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26/10/17

Enfermagem em
Cuidados Paliativos
CON T ROLO DE SIN T OMA S

Sintomas que vamos abordar

Náuseas e vómitos
Astenia/Caquexia/Anorexia
Disfagia
Obs?pação
Dispneia
Agitação e delirium
Mucosite
Sialorreia

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Náuseas e vómitos

Náuseas e vómitos
Avaliação (intensidade, como surge, frequencia, etc..)
Implicações para a QdV
Estiologia?
Fármacos?
Alimentos melhores?
Estratégias não farmacologicas..
Relacao com outros sintomas?

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Náuseas e vómitos

“Náusea é uma sensação desagradável de necessidade de vomitar, por


vezes acompanhada de sintomas autonómicos.”

“Vómito é a expulsão forçada do conteúdo gástrico pela boca.”

Twycross R, Wilcock A (2001) Symptom Management in Advanced Cancer. 3a edição. Oxford: Radcliffe
Medical Press: 104

Autoria: Cristina Galvão

Náuseas e vómitos
• A náusea é habitualmente mais desagradável que o
vómito

• Muitos doentes toleram melhor um ou dois episódios de


vómito por dia do que náuseas persistentes

Autoria: Cristina Galvão

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C
A
U
Aumento'da'pressão'intracraniana'
S
A
Dor'
S
Fármacos'
P
O
T
E Tosse'
N
C

Náuseas''
I
A
L
QT'/'RT'
M
E e' Gastrite''
N
T
E
Vómitos'
R
Obs;pação'
E
V
E
R
S
Ansiedade' Insuf'hepá;ca'/'renal'/'cardíaca'
Í
V
E
I
S
Hipercalcémia' Obstrução'gástrica'/'intes;nal'

Autoria: Cristina Galvão

Medidas não farmacológicas


§ Manter um meio ambiente confortável e com tranquilidade
§ Evitar clima de tensão, particularmente à hora das refeições
§ Reduzir estímulos, como a visão de alimentos, ruídos e odores intensos e
prolongados
§ Evitar dietas salgadas, gordurosas e condimentadas
§ Usar roupas largas evitando a contenção intestinal e gástrica
§ Manter uma boa higiene oral
§ Prevenir aspiração do vómito, mantendo posição corporal adequada
§ Evitar decúbito dorsal pós prandial
§ Refeições leves e fracionadas

Pina, P. (2016). O controlo de náuseas e vómitos em cuidados paliativos, in Barbosa, A., Pina, P, Tavares, F., Neto, I.
Manual de Cuidados Paliativos, 3ª Ed. Faculdade de Medicina de Lisboa

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Estratégia anEemética
§ Determinar a(s) causa(s) prováveis de náuseas e/ou vómitos;

§ Determinar a via mais adequada de administração de


fármaco(s) que garanta que este(s) chegue(m) ao local onde
atua(m);

§ Garantir uma adequada titulação da dose, avaliações


frequentes do doente e administração regular do(s) fármaco(s)
atiemetico(s).

Mannix, K. (1998). Palliation of nausea and vomiting. In D. Doyle, G. W. C. Hanks, & N. MacDonald (Eds.),
Oxford textbook of palliaBve medicine
Autoria: Cristina Galvão

N
' ''''''''''''''''''''''Fármaco(
E;ologia(
Á
U Fármacos( • haloperidol(1.5mg(à(noite(/(2xdia(
S • levomepromazina(6.25mg(à(noite(
E
A
Radioterapia(( • haloperidol(1.5mg(à(noite(/(2xdia(
S

E Quimioterapia( • dexametasona(4f8mg(dia((
• metoclopramida(20mg(4xdia(
V
Ó Metabólico( • haloperidol(1.5mg(à(noite(/(2xdia(
M (hipercalcémia/insuf.( • levomepromazina(6.25mg(à(noite(
I
T
renal)(
O
S Aumento(de(pressão( • dexametasona(4f16mg(dia(
intracraniana(

