Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
RELATÓRIO DE ESTÁGIO
SUMÁRIO
1. Introdução ........................................................................................................... p. 5
Apêndice.............................................................................................. p.28
4
1. INTRODUÇÃO
O estágio de observação das aulas de Língua Portuguesa foi realizado na Escola Pública
de Educação Estadual Governador César Cals de Oliveira Filho, localizada na rua Juscelino
Kubitschek, no bairro Alto São Francisco, na cidade de Quixadá. Atende estudantes do 1°ano
ao 3°ano do Ensino Médio dos mais diversos bairros e localidades, dentre elas: Centro, Lagoa
da Pedra, Campo Velho, Campo Novo, Riacho Verde, Alto São Francisco, Várzea da Onça,
Café Campestre, dentre outros. As aulas na escola de tempo integral iniciam-se às 7h20min e
encerram-se às 17h.
Quanto ao fardamento dos alunos é obrigatório a blusa da escola, mas a calça pode ser
jeans ou não, sendo proibido o uso de short, não é obrigatório o uso de sapatos e os alunos não
possuem fardamentos para a prática de atividades físicas.
O nosso primeiro contato com a instituição ocorreu durante a visita de reconhecimento
em que foi observado vários aspectos da estrutura, dos quais apresentaremos a seguir.
Aspectos físicos gerais:
A escola possui 14 salas de aula, sendo uma dessas construída esse ano para poder
receber os alunos no período integral, sendo ocupada pela turma do terceiro ano. A escola
passou por algumas modificações no início do ano, foram feitas pinturas das salas, portões e
cantina. Entretanto, o conserto da instalação elétrica da quadra não foi incluído nessa “reforma”.
As salas são todas climatizadas, mas em algumas delas o ar-condicionado não funciona, devido
ao mau uso dos alunos que colocam papel dentro do climatizador, sem se dar conta que
prejudicam a si mesmos, principalmente se considerarmos que os recursos para educação são
escassos. Também há salas sem energia elétrica e outras com algumas das lâmpadas queimadas.
De toda a escola, somente duas salas estão apropriadas para funcionar corretamente em termos
de estrutura, entretanto o ar-condicionado delas não é de qualidade e isso as torna bastante
quente por não terem janelas e serem forradas.
Além disso, a escola possui laboratório de biologia e química, os dois na mesma sala,
onde encontram-se diversos equipamentos da área, como frascos, esqueleto, lupa, alguns
reagentes e bancos suficientes para acomodar os alunos. Há ainda uma mesa ao centro, de
mármore, e em volta balcões e um armário onde guardam alguns materiais.
Já o laboratório de informática possui 45 computadores, todos conectados à internet e
funcionando bem, há um birô para o professor, dois armários para guardar material da sala,
cadeiras e mesas para todos. É importante ressaltar que o lugar onde os computadores se
encontram é totalmente improvisado, os PCs ficam em mesas de madeira, enquanto os teclados
5
e mouses ficam em mesas de plástico logo abaixo dos PCs. Os dois laboratórios são
climatizados.
A instituição conta ainda com uma sala de multimeios/ biblioteca e nela podemos
observar diversos paradidáticos e livros de diversas áreas, livros literários e de diversos gêneros,
além de dicionários de várias línguas. A sala é climatizada, com um único ar-condicionado, é
bastante bem iluminada e possui mesas e cadeiras para os alunos e um balcão onde fica o
material das duas funcionárias que são responsáveis por cuidar do espaço e ter o controle dos
livros emprestados aos alunos. É importante destacar que pouquíssimos educandos cultivam o
hábito de pegar livros para leitura, que não são obrigatórios para a realização de atividade, ou
seja, com isso, podemos notar que a atividade de leitura é vista como algo obrigatório do
currículo escolar e não como uma atividade prazerosa.
A cozinha da escola não atende às exigências da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (ANVISA) e não segue o Prática Operacional Padrão (POP), por exemplo a sua
localização próxima ao banheiro feminino, algo que além de não ser apropriado é proibido por
lei, as paredes não são completamente revestidas de cerâmica e podemos observar que estavam
sujas e precisando de pintura. Além disso, as cozinheiras não higienizam as mãos da forma
correta e não usam os Equipamentos de Produção Individual (EPIs). Vemos aqui a necessidade
do desenvolvimento de projetos que pudessem ao menos ensinar aos funcionários regras básicas
de higiene, algo que é totalmente necessário e ignorado pela instituição.
