Você está na página 1de 101

Terapêutica em Cirurgia Oral

José Paulo Macedo

Universidade Fernando Pessoa

Curso de Cirurgia Oral


Terapêutica em Cirurgia Oral
• Farmacologia Geral
• Antibióticos
• Aine’s
• Analgésicos
• Corticoides
• Aplicações terapêuticas e conclusão
Farmacologia Geral

Medicamento é qualquer substância simples que


aplicada no interior ou exterior do corpo humano ou de
outros animais, pode produzir um efeito curativo
Antibióticos
São substâncias naturais, com acção antimicrobiana,
produzidos por fungos ou bactérias

Estritamente naturais
Semi-síntese a partir de produtos naturais
Síntese total (quimioterapêuticos)
Antibióticos
• O antibiótico ideal
– Toxicidade selectiva para os germens patogénicos
– Atóxico para o organismo
– Não ser sensibilizante
– Ter boa biodisponibilidade e penetração no local de
infecção
– Não despertar resistência dos microorganismos
– Baixo custo
Antibióticos
• Classificação antimicrobiana
– Espectro estreito
– Espectro largo
– Espectro amplo
• Classificação terapêutica
– Bactericidas
– Bacteriostáticos(Tetraciclinas)
Antibióticos
• Classificação farmacológica
– Classes, famílias e subgrupos de acordo com a
composição química
Classificação farmacológica dos
antibióticos

• Classe de antibióticos
– Beta-Lactâmicos
– Não Beta-Lactâmicos
Classificação farmacológica dos
antibióticos
• Grupos e Subgrupos dos beta-Lactâmicos
– Penicilinas
• Penicilinas naturais
• Penicilinas resistentes às penicilinases
• Aminopenicilinas
– Inibidores das Beta-Lactamases
• Ácido Clavulânico
• Sulbactam
• Tazobactam
Classificação farmacológica dos
antibióticos
– Carbapenemos
• Imipeneme
• Meropeneme
– Cefalosporinas
• 1ª Geração
• 2ª Geração
• 3ª Geração
• 4ª Geração
• Orais
Classificação farmacológica dos
antibióticos
• Grupos e subgrupos dos Não Beta-Lactâmicos
– Macrólidos
• Eritromicina
• Espiramicina
• Josamicina
• Miocamicina
• Roxitromicina
• Claritromicina
• Azitromicina
Classificação farmacológica dos
antibióticos
– Lincosamidos
• Lincomicina
• Clindamicina
– Aminoglicosídeos
• Estreptomicina
• Gentamicina
• Netilmicina
• Tobramicina
• Canamicina
• Amicacina
Classificação farmacológica dos
antibióticos
– Tetraciclinas
• Oxitetraciclina
• Clorotetraciclina
• Minociclina
• Doxiciclina
• Rolitetraciclina
• Metaciclina
– Nitroimidazóis
• Metronidazol
Classificação farmacológica dos
antibióticos
• Secnidazol
• Ornidazol
• Sertaconazol
– Quinolonas

Nota: Os nitoimidazóis e as quinolonas são antimicrobianos


produzidos por síntese pura, e são por isso de facto,
quimioterapêuticos
Antibióticos
• Penicilina G é uma droga importante sempre que
precisamos de concentrações rápidamente
disponíveis
• Ampicilina é a aminopenicilina de eleição para
administração parentérica
• Amoxicilina deve ser a 1ª escolha
• Ácido clavulânico é o inibidor das beta-lactamases
de eleição
Antibióticos
• Carbapenemos
– Infecções graves do tracto respiratório
– Mediastinites
– Fleimões do pescoço
– Grandes indicações em doentes imunocomprometidos e
diabéticos
• Cefalosporinas só como alternativa e as de 2ª
geração
Antibióticos
• Macrólidos
– Azitromicina
– Boa alternativa em casos de alergia às aminopenicilinas