Autoria: Cristina Galvão

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N ' ''''''''''''''''''''''Fármaco(
Á E;ologia(
U
S Esvaziamento(
E • metoclopramida(10f20mg(4xdia(
gastrico(
A
S retardado( • domperidona(10f20mg(4xdia(
E Irritação(
• Parar(AINE.(Tratar(gastrite(
gástrica(
V
Ó
M Intratável,(
I • levomepromazina(6.25mg(–(12,5mg(à(
T desconhecida(
O ou(mista( noite(
S

• dexametasona(8f12mg(dia(
Autoria: Cristina Galvão

Anorexia/Caquexia

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Anorexia, caquexia
§ Anorexia é a ausência ou diminuição de apetite. 1

§ Caquexia é um síndroma complexo que associa emagrecimento,

lipólise, perda de massa muscular e proteína visceral, anorexia,

náuseas crónicas e fraqueza. 1

1 Bruera, E. (1997). ABC of palliative care: anorexia, cachexia, and nutrition. BMJ: 315, ( 7117), 1219–1222.

Astenia ou fadiga
A astenia:2
§ Fadiga ou cansaço fácil

§ Fraqueza generalizada com dificuldade em iniciar movimento

§ Fadiga mental com dificuldade de concentração, alterações da


memória e labilidade emocional

2 Woof R (1998) Asthenia, cachexia and anorexia. In: Faull C. et al eds. Handbook of PalliaBve Care

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Sindrome Anorexia-Caquexia
Muito frequente...
Astenia: 90% dos doentes em CP
Anorexia: 85% dos doentes em CP

Doenças:
Insuficiencia renal (40%)
Sida (35%)
Cancro (30%)
Ins Cardiaca, DPOC (20%)

Pina, P. (2016). A Sindrome de Anorexia-Caquexia, in Barbosa, A., Pina, P, Tavares, F., Neto, I. Manual de Cuidados
Paliativos, 3ª Ed. Faculdade de Medicina de Lisboa

Sindrome caquexia-anorexia
§ Fase pré clinica (perda ponderal <5%, anorexia) – tratamento da
causa de base

§ Frase clínica (perda ponderal >5%, inflamação sis témica - tratamento


de causas desencadeantes, aumento do aporte nutricional, etc)

§ Fase tardia ou de irreversíbilidade (perda muscular grave, ba ixo


desempenho físico, comprom isso imunologico – sobrevida <3meses
– aposta na Qdv..)

Pina, P. (2016). A Sindrome de Anorexia-Caquexia, in Barbosa, A., Pina, P, Tavares, F., Neto, I. Manual de Cuidados
Paliativos, 3ª Ed. Faculdade de Medicina de Lisboa

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Anorexia((–((atenção(a:(

• Xerostomia(
• Infeção(oral,(p.ex.(candidíase(
• Ulceração(oral(
• Próteses(dentárias(mal(adaptadas(
• Náuseas(e(vómitos(
• Estase(gástrica(
• Obs%pação(

Autoria: Cristina Galvão

Medidas não farmacológicas


(de acordo com estadio clinico de doente – reversibilidade...)

§ Intervenção individualizada
§ Aconselhamento por nutricionista (adaptação de dieta, quantidades,
intervalos)
§ Dieta enterica – se não causar stresse ao doente/cuidador (se
nauseado, não forçar a comer)
§ Dieta parentérica – não recomendada
§ Alguma atividade física - adaptada
§ Intervenções psicoterapêuticas

Pina, P. (2016). A Sindrome de Anorexia-Caquexia, in Barbosa, A., Pina, P, Tavares, F., Neto, I. Manual de Cuidados
Paliativos, 3ª Ed. Faculdade de Medicina de Lisboa

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Medidas não farmacológicas


(de acordo com estadio clinico de doente – reversibilidade...)

§ Atenção aos alimentos oferecidos!!

§ Pequenas quantidades, pratos pequenos...

§ Pequenos snacks em vez de refeições grandes...

§ Dieta a gosto...