Já a sala da coordenação é estruturada da seguinte maneira: com duas mesas e
computadores individuais para cada uma das duas coordenadoras. Ao lado da coordenação
temos a sala da direção, que contém o computador do diretor, uma televisão e um computador
para a funcionária que é responsável pelo setor financeiro da escola. Logo a frente encontra-se
a secretaria, que contém cinco computadores, dos quais um deles não funciona, a impressora e
uma televisão usada pelos funcionários da secretaria.
O almoxarifado é uma sala bastante grande e cheia de coisas, algumas delas bastante
velhas e sem funcionalidade, guarda computadores antigos e televisões, os quais não
funcionam, materiais escolares como TNTs, resmas, tinta, etc.
A sala dos professores é bastante pequena, tem uma mesa ao centro, que ocupa a maior parte
do espaço, rodeada de cadeiras, possui armários para todos os professores, e um armário para
guardar os projetores, dos quais nove funcionam e estão disponíveis para uso em sala, há
também três caixas de som. um gelágua e um sofá.
Os banheiros masculinos e femininos ficam ao lado da cantina, como já comentamos
não ser apropriado, cada banheiro conta com 4 boxes e possui 2 chuveiros, suas paredes são
6
riscadas com mensagens, o boxe feminino possui manchas de batom e os dois geralmente tem
um forte cheiro de urina, o que sinaliza uma falha na limpeza.
A quadra da escola necessita de reformas e pintura, é bastante grande e possui
arquibancadas, mas não tem rede para jogos de basquete o que impossibilita essa prática. Em
volta da quadra há muito mato e alguns animais de rua como gatos e cachorros, que convivem
com os alunos, vemos aqui uma problemática pois esses animais podem ser transmissores de
doenças.
Existe ainda uma sala destinada à rádio da escola, que funciona no horário de intervalo
do almoço. Um dos alunos assume a função de radialista, ele coloca músicas para tocar na
escola, manda mensagens para os alunos, aviso etc. A sala possui microfone, uma mesa de
controle de som, a mesa do radialista e é climatizada.
Dos aspectos físicos das salas de aula:
1° D: A turma é composta por 42 alunos e há cadeiras adequadas para o tamanho de
todos. A sala é climatizada, as luzes funcionam, nas paredes há algumas fotos deles com a
diretora de turma e com outros alunos, e há também um cartaz parabenizando a turma por ter
sido a melhor dos primeiros anos, do semestre anterior. Um ponto negativo observado é que a
sala possui somente duas tomadas.
3º B: A turma é composta por 40 alunos e há cadeiras adequadas para o tamanho de
todos. A sala possui quatro lâmpadas, responsáveis pela iluminação, das quais uma delas está
queimada, um armário que os alunos utilizam para guardar livros, é climatizada e conta com
dois ar condicionados que funcionam bem. No início do estágio a sala era tematizada com
cartazes e desenhos da escritora Conceição Evaristo, ao final das observações eles foram
removidos das paredes para organização de um outro projeto “A Feira das Profissões”.
Dia Observação/ Início da aula Final da aula
Regência
01/09 Observação 8h50 10h40
05/09 Observação 9h10 11h00
12/09 Regência 9h10 11h00
15/09 Regência 9h10 11h00
19/09 Regência 9h10 11h00
22/09 Regência 9h10 11h00
23/09 Regência 10h10 11h00
29/09 Regência 09:10 11:00
7
9º a
Dia Observação/ Início da aula Final da Aula
Regência
alunos comentassem suas respostas e citassem exemplos, apenas alguns poucos participaram.
Na sequência, ela explicou quais os tipos de substantivos existentes, como próprio, comum;
primitivo, derivado; simples ou composto; concreto e abstrato; flexão de gênero; flexão de
número; flexão de grau, sempre citando exemplos. Solicitou que eles copiassem os esquemas
que tinham nos slides para quando precisassem rever algo do conteúdo e isso levou um bom
tempo da aula, pois alguns alunos estavam conversando e assim demorando para copiar.