Carvalho J et al. Rev. Port. Est . Maxilofac.,43 (1):55-62.2002


Sasaki J, Jpn J. Antibiot. 2000 Jun;53 Suppl B:117-24
Antibióticos
• Lincosamidos
– Clindamicina
• Largo espectro de acção
• Pico sérico 1h após a toma
• Concentração óssea
• Infecções graves por anaeróbios

Zetner K. Et al. Vet Ther, 2003 Summer;4 (2): 166-71


Gaspar L et al. Fogorv Sz., 1999 Aug;92(8):251-8
Antibióticos
• Aminoglicosídeos
– Gentamicina
Gram-, largo espectro
Usa-se em associação em infecções
complicadas
Intramuscular via preferencial
Rápido pico sérico após a toma
Antibióticos
• Nitroimidazóis
– Metronidazol
Infecções por anaeróbios
Associa-se com sucesso ás aminopenicilinas e macrólidos
Boa difusão e penetração nos tecidos incluindo o ósseo,
cavidades de abcessos
Antibióticos
• Qinolonas
– Ciprofloxacina
Só se usam mediante os TSA
Periodontites e osteomielites agressivas
Antibióticos
Antibioticoterapia
• Abcessos, Adenofleimões,Celulites da face
– Amoxicilina
– Amoxicilina + Ác. Clavulânico
– Azitromicina
– Cindamicina
– Amoxicilina + Metronidazol
– Amoxicilina + Clindamicina
– Azitromicina + Metronidazol
Antibioticoterapia
• Fleimões do pescoço
– Ampicilina + Clindamicina (Anaeróbios)
– Ampicilina + Gentamicina (Gram - )
– Ampicilina + Tobramicina (Pseudomonas)
– Piperacilina +Tazobactam (Imunodefici.)
– Gentamicina + Imipenem (Diabéticos)
Antibioticoterapia
• Osteítes, Osteomilelites
– Amoxicilina + Áci. Clavulânico
– Amoxicilina + Clindamicina
– Ampicilina + Tobramicina
– Clindamicina + Metronidazol(Alérgicos)
– Ciprofloxacina + Metronidazol(Alérgicos)
Profilaxia da Endocardite
A American Heart Association (AHA), juntamente com outras entidades,
estabeleceu uma listagem de procedimentos médicos dentários para os quais está
aconselhada a profilaxia em pacientes de risco elevado ou moderado (kasper, D. et
al., 2005; Almeida, A., 2005; Dajani, A. et al., 1997):
• extracções• procedimentos periodontais, destartarização e curetagem sub

gengival• colocação de implantes, reimplantação de dentes avulsionados

• instrumentação endodôntica ou cirurgia apical• colocação de fio de retracção

gengival• colocação de bandas ortodônticas• Anestesias intraligamentares


Profilaxia da Endocardite
• A AHA distinguiu lesões cardíacas de elevado, moderado e baixo risco, para as quais
se aconselha a profilaxia da endocardite (kasper, D. et al., 2005; Almeida, A., 2005; pinheiro,
r., 2002; Dajani, A. et al., 1997; Filippo, S. et al., 1998).

RISCO ELEVADO

Válvulas cardíacas protéticas


Endocardite bacteriana anterior (eleva em 50% o risco de nova endocardite)
Doença congénita cianótica cardíaca crónica (ex: Tetralogia de Fallot)
Outras lesões congénitas complexas (ex: Síndrome de Eisenmenger), após
correcção Presença de ductus arteriosus
Construção cirúrgica de shunts sistémico-pulmonares
Coarctação da aorta
Profilaxia da Endocardite
• RISCO MODERADO

Malformações cardíacas congénitas


Defeito septal ventricular
Válvula bicúspide aórtica
Disfunção adquirida das válvulas mitral e aórtica
Cardiomiopatia distrófica (assimetria hipertrófica septal)
Prolapso da válvula mitral com regurgitação valvular e/ou membranas finas
Profilaxia da Endocardite
• BAIXO RISCO

