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Instituto Agrário Lichinga

26-07-
Modulo: Implementar actividades de investigação agraria – MO Agro15001 2021
Resultado de aprendizagem 1: Identificar o Objectivo e âmbito de investigação Agrária.

1. Método Científico

A ciência utiliza, na produção de conhecimentos e como procedimento e forma de atuar, o


método científico. O mais característico e específico da ciência, ou seja, aquilo que a constitui
como tal e a distingue dos demais tipos de conhecimento é, com efeito, o método científico.

A ciência, em sentido restrito, pode ser definida como um conjunto de conhecimentos sobre a
realidade, obtidos através da aplicação do método científico, ou seja, é o resultado obtido por via
da aplicação desse método.

Sendo os principais objetivos da ciência analisar, explicar, prever e intervir/agir sobre a realidade,
tais objetivos só podem ser atingidos por via da utilização do método científico.

O método científico é uma forma de atuação humana orientada para o conhecimento da realidade
empírica. Enquanto procedimento de atuação geral destinado à produção de conhecimentos
científicos, o método científico consiste, num primeiro momento, em formular questões sobre a
realidade, para isso baseia-se em observações e em teorias já existentes;

Num segundo momento, o método científico consiste em antecipar soluções aos problemas
colocados e em compará-las com a realidade, mediante a observação, classificação e análise de
factos. O método científico é também apelidado de método problemático-hipotético, na medida
em que se baseia na formulação de problemas, questões ou interrogações sobre a realidade e em
avançar com conjeturas ou soluções prováveis para as ditas questões.

Entre outras características, o método científico é indutivo e dedutivo.

É indutivo, na medida em que procede à classificação sistemática dos dados obtidos, através da
observação, com o intuito de determinar as uniformidades e as regularidades que apresentem.

É dedutivo, quando deriva e constrói conceitos e enunciados, não da observação da realidade,


mas a partir de outros conceitos e enunciados estabelecidos anteriormente. Na utilização e
operacionalização do método científico, ambas as operações de raciocínio (indução e dedução)
surgem interligadas. Da indução só resultam, de forma imediata, dados sobre a realidade.

FORMADOR: VALDO Z. MAZIVE 1


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Relacionar estes dados, estabelecer conceitos e enunciados e retirar conclusões é um trabalho


eminentemente dedutivo.

O método científico é um conjunto de regras para a obtenção do conhecimento durante a


investigação científica. Pode se definir também método científico como sendo um conjunto de
passos seguidos de forma organizada para produzir novos conhecimentos, resolver problemas ou
questionar conhecimentos anteriores.

É pelas etapas seguidas que se cria um padrão no desenvolvimento da pesquisa e o pesquisador


formula uma teoria para o fenômeno observado.

1.1. Etapas do método científico

1.1.1. Observação

O conhecimento científico inicia com a coleta de informações para descrever de forma


qualitativa e/ou quantitativa o fenômeno.

 Observação qualitativa: quando as informações obtidas não incluem dados numéricos.


 Observação quantitativa: é obtida com a utilização de instrumentos e resultam em
medidas.

1.1.2. Questionamento/Problema

Ao observar a repetição de uma propriedade ou as características do fenômeno, formulam-se


perguntas.

Exemplo:

Por que o fenômeno ocorre?

Como ele é descrito?

Quais fatores podem influenciá-lo?

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1.1.3. Hipóteses

A formulação da hipótese é uma das etapas do método científico . É a parte na qual o


pesquisador gera uma suposição que será posteriormente confirmada ou rejeitada quando a
pesquisa passar por experimentação e análise de resultados.

As hipóteses têm como objetivo explicar as observações e, por isso, nas tentativas de desvendar
o fenômeno mais de uma hipótese pode ser formulada. Elas vão guiar o planejamento dos
experimentos para que se aprenda mais sobre o que está sendo observado.

1.1.4. Experimentos/Ensaio

A atividade experimental avalia o sistema em estudo e verifica as condições práticas para que o
fenômeno ocorra e possa ser reproduzido. À medida que os experimentos são realizados, as
evidências são reunidas e as hipóteses são colocadas à prova.

1.1.5. Resultados

A reunião dos dados obtidos juntamente com as interpretações realizadas vão validar as
informações para justificar a hipótese e explicar o fenômeno.

Nessa etapa, os resultados são utilizados para rejeitar ou modificar a hipótese, pois ela deve
coincidir com os resultados obtidos.

1.1.6. Conclusão/Conclusões

Com base na observação, formulação de hipóteses, experimentos e resultados obtidos, é possível


que se construa uma teoria, lei ou princípio para expandir o conhecimento adquirido e aplicá-lo
em outras situações.~

2. Formulação de problema de pesquisa

O QUE É UM PROBLEMA DE PESQUISA?