Pina, P. (2016). A Sindrome de Anorexia-Caquexia, in Barbosa, A., Pina, P, Tavares, F., Neto, I. Manual de Cuidados
Paliativos, 3ª Ed. Faculdade de Medicina de Lisboa

Tratamento farmacologico
CorLcóides
• Aumentam o apetite e o bem-estar mas não o peso.
• O efeito é temporário (semanas).
• É lícito um ensaio de uma semana com cor?cóides desde que haja um
objetivo concreto, p.ex. aumento do apetite.
• Se não houver beneficio nesse período - suspender.
• Se beneficio, reduzir gradualmente a dose para evitar toxicidade
Mais utilizado: dexametasona (4- 12mg/dia), prednisolona (20-
60mg/dia)

Autoria: Cristina Galvão

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Tratamento farmacologico
§ Progestagéneos
• Aumentam o apetite e o peso mas só em altas doses.
• O efeito é mais persistente que o dos cor?cóides (meses) mas pode
levar semanas a manifestarfse.
Medroxiprogesterona 400mg / dia
Acetato de Megestrol 80V160mg 2xdia

§ Procinéticos
No caso de saciedade precoce, násea crónica, gastriparésia
Metoclopramida (60-120mg/dia)

Autoria: Cristina Galvão

Astenia/ fadiga

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Astenia/ Fadiga
Muito prevalente em doentes em CP (doentes com cancro,
ins de orgão, idosos com doença crónica...)

Avaliação é fundamental (“sente-se mais fraco que o


habitual?”, fatores de alivio, intensidade, etc)

Galvão, C, Pazes, C. (2016) Astenia/ Fadiga. in Barbosa, A., Pina, P, Tavares, F., Neto, I. Manual de Cuidados Paliativos,
3ª Ed. Faculdade de Medicina de Lisboa

Astenia/ Fadiga
Tratamento não farmacologico
• Ter em conta fase da doença (no final da vida pode até ser
positiva...)
• Não farmacológico: conservação vs gasto de energia
• Adaptação da vida diária
• Adaptação de expectativas
• Adapatação de planos de exercício de acordo com a
capacidade
• Comunicação..

Galvão, C, Pazes, C. (2016) Astenia/ Fadiga. in Barbosa, A., Pina, P, Tavares, F., Neto, I. Manual de Cuidados Paliativos,
3ª Ed. Faculdade de Medicina de Lisboa

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Astenia/ Fadiga
Tratamento farmacologico

Dexametasona,
Metilfeninato,
Modafenil,
Eritropoetina

Obstipação

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Obstipação
§ dejeções escassas,
§ dificeis ou dolorosas ou
§ fezes duras e em pequena quantidade

Complicações:
§ dor,
§ fecalomas, ATENÇÃO!!!!!
§diarreia,
§ retenção urinária

Autoria: Cristina Galvão

Obstipação
Altera a sensação de bem-estar

• Impacto negativo na qualidade de vida

Princípios da intervenção:
§ Avaliação sistemática

§ Terapêutica precoce e adaptada a cada paciente

§ Reduzir intervenções que causem perda da dignidade da pessoa

Autoria: Cristina Galvão

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Obstipação – Avaliação
1. O que é normal para o doente? (frequência, quantidade, horário)
2. Quando defecou a última vez?
3. Que quantidade, consistência e coloração tinha essa dejeção? Sangue?
4. Teve dor abdominal, cólica, náuseas, vómitos, sensação de gases ou de
intestino cheio?
5. Usa habitualmente laxantes e se sim quais?
6. O que faz habitualmente para diminuir/prevenir a obs%pação?
7. Que medicamentos toma?
8. A obstipação é recente?
9. Que dieta (o que come)?
1.Adapt. de ADULTPALLIATIVECARE GUIDANCE(2006)2nd Edi;on South West London, Surrey, West Sussex and Hampshire,and Sussex Cancer Networks
and Northern Ireland Pallia;ve Medicine Group