Defeito septal atrial secundário e isolado


Reparação cirúrgica do defeito septal atrial, do defeito septal ventricular e de ductus
arteriosus (sem defeitos residuais e 6 meses após a cirurgia) Bypass anterior da
artéria coronária
Prolapso mitral sem regurgitação ou membranas finas
Murmúrio fisiológico ou funcional
Anterior doença de Kawasaki ou febre reumática, sem disfunção valvular
Pacemakers cardíacos ou desfibrilhadores implantados
Profilaxia antibiótica da endocardite

American Heart Association, Jama 277: 1794-1801, 1997


Profilaxia Cirúrgica
• 1Milhão de microorganismos por milímetro de saliva, de 300
diferentes estirpes
• ¾ anaeróbios e ¼ aeróbios
• Necessidade de cuidados pré-operatórios
– Antibioticoterapia profilática
– Clorohexidina sob a forma de bochecho

Norris LH, Doku Hc, Curr Opin Dent., 1992 Sep;2:85-92


Profilaxia Cirúrgica
• Antibioticoterapia profilática
– Pico sérico da droga deve coincidir com o acto cirúrgico
– Alta dosagem
– Curto período

Heimdahl A, Nord CE, Scand J Infect Dis Suppl. 1990; 70: 91 01.
Waddell TK, Rotstein OD, CMAJ. 1994 Oct.1; 151(7):925-31
Gyssens IC, Drugs. 1999 Feb;57(2): 175-85
Lindeboon et al, Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod. 2003 Fe95(2)
145-9
Profilaxia Cirúrgica
• Antibioticoterapia profilática
– 3º molar incluso,impactado ou submucoso, sobretudo o
inferior
– Patologia quística e apical
– Cirurgia de tecidos moles
– Cirurgia pré-protética
(situações sem infecção estabelecida)
Peterson L J, J Oral Maxillifac Surg. 1990 Jun;48(6):617-20
Profilaxia Cirúrgica
• Antibioticoterapia profilática em implantologia
– Esposito et al concluíram através de uma meta-análise
de estudos RCTs até 2003, e com follow up de pelo
menos 3 meses não haver diferenças estatisticamente
significativas entre os que fizeram antibiótico profilático e
os que não fizeram, relativamente à perda de implantes.

Esposito M et al. Cochrane Database Syst Rev. 2003;(3):Cd004152


Profilaxia Cirúrgica
• Antibioticoterapia profilática em implantologia
...”It appears that antibiotic profhylaxis for routine dental
implant surgery offers no advantage for the patient.”

Gynther GW et al. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod. 1998 May ; 85 (5)
509-11
Profilaxia Cirúrgica
• Antibioticoterapia profilática em implantologia
– Vários são os trabalhos em que há evidência de
melhores resultados na sobrevida dos implantes
realizados com antibiótico profilático

Laskin Dmet al. Ann Periodontolo. 2000 Dec;5(1):166-74


Dent CD et al. J Oral Maxillofacial Surg. 1997 Dec;55(12 Suppl 5): 19-24
Profilaxia Cirúrgica
• Antibioticoterapia profilática em implantologia
– Ruptura de barreiras
– Material dispendioso
– Riscos cirúrgicos
– Incisões muito alargadas
– Tempos operatórios longos
– Poucas contra-indicações à colocação de implantes
Toma de Antibióticos
• Antibióticos por via oral que devem ser tomados 30
minutos antes das refeições
– Penicilinas
– Eritromicina
– Rifampicina
– Tetraciclinas excepto a doxiciclina
Antibióticos e Contraceptivos Orais
...”To date, all clinic trials studing the effects of
concomitant antibiotic therapy (with the exception of
rifampin and rifabutin) have failed to demonstrate an
interaction.”

