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Top Picks

Research

Carteira Mensal
De Ações
Top Picks

METODOLOGIA
Carteira composta por 10 ações de empresas que
tem como objetivo superar o desempenho do
Ibovespa no longo prazo. Essa carteira visa a
alocação de recursos em empresas sólidas, com
bons fundamentos e alto potencial de retorno. A 01 Junho de 2020
dinâmica de trocas acaba sendo mais estática.

01 de Junho de 2020 www.guide.com.br 1


Top Picks
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Victor Beyruti Guglielmi


Cenário Macroeconômico vbeyruti@guidelinvestimentos.com.br

Introdução

Ativos de risco repetiram a dinâmica altista verificada em abril durante o mês de maio. Ao fim do mês, o índice Vix havia voltado a operar abaixo dos 30
pontos (-19,4%), reflexo da melhora de expectativas que levaram o S&P 500 a subir 4,5% e o STOXX 600, a avançar +3,0%. Aqui, o Ibovespa acompanhou o
humor verificado no exterior, voltando a operar no patamar dos 87.402 pontos (+8,6%), enquanto o real retomou fôlego contra o dólar, que fechou o mês
cotado a R$ 5,33 (-2,7%).

Os mercados globais continuaram operando em tom de recuperação em maio, revertendo parte dos tombos que acompanharam a chegada da Covid-19
no ocidente em março. Como principais drivers da melhora, estiveram a consolidação do movimento de reabertura nas principais economias do mundo e
a apresentação de novos pacotes de incentivo fiscal por parte de governos. Ao mesmo tempo, os bancos centrais continuaram defendendo que não
seriam poupados esforços para sustentar empresas e a sociedade nestes tempos de crise; sinalização de que um reforço no impulso econômico advindo
da política monetária também deve acontecer em junho.

Enquanto diversos países na zona do euro davam sequência ao movimento de reabertura dos negócios, o Japão – 3ª maior economia do planeta –
encerrou o período de emergência nacional chamado em função da crise do coronvaírus, iniciando a sua própria jornada em direção à reabertura
econômica. O otimismo com que o mercado recebeu os planos de reabertura ainda foi impulsionado pela apresentação de um pacote de recuperação
econômica de EUR$ 750 bilhões na zona do euro e pela notícia de que o primeiro ministro japonês, Shinzo Abe, pretende dobrar a carga de estímulo fiscal
na economia com um pacote adicional de mais de US$ 1 trilhão. No pano de fundo, cresceu a expectativa com o anúncio de um impulso no programa de
compra de ativos do Banco Central Europeu, que realiza sua reunião de política monetária na 1ª semana de junho (04/06).

Atuando na ponta oposta, o acirramento das tensões entre China e Estados Unidos se consolidou como uma das principais ameaças para a recuperação
dos mercados. Mesmo após a realização de protestos pela população da região e ameaça de forte retaliação pelos EUA, legisladores chineses foram em
frente e aprovaram a proposta de uma nova legislação de segurança nacional para Hong Kong. A medida, que aumenta o controle de Pequim sobre a
região sulista, foi aprovada sob o pretexto de que o governo precisaria de medidas adicionais para banir as tentativas de subversão, secessão, terrorismo
e interferência externa. Como resposta, o EUA garantiu estar avaliando novas sanções sobre entidades chinesas envolvidas nos maus-tratos de minorias
muçulmanas, além de começar a ponderar a possibilidade de retirar o status especial de Hong Kong.

O novo cenário não só coloca o acordo comercial assinado em janeiro deste ano em risco, mas também a recuperação econômica mundial, que apenas
recentemente mostra sinais de tração após o baque sofrido com a pandemia do coronavírus. Os estímulos sem fim apresentado pelos formuladores de
política econômica ao redor do mundo levaram os mercados a se recuperar de forma acentuada nos últimos 2 meses, mas investidores passam a ter uma
nova variável relevante para inserir nesta equação. Vamos acompanhar...

