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LÍNGUA PORTUGUESA ● Estudante

AULA 01 Os textos acima, sã o um exemplo de pará frase, onde


Oswald de Andrade (Texto 2) reescreveu, com outras
D1. Localizar uma informaçã o explícita palavras, um poema já existente de Gonçalves Dias (Texto
HABILIDADE
em um texto. 1), mantendo seu sentido. Ou seja, as palavras sã o mudadas,
Temá ticas e Gêneros textuais mas a ideia do texto original é confirmada pelo novo texto.
CONTEÚDO(S) Vale ressaltar que as paráfrases se diferenciam da
variados/Pará frase.
paródia porque nã o têm intençã o de ironizar o conteú do
Caro(a) estudante, quais tipos de textos você mais tem que lhes serve de base, mas também nã o se trata de plá gio
contato? ou có pia, porque recorre a um conjunto de frases e palavras
distintas.
Observe os textos abaixo e responda aos seguintes Vamos verificar se você desenvolveu com êxito a
questionamentos. habilidade de interpretaçã o textual, bem como a sua
capacidade de identificar e produzir uma pará frase.
Texto 1 Responda a atividade a seguir:

4. Escreva uma pará frase para a seguinte sentença:

"Deus ajuda quem cedo madruga."

Minha terra tem palmeiras,


Onde canta o Sabiá ;
As aves, que aqui gorjeiam,
Nã o gorjeiam como lá .
Cançã o do Exílio, 5. A principal característica da pará frase é:
Gonçalves Dias. Fragmento.

A) Repetir as mesmas palavras da frase original.


Texto 2 B) Ironizar o conteú do de um texto ou imagem cultural.
C) Sofisticar uma ideia com linguagem complexa, dando
(...) um sentido diferente à fonte textual.
Minha terra tem palmares D) Aproveitar o sentido de um texto e usar novas palavras
Onde gorjeia o mar para transmiti-lo.
Os passarinhos daqui
Nã o cantam como os de lá . A pará frase é um recurso que requer habilidade na
Canto de regresso à pá tria, interpretaçã o textual, pois para parafrasear é necessá rio
Oswald de Andrade. Fragmento. compreender a fundo a mensagem transmitida num texto.

ANOTAÇÕES
1. Analisando a estrutura dos textos, a que gênero textual
eles pertencem?

2. O que os textos possuem de semelhante?

3. A ideia geral dos textos é divergente?

Os textos tratam de uma intertextualidade, ou seja, sã o


textos que apresentam, integral ou parcialmente, partes
semelhantes ou idênticas de outros textos produzidos
anteriormente. Dentre os tipos de intertextualidade, temos a
paráfrase, que é um tipo de texto elaborado com base em
outro já existente e conhecido pelos leitores, mantendo a
ideia do texto original, procurando tornar mais claro e
objetivo aquilo que já foi dito anteriormente.

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LÍNGUA PORTUGUESA ● Estudante

AULA 02 Com que finalidade o locutor produziu o texto?

D3. Inferir o sentido de uma palavra ou Que tipo de linguagem foi utilizada?
HABILIDADE
expressã o.
Textos poéticos, literá rios e A palavra “bolacha” foi empregada em que sentido nesse
CONTEÚDO(S)
publicitá rios. Sinonímia. anú ncio publicitá rio?

Caro(a) estudante, você sabe o que é inferência? Conhece Qual o objetivo da mensagem?
algum tipo de inferência?
SINONÍMIA
TEXTOS POÉTICOS, LITERÁRIOS E PUBLICITÁRIOS
Sinonímia: no estudo semâ ntico, sinonímia acontece
Texto poético é, entre os vá rios tipos e estilos de textos, quando duas palavras com significados diferentes sã o
o que se destaca pela riqueza e também pela complexidade colocadas em um contexto em que passam a ser sinô nimas.
de sua formaçã o. Ele pode ser classificado como aquele que Isto quer dizer que nã o sã o palavras sinô nimas, mas dentro
é escrito em versos e que apresenta uma linguagem daquela determinada oraçã o assumem significados iguais.
específica, com significados profundos e recursos especiais.
Os textos poéticos sã o escritos pelos poetas, a partir de Exemplos
experiências pessoais, sentimentos, fatos, reflexõ es, etc. O • A paz e a tranquilidade reinavam na casa de Marcelo.
poeta pode ser considerado a voz do poema. O texto poético • A ponte da esquina quebrou porque era frá gil e fraca.
apresenta maneiras ú nicas de expressar algo por meio das
palavras. É um texto expressivo, sensível, com ritmo e, até Essas expressõ es nã o sã o sinô nimas, apenas estabelecem
mesmo, uma musicalidade pró pria. uma relaçã o de sinonímia dentro de um contexto.
Disponível em: https://www.grupoescolar.com/pesquisa/texto-poetico.html#:~:text=O%20texto
Os substantivos "paz" e "tranquilidade", "frá gil e "fraca",
%20po%C3%A9tico%20pode%20ser,%2C%20fatos%2C%20reflex%C3%B5es%2C%20etc. Acesso quando separados do contexto, nã o sã o sinô nimos. Contudo,
em: 19 jan.2023.
dentro do contexto de cada sentença, elas possuem o
Textos literários sã o baseados na imaginaçã o do mesmo significado, ou seja, estã o estabelecendo uma
escritor/artista e, portanto, sã o subjetivos. Com a funçã o de relaçã o de sinonímia.
entreter o leitor, esse tipo de texto está intimamente Disponível em: https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/lingua-portuguesa/semantica. Acesso em: 12 jan.
relacionado com a arte. Por ser um texto artístico, nã o tem 2023.

compromisso com a objetividade e com a transparência das ATIVIDADES


ideias.
1. Identifique os sinô nimos, relacionando as colunas.
O texto literá rio possui carácter estético e nã o somente
linguístico, cuja interpretação e significação variam de Coluna 1 – Palavra Coluna 2 - Sinônimo
acordo com a subjetividade do leitor. É comum o uso de 1. Capaz ( ) falha
figuras de linguagem, assim como a subversã o à gramá tica 2. Façanha ( ) apto
normativa. Como exemplos de textos literários temos: 3. Economizar ( ) proeza
Romance, Crônica, Conto, Novela, Fábula... 4. Deficiência ( ) poupar
Disponível em: https://www.diferenca.com/texto-literario-e-texto-nao-literario/. Acesso em: 19 jan.2023. Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de
cima para baixo.
Textos Publicitários sã o um tipo de texto veiculado em
A) ( ) 1 • 2 • 3 • 4
campanhas publicitá rias e podem ser textos de natureza
B) ( ) 2 • 4 • 3 • 1
escrita, oral e visual. Eles estã o presentes no nosso cotidiano
C) ( ) 3 • 2 • 1 • 4
e possuem o intuito principal de convencer o leitor para a
D) ( ) 4 • 1 • 2 • 3
compra de produtos e/ou serviços. Geralmente, sã o
E) ( ) 4 • 3 • 2 • 1
encontrados nos meios de comunicaçã o: jornal, revista,
televisã o, rá dio, internet, outdoors, dentre outros. Os textos 2. Assinale a alternativa em que há palavras que sã o
publicitá rios nã o seguem uma estrutura padrã o e podem ser sinô nimas, ou seja, têm o mesmo significado.
frases, textos visuais auditivos e escritos os quais utilizam A) ( ) Ele é á gil e esperto.
a linguagem verbal e nã o verbal. B) ( ) Este rio é largo e fundo.
Disponível em: https://www.todamateria.com.br/texto-publicitario/. Acesso em 19 jan. 2023. C) ( ) Estou cansado, impaciente.
D) ( ) Esta resposta está exata, correta.
Leia o texto e responda ao que se pede.
E) ( ) Ele precisa aguardar e ficar sentado.

3. Assinale a alternativa que apresenta o sinô nimo correto


para a expressã o “reflete do” na seguinte passagem: “A
estimativa de alta no preço da energia elétrica em 2015
reflete do repasse à s tarifas do custo de operaçõ es de
financiamento”.
A) “...decorre do...”.
B) “...reforça o...”.
Disponível em:
https://www.colegio-resgate.com.br/midia/Arquivos/Simulado_Conj.3_Enem_2019_Gabarito_e_Que C) “...impulsiona o...”.
stoes_comentadas_Prova_I_compressed-9e4e.pdf. Acesso em: 17 jan.2023. D) “...justifica o...”.
Que gênero textual é esse? E) “...garante o...”.

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AULA 03 Mas como causar pode seu favor


Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
D3. Inferir o sentido de uma palavra ou
HABILIDADE (Luís Vaz de Camõ es, sé c. XVI)
expressã o.
Denotaçã o e conotaçã o. Figuras de As imagens abaixo retratam o mesmo significado para a
CONTEÚDO(S) palavra paredã o?
linguagem.

Caro(a) estudante, as palavras ou expressões podem se Quais significados podemos atribuir a cada uma das
apresentar de forma não literal. Assim, é necessário saber imagens?
identificar quando e como construir novos sentidos às
palavras ou expressões.
Imagem 1
DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO

Disponível em https://bityli.com/WsS5L. Acesso em: 05 jan.2023.

Imagem 2

Disponível em: https://www.portugues.com.br/redacao/denotacao-conotacao.html.


Acesso em: 02 fev.2023.

Denotação e Conotação são formas distintas de


manifestação da linguagem
Quando a linguagem está no sentido denotativo, Disponível em: https://bityli.com/HmZdi. Acesso em: 05 jan.2023.
significa que ela está sendo utilizada em seu sentido
Imagem 3
literal, ou seja, o sentido que carrega o significado básico
das palavras, expressõ es e enunciados de uma língua. Em
outras palavras, o sentido denotativo é o sentido real,
dicionarizado das palavras.
Ex: Amor: forte afeiçã o por outra pessoa, nascida de laços
de consanguinidade ou de relaçõ es sociais.
Quando a linguagem está no sentido conotativo,
significa que ela está sendo utilizada em seu sentido Disponível em: https://www.fashionbubbles.com/destaque/big-brother-brasil/enquetes-bbb/
votacao-gshow-enquete-bbb-23-3o-paredao/. Acesso em: 06 fev.2023.
figurado, ou seja, aquele cujas palavras, expressõ es ou
enunciados ganham um novo significado, em situaçõ es e FIGURAS DE LINGUAGEM
contextos particulares de uso. O sentido
conotativo modifica o sentido denotativo (literal) das Metáfora - representa uma comparaçã o de palavras com
palavras e expressõ es, ressignificando-as. significados diferentes e cujo conectivo de comparaçã o
Leia um trecho do poema Amor é fogo que arde sem (como, tal qual) fica subentendido na frase.
se ver, de Luiz Vaz de Camõ es, e observe a maneira como Comparação - ao contrá rio da metá fora, sã o utilizados
o poeta define a palavra/sentimento 'amor' utilizando conectivos de comparaçã o (como, assim, tal qual).
linguagem conotativa:
Eufemismo é utilizado para suavizar o discurso.
Amor é fogo que arde sem se ver Personificação ou prosopopeia é a atribuiçã o de qualidades
Amor é fogo que arde sem se ver; e sentimentos humanos a objetos ou aos seres irracionais.
É ferida que dói, e não se sente;
É um contentamento descontente; Metonímia - é a transposiçã o de significados considerando
É dor que desatina sem doer. parte pelo todo, autor pela obra.
É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente; Caro(a) estudante, identifique, nos textos a seguir, as
É nunca contentar-se de contente; figuras de linguagem que predominam em cada um deles.
É um cuidar que se ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata, lealdade.

