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07/12/2014

Curso de Medicina Felina http://www.lflivros.com.br


ANCLIVEPA – MG 2014
CAPÍTULO 1: ANATOMIA E FISIOLOGIA RENAL
CAPÍTULO 2: INJÚRIA RENAL AGUDA

Nefrologia Felina
CAPÍTULO 3: DOENÇA RENAL CRÔNICA
CAPÍTULO 4: DOENÇAS DO TRATO URINÁRIO EM CÃES
CAPÍTULO 5: UROLOGIA EM MEDICINA FELINA
CAPÍTULO 6: NEFROLOGIA EM MEDICINA FELINA
CAPÍTULO 7: ANÁLISES LABORATORIAIS: PRINCIPAIS ALTERAÇÕES E COMO
INTERPRETÁ-LAS
CAPÍTULO 8: ULTRASSONOGRAFIA DO SISTEMA URINÁRIO
CAPÍTULO 9: EXAME RADIOGRÁFICO DO SISTEMA URINÁRIO
CAPÍTULO 10: TERAPIAS POR DIÁLISE
CAPÍTULO 11: FLUIDOTERAPIA
CAPÍTULO 12: HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA
CAPÍTULO 13: ABORDAGEM NUTRICIONAL PARA CÃES E GATOS COM DOENÇAS RENAL
CRÔNICA
CAPÍTULO 14: UROLITÍASES E LITOTRIPSIA
CAPÍTULO 15: CUIDADOS PRÉ E PÓS-CIRÚRGICOS
CAPÍTULO 16: ONCOLOGIA
CAPÍTULO 17: CÉLULAS-TRONCO

Profa. MV. MSc. Esp. Doutoranda


Tathiana Mourão dos Anjos

Ingestão Hídrica Ingestão Hídrica e Diurese


CONSUMO HÍDRICO DIÁRIO
Quanto uma pessoa ingere por dia? Normal Polidipsia (PD)
Felino < 40 a 50 ml/kg/dia > 100
Quanto um cão ingere por dia?
Canino < 80 a 90 ml/kg/dia > 100
PRODUÇÃO URINÁRIA
Quanto um gato ingere por dia?
Normal Poliúria Oligúria Oligúria Anúria
Inapropriada
0,5 a 2,08 > 2,08 < 0,5 < 0,25 < 0,08
ml/kg/hora

12 a 50 > 50 < 12 <6 < 1,92


ml/kg/dia

Funções dos Rins Unidade Funcional dos Rins

Filtração do sangue. Néfrons glomérulos + túbulos.

Excreção de substâncias indesejadas. Gato 190.000 a 200.000 por rim.

Regulação do equilíbrio hidroeletrolítico e ácido- Manutenção da homeostase ⅓ de néfrons


básico, osmolalidade, volume de líquidos e PA. suficiente pra manter as funções.
Glomérulos - ME Túbulos - ME

Secreção de substâncias (EPO, renina) e


metabolismo de hormônios (vitamina D).

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Regiões Anatômicas dos Rins Regiões Anatômicas dos Rins

Cortical, medular e hilo renal. Cortical, medular e hilo renal.

Cálices
Pelve renal

Artéria
renal - --------------- ---------
Medula
Veia
renal

Ureter
Córtex

Nutrição e Oxigenação dos Rins Vascularização dos Rins


Arteríola
eferente
Artéria renal emerge diretamente da aorta.
TCP
Veia renal drena diretamente na cava caudal.
C Cápsula de Bowman Arteríola
TCD aferente
Capilares glomerulares
--------------------------------------------------------------------
Capilares peritubulares (Vasa reta)

Veia renal AH Ducto coletor

Vascularização dos Rins Vascularização dos Rins

TCP Espaço de Bowman (onde o filtrado cai) Ricamente vascularizados 25% de sangue
Cápsula glomerular proveniente do débito cardíaco !!!

Arteríola aferente
90% cortical (glomérulos) e 10% medular (túbulos).
(sangue chega pra ser filtrado)
Vasodilatação - Bradicinina
Capilares
Função renal depende adequado fluxo sanguíneo
glomerulares Mácula densa (TCD) aos rins.
Arteríola eferente Aumento da TFG e excreção renal !!!
(sangue já filtrado volta pra circulação)
Vasoconstrição - Angiotensina II

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Fluxo Sanguíneo Renal Inervação dos Rins

Fatores extra-renais que interferem no FSR: Tônus simpático (alfa-adrenérgico).

Volume circulante. PA (mmHg) = DC x RVP


Plexo renal inerva AA, AE, AJG (mácula densa,
células granulares e mesangiais), TCP e AH.
Resistência vascular periférica.
Secreção de renina, reabsorção tubular de sódio
Fatores intra-renais que interferem no FSR: e vasoconstrição manutenção da PA.
Alterações nos vasos renais.

Tônus vascular das arteríolas aferente e eferente.

Filtração e Excreção

TFG e excreção
Paciente hígido

Vasodilatação
Pressão provocada pela Bradicinina
glomerular
Fluxo sanguíneo normal
PA: SRAA mantem a filtração distribuído em todos os
glomerular, o volume de água no
organismo e a [ ] de Na, glomérulos
mantendo a volemia

Vasoconstrição provocada pela Angiotensina II

Secreção e Reabsorção Localização Renal


Capilar peritubular
Arteríola
eferente Órgãos pares (RD mais cranial).
TCD

± Mesmo tamanho LI-L5.


Arteríola TCP
aferente Cápsula C
--------------------------------------------------------------------

Filtração M
Reabsorção
Veia
Secreção DC renal
Excreção
AH
Urina

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Avaliação Semiológica Renal Cápsula Renal

Rins são palpáveis: Cápsula fibrosa extremamente vascularizada (gato)


hemorragia após biópsia percutânea.
RE + caudal, solto. Pode se mover com a respiração Canino Felino
(cão), não confundir com massas (gato).

RD + cranial e + firmemente aderido ao dorso


(ligamento hepato-renal - lobo hepático caudal).
X
Tamanho 3,0 - 4,4 cm (comprimento) x 2,7 - 3,1
cm (largura) x 2,0 - 3,5 cm (espessura) fêmeas e
castrados < machos e inteiros.

Ureteres Ureteres

Órgãos tubulares extensão da pelve renal.

Retroperitoneal parede dorsal abdominal.

Músculo liso, epitélio de células de transição.


X
Transporte urinário peristaltismo.

Diurese dilata em até 17 vezes.

Diâmetro 1,0 mm (E) e 0,4 mm (I ± fio 2-0).

Avaliação Radiológica Avaliação Radiológica

± 2,5 a 3,5 vezes (cão) e ± 2,4 a 3,0 (gato) o Superfície irregular, tamanho, cálculos.
comprimento do corpo da L2.

L2 L2
------

------

------------
------------

------------
------------

L2

LL VD

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Avaliação Ultrassonográfica Avaliação Ultrassonográfica

Topografia habitual. Córtex renal de gatos normais mais


hiperecogênica vacúolos de gordura no
Dimensões dentro do padrão, superfícies regulares. epitélio cortical tubular.

Relação (1:1) córtico-medular preservada e !


manutenção da junção córtico-medular.

Ecogenicidade habitual menos ecogênico que


fígado (RD) e baço (RE). Cuidado com gatos!!!

Avaliação Ultrassonográfica Avaliação Ultrassonográfica

Sinal da medular inespecífico ou sinais de PIF


e/ou nefropatias.

Rim Canino Rim Felino

Avaliação Urinária Avaliação Urinária

DU reflete a capacidade renal de concentrar ou DENSIDADE URINÁRIA


diluir a urina único parâmetro de função renal Felino Canino
na urinálise (exame indispensável) !!! Dieta Seca > 1,035 > 1,030
Dieta Úmida > 1,025 > 1,025
Varia com a quantidade de umidade na dieta, Referência 1,035 a 1,060 1,015 a 1,045
quantidade de água consumida, estado de Média (longo do dia) - 1,020
hidratação e função renal. Pós-prandial Até 1,080 -

Gato 100% de néfrons justamedulares!! Quanto


1ª urina da manhã ideal [ ] máxima de solutos. + profunda a AH > a capacidade absortiva de água
e de [ ] urinária.

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Avaliação Urinária Avaliação Urinária

Refratometria!!! Tira de urina resultados


imprecisos não deve ser usada para DU !!!

Avaliação Urinária Avaliação Urinária

DU < 1,012 (isostenúria) DRC. 1,008 a 1,012


Filtrado glomerular
Cistocentese sentido crânio-caudal, 45º (ideal -
guiada por US).
DU > 1,040 + desidratação saudável.

Perda de ⅔ (67%) da função total de néfrons


comprometimento da concentração
hipo/isostenúria.

Perda de ¾ (75%) da função total de néfrons


comprometimento da filtração azotemia.

Avaliação Urinária Avaliação Urinária

Alguns gatos salivam excessivamente ou vomitam


após a cistocentese resposta vaso-vagal.
Raramente apresentam colapso após a cistocentese
possivelmente devido à liberacão de
catecolaminas. Risco maior em gatos com doença
cardiovascular subjacente.

Evitar cistocentese cistite enfisematosa,


plaquetas < 25.000, neoplasias vesicais, cistotomia
na semana anterior.

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Ureia x Creatinina Ureia x Creatinina

CNNP normalmente eliminados pelos rins. sérica de CNNP azotemia.

[Ureia] toxicidade. TFG, pós-prandial, Azotemia + sinais clínicos uremia.


dieta hiperproteica, catabolismo (estresse, febre,
infecções). [Ureia] hepatopatia. Azotemia + alterações em múltiplos órgãos e
sistemas síndrome urêmica.
[Creatinina] TFG (produção constante e
excreção 100% renal). [Creatinina] caquexia Bons indicadores da presença de IR.
(creatina muscular creatinina).
Influenciados pelo estado de hidratação!!!

Azotemia Doenças Renais

Pré-renal perfusão glomerular inadequada Muito frequentes evento “natural” no gato


(desidratação, hemorragia, choque, cardiopatia, idoso.
anestesia, AINES, diuréticos).
5 a 6 gatos em um total de 10 (50 a 60%)
Renal lesão renal intrínseca (IRA ou DRC apresentarão, em algum momento da vida, alguma
conduta e prognóstico). manifestação relacionada à disfunção renal.

Pós-renal obstrução ou ruptura do TU. Essencial conhecer a etiologia das doenças renais
diagnóstico precoce e realização de tratamento
adequado.

Doenças Renais Doenças Renais

Se tratadas de maneira adequada grande Rins anormais:


possibilidade de reversão do quadro - maioria das
vezes. Pequenos processo degenerativo (DRC),
hipoplasia congênita ou adquirida.

Grandes compensação fisiológica (“rim grande


rim pequeno”), obstrução, neoplasia, quadros
agudos.
Se não tratadas de maneira adequada óbito ou
evolução para DRC. Agenesia unilateral achado.

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Doenças Renais

Causas de Doenças Renais

ITU (pielonefrite) via hematógena ou ascenção


pelo TUI. Dilatação das pelves renais ao US (ou
urografia excretora), dor à palpação renal, leucocitose
persistente (diferenciar de hidronefrose e fluidoterapia).

Causas de Doenças Renais Causas de Doenças Renais

Doenças congênitas:

Amiloidose siamês, abissínio, oriental região


medular.

PKD persa e raças correlatas 40% de


prevalência castração dos portadores do gene.
Pode acometer um ou ambos os rins. Cistos no
pâncreas, fígado e útero.
Pielonefrite

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Causas de Doenças Renais

Doenças congênitas amiloidose (siamês,


abissínio, oriental), PKD (Persa e raças correlatas).

Causas de Doenças Renais Causas de Doenças Renais

Teste genético detecção da mutação gene


PKD1 (pelo com bulbo , célula epitelial mucosa
oral, sangue).

Causas de Doenças Renais

Neoplasias linfoma (FeLV).

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Causas de Doenças Renais

Piometra.

Causas de Doenças Renais Causas de Doenças Renais

Pseudocisto perinéfrico.

Causas de Doenças Renais Causas de Doenças Renais

Ligadura acidental de ureter em OSH. Glomerulopatias doenças


imunomediadas/inflamatórias crônicas, infecciosas
(FIV, FeLV, PIF, micoplasmose).

PIF

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Causas de Doenças Renais Causas de Doenças Renais

Doenças endócrinas diabetes, Hipercalcemia crônica (idiopática)


hiperadrenocorticismo, hipertireoidismo.