DeRossi SS, Hersh EV. Dent Clin North Am. 2002 Oct;46(4):653-64.
Antibióticos e Gravidez
• Penicilinas e Derivados
• Cefalosporinas
• Macrólidos

Durante o aleitamento Cefalosporinas e Macrólidos são


os mais indicados
Scully C, Epstein J, Wiesenfeld D, Oxford Handbook Of Dental Patient Care 1998
Antibióticos e Doença Renal
• Penicilinas
• Macrólidos
• Tetraciclinas
• Ampicilina e Derivados
• Lincosamidos (Clindamicina)
• Metronidazol
Scully C, Epstein J, Wiesenfeld D, Oxford Handbook Of Dental Patient Care 1998
Antibióticos e Doença Hepática
• Penicilinas
• Ampicilina e Derivados
• Metronidazol

Scully C, Epstein J, Wiesenfeld D, Oxford Handbook Of Dental Patient Care 1998


Analgésicos Opiáceos

Do ponto de vista geral os analgésicos englobam os fármacos utilizados


para suprimir ou diminuir o sintoma dor, que pode ser consequência de
uma patologia diversa e heterogénea. Os analgésicos opiáceos estão
claramente diferenciados dos anestésicos gerais que produzem perda
de consciência, dos anestésicos locais que actuam directamente sobre a
fibra nervosa e dos AINE’s.
Analgésicos Opiáceos
• Analgésicos centrais, maiores ou narcóticos
caracterizam-se por:

– Selectividade para receptores específicos


– Analgesia de elevada intensidade
– Dependência
– Tolerância
Analgésicos Opiáceos
• Opiáceos
– Origem natural - morfina e codeína (ópio)
– Sintéticos - produzidos para reduzir os efeitos
indesejáveis da morfina
• Classificação
– Alcaloides do ópio - morfina , codeína
– Sintéticos -heroína, metadona, dextropropoxifeno,
meperidina (petidina), fentanilo, sufentanilo, alfentanilo
Analgésicos Opiáceos
• Classificação
– Agonistas-antagonistas - nalorfina, pentazocina,
ciclazocina
– Agonistas parciais- buprenorfina, nalorfina
– Antagonistas - naloxona, naltrexona
– Agonista puro - morfina, petidina, heroína, metadona,
codeína
Analgésicos Opiáceos
• Codeína ou metilmorfina
– alcaloide natural, dez vezes menos potente que a
morfina
– usa-se associado a AINE’s
– efeito analgésico em doses superiores a 30mg, produz
escassa euforia e sedação
– tem efeito antitussígeno eficaz no tratamento sintomático
da diarreia
Analgésicos Opiáceos
• Meperidina ou petidina
– potência analgésica inferior à morfina, nas mesmas
doses a sedação e depressão respiratória é igual à
morfina
– maior incidência de vómitos e hipotensão
– eliminação renal e acção convulsionante
– dois derivados deste fármaco, a loperamida e o
difenoxilato exercem acções nos tecidos periféricos e
utilizam-se como antidiarreicos
Analgésicos Opiáceos
• Naloxona e naltrexona
– antagonistas dos opiáceos
– utilizam-se para suprimir os efeitos tóxicos dos opiáceos
– a naltrexona difere da naloxona pelo facto de ser activa
por via oral
Analgésicos Opiáceos
• Farmacocinética
– via oral, intramuscular, intravenosa, subcutânea, epidural
ou espinal
– a codeína administrada por via oral apenas absorve 60%
da dose administrada por via parentérica
– por via intravenosa o efeito é mais rápido do que por via
intramuscular, que só fica disponível 30 minutos depois
da administração
Analgésicos Opiáceos
• Farmacocinética
– a duração de acção é de 3 a 7 horas
– a vida média é de 2 a 4 horas, excepto o caso da
metadona que é de 40 horas
– boa distribuição tecidular, atravessando a barreira
placentária e em pequena quantidade a
hematoencefálica (excepto a heroína e o fentanil)
– metabolização hepática e excreção renal
Analgésicos Opiáceos
• Interacções farmacológicas
– neurolépticos, antidepressivos, anestésicos e outros
depressores do SNC podem potenciar os efeitos
depressores da respiração e o efeito sedante
Analgésicos Opiáceos
• Que opiáceos escolher no tratamento da dor pós-
operatória