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O problema de pesquisa é uma pergunta que busca aprofundar um tema selecionado através de
uma resposta cientificamente válida.

Lembre-se, um problema de pesquisa deve ser preciso e delimitado, pois o desenvolvimento da


pesquisa será orientado para encontrar respostas empíricas para o problema.

2.1. TIPOS DE PROBLEMAS DE PESQUISA

Os interesses pelas escolhas de problemas de pesquisa podem ser influenciados por diferentes
fatores, como: os valores sociais do pesquisador ou também dos incentivos sociais para o estudo
de determinada temática.

Assim, o problema de pesquisa pode ser determinado por questões de ordem prática ou
intelectual.

2.1.1. PROBLEMAS DE PESQUISA DE ORDEM PRÁTICA

Os problemas de ordem prática são aqueles que visam responder questões empíricas/concretas.

São exemplos de problemas de ordem prática:

 Um problema pode ser formulado para que sua resposta possa subsidiar determinada
acção (por exemplo, uma pesquisa se busca conhecer o perfil de um grupo para auxiliar a
implementação de um programa público ou ação privada);
 Um problema elaborado para avaliação de certas acções ou programas (por exemplo,
uma pesquisa que avalie os efeitos de determinada política pública ou ação privada sobre
um território ou grupo);
 Um problema criado para auxiliar no planejamento de uma ação adequada (por exemplo,
uma pesquisa sobre possíveis impactos socioambientais em determinada área). Ou seja,
os problemas de ordem prática auxiliam na resolução de questões práticas em diferentes
campos do saber.
2.1.2. PROBLEMAS DE PESQUISA DE ORDEM INTELECTUAL

FORMADOR: VALDO Z. MAZIVE 4


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Os problemas de ordem intelectual são aqueles que visam aprofundar indagações teóricas.

São exemplos de problemas de ordem intelectual:

 Problemas que estudam um objeto pouco conhecido (por exemplo, o interesse por
aprofundar em uma área praticamente inexplorada);
 Problemas que trabalham as especificidades e outras variáveis no caso de áreas já
exploradas (por exemplo, quando um pesquisador quer estudar com maior especificidade
as condições de certo fenômeno que já é estudado);
 Problemas que testam uma teoria específica ou a descrição de determinados fenômenos
(por exemplo, quando a pesquisa tem o interesse de testar uma teoria ou descrever
determinado fenômeno estudado). Ou seja, os problemas de ordem intelectual estão
relacionados ao aprofundamento de questões teóricas.

COMO APROFUNDAR O SEU PROBLEMA DE PESQUISA?

Quando um projeto de pesquisa apresenta um problema desestruturado ou mal formulado não é


possível saber como começar a resolvê-los.

Nos dois casos, de ordem prática ou intelectual, é necessário tornar o problema concreto e
explícito. Mas como?

Pela imersão sistemática no objeto de estudo (através de leituras de bibliografias específicas do


tema, preferencialmente empíricas);

Através do estudo da literatura existente (leia o máximo que puder sobre o que já foi escrito na
sua área de estudo, inclusive em outros campos do saber);

Através da discussão com outros pesquisadores que acumularam experiência prática no campo
de estudo (procure especialistas na área, pessoas acessíveis que possam agregar na sua trajetória
investigativa).

2.2. 05 PASSOS PARA FORMULAR UM EXCELENTE PROBLEMA DE PESQUISA

FORMADOR: VALDO Z. MAZIVE 5


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 Passo 01: Aprenda a questionar

Questionar é formular perguntas sobre um tema escolhido. É um processo que passa pela
problematização, gerando assim o problema de pesquisa.

Sim, isso mesmo! É a partir dos questionamentos que o pesquisador vai construindo e também se
apropriando do objeto de pesquisa.

Algumas perguntas que podem te ajudar são:

O que me inspira? (podem ser questões sociais, ambientais ou mesmo teóricas);

O que é pertinente ao meu processo de aprendizagem? (reflita como o seu tema se relaciona com
meu projeto mais amplo de trajetória acadêmica e profissional);

O que é pertinente ao meu campo de estudos? (reflita em como seu tema se acomoda no meu
campo de estudo, se é pouco explorado ou muito explorado, mas com tópicos que podem ser
aprofundados, por exemplo).

Exercitar o processo criativo de formulação de problemas científicos pode ampliar muito a sua
capacidade de observação dos fenômenos e a sua produtividade acadêmica.

 Passo 02: Organize as suas ideias

A organização das ideias iniciais para a formulação de um problema é fundamental, pois auxilia
no desenvolvimento da escrita acadêmica e ajuda na elaboração de um esboço de projeto.