P Ca x P = 68,44

Produto Ca (total) x P 70 mg/dl mineralização


de órgãos (rins, estômago, vasos) calcificação
metastática. Ca x P > 55 iniciar terapêutica. Ca x P
> 70 calcificação metastática.

Causas de Doenças Renais Causas de Doenças Renais

Nefrotoxinas: AINES:

Aminoglicosídeos (fracionamento da dose). Ajustes de doses excreção renal, nefrotóxica,


DRC. Exemplo: meloxicam - dose: 0,1 mg/kg/sid.
Sulfonamidas. AINES.
Nova dose = dose usual x [ creatinina normal ] = 0,1 mg/kg x [ 1 mg/dl ] = 0,03 mg
[ creatinina paciente ] [ 3 mg/dl ]

Polimixina. Furosemida, IECA. 0,03 mg x peso do paciente a cada 24 hs = nova dose.

Novo intervalo = intervalo usual x [ creatinina paciente ]


= 24 hs/kg x [ 3 mg/dl ] = 72 hs
Anfotericina B. Lírio, uva. [ creatinina normal ] [ 1 mg/dl ]
0,1 mg x peso do paciente a cada 72 hs= nova dose.

Doxorrubicina. Iatrogênico (“síndrome vet”). Journal of Feline Medicine and Surgery (2005) 7, 3-32

Causas de Doenças Renais Causas de Doenças Renais

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Causas de Doenças Renais Causas de Doenças Renais

Nefropatia hipocalêmica distúrbios tubulares.

Insuficiência cardíaca hipoperfusão renal.

Sequelas de IRA.

Senilidade perda progressiva de néfrons.

Causas de Doenças Renais Causas de Doenças Renais

Obstruções ureterais cálculos (> 97% oxalato de Causas menos comuns tampões de tecidos
cálcio). moles, neoplasias, traumas, coágulos, fibrose,
estenose, ligadura acidental de ureter.

Incidência de nefrolitíase em gatos é quase o dobro


comparada com o cão deficiência de citrato,
dieta, menor ingestão hídrica, hipercalcemia
idiopática ???

Causas de Doenças Renais Causas de Doenças Renais


Pode levar à restrição do fluxo de urina
Machos e fêmeas machos > predisposição. (parcial ou total)

7 - 10 a (8 m - 16 a) 67 x > risco que 1 – 2 anos. Resultar em crises urêmicas

Raças persa e correlatas, siamês, maine coon. Alterar estrutura renal e/ou ureteral
(hidronefrose e/ou hidroureter)

Perda da função renal

IRA, DRC, óbito

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Causas de Doenças Renais Causas de Doenças Renais

Sinais clínicos: Sinais clínicos:

Tamanho, quantidade e localização do urólito. Assintomáticos !!!

Presença (grau e duração) ouausência de obstrução Azotemia, P, anemia, K, Ca.


(parcial ou total) do fluxo urinário sinais
intermitentes. Uremia inapetência/anorexia, vômito,
letargia, perda de peso, PU/PD.
Presença de ITU.
Hematúria, estrangúria, polaquiúria, periúria,
desconforto, dor sublombar ou abdominal.

Causas de Doenças Renais

Alguns respondem à fluidoterapia e diuréticos


sem diagnóstico.

Suspeitar sinais intermitentes e não responsivos RX estruturas radiopacas


à terapia.

Definitivo imagem (US e/ou RX):

Sensibilidade 77% (US), 81% (RX), > 90% (US +


RX).
Gases e fezes dificultam preparo. US estruturas hiperecoicas

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Causas de Doenças Renais

Acidental necropsia.

Causas de Doenças Renais Causas de Doenças Renais

Tratamento:

Manejo da uremia. Alívio da obstrução em tempo


hábil preservar estrutura e função dos rins.

Cirúrgico x Conservador ??? Grau de dilatação renal


x grau de prejuízo funcional (Castro e Matera, 2005).

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Causas de Doenças Renais

Tratamento Cirúrgico

Obstrução total
ITU
Risco de morte

Uroabdome
Estenose ureteral
Falência renal

Causas de Doenças Renais

Causas de Doenças Renais

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Causas de Doenças Renais

Tratamento Clínico

Obstrução parcial
Paciente estável
Acompanhamento

Piora da função renal


Piora da condição clínica
Obstrução total

Causas de Doenças Renais Causas de Doenças Renais

Tratamento: Tratamento:

Fluidoterapia IV ou SC (40-60 ml/kg). Manejo analgésico:

Manejo da uremia (náusea, vômito, inapetência). Tramadol 1 mg/kg/BID.

Manejo hídrico dieta úmida, água. Gabapentina 3 a 5 mg/kg/BID.

Amitriptilina 1 mg/kg/SID. Dipirona 25 mg/kg/SID.

Prazosina 0,5 mg/gato/SID. Rowatinex 1-2 cápsulas/gato/SID a TID.

Causas de Doenças Renais

Tratamento:

Diurético (se necessário) manitol 20% - 0,25 a


0,5 g/kg bolus IV lento em 20-30 min/SID.

Citrato de K (recidiva) 50 a 75 mg/kg/BID.

Acompanhamento semanal (1-2 x) até a migração


> 1 mm (M) e > 5 mm (F) cistotomia.

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Causas de Doenças Renais Causas de Doenças Renais

Tratamento: Prognóstico:

Implantação de stents. Reservado.

Múltiplos nefrólitos. Comprometimento da função renal danos


irreversíveis.
Poucos estudos.
Recidivas frequentes.
Radiografia abdominal dorsoventral de
paciente felino com stent implantado em rim
direito (Palm e Westropp, 2011).

Causas de Doenças Renais Causas de Doenças Renais

Considerações:

Sempre parte do diagnóstico diferencial do felino


urêmico.

Fundamental correta identificação e


consequente instituição de terapia adequada
corretiva e preventiva o quanto antes possível
Gata bastante debilitada com IRA por obstrução
minimizar danos funcionais e/ou estruturais do TU.
ureteral (a) e 2 meses após tratamento clínico-cirúrgico,
já recuperada (b).

IRA X DRC Injúria Renal Aguda - IRA

IRA injúria renal aguda. Indução reversível (não é percebida clinicamente).

Diminuição súbita de função renal e inabilidade de Extensão isquemia, hipóxia, resposta inflamatória,
regular o balanço hidroeletrolítico e ácido-básico propagação das lesões.
várias causas (já citadas).
Manutenção sinais clínicos evidentes (2 a 3 sem),
DRC doença renal crônica. risco de morte oligúria ou não, morte por uremia.

Presença de lesão renal persistente pelo período Recuperação retorno da função renal adequada
mínimo de 3 meses. Perda definitiva e irreversível de próxima à normal ou evolução pra DRC. 2 a 5 dias / 3
massa funcional e/ou estrutural renal (1 ou ambos). semanas.

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Injúria Renal Aguda - IRA Injúria Renal Aguda - IRA

Mortalidade de 47 a 64%.
“Parênquima”
“Hemodinâmica” Sinal clínico mais específico é a oligúria
Diminuição da
perfusão destruição tubular, com formação de cilindros e
“Deficiência na
eliminação da obstrução dos mesmos.
urina”

Fatores preditores de mortalidade hipercalemia,


hipoalbuminemia, acidose metabólica, diminuição
da produção urinária, etiologia (nefrotoxinas).

Injúria Renal Aguda - IRA Injúria Renal Aguda - IRA

Sinais Clínicos (inespecíficos): Achados Laboratoriais - Sangue:

Desidratação. Perda de peso. Azotemia ureia e creatinina por TFG.

Letargia. Sialorreia (nausea, estomatite). Hipocalemia anorexia prolongada, perda GI,


diurese pós-obstrutiva.
Vômito. Mudanças de comportamento.
Hipercalemia obstrução, ruptura vesical,
Anorexia. Diarreia. oligúria/anúria, terapia com IECA.

Dor. Sinais de TUI.

Injúria Renal Aguda - IRA Injúria Renal Aguda - IRA

Achados Laboratoriais - Sangue: Achados Laboratoriais - Sangue:

Hiperfosfatemia abrupta de pelo menos 15% Azotemia pré-renal, renal ou pós-renal !!!
daTFG.
Exames devem ser interpretados de acordo com o grau
Acidose metabólica reabsorção tubular de de hidratação do paciente.
bicarbonato e excreção de ácidos orgânicos.
Valores falsamente aumentados (hemoconcentração)
desidratação !!!
Anemia hemorragia do TGI. Ideal
Realizar exames antes e após a hidratação do paciente.
Acompanhamento da resposta à terapia instituída.

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Injúria Renal Aguda - IRA Injúria Renal Aguda - IRA

Achados Laboratoriais - Urina: Achados de Imagem:

Sedimento ativo: US normais / aumentados / hiperecogenicidade.

Proteinúria. Sempre recomendado reavaliar após certo período


de tempo ou periodicamente (dependendo da
Hematúria. injúria) observar alteração ou não (sugerindo
evolução).
Leucocitúria.

Etc.

Injúria Renal Aguda - IRA Injúria Renal Aguda - IRA

Tratamento: Tratamento:

Restabelecer a hidratação e a diurese Restabelecer a hidratação e a diurese Reidratação


fundamental. nas 1as 6 a 8 horas passo número 1 !!!

Manejar a crise urêmica. NaCl 0,9% ou Ringer com Lactato dosar


potássio.
Tratar e se possível curar o que pode ser curado e
amenizar o que não pode ser corrigido. Suplementação de potássio baseado na [ ] sérica
K. Pacientes normocalêmicos 5 mEq/250 ml (2
ml de KCl 19,1%).

Injúria Renal Aguda - IRA Injúria Renal Aguda - IRA

Se o paciente não ganhar peso com a fluidoterapia


reidratação deficiente. Cuidado com super
hidratação !!!

05/09/2013 Em fluidoterapia adequada devem produzir pelo


menos 2 a 5 ml/kg/hora de urina !!!
1 gota = 3 microgotas
1ml = 20 gotas = 60 microgotas
Equipo macrogotas (adulto) = 20 gotas/ml
Equipo microgotas (infantil) = 60 gotas/ml
06/09/2013

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Injúria Renal Aguda - IRA Injúria Renal Aguda - IRA

Indução de diurese passo número 2 !!! Manitol 20% (0,2 g/ml):

Somente se o paciente estiver oligúrico ou anúrico. Diurético osmótico volume circulante com
consequente do fluxo sanguíneo renal.
Manitol e furosemida bastante cautela.
Efeitos renoprotetores varredura dos radicais
Só devem ser administrados após o paciente estar livres e vasodilatação.
hidratado e normovolêmico pesar antes, durante
e após, bem como mensurar PA !!!

Injúria Renal Aguda - IRA Injúria Renal Aguda - IRA

Manitol 20% (0,2 g/ml): Furosemida:

Não deve ser usado mais do que uma vez, caso não Diurético de alça capaz de induzir diurese em
haja aumento do débito urinário evitar risco de pacientes oligúricos. Pode ser associado ou não ao
super expansão plasmática (sinais de super Manitol 1 mg/kg.
hidratação).
Gatos são muito sensíveis desidratação (com
0,25 a 0,5 g/kg bolus IV lento em 20-30 min consequente hipotensão e agravamento da IRA) e
efeito em 60 min. hipocalemia deve ser usado de forma bastante
criteriosa. Restabelecer volemia e hidratação antes !!!

Injúria Renal Aguda - IRA Injúria Renal Aguda - IRA

Prognóstico: Diagnóstico e tratamento devem ser realizados de


forma bastante precoce e eficiente.
Pré-renal e Pós-renal muito bom a excelente,
depende do diagnóstico precoce e instituição Nenhum paciente deve ser condenado antes de
imediata de terapia (fluidoterapia e/ou reidratado.
desobstrução).
Durante a crise urêmica o mais importante é a
Renal reservado principalmente durante a crise manutenção do paciente vivo até a possível
urêmica. Entretanto, só deve ser avaliado após 3 a 5 estabilização.
dias do início do tratamento. A recuperação pode
demorar de 1 a 3 semanas.