No segundo momento, logo após concluir as explicações, a professora colocou duas
músicas para os alunos a primeira, Morena do cantor Nattanzinho e a segunda, com o mesmo
título Morena do cantor João Gomes, que atualmente são dois dos cantores mais ouvidos pelos
jovens, eles teriam que identificar os substantivos presentes nas letras das canções e que
estabelecesse um comparativo entre as duas composições. Os alunos notaram que apesar de
falar sobre uma determinada mulher, “a morena”, identificada por eles como substantivo, as
duas músicas traziam abordagens e representações diferentes. Relataram haver sempre uma
valorização das mulheres morenas nas letras de João Gomes enquanto na canção de Nattan a
mulher morena é uma loira. Isso levantou uma pauta de discussão sobre exclusão e
inferiorização de mulheres. Quando os alunos ainda debatiam o assunto, a aula terminou.
Acreditamos que a regente tentou fazer uma abordagem do ponto gramatical de maneira
diferente para atrair a atenção dos alunos, o que é algo positivo pois vemos aqui uma tentativa
de fugir do ensino tradicional, sobretudo relacionado à gramática.
Aula dia 06/09
Habilidade: EF35LP14
A aula iniciou-se às 13h20min com a frequência dos alunos, enquanto a professora fazia
a frequência, alguns alunos organizavam as cadeiras das salas que estavam muito bagunças e
fora de fila. Após concluir a chamada, ela disse que iria passar para a líder de sala um esquema
que tinha feito para a aula daquele dia, pois haviam faltado muitos alunos. A professora
escreveu o esquema no quadro cujo era “Pronomes” e pediu para que eles fossem copiando nos
cadernos. Todos estavam calmos copiando, depois de concluir ela explicou o que era pronome
e os tipos (pronome pessoal; pronome possessivos, pronomes demonstrativo, pronomes
interrogativos, pronomes relativos, indefinidos) explicou os conceitos e deu exemplos, sem
questioná-los se tinham alguma dúvida sobre o conteúdo. Dada esse momento, ela citou alguns
erros comuns como o uso do “eu” e “mim”, falou também sobre a ambiguidades com pronomes
possessivos dizendo que algumas formas flexionadas de pronomes podem deixar o leitor
confuso e exemplificou. Durante a explicação, os alunos estavam atentos na aula e não
conversavam, até por estarem em pequena quantidade, ela perguntou se havia ficado alguma
9
dúvida, eles disseram que não. Em seguida, passou o exercício do livro didático da página 172
sobre o ponto gramatical para os alunos responderem e orientou que aquela atividade deveria
ser realizada de forma individual, só que um dos meninos havia esquecido o livro e ela permitiu
que ele fizesse em dupla.
Os alunos começaram a ler o texto da questão e algumas questões iniciais, mas não deu
tempo de terminar a atividade em sala de aula, por isso ela pediu para que terminassem em casa
que ela corrigiria na aula seguinte.
Ao concluir esse momento, iniciaram a resolução das questões do material de apoio, na primeira
questão, a professora leu e pediu para que todos comentassem a resposta da questão e assim por
diante com todas as questões, de forma que construíram juntos as respostas coletivas.
pois além do exemplo ser pertinente, o seu conteúdo abordava uma temática extremamente
necessária e conhecida pelos alunos, gerando, assim, bastante discussão.
Adentrando no texto, ela perguntou qual deles conhecia o caso da atriz Klara Castanho,
somente dois alunos afirmaram nunca ter ouvido falar. Uma das alunas resumiu o caso para a
turma, depois a tutora pediu para eles lerem o texto e comentassem, a maioria opinou que “a
intenção da internet era boa, mas tinha um lado negativo, poderia acabar com vidas”, cada um
conversou bastante sobre isso, citou exemplos como Luisa Sonza, dentre outras pessoas
públicas que sofrem constantemente com ataques de ódio na internet.
Depois grifaram no texto as conjunções, parando para pensar o seu uso e função dentro
do texto. Em seguida, iniciaram as questões de compreensão da atividade. A tutora lia as
questões, os alunos respondiam e partilhavam suas respostas com o grupo. Essa metodologia
exigiu mais tempo, tanto que não foi possível concluir, entretanto podemos observar uma maior
participação e eficácia para os alunos, no processo de ensino-aprendizagem.
não retornaram para a aula, mas a professora passou uma atividade do livro que tratava sobre
web quadrinhos, perguntou o eles sabiam sobre, se já tinham ouvido falar, depois explicou sobre
gifs, figurinhas e memes.
Aula do dia 23
Habilidade: EF15LP14, EF15LP01
A aula começou às 10h10min com a frequência da turma, a professora não deixou
alguns alunos entrarem em sala porque elas haviam saído na aula anterior sem razões, apenas
não queriam assistir a aula de outra professora para ficar andando nas dependências da escola.