No Brasil, o mercado brasileiro seguiu contaminado pela dinâmica do exterior, mesmo que em menor escala, enquanto a Covid-19 intensificava o
contágio ao redor do país. Ao fim do mês, o país contabilizava mais de 500 mil casos confirmados e 29 mil óbitos relacionados à doença. Na política, o
presidente Jair Bolsonaro continuou realizando sucessivas tentativas de sustar as medidas de isolamento social impostas por prefeitos e governadores,
ações que não rederam resultados. O terceiro ministro, Nelson Teich, deixou o governo em curta sucessão, e o Brasil continuou a sua escalada rumo ao
topo do ranking de países mais afetados pelo coronavírus, tanto em casos confirmados quanto em mortes.

Não obstante, um serie de derrotas foram registradas para o governo no mês, culminando na divulgação comprometedora de uma gravação de uma
reunião ministerial e uma operação da Policia Federal (PF) que aprendeu os celulares e computadores dos mais importantes apoiadores do presidente
nas redes sociais. A busca por provas de uma rede coordenada de disseminação de notícias falsas pode vir a fundamentar uma ação no Tribunal Superior
Eleitoral que busca caçar a chapa vitoriosa do presidente em 2018.

No que se refere à atividade econômica, o grande destaque do mês foi a divulgação do PIB do 1T20, que encolheu 1,5% no 1T20 com relação ao último
trimestre de 2019, já refletindo os efeitos recessivos da pandemia e da implementação de medidas de distanciamento social. Olhando pela ótica da
demanda, o Consumo das Famílias apresentou o pior resultado, com uma queda de 2,0% no período. A forte deterioração no consumo ocorreu como
reflexo das medidas de distanciamento social, aumento da taxa de desocupação e paralisação abrupta de grande parte dos serviços prestados às famílias.
Na contramão, a Formação Bruta de Capital Fixa (FBCF) e os Gastos do Governo avançaram 3,1% e 0,2% no trimestre – o resultado positivo para a FBCF se
deu principalmente através de um crescimento da importação líquida de bens de capital com forte participação do setor de óleo e gás superior à queda
na produção interna de bens de capital acompanhado do desempenho negativo do setor de construção. No setor externo, as Exportações de Bens e
Serviços tiveram contração de 0,9%, enquanto as Importações de Bens e Serviços cresceram 2,8% em relação ao último trimestre de 2019. Em suma, os
efeitos foram os esperados: forte queda do consumo das famílias puxado principalmente pela forte deterioração da demanda por serviços e piora do
setor externo puxada pela queda de demanda por exportações.

Para fechar o mês, os dados de emprego (PNAD-Contínua) referentes ao trimestre findo em abril apresentou uma taxa de desemprego de 12,6%, dado
que reflete a redução da população ocupada em 4,9 milhões em relação trimestre encerrado em janeiro. Junto do PIB, a piora no mercado de trabalho
corrobora com a sinalização do Bacen de um novo corte agressivo na taxa Selic, levando-a para mais próxima do patamar de 2,0% a.a.

Entrando no 2T20, continuamos verificando uma melhora no tocante à visibilidade do cenário econômico, onde o mundo parece estar passando pelo pior
da crise derivada da pandemia do coronavírus. No Brasil, o quadro de disseminação do coronavírus ainda deve se agravar em junho e, apesar da abertura
em alguns estados, o governo será obrigado a manter a quarentena em regiões importantes do país. A instabilidade política deve continuar agindo como
agravante, mesmo que o risco iminente ao presidente tenha sido eliminado após a divulgação do vídeo, com investidores de olho no quadro fiscal. Em
relação à atividade, com base nos dados divulgados até hoje, revisamos nossas projeções do PIB/2020 para -7,5% e do PIB/2021 para 3,0%.