Quer algumas dicas para organizar melhor as suas ideias? Anote aí:

Crie o hábito de escrever suas ideias quando estiver em um momento criativo (se não der para
escrever, pelo menos tente gravar);

Organize em fichamentos os textos e leituras que possam subsidiar a sua futura pesquisa (se você
leu pouca coisa sobre o assunto, então lembre-se de fichar as futuras leituras, e anote as
referências bibliográficas!);

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 Passo 03: Selecione instrumentos e estratégias de pesquisa

A situação-problema, inicial e intuitiva, vai precisar passar pelo processo de problematização


para chegar ao nível de consistência teórica. Por isso, você precisa fazer uso de instrumentos e
estratégias de pesquisa.

O que fazer?

O primeiro passo estratégico pode ser construir um quadro de investigação sinalizando as


possíveis direções da pesquisa (sim, crie um cronograma preliminar. Ah, lembre-se de delimitar
um intervalo temporal para isso);

Alguns instrumentos que você pode utilizar é a pesquisa documental, bibliográfica, visitas
informais e conversas com especialistas (faça uso dos bancos de dados acadêmicos disponíveis e
busque pesquisadores mais experientes para ter uma boa conversa);

Lembre-se que é importante buscar bases seguras para teorizar suas ideias iniciais e dar subsídios
aos seus conhecimentos epistemológicos (não tem mágica pessoal, é leitura mesmo!).

Essa fase inicial do projeto é muito importante para que você tenha acesso a outras discussões no
seu campo de estudos e também vai te ajudar na formulação de um problema de pesquisa mais
estruturado e preciso.

 Passo 04: Construa a síntese da problematização aos poucos

Desenvolver o processo criativo para investigação científica leva tempo! Quer exemplos de
instrumentos de síntese do objeto problematizado?

Texto (lembre-se da dica de tirar suas ideias da mente e colocá-las no papel);

Diário de bordo (um caderno ou pasta para registrar as etapas que realiza no decorrer da
pesquisa);

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Mapa de percurso (são diagramas que você pode montar para te auxiliar na definição e
estruturação dos caminhos preliminares da sua pesquisa).

Estamos falando da elaboração de um esboço que vai ser alterado durante a sua trajetória
acadêmica a partir das suas novas leituras e orientações, mas que vai ajudar muito para que você
não se perca no caminho e consiga delimitar o seu tema de estudo.

 Passo 05: Escolha perguntas pertinentes

Após a escolha do tema, o processo de problematização vai levar a formulação de perguntas que
podem ser agregadas de forma criativa como diretrizes da pesquisa.

Segue mais uma listinha para te ajudar a selecionar seu problema-pergunta:

O problema deve ser claro e preciso (faça o recorte do seu objeto);

O problema deve ser respondível (seus termos devem ser definidos de forma adequada, por isso,
evite ambiguidades);

O problema deve ser suscetível de solução (você possui os meios adequados para buscar a
solução da sua situação-problema?);

O problema deve ser delimitado a uma dimensão viável (é possível realizar a pesquisa com os
instrumentos e tempo que você possui?)

Se você exercitar o uso destas perguntas durante seu processo de construção do projeto de
pesquisa a aprendizagem sobre a reflexão e escrita acadêmica vai se tornando mais fluida e seu
tempo para produção de textos vai diminuir, aumentando assim a sua produtividade acadêmica.

3. Objectivos de um trabalho de Pesquisa

O que é objetivo geral da pesquisa?

O objetivo geral é o elemento que resume e apresenta a ideia central do trabalho acadêmico.

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Qual é a diferença entre o objetivo geral e o problema de pesquisa?

O problema de pesquisa é sempre uma pergunta. É a pergunta que deve ser respondida com sua
pesquisa. O objetivo geral é a ideia central do trabalho, de forma afirmativa.

 Verbos usados para elaboração dos objectivos gerais:

Abranger: Analisar: Apreciar: Avaliar: Compreender: Conhecer: Criar: Interpretar: Ouvir: Pensar:
Reconhecer

O que são os objetivos específicos?

Os objetivos específicos descrevem os resultados que se pretender alcançar a partir da pesquisa.


Por isso, são sempre descritos no plural. Eles são o “como” da sua pesquisa e o detalhamento do
objetivo geral

 Verbos usado para elaboração dos objectivos específicos

Apontar, adotar, distinguir, dizer, elaborar, enumerar, enfatizar, enunciar, escolher, escrever,
descrever, caracterizar, destacar, determinar, demonstrar, diferenciar, conceituar, comparar,
classificar, citar, relacionar, produzir, prever, aplicar, apontar, pesquisar etc.

O QUE É A JUSTIFICATIVA DE UM TRABALHO CIENTIFICO?

Em linhas gerais, a justificativa é parte do trabalho acadêmico em que se fundamentam as


motivações para realizar aquela pesquisa científica. Como o próprio nome diz, é o elemento que
justifica o seu trabalho.

