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Data: 27/03/2022
Texto do Livro: Educação física e sociedade. De Mauro Betti. São Paulo: Movimento, 1991.
O autor divide sua obra em três capítulos, sendo eles: os movimentos ginásticos
europeus, o movimento esportivo inglês e o esporte como fenômeno social. Debatendo também
a educação física no seu sentido de sistematização e institucionalização.
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No primeiro capítulo o autor Mauro Betti, começa abordando os movimentos ginásticos
europeus, ele trabalha com o contexto histórico, político e social da Europa nos séculos XVIII,
XIX e XX. O texto é rico em fatos históricos, visto que esses acontecimentos ocorreram no
momento de grandes mudanças políticas, econômicas e sociais, se tendo também a influência
de novo pensamento pedagógico do século XVIII, como surgimento dos educadores
naturalistas e filantrópicos. Segundo Mauro Betti (1991). Alguns acontecimentos são citados
como a revolução francesa influenciada pelo iluminismo, que derrubou o absolutismo, dando
início a república. Já no século XIX, a Europa no seu contexto político sofre influências do
liberalismo e sua direção econômica fica com o nacionalismo, essas características são
desenvolvidas por conta da revolução industrial (Betti,1991). A Europa sofre com a I Guerra
Mundial (1914), e é nesse cenário de guerras e revoluções que nossa educação física
contemporânea consolidou suas bases.
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preparação do magistério. A escola secundária se afirmou, mas limitada à burguesia, e
considerada apenas como preparação para a Universidade.
A ginástica na Dinamarca, se desenvolve com o educador Franz Natchtegall. Foi ele que
introduziu a ginástica obrigatória em seu país, a Dinamarca foi o primeiro país europeu a
introduzir a educação física como uma matéria escolar (Leonard, 1973; Van Dalen & Bennet,
1971). Para Van Dalen e Bennet (1971), a educação física na Dinamarca é influenciada pelo
nacionalismo, com objetivos militares e patriótico.
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Já na Suécia, o movimento ginástico desenvolveu-se com Per Henrik Ling. Sua ginástica
buscava regenerar seu povo que se encontrava abalados, ele dividiu sua ginástica em quatro
partes a ginástica militar, pedagógica, médica ou ortopédica e estética. Sua ginástica elevava o
físico dos soldados e seu sistema foi difundido para muitos países dentro e fora da Europa.
A França desenvolveu seu sistema de educação física com Francisco Amoros, ele foi
um dos primeiros a empregar aros, escada de cordas, uma máquina para testar força e o trapézio,
Mauro Betti (1991). Vale destacar que o movimento ginástico francês tinha um caráter
utilitário, desenvolvia a força física, a agilidade, e a resistência, tanto no trabalho nas fábricas,
quanto para a defesa da pátria. Na segunda metade do século XIX o desenvolvimento da
ginástica na França estará mais próximo de cientistas, médicos higienistas e laboratórios, do
que voltada para o exército.
O autor cita a ideia de Van Dalen e Bennet (1971) as Escolas Públicas enfatizaram a
influência socializante dos jogos e seu uso para promover liderança, lealdade, cooperação,
autodisciplina, iniciativa, tenacidade e espírito esportivo - qualidades necessárias à
administração do império britânico.
Diante da nossa concepção da obra, ela aborda bastante o contexto histórico, político e
social dos assuntos falados. É importante notar como o contexto daquela época influenciou e
influencia nossa educação física, e notar também a visão de educação física que se tinha naquele
contexto, que abrangia mais o viés militar e patriótico ou até mesmo o viés que beneficiava os
burgueses que exigiam cada dia mais, que os trabalhadores tivessem mais capacidade física,
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pois assim é garantia de mais produção e consequentemente de lucro. Ao fazer uma análise
crítica e reflexiva sobre o texto, percebemos também como a educação física ainda é muito
ligada a classe dominante, e evidenciar que a educação física mesmo com o passar do tempo
ela se relaciona com a política, religião, sociedade, cultura, educação, saúde, lazer entre outras
áreas.
O texto em si ele é rico, se enriquece ainda mais quando relaciona o contexto histórico
com o político, o único ponto que eu percebo como negativo é que o autor poderia aprofundar
mais as características dos movimentos ginásticos, já que a parte histórica está debatida de uma
forma perfeita. A parte do esporte como fenômeno social: o movimento olímpico internacional,
careceu de uma abordagem mais crítica como nos outros assuntos, como abordar sobre a
questão do esporte sendo uma política de “pão e circo”, perdendo até mesmo um pouco de
seu valor educativo, e sendo explorado pelo capitalismo como forma de entreter e
espetacularização.
Referências
BETTI, M. Texto do Livro: Educação Física e sociedade. São Paulo: Movimento, 1991.pdf.