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Injúria Renal Aguda - IRA Doença Renal Crônica - DRC

Prognóstico só deve ser feito após a estabilização. 3 a 10 x maior risco em gatos do que cães
considerada evento “natural”, especialmente no
Algumas medidas terapêuticas só devem ser gato idoso. 50 a 60% alguma manifestação
realizadas após hidratação e restabelecimento da relacionada à disfunção renal.
volemia. E algumas medidas só após a crise.
2ª causa de óbito por afecção crônica + comum.
As principais ações terapêuticas são reidratação,
correção da oligúria, tratamento de ITU (quando Maioria desenvolve DRC como resultado do
presente) e manejo das complicações. próprio envelhecimento.

Doença Renal Crônica - DRC Doença Renal Crônica - DRC

Maioria desenvolve pela senilidade qualquer Porque a doença evolui ???


idade (> 7 anos - média 9 a 12 anos).
Néfrons não podem ser substituídos.
Estudos indicam:
Porque é crônica e progressiva ???
> 10 anos 10% irá desenvolver DRC.
Hipertrofia compensatória limitada.
> 15 anos 30% têm a doença (1 em cada 3).
Hiperfiltração + hipertensão glomerular.

Doença Renal Crônica - DRC Doença Renal Crônica - DRC

Progressão bastante lenta ≠ cão e homem. Afecção progressiva lesões estruturais


irreversíveis destruição de massa funcional.
Expectativa de vida do paciente nefropata maior
no felino do que no canino. Perda de 66% da função PU/PD, DU.
Função Renal Normal
Gato Perda de 75% da função PU/PD, azotemia.
DRC I - Doença renal

DRC II - Insuficiência renal


Isostenúria azotemia (nem sempre é assim).
DRC III - Insuficiência renal
Cão e Homem
DRC IV - Falência renal

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Doença Renal Crônica - DRC Doença Renal Crônica - DRC

Sinais Clínicos: Sinais Clínicos:

PU/PD, desidratação. Anemia (PICA areia, tijolo, alumínio), letargia.

Náusea, vômito, emaciação ( ECC e muscular). Perda de peso, caquexia, desnutrição, condição ruim
da pelagem.
Diarreia, melena.
Poliomiopatia generalizada.
Estomatite (úlceras cavidade oral).
Pneumonite urêmica.
Constipação.

Doença Renal Crônica - DRC Doença Renal Crônica - DRC

Sinais Clínicos: Alterações Laboratoriais - Sangue:

Encefalopatia confusão mental, ataxia, lentidão, Anemia normo/normo. Acidose metabólica.


desorientação (pode exacerbar por [ ] de Ca
cerebral). Hipoalbuminemia. Azotemia.

Disfunção plaquetária (diátese hemorrágica) e Hipocalemia.


leucocitária ( imunidade celular ).
Hiperfosfatemia, PTH.
Hiperparatireoidismo secundário renal.
Amilasemia.

Doença Renal Crônica - DRC Doença Renal Crônica - DRC

Alterações Laboratoriais - Urina: Alterações de Imagem - US:

Isostenúria. Arquitetura irregular.

Cilindros hialinos. Dimensões irregulares ( tamanho uni ou


bilateral).
Sedimento Inativo.
Relação córtico-medular não preservada e/ou perda
Proteinúria. da definição córtico-medular.

ITU. Alteração de ecogenicidade.

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Estadiamento IRIS Para interpretação adequada:

Sociedade internacional de Interesse Renal Paciente em jejum (6-8 hs, água à vontade).
(www.iris-kidney.com).
Normohidratado.
4 estágios da doença baseado no tempo de evolução
e presença de marcadores renais (especialmente Compensado (estável).
creatinina sérica).
Valores obtidos em 2 a 3 momentos distintos, ao
Aplicável apenas aos animais compensados com longo de algumas semanas.
DRC.

ESTADIAMENTO - CREATININA SÉRICA


Doença Renal Crônica - DRC Estágio I II III IV

Para interpretação adequada: Creatinina (mg/dl) < 1,4 1,4 a 2,1 a 5,0 > 5,0
Canina 2,0
Causas pré e pós renais de azotemia devem ser
excluídas. Creatinina (mg/dl) < 1,6 1,6 a 2,9 a 5,0 > 5,0
Felina 2,8
Determinar se é aguda, crônica ou ou crônica
descompensada associar clínica, DU e imagem Azotemia Ausente Discret Moderada Intensa
(US). a
Função Renal 100 33 25 < 10
Remanescente (%)

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Estágio I Estágio II
Creatinina (mg/dl) < 1,6 (gato) < 1,4 (cão) Creatinina (mg/dl) 1,6 e 2,8 (gato) 1,4 e 2,0 (cão)

Não há azotemia. Ausência de sinais clínicos. Discreta azotemia.


Presença de alguma alteração renal:
Desidratação pontual privação hídrica, vômito
Inabilidade de concentração urinária PU/PD. ou diarreia. Predispõe à lesão aguda.

Proteinúria renal (persistente). Apetite seletivo, fraqueza, prostração, letargia,


constipação.
Alteração estrutural irreversível (US).

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Estágio II Estágio III


Creatinina (mg/dl) 1,6 e 2,8 (gato) 1,4 e 2,0 (cão) Creatinina (mg/dl) 2,9 a 5,0 (gato) 2,1 a 5,0 (cão)

Desenvolvimento de uremia e perda de ECC. Azotemia moderada.

Gato + susceptível pelo maior catabolismo Manifestações sistêmicas da perda de função renal.
proteico muscular consequente da anorexia.
Alterações laboratoriais e sinais clínicos mais
Manifestações clínicas mais evidentes marcantes.
complicações como pielonefrite, nefrolitíase.
Desidratação crônica.

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Estágio IV Estágio IV
Creatinina (mg/dl) > 5,0 (gato) > 5,0 (cão) Creatinina (mg/dl) > 5,0 (gato) > 5,0 (cão)

Azotemia severa. Diversas manifestações sistêmicas da uremia


neuromusculares, cardiovasculares e
Fase de evolução final da DRC número de neuromusculares.
néfrons diminui muito comprometendo as várias
funções renais falência renal !!! Oligúria hipercalemia uremia mais evidente e
arritmias.
Sinais clínicos mais exacerbados e refratários à
terapia.

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Sub-estadiamento IRIS Proteinúria:

Baseia-se em fatores preditores de mortalidade na Pré-renal, renal, pós-renal.


DRC HAS e proteinúria sub-estadiar em 2 a
3 momentos distintos. Pré-renal: Pós-Renal:

Podem ocorrer separadamente ou em conjunto, em Fisiológica. Lesões do TU inflamação,


qualquer estágio da DRC. infecção, trauma.
Dieta.
Interferem no prognóstico, requerem tratamento Método de coleta (cateterização),
específico independentes da lesão renal. sedimento ativo, ausência de cilindros.

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Proteinúria: Proteinúria:

Renal: Renal:

Funcional (fisiológica) transitória e moderada.


Febre, estresse, exercício extenuante, congestão
renal, temperaturas extremas.

Patológica persistente. Lesão glomerular


(variável), tubular ou parenquimatosa (moderada).
(Elliott, 2007) Presença de cilindros.

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Proteinúria: Proteinúria: Teste semi-quantitativo

Tira reagente triagem.


- 20 mg/dl 30 mg/dl 100 mg/dl 300 mg/dl > 200 mg/dl
Negativo Traços +1 +2 +3 +4
Sensível à albumina (69,000 kd). Insensível às
globulinas, Bence-Jones e mucoproteínas. Sedimento ativo proteinúria pode não ser de
origem renal reavaliar após a resolução do
Falso + urina alcalina (pH > 9), DU , quadro (ou em 2 semanas).
penicilina, cefalosporinas, sulfonamidas, contraste.
Se persistir resultado + RPC.
Traços normal (em urina concentrada).

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Proteinúria: Proteinúria:

RPC relação proteína:creatinina urinária. Sensiprot ou Microprote níveis de 2 mg/dl de


albumina na urina vermelho de pirogalol
Quantidade de proteína excretada em 24 hs. (mesmo kit utilizado para avaliação de liquor).

Sedimento inativo!!! Coletar por cistocentese!!! Não serve dosar proteína por refratometria ou kit
Concentração de utilizado para dosagem no soro.
creatinina na urina (mg/dl)
= Valor com unidade
Concentração de adimensional Creatinina K determina de forma quantitativa a [
proteína na urina (mg/dl) ] de creatinina picrato alcalino - Jaffé.

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Proteinúria:

Sedimento ativo:
Leucocitúria
Bacteriúria
?
Proteinúria
Cristalúria
RPC Terapia indicada
RPC 1,64
> 0,2 (gato e cão) Azotêmicos compensados > II
> 0,4 (gato) > 0,5 (cão) Azotêmicos compensados > II
> 2,0 (gato e cão) Não azotêmicos compensados

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Proteinúria:

Microalbuminúria teste ELISA espécie


Sedimento ativo: específico.
Leucocitúria

? RPC 0,09 [ ] albumina urinária > 1 e < 20 mg/dl (gato).

Tira só detecta a partir de 30 mg/dl.

Testes para microalbuminúria humana não servem!!!

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Indisponível no Brasil !!! Inibidores da ECA (inibe conversão AT I em AT II


reduzem proteinúria e retardam a evolução da
DRC efeito renoprotetor.

Espécie Felina Canina


Eliminação Renal Biliar Renal Biliar
Benazepril 15% 85% 50% 50%
Enalapril 90% 10% 50% 50%
0,25 a 0,5 mg/kg/SID/VO monitorar função
renal (creatinina) e potássio.

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Paciente DRC Paciente DRC


Proteinúria Sem ação dos inibidores da ECA Com ação dos inibidores da ECA
Proteinúria

Aumento da Diminuição da
Pressão glomerular Pressão glomerular

Fluxo sanguíneo normal Fluxo sanguíneo normal


distribuído em poucos distribuído em poucos
glomérulos glomérulos

Vasoconstrição provocada pela Angiotensina II Inibição da Vasoconstrição provocada pela Angiotensina II

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Indicação dos IECA na nefrologia: Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS):


Doença renal crônica.
HAS elevação anormal e persistente da PA.
Paciente estável e normohidratado.
⅔ dos nefropatas crônicos são hipertensos.
Hipertensão glomerular proteinúria (renal
DRC causa + comum (19 a 65% em).
persistente).

Jamais prescrever para Segunda causa hipertireoidismo.


pacientes agudos e/ou descompensados !!!

Órgãos-alvo Injúria Sinais Clínicos Diagnóstico


Olhos Retinopatia Cegueira aguda / Glaucoma Ex.
Coroidopatia Descolamento / Edema oftalmoscópico
Hemorragia de retina / Fundoscopia
Midríase / Hifema
Rins Progressão Ureia e Creatinina Ureia / Creatinina
Categoria PAS PAD Risco de da DRC TFG / Proteinúria Ultrassom
de Risco (mmHg) (mmHg) LOA PU/PD Urina / RPC
Coração HVE Arritmia / Sopro Auscultação
0 < 150 < 95 Mínimo ICC Ritmo de Galope Raio-X Tórax
I 150-159 95-99 Leve Sinais Falência Cardíaca ECO / ECG
Cérebro Encefalopatia Ataxia / Desorientação Ex. Neurológico
II * 160-179 100-119 Moderado AVC Fotofobia / Nistagmo Ressonância
III ≥ 180 ≥ 120 Elevado Convulsão / Epistaxe Tomografia

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Midríase Bilateral / Cegueira Aguda / Hifema Unilateral (DRC) Midríase Bilateral / Cegueira Aguda (DRC)

Descolamento de Retina Hemorragia Retiniana

(Gustavo Fulgêncio) Hipocalemia - DRC

Normal

Normal Hipertrofia (VE)

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Doença Renal Crônica - DRC

Mensurar PA 1º procedimento a ser realizado.

Aparelho testado e calibrado semestralmente.

Sempre o mesmo examinador para determinar o


status pressórico do paciente.

Estar sempre atento à postura do paciente


Encefalopatia Hipertensa
identificar síndrome do jaleco branco.
Opstótono

Doença Renal Crônica - DRC Doença Renal Crônica - DRC

Consultório climatizado (ar condicionado, Minimizar alterações de PA e excluir 1ª medida,


ventilador) estresse térmico. medidas discrepantes e aquelas obtidas com
movimentação excessiva do paciente.
Consultório ambientado (difusor e spray de
feromônio sintético facial (F3) felino) mais Pelo menos 3 (ideal 5-7) consecutivas (30
segurança, mais tranquilidade e menos estresse. segundos), consistentes (<20% PAS).