– codeína ou metilmorfina

– meperidina ou petidina
Analgésicos de Acção Central
• Clonixina

• Tramadol

• Nefopam
Analgésicos de Acção Central
• Clonixina
– efeito analgésico potente
– absorve-se bem por via oral e intramuscular
– não cria dependência
– baixa ligação às proteínas plasmáticas
– Baixa toxicidade e excelente tolerância
Analgésicos de Acção Central
• Tramadol
– analgesia muito intensa
– não deprime o centro respiratório e os efeitos sobre os
outros orgãos e aparelhos são discretos
– excelente absorção por via oral
– baixa ligação às proteínas plasmáticas
– pouco tóxico e muito bem tolerado
– os efeitos laterais mais evidentes são : sudação ,
náuseas e sonolência
Analgésicos de Acção Central
• Nefopam
– efeito analgésico muito intenso, de aparecimento rápido
e longa duração
– não causa depressão respiratória mas tem efeito
miorrelaxante
– absorção completa por via intramuscular e incompleta
por via oral
– baixa toxicidade,boa tolerância e os efeitos laterais mais
frequentes são: sudação e xerostomia
Analgésicos antipiréticos
• Derivados Para-Aminofenólicos

– Paracetamol

– Fenacetina
Analgésicos Antipiréticos
• Paracetamol e Fenacetina
– desprovido de efeito anti-inflamatório
– não é irritante gástrico nem interfere com as plaquetas
– diminutas interacções farmacológicas
– hepatotoxicidade ( alcoólicos e doentes hepáticos)
– vias de administração oral e rectal
Analgésicos Antipiréticos
• Paracetamol
...”A 3-day regimen of ibuprofen 600mg x 4 daily does not
offer any clinical advantages compared with a traditional
paracetamol regimen 1000mg x 4 daily with respect to
alleviation of acute postoperative swelling and pain after
third molar surgery.”
Moore et al. Cochrane Database Syst Ver. 2000;(2) : CD001547
Bjornsson GA,Haanaes HR, Skoglund LA. Br J Clin Pharmacology 2003 Apr;55 (4) :405-12
AINE’S
• Inibição da síntese das prostaglandinas (Cox’s)
• Produzem efeito anti-inflamatório e pelo menos um
dos efeitos antipirético e antálgico
• Os seus efeitos indesejáveis são variáveis de família
para família e mesmo, na mesma família de fármaco
para fármaco
AINE’s
• Porquê um AINES em Cirurgia oral?

– Dor;
– Edema;
– Trismo.
AINE’s
• Qual o AINES ideal?

– Potência;
– Duração de acção;
– Efeitos indesejáveis;
– Custo;
– Experiência do médico.
AINE’s
• AINE’s
– Compostos arilcarboxílicos
• salicilados
• diflunisal
• derivados do ácido antranílico
– Compostos arilalcanóicos
• derivados do ácido acético
• derivados do ácido propiónico
• outros
AINE’s
• AINE’s
– Derivados pirazolónicos
– Derivados do indol e do indeno
– Oxicans
– Inibidores selectivos da ciclooxigenase
AINE’s

