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COMPULSÃO ALIMENTAR EM CRIANÇAS

«Todo excesso esconde uma falta»

É necessário atuar em três frentes simultaneamente:


1 - Transformar a relação com a comida;
2 - Reduzir o estresse/ansiedade;
3 - Garantir disponibilidade emocional e autenticidade.

1 - RELAÇÃO COM A COMIDA

ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS:

[ ] Criança come rápido demais?


[ ] Mastiga de forma ineficiente - engole sem mastigar bem?
[ ] Com relação a quantidade, come mais que outras crianças
da mesma idade?
[ ] Demonstra saciedade ao fim ou antes do fim da refeição?
[ ] As refeições tem horários definidos?
[ ] Sente necessidade de comer entre as refeições?
[ ] É comum usar comida como recompensa?
[ ] Costuma comer escondido?
[ ] Tem restrição por alimentos não processados?
[ ] É comum ter em casa comidas que não são alimentos,
como bolachas, salgadinhos, doces, entre outros?
[ ] Outras pessoas na casa apresentam o mesmo comportamento?
1 - RELAÇÃO COM A COMIDA

SUGESTÕES DE ESTRATÉGIAS PARA AMENIZAR A COMPULSÃO

- Tenha horário para as refeições, comendo a cada 3 horas se evita


de comer quando já está com fome.

- A refeição precisa estar pronta antes da hora de come-la, evitando


que se substitua por algo mais prático e menos nutritivo.

- Observe e ajude com que a criança mastigue bastante antes de


engolir. O cérebro leva em média 20min para processar a sensação
de saciedade.

- Evite ter em casa comidas ultraprocessadas como salgadinhos,


congelados, bolachas, sorvete, chocolates, embutidos, entre outros.
«descasque mais, desembale menos».

- Não tenha guloseimas de fácil acesso ou a vista.

- Evite pular refeições, isso altera a glicemia e aumenta a compulsão


na próxima refeição.

- Ofereça sempre água e peça que a criança beba ao menos um gole,


a mesma área do cérebro que controla fome, controla sede.

- Picar frutas e legumes em porções pequenas ajuda a confundir o


cérebro que acredita estar comento uma porção maior.

- Não comer diante de telas, ou fazendo outra coisa.

- Não use comida como recompensa (se fizer isso, vamos tomar
sorvete!) ou punição (se não fizer aquilo, vai ficar sem sobremesa).

Juliana Arruda
Psicóloga clínica e parental
CRP:04/68438
1 - RELAÇÃO COM A COMIDA

Comer com atenção plena

Isso significa prestar atenção nas sensações que o ato de se alimentar gera.
Perceber os sinais do corpo tanto para fome e saciedade como observar o que
os 5 sentidos te dizem sobre a refeição (sabor, aroma, textura, som, cor).
A intenção é que a criança se torne mais consciente e conectada com o próprio
corpo, conseguindo diferenciar entre fome física da emocional ou psicológica.

- Tenha uma rotina alimentar


- Prepare um ambiente (não coma em sofás, ou alimente a criança andando)
- Não comer com telas ou brinquedos ou outras distrações.
- Ao inicio da refeição, diga para que sinta o corpo, a barriga, está vazia,
o que ela sente no corpinho quando está com fome?
- Comer prestando atenção na comida, o aroma, as cores, o formato, as texturas,
temperatura, o sabor, os temperos, as combinações, o barulho ao mastigar...
- Chame atenção da criança para esses detalhes, pode fazer perguntas como:
o que está mais salgado o arroz ou o feijão?
o que é mais cremosos o purê ou o molho?
tem alguma alimento crocante no seu prato?
agora nós vamos dar colherada com o que tem a cor mais bonita do prato.
essas perguntas farão a refeição levar mais tempo o que ajuda com a sensação
de saciedade.
- Ao fim da refeição, diga para que sinta o corpo, a barriga, sinta a comida lá dentro.

Alfabetização alimentar

De forma leve e sutil introduza brinquedos ou brincadeiras sobre alimentação


saudável, como frutas e vegetais de brinquedo, ou cartas/ atividades que falem
sobre a diferença entre alimentos. Aproveitem momentos de caminhadas ou no
carro pra fazer jogos verbais como o adulto fala a cor ou a letra e a criança precisa
responder um alimento que vier a cabeça, aproveite e pergunte se é ou não um
alimento bom apara saúde.

Juliana Arruda
Psicóloga clínica e parental
CRP:04/68438
2- REDUÇÃO DE ESTRESSE/ ANSIEDADE

- Seja previsível, pela manhã passe a rotina do dia com a


criança, ao busca-la da escola repita o que resta a ser feito naquele dia.

- Não diminua os sentimentos da criança. Medo não é bobeira, choro não é


a toa. Se a criança está expressando uma emoção é porque ela já está
sentindo, não cabe ao adulto definir o que é digno ou não de ser sentido.