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Texto 1 Texto 5

Fogo e Paixão De Repente, Califórnia

Você é luz Garota, eu vou pra Califó rnia


É raio estrela e luar Viver a vida sobre as ondas
Manhã de sol Vou ser artista de cinema
Meu iaiá, meu ioiô ... O meu destino é ser star
O vento beija meus cabelos
Wando. Disponível em: https://www.letras.mus.br/wando/49324/.
Acesso em: 20 de jan. 2023. As ondas lambem minhas pernas
O sol abraça o meu corpo
Texto 2 Meu coraçã o canta feliz...
Fogo Lulu Santos. Disponível em: https://www.letras.mus.br/lulu-santos/47134/.
Acesso em: 20 de jan. 2023.
[...]
O poder de dominar é tentador
Eu já nã o sinto nada ANOTAÇÕES
Sou todo torpor

É tã o certo quanto calor do fogo


É tã o certo quanto calor do fogo
Eu já nã o tenho escolha
E participo do seu jogo, participo

Nã o consigo dizer se é bom ou mau


Assim como o ar me parece vital...
Capital Inicial. Disponível em: https://www.letras.mus.br/capital-inicial/6790/ .
Acesso em: 20 de jan. 2023.

Texto 3

Pais e Filhos

Está tuas e cofres, e paredes pintadas


Ninguém sabe o que aconteceu
Ela se jogou da janela do quinto andar
Nada é fá cil de entender

Dorme agora
É só o vento lá fora
[...]

Sou uma gota d'água


Sou um grão de areia
Você me diz que seus pais nã o o entendem
Mas você nã o entende seus pais

Você culpa seus pais por tudo, isso é um absurdo


São crianças como você
O que você vai ser
Quando você crescer?
Legiã o Urbana. Disponível em: https://www.letras.mus.br/legiao-urbana/22488/ .
Acesso em: 20 de jan. 2023.

Texto 4
Trocando Em Miúdos
[...]
Aliá s
Aceite uma ajuda do seu futuro amor
Pro aluguel
Devolva o Neruda que você me tomou
E nunca leu
Chico Buarque. Disponível em: https://www.letras.mus.br/chico-buarque/45182/.
Acesso em: 20 de jan. 2023.

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AULA 04
D4. Inferir uma informaçã o implícita
HABILIDADE
em um texto.
Leitura e interpretaçã o textual de
CONTEÚDO(S)
temas atuais. Inferência.

Caro(a) estudante, a leitura é imprescindível para a vida


do ser humano; mas é uma eficaz interpretação de textos que
nos permite assimilar mais facilmente conteúdos e
desenvolver o pensamento crítico. Além disso, também
permite aumentar o vocabulário e adquirir mais
conhecimentos a respeito do mundo.
 Você tem dificuldade de realizar interpretaçã o textual?
 Quais tipos de textos você mais gosta de fazer leitura?
 Costuma fazer síntese, resumo ou fichamento das Disponível em: http://3.bp.blogspot.com/_eXAvWfrN98Q/SJxt1XWHywI/AAAAAAAAAH0
/n6a7Bvtao_U/w1200-h630-p-k-no-nu/mafalda.jpg
leituras que faz?
Síntese: é menor que um resumo e pontua estritamente o 1. Apó s uma leitura atenta de todos os quadrinhos, o que é
essencial. possível concluir?
Resumo: sintetiza e reú ne as principais informaçõ es do
texto. 2. Perceberam a profundidade da pergunta?
Fichamento: aproveita as citaçõ es do texto para
desenvolver e completar o pensamento do autor com suas Caro(a) estudante, o objetivo da interpretação não é
pró prias conclusõ es. simplesmente descrever os fatos, mas acrescentar sentido a
eles, pois muitos param na “superfície do texto”. Para
encontrar a essência do texto, é preciso partir dos fatos e
procurar o sentido que eles querem estabelecer. Falar de
interpretação é falar de inferência, de conclusão, de dedução.
Então, ao ler um texto, busque sempre sua essência.

Disponível em: https://factotumcultural.com.br/2020/05/12/ler-pode-mudar-sua-vida-veja-quais- Caro(a) estudante, faça a leitura do texto abaixo e, em


sao-os-20-principais-beneficios-da-leitura/, Acesso em 12 jan.2023. seguida, responda ao que o enunciado requer.
O texto nã o se reduz à palavra, por isso é importante Infância
aprender a ler outras linguagens, nã o só a escrita.
Antigamente, aprendia-se a ler somente textos literá rios Levaram as grades da varanda
nã o havendo a preocupaçã o de como os textos nã o literá rios por onde a casa se avistava.
seriam lidos. Porém, como atualmente busca-se formar As grades de prata.
cidadã os, a leitura ganhou novo significado. Levaram a sombra dos limoeiros
por onde rodavam arcos de mú sica
Texto literário: construçã o textual de acordo com as e formigas ruivas.
normas da literatura, com linguagem elaborada de forma a Levaram a casa de telhado verde
causar emoçõ es no leitor. com suas grutas de conchas
Texto não literário: tem como objetivo informar, e vidraças de flores foscas.
esclarecer, explicar, ou seja, pretende ser ú til ao leitor Levaram a dama e o seu velho piano
informativo. que tocava, tocava, tocava
Ex: artigos científicos, notícias. a pá lida sonata.
Assim, ler é um exercício. Levantar hipó teses, analisar, Levaram as pá lpebras dos antigos sonhos,
comparar, relacionar sã o passos que auxiliam nessa tarefa. deixaram somente a memó ria
Entretanto, existe uma habilidade que merece destaque: a e as lá grimas de agora.
inferência. MEIRELES, Cecília. Flor de poemas. 8. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1983.

Na prá tica, como isso pode ajudar na interpretaçã o? Ao Nesse texto, infere-se que o eu lírico
ler um texto, as informaçõ es podem estar explícitas ou A) amou a dama pianista.
implícitas. Inferir é conseguir chegar a conclusõ es a partir B) deixou de ser sonhador.
dessas informaçõ es. C) foi uma criança infeliz.
D) sente saudade da infâ ncia.
Leia a tirinha a seguir e responda aos questionamentos:

Criada pelo cartunista Quino, Mafalda atravessa geraçõ es


com seus questionamentos.

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LÍNGUA PORTUGUESA ● Estudante

AULA 05 Situação 2
[A Lúcio Cardoso]
D12. Identificar a finalidade de textos Vila Rica, 10/1/42
HABILIDADE
de diferentes gêneros.
Alô, Lúcio
Gêneros textuais diversos. Elementos
CONTEÚDO(S) Estou há + de uma semana aqui. Tomei banho numa
da comunicaçã o. Tipos textuais.
cascata, já montei "Faisca" e fui mordida por um batalhão de
Caro(a) estudante, você já percebeu o quanto a mosquitos. Andei pelos morros, fazendo horríveis reflexões
comunicação é essencial para o ser humano e as diversas sobre a vida e a morte. Mas ainda não chorei, contrariando os
maneiras que usamos para transmitir uma informação? seus prognósticos, - estou "quase", olho-me ao espelho com
Como seria a vida de uma pessoa que nasce e cresce sem tanta dureza e com tanta noção de presente, passado, espaço
nenhum contato com outro ser humano? Já se imaginou e tempo, que me envergonho.
sozinho num local por muito tempo sem ter com quem ou E você? E sobretudo Clara? Perdoe o sobretudo. Mas
como se comunicar com alguém? indiretamente saberei assim como você está passando.
Experimente passar 5 ou 10 min sem conversar com Dê um abraço pro Padilha, pro Geraldo. Aos outros, eu
ninguém em sala de aula ou qualquer outro tipo de escreverei.
interaçã o. Com o tempo, você e seus colegas se apresentarã o E também você receba um, bem grande.
irrequietos, tentando gesticular, trocando olhares, numa Clarice
tentativa de interaçã o, porque a comunicaçã o é inerente ao
ser humano, uma necessidade bá sica. P.S. Não se esforce por ser um bom rapaz e não se obrigue a
Nó s nos comunicamos de diversas maneiras: escrevendo, escrever-me. Você tem minha simpatia quand même.
falando, desenhando, usando imagens em redes sociais, Fazenda Vila Rica - Avelar - Estado do Rio.
gesticulando, através de olhares, sorrisos e até vestimenta.
Disponível em: https://trechos.org/wp-content/uploads/2020/10/Todas-as-cartas-Clarice-
Todas essas podem passar uma informaçã o. E você já Lispector-www.trechos.org_.pdf
reparou que toda situaçã o de comunicaçã o tem alguns
elementos bá sicos? Observando este fato, o linguista Roman Todo ato comunicativo possui uma finalidade/objetivo.
Jakobson propô s um esquema para os atos comunicativos e, Qual seria a intençã o comunicativa da situaçã o 1?
ainda que hoje se saiba que o processo é dinâ mico e que Os textos, por serem atos comunicativos, também
nele influem outros fatores, seus saberes foram (e ainda possuem uma intencionalidade. Além disso, todo texto é
sã o) importantes para aná lise textual e outros estudos da organizado de uma determinada maneira. O texto da
á rea da comunicaçã o e linguagem. Conheça o modelo situaçã o 2, por exemplo, apresenta sequências textuais com
comunicativo de Roman Jakobson. diferentes características; há um cabeçalho que nos faz
descriçã o de local e data (sequência descritiva); trechos que
nos contam uma histó ria (sequência narrativa); outros que
fazem pedido/dã o ordem (sequência injuntiva) – “Dê um
abraço... você receba um”.
Os textos sã o construídos a partir de sequências variadas,
das tipologias: narraçã o, argumentaçã o, exposiçã o,
descriçã o, injunçã o. Quando se diz que um texto é
“narrativo”, “descritivo” ou “argumentativo”, está se falando
sobre o tipo de sequência textual predominante nele. E
esses modos de organizaçã o, por sua vez, visam atender a
diferentes finalidades de um texto.
Sabendo disso, qual seria o objetivo do texto da situaçã o
Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/portugues/elementos-da-comunicacao.
Acesso em: 04 fev. 2023. 2? Pelas características estruturais e finalidade, você
consegue reconhecer que gênero textual é este?
O emissor envia uma mensagem ao receptor utilizando um
conjunto de signos e de regras de combinaçã o desses signos A carta pessoal é um gênero textual escrito em 1ª pessoa
que ambos conhecem. A mensagem é transmitida através de voltado para falar sobre questõ es cotidianas, íntimas.
um canal (voz, papel, internet etc.) e se refere a algum Direcionada a pessoas pró ximas, utiliza, geralmente, uma
assunto. linguagem menos formal, distinguindo-se da carta aberta –
texto argumentativo de grande alcance, cuja linguagem é
Agora, tente identificar os elementos da comunicaçã o de mais formal, impessoal e cujo objetivo é posicionar-se,
cada situaçã o a seguir. solicitar algo, convencer alguém. Elementos de sua
estrutura: local e data, vocativo, texto, despedida e
Situação 1 assinatura.
Conhecer os elementos da comunicaçã o, as tipologias
textuais, os gêneros diversos e identificá -los, aprimora o
entendimento sobre a finalidade de um texto e a
compreensã o global do mesmo.

Disponível em: https://bit.ly/3YrTMdM.Acesso em: 04 fev. 2023

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AULA 06 Agora, identifique a funçã o da linguagem predominante


nos textos abaixo, justificando a resposta, e o objetivo de
D12. Identificar a finalidade de textos cada um deles.
HABILIDADE
de diferentes gêneros.
Texto 1
Gêneros aviso, anú ncio, carta, diá rio,
CONTEÚDO(S)
convite. Funçõ es da linguagem.

