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I - INTRODUÇÃO

A disciplina de Processo Democrático e Participação Política é a porta de entrada do eixo


político/constitucional do curso de direito. Sua preocupação é a inter-relação entre o ambiente das
discussões políticas e a ordem jurídica, portanto a parte política da Constituição Federal de 1988 está
contemplada nesta disciplina.

A Constituição Federal de 1988, agora CF/88 , é dividida em 9 títulos, a saber:

❖ Título I – Dos Princípios Fundamentais


❖ Título II – Dos Direitos e Garantias Fundamentais
❖ Titulo III – Da Organização do Estado
❖ Título IV – Da Organização dos Poderes
❖ Título V – Da Defesa do Estado e das Instituições Democráticas
❖ Título VI – Da Tributação e do Orçamento
❖ Título VII – Da Ordem Econômica e Financeira
❖ Título VIII – Da Ordem Social
❖ Título IX – Das Disposições Constitucionais Gerais

A parte política da CF/88 permeia todo o texto da Carta Magna, mas tem um enfoque maior nos
seguintes dispositivos:

Título I – Dos Princípios Fundamentais:

Art. 1º “A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do
Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:”

Neste artigo primeiro, a Constituição Federal fala do Estado soberano cujo nome é “República
Federativa do Brasil”, vamos a ele:

República = É uma “Forma de Governo” em que o chefe de Estado é qualquer cidadão, contrapõe-se à
Monarquia em que o chefe de Estado é um membro da família real (cargo hereditário). Portanto, a
Cf/88 adota, para o Brasil (República Federativa do Brasil),a forma republicana de governo em que o
chefe de Estado é um cidadão que deve ser escolhido pelos demais cidadãos (Regime de Governo
democrático) para exercer o cargo de chefe de Estado. Podemos usar o exemplo inglês para exemplificar
a outra forma possível de governo chamada Monarquia em que um determinado membro da família
real é o responsável pelo exercício do cargo de chefe de Estado.

E o que significa o cargo de chefe de Estado?

Esse cargo é atribuído àquele que tem a prerrogativa de representar a “pessoa jurídica” que é o Estado.
É, grosso modo, como se uma pessoa física (chefe de Estado) tivesse a incumbência de representar a
organização estatal. Dessa forma, não pedemos confundir o chefe de Estado com o chefe de Governo.

Sistemas de Governo: Presidencialismo = O chefe de Estado é a mesma pessoa que exerce a função de
chefe de governo. Parlamentarismo = A pessoa que exerce a função de chefe de estado é diferente da
pessoa que exerce a função de chefe de governo. Art. 76.
Observação: Alguns autores adotam a concepção de princípio republicano em que haveria uma
separação entre a coisa pública (res publica) e o interesse privado. A forma republicana de governo,
portanto, seria aquela em que o interesse público não se confundiria com o interesse particular.

Federativa: A federação é uma “Forma de Estado” que se contrapõe ao Estado unitário. Na federação
existe uma verdadeira divisão de competências entre os diversos entes que compõem a federação.
Portanto, no Brasil, a organização político administrativa é descentralizada o que permite às diferentes
pessoas políticas atuação independente pautada pela CF/88.

Para encerrar a análise do artigo 1º, temos o Estado Democrático de Direito do qual retiramos a
concepção de democracia que nos remete a participação do cidadão nas questões de ordem pública.
Aqui aparece o chamado “Regime de Governo”. São dois os regimes de governo, democracia e
autocracia.

Democracia: É o regime de governo em que há participação popular na esfera pública.

O parágrafo único do artigo primeiro nos informa que: “Todo poder emana do povo que o exerce por
meio de representantes eleitos, ou diretamente, nos termos desta constituição”

Art. 2º “São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o
Judiciário”

Neste artigo 2º aparece o princípio da separação dos poderes imaginado por pensadores como
Montesquieu (1689-1755) e John Locke (1632-1704).

Título II – Dos Direitos e Garantias Fundamentais:

Art. 14 “A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor
igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:”

I – plebiscito

II –referendo

III – iniciativa popular

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