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Atividade Avaliativa 1 – Planejamento de avaliação Psicológica

Aluna: Danielle do Carmo Almeida

Adulto de 43 anos com queixa de falta de iniciativa

Solicitação da avaliação
Os pais de Mário, 43 anos, procuraram o serviço de forma espontânea em função de
estarem preocupados com as condições financeiras futuras do filho, especialmente na
busca de um benefício securitário. Essa preocupação se devia à pouca autonomia do
paciente. Eles relataram que Mário não tinha responsabilidade ou noção de limites e que
não realizava adequadamente tarefas cotidianas.

Dados sociodemográficos do paciente


Nome: Mário¹
Idade: 43 anos
Classe socioeconômica: B2,² correspondente a uma renda familiar bruta de quatro
salários mínimos na época
Escolaridade: ensino médio incompleto
Região de moradia: região metropolitana da capital do estado
Pais: Elvina e Marco
Idade dos pais: pai possuía 70 anos e a mãe possuía 63 no momento da avaliação
Ocupação dos pais: ambos aposentados (pai industriário e mãe do lar, ambos
com ensino médio completo).

Dados da entrevista de anamnese

As informações foram repassadas na entrevista de anamneses pelo Sr. Marco (pai de


Mário). Segundo os pais, o desenvolvimento de Mário ocorreu dentro do esperado.
Dessa forma, os principais marcos do desenvolvimento do paciente (p. ex., caminhar,
linguagem, controle esfincteriano) ocorreram nos períodos normalmente esperados para
a idade. Mário possuía uma irmã e um irmão mais novos, os quais não moravam mais
na casa dos pais no momento da avaliação.
Não houve intercorrências no começo das atividades escolares do paciente. O
desempenho escolar de Mário no ensino fundamental era satisfatório. O pai o descreveu
como um aluno “pouco estudioso, mas inteligente” e também ressaltou que o paciente
possuía boas relações sociais.
Mário começou a ter problemas de saúde aos 15 anos. Após fortes dores de cabeça, o
paciente foi internado em um hospital por 15 dias. A realização do diagnóstico foi
bastante difícil e, finalmente, Mário foi diagnosticado com meningite. Após a realização
de tratamento, não restaram sequelas neurológicas aparentes. No entanto, o pai apontou
que houve mudanças progressivas de comportamento em Mário após essa internação.
Tais mudanças, percebidas pelo pai, referiam-se a um comportamento mais introvertido
e falta de motivação. Além disso, Mário abandonou a escola após essa internação e
buscou o mercado de trabalho, atuando como auxiliar administrativo.
Aos 25 anos, Mário teve uma nova internação hospitalar por 25 dias também devido a
fortes dores de cabeça. Durante a segunda internação, foi necessária a execução de
alguns procedimentos que impactaram a saúde geral do paciente, tais como a
recuperação difícil de uma biópsia e um processo alérgico frente a um produto
necessário para a realização de um exame de imagem (contraste). Apesar disso, o
resultado dos exames não foi conclusivo. Após a segunda internação, o paciente se
tornou ainda mais recluso e desmotivado. Aos 34 anos, Mário teve ainda uma terceira
internação hospitalar por 30 dias. Após essa internação, a equipe médica diagnosticou o
paciente com síndrome de Behçet. Essa síndrome é uma doença inflamatória crônica
rara causada por perturbações
no sistema imunitário, a qual provoca inflamação dos vasos sanguíneos, atingindo as
mucosas, a pele, os olhos, e as articulações. Acredita-se que essa doença tenha
predisposição genética e não seja contagiosa.
As relações sociais e familiares foram afetadas pelos problemas de saúde de Mário. O
paciente relatou o afastamento progressivo dos amigos. Além disso, uma desilusão
amorosa ocorrida aproximadamente dez anos antes da avaliação impactou
significativamente no comportamento do paciente, aprofundando seu isolamento social.
Foi também relatado pelo pai um relacionamento distante dele com seus irmãos. Nesse
contexto, os pais e o paciente referiram pouco contato verbal no cotidiano. No momento
da avaliação, os pais controlavam diversos aspectos da vida de Mário, sendo ele
bastante dependente da mãe. Por exemplo, suas roupas eram escolhidas por ela. A rotina
de Mário era composta, quase exclusivamente, do uso de computador e internet, já que
o paciente não saía de casa sem autorização dos pais. Além disso, os pais se sentiam
incomodados pela falta de inibição de Mário, especialmente em razão da visita a sites
pornográficos na internet e um comportamento masturbatório evidente.
Os pais estavam preocupados em relação ao futuro do paciente. Essa preocupação era
relacionada com a autonomia e funcionamento social. Mário não realizava
acompanhamento neurológico na época, e fazia uso de homeopatia com bons resultados
(segundo a família) para a remissão de alguns sintomas relacionados com a síndrome de
Behçet (p. ex., aftas).

Mediante este breve relato, descreva o planejamento deste psicodiagnóstico,


mencionando testes que avaliariam as questões funcionais, cognitivas e de
personalidade deste cliente.

No planejamento deste psicodiagnóstico é importante incluir uma avaliação psicossocial


detalhada, que envolve entrevistas com o Mário e se possível seus irmãos, para obter
informações mais detalhadas sobre o comportamento do paciente e suas dificuldades
emocionais, sociais e comportamentais.

Para avaliar as questões funcionais, cognitivas e de personalidade de Mário pode incluir


a utilização de alguns testes.

Para avaliar as questões funcionais, é importante verificar a habilidade de Mário para


realizar tarefas cotidianas. Neste caso, o uso de escalas como a Escala de Avaliação
Global do Funcionamento (GAF) e a Escala de Atividades de Vida Diária (EAVD)
podem ser úteis para verificar o nível de autonomia e independência funcional.

Para avaliar as questões cognitivas, é relevante verificar a capacidade de Mário para


compreender e processar informações. Neste caso, o uso do teste Palográfico para
avaliar características emocionais, níveis de ansiedade, estresse, impulsividade,
conflitos internos, insegurança, entre outros.

Para avaliar as questões de personalidade, o uso do teste de Rorschach pode ser útil para
avaliar características os processos cognitivos de um indivíduo, como percepção,
pensamento, afeto e projeção.

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