Permitir período de aclimatação, (5 a 10 min) Fichas de registro comportamento no momento


ambiente calmo, animal contido gentilmente, da mensuração, escolha do manguito e localização,
presença do proprietário. posicionamento do paciente.

Doença Renal Crônica - DRC

Localização do manguito extremidade dos


membros ou base da cauda preferência do
operador, animal e recomendações do fabricante.

Largura do manguito ± 30-40% nível do átrio


direito (máximo 10 cm de distância).

Dúvida: mensurar novamente em outro dia ou


em outro momento !!!

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Processo de mensuração não deve se estender por


muito tempo impaciente e ansioso valores
não fidedignos (Anjos, 2013).

De modo contrário, alguns só apresentam valores


confiáveis e consistentes após obtenção de algumas
medidas tempo para se acalmar durante o
processo de mensuração (Anjos, 2013).

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Valores imprecisos erro técnico, inexperiência


do operador. Deve ser capaz:

Respeitar período de aclimatação e condições ideais.

Identificar valores elevados de estresse do paciente


exclusão de síndrome do jaleco branco (Anjos,
2013).

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Doppler Oscilométrico

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Conhecer bem o método e suas limitações (doppler Tratamento:


ou oscilométrico), o aparelho, dominar a técnica.
Besilato de anlodipino bloqueador de canais de
Ser paciente e hábil, especialmente com felinos. cálcio ( RVP por influxo de Ca nas células
musculares lisas vasculares).
Saber escolher manguito ideal para cada animal.
Eleição para o gato!
Mensurar em pelo menos 3 momentos distintos.
HGM (gato).

Doença Renal Crônica - DRC

Gato 0,625 mg/gato < 5 kg / 1,250 mg/gato >


5 kg/SID.

Besilato de anlodipino - Hiperplasia gengival medicamentosa (HGM)

Doença Renal Crônica - DRC Doença Renal Crônica - DRC

Tratamento: Monitoramento:

IECA RVP e DC por inibição de AT II. Semanal até níveis de normalidade trimestral.

2ª escolha para o gato! Objetivo terapêutico:

0,25 a 0,5 mg/kg/SID-BID. PAS > 120 e < 150 mmHg..

Monitorar creatinina e potássio.

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07/12/2014

Doença Renal Crônica - DRC Doença Renal Crônica - DRC


Qual o Pior Prognóstico?
Equipamentos ideais na clínica:
Creatinina (mg/dl) I II III IV
Felina < 1,6 1,6 a 2,8 2,9 a 5,0 > 5,0
Tira reagente, refratômetro.
Paciente 1: Paciente 3:
Centrífuga (3.500 rpm/5 min). Creatinina = 2,0 mg/dl. Creatinina = 2,9 mg/dl.
RPC = 0,2. RPC = 0,1.
PA = 150 mmHg. PA = 120 mmHg.
Tubo separador de gel.
Paciente 2: Paciente 4:
Aparelho de pressão. Creatinina = 2,0 mg/dl. Creatinina = 1,4 mg/dl.
RPC = 0,2. RPC = 0,5.
PA = 180 mmHg. PA = 190 mmHg.

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Crônica - DRC Doença renal
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Crônica - DRC

Desidratação: Desidratação:

Extremamente susceptíveis (gatos), especialmente os Azotemia pré-renal associada favorece lesão renal
idosos. por má perfusão vômito, diarreia, febre, limitação
do acesso à ingestão de água, estresse, hipotensão, etc.
Inicialmente pontual e depois frequente PU +
intensa que PD compensatória piora lesão renal e Fluidoterapia !!!!
estado geral.
Atentar-se para doenças que possam evoluir concomitantemente
e favorecer a perda precoce da função renal.

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Crônica - DRC Doença renal
Doença Renal crônica
Crônica - DRC

< 5 % (muito leve) sem sinais clínicos (histórico:


menor ingestão hídrica).

5 a 6 % (leve) discreta perda de turgor de pele


(histórico: episódios esporádicos de vômito e diarreia).

6 a 8 % (moderada) demora evidente de retorno da


pele à posição normal, ligeiro prolongamento do TPC,
possível retração de globo ocular, possível ressecamento de
mucosas, (histórico: inapetência, vômito e diarreia
moderados).

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10 a 12 % (grave) não há retorno da pele à posição Fluidoterapia:


normal, evidente prolongamento do TPC, retração de
globo ocular, ressecamento de mucosas, possíveis sinais de Manutenção 40 a 60 ml/kg/dia.
choque (taquicardia, extremidades frias, pulso fraco e
rápido (histórico: anorexia, vômito e diarreia severos, 27 a 40 ml/kg/dia perdas perceptíveis (TGI e urinário).
DRC).
13 a 20 ml/kg/dia perdas imperceptíveis (respiração,
12 a 15 % (choque) sinais evidentes de choque, transpiração).
morte eminente (histórico: hemorragias, queimaduras).
Reposição 40 ml/kg/dia (vômito), 50 ml/kg/dia
Fluidoterapia IV em quadros descompensados!!! (diarreia), 60 ml/kg/dia (vômito + diarreia).

Doença Renal Crônica - DRC Doença Renal Crônica - DRC

Fluidoterapia: Fluidoterapia:

Subcutânea semanal (“dose-efeito”) evidência clínica Volume de manutenção (administração única


de desidratação e estágios III e IV DRC (longo prazo). diária):
Cristalóides (ringer c/ lactato ou NaCl 0,9% + KCl até
35 mEq/L SC irritante). até 2 kg 40 a 80 ml/gato/dia..
Giving
Subcutaneous
2 a 4 kg 100 a 200 ml/gato/dia.. Fluids to a Cat
www.vetmed.wsu.e
du/cliented/cat_flui
ds.aspx
4 a 6 kg 200 a 250 ml/gato/dia..

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Doença Renal Crônica - DRC

Uremia:

Neuropatia periférica alterações sensoriais,


reflexos lentos nos membros distais.

Pneumonite urêmica dispneia e pneumonia


alveolar.

Encefalopatia confusão mental, ataxia, lentidão,


desorientação (pode exacerbar por [ ] de Ca
cerebral).

Encefalopatia urêmica

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Uremia:

Disfunção plaquetária (diátese hemorrágica) e


leucocitária ( imunidade celular ).

Acidose metabólica ( excreção de ácidos


orgânicos e reabsorção renal tubular de
bicarbonato).

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Doença Renal Crônica - DRC

Acidose metabólica:

Pode contribuir pro dano renal.

catabolismo proteico da musculatura esquelética.

Alterações cardiovasculares.

Desmineralização óssea (osteomalácia e


osteodistrofia fibrosa renal).

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Exacerbação da uremia. Durante a crise urêmica importante corrigir o


pH e não o bicarbonato. Hemogasometria !!!!
Alterações do metabolismo intracelular.
Importante mensurar [ ] sérica de Na e de Ca
da amoniagênese e consequente lesão das células uso de bicarbonato pode induzir hipernatremia e
tubulares renais. hipocalcemia (iônica).

Pacientes com pH < 7,1 devem ser tratados.

Bicarbonato de sódio na dose de 2 mEq/kg.

Doença Renal Crônica - DRC Doença Renal Crônica - DRC

Hipocalemia: Hipocalemia:

Menor ingestão dietética, vômito, perda de massa Polimiopatia generalizada.


muscular, e da perda urinária de K (PU).
Ventroflexão cervical de cabeça e pescoço.
20 a 30% dos gatos DRC compromete a função
renal, as musculaturas cardíaca e esquelética, Postura plantígrada.
constipação, inatividade, fraqueza muscular.
Inatividade.
Contribui com a anorexia, depressão e fraqueza,
independentemente dos efeitos de DRC. Fraqueza muscular.

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07/12/2014

Doença Renal Crônica - DRC

Hipocalemia:

Manifestações clínicas + evidentes [K] < 3


mEq/L.

Suplementação de K para o felino nefropata


crônico é fundamental indicada quando a [ ]
sérica atinge valores abaixo de 3,8 mEq/L.

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Hipocalemia:
K próximo de 3,8
mEq/L
(limite inferior)

K abaixo de 3,0 mEq/L


(abaixo do limite inferior)

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07/12/2014

Doença Renal Crônica - DRC Doença Renal Crônica - DRC

Hipocalemia: Hipocalemia:

Gluconato de potássio 1 Citrato de potássio ¼ de comprimido/gato/BID.


comprimido/gato/SID/BID.

1 comprimido = 99 mg 1 comprimido = 47,38 mg

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Doença renal
Renal crônica
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Hipocalemia: CONCENTRAÇÃO SÉRICA NECESSIDADE DIÁRIA


3,8 a 4,5 mEq/L (< 3,0 = sinais clínicos) 0,5 mEq/dia
PRODUTOS COMERCIAIS DISPONÍVEIS - CLORETO DE POTÁSSIO (KCl)
Cloreto de K. KCl 10% (1,34 mEq/ml) KCl 19,1% (2,56 mEq/ml) KCl 20% (2,68 mEq/ml)
CONCENTRAÇÃO SÉRICA (MEQ/L)
3,6 a 5,0 3,1 a 3,5 2,6 a 3,0 2,1 a 2,5 < 2,0
mEq de KCl para repor em 20 30 40 60 80
cada litro de fluido
mEq de KCl para repor em 5 7 10 15 20
cada 250 ml de fluido
Velocidade máxima de infusão 25 18 12 8 6
(ml/kg/hora)

Exemplo: Gato com 3,0 de [ ] sérica de potássio. 2,56 mEq – 1 ml


Necessidade em 250 ml de fluido: 10 mEq. 10 mEq – X
KCl disponível na clínica: 19,1% (2,56 mEq/ml).
X = 3,90 ml de KCl em 250 ml de NaCl 0,9%.

Doença
Doença renal
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Crônica - DRC Doença
Doença renal
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Constipação: Anemia:

Desidratação + hipocalemia + menor ingestão EPO.


alimentar.
Menor meia-vida (até 50% <), oxidação da
Fluidoterapia, reposição de potássio. hemoglobina.
Malt Paste, lactulose, psyllium. Perda GI.
Enema.
Baixa ingestão de ferro, perda de vitaminas do
complexo B (PU) e desnutrição.

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Anemia: Anemia:

Normocítica, normocrômica não regenerativa. Tratamento HT < 20% e sinais atribuídos à


anemia (IRIS III e IV).
Qualidade de vida e sobrevida influenciada
negativamente pela anemia, especialmente III e IV. EPO 50 a 100 UI/kg/SC, 3 x semana,
inicialmente associado ao sulfato ferroso (50 a 100
Perda de apetite, letargia, fraqueza, PICA. mg/dia ou 0,4 a 0,7 ml IM a cada 15 dias).

Objetivo HT 30 (gato).

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Anemia: Anemia:

Reticulócitos pedir sempre contagem Minimizar coletas de sangue (tubos de microcoleta)


diferenciada: e perdas GI de sangue.

Agregados maturação em 12 horas***.

Ponteados maturação em 10 dias.

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Anemia: A, B, AB. A dominante sobre B.

Fórmula para transfusão (até 4 hs) de sangue: Antígenos anti-A na superfície das hemácias.

A B. Reação aguda e severa, MORTE, hemólise


Peso receptor (kg) x 70 (Ht desejado – Ht receptor)
= ml em 1,3 horas.
Ht doador
B A. Reação tardia, hemólise em 2,1 dias.

Hemácia 70 dias, transfundida (compatível)


29 a 39 dias.

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Doador felino:

Tipar o sangue. Até 10 a 13 ml/kg.

Livre de FIV, FeLV e micoplasmose.

Acima de 4 kg, adulto (até 7 anos) 1 x mês


(máximo).

2 mg/kg quetamina + 0,2 mg/kg diazepam (mesma


seringa IV) + fluidoterapia IV (renoproteção).

Renoproteção do paciente doador

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Vitaminas hidrossolúveis (complexo B): Vitaminas hidrossolúveis (complexo B):

Grande perda urinária pela PU acentuada.

1 cp. complexo B/gato/SID ou 1 gota/kg/BID.

Fluidoterapia 2ml/litro (fotossensível).

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Vitaminas hidrossolúveis (complexo B): Estimulantes de apetite em casos de hiporexia /


anorexia:
Estimulantes de apetite
Complexo B 1 comprimido/animal SID, 2 gotas BID,
2 ml/L de fluido IV (sem efeitos) (fotossensível)
Mirtazapina 3,25 mg/gato/VO a cada 72 hs
(Remeron) (sedação / constipação)
Ciproheptadina 1 a 2 mg/gato/VO SID TID
(Cobavital) (excitabilidade, agressividade, sedação)
Diazepam 0,2 mg/kg/IV a cada 72 hs
Fevereiro 2013 Junho 2013
(sedação, efeito curto, hepatotóxico)

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Estomatite e distúrbios gastrointestinais:

Agrava a náusea e a anorexia.

