é relevante, pois
podem dar indícios das contingências em
vigor.

51
 Como o cliente aprendeu a olhar para a realidade?
 Como é a balança entre os comportamentos
diretamente modelados pelas contingências e os
governados por regras?
- Há insensibilidade excessiva às contingências
de reforçamento?
- Quais são suas principais regras e autorregras?
Como ele aprendeu/formulou essas regras?
- Quem emite as regras que o cliente costuma
seguir?

52
 Quais são os relacionamentos funcionalmente
relevantes existentes na vida do cliente?
- Quais são os sentimentos gerados nesses
relacionamentos (qualidade afetiva)?;
- Identificar habilidades e dificuldades
interpessoais do cliente
- Muitas podem ser percebidas a partir da relação
terapêutica.

53
 Fazer análise funcional da relação
terapêutica: dos comportamentos do cliente e
do terapeuta.
- Identificar “CRBs” 1, 2 e 3.
- Atentar para a primeira sessão (ocorrência
de CRBs 1 costuma ser frequente).
- A interação com o cliente produz que
sentimentos e sensações em você?
- Prestar bastante atenção na forma como o
cliente reage a você

54
 Investigar as contingências de reforçamento
passadas, principalmente aquelas
relacionadas às dificuldades apresentadas
pelo cliente (Obs.: evitar perguntas sem função
terapêutica):
- É possível apresentar o conteúdo por texto
corrido, tópicos ou esquemas (como o
esquema abaixo):

Antecedentes Respostas Processos Efeitos

55
 Familiar
- A quais acontecimentos históricos relacionados à
família esse cliente foi exposto?
- Que repertórios foram selecionados a partir desses
acontecimentos?
- Quem eram as pessoas com quem o cliente mais
convivia na infância (pais, avós, irmãos, primos
etc.)? Quais eram as principais características dessas
pessoas? Como era o relacionamento delas com o
cliente?
- Quais foram os acontecimentos familiares mais
importantes na história do cliente?
- Que tipo de mudanças familiares ocorreram ao
longo do desenvolvimento do cliente?

56
 Importante: as hipóteses sobre o impacto dos
acontecimentos não são avaliadas.
Semelhantemente, as hipóteses sobre o
fortalecimento ou enfraquecimento de
padrões comportamentais possivelmente
gerados por esses eventos históricos não são
descritas.
◦ Tais relações entre eventos ambientais históricos
familiares e comportamentos estarão descritas no
tópico “Análises Funcionais Molares”, a seguir.
 A descrição dos acontecimentos, e não das relações
funcionais, também se aplica aos demais tópicos
históricos: social, afetivo, acadêmico e/ou profissional
e médico/psicológico.

57
 Social
- A quais acontecimentos históricos relacionados
ao social esse cliente foi exposto?
- Que repertórios o cliente apresentava no contexto
social?
- Quem eram as pessoas com quem o cliente
costumava conviver em situações sociais? Quem
eram seus amigos? Quantos eram (muitos ou
poucos?)? Quais eram suas características? O que
o cliente costumava fazer quando estava com
eles?
- Como o cliente se comportava nesse contexto?

58
 Afetivo-sexual
- A quais acontecimentos históricos
relacionados ao afetivo esse cliente foi
exposto?
- Que repertórios foram selecionados a partir
desses acontecimentos?
- Quem foram as pessoas com quem o cliente
se relacionou amorosamente? Quais eram as
suas características?

59
 Acadêmico e/ou profissional
- A quais acontecimentos históricos relacionados
aos aspectos acadêmico e profissional esse
cliente foi exposto?
- Que repertórios foram selecionados a partir
desses acontecimentos?
- Histórico escolar de sucesso? Insucesso? Como as
pessoas reagiam ao bom/mau desempenho
escolar do cliente? O que os professores
costumavam falar dele? Quais eram suas
habilidades? Quais eram as dificuldades?
- Como foram as escolhas profissionais?

60
 Médico/psicológico
- A quais acontecimentos históricos
relacionados a tratamentos médicos e
psicológicos esse cliente foi exposto?
- Que repertórios foram selecionados a partir
desses acontecimentos?
- Que tipo de médicos/tratamentos psicológicos
o cliente já frequentou? Usava/usa alguma
medicação?
- Como eram as condições de saúde do cliente
ao longo da vida?

61
 9.1. Análises funcionais micro/moleculares:
- Relacionar as variáveis ambientais (históricas
e atuais) e os repertórios do cliente (presentes
e ausentes);
- É possível a utilização de quadros ou
esquemas;

- Utilize a criatividade para facilitar a compreensão das relações


entre os eventos

62
 9.1. Análises funcionais - análises micro/ moleculares:
- Aqui, tratam-se de comportamentos
pontuais/específicos do cliente;
- Alguns comportamentos podem ter mais de
um antecedente e/ou mais de uma
consequência;
- As análises podem ser separadas por
classes de comportamentos: familiares,
profissionais, etc.
- Contudo, as categorias não são fixas, dependem
de cada caso.

63
 9.2. Análises funcionais macro/molares:
- Relacionar as variáveis ambientais históricas
e atuais e os repertórios do cliente
(presentes e ausentes).
- É possível a utilização de quadros ou
esquemas

Padrão Operacionali- História Condições Csqs que Csqs


Comportam zação de Atuais Fortalecem Aversivas
ental Aquisição Mantenedoras o Padrão

64
 9.2. Análises funcionais - análises macro/molares:
- Muitas vezes, contingências em diferentes
contextos controlam comportamentos
funcionalmente semelhantes.
- É importante relacionar diferentes repertórios
(padrões comportamentais) às contingências
históricas, bem como apontar as condições
mantenedoras de tais repertórios, promovendo a
integração das análises.

65
 Existem operações motivadoras presentes?
◦ Privação, saciação, estimulação aversiva, etc.
 Regras?
 Qual é o custo da resposta?
 Quais são as reais condições favoráveis para a
mudança?
 Há condições desfavoráveis ao engajamento e
progresso na terapia? Quais?

66
 Os objetivos terapêuticos são fortemente
influenciados pelas análises funcionais
realizadas. O que o cliente precisa aprender?
- Quais habilidades comportamentais o cliente
precisa adquirir?
- Quais classes comportamentais devem ser
enfraquecidas?

67
 São os objetivos do terapeuta para o processo
terapêutico;
 Auxiliam no planejamento/estabelecimento
dos procedimentos terapêuticos;
 Orientam a direção que o processo
terapêutico deverá seguir
◦ Permitem a avaliação do andamento da terapia.

68
 Quais recursos terapêuticos podem ser
utilizados?
 Quais estratégias são adequadas para a
obtenção dos objetivos estabelecidos?
 Alguns exemplos:
◦ Treino em Análises Funcionais, Treino Assertivo,
Reforçamento Diferencial, Questionamento
Reflexivo, Modelagem, Modelação, Relaxamento,
Dessensibilização Sistemática, etc.

69
 Quais foram os resultados obtidos?
◦ Sempre em comparação com a Linha de Base e com
os objetivos propostos;
◦ A avaliação cuidadosa permite revisão de
estratégias e de objetivos terapêuticos;
◦ Avaliar frequência e magnitude das respostas-alvo
 Aumento e diminuição;
◦ Avaliar comportamentos públicos e privados;
◦ Relatos verbais do cliente, de terceiros (se
necessário) e interação terapeuta-cliente.

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akdefarias@gmail.com
@camtosmultiprofissional
FB: Psicóloga Ana Karina de-Farias

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