Caro(a) estudante, você já parou para refletir sobre as


finalidades dos textos que permeiam nosso cotidiano?
Em todo ato de comunicaçã o há uma intencionalidade:
quem comunica, o que comunica, para quem e com que
propó sito. Assim, podemos condensar as vá rias finalidades
da linguagem em seis funçõ es, a depender de qual elemento
do processo comunicativo está sendo enfatizado.
Um anú ncio, bem como um manual de instruçõ es, por
exemplo, está mais voltado para o receptor, sendo comum a
presença de verbos no imperativo, uso de vocativos e de
pronomes que se referem ao interlocutor, a fim de
convencê-lo ou instruí-lo a algo. A funçã o da linguagem
centrada no receptor é chamada de funçã o conativa (ou
apelativa).
Uma notícia de jornal, por sua vez, tem como objetivo
maior transmitir uma informaçã o; logo, a ênfase está no
assunto. A funçã o orientada para o referente é chamada de
referencial. A funçã o centrada no emissor é chamada de Disponível em: http://1.bp.blogspot.com/_8b4NCcVG3do/RrqXlCiMpoI/AAAAAAAAABo/LYnQR_8JqUY/
emotiva (ou expressiva). Quando o foco está na mensagem, s320/zero.jpg. Acesso em 06 fev. 2023.

em sua elaboraçã o, temos a funçã o poética. Já quando os O anú ncio publicitá rio é um gênero textual cujo objetivo é a
textos se voltam para o pró prio có digo, estamos diante da divulgaçã o de serviços ou produtos para convencer os
funçã o metalinguística. interlocutores a consumirem ou concordarem com o que
Leia. está sendo veiculado. Para tanto, faz uso de uma linguagem
apelativa e criativa. Chamar atençã o, despertar interesse,
gerar desejo e induzir o pú blico-alvo a um tipo de
comportamento (como comprar um produto ou adquirir um
serviço) é a meta desse texto. Ademais, este gênero pode
apresentar vá rias configuraçõ es de formatos, dependendo
do que se anuncia, dos objetivos de quem anuncia e do local
em que é veiculado (redes sociais, rá dio, canais televisivos,
Disponível em: https://escolakids.uol.com.br/portugues/funcao-fatica.htm. Acesso em 04 fev. 2023. outdoors, etc.).
Você já vivenciou algo parecido? Onde? Como foi? Em
Texto 2
que outras situaçõ es do dia a dia ocorrem conversas
semelhantes a essa? Domingo, 14 de junho de 1942
As comunicaçõ es estabelecidas a partir de fó rmulas
Na sexta-feira acordei à s seis horas. Pudera, nã o é para
vazias, convençõ es sociais de saudaçã o ou despedida,
estranhar, afinal era meu aniversá rio!
expressõ es como “he-hein”, “hum-hum”, “né?”, “entendeu?”,
Mas nã o queriam que eu me levantasse tã o cedo e tive de
cujo objetivo é tentar estabelecer, dar continuidade à
dominar minha curiosidade até as seis e quarenta e cinco.
comunicaçã o ou interrompê-la, testando o canal, o suporte
Depois nã o me segurei mais. Corri até a sala de jantar, onde
físico, o contato, exemplificam a funçã o fática.
o Moortjen, o nosso gatinho, me cumprimentou com muita
festa. Depois das sete falei com meus pais e fui com eles para
a sala e olhei meus presentes. Foi você, meu diá rio, que vi
primeiro. E era, sem dú vida, o presente mais lindo. [...].
Papai e mamã e me deram muitos outros presentes e os
amigos também me mimaram muito naquele dia. [...] Ganhei
também presente em dinheiro, que usei para comprar Mitos
Gregos e Romanos". Muito legal!
[...] Por hoje vou terminar. Estou muito contente em ter
você, meu diá rio.
FRANK, A. O diário de Anne Frank. Brasil: Pé da Letra, 2021. Fragmento.

AMARAL, Emilia et al. Novas Palavras 1ºano. Sã o Paulo: FTD, 2016.


Diá rio pessoal é um gênero textual caracterizado pela
presença de relatos. De cará ter intimista, nele podemos
Um texto pode apresentar mais de uma funçã o da encontrar registros informais de açõ es, fatos, emoçõ es e
linguagem, mas sempre haverá (ã o) alguma(s) opiniõ es, respeitando uma ordem cronoló gica. O
predominante(s), que se destacará (ã o). memorialismo é uma de suas principais características e a

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LÍNGUA PORTUGUESA ● Estudante

indicaçã o de data serve tanto para demarcar o tempo dos %C3%BAdy. Acesso em 04.fev.2023.

acontecimentos, como para o registro deles. Vocativo e


assinatura ao final também podem ser outros aspectos. Os ANOTAÇÕES
tempos verbais predominantes sã o os que expressam o
passado. Além disso, esse gênero também apresenta vá rias
marcas de subjetividade (como pronomes e formas verbais
de 1ª pessoa).
Texto 3

Disponível em: https://bit.ly/3X7kt6o. Acesso em: 04 fev.2023.

Para aprofundar o olhar quanto à s funçõ es linguísticas,


em especial funçã o metalinguística, seguem sugestõ es de
filmes.
Era Uma Vez Em... Hollywood
Dirigido pelo diretor Quentin Tarantino, o
filme narra a histó ria de Rick Dalton
(Leonardo DiCaprio), um ator que tem uma
dé cada de trabalho mediano e sente que a
sua carreira está pró xima do fim, na Los
Angeles de 1969. Ao lado do seu dublê , Cliff
Booth (Brad Pitt), ele está decidido a fazer o
nome em Hollywood. Os dois conhecem
muitas pessoas influentes no mundo
cinematográ fico, o que os acaba levando aos
assassinatos realizados por Charles Manson
na é poca.
Disponível em: https://bityli.com/Xt2TE. Acesso em
04.fev.2023.
A Invenção de Hugo Cabret
Direçã o: Martin Scorsese
Paris, anos 30. Hugo Cabret (Asa Butterfield)
é um ó rfã o que vive escondido nas paredes
da estaçã o de trem. Ele guarda consigo um
robô quebrado, deixado por seu pai (Jude
Law). Um dia, ao fugir do inspetor (Sacha
Baron Cohen), ele conhece Isabelle (Chloe
Moretz), uma jovem com quem faz amizade.
Logo Hugo descobre que ela tem uma chave
com o fecho em forma de coraçã o,
exatamente do mesmo tamanho da
fechadura existente no robô . O robô volta
entã o a funcionar, levando a dupla a tentar
resolver um misté rio má gico.
Disponível em: https://www.adorocinema.com/filmes/filme-
136181/. Acesso em 04.fev.2023.
Cine Holliúdy
Interior do Ceará , dé cada de 1970, período
em que a popularizaçã o da TV começava e
ameaçava os cinemas nas pequenas cidades.
As pessoas da regiã o começaram a desfrutar
de um bem ainda nã o conhecido, poré m, o
televisor afastou as pessoas dos cinemas.
Francisgleydisson (Edmilson Filho) luta para
manter viva a paixã o pela sé tima arte, com
criatividade e o humor cearense. Ele é o
proprietá rio do Cine Holiú dy, um pequeno
cinema da cidade que terá a difícil missã o de
se manter vivo como opçã o de
entretenimento. [...]
Em 2019, o filme foi adaptado para sé rie de
televisã o, produzida e exibida pelo serviço de
streaming Globoplay.
Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/ Cine_Holli

9
LÍNGUA PORTUGUESA ● Estudante

 Que informaçõ es sobre a campanha de vacinaçã o sã o


apresentadas no texto? Quais delas sã o mais importantes?

AULA 07 O gênero cartaz está bastante presente em nosso cotidiano e


tem como características leitura rápida, funçã o informativa
e/ou apelativa, preocupaçã o estética (cores, tamanhos,
D5. Interpretar texto com auxílio de espaçamento), linguagem mista, ou seja, verbal e nã o verbal.
HABILIDADE material grá fico diverso (propagandas, Além disso, as imagens, a diagramaçã o e as cores sã o
quadrinhos, foto, etc.). importantes para tornar o texto interessante e fazê-lo
Linguagem verbal e nã o verbal; cumprir sua finalidade.
CONTEÚDO(S)
Gêneros tirinha e cartaz.
Leia o texto a seguir.
Caro(a) estudante, nosso cotidiano está repleto de
imagens as quais precisamos compreender e interpretar em
diversas situações. Como você faria, por exemplo, para pedir
silêncio sem usar as palavras? Que ícone indica que um local
possui rede wifi disponível?
A linguagem nã o verbal é aquela que utiliza outros
elementos além das palavras (escritas ou ditas). Nos textos
orais, a linguagem nã o verbal está presente nos gestos,
posturas, olhares, etc. Já nos textos escritos, os aspectos que
correspondem à linguagem nã o verbal podem ser: cores,
tamanhos de fontes, imagens, disposiçã o das imagens e
palavras no corpo do texto, entre outros.
Leia o texto abaixo e responda os questionamentos
seguintes.

Disponível em: https://nanquim.com.br/category/tirinhas/. Acesso em: 05 fev. 2023

 O que provoca o humor na tirinha?


 Qual a importâ ncia das imagens para a construçã o dos
sentidos do texto?
As tirinhas sã o textos narrativos que podem conter
linguagem mista ou apenas sequências de imagens; usam
sinais grá ficos convencionados, como diferentes tipos de
balõ es, distintos tamanhos de letra, onomatopeias, etc.;
formadas, geralmente, por três ou quatro quadrinhos,
podem fazer uso do humor, apenas contar uma histó ria ou
até mesmo incluir uma crítica social.
Perceba como, na tirinha acima, a relaçã o entre as duas
linguagens (verbal e nã o verbal) é essencial para a
compreensã o do texto, uma vez que o humor está centrado
na quebra da expectativa sobre o esporte praticado pelo
paciente. É a imagem do ô nibus que aponta que a prá tica do
esporte é, na verdade, involuntá ria: forçada pela
necessidade de alcançar o ô nibus e nã o pela preocupaçã o
com a saú de.
Atividade
Conforme a orientaçã o do(a) professor(a), escolha um
tema para produzir um cartaz informativo.
Esse tema deve ser relevante; pense nas imagens que
contribuirã o para a mensagem do texto e destaque – por
meio do tamanho, cor e disposiçã o das palavras – as
informaçõ es mais importantes.
Se sua turma optar por fazê-los digitalmente, vocês
Disponível em: http://www.ccms.saude.gov.br/revolta/images/cartazes/Cartaz-VacinacaoG.jpg.
Acesso em: 05 fev. 2023. podem divulgá -los nas redes sociais usadas pela turma
(Google Sala de aula, Whatsapp, instagram); caso sejam
 Qual o pú blico-alvo deste cartaz?
físicos, façam uma exposiçã o na pró pria escola.
 Qual o objetivo do texto?
 Além do Zé Gotinha, personagem que protagoniza a
campanha de vacinaçã o, aparecem crianças na imagem.
Qual a razã o para usá -las no cartaz?
 Explique o jogo de palavras usado na frase “O seu filho
quer duas gotinhas da sua atençã o”.
10
LÍNGUA PORTUGUESA ● Estudante

 O final do diá logo surpreendeu você?


 Explique como o humor desse texto é desenvolvido.

Agora, vamos estudar outro gênero no qual o humor é


AULA 08 uma das principais características.

D16. Identificar efeitos de ironia ou Texto 3


HABILIDADE
humor em textos variados.
CONTEÚDO(S) Gêneros anedota, charge, memes.

Caro(a) estudante, observe a imagem abaixo.

Texto 1

Disponível em: https://blogdoaftm.com.br/chargebig-brother-brasil/.