Veja bem. Você pode pensar a justificativa como a maneira pela qual você vai explicar para
alguém sobre a importância do seu trabalho. Ou então, como a forma que você vai convencer
alguém a ler o seu trabalho.

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Isso porque a justificativa é um elemento importante para a análise de uma pesquisa,


principalmente se ela estiver tramitando em um processo seletivo.

Por que a Justificativa da pesquisa é tão importante?

É possível defender que todo tema é relevante para o desenvolvimento do conhecimento


científico, mas existem duas razões pelas quais você precisa justificar a importância de fazer um
trabalho.

O primeiro deles é que não existe recursos infinitos para fazer pesquisas sobre todos os temas
que existem. Pelo contrário, a verdade é que os recursos são escassos.

O segundo motivo é que há temas mais importantes do que outros. Eu sei que essa parte é
bastante subjetiva e depende de alguns critérios específicos. Por esse motivo, você deve ter em
mente quais são os critérios relevantes para a sua instituição de ensino.

Dessa forma, a justificativa deve ser sempre persuasiva, convincente e imediatamente útil ao
leitor do trabalho, especialmente ao orientador.

Assim como o tema, o problema e os objetivos, a justificativa também faz parte do planejamento
geral da pesquisa. Por esse motivo, deve-se elaborá-la nos primeiros momentos do planejamento
da pesquisa e inclui-la no projeto de pesquisa.

 Como fazer a justificativa

Escrever a justificativa é diferente de escrever as demais partes do trabalho acadêmico.

Embora, você continue tendo que escrever de forma objetiva e clara, o elemento principal da
justificativa é a persuasão. Muito mais do que qualquer fundamento histórico, teórico e
metodológico.

Isso significa dizer que, diferente de outros elementos do TCC, a justificativa não demanda
referências bibliográficas, citações de outros autores ou construção de referencial teórico.

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Você deve ter em mente que é um espaço para destacar a importância de fazer a pesquisa
científica . Não é um local para adiantar conclusões sobre o assunto, nem tampouco para
justificar a hipótese.

Em termos mais simples, prepare-se e foque em convencer a importância do seu tema.

Lembre-se de escrever a justificativa de forma breve, assertiva e bem objetiva.

Estrutura técnica da justificativa

A pergunta central deve ser: por que fazer essa pesquisa?

Para responder a essa pergunta, algumas outras questões podem te ajudar. Esse não é um roteiro
rígido para escrever a justificativa. É apenas uma estrutura para despertar outras ideias.

 Por que você escolheu esse tema? Qual é a razão para que, dentre tantos outros temas,
você tenha escolhido ele?
 A sua pesquisa pretende resolver alguma questão mal resolvida dentro do tema?
 Quais são os benefícios que sua pesquisa traz ao assunto?
 Quais são as razões de ordem teórica que explicam a relevância do tema? E de ordem
prática?

Além disso, a justificativa de uma pesquisa deve conter argumentos sólidos que se embasam em
conhecimentos técnicos. Ou seja, lembre-se dos conhecimentos que você adquiriu sobre o
assunto em alguns livros ou ao longo da sua formação. Tudo para convencer seu orientador e
banca examinadora de que a sua pesquisa merece ser realizada.

Foque também nos seguintes aspectos sobre o tema: Atualidade

O tema possui alguma importância para o contexto atual?

4. Metodologias de Pesquisa

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Metodologia de Pesquisa é um conjunto de métodos e técnicas que os estudantes e


pesquisadores utilizam para produzir trabalhos académicos e relatórios. Os caminhos são
traçados a partir da definição de propósito, abordagem, cenários, sujeitos ou objetos,
procedimentos e instrumentos de análise.

4.1. Tipos de pesquisa, características e modos de utilização

Quanto à finalidade

Essa é uma das mais tradicionais e também mais simples formas de classificação da
investigação. Quanto à finalidade, a pesquisa pode ser básica ou aplicada. Já a básica, pode ser
pura ou estratégica.

 Pesquisa Básica

É aquela em que se busca apenas aprofundar o conhecimento disponível na ciência.

Isso é feito para preencher a ausência de estudo sobre algum aspecto que ainda não foi
completamente abordado, relativamente a um assunto específico.

Normalmente, são textos caracterizados pela a análise de conceitos e sistematização de ideias.


Na básica, não se busca a transformação da realidade, apenas do saber.

Ela é usada em estudos predominantemente teóricos e cujo problema não seja relacionado
diretamente com uma situação específica.

Porém, se for fazer uma investigação básica, você terá de definir (e deixar claro no texto do seu
TCC), se ela será pura ou estratégica.

 Básica Pura

Na básica pura o autor não parte de uma situação específica e não demonstra interesse nos
possíveis benefícios decorrentes de seu estudo.