Spray de Isetionato de hexamidina associado ao


cloridrato de tetracaína 1 borrifada na cavidade
oral, BID ou SID por 5 dias.

Cuidado com colutórios à base de


benzocaína (tóxico pra gatos) !!!

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Estomatite e distúrbios gastrointestinais:

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07/12/2014

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Estomatite e distúrbios gastrointestinais:


Antiácidos
Famotidina* 1 mg/kg/VO SID ou BID
Ranitidina* 2,5 a 3,5 mg/kg /SC BID
Omeprazol 0,7 a 1,0 mg/kg/VO SID
Antieméticos
Ondansetrona* 0,1 mg/kg/SC/IV (lento) 1 mg/kg/VO BID TID
Metoclopramida 0,2 a 0,4 mg/kg /SC/VO TID
Maropitant* 1,0 mg/kg/SC SID
Protetor de mucosa
Granuloma eosinofílico Calicivirose Sucralfato* 250 mg (0,25 g)/gato /VO BID

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Melena

Doença
Doença renal
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Crônica - DRC Doença
Doença renal
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Crônica - DRC

Nutrição: Nutrição:

Anorexia > 3 dias (gatos) LIPIDOSE Especialmente na crise urêmica deve comer
HEPÁTICA. qualquer dieta, desde que respeitada quantidade
mínima de quilocalorias diárias necessárias.
Durante a hospitalização jamais oferecer dieta
terapêutica (só em fase de compensação) náusea REQUERIMENTO ENERGÉTICO BASAL (REB)

+ estresse associação negativa e aversão à dieta Gatos < 2 kg 70 x Peso (kg) + 70 ou 70 x Peso (kg)0,75
Gatos > 2 kg 30 x Peso (kg) + 70
não aceita nunca mais.

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Doença
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Crônica - DRC Doença
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Crônica - DRC

Nutrição: Nutrição:
Gato com 3 kg
Dietas hipercalóricas: REB (30 x 3) + 70 = 160 kcal/dia
a/d (1,15 kcal/ml).
Dieta (Kcal diária) 160 / 1,15 (a/d) = 139,13 ml.
Recovery (1,18 kcal/ml).
Fracionar o total em 4 a 6 refeições dia 1 (25%),
Nutralife Intensiv (1,22 kcal/ml). dia 2 (50%), dia 3 (75%), dia 4 (100%). Alimento
morno!!! Capacidade gástrica (45 - 90 ml),
Salute (1 kcal/ml). esvaziamento (3 - 4 hs).

Doença
Doença renal
Renal crônica
Crônica - DRC Doença
Doença renal
Renal crônica
Crônica - DRC

Nutrição: Sonda nasoesofágica e esofágica:

Enteral (nasoesofágica, esofágica) ou parenteral


(vômitos persistentes e/ou problemas digestivos)
em caso de perda progressiva de peso + hiporexia
/ anorexia.

Sonda nasoesofágica < 7 dias / sonda esofágica > 7


dias até o meio do tórax (7º ao 9º ) não deixar
tocar no cárdia (gato) dor, náusea e vômito !!!

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Doença
Doença renal
Renal crônica
Crônica - DRC

Doença
Doença renal
Renal crônica
Crônica - DRC Doença
Doença renal
Renal crônica
Crônica - DRC

Desnutrição: Desnutrição:

Maior causa de morbidade e mortalidade (III e IV). IRIS recomenda a partir do estágio II.

Estudos hipoalbuminemia = menor sobrevida. Suporte nutricional essencial pra manutenção e


recuperação.
Alguns sugerem dieta já no estágio I (proteinúria).
Gatos que perdem + 10% do peso em períodos
curtos dificilmente revertem a crise urêmica.

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Doença
Doença renal
Renal crônica
Crônica - DRC

Dieta terapêutica:

Suprir necessidades energéticas do paciente DRC.

Manter adequada TFG.

Prevenir / corrigir anorexia e perda de peso


corporal, preservar função imunológica.

Evitar / minimizar catabolismo tecidual.

Doença
Doença renal
Renal crônica
Crônica - DRC Doença
Doença renal
Renal crônica
Crônica - DRC

Dieta terapêutica: Dieta terapêutica:

Reduzir progressão das lesões renais. Teor proteico reduzido e de alto valor biológico

Prevenir HSR. Fibras

Limitar produção de toxinas urêmicas e melhorar os Ômega-3


sinais clínicos da uremia.
Baixo teor de fósforo
Melhorar a qualidade de vida e aumentar a
sobrevida.

Doença
Doença renal
Renal crônica
Crônica - DRC Doença Renal Crônica - DRC

Hiperfosfatemia:

Excreção de P na DRC perda de 85% da


função.

Estimula HSR (e osteopenia) > IRIS II.

Mesmo com P normal pode haver PTH (IRIS


II). Prevalência média de HSR 84% a 100%
(IRIS IV).

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Doença Renal Crônica - DRC

Hiperfosfatemia:

Extremamente deletéria para o paciente urêmico


fluidoterapia é a 1ª medida de controle.

Ca x P > 55 iniciar terapêutica.

Ca x P > 70 calcificação metastática.

P Ca x P = 68,44

Doença Renal Crônica - DRC Doença Renal Crônica - DRC

Hiperfosfatemia: Hiperfosfatemia:

Estudos DRC hiperfosfatêmicos vivem menos. Quelantes hidróxido de alumínio (10 a 30


mg/kg/TID ou 45 mg/kg/BID) junto com
P entre 6,6 e 7,8 mg/dl 13% > mortalidade.. alimento. Efeito colateral constipação.

P entre 7,9 e 16,9 mg/dl 34% > mortalidade.. Objetivo:

Dieta hipofosfórica e/ou quelantes redução da II < 4,5 / III < 5,0 / IV < 6,0 (mg/dl).
progressão da DRC e aumento da sobrevida.

Doença Renal Crônica - DRC Doença Renal Crônica - DRC

Hormônio T4: Hormônio T4:

Tratamento do hipertireoidismo pode Diminuição + acentuada nos pacientes + graves.


descompensar ou piorar DRC pré-existente
(subclínica) orientar. Estudos demonstram quanto < valor de T4 < é a
sobrevida. do felino
Monitorar função renal, proteinúria e PA.

Níveis baixos de tiroxina sérica podem ser


observados em gatos com DRC “eutireoideo
doente”.

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Doença Renal Crônica - DRC Doença Renal Crônica - DRC

Diálise entérica: Aa essenciais desaminados. Não contêm nitrogênio


em sua estrutura molecular não geram sub-
Diminuição da ureia “nutracêuticos”. produtos de nitrogênio.

Ketosteril alguns pacientes não toleram Promove o sequestro de nitrogênio e seu desvio do
(vômitos). ciclo da amônio/ureia redução da ureia.

Pacientes urêmicos 15 a 30 dias.

Pacientes que voltam a descompensar após


interrupção.

Doença Renal Crônica - DRC Doença Renal Crônica - DRC

Para o resto da vida para animais que Diálise peritoneal (DP):


descompensam sempre que se interrompe o
tratamento. 40 ml/kg ação por 30 a 40 min, 10 minutos para
infundir e remover o dialisado. Temperatura de 37º.
1 tablete para cada 5 kg de peso vivo/dia dividir
a dose SID ou QID. Solução “caseira” 250 ml de NaCl 0,9% aquecida
+ 1 ampola glicose a 50%.
Exemplo: gato com 5 kg ¼ tablete de 6 em 6
horas. Solução comercial.

Efeito colateral vômito e inapetência.

Doença Renal Crônica - DRC

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Doença Renal Crônica - DRC


Hemodiálise:

Dificuldade de execução em animais < 7 kg.

Doença Renal Crônica - DRC Doença Renal Crônica - DRC


Hemodiálise:
Diálise Peritoneal e Hemodiálise:

Descompensação e crise urêmica melhora


temporária (novo acúmulo de toxinas em estágios
mais avançados).

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Doença Renal Crônica - DRC Doença Renal Crônica - DRC

Transplante Renal: Células-tronco:

DRC pouco responsiva à terapia mas com Células capazes de auto-renovação e de gerar
condição clínica de boa à moderada e sem células diferenciadas de um determinado tecido.
comorbidades. Adoção do doador, alto custo,
terapia imunossupressora. Mais estudos são necessários.
SANTOS, J. P. A. Stem cell therapy in cats carriers of chronic kidney
disease: laboratorial and imaging evaluation [Terapia celular em gatos
portadores de doença renal crônica: avaliação laboratorial e
imagiológica]. 2012. 102f. Tese (Doutorado em Ciências)- Faculdade
de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, São
Paulo, 2012.

Doença
Doença renal
Renal crônica
Crônica - DRC Doença
Doença renal
Renal crônica
Crônica - DRC

Monitoramento: Monitoramento:

Pacientes estáveis e sem sinais clínicos nos estágios Histórico médico desde a última avaliação.
I e II a cada 4 meses.
Revisão da terapia medicamentosa.
Pacientes com progressão da DRC (proteinúria ou
HAS) a cada 3 meses. Exame físico, avaliação nutricional, ECC e
muscular.
Estágios III e IV a cada 3 meses.
Hemograma, bioquímica sérica, PA e urinálise
(rotina, RPC e urocultura).

Doença Renal Crônica - DRC Doença Renal Crônica - DRC

Considerações Finais
Identificar fatores que estão afetando a qualidade de
vida e que aumentam o risco de lesão renal
Grande importância na clínica alta prevalência. progressiva no indivíduo.
Essencial diagnóstico precoce, tratamento e Selecionar tratamentos, de modo individualizado
monitoramento adequados categorizar o (terapêutico ou dietético), que possam reduzir o
paciente, identificando o estágio da DRC em que o risco de lesão renal progressiva.
mesmo se encontra.
Objetivo principal aumentar a sobrevida com
Qualquer afecção que altere a hemodinâmica do qualidade.
organismo pode ocasionar alteração renal.

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Curso de Medicina Felina


Considerações
Doença Finais
Renal Crônica - DRC
ANCLIVEPA – MG 2014
Objetivo principal qualidade de vida!!!
Urologia Felina

Profa. MV. MSc. Esp. Doutoranda


Tathiana Mourão dos Anjos
Setembro 2011 - 16 anos Julho 2013 - 18 anos

Rins

Corpo
Ureteres Colo
Ápice

TUS
----------------------------------------

TUI
Bexiga
Uretra

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DTUIF doença do trato urinário inferior felino.

Qualquer afecção que acometa o TUI dos felinos,


de etiologia conhecida ou não.

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Denominações: Prevalência:

Antiga SUF Síndrome Urológica Felina (FUS Representa boa parte da casuística de atendimento
Feline Urologic Syndrome). na clínica de felinos.

Atual DTUIF Doença do Trato Urinário Percentual de gatos, no Brasil e no Mundo,


Inferior Felino (FLUTD Feline Lower Urinary acometidos por DTUIF gira em torno de 1 a 2%.
Tract Disease).
21,3 milhões
213-426 mil casos DTUIF/ano
População Felina
Brasileira
(Abinpet 2012)
(Kruger, J.M. et al, 1990; Gonzáles, F.D., 2003)

Etiologia multifatorial: Perfil do gato acometido:

Pode acometer qualquer gato.


Intersticial (CIF)
(65 a 80%) Macho ou fêmea.
Anomalias vertebrais e mielodisplasia (<1%)
Entre 2-7 anos.
Infecções (2%), Neoplasias (1 a 2%)
Castrado.
Urolitíase Distúrbios comportamentais (2 a 10%) Sedentário.
(15 a 23%) Defeitos anatômicos (2 a 22%) Obeso.
Tampões mucosos
Consome ração seca e ingere pouca água.
(“plugs” uretrais) Em 85% dos casos, não há
(12%) Domiciliado.
NENHUMA relação com
Vive em apartamento.
alimentação ! Vive com vários gatos.
(Souza, 2003; Defaw et al, 2011)

Apresentação clínica: Apresentação clínica:

Disúria posição de micção por muito tempo, Estrangúria esforço pra urinar, micção lenta e
dificuldade de micção. dolorosa.