Acesso em: 06 fev 2023

Disponível em: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/educacao-e-midia/teria-a-educacao- Converse com seus colegas e expliquem o que provoca o
virado-um-meme/. Acesso em 06 fev. 2023
humor do texto. Você sabe qual é o gênero desse texto? Em
que contextos você costuma ler esse tipo de texto? Quais
Você já havia visto essas imagens com outras legendas?
suas principais características?
Referindo-se a outros contextos? Qual o sentido geral
atribuído a essas imagens?
A charge é um gênero da esfera jornalística, que utiliza as
O efeito de humor aparece em um texto quando este gera
linguagens verbal e nã o verbal para refletir sobre temas e
uma surpresa cô mica. Alguns fatores contribuem para isso,
situaçõ es do cotidiano. Tais textos costumam usar o humor
como situaçõ es absurdas, alguns estereó tipos da sociedade,
para ironizar e criticar os acontecimentos tematizados.
deslizes das personagens e soluçõ es incomuns para um
problema.
Atividade
O conhecimento de mundo do leitor é essencial para que
Sob a orientaçã o do professor, faça uma produçã o em
ele possa compreender certas ironias e implícitos presentes
equipe: pensem uma situaçã o cô mica que viveram ou
em textos que possuem uma natureza cô mica.
testemunharam e represente-a na escrita, optando por um
dos gêneros estudados na aula. Vocês podem fazer uma
Os memes sã o considerados, atualmente, um gênero
exposiçã o em sala com os textos produzidos.
comunicativo do ambiente digital, em geral, na forma de
uma imagem legendada, bordã o engraçado ou vídeo viral. ANOTAÇÕES
Eles têm uma forte característica intertextual, pois
costumam fazer referência a novelas, séries, reality show,
etc.

O texto a seguir é uma anedota, gênero narrativo


caracterizado pela natureza jocosa, temá tica corriqueira e
leitura rápida. Leia e responda as perguntas seguintes.

Texto 2

O chefe para o empregado:


— Acreditas na vida apó s a morte?
O empregado:
— Claro que nã o! Nã o existem provas disso.
O chefe:
— Pois agora existe. Ontem, depois de teres saído mais
cedo para ir ao funeral do teu tio, ele veio aqui à tua
procura!
Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/redacao/anedota.htm .
Acesso em: 06 fev. 2023

 O que o desfecho do texto sugere sobre o empregado?

11
LÍNGUA PORTUGUESA ● Estudante

Mário de Andrade
Moça Linda Bem Tratada
Moça linda bem tratada,
Três séculos de família,
Burra como uma porta:
AULA 09 Um amor.
Grã -fino do despudor,
D16. Identificar efeitos de ironia ou Esporte, ignorâ ncia e sexo,
HABILIDADE Burro como uma porta:
humor em textos variados
CONTEÚDO(S) Figura de linguagem (Ironia) Um coió .
Mulher gordaça, filó ,
A partir da leitura da imagem abaixo reflita: De ouro por todos os poros
- Qual é a intençã o dessa mensagem? Burra como uma porta:
- Que tipo de veículo essa mensagem está sendo passada? Paciência...
- Houve algum tipo de ruído na comunicaçã o?
- Qual é sua compreensã o do texto? Plutocrata sem consciência,
- Perceberam algum tipo de figura de linguagem presente no Nada porta, terremoto
texto? Que a porta de pobre arromba:
Uma bomba
Disponível em: http://culturafm.cmais.com.br/radiometropolis/lavra/mario-de-andrade-moca-
linda-bem-tratada. Acesso em: 05 de fevereiro de 2023.

Disponível em: http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/saep/portugues/saep_port_9ef/


internas/d16.html. Acesso em: 05 de fevereiro de 2023.

EXERCÍCIO
Disponível em: https://incrivel.club/admiracao-curiosidades/14-mensagens-de-texto-que-nao-tem-
nada-alem-de-pura-ironia-e-finais-surpreendentes-1238764/. Acesso em: 05 de fevereiro de 2023.

Figuras de Linguagem sã o formas de expressã o que


destoam da linguagem denotativa. Elas dã o ao texto
um significado que vai alé m do sentido literal. Sendo
assim, permitem vá rias leituras e interpretaçõ es. As
figuras de linguagem geralmente estã o presentes em
textos poéticos, mas no cotidiano (diá logos) encontramos
muitas figuras de linguagem como: metá foras, "Fonte: Caderno Vida e Arte, Jornal do Povo, Fortaleza."
comparaçõ es, metonímia, ironias, etc. Esta ú ltima, iremos
aprofundar mais na aula de hoje. No 3º quadrinho, sugere-se que Garfield

Ironia é uma figura de linguagem que tem a intençã o de A) desconhece tudo sobre arte, por isso faz a sugestã o.
sugerir o contrá rio do que se quer dizer. A compreensã o B) acredita que todo pintor deve fazer algo diferente.
da ironia depende muito do contexto (da situaçã o) e do C) defende que para ser pintor a pessoa tem de sofrer.
conhecimento do interlocutor. Na linguagem oral, os D) conhece a histó ria de um pintor famoso e faz uso da
gestos do enunciador também sã o importantes para o seu ironia.
entendimento. Temos ironia: E) acredita que seu dono tenha tendência artística e, por
isso, faz a sugestã o"
a) oral ou verbal
b) dramá tica, teatral ou satírica ANOTAÇÕES
Vejamos alguns exemplos abaixo

Disponível em: https://registrodemarca.arenamarcas.com.br/educacao/ironia-figuras-de-


linguagem-o-que-e-exemplos/. Acesso em: 05 de fevereiro de 2023.

12
LÍNGUA PORTUGUESA ● Estudante

AULA 10
HABILIDADE D17.
Gêneros variados. Efeito de sentido
CONTEÚDO(S) utilizando sinais de pontuaçã o :, , ? ! “ “
[]() Disponível em: https://segredosdomundo.r7.com/virgula Acesso:06/02/23

Que efeito de sentido a ausência das vírgulas provoca no


Leia, atentamente, o seguinte texto:
aviso?
Um homem rico estava muito mal. Pediu papel e pena.
Escreveu assim:
Deixo meus bens à minha irmã não a meu sobrinho
jamais será paga a conta do alfaiate nada dou aos Sinais de pontuação
pobres.
Morreu antes de fazer a pontuaçã o. A quem deixava ele a  Exclamações: marcadas pelo sinal “!” apó s interjeiçõ es e
fortuna? Eram quatro concorrentes. no fim de frases enunciadas com entoaçã o exclamativa;

1. O sobrinho fez a seguinte pontuaçã o: Deixo meus bens à  Interrogações: sã o usadas para marcar o final de frases
minha irmã ? Nã o! A meu sobrinho. Jamais será paga a interrogativas diretas. Nunca usadas no fim de uma
conta do alfaiate. Nada dou aos pobres. interrogativa indireta.
2. A irmã chegou em seguida. Pontuou assim o escrito: O apresentador de TV, Sílvio Santos, desenvolveu um
Deixo meus bens à minha irmã . Nã o a meu sobrinho. estilo de comunicaçã o em que utiliza exclamações e
Jamais será paga a conta do alfaiate. Nada dou aos interrogações em suas frases de efeito e em seus bordõ es,
pobres. para animar o auditó rio:
3. O alfaiate pediu có pia do original. Puxou a brasa pra
sardinha dele: Deixo meus bens à minha irmã ? Nã o! A  Quem quer dinheiro?
meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do alfaiate.  Silvio Santos vem aí!
Nada dou aos pobres.  Minhas colegas de trabalho!
4. Aí, chegaram os descamisados da cidade. Um deles,  Sai pra lá, sai pra lá!
sabido, fez esta interpretaçã o: Deixo meus bens à minha
 Aspas (" "): sã o utilizadas para enfatizar palavras ou
irmã ? Nã o! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do
expressõ es, bem como sã o usadas para delimitar
alfaiate? Nada! Dou aos pobres.
citaçõ es de obras.
Assim é a vida. Nós é que colocamos os pontos. E isso faz
Exemplos do uso de aspas: satisfeito com o resultado do
a diferença.
vestibular, se sentia "o bom”.
(Autor desconhecido) Disponível em: http://www.soniajordao.com.br/detalhes.php?id=543.
Acesso:05/02/23
 Colchetes: compreendem um sinal grá fico que é usado
Revendo os sinais de pontuação na língua portuguesa para pontuar situaçõ es muito
específicas, como nos dicionários, na supressão de
 Qual o sentido do texto após as respectivas pontuações, citações. Também sã o utilizados nas á reas de exatas,
realizadas por cada um dos beneficiários do testamento? tais como em expressõ es numéricas:
{ 20 . [ 2 ] 2 }.
 Parênteses: sã o sinais de pontuaçã o usados para
dar explicações, fazer observações acessórias,
Para que servem estes sinais: , ? ! “ “ [ ] ( ) comentários ou reflexões.
 Os sinais de pontuação sã o recursos pró prios da língua Há certos recursos da linguagem - pausa, melodia,
escrita: representam as pausas e entoações da entonação e até mesmo, silêncio - que só estã o presentes na
linguagem oral. oralidade. Na linguagem escrita, para substituir tais
 A presença ou ausência da vírgula causam alteraçõ es recursos, usamos os sinais de pontuação.
completas no significado e sentido das frases.
Veja esse post, analise-o e reflita: Com acentuada característica subjetiva, a pontuaçã o nã o
possui critérios rígidos a serem seguidos, mas requer
atençã o, porque qualquer deslize pode prejudicar a
clareza do texto.

Vamos Praticar?

13
LÍNGUA PORTUGUESA ● Estudante

1. Leia o texto e responda.


(...) De repente, zapt, a cusparada veio lá do alto do
edifício e varreu-lhe o braço direito que nem onda de
ressaca. Horror, nojo, revolta: no meio das três sensaçõ es, o
triste consolo de nã o ter sido no rosto, nem mesmo no
vestido.
Como limpar “aquilo” sem se sujar mais? Teve
ímpeto de atravessar a rua, a praia, meter-se de ponta
cabeça no mar. Depois veio a ideia de entrar no primeiro
edifício, apertar a primeira campainha, rogar em pranto à
dona da casa: “Me salve desta imundície!”
ANDRADE, Carlos Drummond de. Boa açã o. In: Seleta em prosa e verso.
Rio de Janeiro: José Olympio, 1971.

O uso das aspas no trecho “Me salve desta imundície!”


revela
A) a revolta pela situaçã o vivida. https://blogdoaftm.com.br/wp-content/uploads/2020/04/2493.jpg
B) a intençã o de fala do personagem. O que a pontuaçã o exclamativa e interrogativa exprime?

C) o destaque dado a palavras do texto.


D) o estranhamento da personagem diante do fato. ANOTAÇÕES
E) o fato de chegar à casa de uma desconhecida.

2. Leia o texto abaixo.

O MARINHEIRO QUE TOCAVA TUBA

Tendo nascido no interior do Ceará , como foi


acabar sendo regente?
Nasci no Iguatu, porque meu pai trabalhava
naquela época nessa cidade, numa funçã o muito
delicada e até pejorativa: a de delegado de polícia. Na
época, havia uma espécie de guerra no Ceará , com
intervençã o federal.
[...] E, como ia sendo expulso de tudo quanto era escola,
meu pai resolveu me colocar na Escola de
Aprendizes de Marinheiros. Aí a coisa mudou. A
escola, naquela época, era semicorrecional. Meu pai
advertia: “ Agora você toma jeito”.
É ramos 14 irmã os, dos quais eu era o quinto,
pela ordem. Família “pequena”, como veem. Oito
homens, seis mulheres.
Fragmento. *Adaptado: Reforma Ortográ fica.