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Performance
Sobre a carteira recomendada:

A Carteira Top Picks encerrou o mês de Maio no campo positivo, acima do seu índice de referência (Ibovespa). O mês positivo para os mercados ao redor do globo,
mesmo em meio:(i) a contínua propagação do coronavírus, aumentando o número de fatalidades e novos casos a cada dia; e (ii) ao grande número de empresas
divulgando seus resultados referentes ao 1T20, com números já impactados pelo início da quarentena na segunda quinzena de março. O mês de Maio apresentou um
movimento positivo, sustentado: (i) reabertura gradual das principais economias mundiais; (ii) programas de incentivo fiscal e monetário nas principais economias do
globo, com destaque para o plano de estímulos Europeu; (iii) dados positivos de recuperação vindos da China, com destaque para a indústria; (iv) redução do risco
político local, com a divulgação do vídeo da reunião ministerial do governo Bolsonaro trazendo poucas evidencias de interferência na Polícia Federal.

O destaque positivo na carteira no mês foi a Ecorodovias. A companhia divulgou evolução do fluxo de veículos em suas rodovias, com quedas inferiores quando
comparadas as do início da pandemia. A apreciação dos ativos também teve relação com o otimismo dos mercados, em função da redução do risco política e queda nos
juros mais longos. A maioria das ações da carteira apresentaram alta no período, mas o destaque negativo foi a Centauro, com o anúncio de uma oferta secundária de
ações para capitalização da companhia e aquisição das operações da Nike no Brasil acabou pressionando negativamente as ações no curto prazo, em função da diluição
dos atuais acionistas. Ainda assim, vemos o aumento de capital como positivo a médio prazo, trazendo reforço a sua liquidez.

Desempenho acumulado
Peso Ticker Empresa Mês Contribuição
Desde o início (02/01/2014)
10% ECOR3 Ecorodovias 25,4% 2,5% 210%
10% BRFS3 BRF 19,3% 1,9%
180% Carteira Top Picks
10% B3SA3 B3 18,6% 1,9%
10% VALE3 Vale 18,1% 1,8% 150%
10% PETR4 Petrobras 12,7% 1,3%
10% SAPR11 Sanepar 6,9% 0,7% 120%

10% WEGE3 Weg 4,7% 0,5% 90%


10% TOTS3 Totvs 2,0% 0,2%
10% BBDC4 Bradesco -0,9% -0,1% 60%

10% CNTO3 Centauro -7,4% -0,7% 30%

0%
Mês 2020 12M Início
Carteira 9,9% -16,4% 8,7% 134,2% -30%
Ibovespa 8,6% -25,1% -10,4% 68,2% dez/13 dez/14 dez/15 dez/16 dez/17 dez/18 dez/19
Diferença 1,4% 8,6% 19,1% 66,0%
Fonte: Bloomberg; BM&FBovespa. Elaboração: Guide Investimentos

Para Junho
Para Junho, ainda esperamos um cenário de elevada Peso Ticker Empresa Alteração
volatilidade, com os desdobramentos da propagação do 10% B3SA3 B3 =
coronavírus sendo o principal foco dos investidores, com
destaque para a reabertura gradual das atividades no 10% BBDC4 Bradesco =
Brasil e nas maiores potenciais globais. 10% BRFS3 BRF =
10% CMIG4 Cemig Entrou
Outro ponto de atenção ficará com relação a cena política 10% CNTO3 Centauro =
local, em meio à recente crise instaurada no Brasil, através
10% ECOR3 Ecorodovias =
de uma série de demissões ministeriais ocorridas nas
últimas semanas e os atritos do presidente Bolsonaro com 10% PETR4 Petrobras =
os governadores e também com os ministros do STF. 10% SAPR11 Sanepar =
10% TOTS3 Totvs =
Para a carteira, realizamos somente uma troca, no sentido
10% VALE3 Vale =
de buscar novas oportunidades de valorização. Nos
desfizemos dos ativos de Weg, para dar entrada aos da
Cemig. Na nossa visão a troca faz sentido pelo fato da
Saiu Entrou
companhia ser negociada a patamares atrativos,
possibilidade de resgate as distribuidoras de energia pelo Weg ON (WEGE3) Cemig PN (CMIG4)
BNDES, e possível avanço no processo de privatização
pelo governo de Minas.