Nessa aula foi trabalhado o Saber 2 novamente, pois segundo ela, os alunos ainda pareciam ter
muita dificuldade em relação a este e o mesmo seria cobrado na prova bimestral.
Desta forma, foi escolhido trabalhar o texto “As seis da tarde” de Marina Colassanti,
como pré-leitura ela perguntou aos alunos o que eles costumam fazer as seis da tarde, alguns
falaram que jantam, tomam banho, estão chegando em casa, se arrumam para ir treinar etc. A
partir daí, ela perguntou sobre o que eles achavam que se trataria o texto, observando o título,
alguns falaram que seria sobre as coisas que as pessoas fazem quando chegam do trabalho ou
escola.
Dando início ao texto, a professora pediu para que eles fizessem uma leitura paragrafada
do texto, enquanto ela solicitava que eles fizessem paradas em determinados pontos para que
fossem comentados e interpretados. Ela questionou o porquê das mulheres chorarem no
banheiro, alguns afirmaram que é o único local em uma casa onde a pessoa tem privacidade
para chorar, outros falaram que é pq chorar debaixo do chaveiro era muito bom, muitos alunos
participaram e deram suas opiniões, entraram em um debate sobre colocar suas emoções para
fora ou reprimi-las.
Dada a continuidade da leitura e as pausas, a professora mais uma vez questionou aos
alunos, porque a mãe do poema tinha tudo, dado pelo marido, e mesmo assim ela chorava, eles
falaram que talvez o marido não a tratasse bem, não tivesse amor, ela não estava seguindo os
sonhos dela, talvez ela tenha deixado a vida dela de lado para ser mãe, etc, debatendo sobre as
mães que trabalham e cuidam da família e aquelas que só cuidam da família.
Assim ela deu início às questões do livro sobre interpretação de texto, pediu para que
eles marcassem no caderno a alternativa correta e em seguida fez a correção comentada.
A aula iniciou às 13h20min, com a frequência dos alunos, logo em seguida a professora
anunciou que aquele dia seria destinado às correções de atividades no caderno, pois se não
houver uma atribuição de nota pela atividade de sala e de casa os alunos não respondem os
exercícios. Enquanto ela corrigia os cadernos, alguns estudantes respondiam questões ali
mesmo, copiando as respostas pelos colegas que haviam feito, também notamos que ao entorno
da professora tinha um grupinho de alunas que estavam conversando com ela assuntos
paralelos.
Já os alunos que sentam-se no fundo da sala faziam a atividade atrasada, conversavam
ou mexiam no celular. Depois das correções, a regente disse que iria dar continuidade na aula
com o assunto Verbos colocando os educandos para resolver a atividade que não tinha dado
tempo de ser respondida na aula anterior. A sala estava bastante dispersa e conversando
bastante, os alunos entravam e saíam constantemente.
3B
Aula do dia 02/09
Habilidade: EF12LP04, EF15LP03
A aula começou com a frequência dos alunos, nesta todos estavam presentes, e havia
ainda, um aluno de outra turma que pediu para assistir a aula e a professora permitiu. Após a
frequência dos alunos, a educadora apresentou para a turma as estagiárias e disse que iríamos
passar um tempo observando as aulas. Para dar início disse que iria trabalhar a metodologia do
círculo de leitura e explicou cada função, além dos objetivos da aula através de slides.
Depois dividiu a turma em grupos e destinou uma função para cada membro, foram no
total 5 grupos. O texto foi trabalhado, pertence ao material Foco na Aprendizagem e era um
trecho da música de Gabriel, O Pensador “ A cura tá no coração”, que falava sobre o período
de pandemia e o isolamento social. Eles realizaram a leitura do conto entre si, ela ficou
diretamente acompanhando um grupo, pois um dos alunos não sabia ler, então ela foi ajudando-
o a compreender o texto, pois ele havia ficado responsável pela função de conector. Ao concluir,
acompanhou outros grupos para poder explicar algumas dúvidas que surgiam, eles levaram
bastante tempo para realizar a leitura, a interpretação e para finalizarem suas funções,
principalmente quem havia ficado com a ilustração pois estava desenhando e quem ficou com
a conexão. Após terminar o tempo que havia sido estipulado, os grupos foram apresentar suas
funções e durante a discussão, os educandos afirmaram ter se identificado com a música
escolhida pelo conector X, pois na pandemia tiveram que ficar em isolamento com a família.