As aspas empregadas na palavra “‘pequena’” dã o à


palavra um tom
A) coloquial.
B) crítico.
C) irô nico.
D) metafó rico.
E) técnico.

3. Leia a charge e analise o ponto de exclamaçã o e o ponto


de interrogaçã o, com relaçã o à s falas dos interlocutores.

14
LÍNGUA PORTUGUESA ● Estudante

produto em caixa alta. O conteú do é amido de milho. Porém,


neste caso, a marca se sobrepõe.
Por que razão o nome do produto na caixa é diferente
do dicionário?
Negrito: Usado para marcar o texto destacando partes
importantes.
Itálico: Usado para expressar uma fala, destacar algum
objeto e também quando se tem palavras estrangeiras no
texto, e por isto elas aparecem com esta leve inclinação e
distorção na grafia.
Leia o texto a seguir, que traz uma curiosidade sobre
os destaques em negrito em textos digitais.

Nova fonte, negrito e itálico; conheça as formas de


escrever no WhatsApp
WhatsApp traz diversas opções de formatação de textos
em conversas no Android, iOS, Windows Phone e Web.
O WhatsApp ganhou diversas opçõ es de mudanças no
texto para deixar as conversas mais ricas e personalizadas.
Seja no Android, iPhone (iOS) ou Windows Phone, é
possível enviar textos com formataçõ es diferentes para
chamar a atençã o ou destacar palavras usando os recursos
de negrito, itálico ou riscado.
WhatsApp para iPhone permite enviar emojis em
tamanho grande
AULA 11 Além disso, também existe a possibilidade de aumentar o
texto para facilitar a leitura ou diminuir a fonte para ter
mais espaço em tela. Confira as diferentes formas de
HABILIDADE D17- trabalhar com textos no WhatsApp.
Gêneros variados. Efeito de sentido (...)
CONTEÚDO(S) utilizando outras notações: caixa alta, A adiçã o mais recente do WhatsApp foi a possibilidade
negrito, itálico. de mudar a fonte da mensagem para a FixedSys, que é
maior e mais espaçada. Para usá -la, basta digitar três
Caro(a) estudante, leia e responda. acentos graves (```), aquele usado na crase, no início e no fim
do trecho que deseja formatar. Dependendo do teclado
MAISENA: substantivo feminino escolhido no Android ou iOS, há botõ es específicos para o
cará cter ou é preciso pressionar outra tecla para revelá -lo,
Farinha fina de milho ou maís. como as aspas simples.
• Nota: A grafia geralmente usada nos vocabulá rios é Disponível em: https://www.techtudo.com.br/noticias/2016/07/nova-fonte-negrito-e-italico-
conheca-formas-de-escrever-no-whatsapp.ghtml Acesso:05/02/23
maisena; a marca registrada que deu origem ao nome
comum é Maizena [com z], e deve ter sido tirada do es Quando se escreve um texto, usam-se alguns recursos
panhol maíz ou do inglês maize. ortográ ficos que estamos acostumados para demonstrar
"maisena", in Dicioná rio Priberam da Língua sentimentos e dar efeitos de término e começo nos textos:
Portuguesa [em linha], 2008-2021, sã o os sinais de pontuaçã o, por exemplo.
Disponível em: https://dicionario.priberam.org/maisena. Acesso em: 06/02/2023.
Esses mecanismos tã o comuns na nossa escrita se
Observe: juntam com outros como: o uso do itálico, do negrito, da
CAIXA ALTA e do tamanho da fonte.
No texto acima, qual o efeito de sentido das palavras
destacadas, em negrito?

Vamos Praticar?

VOCÊ , EU E NOSSOS AMIGOS


Martha Medeiros
Antes da era tecnoló gica, a gente via os amigos de vez em
Disponível em: https://mundodasmarcas.blogspot.com/2006/05/maizena-tradio-secular.html quando, em encontros eventuais. Agora, eles estã o na palma
da mã o. Sabemos tudo o que eles pensam e o que fazem, as
No exemplo acima, a sucessã o de embalagens de informaçõ es sã o atualizadas em minutos, e o resultado
Maizena, que ao longo dos tempos preserva o nome do disso? Fé na humanidade.
15
LÍNGUA PORTUGUESA ● Estudante

Se depender de você, de mim e de nossos 3.768 amigos, A partir da leitura do texto:


ou 7.543, ou 21.544 (quantos amigos você tem?), o mundo - Conhecem o texto que lemos?
está salvo. Porque, veja bem: somos todos bons. Somos - Qual é o título?
todos justos. Acreditá vamos que a sociedade era íntegra, já - Que tipo de histó ria é essa?
que somos todos íntegros. [...] - Quem sã o os personagens?
- Quando aconteceu essa histó ria?
Nã o temos religiã o, mas somos espiritualizados. Nã o
- Qual é o enredo dessa histó ria?
fazemos parte de nenhuma ONG, mas vestimos a camiseta.
- Em que local aconteceu essa histó ria?
Dirigimos carros, mas damos a maior força para as ciclovias.
Nã o somos vaidosos, apenas usamos nossa imagem a fim de OBS: Caso queria fazer a leitura do texto completo segue o link
enaltecer boas ideias e intençõ es. Estamos a serviço de um abaixo:
mundo melhor. Somos todos messias. Todos gurus. [...] https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4984737/
mod_resource/content/1/Uma%20galinha%2C%20de%20CL.pdf
O inferno sã o os outros. Jamais você, eu e nossos amigos.
[...] TEXTO NARRATIVO
Disponível em: http://classico.velhosamigos.com.br/Colaboradores/Diversos/
marthamedeiros5.html. Acesso em: 10/02/2023 Texto narrativo é um tipo de texto que desenha as açõ es de
personagens num determinado tempo e espaço.
Quando a autora afirma que “Nã o fazemos parte de Geralmente, ele é escrito em prosa e nele sã o contados
nenhuma ONG, mas vestimos a camiseta”, a expressã o em alguns fatos. Os textos narrativos podem ser: romance,
destaque passa ideia de que: novela, conto, crônica e fábula.
A) estamos sempre dispostos a ajudar a quem precisa.
B) nã o queremos lutar por nenhuma causa na internet. Elementos da narrativa
C) as pessoas vestem a camiseta, mas nã o lutam pela causa. Narrador é aquele que conta (narra) a histó ria. Temos:
D) colocamos todos os esforços na luta pela causa das ONGs. narrador observador, narrador personagem e narrador
E) estamos sempre engajados nas causas propostas pelas onisciente.
ONGs

AULA 12 Enredo é a estrutura da narrativa, ou seja, a trama em que


se desenrolam as açõ es. Temos: enredo linear e enredo
não linear.
D10. Identificar o conflito gerador do
HABILIDADE enredo e os elementos que constroem Personagens sã o aqueles que compõ em a narrativa Temos:
a narrativa. personagens principais (protagonista e antagonista) e
Textos narrativos. Elementos da personagens secundários (adjuvante ou coadjuvante).
CONTEÚDO(S)
narrativa. Conflito gerador do enredo. Tempo é a marcaçã o do tempo dentro da narrativa, por
exemplo, uma data ou um momento específico. O tempo
UMA GALINHA pode ser cronológico ou psicológico.
(fragmento)
Espaço é onde a narrativa se desenvolve. Podem ocorrer
Era uma galinha de domingo. Ainda viva porque nã o num ambiente físico, ambiente psicológico ou ambiente
passava de nove horas da manhã . Parecia calma. Desde social.
sábado encolhera-se num canto da cozinha. Nã o olhava para
ninguém, ninguém olhava para ela. Mesmo quando a ATIVIDADE
escolheram, apalpando sua intimidade com indiferença, nã o (UFV adaptada). Leia o texto e responda.
souberam dizer se era gorda ou magra. Nunca se adivinharia
nela um anseio. Foi, pois, uma surpresa quando a viram “O incidente que se vai narrar, e de que Antares foi teatro
abrir as asas de curto voo, inchar o peito e, em dois ou três na sexta-feira 13 de dezembro do ano de 1963, tornou essa
lances, alcançar a murada do terraço. Um instante ainda localidade conhecida e de certo modo famosa da noite para
vacilou — o tempo de a cozinheira dar um grito — e em o dia. (…) Bem, mas nã o convém antecipar fatos nem ditos.
breve estava no terraço do vizinho, de onde, em outro voo Melhor será contar primeiro, de maneira tã o sucinta e
desajeitado, alcançou um telhado. Lá ficou em adorno imparcial quanto possível, a histó ria de Antares e de seus
deslocado, hesitando ora num, ora noutro pé. A família foi habitantes, para que se possa ter uma idéia mais clara do
chamada com urgência e consternada viu o almoço junto de palco, do cená rio e principalmente das personagens
uma chaminé. O dono da casa, lembrando-se da dupla principais, bem como da comparsaria, desse drama talvez
necessidade de fazer esporadicamente algum esporte e de inédito nos anais da espécie humana.” (É rico Veríssimo)
almoçar, vestiu radiante um calçã o de banho e resolveu O papel do narrador é evidenciado no fragmento acima
seguir o itinerá rio da galinha: em pulos cautelosos alcançou quando
o telhado onde esta, hesitante e trêmula, escolhia com A) O narrador tem senso prá tico, utilitá rio e quer transmitir
urgência outro rumo. A perseguiçã o tornou-se mais intensa. uma experiência pessoal.
De telhado a telhado foi percorrido mais de um quarteirã o B) O narrador é introspectivo, que relata experiências que
da rua. Pouco afeita a uma luta mais selvagem pela vida, a aconteceram no passado, em 1963.
galinha tinha que decidir por si mesma os caminhos a tomar, C) O narrador em atitude semelhante à de um jornalista ou
sem nenhum auxílio de sua raça. O rapaz, porém, era um de um espectador, escreve para narrar o que aconteceu
caçador adormecido. E por mais ínfima que fosse a presa o com x ou y em tal lugar ou tal hora.
grito de conquista havia soado. D) O narrador fala de maneira exemplar ao leitor, porque
Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4984737/mod_resource/content/1/Uma considera sua visã o a mais correta.
%20galinha%2C%20de%20CL.pdf. Acesso em: 05 de fevereiro de 2023.

16
LÍNGUA PORTUGUESA ● Estudante

E) O narrador é neutro, que nã o deixa o leitor perceber sua responsá veis pela coesã o referencial (Retomadas e
presença. Remissõ es).
Disponível em: https://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:hoLhSyZbX1sJ:https://
(UNIFENAS Adaptada). Leia o texto e responda. seer.ufs.br/index.php/interdisciplinar/article/download/6869/5557/&cd=2&hl=pt-
BR&ct=clnk&gl=br
“Porque nã o quis pagar uma garrafa de cerveja, Pedro da
Silva, pedreiro, de trinta anos, residente na rua Xavier, 25, Leia a tirinha abaixo e responda aos seguintes
Penha, matou ontem em Vigá rio Geral, o seu colega Joaquim questionamentos.
de Oliveira.”
No texto, o elemento estruturador da narrativa que nã o foi
interposto no episó dio é
A) o lugar.
B) a época.
C) a personagem.
D) o fato.
E) o modo.

Disponível em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/discovirtual/galerias/imagem/


0000000065/0000000596.jpg

AULA 13 1. A palavra ISSO no primeiro quadrinho se refere a que?

D2. Estabelecer relaçõ es entre partes


de um texto, identificando repetiçõ es
HABILIDADE
ou substituiçõ es que contribuem para
a continuidade de um texto. 2. A frase está localizada antes ou depois da palavra ISSO?
Gêneros textuais diversos. Aná fora e
CONTEÚDO(S)
catá fora. Pronomes e advérbios.