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Trocas do Mês

SAI: Weg ON (WEGE3)

Optamos por retirar os ativos da Weg da nossa carteira, para dar entrar aos da Cemig. Na nossa visão, a troca vai
permitir com que a carteira capte novas oportunidades de apreciação.

Ainda assim, sustentamos nossa recomendação em Weg, que possui como principais destaques: (i) a expansão
contínua no cenário externo, através de acordos locais ou M&A; (ii) ganho contínuo de market share; (iii) retomada da
economia brasileira; (iv) posicionamento de liderança como fornecedor no segmento de GTD (Geração, Transmissão e
Distribuição de Energia).

A empresa tem mostrado boa performance dentro do setor industrial nos últimos anos. Sua receita tem sido
beneficiada pela depreciação do real, que segue crescendo como reflexo do cenário externo frente ao coronavírus,
pela recuperação da demanda industrial e pelo crescimento do mercado. Além disso, a companhia veem se
beneficiando de uma expansão na sua margem Ebitda, em função dos ganhos de eficiência em função da adoção de
práticas da Indústria 4.0. A companhia não reduziu seu ritmo de investimentos durante a recente crise, gerando nesse
momento uma vantagem competitiva em relação aos players locais.

A empresa tem um mix de produtos diversificado, e vem ganhando bastante reconhecimento da marca e possui um
grande potencial no segmento de GTD. Além disso a companhia ainda ve potencial nos segmentos de petróleo e gás,
mineração, saneamento.

ENTRA: Cemig ON (CMIG3)

Optamos pela entrada da Cemig na carteira, por acreditarmos que a empresa segue bastante descontada nesse
cenário de incertezas, com grande potencial de pagamento de dividendos. A expectativa para os próximos anos é de
melhora operacional e desalavancagem financeira da cia, sob o governo Zema, em meio a uma gestão mais
profissionalizada. Ou seja, vemos espaço pra valorização do ativo.

Sustentamos nossa recomendação: (i) programa de desinvestimento da Cia; (ii) melhora operacional dos últimos
trimestres; e (iii) expectativa de desalavancagem financeira mais acelerada. Além disso, vale destacar as últimas
revisões tarifárias da Cemig, algo que deve contribuir para impulsionar a geração de caixa da companhia nos
próximostrimestres.

A desalavancagem financeira da Cemig segue como um dos principais drivers para o papel. O objetivo da empresa é
reduzir a relação entre dívida líquida e Ebitda para abaixo de 2,5x. Caso efetivado seu plano de desinvestimento,
incluindo a venda de participações na distribuidora da Light, a empresa deve destravar valor já que tem uma série de
compromissos para honrar no curto prazo. A Cemig vem apresentando avanços em seu plano de desinvestimento, para
reduzir seu endividamento, mantendo mais equilibrado com sua geração de caixa.

Dentre a estratégia de desinvestimento da Cemig, ainda destacamos: (i) venda das ações da Light; e (ii) venda da
participação na Taesa.

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Comentários e Recomendações
B3 ON (B3SA3)

A expectativa é que os números operacionais da B3 continuem com um volume mais forte neste 2020, especialmente de ações
(segmento Bovespa) e futuros (segmento BM&F), diante do quadro de taxas de juros mais baixas e oportunidades dentro da renda
variável. Apesar do cenário de ofertas públicas ter piorado em decorrência dos impactos do coronavírus nos mercados, esperamos ver
IPOs e follow ons voltando em velocidade reduzida no segundo semestre de 2020.