14
Eles começaram com a leitura do texto, em um dos grupos uma das integrantes fazia a
leitura do texto em voz alta, de forma que todos podiam ouvir e acompanhar, já nos demais
alguns integrantes faziam a atividade por conta própria, sem interagir com os colegas de equipe.
Enquanto eles faziam a atividade, a estagiária passava nos grupos perguntando se havia dúvidas
e motivando a participação de todos. Nesse momento foi possível observar que dois alunos
tinham dificuldade de leitura,
A turma em geral confessou ter gostado de realizar a atividade, sendo possível perceber
isso pela participação ativa deles. Na hora de compartilhar as perguntas com a classe, cada
membro do grupo falava o que haviam respondido, e essa dinâmica se repetiu em todas as
equipes.
um deles fizesse a leitura em voz baixa e tentassem compreender as regras ali presentes. Durante
a leitura, os grupos estavam pensando em quais palavras usariam para realizar o jogo, palavras
que consideravam difíceis para que as outras equipes tivessem dificuldade de descobrir, assim
alguns chamavam a estagiária para perguntar se determinados termos poderiam ser usados.
Após o prazo de tempo ter se encerrado, chegou a hora de realizarem uma dinâmica e
observar se de fato todos haviam aprendido as regras do jogo. Foi decidido que seria um grupo
contra outro, já que havia 4 grupos, durante a realização da dinâmica, eles participaram bastante
e se comportaram, até mesmo aqueles membros que não faziam parte dos grupos que estavam
disputando. O tempo foi suficiente para que todas as equipes participassem e observamos que
todos compreenderam e seguiram as regras determinadas. Para concluir a aula ela solicitou que
os menos produzissem um manual de instrução sobre qualquer coisa que querem, alguns
fizeram sobre como formatar um celular, se tornar um SocioVozão, como colocar uma
camisinha feminina e masculina, receita de bolo, como seguir a fé cristã. Todos participaram.
depois cada um deveria fazer uma interpretação geral do texto e comentar a sua
intencionalidade.
Em seguida, pediu opiniões aos alunos sobre o que seria trabalhado na sequência eles
responderam que seria algo relacionado a variação regional ou as mudanças que ocorrem na
língua de acordo com a classe social. A estagiária explicou o que era variação linguística e seus
tipos: variações diatópicas (geográficas), variações diacrônicas (históricas), variações
diastráticas (grupos sociais), variações diafásicas (formal x informal). Além de falar sobre
preconceito linguístico. Enquanto explicava todos esses pontos dava exemplos com charges e
situações comuns do dia a dia.
Como atividade para identificar se haviam de fato aprendido, os levou para o laboratório
de informática, para também inserir a tecnologia já que é algo que a BNCC recomenda. Falou
sobre o gênero meme, e todos falaram que já conheciam, então pediu para ligarem os
computadores no site “Gerarmemes.com” e os instruiu a criar memes com as variações
linguísticas estudadas. Todos os alunos gostaram bastante, e a professora da turma que estava
observando a aula disse que iria trabalhar essa aula com outra turma e que havia gostado muito
do site.
3B
Aula do dia: 28/10
Habilidade: EF67LP38
Nesta aula, após iniciar com a frequência e a estagiária regente (Ingrid Karen) explicou
que iria trabalhar figuras de linguagem, mas antes disso para que eles tivessem uma melhor
compreensão teria que explicar o que era conotação e denotação. Ela utilizou slides para realizar
as explicações, os slides continham conceitos gramaticais e exemplos com textos verbais e não
verbais, as figuras de linguagens trabalhadas foram: metáfora, hipérbole, eufemismo,
personificação, catacrese, ironia, pleonasmo, entre outras. Nos slides havia exemplos variados
e situações comuns do cotidianos para explicar cada uma das figuras, os alunos estavam
bastante atentos e gostando bastante da aula. Nesta aula ela concluiu a explicação teórica do
assunto e o exercício prático ficou para a aula seguinte.