Caro(a) estudante, reveja os conceitos e funções dos


pronomes e advérbios, bem como a importância de um texto 3. A que outra palavra NESSE se refere, no terceiro
ter coesão, pois eles darão embasamento para a quadrinho?
continuidade da aula.
Advérbio: é a palavra que modifica o sentido do verbo,
acrescentando-lhe uma circunstâ ncia.
Pronome: palavras que substituem ou acompanham outras,
principalmente os substantivos. 4. A palavra vem antes ou depois de NESSE?

Repita em voz alta a frase abaixo e em seguida dialogue


com seu(sua) professor(a).
“EU PRECISO LER MEU LIVRO CALMAMENTE”
ANÁFORA E CATÁFORA A anáfora é uma ferramenta de retomada que ajuda na
coesã o e coerência textual, na medida em que estabelece
Um texto nã o é apenas a junçã o de palavras e oraçõ es relaçã o entre diferentes partes do texto. Nesse sentido, a
aleató rias. Para que ele tenha um sentido e seja entendido anáfora distingue-se da catáfora, pois a primeira faz um
por quem lê, é necessá rio que ele tenha coesão, que é um movimento de retorno, e a segunda, um movimento de ida,
recurso muito importante que permite interligar e articular em relaçã o a outros elementos do texto.
ideias, para que seja possível produzir e interpretar um Os termos anafó ricos e catafó ricos sã o fundamentais
texto, de modo mais adequado. para garantir a coesã o do texto. Isso porque a utilizaçã o
COESÃO: fenô meno que diz respeito ao modo como os correta desses termos é o que garantirá um encadeamento
elementos linguísticos presentes na superfície textual se ló gico das ideias, permitindo a compreensã o do texto. Além
encontram interligados, por meio de recursos também disso, a aná fora e catá fora impedem a repetiçã o excessiva e
linguísticos, formando sequências veiculadoras de sentido. muito pró xima de palavras, evitando que a redaçã o se torne
COESÃO REFERENCIAL: trata-se de um recurso coesivo que cansativa.
ocorre quando um termo ou expressã o, que já foi citado no
texto, é retomado por meio de outro termo que o substitui. ATIVIDADE
Pronomes e advérbios sã o uns dos elementos linguísticos 1. Leia com atençã o o trecho abaixo e responda ao que se
pede.
17
LÍNGUA PORTUGUESA ● Estudante

“Morava entã o (1893) em uma casa de pensã o no Catete. “Ele entrou por um longo corredor escuro. Depois de
Já por esse tempo este gênero de residência florescia no Rio caminhar em silêncio, parou e passou a examinar o
de Janeiro. Aquela era pequena e tranquila.” corredor”.
Esse, este e aquela sã o formas empregadas como recursos O termo destacado é um artigo ou numeral? Por quê?
de coesã o textual para se referir a algo que já foi dito
Você sabia que os artigos definidos (a, o, as, os) sã o os
(aná fora) ou ainda será (catá fora). Indique a funçã o textual
tipos utilizados para fazerem referência a algo e que eles só
de cada um dos três elementos coesivos destacados, bem
têm força coesiva se empregados anaforicamente, pois
como o referente textual de cada um.
referem-se a algo já citado dentro do texto? É o caso do o de
2. Leia a tirinha abaixo. “o corredor”, do exemplo acima, usado para mostrar que se
trata do mesmo corredor anteriormente citado. Neste
exemplo, o artigo está empregado antes da repetiçã o da
palavra corredor (anafó rico).
Com relaçã o aos numerais, as expressõ es quantitativas,
em algumas circunstâ ncias, retomam dados anteriores ou
indicam dados ainda a serem expostos, estabelecendo em
ambos casos uma relaçã o de coesã o. Veja os exemplos
Disponível em: https://blogdaprofsagave.blogspot.com/2016/04/anafora-e-catafora.html abaixo:
Identifique no texto um termo anafó rico e um catafó rico, - Foram divulgados dois avisos: o primeiro era para os
bem como o elemento do qual eles fazem referência. alunos e o segundo cabia à administração do colégio.
- As crianças comemoravam juntas a vitória do time do
bairro, mas duas lamentavam não terem sido aceitas no
time campeão.
No primeiro exemplo, o numeral “dois” indica a
quantidade de avisos que serã o enumerados logo depois. Já
no segundo exemplo, o numeral “duas” faz referência à

AULA 14 quantidade de crianças, já anteriormente citadas, que


lamentavam.
Veja a importâ ncia do conhecimento sobre os elementos
D2. Estabelecer relaçõ es entre partes gramaticais que podem ser usados como elementos de
de um texto, identificando repetiçõ es coesã o em um texto, a exemplo dos vistos nas aulas:
HABILIDADE
ou substituiçõ es que contribuem para pronomes, advérbios, numerais e artigos. Eles evitam
a continuidade de um texto. uma repetiçã o desnecessá ria de palavras, contribuindo
Gêneros textuais diversos. Numerais, assim para a melhor compreensã o e estruturaçã o do texto.
CONTEÚDO(S)
artigos, nomes genéricos e sinô nimos. NOMES GENÉRICOS E SINÔNIMOS
Caro(a) estudante, a coesão garante o estabelecimento A coesã o de um texto, pode se apresentar de vá rias formas,
de uma relação de sentido entre as partes de um texto, por sendo mais uma delas, a coesão lexical, que consiste na
meio do uso adequado de conectivos para garantir uma utilizaçã o de palavras que possuem sentido aproximado ou
sequência lógica e de sentido no decorrer de um texto. Como que pertencem a um mesmo campo lexical – sinô nimos,
visto na aula anterior, dentre os tipos de coesão, está a nomes genéricos, entre outros. Veja o exemplo abaixo.
referencial. Pela leitura da definição acima, qual a diferença entre a
coesão gramatical e a lexical?
A coesão gramatical é conseguida a partir do emprego Observe o exemplo abaixo onde o espaço em branco
adequado de aspectos gramaticais que garantem a deverá ser preenchido por um elemento que tenha Joã o
amarraçã o no texto. A exemplo dos pronomes, Paulo II como referente:
determinados advérbios e expressões adverbiais, João Paulo II esteve em Porto Alegre. Lá, o ________ disse
artigos e numerais. que a igreja continua a favor...
A definiçã o acima traz o conceito de coesão gramatical - Você possui alguma ideia de palavra e/ou expressã o
aquela que utiliza termos gramaticais para substituir ou para preencher o espaço em branco?
fazer referência a palavras contidas no texto. Portanto, a Na escolha entre termos gramaticais, há um nú mero fixo
coesão gramatical faz parte da coesão por referência, de possibilidades, um limite entre o que é e o que nã o é
pois se utiliza de termos gramaticais, como pronomes e possível. Já a opçã o por termos lexicais é algo complexo
advérbios, conforme visto na aula anterior, para o que permitem vá rias combinaçõ es, provavelmente,
referenciamento. Nesta aula, vamos conhecer e aplicar mais correndo o risco de se optar por um termo que nã o seja
dois tipos de elementos gramaticais que sã o utilizados para compreendido por este ou por aquele leitor. É por isso que
fazer referência ou substituir termos, garantindo assim a se diz que o gramatical é um sistema fechado e o lexical, um
coesã o do texto - numeral e artigo. conjunto aberto.
Dentre os tipos de coesão lexical temos a coesã o por
Numeral é a palavra que atribui quantidade aos seres ou meio de sinônimos: que é feita quando se utiliza um
objetos, dando a eles valor definido. sinô nimo para referir-se a um termo dito anteriormente, e a
Artigo é a palavra que acompanha os substantivos, por meio de nomes genéricos: que sã o aqueles que
indicando o seu nú mero (singular ou plural) e o seu gênero abarcam muitas coisas gerais e ao mesmo tempo, que nã o
(masculino ou feminino). sã o específicos. Os nomes genéricos sã o expressõ es bastante
Veja o trecho abaixo e responda ao questionamento. comuns à cultura de onde o texto foi escrito e por isso
18
LÍNGUA PORTUGUESA ● Estudante

podem ser usados sem medo do nã o entendimento do texto -ão: paredão -acho: riacho
pelo leitor. -aço: ricaço -ejo: lugarejo
Exemplo: O medo de amar paralisa o homem. -alhão: dramalhão -ela: ruela
Esse temor nem sempre é positivo. (medo e temor sã o -arra: bocarra -ico: namorico
sinô nimos). -arrão: gatarrão -icho: barbicha
Exemplo: A antiguidade quebrou ao cair no chão. -zarrão: homenzarrão -inho: caderninho
Felizmente, o item já estava estragado. (item é um nome -ázio: copázio -ito: casita
genérico que serve para simbolizar vá rias coisas). -eirão: vozeirão -ucho: gorducho
Podemos concluir que o conhecimento sobre os tipos de -ona: mulherona -zinho: colherzinha
coesã o textual é de suma importâ ncia, pois é fundamental -orra: beiçorra -zito: pezito
na construçã o textual. Para que um texto seja eficaz na
transmissã o da sua mensagem é essencial que faça sentido Leia o poema e responda ao que se pede.
para o leitor. Isso é possível quando as partes do texto estã o
DE BINÓCULO
em harmonia e seus conectivos estã o dispostos de maneira a
oferecer clareza ao texto.
ATIVIDADE
Leia o texto abaixo e responda o que se pede.
“Aos 26 anos, o zagueiro Júnior Baiano deu uma
grande virada em sua carreira. Conhecido por suas
inconsequentes “tesouras voadoras”, ele passou a agir de
maneira mais sensata, atitude que já levou até a Seleçã o
Brasileira.
Patrícia, a esposa, e os filhos Patrícia Caroline e Patrick
sã o as maiores alegrias desse baiano nascido na cidade de Abaixando o copá zio
Feira de Santana. “Eles sã o a minha razã o de viver e lutar Empunhando o espadim
por coisas boas”, comenta o zagueiro. Levantando o corpanzil
[...]” Indiferente ao poviléu
(Jornal dos Sports, 24/08/97)
O homenzarrã o abriu a bocarra
1- A palavra “baiano” está substituindo algum termo fitando admirado
anteriormente citado. Qual seria esse termo? a naviarra do capitorra.
2- Encontre no texto um exemplo de coesã o gramatical e um Carlos Saldanha in Heloisa Buarque de Hollanda, 26 Poetas Hoje (1975).
exemplo de coesã o lexical. Disponível em: https://novasilva.blogs.sapo.pt/450105.html . Acesso em: 16 jan. 2023. Adaptado.

AULA 15 1. O poema acima contempla muitos substantivos


flexionados. Quais sã o eles?