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Nesse caso, a finalidade do trabalho é puramente teórica, com o único objetivo de expandir o
conhecimento disponível. As recomendações, se houverem, serão apenas voltadas ao debate
acadêmico, propondo novas questões.

 Básica Estratégica

Na básica estratégica o autor não parte de uma situação específica, que ele pretenderia resolver
na prática. Porém, ele busca desenvolver conhecimentos que possam eventualmente ser
utilizados para a solução de problemas conhecidos.

Essa será a sua escolha se você não buscar resolver diretamente um problema prático e
identificado no trabalho, mas propor recomendações úteis para resolver problemas conhecidos.

 Pesquisa Aplicada

Aplicada é aquela em que o autor busca fazer um estudo científico voltado a solucionar algum
problema específico, que já é conhecido e demonstrado no texto do trabalho.

Desse modo, ela não serve apenas para gerar um novo conhecimento, aumentando o que já
está disponível, mas, também para aplicá-lo na prática, intervindo no mundo real.

Normalmente, parte-se de conhecimentos já desenvolvidos em investigações básicas anteriores


para aplicá-los na prática.

Ela deve ser usada quando você partir de um problema prático e tiver como finalidade, por
exemplo, melhorar algum processo, comportamento ou produto

 Quanto aos objetivos

A segunda forma de caracterização dos estudos científicos é quanto aos objetivos. No entanto,
tenha cuidado, pois essa classificação não trata dos objetivos gerais e específicos, vistos no artigo
anterior, mas dos seus propósitos gerais.

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Quanto aos objetivos, sua investigação deverá ser classificada como descritiva, exploratória ou
explicativa.

 Pesquisa Descritiva

Objetiva retratar as características do objeto estudado, expondo com precisão os fatos ou


fenômenos, para estabelecer a natureza das relações entre as variáveis delimitadas no tema.

É, provavelmente, o tipo mais comum nos cursos de Direito, Contabilidade e Administração,


pois nessas áreas o conhecimento já está bastante sistematizado, não havendo muito espaço para
explicação ou exploração.

Normalmente, parte-se de um problema constatado em alguma realidade, natural ou cultural,


coleta-se informações, bibliográficas ou não, analisa-se as variáveis envolvidas e propõe-se
recomendações.

Provavelmente, seu trabalho acadêmico será descritivo. Você vai usá-la quando buscar expor,
classificar e interpretar fatos ou fenômenos, fazendo a análise mais precisa possível, sem
interferir pessoalmente nos dados coletados.

 Pesquisa Exploratória

Tem como objetivo identificar melhor, em caráter de sondagem, um fato ou fenômeno,


tornando-o mais claro e propor problemas ou até hipóteses.
É uma investigação quase pioneira, inovadora, criativa e cabível em relação a assuntos cujo
conhecimento seja bem pouco desenvolvido.

Claro, esse ineditismo tem de ser evidenciado em relação a toda a ciência e não apenas na ótica
do autor.

É um tipo bastante flexível, podendo ser realizada de forma bibliográfica mesclada com
entrevistas e análise de exemplos, por exemplo.

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Você vai usá-la quando, havendo pouco conhecimento científico sobre um assunto, estudar a
realidade prática para descrever situações reais, estabelecer variáveis ou encontrar outros
problemas.

Pesquisa Explicativa

Visa encontrar os fundamentos que dão ensejo a um fenômeno, quer dizer, buscar a razão,
o motivo, a causa e o efeito das coisas.

Isso por que esse é o tipo mais complexo e, na maioria dos casos, representa a continuação de
uma investigação descritiva.

Você vai usá-la quando desenvolver um conhecimento completamente novo sobre algo,
desvendando um “porquê” relativo ao objeto estudado, normalmente em pesquisa experimental,
observacional-

 Quanto à abordagem

A terceira forma de classificação é quanto à abordagem, podendo ser qualitativa, quantitativa ou


mista (quali-quantitativa).

Abordagem Qualitativa

Nela, o autor é ferramenta essencial, pois é ele quem faz a análise dos dados coletados, buscando
os conceitos, princípios, relações e significados das coisas.

A abordagem qualitativa tem, pois, caráter subjetivo, tendo em vista que o critério para a
identificação dos resultados não é numérico, exato, mas valorativo.

Ainda que eventualmente se utilize alguns números, normalmente ela é aplicada a populações
pequenas, que não viabilizam uma análise estatística.

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Abordagem Quantitativa

Já a abordagem quantitativa se caracteriza pelo uso de ferramentas e técnicas estatísticas, para a


análise dos dados. Isso é necessário para permitir a medição das relações entre as variáveis, de
maneira estritamente numérica.

Desse modo, é possível identificar nos fenômenos apenas os dados quantificáveis, obtendo-se os
valores médios e não as particularidades de cada objeto.