Autoria: Cristina Galvão

Obs%pação((f((e%ologia((1)(
RELACIONADAS(COM(A(DOENÇA(
• Imobilidade(
• Malnutrição((
• Aporte(alimentar(diminuto(
• Dieta(pobre(em(resíduos(
DEPLEÇÃO(DE(FLUIDOS(
• Deficiente(aporte(hídrico((
• Aumento(de(perdas((vómitos,(poliúria,(febre)(
FRAQUEZA(
• Incapacidade(para(aumentar(a(pressão(intrafabdominal((
(astenia,(paraplegia)(
• Incapacidade(para(ir(à(casa(de(banho(quando((sente(
necessidade(de(evacuar((
• Imobilidade(reduz(peristalse(

Autoria: Cristina Galvão

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Obs%pação((f((e%ologia((2)(
ALTERAÇÃO(DO(TRANSITO(INTESTINAL(
MEDICAÇÃO(
• Opióides((90%(necessitam(laxantes)(
• Diuré%cos(
• An%depressivos(tricíclicos(
• Ondansetron/granisetron/tropisetron(
• Octreo%do(
• Sulfato(ferroso(
BIOQUIMICOS(
• Hipercalcémia(
• Hipocaliémia(
OUTROS(
• Falta(de(privacidade(
• Dor(à(defecação((fissuras(anais)(

Autoria: Cristina Galvão

Obs;pação''X''fatores'associados'

• Imobilidade(
• Dieta(de(baixo(volume(e(pobre(em(resíduos(
• Fraqueza(muscular(
• Fármacos((opióides(e(an%colinergicos)(
• Hipercalcemia(
• Desidratação(
• Oclusão(intes%nal(/(pseudofoclusão(
• Compressão(medular(/(síndroma(da(cauda(equina(

Autoria: Cristina Galvão

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Obs;pação''X''terapêu;ca'farmacológica'
Efeito' Fármaco' Dose' Observações'

Amolecedores( Docusato(de(Sódio( 100f200mg(2f3xdia(


( até(600mg/dia(
Parafina(Liquida(&( (
Hidróxido(de( 10mLf30mL(b.d.(
Magnésio(
Es%mulantes( Sene( 2f4comp.(à(noite/2xdia( Podem(causar(cólicas(
( ( (
( ( Evitar(em(doentes(
Bisacodil( 5f10mg(à(noite/2xdia( com(obstrução(
intes%nal(maligna(

Osmó%cos( Lactulose( 10mLf20mL(2f3xdia( Para(ser(eficaz(exige(


aporte(de(pelo(
menos(1l/agua/dia(

Autoria: Cristina Galvão

Dispneia

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Dispneia
ØExperiencia subjetiva
ØTomada de consciência de dificuldade em respirar

ØFrenquente em doentes com doença oncologica e não oncologica

Etiologia:
§ Doença oncologica (cancro do pulmão, metastização pulmonar,
obstrução de via aerea, ascite, etc)

§ Doenças não oncologicas (DPOC, Asma, Doença cardiaca

Feio, M. (2016). Dispneia, in Barbosa, A., Pina, P, Tavares, F., Neto, I. Manual de Cuidados Paliativos, 3ª Ed. Faculdade de
Medicina de Lisboa

Dispneia - tratamento
Etiologia tratável?

Avaliação – outros sintomas?

Ligação com ansiedade e depressão...

Otimizar tratamento de doença de base

Feio, M. (2016). Dispneia, in Barbosa, A., Pina, P, Tavares, F., Neto, I. Manual de Cuidados Paliativos, 3ª Ed. Faculdade de
Medicina de Lisboa

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Dispneia
Tratamento não farmacologico
§ Reabilitação pulmonar, cinesiterapia respiratória (melhorar
capacidade de exercício. Ex doentes com DPOC)

§ Excercício fisico adaptado

§ Utilização de ventoinha de mão

§ Posicionamento (sentado, inclinado para a frente)

§ Utilização de andarilho (postura facilitadora)

Feio, M. (2016). Dispneia, in Barbosa, A., Pina, P, Tavares, F., Neto, I. Manual de Cuidados Paliativos, 3ª Ed. Faculdade de
Medicina de Lisboa

Dispneia
Tratamento farmacológico
• Opioides (Recomendado: morfina)

• Ansiolíticos (não determinado a nível de estudos - mas efeito


na ansiedade pode ser benefico)

• Oxigénio – muito utilizado mas sem evidencia de eficácia na


dispneia...