Polaquiúria uso mais frequente da bandeja Hematúria sangue na urina.


sanitária, urina diversas x ao dia, em pequenos
volumes. Iscúria retenção por impossibilidade de micção.

Periúria micção em locais inapropriados ou


incomuns, diferentes daqueles locais de costume.

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Disúria, Estrangúria
Apresentação clínica:

Alterações no comportamento normal e nos


hábitos de higiene vocalização, lambedura
excessiva abdome e região genital - pênis hiperêmico,
edemaciado.

Disúria, Hematúria Hematúria

Hematúria Hematúria

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Periúria
Apresentação clínica:

O felino permanece por um longo período na


posição de micção, o que leva o proprietário a
relatar que o animal está constipado.

Diagnóstico diferencial:

Constipação (e/ou obstipação). Problemas


articulares. Micção inapropriada (comportamental).
Gato assume a mesma posição para urinar e defecar!

Posição normal de urinar


Postura de micção:

(http://hoteldegatos.blogspot.com.br/2011/07/o-seu-gato-urina-fora-da-caixa-de-areia.html)

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07/12/2014

Posição de disúria
Fatores de risco - Sexo:

Machos e fêmeas acometidos na mesma proporção


forma não obstrutiva.

Machos maior predisposição à forma obstrutiva.

Distância ano-genital: Castrado ou Inteiro:

Castrado ou Inteiro: Fatores de risco - Idade:

Entre 2 e 7 anos (qualquer idade). Raro em gatos


com menos de 1 ano.

Gatos < 1 ano defeitos anatômicos.

Gatos > 10 anos neoplasias, ITU, DRC.

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Fatores de risco - Raça: Fatores de risco - Sedentarismo, obesidade e


castração:
Persa provável predisposição genética (ou talvez
por serem mais letárgicos, se exercitem menos).

Fatores de risco - Dieta:

Exclusivamente seca e/ou sem controle de minerais


da DU RSS urinária seguida de da
agregação e formação de cristais.

Baixa digestibilidade da frequência de


defecação e de perda hídrica desidratação (fezes
- 70% de água).

Fatores de risco - Ingestão hídrica: Fatores de risco - Liteira e granulado sanitário:

< Ingestão hídrica. Número insuficiente de bandejas (< 1,5/gato).

< Frequência de micção (> período de retenção). Inadequada ao tamanho do gato.

> Exposição da mucosa vesical a substâncias Suja.


irritantes (ureia).
Localizada em local inadequado (barulho e/ou falta
Favorece perda de integridade física vesical de privacidade) ou de difícil acesso.
RSS.

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Fatores de risco - Liteira e granulado sanitário: Fatores de risco - Liteira e granulado sanitário:

Aversão à bandeja sanitária após episódio (s) de


DTUIF.

Quantidade de granulado colocado na bandeja.

Frequência de limpeza da bandeja e troca do


granulado.

Tipo de granulado (preferência do gato).

Fatores de risco - Liteira e granulado sanitário: Fatores de risco - Ambiente:

Granulado “diagnóstico” Gatos que vivem dentro de casa ou em apartamento


e/ou convivem com outros gatos.

Pouco ou nenhum enriquecimento ambiental


(especialmente para CIF). Mudanças de rotina.

Laranja e amarelo: pH ácido (inferior a 6), valores de pH felino normais.


Verde: pH neutro (entre 6-7.6).
Azul: pH alcalino (mais de 7,6), risco de formação de cristais de estruvita.
Vermelho: presença de sangue na urina (Hematúria).
Castanho: presença de sais biliares (Bilirrubinuria).

Fatores de risco - Estresse: Cistite intersticial felina (CIF)

Extremamente importante predispõe aos quadros


inflamatórios vesicais (CIF).
Cistite idiopática felina

X
Síndrome de Pandora

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Cistite intersticial felina - CIF: Cerca de 65 a 80% dos casos.

Em sua maioria, autolimitante, resolução Etiologia complexa, multifatorial e não


espontânea (5 a 10 dias). completamente conhecida.

Machos e fêmeas com a mesma frequência, mais Diagnóstico de exclusão das demais causas
comum nos felinos castrados. potencialmente indutoras de inflamação do TUI.

Muitos casos culminam com tampões (“plugs”).

35 - 50% recidivam em 1 ano (média de 6 meses Estresse estímulo importante para da


após episódio inicial (recorrências múltiplas). atividade do SNA simpático e subsequente
inflamação neurogênica.
Sintomatologia crônica (associada às recidivas de
situações estressantes às quais o gato é submetido).

Fatores estressantes para os gatos geralmente não


são levados em consideração pelos proprietários e
pelos veterinários !!!

Estresse agrava ou desencadeia os sinais clínicos


(Urologia e Nefrologia do Cão e do Gato)

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Impedem a
Semelhança à Cistite Intersticial Humana aderência de
microorganism
(idiopática) doença inflamatória de caráter os e cristais ao
urotélio vesical
neurogênico. Conscientização do proprietário! e limitam o
Epitélio de transição revestivo por uma
camada delgada de GAGs
deslocamento
transepitelial de
Alterações na interação entre SN, camada protetora proteínas e
outros solutos
da parede vesical (GAGs) e compostos presentes na urinários.

urina sinais de dor, inflamação e hematúria. Defeitos


qualitativos e
quantitativos dos
GAGs com
Inflamação Neurogênica vesical (Buffington, CAT) consequente
mastocitose (histamina), petéquias na sub- aumento de
permeabilidade
mucosa, neuroplasticidade simpática do SN/vesical. uroepitelial.
GAGs = macromoléculas extracelulares hidratadas

Cistoscopia - hemorragias petequiais na submucosa

Prevenção - Manejo hídrico:

Preferem água corrente, limpa, sempre fresca e em


mais de um local (de fácil acesso).

Torneira ou fonte com recirculação de água.

Vasilha grande, rasa e de boca larga.

Alimento úmido, cubos de gelo, caldos.

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Água sempre disponível (40 a 50 ml/kg/dia).

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Prevenção - Manejo alimentar: Prevenção - Manejo da bandeja sanitária:

Dieta específica faixa etária. Acostumar os gatos 1,5 bandeja por gato (n + 1 n = número de
desde filhotes a comerem alimentos secos e úmidos bandejas/gato + 1 = 1 bandeja para casa).
diariamente.
X Proporcional ao tamanho do gato.
Completa, balanceada, minerais.
Diferentes locais (tranquilo e escondido). Local
Alimento à vontade (mínimo 4 x ao dia) evitar
adequado gato se sinta seguro e com
grande onda alcalina pós-prandial ([ ] até 1,080).
privacidade.
Alta digestibilidade (- fezes, - perda hídrica).

Prevenção - Manejo da bandeja sanitária: Prevenção - Manejo da bandeja sanitária:

Distante da água e alimento. Substrato da preferência do gato textura,


consistência, granulosidade.
Limpeza diária (+ de 1 x ao dia).
Evitar substrato perfumado, aromatizado.
Descoberta (ventilação).
Preferência por superfícies absorventes.

Prevenção - Manejo da bandeja sanitária:

Profundidade ideal 4,5 a 6,5 cm (Beaver, 2005).

Gatos que não enterram as fezes ou manipulam


1 2 3
muito a areia depois podem precisar de maior
quantidade, mais limpeza.

4 5 6

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Prevenção - Manejo da bandeja sanitária:

Remover urina e fezes diariamente (2 x dia)


nunca misturar substrato úmido ao seco.

Água quente e sabão de odor fraco ou neutro


semanal não usar pinho ou amônia. Aversão !!!

Enxaguar 12 vezes remover todo odor residual


dos produtos de limpeza. Secar completamente
antes de colocar o substrato.

Prevenção - Manejo do granulado sanitário:

Alguns gatos adaptam-se melhor ao uso de papel


picado, jornal, tapete higiênico ou papel higiênico.

Testar vários tipos de granulado (areia ou sílica) e


optar pela preferência do felino.

Granulado sanitário de qualidade (maior absorção)


e sem perfume.

Prevenção - Alívio da Dor e Estresse, Terapêutica e


MEMO (método de enriquecimento multimodal)

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Evitar mudanças de rotina, mudanças no território, CatNip (“erva do gato”):


passeios de carro, banhos em pet shop (cães).
Erva medicinal e aromática ingrediente ativo
Evitar introdução de animais (superpopulação). Neptalactone que atrai a maioria dos felinos.

Enriquecimento ambiental (arranhador, brinquedo, Muito utilizada tanto para acalmar os felinos
local pra escalar, esconder, brincar e descansar). agressivos, bem como para excitar e exercitar os
mais apáticos.
Aumentar interação proprietário x gato.
Efeito maior nos 1os 10 minutos.
Feromônio facial sintético, erva do gato.

CatNip (“erva do gato”): Feromônio facial - Feliway® - efeito ansiolítico:

Considerada droga terapêutica para recreação e Análogo sintético da Fração F3.


controle de estresse em gatos. Sem efeitos tóxicos e
nenhuma dependência física e química. Altera o estado emocional dos felinos (sensação de
Simplesmente são atraídos por ela. bem estar e segurança).

Atua no sistema límbico hipotalâmico dos gatos.

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Feromônio facial - Feliway® - efeito ansiolítico: Manejo terapêutico - Amitriptilina:

Difiusor / refil 2% Fração F3 + excipiente q.s.p. Ansiolítico, antidepressivo tricíclico.


100 g. Spray 10% Fração F3 + 90% etanol (60
ml). Anti-histamínico.

Analgésico.

Propriedades anticolinérgicas (aumentam a


capacidade de retenção vesical).

5 a 10 mg/gato/VO/SID (noite) dose de Efeitos colaterais da amitriptilina:


literatura - empírica.
Ganho de peso.
Recomendação 1 mg/kg/VO/SID (noite).
Retenção urinária.
Mínimo de 1 mês de tratamento.
Neutropenia, trombocitopenia.
Desmame lento evitar rebote serotoninérgico
(síndrome de abstinência). Sedação, arritmia (cardiopata!!!).

Mau aspecto da pelagem.

Manejo terapêutico - GAGs: Manejo terapêutico - Analgésicos:

Reforçam o uroepitélio e reduzem a lesão sobre as Tramadol (1 a 2 mg/kg/VO/SC/BID) excitação


células de transição da bexiga. ou sedação.

Restrito (casos de cistite grave). Gabapentina (3 a 5 mg/kg/BID).

Glicosamina 125 mg/gato/VO/SID. Dipirona (25 mg/kg/SC/SID).

Sulfato de Pentosan 50 mg/gato/BID (segurança e


eficácia não foram definidas).

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07/12/2014

Manejo terapêutico - Antiinflamatórios Manejo terapêutico - Antiinflamatórios (AINES):


(corticoides):
Meloxicam (0,1 mg/kg/VO/SC/SID por 3-4 d).
Prednisolona (1 mg/kg/VO/SC/BID-SID)
evitar prednisona (só ¼ é metabolizado). Evitar em Cetoprofeno (1 mg/kg/VO/SC/SID por 3-4 d).
diabético.
Redução de doses ou evitar em nefropatas, proteção
gastrointestinal.

Manejo terapêutico - Antibióticos: Essencial:

Somente se houver cultura bacteriana positiva por Alimento e Água.


cistocentese (guiada por US).
Bandejas e granulado sanitários.

Interações sociais, enriquecimento ambiental.

Locais de descanso e esconderijos.

Evitar Estresse e mudanças na rotina.

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07/12/2014

Urolitíase Urolitíase

Cristalúria é um achado clínico comum em gatos.

Gatos possuem alta capacidade de [ ] urinária


simples presença de cristalúria não significa que
haverá desenvolvimento de urolitíase.

pH urinário mantido entre 6,0 e 6,5 (abaixo de


6,0 = grande risco de acidose metabólica).