Destacamos ainda o poder de diversificação da receita da B3, com fluxo bastante resiliente, com serviços completos de trading,
clearing, liquidação, custódia e registro, e posicionamento dominante em derivativos, ações, câmbio, renda fixa e produtos de balcão.
No longo prazo, acreditamos que a B3 continuará diversificando sua atuação no mercado brasileiro, por meio de novos produtos e
serviços. Com relação a uma possível concorrência, avaliamos essa possibilidade como pequena no momento, visto que o mercado de
capitais brasileiro ainda não possui capacidade para suportar a entrada de um novo player, inviabilizando qualquer tipo de
investimento em uma nova bolsa ou casa de clearing que possa afetar o resultado da B3 no curto prazo.

Ticker B3SA3
Preço Atual R$ 45,60
Volume Médio (R$ MM) 678
Dividend Yield 3,7%
Preço /Valor Patrimonial 3,7x
Preço / Lucro 24,5x
EV/Ebitda 16,7x
Dívida Líquida/Ebitda
Fonte: Bloomberg; BM&FBovespa. Elaboração: Guide Investimentos -1,6x Fonte: Bloomberg; BM&FBovespa. Elaboração: Guide Investimentos

Bradesco PN (BBDC4)

A crise do COVID-19 provocará um aumento na inadimplência dos principais bancos brasileiros principalmente no 1S20. De fato, os
segmentos de pessoa física e micro e pequenas empresas devem gerar perdas significativas. Contudo avaliamos que o balanço dos
principais bancos brasileiros permanecem robustos, com baixa alavancagem e grande pulverização do risco de crédito. Além disso, as
medidas de injeção de liquidez por parte do Banco Central brasileiro devem garantir o bom funcionamento do sistema financeiro nesse
momento de maior aversão a risco.

Com relação ao Bradesco, seguimos otimistas com o avanço do lucro do banco a partir do 2S20, e expectativa de maior distribuição de
dividendos nos próximos trimestres. Ainda vemos espaço para a continuidade de resultados fortes, mesmo em um ambiente de queda
da taxa de juros. Esperamos ainda um crescimento no lucro e, melhora na rentabilidade com Retorno sobre o Patrimônio (ROE),
atingindo patamar próximo de 20%. Reiteramos nossa visão positiva para BBDC4. Destacamos ainda os múltiplos atrativos que o banco
é negociado, quando comparado ao seu principal concorrente: (i) BF P/L de 6,2x (vs. 7,7x do ITUB4); e (ii) BF P/VC de 1,2x (vs. 1,5x do
ITUB4).

Ticker BBDC4
Preço Atual R$ 18,83
Volume Médio (R$ MM) 828
Dividend Yield 7,0%
Preço /Valor Patrimonial 1,4x
Preço / Lucro 6,9x
EV/Ebitda -
Dívida Líquida/Ebitda -

Fonte: Bloomberg; BM&FBovespa. Elaboração: Guide Investimentos Fonte: Bloomberg; BM&FBovespa. Elaboração: Guide Investimentos

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Comentários e Recomendações
BRF ON (BRFS3)

Os números da companhia seguem impactados positivamente pelo mercado internacional favorável para a indústria de proteínas, além
do resultado positivo da reestruturação operacional realizada pelo management, com foco na recuperação da eficiência da empresa,
estratégia de vendas mais assertiva e otimização do ciclo financeiro. A BRF tem reportado uma receita robusta, expansão das margens
e forte geração de caixa, permitindo uma desalavancagem financeira de forma mais rápida que o esperado pelo mercado.

No médio-prazo, outros triggers podem destravar valor ao papel: Reabertura do mercado da União Europeia no 1S20; e venda de
participação minoritária no mercado Halal, contribuindo ainda mais para acelerar o processo de desalavancagem da BRF, além de
reduzir os riscos de medidas protecionistas no exterior.