NSAIDs

NSAIDs NSAIDs
sem selectividade COX2 com selectividade COX2
AINE’s
• Salicilados

– ácido salicílico
– salicilato de sódio
– salicilato de metilo
– ácido acetilsalicílico
AINE’s
• Salicilados
– eficazes na dor do tipo somático, musculoesquelética e
de pouca intensidade
– não produzem farmacodependência
– possuem efeito antipirético
– possuem acção anti-inflamatória atenuando apenas os
sintomas desta
– produzem alterações respiratórias apenas em doses
elevadas pelo aumento da produção de Co2
AINE’s
• Diflunisal
– tem uma vida média mais longa
– a sua acção antálgica é claramente superior à anti-
inflamatória
– menor incidência de efeitos laterais
– pode causar hipouricemia
Sisk al. Mosley RO, Martin RP., J Oral Maxilofac Surg. 1989 May; 47(5):464-8
Forbes JA et al. J Clin Pharmacol. 1982 Feb-Mar; 22(2-3): 89-96
AINE’s
• Derivados do ácido acético

– Diclofenac
– Alclofenac
– Fentiazac
AINE’s
• Diclofenac
– excelente efeito anti-inflamatório e antálgico
– efeitos laterais mais marcados são ao nível do tracto
gastroduodenal, pele e rim
– não está indicado em pacientes com patologia
gastroduodenal
– diclofenac de Na com misoprostol, maior segurança
gástrica, no entanto, está contra-indicado em mulheres
grávidas e não é recomendado durante o aleitamento
AINE’s
• Derivados do àcido propiónico
– Ibuprofeno
– Naproxeno
– Flurbiprofeno
– Ketotoprofeno (Dexketoprofeno Trometamol)
– Fenoprofeno
– Fenbufeno
AINE’s
• Derivados do ácido propiónico
– todos possuem acção analgésica, antipirética e anti-
inflamatória
– inibem a agregação plaquetária
– os efeitos laterais mais comuns são os digestivos, rash
cutâneo e neurológicos
– o mais indicado de todos é o ibuprofeno, pois apesar de
menos potente que o flubiprofeno e o Ketoprofeno,
apresenta menor toxicidade.O naproxeno apresenta
manif. neurológicas
AINE’s
• Oxicans

– Piroxicam

– Isoxicam
AINE’s
• Oxicans
– inibidores reversíveis das ciclooxígenases
– semi-vida plasmática muito longa
– acção analgésica, antipirética e anti-inflamatória
– irritação digestiva, incluindo a úlcera péptica
AINE’s
• Inibidores Selectivos da Ciclooxigenase

Nimesulida Etodolac Nabumetona


Meloxicam Rofecoxib Celecoxib
Valdecoxib Etoricoxib Parecoxib
AINE’s
• Inibidores Selectivos da Ciclooxigenase
– inibidores selectivos da Cox2
– efeito antálgico similar aos outros
– bom poder anti-inflamatório e antipirético
– reduzidos efeitos adversos, mesmo assim os gástricos e
cutâneos são os mais frequentes
– não há evidência clínica de interferência com os
fenómenos de coagulação
AINE’s
• Inibidores selectivos da Ciclooxigenase
– pode ser administrado a pacientes com problemas
respiratórios ou a fazer tratamento anticoagulante
– boa absorção oral, a rectal é menor cerca de 20%
– excelente distribuição pelos tecidos e elevada ligação às
proteínas plasmáticas
AINE’s
• Inibidores Selectivos da Ciclooxigenase
– os alimentos não interferem com a sua absorção
– seguro e eficaz em todas as idades
– baixa interacção farmacológica
Ciclooxigenase Selectivity of 20 NSAID’s
Adapted Feldman M.,Mcmahon AT., 2000
• NSAIDs Ratio• Reference
Flurbiprofen 10,27 4,20,21
Ketoprofen 8,16 4
Fenoprofen 5,14 4
Tolmetin 3,93 4,20
Aspirin 3,12 4
Naproxen 1,79 4,20,21
Ciclooxigenase Selectivity of 20 NSAID’s
Adapted Feldman M.,Mcmahon AT., 2000