• Broncodilatadores – tratamento/controlo de doença de base

• Corticoides – anti-inflamatorio potente...

Feio, M. (2016). Dispneia, in Barbosa, A., Pina, P, Tavares, F., Neto, I. Manual de Cuidados Paliativos, 3ª Ed. Faculdade de
Medicina de Lisboa

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Opióides(na(Dispneia(
(
(
• Aumentam'a'tolerância'ao'exercício'

• Melhoram'a'dispneia'

• Aliviam'a'tosse'

• Diminuem'a'dor'torácica'

• Sedação'/'redução'da'ansiedade'

Morfina de ação rápida 2,5mg de 4/4h para titular...

Autoria: Cristina Galvão

Disfagia

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Disfagia'X'e;ologia'

Terapêu;ca' D.'concomitantes'
fármacos,'' estenose'benigna,''
cirurgia,'' esofagite'de'refluxo,''
Fact.'que'pioram'a'deglu;ção'
radioterapia,'' dispepsia'funcional,''
idade'avançada,''
quimioterapia'
lesão'cerebral,'
falta'de'peças'dentárias,''
dor'
falta'de'tempo'para'comer,''

falta'de'pessoal'auxiliar,'' '''''''''''''D.'avançada'

depressão,'ansiedade,' obst.'endoluminal,'infiltração'ou'fibrose,''
compressão'extrínseca,''
ambiente,''
doença'do'neurónio'motor,''
comida'' Assoc.'à'd.'avançada' paralisia'de'pares'cranianos,''
' xerostomia,'' lesão'cerebelosa,''
micose,'' neuropa;a,''
cáries'dentárias,'astenia,'' disfunção'neuromuscular,''

hipercalcémia'(rara)(( lesão'cor;cal'

Autoria: Cristina Galvão

Disfagia'–'terapêu;ca'(1)'

• Hidratação'e'/'ou'alimentação'adequada(s)?'

• A'obstrução'é'total?'

• Há'necessidade'de'suporte'nutricional'pré'cirurgia'ou'
quimioterapia?'

• Infecção'da'mucosa'ou'xerostomia?'

• Efeito'de'fármacos?'

• A'dor'dificulta'a'deglu;ção?'
Autoria: Cristina Galvão

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Disfagia'–'terapêu;ca'(2)'

• Há'terapêu;ca'an;tumoral'possível?'

• Há'edema'peritumoral?'

• Sintomas'de'aspiração?'

• A'disfagia'é'persistente?'

• Alimentação'não'oral'necessária'+'de'um'mês?'
Autoria: Cristina Galvão

Disfagia - abordagem
• Rever objetivos – fase da doença, situação clínica

• Ajuste da consitencia dos alimentos

• Utilização de espessantes..

• SNG – periodo limitado (max 1 mês), atenção ao desconforto vs


benefício

Feio, M. (2016). Dispneia, in Barbosa, A., Pina, P, Tavares, F., Neto, I. Manual de Cuidados Paliativos, 3ª Ed. Faculdade de
Medicina de Lisboa

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Disfagia - abordagem
• PEG (gastrostomia percutânea endoscópica – melhor tolerada

• Nem a SNG nem a PEG previnem pneumonias de aspiração.