Na abordagem quantitativa, o autor adota uma atitude de observação, pois não cabe a ele
interferir na análise dos resultados, apenas constatá-la. Essa tarefa, normalmente, é realizada por
planilhas e sistemas de computador, dada a complexidade dos números.

Nela, a população estudada normalmente é grande, para viabilizar uma melhor


representatividade numérica, minimizando eventuais desvios.

Por esse motivo, as conclusões são obtidas em grau de probabilidade, ao invés de certeza.

Abordagem Quali-quantitaviva

Por outro lado, mesmo que as duas abordagens, qualitativa e quantitativa, sejam absolutamente
diferentes, elas não se excluem.

Desse modo, é possível que um estudo tenha uma parte cuja abordagem seja eminentemente
qualitativa e outra preponderantemente quantitativa.

Caso isso ocorra, deverá ser caracterizada como quali-quantitativa.

 Quanto ao método

Além disso, a investigação pode ser classificada quanto ao método, que pode ser indutivo,
dedutivo, hipotético-dedutivo ou dialético.

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Essa classificação leva em consideração a forma de raciocínio lógico adotado, indução ou


dedução, para a obtenção de uma conclusão a partir de premissas.

Método Indutivo

No método indutivo, o autor parte de observações específicas, para obter como conclusão uma
premissa geral.

A indução se dá pela observação individual dos fenômenos, seguida pela identificação de


coincidências entre eles e a consequente generalização.

Método Dedutivo

Já o método dedutivo é aquele em que o autor parte da observação de uma situação geral, para
explicar as características particulares de um objeto individual.

Por exemplo:

Todas as frutas têm sementes (situação geral);

Laranjas e uvas são frutas (situação particular);

Então, laranjas e uvas têm sementes (dedução).

Enquanto a indução generaliza, a dedução particulariza.

No método dedutivo, a conclusão deve necessariamente ser verdadeira. Se a conclusão for falsa,
com certeza uma das premissas também será.

Desse modo, no exemplo acima, caso laranjas ou uvas não tivessem sementes, ou elas não seriam
frutas ou nem todas as frutas teriam sementes.

Já no método indutivo, é possível que as premissas sejam verdadeiras, mesmo com a conclusão
falsa. No exemplo anteriormente citado, se cães, gatos e cavalos tem pêlos, há, apenas a
probabilidade de que os mamíferos sejam peludos, mas não a garantia.

FORMADOR: VALDO Z. MAZIVE 17


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Método Hipotético-Dedutivo

O hipotético-dedutivo é um método de tentativas e erros, que consiste na formulação de


hipóteses e tentativas de falseamento delas. Esse método não visa a verdade absoluta, pois parte
da premissa de que o conhecimento absoluto não é alcançável.

Por isso, as hipóteses que não forem reprovadas não necessariamente serão verdadeiras, podendo
ser submetidas a novos testes. A ideia é que a ciência descarte, num processo cíclico de estudos,
todas as hipóteses falsas, fazendo o conhecimento se aproximar ao máximo da verdade.

O método hipotético-dedutivo funciona a partir de um problema. Em seguida, observando o


objeto de estudo, o autor identifica pelo menos uma hipótese e passa a testá-la. Por fim, descarta-
se as hipóteses reprovadas nos testes, obtendo conclusões sobre o problema.

Método Dialético

O método dialético, por sua vez, se caracteriza pelo confronto de ideias. Por ele, qualquer
conceito definido como verdadeiro deve ser testado diante de outras ideias, a fim de que se
obtenha uma nova teoria.

De um modo geral, o método dialético compreende 03 etapas: a tese, a antítese e a síntese.

A tese representa uma ideia inicial, preconcebida e tida até então como verdadeira. A partir dela,
o autor propõe uma teoria contraditória à tese. Após o confronto de tese com a antítese, surge a
síntese, como resultado da ponderação, gerando uma nova tese.

A nova tese se torna, então, o ponto de partida para outros estudos, favorecendo a existência de
um ciclo dialético em busca do conhecimento.

 Quanto aos procedimentos

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A quinta e mais abrangente forma de caracterização é quanto aos procedimentos. Essa


classificação diz respeito à forma como os dados são coletados, como a análise é realizada e
como os resultados são interpretados.

Quanto aos procedimentos, sua investigação deverá ser classificada como: Bibliográfica,
Documental, Estudo de Caso, Experimental, de Campo, ex post facto, Levantamento, ação e
Participante.

Vale salientar, entretanto, que todos esses procedimentos não são excludentes, isto é, há grande
possibilidade de que se adote mais de um desses procedimentos.

Essa situação, se ocorrer, em nada prejudicará a metodologia adotada no TCC, ao contrário, a


tornará mais rica.