• NSAIDs Ratio• Reference


Indomethacin 1,78 4,20,21
Ibuprofen 1,69 4
Ketorolac 1,64 4,20,21
Piroxican 0,79 4,20,21
Nabumetone 0,64 4,21
Etodolac 0,11 4,25
Ciclooxigenase Selectivity of 20 NSAID’s
Adapted Feldman M.,Mcmahon AT., 2000

• NSAIDs Ratio• Reference


Celecoxib 0,11 Cryer B, Feldman M, Unpublished data

Meloxican 0,09 21
Diclofenac 0,05 4,20,21
Nimesulida 0,04 4
Flosulida 0,02 20
Sc-58125 0,007 20,21
Ciclooxigenase Selectivity of 20 NSAID’s
Adapted Feldman M.,Mcmahon AT., 2000

• NSAIDs Ratio• Reference


L-745,337 0,004 23

•Expressed as the ratio of the 50% inibithory concentration of Cox2 to the 50% inibithory
concentration of Cox1 in whole blood. NSAID’s with a ratio 1 indicated selectivity for Cox2

º If more than one study determined a ratio, the median ratio was used
AiNE’s
• “...studies on the activity of NSAIDs on the isolated
human Cox isoenzymes and in the human whole
blood assay must be complemented by the analysis
of inhibition prostaglandin biosynthesis in diferent
tissue.”

Engelhardt,96
AINE’s

Hidrocodeína +ibuprofen
Kolesnikov YA et al. Anesth Analg. 2003 Dec; 97(6):1721-3
Diclofenac>Paracetamol
Kubitzec F et al. J Orofac Pain. 2003 Summer;17 (3) :237- 44
Diclofenac=Ibuprofen
Grebe W et al. Clin Ther. 2003 Feb;25 (2) :444- 58
Rofecoxib>Diclofenac
Chang DJ. Clin Ther. 2002 Apr;24 (4) :490-503
Ibuprofen>Celecoxib
Doyle G et al. J Clin Pharmacol. 2002 Aug;42 (8) :912-9
Tramadol+Paracetamol=Hidrocodeína+ Paracetamol (TP melhor tolerado)
Fricke JR et al. Clin Ther. 2002 Jun; 24 (6) :953-68
AINE’s

Ibuprofen=Paracetamol
Bjornsson GA et al. Br J Clin Pharmacol. 2003 Apr; 55 (4) :405-12
Paracetamol+Codeína
Moore A. Cochrane Database Syst Ver. 2000; (2) : Cd001547
Rofecoxib>Celecoxib
Malmstrom K et al. Clin Ther. 1999 Oct; 21 (10) : 1653-63
Aspirin=Diclofenac
Bailley BM et al. Int J Oral Maxillofac Surg. 1993 Aug; 22 (4) : 238-41
Nimesulida>Ketoprofen
Pierleoni P et al. Drugs. 1993; 46 Suppl 1:168-70
Nimesulida >Naproxen
Ferrari Parabita et al. Drugs. 1993; 46 Suppl 1:171- 73
AINE’s

Nimesulida+Cyclodextrin>Nimesulida
Scolari G et al. Int J Clin Pract. 1999 Jul-Aug; 53 (5) : 345-8
Valdecoxib>Rofecoxib
Fricke J et al. Am J Ther. 2002 Marc-Apr; 9 (2) :89-97
Dexketoprofen Trometamol>Dipyrone
Bagán JV et al. J Clin Pharmacol, 1998;38:55S-64S
Diflunisal>Panadeine ou Etodolac
Comfort MB et al. Aust Dent J. 2002 Dec ; 47(4) :327-30
Corticosteroides
• Glucocorticoides
– afectam o metabolismo dos h. carbono, proteínas e lípidos
– Cortisol e corticosterona
– acção anti-inflamatória, imunossupressora e quase desprovidos de
acção mineralocorticoide
• Mineralocorticoides
– metabolismo da água e electrólitos
– aldosterona
Corticosteroides
• Glucocorticoides
– produzidos no córtex da suprarrenal com regulação da
ACTH, que por sua vez é regulada pelo factor
hipotalâmico (CRF)
– acção farmacológica
– acção metabólica
– acção inibidora da secreção de ACTH e CRF
– acção anti-inflamatória e imunossupressora
Corticosteroides
• Glucocorticoides e acções adversas
– acções tóxicas relacionadas com doses elevadas e
tratamentos prolongados
– acções resultantes da interrupção abrupta do fármaco
após tratamento pelo menos superior a uma semana
Corticosteroides