• A SNG pode mesmo aumentar o risco de peneumonia

• Nos doe ntes com demencia avançada a colocação de PEG não se


associou a melhoria do estado nutricional, qdv ou redução de
pneumonias

• Nos doentes com AVC a alimentação enteral na prime ira semana não
melhorou sobrevida (após este pe riodo, a PEG dem onstrou
melhorias no estado nutricional e < de mortalidade
Feio, M. (2016). Dispneia, in Barbosa, A., Pina, P, Tavares, F., Neto, I. Manual de Cuidados Paliativos, 3ª Ed. Faculdade de
Medicina de Lisboa

Agitação e delirium

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Agitação'–'excluir'causas'potencialmente'reversíveis'

• Retenção(urinária(

• Fecaloma(

• Dor(musculofesquelé%ca(

• Medo,(sensação(de(isolamento(

• Dor((analgesia(inadequada)(

Autoria: Cristina Galvão

Circular'Norma;va'nº'8/DSPSM/DSPCS'de'25/05/2007'
Medidas'preven;vas'de'comportamentos'agressivos/violentos'de'doentes'X'
contenção'wsica''

Autoria: Cristina Galvão

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Autoria: Cristina Galvão

Agitação'X'intervenção'

• Iden%ficar(e(tratar(as(causas(modificáveis;(

• Proteger(de(lesões(/(comportamentos(

• Não(imobilizar(

• Terapêu%ca(farmacológica(

• Reavaliação(periódica((

Autoria: Cristina Galvão

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Confusão'com'agitação'–'e;ologia'/'terapêu;ca'

• Alterações(metabólicas(
• Insuficiência(renal(ou(hepá%ca((
• Hipercalcemia(
• Hipóxia(
• Toxicidade(opióide(f(pesquisar(sinais(
• Reduzir(opióides(em(30f50%(
• Infeção(fTratar(
• Metástases(cerebrais(f(Considerar(Dexametasona(
8f16mg(p.o.(
Autoria: Cristina Galvão

Agitação'X'terapêu;ca'

• Midazolam''
• 5mg(SC(de(imediato(
• 10(–(100mg(em(24h(SC(conÖnua(
e'/'ou''
• Levomepromazina'
• 25mg(SC(de(imediato'
• 25(–(200mg(em(24h(SC(conÖnua(

• Se'a'ansiedade'for'predominante:'
• Lorazepam(0,5(–(1mg(SL(SOS(
• Diazepam(2f5mg(3xdia,(p.o.(ou(rectal(
• Midazolam(5f10mg(SC'

Autoria: Cristina Galvão

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Desidratação''X''sinais'e'sintomas'
• Xerodermia(
• Xerostomia(
• Secreções(espessas( Outras'causas'para'estes'sintomas'
• Oligoanúria( (

• Hipotensão(postural( •Efeito(secundário(da(medicação(
• Cefaleias( •Alectuamento(prolongado(
• Cãimbras(
•Respiração(oral(
• Irritabilidade(
• Enjoo/náusea( •Uso(de(suplementos(alimentares(
• Obs%pação(
• Perda(de(peso(
• Desorientação(
• Hipotensão(ortostá%ca(

Autoria: Cristina Galvão

Princípios'para'hidratação'
• Iden%ficar(causas(de(incapacidade(de(manter(hidratação(
adequada(
• Quando(possível(tratar(causas(reversíveis(
• Rever(prognós%co(e(obje%vos(do(tratamento(
• Avaliar(o(quanto(a(diminuição(da(ingesta(tem(impacto(
nega%vo(na(qualidade(de(vida(
• Considerar(intervenções(não(invasivas(simples(primeiro(
• Se(intervenção(invasiva(for(necessária(estabelecer(%mings(e(
indicações(para(a(sua(suspensão(antes(de(iniciar(
terapêu%ca(
• Qualquer(que(seja(a(decisão(de(intervenção(o(desconforto(
oral(pode(ser(aliviado(com(cuidados(à(boca(adequados(

Autoria: Cristina Galvão

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Mucusite

Autoria: Cristina Galvão

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A Organização Mundial da Saúde classifica a mucosite oral em 5 categorias:

Mucosite'Oral(
Grau'0( Grau'1( Grau'2( Grau'3( Grau'4(
Mucosa( Dor(ou( Eritema(e( Úlceras((o( Úlceras((o(
sem( eritema( úlceras( doente(só( doente(não(
alterações( tolera(dieta( tolera(
líquida)( qualquer(%po(
de(
alimentação)(
Mucosite'oral'ligeira'a' Mucosite'oral'grave(
moderada(

hÄp://www.stopcancerportugal.com/2012/05/25/mucositeforalfinflamacaofedemafulceracao/(

Autoria: Cristina Galvão

Cuidados(à(boca(

• Prevenção(de(problemas(
• Controlo(de(sinais(e(sintomas(desagradáveis(
• Alterações(do(paladar(
• Candidíase(
• Boca(seca((xerostomia)(
• Dor(
• Halitose((

Autoria: Cristina Galvão

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Risco(de(Xerostomia(
• Ingestão(hídrica(inferior(ao(desejável(
• Estado(nutricional(deficitário(
• O(doente(toma(medicamentos(que(diminuem(as(
secreções((
• Intervenções(como(a(RT(da(cabeça(e(pescoço(ou(a(QT(
predispõem(para(má(saúde(oral((
• Doente(com(capacidade(reduzida(para(fazer(a(sua(
higiene(oral((
• Frequentemente(pensafse(que(os(problemas(orais(
“não(são(suficientemente(graves(para(serem(referidos”(

Autoria: Cristina Galvão

Cuidados(orais(
• Cada(2f4(horas((((/(((((1XDIA(
• Escovagem(e(lavagem(com(pasta(denÖfrica(após(as(refeições(
• Lavagem(de(próteses(após(as(refeições((ou(pelo(menos(1xdia)(
• Bochecho(frequente(para(manter(a(boca(húmida(
• Pesquisar(e(perguntar(por(halitose,(dor,(candidíase,(úlceras,(
alterações(do(paladar,(problemas(com(próteses(
• Atenção(a(doentes(em(estado(semifcomatoso(ou(com(
respiração(oral(
• Rever(estado(dos(dentes((ou(próteses)(e(pedir(apoio(
• Rever(medicação((opióides,(diuré%cos,(amitrip%lina,(etc.)(

Autoria: Cristina Galvão

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Xerostomia((f((terapêu%ca(

• Subs%tutos(da(saliva(
• Água(
• Leite(
• Saliva(ar%ficial(
• Falhas(de(gelo(/(chá(/(sumo(de(ananás(
• Es%mulantes(da(saliva((
• Pas%lha(elás%ca(sem(açúcar(
• Pas%lhas(de(vitamina(C(((
• Ananás((

Autoria: Cristina Galvão

Infeções(orais(

•(Candidíase:%
• Fluconazol(150mg(imediatos(ou(50mg(/(dia((7(–(14(dias)(
• Nista%na(1f2ml(4f4H(
(
•(Herpes%simplex:%
• Aciclovir(creme(

•(Infeção%bacteriana:%
• AB(adequado((
• Metronidazol(oral(ou(tópico(se(cheiro(intenso(

Autoria: Cristina Galvão

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26/10/17

Outros(
•(Hemorragias%
• Freq.(associadas(com(neo(oral(ou(alterações(da(coagulação(
• Considerar(transfusão(de(plaquetas(ou(administração(de(
vitamina(K(
• Evitar(escovagem(vigorosa(
• Bochecho(com(sucralfato(
(
•(Dor%
• Tratar(a(causa((infeção,candidíase)((
• Dor(oral(generalizada:(
• Paracetamol(solúvel/(bochecho(de(aspirina(+(deglu%r(
• Opioides(se(dor(intensa(
• Anestésicos(tópicos(((((Topical(anaesthe%cs(e.g.(
benzydamine(mouthwash,(benzocaine(lozenges,(choline(
• salicylate,(mucaine(suspension(

Autoria: Cristina Galvão

Outros sintomas...curiosidades
Sialorreia – medicação tópica: atropina (2-3gotas orais até 3xdia)

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