Aula do dia: 31/10
Habilidade: EF67LP38, EI03TS03, EI03EF09
A aula iniciou-se como de costume com a frequência dos alunos, em seguida a
professora deu alguns avisos e a estagiária comunicou que daria continuidade a aula de figuras
de linguagem, nesta ela elaborou um exercício que consistia em letras de músicas com figuras
20
de linguagens para que os estudantes pudessem ouvir e identificar qual figura estava sendo
utilizada em determinados trechos. Antes de iniciar o exercício, ela fez uma revisão do conteúdo
e depois distribuiu as cópias da atividade para os alunos, depois colocou na caixa de som cada
uma das músicas selecionadas, todos ouviam e anotavam qual figura estava presente ali. Depois
de ouvirem todas as músicas e responderem, eles realizaram uma correção coletiva e discutiam
os erros, que foram poucos. Observamos que a compreensão dos alunos foi muito boa, pois a
maior dificuldade dos mesmos era em saber o nome da figura de linguagem, eles se referiam
da seguinte forma: “aquela que tenta suavizar”, “aquela que expressa exagero” etc.
Considerações finais
A realização do Estágio III foi bastante importante e necessária para nossa formação
docente, pois nos possibilitou observar e colocar em prática toda a teoria que vimos durante a
graduação. Se faz necessário termos vivências da realidade do ensino, principalmente do ensino
público para que possamos nos preparar para para o público de alunos que iremos atender, e as
limitações que essa rede de ensino tem.
A partir da experiência vivida, observamos que a graduação trabalha diversas teorias de
ensino, mas muitas fogem a realidade dos alunos. Também não nos prepara para algumas
situações problemáticas que surgem no ensino, como casos como depressão, mutilação,
gravidez, tráfico, assédio, bullying, ameaças, prisão, problema com a família, homofobia,
doenças sexualmente transmissíveis etc. A realidade do ensino é que muitas vezes o professor
tem que se adaptar ao que o aluno quer, do contrário sofre com rejeição, falta de colaboração e
até mesmo com situações ainda mais desagradáveis e a universidade não nos prepara para isso,
para essas vivências.
A escola atende a um público de alunos bastante diverso, observamos que existe um
olhar preconceituoso e de marginalização por parte dos alunos e também da comunidade, essa
inferiorização é notável quando por diversas vezes os mesmos estabelecem comparativos com
outras escolas, se colocando em posições bastante negativas.
Dentro da instituição, foi observado diversos tipos de realidades de alunos, desde um
aluno do 1º ano que teve que largar os estudos, pois seria pai, havia perdido a mãe e pai, e tinha
que criar o futuro filho e dois irmãos, até alunos laudados que não tem nenhum
acompanhamento. Como também na turma do terceiro ano que um aluno desistiu por não saber
ler e se sentir incapaz de aprender, então preferiu trabalhar para ajudar em casa, além de
diversos outros tipos de realidades que tivemos contato.
Então essa experiência ao mesmo tempo que foi positiva foi também desafiadora, pois
vimos a importância que um professor tem de não se importar somente com o conteúdo do
21
ensino, como também com o socioemocional dos seus alunos, contudo para isso precisamos ter
uma formação que nos possibilite lidar com esses desafios.
Um lado positivo sobre a direção da escola é que são bastante presentes na vida dos
alunos, principalmente o diretor, que tenta ter um contato bastante próximo com todos. Ele
conhece a história de vida de seus alunos e busca ajudar, conversar e aconselhá-los, muitos
veem a figura do diretor como a figura de um pai e isso foi algo interessante de se observar,
pois ele conquistou o respeito e o carinho dos alunos os ouvindo e sendo amigo deles.
Sobre nossas aulas de regências buscamos seguir algumas das habilidades da BNCC e
o conceito da DCRC de aproximar o contexto social dos alunos ao conteúdo trabalhado nas
aulas. Assim, na hora de trazer exemplos seja sobre variação linguística, sobre figura de
linguagem ou manual de instrução, buscamos trazer e fazer com que eles nos dessem exemplos
da comunidade deles, das famílias deles, do dia a dia e isso fez com que os aproximasse com o
conteúdo ensinado.
Além disso, buscamos também trabalhar com o ensino de tecnologia, dentro das nossas
possibilidades, pois, atualmente, este é um dos conteúdos indispensáveis para a formação dos
alunos. Percebemos que muitos alunos não têm o letramento digital necessário para utilizar
essas ferramentas, então tivemos que ensinar. Algo interessante que observamos é que os
estudantes disseminam os conhecimentos adquiridos, aquilo que aprendem ensinam aos outros
colegas.
