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pessoas. Também observei pouca empatia, neutralidade com relação aos professores e
desconfiança com relação ao trabalho do psicólogo.
Algo que ficou muito claro nesse estágio foram as limitações impostas ao
profissional da psicologia dentro das instituições. As pessoas que trabalham na escola
não sabem qual é o trabalho do psicólogo, o que ele faz e quais são suas funções no
âmbito escolar. Por isso, acredito que há um certo receio diante dos professores e
funcionários da escola frente a esse profissional. Me senti perdida e insegura, percebi
o quanto a diretora da escola estava desconfiada, insegura não apenas comigo, mas
com os professores que já trabalhavam na escola em 2015. Me sentia sem norte, pois
percebia a situação como se a diretora da escola estivesse me “suportando” ali. Isso se
justificou no momento em que surgiu o comentário de que no próximo semestre não
será mais permitido estagiários na escola. O que ao meu ver é algo muito negativo,
pois todos da escola serão desfavorecidos, já que os estagiários de psicologia têm
muito a contribuir dentro da escola.
O que eu aprendi? A ter confiança no meu trabalho e fazer o melhor que eu
puder independente do contexto em que eu estiver. Aprendi a fazer o possível para
ajudar as crianças em suas dificuldades, saber trabalhar com o mínimo que é
oferecido e fazer dessa oportunidade um aprendizado para o resto da minha vida.
Um dos fatos que mais me chamou a atenção foi o não envolvimento da ex
diretora junto a minha situação quando solicitei a ela uma orientação. Além disso, os
limites que me foram dados para realizar o estágio foi algo que me surpreendeu, ao
passo que outros locais “abraçam” os estagiários desenvolvendo trabalhos muito
produtivos que agregam a escola, ao contrário disso a gestão atual parece criar muros
para que ninguém chegue até a escola.
Além disso, ocorreram situações em que ficou nítido a negligência por parte da
direção da escola, especialmente no caso de um menino do 3º ano que era repetente e
estava vindo a escola devido a exigência do conselho tutelar. Consegui conversar com
ele apenas uma vez e percebi o estado de vulnerabilidade em que vivia, programei
alguns métodos de intervenção para atende-lo novamente, porém ele não
compareceu mais a escola. Conversei com a direção sobre isso e a resposta que tive
“um a menos para incomodar”, inclusive a professora desse menino solicitou que fosse
verificada a situação do mesmo, mas não teve nenhum retorno por parte da diretora
da escola.
O caso do menino é apenas um dentre vários que observei dentro da escola.
Casos em que poderia ter sido dada maior atenção, pois considero isso um aspecto
social importante da escola, intervir frente as situações sociais. Em outros aspectos a
nova direção da escola se empenhou muito e de forma individual. Como por exemplo
as divulgações na mídia mostrando a pequena horta feita pela própria diretora e uma
funcionária. Outra forma de divulgação da escola na mídia foi realizar o projeto “varal
da solidariedade” onde foi estendido um varal em frente a escola com várias roupas
Nome: Fernanda da Silveira Toigo
Professor: Rafael Wolski de Oliveira
Estágio supervisionado II: Ênfase em Saúde e Educação
para doação. Soube do projeto apenas depois da sua realização e foi a própria diretora
que informou mostrando com orgulho que havia aparecido no jornal. A ação foi muito
positiva, mas penso que poderia ter ajudado na organização e arrecadação de roupas
para o projeto, no entanto senti que não queriam minha ajuda.
Mas, apensar de todas a frustrações o estágio me proporcionou inúmeras
experiências, aprendi a tolerar a frustração e ter paciência comigo e com os demais.
Pode ser aprendido o quanto é difícil o psicólogo atuar dentro de uma instituição,
existe muita resistência em deixar o psicólogo intervir nas situações que ocorrem na
escola. Pode ser percebido que muitos profissionais se sentem ameaçados pela
presença do psicólogo em seu ambiente de trabalho, pois sentem-se analisados,
vigiados e avaliados e consequentemente mostram sua insegurança no trabalho que
realizam.
Nesse sentido, é que a presença do psicólogo na escola é extremante
importante pois o trabalho inclui intervenções junto a todos que compõe a escola,
professores, funcionários, alunos e a comunidade.