Para tratamentos inferiores a uma semana são raros os


efeitos adversos, mesmo com doses farmacológicas,
entendendo-se por doses farmacológicas doses superiores
duas e três vezes às doses fisiológicas.

Misch CE, Moore P. Int J Oral Implantol. 1989;6(1) : 27-31.


Corticosteroides
• Glucocorticoides e acções adversas
– acção anti-insulínica
– efeito ulcerogénico
– efeito catabólico proteico - fraqueza muscular e atrofia
– atrofia e formação de estrias da pele
– atraso na cicatrização
– redistribuição dos á. gordos com a formação do efeito
de pescoço de búfalo
Corticosteroides
• Glucocorticoides e acções adversas
– destruição da matriz óssea, com osteoporose e
esmagamento dos corpos vertebrais
– perturbações menstruais com amenorreia frequente
– as cataratas são uma perturbação não rara e irreversível
– insónias e estado depressivo
Corticosteroides
• Glucorticoides e efeito anti-inflamatório
– diminuem a permeabilidade vascular,aumentam a
resistência capilar, potenciam a acção vasoconstrictora
da noradrenalina
– diminuem a acção local da histamina, deprimem a
migração das células inflamatórias e diminuem a
agressão das toxinas às células
Corticosteroides
• Glucorticoides e efeito anti-inflamatório
– Edema
– Dor local
Dionne RA et al. J Oral Maxillofac Surg. 2003 Sep; 61 (9) :997-1003
Esen E et al. J Oral Maxillofac Surg. 1999 Oct; 57 (10) : 1201 6;discussion 1206- 8
Schmelzeisen R, Frolich JC. Eur J Clin Pharmacol. 1993; 44 (3) :2757
Baxendale BR et al. Anaesthesia 1993 Nov; 48 (11) :961- 4
Neupert EA et al. J Oral Maxillofac Surg. 1992 Nov; 50 (11) : 1177-82;discussion 1182-83
Gersema L, Baker K. J Oral Maxilofac Surg. 1992 Mar; 50(3) :270-7
Montgomery Mt et al. J Oral Maxillofac Surg. 1990 Feb ; 48 (2) : 179-87
Corticosteroides
• Corticoterapia

– Dexametasona
– Betametasona
– Metilprednisolona
– Deflazcort
Corticosteroides
• Corticoterapia
– Dexametasoma----------------Betametasona
– 8mg 6,4mg
– 12mg 9,6mg
– 16mg 12,8mg
Corticosteroides

• Corticoterapia
– Dexametasoma----------------Metilprednisolona
– 8mg 43mg
– 12mg 64mg
– 16mg 85mg
Corticosteroides
• Corticoterapia
– Dexametasoma-----------------Deflazcort
– 8mg 53mg
– 12mg 80mg
– 16mg 106mg
Corticosteroides
• Vida Média dos Corticoides

– Metilprednisolona 18-36h
– Deflazcort 18-36h
– Dexametasona 36-54h
– Betametasona 36-54h
Corticosteroides
• Oralmente devem ser tomados 4 h antes
• O período de toma deve estender-se por três dias
• V. Endovenosa imediatamente antes da cirurgia
• Via intramuscular 30 minutos antes da cirurgia, ou antes se
num músculo perto do local cirúrgico ( Ex: Masseter 3º
molar impactado)

Você também pode gostar