Urolitíase Urolitíase
SUPERSATURAÇÃO (solução instável)

solubilizados
Contém sais
Nucleação espontânea
Atividade do produto

não
Crescimento rápido de cristais e agregação
(produto de formação)
Concentração de íons (RSS)

Não há dissolução de cristais


SUPERSATURAÇÃO (solução metaestável)

do que o esperado
Nucleação heterogênea

Contém mais
Crescimento mínimo

soluto
Agregação mínima
Não há dissolução de cristais

SUBSATURAÇÃO (solução estável)


Não há nucleação
concentração
de soluto

Não há crescimento
Baixa

Não há agregação de cristais


Produto de solubilidade
Cristais/urólitos podem dissolver
(Moore, 2007) (Osborne et al., 2000; Biourge, 2007)

Urolitíase Urolitíase

Como promover a diluição urinária? Gatos com privação hídrica são + predispostos:

Manejo hídrico e alimentar. Que só bebem água na torneira quando os


proprietários estão em casa.
Alimentos com teor de umidade.
Que urinam menos (resultam em aumento da saturação
Teores de sal dietético (NaCl). urinária) por não terem acesso à bandeja sanitária ou
que se recusam utilizá-la por estarem sujas.
DILUIÇÃO URINÁRIA CONSTITUI FATOR-CHAVE NA PREVENÇÃO E

TRATAMENTO DE QUALQUER TIPO DE UROLITÍASE !!!

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07/12/2014

Urolitíase Urolitíase

Estruvita (fosfato + amônia + magnésio): Consumo frequente de pequenas quantidades de dieta


inviabiliza a formação de urólitos de estruvita
Acomete mais a bexiga. minimiza formação de super onda alcalina pós-
prandial.
> 95% dos casos gatos urina está estéril.
Onda alcalina pós-prandial [ ] urinária pode chegar
Urolitíase estéril associada a uma urina concentrada até 1,080.
e alcalina, além do excesso de consumo e excreção de
minerais calculogênicos, em especial o magnésio. Cristalização com RSS > 2.5.

Urolitíase Urolitíase

pH alcalino (> 6,7). Rações acidificantes somente mediante avaliação


urinária, não deve ser oferecida por toda a vida do
Formação rápida (2 a 8 semanas), mas velocidade de animal (máximo 5 a 12 semanas) acidose
crescimento lenta. metabólica.

Radiopacos (RX simples, US). Podem ser únicos ou Contra-indicadas nefropatas crônicos, cardiopatas,
múltiplos. portadores de neoplasia, fase de crescimento, gestação
ou lactação.
Acidificação urinária (pH entre 6,0 e 6,5) e do
volume urinário com consequente redução da DU Afetam balanço de K e P (diminuem), diminuem [ ]
dissolvem os urólitos de estruvita. plasmática de taurina em gatos adultos.

Urolitíase Urolitíase

ITU associada à urolitíase se não tratada, pode


reduzir a eficácia da ração terapêutica.

Objetivo preventivo e terapêutico:

Manter a urina dentro da zona de baixa saturação.

do volume urinário) e consequente da [ ] urinária


(efeito diluidor).
Na, RSS, dieta acidificante, dissolução de
Manutenção do pH urinário numa faixa de 6,2 a 6,5. estruvita, prevenção de oxalato

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07/12/2014

Urolitíase
Cistotomia / coleta de urina no momento da cirurgia e
2 horas depois.

(Rafael Pinheiro)

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07/12/2014

Urolitíase
Doris - PCB, 5 a, castrada, 5 kg, hematúria, disúria,
periúria.

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07/12/2014

77
07/12/2014

Urolitíase
Oxalato de cálcio:

Frequência muito nos últimos 20 anos.

Modificação das dietas de prevenção e de manutenção


para minimizar cristalúria por estruvita.

Uso disseminado, indiscriminado e inadequado de dieta


calculolítica para dissolver estruvita.
Acompanhamento inconsistente (sem urinálise) da
eficácia dos protocolos de manejo dietético em
pacientes recidivantes.

Urolitíase Urolitíase

Níveis sanguíneos elevados de Ca recidivas, RSS > 12 (risco de oxalato de cálcio). Formação não
principalmente se for idiopática a hipercalcemia. ocorre em urina com baixa saturação.

Radiopacos. Ácido oxálico oriundo do metabolismo do ácido


cítrico e de diversos aminoácidos presentes na dieta
Formam-se em pH ácido a neutro (< 6,8). como a glicina.

Formação lenta (meses a anos) e velocidade de


crescimento também lenta.

Pequenos e múltiplos.

Urolitíase Urolitíase

Urina extremamente ácida (pH urinário menor que 6,2) Objetivo terapêutico prevenção a partir da inibição
fator de risco para formação por causar acidemia e do crescimento e a agregação destes cristais, já que a
calciúria, além de alterar a [ ] e função de substâncias sua formação não pode ser prevenida.
inibidoras de cristais (citrato, magnésio e pirofosfato).
Controle do pH da urina, aumento do volume urinário
Inibidores (citrato) formam sais solúveis com o Ca e consequente redução da DU, além do controle dos
ou ácido oxálico reduzindo a disponibilidade dos níveis de Ca e oxalato da dieta.
mesmos para que a precipitação ocorra.
Uma vez formado deve ser removido
cirurgicamente ou ser expelido espontaneamente (< 1
mm em gato e < 5 mm em gata).

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07/12/2014

Urolitíase

Mel, siamês, 6 anos, hematúria intermitente há alguns


meses, só bebe água na torneira e quando a proprietária
está em casa, dieta seca.

Urolitíase

Tampão Mucoso (“Plug Uretral”) Tampão Mucoso (“Plug Uretral”)

Precipitados desorganizados matriz coloidal (de Mecanismo de formação do tampão


natureza desconhecida) associados a quantidades desconhecido.
variadas de material cristaloide.
Cristalúria + matriz proteica +células inflamatórias,
Estruvita principal componente mineral da células descamativas e gotículas de gordura.
maioria dos tampões uretrais de ocorrência natural.
Estes “plugs” se moldam ao lúmen uretral.

Friáveis e possuem aparência de “pasta de dente”


quando expelidos.

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Tampão Mucoso (“Plug Uretral”)

Tampão Mucoso (“Plug Uretral”) Obstrução Uretral

Mecânica debris, tampões uretrais, urólitos


(obstrução intraluminal) e neoplasias (obstrução
intramural).

Funcional espasmo uretral, uretrite, trauma medular.

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Obstrução Uretral Obstrução Uretral

Acomete + comumente machos conformação Funcional:


anatômica (longa, estreita e curva) e diâmetro uretral.
Bexiga neurogênica reflexa (funcionamento anormal) é
Uretra peniana muito + estreita comparada às em geral firme e de difícil compressão manual.
demais porções ( > incidência de obstrução).
Distensão vesical prolongada, por lesão neurológica,
induz atonia do detrusor.

Capacidade Urinária Vesical - 6 a 8 ml/kg


Volume Urinário Residual - 0,2 a 0,3 ml/kg

Obstrução Uretral Obstrução Uretral

Lesão na medula espinhal - lombar ou sacrococcígea


(trauma, neoplasia, discopatia, linfoma espinhal -
retrovírus) pode desinibir o reflexo do esfíncter
uretral induzindo contração contínua do esfíncter.

Gato com atonia vesical após trauma na coluna

Obstrução Uretral Obstrução Uretral

Causa muito frequente: uretrite (uretra bastante Após a micção completa do gato, só deve haver 0,2
contrátil ou espástica, espasmos uretrais) pós a 0,3 ml/kg de urina residual dentro da bexiga
desobstrução anatômica (urólito/plug) por (pequena ou indetectável à palpação e RX).
cateterização.

Espasmo uretral + Se a bexiga estiver muito maior que uma ameixa ao RX


Esforço constante pra urinar +
ou à palpação após micção espontânea, deve-se
cateterizar a uretra felina para confirmar a suspeita.
Tônus simpático (dor ou irritação) =
Estímulo contrátil adicional.

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Obstrução do TUI

Bexiga neurogênica - atonia do detrusor.

Gato 8 meses com atonia do detrusor e bexiga neurogênica.

Obstrução Uretral Obstrução Uretral

Estimulantes do Detrusor (atonia/hipotonia): Inibidores do Detrusor (atonia/hipotonia):

Betanecol (agonista colinérgico, parassimpatomimético) Oxibutinina (anticolinérgico, antiespasmódico)


aumenta a contratilidade vesical (estimula o detrusor). inibição do tônus parassimpático vesical.

1,25 a 7,5 mg/gato/VO/SID/TID. 0,5 mg/gato/VO/BID.

Vômito, ptialismo e diarreia. Antídoto atropina. Íleo, vômito, retenção urinária, ptialismo.

Contraindicação obstrução urinária, espasmo uretral. Não administrar em glaucoma, HAS, obstrução TGI,
doença hepática e/ou renal, arritmias cardíacas.

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Obstrução Uretral Obstrução Uretral

Relaxantes Uretrais: Relaxantes Uretrais:

Prazosina (relaxante do músculo liso por antagonismo Acepromazina (ansiolítico, relaxante do músculo
α-1) 0,25 a 1,0 (0,5) mg/animal/VO/BID/TID (SID). esquelético - efeito neuroléptico, relaxante do músculo
Manipular !!! Convulsão. Não usar em cardiopata. liso - antagonista α) 1,1 a 2,2 mg/kg/VO/SID/TID
(SID). Oral no máximo 2 gotas/gato - independente do
Dantrolene (relaxante do músculo esquelético de ação peso! Muito sensíveis !!!
central) 0,5 a 2,0 mg/kg/VO/BID. Indisponível no
Brasil. Debilidade, alterações TGI, sedação, hepatotoxicidade. Sedação, hipotensão. Não usar em cardiopata,
Não usar em cardiopata. nefropata, desidratados ou hipotensos.

Obstrução Uretral Obstrução Uretral

Relaxantes Uretrais: Relaxantes Uretrais:

Alprazolam (relaxante do músculo esquelético de ação Amitriptilina (antidepressivo tricíclico antagonista α,


central) ou Diazepam 1,0 a 2,5 anti-histamínico, anticolinérgico, analgésico) 1,0 a 2,0
mg/animal/VO/SID/TID. mg/kg/SID.

Sedação, excitação paradoxal, polifagia, necrose hepática Sedação, hipotensão, neutropenia, trombocitopenia,
fulminante (diazepam). retenção urinária, ganho de peso, aspecto ruim da pelagem.

Não usar se houver suspeita de hipo/atonia do detrusor.


Não usar em gestante. Alprazolam para gatos
hepatopatas.

Obstrução Uretral Obstrução Uretral

Deve ser tratada como emergência óbito por Gatos obstruídos por + de 24 a 36 hs bastante
injúria pós-renal aguda. debilidade.

Ficam débeis, não comem, não bebem água e se Sinais clínicos de azotemia pós-renal (acidose
escondem. Ficam deprimidos e desidratados. metabólica, vômito, anorexia, depressão,
desidratação, hipotermia, hálito urêmico e até
Tornam-se progressivamente apáticos, entram em colapso).
coma, e finalmente morrem se ficarem sem
tratamento (2 a 6 dias). Casos mais graves proprietários observam a
impossibilidade total do felino em expelir a urina.

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Obstrução Uretral Obstrução Uretral

Hipotermia uremia, hipercalemia, bradicardia. K deve ser mensurado antes e após a desobstrução
apresentam inicialmente hipercalemia
Grande desequilíbrio hidroeletrolítico e ácido- (impossibilidade de excreção urinária) seguida de
básico. hipocalemia pós-desobstrução (por intensa diurese).

Alto grau de injúria renal aguda. Fraqueza generalizada, arritmia e/ou bradicardia
obstrução de longa duração em função da
Prestes a ter um colapso cardíaco hipercalemia. hipercalemia (>7mEq/L).
[K] = 3,8 – 4,5 mEq/L
Desidratação hipovolemia e choque.

Obstrução Uretral Obstrução Uretral

Todo gato bradicárdico deve ser considerado Alterações eletrocardiográficas na hipercalemia


hipercalêmico mas nem todos hipercalêmicos arritmias cardíacas (bradicardia) por distúrbios da
terão bradicardia! condução supraventricular, redução da amplitude
ou ausência de ondas P, complexos QRS + largos,
Retenção de P (impossibilidade de excreção ondas T + altas, intervalos QT + curtos e
urinária) induz hipocalcemia (por ligação do fósforo depressões dos segmentos ST.
ao cálcio ionizado) acentua alterações cardíacas
causadas pela hipercalemia.

Ausência de onda P Complexo QRS largo Onda T bicuda

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Obstrução Uretral

Acesso venoso medicamentos e fluido,


fundamental para correção da perfusão tecidual e
auxílio na redução do K em gatos hipercalêmicos.

Se necessário oxigênio direto via máscara, tenda,


colar elizabethano ou em uma câmara.

Em caso de dispneia todo cuidado é pouco


durante a manipulação. Não estressar o paciente
neste momento + importante.