Então fique atento a eles e não perca a oportunidade de comentar, no formulário abaixo desse
texto, se ao final ainda tiver alguma dúvida. Também, se você tiver alguma crítica ou sugestão,
por favor não deixe de comentar.

 Pesquisa Bibliográfica

É o procedimento mais comum, estando evidenciado em provavelmente 100% das pesquisas.

Trata-se da investigação realizada tendo como fontes livros, artigos e outros textos de caráter
científico já publicados.

Nesse tipo de investigação, de caráter predominantemente teórico, busca-se especialmente


desvendar os relacionamentos entre conceitos, ideias e características de um objeto.

Realiza-se a comparação de várias posições sobre um problema, deixando o autor repleto de


informações sobre aquele assunto. A partir daí, o autor compara os resultados, faz interpretações
e constrói conclusões.

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Resultado de aprendizagem 1: Identificar o Objectivo e âmbito de investigação Agrária.

Mesmo que uma investigação tenha caráter empírico, adotando outros procedimentos, como o
estudo de caso, por exemplo, sempre haverá uma parte teórica, caracterizando-se a especulação
bibliográfica.

Também, é possível que ela seja unicamente teórica, mas nesse caso o autor deve estar muito
atento à problematização do tema, para não cair na armadilha de escrever uma mera coletânea de
conceitos.

 Pesquisa Documental

É a que usa como fontes documentos que não tenham caráter científico. Considera-se documento
qualquer objeto que contenha informação sobre um fato, fenômeno ou acontecimento.

Esse tipo de estudo usa textos de empresas e entidades públicas, cartas, diários, catálogos,
jornais, revistas, certidões, escrituras, testamentos, fotografias, tabelas, imagens, relatórios
contábeis, estatísticas, etc.

 Estudo de Caso

Estudo de caso é uma investigação que visa retratar de forma profunda e exaustiva determinados
aspectos de um indivíduo, população, organização, ambiente, situação ou fenômeno.

Por isso, não permite a generalização, quer dizer, nenhuma conclusão do autor pode extrapolar o
âmbito do seu objeto de estudo.

A ideia é encontrar as principais particularidades de um caso que possam ser comparadas com
outros casos, por quem vier a ler o texto. Assim, a eventual generalização só deve ser feita pelo
leitor.

A vantagem desse procedimento é a possibilidade de concentrar a exploração no problema de


uma única empresa, ou de um grupo de pessoas, por exemplo.

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Além disso, não se exige métodos rígidos para a realização de um estudo de caso, podendo ser
utilizadas entrevistas, questionários, documentos, etc.

Por vezes, o estudo de caso se faz com números do objeto estudado, porém, ao contrário do que
se possa pensar, a investigação provavelmente será qualitativa.

Isso por que sua análise não é necessariamente estatística, restrita à verdade contida nos
números. No estudo de caso o autor em regra realizará uma crítica aos dados coletados, para
encontrar causas e eventuais soluções do problema.

 Pesquisa Experimental

Ela é praticamente um padrão nas explorações de laboratório, é o procedimento em que se


manipula variáveis para avaliar o impacto de uma sobre outra.

Normalmente separa-se dois grupos: um deles fica isolado, enquanto outro sofre a influência de
uma determinada variável. Depois realiza-se uma comparação entre ambos os grupos, para
avaliar o impacto da variável.

Imagine, por exemplo, que o autor busque descobrir qual é o impacto da ergonomia na
produtividade dos profissionais de tecnologia.

Para isso, ele deverá procurar dois grupos desses profissionais, depois garantir o uso da
ergonomia para um e para o outro evitá-lo. Em seguida bastará comparar os níveis de
produtividade deles.

Mas a investigação experimental também pode se dar pela aplicação de uma variável sobre dois
grupos. Nesse caso, busca-se verificar se o impacto entre elas é homogêneo.

Também, pode-se analisar o mesmo grupo, porém antes e depois do impacto de uma variável.

Por fim, é possível estudar dois grupos antes e depois do impacto de uma variável. Com isso é
possível diferenciar as consequências que cada um pode sofrer.

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Pesquisa de Campo

É aquela em que o autor vai pessoalmente à realidade estudada e coleta, diretamente, os dados.

Esse método se contrapõe à exploração de laboratório, em que o autor tem controle pleno das
variáveis. Na pesquisa de campo o objetivo é identificar os fenômenos no mundo natural, sem
que o autor tenha qualquer controle sobre as variáveis.

Mesmo assim, como em todas os outros procedimentos, exige-se a realização de uma exploração
bibliográfica sobre o assunto estudado.

Porém, o autor também precisa definir como coletará os dados. Também, qual será a amostra
estudada, bem como a forma de registro e análise dos dados.

 Pesquisa de Levantamento

É que visa conhecer os comportamentos de uma população. Esse procedimento é realizado


mediante consulta direta às pessoas, normalmente por meio de questionários, por amostragem.