Quanto às competências gerais da educação notamos que as que foram de fato
trabalhadas com os alunos durante o período de observação, foram as seguintes: a de número
1, que procura desenvolver e valorizar o senso crítico(ao relacionar suas vivências com a
realidade social, cultural e digital); a de número 3, quando valoriza as várias manifestações
artísticas presentes(com as músicas trabalhadas em sala); a de número 4, quando busca
desenvolver as linguagens verbais e orais, sonoras e digitais; a de número 6, ao tratar dos
saberes culturais e vivências para relacionar a conflitos e realidades ligadas ao mundo do
trabalho; a de números 9, pois durante todo o período de observação notamos práticas de
empatia, diálogo e cooperação, além do respeito e inclusão as diversidades; e a de número 10,
quando notamos autonomia no agir coletivamente e individualmente, valorizando as decisões
democráticas na realização de atividades, sobretudo as que foram feitas em equipes.
Diante do exposto, podemos concluir que as experiências obtidas através do estágio de
observação e regência, acrescentaram conhecimentos e saberes múltiplos, de ordem prática na
nossa formação profissional. Tivemos ao longo desse tempo uma experiência gratificante e
22
prazerosa, uma vez que fomos bem acolhidas e que obtivemos bons resultados, resultante da
troca de saberes e interações construídas, tanto com os educadores quanto com os educandos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
BOGO, Fidêncio. Nois mudemo. 2011. Disponível em:
http://fidenciobogo.blogspot.com/2011/05/conto-nois-mudemo.html. Acesso em: 18 de
dezembro de 2022.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018.
Brasília: MEC/SEB/Inep, 2008. BRASIL. Ministro da Educação. Secretaria de
Educação Básica. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos do Ensino
Fundamental: língua portuguesa. Brasília: MEC/SEF, 1998
CARMI. Ferraz Santos; Mendonça Márcia; Cavalcanti Marianne C.B. Diversidade
textual: os gêneros na sala de aula. 1.ed., 1. reimp. — Belo Horizonte: Autêntica , 2007.
CEARÁ. Secretaria de Educação do Estado do Ceará. Documento Curricular de
Referência do Ceará: educação infantil e ensino fundamental/Secretaria de Educação do
Estado do Ceará. - Fortaleza: SEDUC, 2019.
SANTOS, Leonor Werneck. RICHE, Rosa Cuba. TEIXEIRA, Claudia Souza. Análise
e produção de textos. São Paulo: Contexto, 2013.
Vários Autores. Gabarito e Aprovados. Enem, Concurso e vestibular 5.000
questões. São Paulo: Rideel, 2013.
23
ANEXOS:
PLANO DE AULA 1º ano
1. IDENTIFICAÇÃO
Série de Hora(s)/aula(s):
aplicação: 1 ano 2h/a
3. PROCEDIMENTOS:
1. IDENTIFICAÇÃO
Série de Hora(s)/aula(s):
aplicação: 1 ano 2h/a
• Compreender as Projetor
Refletir sobre a língua e variações da Slides
suas variações língua;
Xerox
• identificar os
tipos e níveis de Computador
variações
linguísticas no
gênero meme;
• usar a linguagem
com autonomia e
sem preconceitos.
3. PROCEDIMENTOS:
2. PLANO:
Objetivos: Conteúdo: Recursos utilizados:
• Quadro
Compreender os sentidos e usos da linguagem Conotação e Branco
em dentro de diferentes contextos; denotação • Impressões
• Pincel
Identificar as figuras de linguagem presentes em Figuras de • Slides
nosso dia a dia; Linguagem • Caixa de
som
Perceber a intencionalidade por trás de cada • Projetor
sentença/texto;
3. PROCEDIMENTOS:
INTRODUÇÃO (da DESENVOLVIMENTO (da aula): CONCLUSÃO (da
aula):
• Questionar aos Explicar o que é conotação e Distribuir as impressões com
alunos se eles denotação, através de slides trechos de canções que
sabem o que é exibindo os conceitos e serão usadas, para que os
conotação, exemplos. alunos escutem a música e
denotação e identifiquem por meio do
27
APÊNDICES:
Suprimentos da escola
Direção
Sala do terceiro B
Banheiro masculino
2
Faixada da escola:
Banheiro masculino
banheiro feminio:
Secretaria:
Multimeios/ biblioteca
Multimeios/ biblioteca
Quadra poliesportiva
Cozinha
4
Palestra do Raio
Ameaça de massacre
5
6
7
8
9
10
11