Obstrução Uretral Obstrução Uretral

Restabelecer a patência fisiológica uretral urgente Antes da desobstrução:


para viabilizar a excreção urinária. Hipercalemia pós-renal (onda T muito “bicuda”, alta).
250 ml de NaCl 0,9% + 1 ampola glicose 50% (“puxa” K
Correção das alterações sistêmicas com reposição pra dentro da célula).
hidroeletrolítica são os objetivos do tratamento. 1a hora 40 a 60 ml/kg/hora (dose de ataque).
Após a 1a hora 10 a 20 ml/kg/hora.
Aquecer o paciente (colchão térmico, soro Após a desobstrução:
aquecido). Hipocalemia pós-desobstrução.
Fraqueza muscular.
Mensurar parâmetros vitais prontamente. Incoordenação motora.

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Obstrução Uretral Obstrução Uretral

Após todos os cuidados iniciais do paciente Azotemia pós-renal cautela com anestésicos
obstruído desobstrução uretral. excretados pelo rim. Dose inferior à recomendada.

Contenção farmacológica cateterização Quetamina (anestésico dissociativo) produz


extremamente traumática sem efeito de fármacos rigidez muscular o que dificulta a cateterização
anestésicos ou de potentes analgésicos. uretral. Baixas doses (eliminação ativa renal).

Sondagem traumática à mucosa uretral estenose Diazepam (benzodiazepínico) relaxamento


do lúmen e/ou ruptura nova obstrução e/ou muscular associação quetamina (1 a 2 mg/kg) +
extravasamento de urina para o tecido periuretral. diazepam (0,2 mg/kg), por via intravenosa.

Obstrução Uretral Obstrução Uretral

Anestésicos voláteis halogenados (isoflurano) e Anestesia epidural no felino entre L7 e S1.


barbitúricos de curta ação também podem ser
empregados.

Propofol (até 5 mg/kg - dose efeito) bem


recomendado (bolus - dose única).

Anestesia epidural lidocaína a 2%


c/vasoconstritor (0,25 ml/kg).

Obstrução Uretral Obstrução Uretral

Após sedação e boa higienização da região genital Em algumas situações massagem peniana (com
desobstrução com cautela e paciência, não sendo o pênis fletido caudalmente) é suficiente para a
necessário usar força. expulsão de tampão mucoso e/ou pequenos
urólitos presentes na uretra peniana.
Manuseio do pênis deve ser gentil para evitar o
agravamento da inflamação local já existente. Na maioria das vezes a sondagem é necessária.

Massagem suave e cautelosa da uretra peniana


seguida de compressão manual da bexiga previne
trauma iatrogênico vesical.

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Obstrução Uretral Obstrução Uretral

Em suspeita de ITU palpação vesical pode Apenas a porção inicial da sonda no início da uretra
induzir ao refluxo vesicouretral urinário, impelindo peniana deve ser introduzida.
microorganismos para o TUS.
Em seguida, injetar, por meio de seringa, solução
Aplicação de pressão digital contínua e suave da fisiológica acrescida de solução estéril lubrificante (à
uretra peniana em direção à bexiga resulta na base de água).
expulsão de tampão ou urólito do lúmen uretral,
após a uretra ter sido irrigada. A irrigação do lúmen vesical minimiza uma nova
obstrução uretral na presença de grandes
quantidades de debris, coágulos ou cristais.

Obstrução Uretral Obstrução Uretral

O fluxo contínuo e vigoroso da solução salina é que Em casos de estenoses uretrais ou urólitos de
desobstrui, e não a sonda! oxalato de cálcio, de superfície irregular, alojados na
uretra pode não ser possível a desobstrução.
Não se deve forçar a entrada da sonda para o
interior do lúmen uretral até a remoção do material
obstrutor pode traumatizar a uretra, estenosá-la
e até mesmo rompê-la.

Obstrução Uretral

Após conseguir desobstruir sonda uretral rígida


deve ser trocada por uma sonda flexível (n.4) que é
introduzida até o ponto onde se observa saída de
urina.

Algumas vezes, nem é necessário introdução de


sonda flexível após a remoção de tampão mucoso
simples compressão vesical após a desobstrução
é suficiente para promover a saída urinária.

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Obstrução Uretral Obstrução Uretral

Cerca de 50 ml de solução isotônica estéril são Ter cuidado não inserir grande quantidade da
injetadas e removidas até obtenção de urina clara e sonda uretral dentro da bexiga para evitar traumas
livre de cristais ou sangue. na sua parede ou mesmo a formação de um nó
(tendo o cateter que ser removido posteriormente
Lembrar volume de líquido suportado no de forma cirúrgica).
interior da bexiga felina é de ± 6 a 8 ml/kg e o
volume residual urinário após a diurese é de 0,2 a
0,5 ml/kg.

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Obstrução Uretral

Sondagem incorreta sonda rígida.

Obstrução Uretral Obstrução Uretral


Hidropropulsão.

Com sucesso

Débito urinário = 1 a 2 ml/kg/hora


Capacidade vesical = 6 a 8 ml/kg

Hidropropulsão seringa de 20 ml.

Obstrução Uretral Obstrução Uretral

Após a restauração do fluxo urinário avaliar


periodicamente a bexiga. Presença de obstrução
uretral recorrente ou atonia do músculo detrusor.

Material obstrutor ainda no interior do lúmen


uretral realizar suave compressão digital da
uretra peniana sobre o cateter e enviar o tampão
e/ou urólito para o interior da bexiga por meio de
solução de irrigação.
Hidropropulsão seringa de 10 ml (ideal).

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Obstrução Uretral Obstrução Uretral

Na maioria dos casos sonda flexível deve ser A bexiga deve ser "lavada" com solução salina.
fixada. Dependendo do quadro de estrangúria, ela
pode permanecer por até 48 horas. Sonda de demora é controversa previne nova
obstrução uretral imediata e facilita a monitoração
do fluxo urinário, entretanto, pode induzir à ITU e
à uretrite.

Sondas estéreis, flexíveis e macios menos


traumáticas à uretra e mais confortáveis para o gato.

Obstrução Uretral Obstrução Uretral

Colar elizabethano impedir que o gato remova Resistência ao fluxo urinário (sem relaxamento de
ou desconecte o cateter uretral. esfíncter uretral) por espasmo uretral
(inflamação e/ou irritação do agente obstrutor e da
Atonia do detrusor por hiperdistensão manter a própria cateterização diazepam.
sonda por 2 a 3 dias ou compressão manual vesical
a cada 4 a 6 horas, pelo mesmo período. Quando fixar a sonda uretral? Por quanto tempo?

Para não haver rompimento vesical só usar Fluxo urinário insatisfatório, hematúria e cristalúria
betanecol quando não houver mais obstrução intensa, suspeita de ruptura de uretra. 24-48hs / 7-10
urinária. dias em caso de ruptura uretral.

Obstrução Uretral Obstrução Uretral

Após a desobstrução (ou mesmo durante a Controle da dor fundamental, deve ser feito
fluidoterapia) pode ocorrer hipocalemia (excesso inicialmente.
de diurese), sendo fundamental a reposição de
potássio. Ver aula de DRC. Dipirona, gabapentina, tramadol.

Tratar o espasmo reduz dor, gravidade dos ANALGÉSICOS


sinais clínicos e minimiza recidiva de obstrução Butorfanol Tramadol Meperidina
0,2 a 0,8 mg/kg 2,0 a 4,0 mg/kg VO/SC/ 3,0 a 5,0 mg/kg IM/
uretral. IV/SC/8 horas 12 horas (7 dias) 2-4 horas

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Obstrução Uretral Obstrução Uretral

Controle da inflamação cuidado com AINES em Controle da inflamação anti-histamínicos como a


obstruídos debilidade da função renal. Não usar !!! prometazina ou hidroxizine tentativa de diminuir o
processo inflamatório local.
Caso necessário AINES só alguns dias de início do Prometazina Hidroxizine
tratamento, preferencialmente sem IRA (não
azotêmico/urêmico) prednisolona pode ser boa 0,2 a 0,4 mg/kg VO/SC 8 horas 1,0 a 3,0 mg/kg VO/ 8 horas
opção (0,25 a 1,0 mg/kg/SID de prednisolona). 5 a 7 dias 5 a 7 dias
DMSO a 10% intensa hematúria. Dose empírica,
AINES
Cetoprofeno Meloxicam
0,2 a 0,6 ml/kg diluídos em 4 a 6 ml/kg de solução
1,0 mg/kg VO/SC/ 24 horas 0,1 mg/kg VO/SC / 24 horas fisiológica. Via intravesical (cateter urinário) SID (3
3 a 4 dias 3 a 4 dias a 5 dias).

Obstrução Uretral Obstrução Uretral

Antibióticos alguns casos reduz a incidência de Não esquecer da


ITU em gatos obstruídos. DRC !!! hipocalemia pós-
desobstrutiva!!!
Pode selecionar microrganismos resistentes.

Estudos demonstram sondagem e manutenção


da sonda de maneira correta não risco de
incidência de ITU. Urocultura após a remoção
do cateter urinário. Antibioticoterapia por 10
dias mediante resultado da cultura.

Obstrução Uretral Obstrução Uretral

Quando não for


possível desobstruir?

Cistocentese.

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Obstrução Uretral

03/10/14 04/10/14 06/10/14 10/10/14:

Ureia 612,00 379,00 75,40 41,00

Creatinina 23,83 10,11 1,17 0,78

Potássio 10,80 4,60 4,30 5,00

Fósforo 25,10 12,52 3,92 3,90

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Obstrução Uretral

Suspeita de ruptura vesical e uroabdome:

[creatinina] no fluido abdominal 2 x ≥ [creatinina]


sérica uroabdome. [creatinina] no fluido
abdominal 2 x < [creatinina] sérica uroabdome
suspeito. Dosar K.

[potássio] no fluido abdominal > [potássio] sérica


uroabdome bastante sugestivo. [potássio] no fluido
abdominal ≤ [potássio] sérica uroabdome não
provável.

Obstrução Uretral Obstrução Uretral

Correção cirúrgica da estenose na uretra peniana Mínima dissecção da uretra intra-pélvica e transecção
uretrostomia perineal. dos músculos isquiouretralis e isquiocavernosos
próximos ao ísquio com preservação dos nervos
Estenose de uretra pélvica técnica de uretrostomia pudendos durante a dissecção ventral.
pré ou sub-púbica.
Na incapacidade da restauração da permeabilidade do
Técnica de Wilson e Harrison (1971) modificada lúmen uretral através das manobras clínicas pode-se
técnica base para obstrução uretral felina incorrigível suspeitar da presença de lesão mural ou periuretral em
clinicamente. um ou mais locais da uretra.

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Obstrução Uretral

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Obstrução Uretral Obstrução Uretral

Sonda uretral no 4 Sonda uretral no 8

Obstrução Uretral

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Uretrostomia Felina tem


que penectomizar sempre !!!!!!

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Obstrução Uretral Obstrução Uretral

Técnica bem realizada poucas complicações Antibioticoterapia (amplo espectro) 7 a 14 dias.


observadas. Recorrência incomum.
Analgesia (opióides) 7 a 14 dias.
Complicações técnica operatória imprópria, falta de
conhecimento anatômico da uretra felina e/ou manejo AINES 3 a 4 dias ou prednisolona (SID/5 a 7 dias).
inadequado no pós-cirúrgico.
Relaxante musculatura uretral diazepam (0,25
Estenose uretral, ITU bacteriana recorrente, mg/kg/BID/7 dias)
hemorragia da ferida, deiscência de sutura,
incontinência urinária ou fecal, fístula reto-uretral, Colar elizabethano até completa cicatrização.
hérnia perineal, prolapso retal.

Obstrução Uretral Obstrução Uretral

Retirada dos pontos 15 a 20 dias. Monitoramento semestral (por toda a vida do gato)
urinálise, cultura e antibiograma. Risco de ITU
Papel toalha não adere à ferida cirúrgica. assintomática.

Pomada para assadura. Prognóstico distúrbio ou alteração do TUI,


presença e gravidade de complicações secundárias:
Não usar cateteres de demora predispõe às ITUs e à IRA / DRC, infecção sistêmica, necrose no tecido
deiscência da ferida.
da região perineal.

Obrigada !

(31) 9102-9000 / 3243-8243


tathimouraoanjos@hotmail.com
miavidamedicinafelina@hotmail.com

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