D19. Reconhecer o efeito de sentido 2. Você consegue identificar se eles sã o flexionados apenas
HABILIDADE decorrente da exploraçã o de recursos no aumentativo ou há também no diminutivo? Cite-o(s):
ortográ ficos e/ou morfossintá ticos.
3. Qual a intençã o do autor ao utilizar muitas palavras no
Gêneros textuais diversos. Diminutivo
CONTEÚDO(S) aumentativo?
e aumentativo.
4. Há alguma relaçã o e/ou semelhança entre o título do
Caro(a) estudante, você sabia que além dos poema e as palavras flexionadas no aumentativo? Qual?
substantivos expressarem aumento (grau aumentativo) e
Leia a carta e responda ao que se pede.
diminuição (grau diminutivo), os graus podem: no
aumentativo - indicar exagero, depreciação ou afeto e no
Carta a Ophélia Queiroz
diminutivo - indicar moderação, afetividade ou desdém. Os
23/3/1920
sentidos dependem do contexto.
Meu querido Bebezinho:
FORMAÇÃO DO GRAU DO SUBSTANTIVO
[...]
1. Analítico Nã o me conformo com a ideia de escrever; queria falar-
Na forma analítica, acrescenta-se ao substantivo te, ter-te sempre ao pé de mim, nã o ser necessá rio mandar-
um adjetivo que dê a indicaçã o de aumento (ex. enorme, te cartas. As cartas sã o sinais de separaçã o — sinais, pelo
grande, imenso) ou diminuiçã o (ex. insignificante, menos, pela necessidade de as escrevermos, de que estamos
minú sculo, pequeno). afastados.
Nã o te admires de certo laconismo nas minhas cartas. As
Exemplos:
cartas sã o para as pessoas a quem nã o me interessa mais
 Copo grande – copo pequeno
falar: para essas escrevo de boa vontade. A minha mã e, por
 Pedra colossal - pedra minú scula exemplo, nunca escrevi de boa vontade, exatamente porque
 Trabalho enorme - trabalho insignificante gosto muito dela.
 Vaso enorme – vaso fino Quero que sintas isto, que saibas que eu sinto e penso
2. Sintético assim a esse respeito, para nã o me achares seco, frio,
Na forma sintética, há também um acréscimo ao indiferente. Eu nã o o sou, meu Bebé-menininho, minha
substantivo. Desta vez, é um sufixo que dá a indicaçã o de almofadinha cor-de-rosa para pregar beijos (que grande
aumento ou diminuiçã o. disparate!).
Mando um meiguinho chinês.
Sufixos aumentativos Sufixos diminutivos
19
LÍNGUA PORTUGUESA ● Estudante

E adeus até amanhã, meu anjo.


Um quarteirã o de milhares de beijos do teu, sempre teu
Fernando
(Fernando Pessoa. Disponível em: http://arquivopessoa.net/textos/1337. Acesso em: 24
jan.2023).Fragmento.

1. Qual é o assunto do texto?


2. Que substantivos apresentam sufixos indicativos do grau
diminutivo?
3. Considerando o contexto, dê o sentido dessas palavras.
Elas transmitem a ideia de tamanho ou dimensã o
reduzidos? Justifique sua resposta.
4. Imagine contextos em que os substantivos bebezinho,
menininho e almofadinha signifiquem, de fato, “bebê
pequeno”, “menino pequeno” e “almofada pequena”. Em
seguida, crie enunciados em que tais substantivos tenham
esses sentidos.
5. Releia o seguinte trecho:
“Um quarteirã o de milhares de beijos do teu, sempre teu
Fernando”.
A propó sito do substantivo quarteirã o, é possível afirmar
que:
a) ele está no grau aumentativo?
b) nele, a terminaçã o -ã o indica variaçã o de grau?
c) nele, a terminaçã o -ão nã o indica variaçã o de tamanho?

20
LÍNGUA PORTUGUESA ● Estudante

só́ os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a


AULA 16 gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de
semana nã o há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e
D19. Reconhecer o efeito de sentido ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.
decorrente da exploraçã o de recursos A gente se acostuma para nã o se ralar na aspereza, para
HABILIDADE
ortográ ficos e/ou preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas,
morfossintá ticos. sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para
Gêneros textuais diversos. Repetiçã o poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que
CONTEÚDO(S) lexical (verbo) e figuras de linguagem aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se
(repetiçã o). perde de si mesma.
Disponível em: https://www.marinacolasanti.com/2012/10/eu-sei-mas-nao-devia-conto-de-
marina.html. Acesso em: 07 fev. 2023.
Caro(a) estudante, leia a crônica “Eu sei, mas não devia”,
da escritora Marina Colasanti. Você se identificou com o texto? Já vivenciou/vivencia
algo do que foi descrito? Qual mensagem a autora quis
Eu sei, mas não devia passar? Quais experiências você gostaria de viver, mas nã o
vive devido às circunstâ ncias, rotina?
Eu sei que a gente se acostuma. Mas nã o devia.
A gente se acostuma a morar em apartamentos de A crô nica é um gênero textual muito comum em jornais,
fundos e a nã o ter outra vista que nã o as janelas ao redor. E, revistas e outros meios midiá ticos. Situada entre o campo
porque nã o tem vista, logo se acostuma a nã o olhar para jornalístico e o literá rio, sua temá tica é voltada a
fora. E, porque nã o olha para fora, logo se acostuma a nã o acontecimentos da vida urbana, expostos sob a ó tica do
abrir de todo as cortinas. E, porque nã o abre as cortinas, cronista – que, à s vezes, mostra detalhes do cotidiano que a
logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que maioria nã o percebeu.
se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a O cronista tende a falar dos fatos de uma maneira mais
amplidã o. leve e pró xima ao leitor, em uma linguagem mais acessível,
A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado tecendo reflexõ es e/ou, ainda, de forma humorada.
porque está na hora. A tomar o café correndo porque está Existem diversos tipos de crô nica: narrativa, jornalística,
atrasado. A ler o jornal no ô nibus porque nã o pode perder o argumentativa, esportiva, filosó fica, poética – a depender
tempo da viagem. A comer sanduíche porque nã o dá para das características do texto e sua finalidade – sendo comum
almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no a todos o objetivo de chamar atençã o, provocar uma
ô nibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado reflexã o quanto ao assunto abordado.
sem ter vivido o dia.
A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a Marina Colasanti nasceu em 1937
guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja na cidade de Asmara, capital da
nú meros para os mortos. E, aceitando os nú meros, aceita Eritreia (norte da Á frica). Residiu
nã o acreditar nas negociaçõ es de paz. E, nã o acreditando posteriormente em Trípoli, na
nas negociaçõ es de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos Líbia, mudou-se para Itá lia e, em
nú meros, da longa duraçã o. 1948, transferiu-se com a família
A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no para o Brasil, onde vive até hoje na
telefone: hoje nã o posso ir. A sorrir para as pessoas sem cidade do Rio de Janeiro. É casada
receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando com o também escritor Affonso
precisava tanto ser visto. Romano de Sant'Anna e tem duas
A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de filhas, Fabiana e Alessandra
que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que Colasanti.
pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para De formaçã o artista plá stica, ingressou no Jornal do
pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que Brasil, dando início à sua carreira de jornalista. Desenvolveu
cada vez pagará mais. E a procurar mais trabalho, para atividades em televisã o, editando e apresentando
ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em programas culturais. Foi publicitá ria. Traduziu importantes
que se cobra. autores da literatura universal.
A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A Seu primeiro livro data de 1968. Hoje sã o mais de
abrir as revistas e ver anú ncios. A ligar a televisã o e assistir cinquenta títulos publicados no Brasil e no exterior, entre os
a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser quais livros de poesia, contos, crô nicas, livros para crianças
instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindá vel e jovens e ensaios sobre os temas literatura, o feminino, a
catarata dos produtos. arte, os problemas sociais e o amor. Por meio da literatura,
A gente se acostuma à poluiçã o. À s salas fechadas de ar teve a oportunidade de retomar sua atividade de artista
condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro plá stica, tornando-se sua pró pria ilustradora. Sua obra tem
tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. À s sido tema de numerosas teses universitá rias.
bactérias da á gua potá vel. À contaminaçã o da á gua do mar. É uma das mais premiadas escritoras brasileiras,
À lenta morte dos rios. Se acostuma a nã o ouvir passarinho, detentora de vá rios prêmios Jabutis, do Grande Prêmio da
a nã o ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cã es, Crítica da APCA, do Melhor Livro do Ana da Câ mara
a nã o colher fruta no pé, a nã o ter sequer uma planta. Brasileira do Livro, do prêmio da Biblioteca Nacional para
A gente se acostuma a coisas demais, para nã o sofrer. Em poesia, de dois prêmios latino-americanos. Foi o terceiro
doses pequenas, tentando nã o perceber, vai afastando uma prêmio no Portugal Telecom de Literatura 2011. Tornou-se
dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o hors-concours da Fundaçã o Nacional do Livro Infantil e
cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um Juvenil (FNLIJ), apó s ter sido vá rias vezes premiada.
pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha
21
LÍNGUA PORTUGUESA ● Estudante

Participa ativamente de congressos, simpó sios, cursos e


feiras literá rias no Brasil e em outros países.
Disponível em: https://www.marinacolasanti.com/p/biografia.html. Acesso em: 12 fev. 2023.

A crô nica “Eu sei, mas não devia” foi publicada no Jornal
do Brasil, em 1972. Nela, a autora critica o modo de agir da
sociedade contemporâ nea que, deixando-se levar pela
correria da vida moderna e capitalista (em especial, a
urbana) passou a se acostumar com a rotina atribulada, a
nã o se atentar aos detalhes e ao que realmente importa, a
aceitar aquilo que nã o é justo, nã o é saudá vel, perdendo a
criticidade e sensibilidade, sem questionar os fatos para nã o
sofrer (e porque fazer diferente requer um esforço a mais e
um tempo que já quase nã o se tem). O ser humano, engolido
pela sociedade do consumo, vive para produzir, vender sua
força de trabalho e consumir, sem de fato viver a vida,
sentir, agir, experimentá -la e apreciá -la. Assim, perde-se o
sentido de viver, aproveitá -la, e, com isso, a essência do ser
humano também se esvai.
O texto fala sobre o comodismo do ser humano que,
atualmente, se deixa levar pela rotina, vivendo/ fazendo as
coisas de maneira mecâ nica e até se acostumando com isso.
Você concorda que o fato de agirmos como uma máquina
que nã o para – pois nã o se pode perder tempo – cheios de
obrigaçõ es, faz com que, de alguma maneira, “deixemos de
viver”, só existamos? Qual o reflexo disso em nossas vidas?

Outro aspecto a ser observado no texto é que ele


apresenta vá rias repetiçõ es. Será que elas sã o sinal de
pobreza vocabular da escritora?

Repetiçã o nem sempre é sinô nimo de empobrecimento


textual. Ela também pode ser utilizada como recurso
expressivo e/ou mecanismo de coesã o referencial, visando
atingir um determinado objetivo de quem fala/escreve.

No 2º e 4º pará grafo, por exemplo, o encadeamento das


ideias se dá através da repetiçã o dos elementos finais de
cada período.
Qual seria a intencionalidade da autora ao repetir em
todos os pará grafos “A gente se acostuma”? Que efeito de
sentido a repetiçã o produz?

Se você respondeu que a repetitividade do excerto, além


de fazer com que lembremos do tema, sugere rotina, está
certíssimo.
Aponte outros elementos usados repetidamente no texto
e converse com seus colegas e professor sobre o efeito de
sentido que produzem.

A repetição de conectivos, a fim de ampliar a


expressividade da mensagem, configura a figura de
linguagem chamada polissíndeto.
A repetição de uma ou mais palavras no início de um
verso, oração ou período é chamada de anáfora.
Ambas, figuras de construçã o (ou sintaxe).

ANOTAÇÕES

22
LÍNGUA PORTUGUESA ● Estudante

ter este coraçã o de pedra!