Ticker BRFS3
Preço Atual R$ 22,88
Volume Médio (R$ MM) 216
Dividend Yield 1,6%
Preço /Valor Patrimonial 2,9x
Preço / Lucro 23,3x
EV/Ebitda 6,9x
Dívida Líquida/Ebitda 3,0x
Fonte: Bloomberg; BM&FBovespa. Elaboração: Guide Investimentos Fonte: Bloomberg; BM&FBovespa. Elaboração: Guide Investimentos

Cemig ON (CMIG3)

A expectativa para os próximos anos é de melhora operacional e desalavancagem financeira da cia, sob o governo Zema, em meio a
uma gestão mais profissionalizada. Ou seja, vemos espaço pra valorização do ativo.

Sustentamos nossa recomendação: (i) programa de desinvestimento da Cia; (ii) melhora operacional dos últimos trimestres; e (iii)
expectativa de desalavancagem financeira mais acelerada. Além disso, vale destacar as últimas revisões tarifárias da Cemig, algo que
deve contribuir para impulsionar a geração de caixa da companhia nos próximostrimestres.

A desalavancagem financeira da Cemig segue como um dos principais drivers para o papel. O objetivo da empresa é reduzir a relação
entre dívida líquida e Ebitda para abaixo de 2,5x. Caso efetivado seu plano de desinvestimento, incluindo a venda de participações na
distribuidora da Light, a empresa deve destravar valor já que tem uma série de compromissos para honrar no curto prazo. A Cemig vem
apresentando avanços em seu plano de desinvestimento, para reduzir seu endividamento, mantendo mais equilibrado com sua
geração de caixa.

Dentre a estratégia de desinvestimento da Cemig, ainda destacamos: (i) venda das ações da Light; e (ii) venda da participação na Taesa.

Ticker CMIG4
Preço Atual R$ 10,62
Volume Médio (R$ MM) 143
Dividend Yield 5,4%
Preço /Valor Patrimonial 1,0x
Preço / Lucro 7,5x
EV/Ebitda 6,4x
Dívida Líquida/Ebitda 4,2x
Fonte: Bloomberg; BM&FBovespa. Elaboração: Guide Investimentos

Fonte: Bloomberg; BM&FBovespa. Elaboração: Guide Investimentos

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Comentários e Recomendações
Centauro ON (CNTO3)

A Centauro segue se posicionando como o principal marketplace de artigos esportivos no Brasil. A estratégia da empresa consiste não
apenas em fornecedor produtos, mas se tornar uma plataforma dentro desse ecossistema. Dentre as medidas adotadas recentes, a
aquisição das operações da Nike no Brasil se encaixa dentro da estratégia definida. Esperamos outros movimentos semelhantes a esse,
no sentido de ampliar sua presença em marcas, produtos e serviços.

Sustentamos nossa recomendação: (i) continuidade no ritmo de expansão de lojas e conversão da rede para o modelo G5, com foco em
uma melhor experiência de compra para o cliente; (ii) continuidade no crescimento robusto através do modelo omnicanal, por meio da
captação de dados e informações a respeito do comportamento de compra dos clientes; (iii) nível de satisfação do cliente em
patamares elevados (NPS de 83); (iv) ganhos de escala com o aumento do número de lojas e gestão eficiente dos custos e despesas.

No curto prazo, avaliamos que as plataformas de comercio online podem se beneficiar de uma aceleração na mudança de
comportamento do consumidor, que deve ampliar a participação em compras online em função das medidas de distanciamento social.