As análises de intenção de votos, por exemplo, são consideradas levantamentos.

O levantamento carece da utilização de técnicas estatísticas, caracterizando-se como quantitativa,


de modo a permitir a generalização dos resultados.

Como é padrão nas pesquisas quantitativas, o levantamento não permite o detalhamento do


fenômeno estudado, mas identifica seus aspectos gerais.

5. Trcnicas de coleta de dados: conceito

A coleta de dados é uma atividade agrupada ou informações importantes são coletadas sobre um
tópico específico; em geral, essa atividade visa fornecer o conhecimento necessário para a
realização de um trabalho ou pesquisa.

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A coleta de informações é realizada de diferentes maneiras: pode ser por meio de pesquisas e
entrevistas, através da observação de fenômenos ou de consultas bibliográficas (ou seja, da
revisão de livros e materiais onde os dados foram registrados).

Definição e importância
Em termos gerais, a coleta de dados é um processo de compilação cujo objetivo é obter
informações para tirar conclusões sobre um determinado tópico. Esta atividade pode ser aplicada
em qualquer disciplina; seja nas ciências sociais, nos negócios, nas ciência.

Técnicas de coleta de dados


Geralmente, existem quatro técnicas para coletar dados: entrevistas, pesquisas bibliograficas,
observação e questionários.

As entrevistas
As entrevistas podem ser definidas como conversas direcionadas a um público específico,
estruturado em um formato de pergunta-resposta. Por esse motivo, afirma-se que uma entrevista
é um breve diálogo entre o entrevistador e o entrevistado. Esta reunião tem como objetivo coletar
informações sobre as idéias ou sentimentos de um grupo de pessoas sobre um determinado
tópico.

A observação
É uma das técnicas de coleta de dados mais antigas e mais usadas ao longo da história. Em geral,
consiste em observar o sujeito do estudo (pode ser um grupo de pessoas, animais, plantas …)
com o objetivo de determinar suas características.

Nesse caso, o pesquisador atua como um espectador que analisa as particularidades do sujeito do
estudo. Por exemplo, se você deseja conhecer as características dos cactos – objeto de estudo -, o
pesquisador pode observar e descrever os elementos que compõem esse tipo de planta: as raízes,
a cor, as pontas, as flores (no caso de tê-los), entre outros aspectos.

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Depois de observar o grupo de cactos, passamos a preparar uma lista onde as características estão
listadas; Esta atividade é considerada como uma coleta de dados.

Para usar a técnica de observação, os pesquisadores seguem estas etapas:

 Defina o assunto ou objeto a ser observado.


 Determine a duração desta atividade (ou seja, o tempo que será usado para a observação).
 Estabeleça os objetivos da observação (ou seja, o que você deseja alcançar com esta
atividade).
 Registre o que é observado de maneira ordenada. Isso permitirá quantificar ou qualificar
as características efetivamente.
 Estabelecer conclusões.

Os questionários
Os questionários são usados principalmente para avaliar um determinado grupo de pessoas. Eles
não devem ser confundidos com pesquisas, pois os questionários não se baseiam em análises
estatísticas.

Técnicas de acordo com dados qualitativos e dados quantitativos


Cabe ressaltar que qualquer técnica de coleta de dados pode produzir resultados de maneira
quantitativa ou qualitativa, uma vez que, basicamente, os valores ou qualidades são os meios de
expressão dos dados.

Técnicas qualitativas de coleta de dados


Como mencionado acima, os dados qualitativos são expressos em caracteres alfabéticos e podem
ser adquiridos principalmente por meio de observação, entrevistas e leituras bibliográficas (ou
seja, as informações são coletadas por meio da leitura de textos).

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Por exemplo, se você quiser fazer uma observação qualitativa das características dos vermes, o
pesquisador levará em consideração elementos não quantificáveis (não numéricos), como a cor e
a dieta desses insetos.

Da mesma forma, um jornalista conduz uma entrevista qualitativa ao perguntar a um grupo de


pessoas sobre sua experiência com um determinado filme.

Técnicas quantitativas de coleta de dados


As técnicas quantitativas consistem no uso de dados que foram produto de medições; portanto,
os pesquisadores usam apenas dados numéricos; Além disso, esses dados são geralmente
avaliados por meio de análise estatística.

Por exemplo, se um pesquisador quiser conhecer a porcentagem de pessoas com sobrepeso em


uma localidade, poderá realizar uma pesquisa quantitativa fazendo perguntas sobre a idade, sexo,
peso e altura das pessoas.

A observação também é usada para investigações quantitativas; por exemplo, as características


dos vermes podem ser investigadas, mas desta vez a partir de uma abordagem numérica,
registrando dados como comprimento, número de pernas, número de olhos, entre outros.

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