- Seja razoável com as cobranças. Nem nós que somos adultos


conseguimos fazer tudo certo todos os dias.

- Se existe um problema, converse com a criança para juntos pensar numa


solução para que isso não aconteça mais. A punição não leva a solução,
todos nós erramos. O erro é uma oportunidade de aprendizado, não deve
ser punido.

- Observe as situações que geram ansiedade para compreender melhor.

- Jogos verbais podem ser um ótimo recurso para trazer a criança para o
presente: me diz um animal com a letra A, B, C... O adulto diz: eu vejo, eu
vejo, é da cor ...... a criança precisa encontrar no local aquele objeto.

-Brincar na natureza, com terra, se sujar, alivia sintomas de ansiedade.

- Você pode ajudar a criança a respirar brincado de fingir que sente o


cheiro da batata frita e sopra as velas do bolo. Tente modelar respirações
lentas e longas.

- Se possível, informe a criança sobre o que acontece na casa. Se a criança


sente que algo está acontecendo e que os adultos vão esconder dela, ela
ficará em alerta o tempo todo tentando descobrir. Evite isso contando pra
criança, de forma superficial, o que está acontecendo. A segurança de que
ela será informada e o sentimento de pertencimento, ajudam a aliviar a
ansiedade.

Juliana Arruda
Psicóloga clínica e parental
CRP:04/68438
3- DISPONIBILIDADE EMOCIONAL E AUTENTICIDADE

-Esteja disposto a conhecer quem seu filho é, ao invés de só tentar


molda-lo a ser quem você acredita que ele deva ser.

- Acolher a emoção não significa aceitar a ação. A frustração/medo/raiva virá


e precisa ser acolhida. Interrompa a ação inadequada, mas seja gentil.

‘‘Eu estou vendo que você está irritado/chateado/bravo, é ruim mesmo quando a gente
não pode fazer uma coisa que queria fazer. Você tem razão em estar se sentindo assim,
eu também fico irritada/chateada/brava, quando isso acontece. Mas a gente não
pode ........., é errado. Você prefere ficar um pouco sozinho pra se acalmar, ou quer colo e
um abraço bem gostoso, está tudo bem se sentir assim, a gente só não pode..........., ok? e
eu te amo muito, tá bom?’’

- Não rotule. A criança não é o que ela faz. A criança faz bagunça ou a criança
tem chorado mais, ela não É bagunceira ou chorona. Evite também os rótulos
bons como inteligente e bonzinho. A criança acredita que é o que os pais
dizem que ela é e agirá de acordo para sustentar esses rótulos e pode ser muito
estressante e exaustivo ter que ser o inteligente ou o bonzinho.

- Inclua na rotina um tempo de qualidade com a criança. Se possível tanto


a mãe como o pai, terem momentos sozinhos para brincar, conversar ou se
divertir.

- A criança precisa conseguir falar o que a incomoda, mas isso só


acontece se ela se ela se sente segura. Crianças que apanham ou ganham
castigo não tem clareza se podem ou não se abrir, pois temem a punição.

- Quando ocorrer uma situação crítica, abra espaço para conversar sobre isso,
perguntando se a criança sabe o que aconteceu, e explique de forma
superficial. Um trauma não surge só pelo evento traumático em si, mas
principalmente por não falar sobre o que aconteceu, por sentir que terá
que passar por aquilo sozinho.

- Garanta que a criança saiba que é amada e aceita mesmo na sua pior
versão.

Juliana Arruda
Psicóloga clínica e parental
CRP:04/68438
AS CARTAS A SEGUIR SÃO ATIVIDADES PARA TRABALHAR
ATENÇÃO PLENA COM CRIANÇAS. PODEM SER USADAS DURANTE
O MOMENTO ESPECIAL COM OS PAIS OU COMO PARTE DA
ROTINA PARA COMEÇAR OU FINALIZAR O DIA.

RECORTE AS CARTAS, EMBARALHE PEÇA PARA CRIANÇA


ESCOLHER UMA, E REALIZEM A ATIVIDADE PROPOSTA.

A ATENÇÃO PLENA TANTO NA ALIMENTAÇÃO QUANTO EM


OUTROS MOMENTOS, ALIVIAM A ANSIEDADE E CONECTAM
COM O PRESENTE.

DIVIRTAM-SE E QUALQUER DÚVIDA ESTOU A DISPOSIÇÃO.

Juliana Arruda
Psicóloga clínica e parental
CRP:04/68438

(35) 9 9732-0135 @chega.de.brigas


Juliana Arruda
Psicóloga clínica e parental
Juliana Arruda
Psicóloga clínica e parental
Juliana Arruda
Psicóloga clínica e parental
CRP:04/68438 CRP:04/68438 CRP:04/68438

Juliana Arruda
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Juliana Arruda
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Juliana Arruda
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