Ticker CNTO3
Preço Atual R$ 27,86
Volume Médio (R$ MM) 75
Dividend Yield 0,0%
Preço /Valor Patrimonial 5,0x
Preço / Lucro 25,5x
EV/Ebitda 16,6x Fonte: Bloomberg; BM&FBovespa. Elaboração: Guide Investimentos

Dívida Líquida/Ebitda 1,6x


Fonte: Bloomberg; BM&FBovespa. Elaboração: Guide Investimentos

Ecorodovias ON (ECOR3)

No curto prazo, o cenário continua adverso para as companhias do setor de concessão de rodovias, com as medidas de isolamento
social ainda em curso e a expectativa de uma forte contração da economia nesse ano. Contudo, avaliamos que o impacto nas ações de
ECOR3 são excessivos. Sustentamos nossa recomendação: (i) expectativa de recuperação do tráfego no 2S20; (ii) expansão do seu
prazo médio das concessões, (em especial, após aquisições da Rodoanel Norte e Br-050), algo que nos deixa otimista com o plano de
negócios da empresa; (iii) posição de caixa confortável; e (iv) ativos com perfil defensivo (tráfego majoritário de veículos pesados).

Olhando para frente, ainda vislumbramos um pipeline de projetos e concessões em que a Ecorodovias pode ampliar seu portfolio de
rodovias, gerando de ganhos de escala e melhorando a rentabilidade da companhia.

Ticker ECOR3
Preço Atual R$ 12,90
Volume Médio (R$ MM) 54
Dividend Yield 1,9%
Preço /Valor Patrimonial 15,8x
Preço / Lucro 16,2x
EV/Ebitda 6,5x
Dívida Líquida/Ebitda 4,9x
Fonte: Bloomberg; BM&FBovespa. Elaboração: Guide Investimentos Fonte: Bloomberg; BM&FBovespa. Elaboração: Guide Investimentos

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Comentários e Recomendações
Petrobras PN (PETR4)

No curto prazo, alguns triggers que sustentam nossa recomendação: (1) continuidade da venda de ativos onshore; (2) avanço do
projeto de desinvestimento das refinarias;. A Petrobras vem reposicionando seu portfólio em ativos de maior rentabilidade, com foco
na desalavancagem financeira da estatal. No curto prazo as ações da Petrobras devem permanecer com alta volatilidade
acompanhando os desdobramentos entre as tensões de Rússia e Arábia Saudita, que ainda seguem negociando um possível acordo
para a redução da produção de petróleo .

Vale destacar o Plano Estratégico e Plano de Negócios e Gestão 2020 – 2024, que tem como foco: (a) redução da alavancagem
financeira; (b) maiores investimentos futuros (em exploração e produção - E&P- em especial) e significativo corte de custos
operacionais; e (c) foco na gestão estratégica empresarial. Assim, a empresa deve continuar a se beneficiar: (i) do processo de vendas
de ativos; (ii) da melhora operacional, com ganhos de eficiência e produtividade; e (iii) da contínua desalavancagem financeira. Fatores
que nos deixam mais otimistas com o rumo da estatal. Entre os riscos: (i) queda mais acentuada do preço do barril de petróleo; e (ii)
paralização do processo de venda de ativos são fatores que podem pressionar o papel.

Ticker PETR4
Preço Atual R$ 19,92
Volume Médio (R$ MM) 1.706
Dividend Yield 3,1%
Preço /Valor Patrimonial -
Preço / Lucro -
EV/Ebitda 5,8x
Dívida Líquida/Ebitda 4,5x
Fonte: Bloomberg; BM&FBovespa. Elaboração: Guide Investimentos Fonte: Bloomberg; BM&FBovespa. Elaboração: Guide Investimentos

Sanepar Unit (SAPR11)

Gostamos do modelo de negócio da Sanepar e ainda vemos valor para ser destravado na empresa de saneamento. A expectativa é que
a Sanepar se beneficie nesses próximos trimestres do crescimento do fluxo de caixa livre, em meio as contínuas medidas voltadas para
eficiência de custos e maior volume relacionado ao tratamento de esgoto. Isto é algo que deve continuar a impulsionar os dividendos
da empresa nos próximos anos.

Além disso, o risco político atual é menor, dado que a empresa realizou algumas mudanças em seu estatuto, afim de melhorar a
governança corporativa, e proteger os aumentos tarifários autorizados. Os processos fornecem mais transparência aos aumentos
tarifários ainda pendentes da Sanepar, reduzindo o risco de interferência na empresa. As discussões envolvendo o Projeto de Lei que
reforma o setor de saneamento básico no país também deve destravar valor aos ativos da Sanepar. Entre os riscos: (i) a manutenção da
estrutura tarifária; e (ii) disciplina de CAPEX.

Ticker SAPR11
Preço Atual R$ 27,60
Volume Médio (R$ MM) 62
Dividend Yield 6,8%
Preço /Valor Patrimonial 1,3x
Preço / Lucro 6,2x
EV/Ebitda 4,8x
Dívida Líquida/Ebitda 1,3x Fonte: Bloomberg; BM&FBovespa. Elaboração: Guide Investimentos

Fonte: Bloomberg; BM&FBovespa. Elaboração: Guide Investimentos

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Comentários e Recomendações
Totvs ON (TOTS3)

Seguimos com boas expectativas para a Totvs. Nos últimos períodos a empresa vem surpreendendo as expectativas do mercado com
resultados sólidos, impulsionados por eficiências de opex, além do crescimento da receita recorrente, quando comparada ano a ano.

A empresa também vem entrando no mercado de Fintechs através da compra da Supplier. Com esta aquisição, o número de empresas
incorporadas à Totvs chega a 33. Acreditamos que a companhia possui grandes oportunidades no segmento financeiro, em função da
presença em diferentes cadeias de suprimento e setores da economia.

Esperamos para os próximos períodos que a companhia continue performando bem. Seus ganhos contínuos de eficiência refletiram em
um aumento do EBITDA, mesmo com certa volatilidade nas provisões para contingência. Além disso, sua receita vem apresentando
crescimento recorrente, assim como suas vendas de licenças e também menores custos e despesas impulsionando as margens.

Esperamos ainda um impacto reduzido nos seus resultados em função da crise do COVID-19, com maior impacto nas receitas de
implantação e aumento da inadimplência no curto prazo.

Ticker TOTS3
Preço Atual R$ 20,00
Volume Médio (R$ MM) 149
Dividend Yield 2,2%
Preço /Valor Patrimonial 4,6x
Preço / Lucro 23,6x
EV/Ebitda 18,3x
Dívida Líquida/Ebitda -2,4x Fonte: Bloomberg; BM&FBovespa. Elaboração: Guide Investimentos

Fonte: Bloomberg; BM&FBovespa. Elaboração: Guide Investimentos

Vale ON (VALE3)

Temos uma visão construtiva para a Vale. Ressaltamos o foco do management no controle de custos, além da contínua redução de
capex e endividamento. Além disso, os preços de minério continuam em patamares elevados (fruto da menor oferta no mercado),
enquanto a empresa negocia a múltiplos descontados.

No curto prazo, os papéis da mineradora devem continuar voláteis, reflexo do fluxo de notícias negativas em torno da empresa dados
os danos de imagem à companhia e provisões para pagamento de multas e indenizações. Algo que poderá aumentar o passivo de
contingentes da VALE3, além de atrasar também as concessões e licenças ambientais nas operações do Brasil.

Acreditamos que, (i) a forte valorização recente do minério no mercado internacional e (ii) a maior demanda da China por minério de
maior qualidade; além (iii) das melhorias operacionais, reflexo da forte redução de custo caixa, deverão compensar os riscos de
governança e ambientais da companhia.

Avaliamos a entrada em Vale nesse momento a patamares interessantes, negociada a 4.4x EV/Ebitda, contra uma média de 5.5x do
setor.
Ticker VALE3
Preço Atual R$ 52,01
Volume Médio (R$ MM) 1.442
Dividend Yield 5,7%
Preço /Valor Patrimonial 1,5x
Preço / Lucro 7,1x
EV/Ebitda 3,7x
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