Disponível em: https://blogdospoetas.com.br/poemas/coracao-de-

AULA 17 pedra/. Acesso em: 09 fev. 2023


A que ideias remetem as expressõ es “coraçã o de pedra” e
“coraçã o que era de asas, de mú sica e tempo de lá grimas”?
D18. Reconhecer o efeito de sentido
HABILIDADE decorrente da escolha de uma ATIVIDADE
determinada palavra ou expressã o.
Em equipe, escolha uma das capas de revista abaixo e
CONTEÚDO(S) Gêneros textuais diversos; metá fora. explique o sentido da metá fora presente nela.
LEIA AS FRASES A SEGUIR Texto 1
 Catarina é uma flor.
 Apresenta para mim aquele teu amigo gato?
 Eu desisti, nã o adianta ficar dando murro em ponta de
faca!
 Aquela notícia foi um balde de água fria nos nossos Disponível em:
planos. https://www.amazon.com.br/Revista-
Superinteressante-Outubro-V%C3%A1rios-
autores-ebook/dp/B07YG7MTMZ. Acesso
Você compreende o sentido dessas frases? E os trechos em: 08 fev. 2023
destacados? Comente com seus colegas.
É comum que façamos esse uso figurado das palavras em
nosso cotidiano. A compreensã o dessas frases só foi possível
porque vocês fizeram uma rápida comparaçã o entre os
elementos citados.
Texto 2
Metá fora é uma figura de linguagem em que, para designar
um objeto, nos referimos a outro com o qual o primeiro
tenha uma possível semelhança. Isso quer dizer que a
metá fora faz uma comparaçã o implícita entre os elementos
citados, como por exemplo, Catarina e flor, o amigo e gato.
As metá foras podem também ser visuais, ou seja, por Disponível em: https://www.facebook.com/
meio de uma imagem, duas ideias sã o relacionadas. Superinteressante/
photos/a.435242732579/
Veja a ilustraçã o a seguir e troque ideia com sua turma e 10153491083212580/?type=3. Acesso em:
professor(a) sobre ela. Expliquem qual a metá fora presente 08 fev. 2023

na imagem.

Texto 3

Disponível em: https://twitter.com/


revistasuper/status/
669980657985183744. Acesso em 08 fev.
2023

BONGIORNI, Francesco. Disponível em: https://graffica.info/francesco-bongiorni-


ilustrador-metafora-visual/. Acesso em 09 fev. 2023 Texto 4
Em seguida, leiam o trecho abaixo, do poema Coração de
Pedra, de Cecília Meireles.
Oh, quanto me pesa
este coraçã o, que é de pedra!
Este coraçã o que era de asas
de mú sica e tempo de lá grimas.
Mas agora é sílex e quebra
qualquer dura ponta de seta.
Oh, como nã o me alegra

23
LÍNGUA PORTUGUESA ● Estudante

Disponível em:
https://www.facebook.com
/grupoabril/posts/ 1995624107166354/.
Acesso em: 08 fev. 2023

Texto 5

Disponível em: https://super.abril.com.br/


superarquivo/406/. Acesso em: 09 fev.
2023

PESQUISA

As letras de mú sicas, por serem textos nos quais


predominam a linguagem conotativa, costumam ter
metá foras. Tente reconhecer metá foras presentes nas
mú sicas que você ouve e cite trechos para vocês analisarem
na sala com a ajuda do(a) professor(a).

ANOTAÇÕES

24
LÍNGUA PORTUGUESA ● Estudante

Leia as seguintes manchetes:


 ‘Titanic’ reestreia apó s 25 anos e ganha espaço
instagramá vel em Betim.
(https://www.otempo.com.br/o-tempo-betim/titanic-reestreia-apos-25-anos-e-ganha-espaco-
instagramavel-em-betim-1.2811786)

 Apartamento de 10m² em SP com valor de R$ 200 mil


viraliza nas redes sociais: 'Gourmetizaram o cativeiro'.
(https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2022/07/06/apartamento-de-10m-em-sp-com-
valor-de-r-200-mil-viraliza-nas-redes-sociais-gourmetizaram-o-cativeiro.ghtml)

 Reta final BBB21: os shipps que amamos ‘fanficar’.


(https://gshow.globo.com/realities/bbb/bbb21/stories/2021/04/19/os-shipps-que-nos-amamos-
fanficar-durante-o-bbb21.ghtml)

Você compreendeu o sentido das manchetes? Consegue


AULA 18 explicar qual o significado dos termos sublinhados?

Estrangeirismo ou empréstimo lexical é como


D18. Reconhecer o efeito de sentido
chamamos o processo que introduz palavras vindas de
HABILIDADE decorrente da escolha de uma
outros idiomas na língua portuguesa. De acordo com o
determinada palavra ou expressã o.
idioma de origem, as palavras recebem nomes específicos,
Gêneros textuais diversos; neologismo
CONTEÚDO(S) tais como anglicismo (do inglês), galicismo (do francês), etc.
e estrangeirismo.
O estrangeirismo possui duas categorias:
Caro(a) estudante, veja a imagem abaixo.
1) Com aportuguesamento: a grafia e a pronú ncia da palavra
sã o adaptadas para o português. Exemplo: fanficar.

2) Sem aportuguesamento: conserva-se a forma original da


palavra. Exemplo: shipps.
"Estrangeirismos na Língua Portuguesa" em Só Português. Virtuous Tecnologia da
Informaçã o. Disponível em: https://www.soportugues.com.br/secoes/estrangeirismos/. Acesso em: 12
fev. 2023.

É comum escutarmos, lermos e utilizarmos palavras de


origem estrangeiras em nosso cotidiano. É necessá rio ativar
nosso repertó rio de conhecimentos prévios para
compreender os sentidos dessas expressõ es.

ATIVIDADE

Com seus colegas de turma, faça um glossá rio de


estrangeirismos. Selecionem palavras estrangeiras que
vocês costumam usar, escrevam uma definiçã o com
Disponível em: https://www.band.uol.com.br/videos/zuera-jogo-aberto-classicometro-e-
ligado-para-o-gre-nal-17138524. Acesso em: 11 fev. 2023
sinô nimos e exemplos. Vocês podem fazer uma versã o
impressa ou divulgar apenas nas redes sociais usadas pela
Qual significado podemos atribuir à palavra turma.
“classicô metro”? Como você acha que ela foi criada? Que
outras palavras com o sufixo metro você conhece? E quais ANOTAÇÕES
diferentes termos poderíamos formar com esse mesmo
processo de junçã o? Quais seriam os significados das novas
palavras formadas?
A formaçã o de palavras em uma língua é um processo
ininterrupto, pois os falantes vã o, conforme suas
necessidades comunicativas, criando novas palavras. Essa
invençã o pode ser baseada nos processos de formaçã o de
palavras já conhecidos ou por outros processos.

Neologismo é o nome usado para caracterizar um


fenô meno linguístico em que se cria uma nova palavra ou
expressã o, ou ainda quando se dá um novo sentido a uma
palavra que já existe. Trata-se, portanto, de uma nova
palavra criada que surge, normalmente, quando seu criador
precisava expressar uma determinada ideia, mas nã o
encontrou a palavra ideal para isso.
PETRIN, Natá lia. Neologismo. Todo Estudo. Disponível em:
https://www.todoestudo.com.br/portugues/neologismo. Acesso em: 11 fev. 2023.

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LÍNGUA PORTUGUESA ● Estudante

Mulher fazia misampli


No tempo que Don-don jogava no Andaraí
No tempo que Don-don jogava no Andaraí
https://www.letras.mus.br/zeca-pagodinho/707879/

1. Qual o assunto abordado na cançã o?

2. Você e/ou seus colegas conhecem ou utilizam termos


como reclame, mancada, porta-seio, gibi, tiete e cópia
fotostática?

3. Você consegue identificar o tipo de variaçã o linguística


apresentado na cançã o?

4. Você concorda com a opiniã o de que “No tempo que Don-


don jogava no Andaraí/Nossa vida era mais simples de
AULA 19 viver”?
5. Que tal pesquisar sobre quem era Don-don, que época
D13. Identificar as marcas linguísticas era essa retratada no texto e outras curiosidades sobre o
HABILIDADE que evidenciam o locutor e o período?
interlocutor de um texto.
Variaçõ es linguísticas (geográ ficas, A cançã o No tempo de Don-Don, além de apresentar as
CONTEÚDO(S) histó ricas, socioló gicas e de contexto diferenças existentes na língua com o passar do tempo
social). (variaçã o diacrô nica), também sugere que antigamente as
coisas eram melhores, a vida era mais simples.
Caro(a) estudante, você já percebeu o quanto a língua é
diversa? Ninguém fala igual ao outro, mesmo estando em Uma língua apresenta diferentes modos de falar e
uma mesma casa, sala de aula, cidade, estado ou país. Que escrever e essas distintas realizaçõ es podem estar
diferenças você costuma notar? Por quais motivos elas relacionadas à s situaçõ es de uso, à idade do falante, à sua
ocorrem? classe social, ao nível de escolaridade, ao espaço em que ele
se encontra ou nasceu e, ainda, ao objetivo que se visa
Leia a letra da cançã o “No tempo de Don-Don.”
alcançar, dentre outros fatores que influenciam as
Tempo de Don-don modificaçõ es na língua.
Zeca Pagodinho A variaçã o que leva em consideraçã o as mudanças
ocorridas na língua com o passar tempo é chamada de
Ai no tempo! diacrô nica. A variaçã o relacionada à diferença geográ fica
No tempo que Don-don jogava no Andaraí entre os falantes é chamada de diató pica, ela pode acontecer
Nossa vida era mais simples de viver tanto entre regiõ es de uma mesma naçã o, quanto entre
Nã o tinha tanto miserê, nem tinha tanto ti ti ti países que compartilham a mesma língua, como Brasil e
No tempo que Don-don jogava no Andaraí Portugal. As variedades regionais sã o marcadas,
No tempo que Don-don jogava no Andaraí principalmente, pelas diferenças com relaçã o ao vocabulá rio
e à pronú ncia.
Propaganda era reclame Quais palavras ou expressõ es você conhece de outros
Ambulâ ncia era dona assistência estados que nã o sã o utilizadas no Maranhã o (ou vice-
Mancada era um baita vexame versa)? E quanto ao português brasileiro e o português
E pornografia era só saliência europeu, quais sã o as diferenças existentes? Leia o poema
Sutiã chamava porta-seio abaixo e analise o ocorrido e as marcas linguísticas que
Revista pequena, gibi identificam o eu lírico do texto.
No tempo que Don-don jogava no Andaraí
Lisboa: aventuras
No tempo que Don-don jogava no Andaraí
Rock se chamava Fox, tomei um expresso
E tiete era moça faná tica, cheguei de foguete
O que hoje se diz que é xerox subi num bonde
Se chamava entã o de có pia fotostá tica desci de um elétrico
Motorista era sempre chofer pedi um cafezinho
Cachaça era Parati serviram-me uma bica
quis comprar meias
No tempo que Don-don jogava no Andaraí só vendiam peú gas
No tempo que Don-don jogava no Andaraí fui dar a descarga
Vinte e dois era demente, disparei um autoclisma
Pinha casa era o meu bangalô gritei “ó cara!”
Patamo era socorro urgente responderam-me “ó pá”
E todo cana dura era investigador positivamente
Malandro esticava o cabelo as aves que aqui gorjeiam nã o gorjeiam como lá .
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LÍNGUA PORTUGUESA ● Estudante

PAES, J. P. A poesia está morta mas juro que não fui eu. Sã o Paulo: Duas Cidades, 1988.
empresa; ao chegar em casa e conversar com sua filha de 6
Disponível em: https://www.kuadro.com.br/gabarito/enem%20ppl/2016/portugues/enem-ppl- anos pode falar de um outro modo; e, ao dialogar com um
2016-lisboa-aventuras-tomei-um-expresso-c/50184. Acesso em 14 fev. 2023.
amigo em uma rede social, de outra forma. A adequaçã o à s
Como notou, o eu lírico do poema é provavelmente um situaçõ es de uso da língua caracteriza a variaçã o diafá sica.
falante do português brasileiro que, na Europa, entra em Vale ressaltar que há variedades de maior prestígio na
contato com o português lusitano. sociedade (normalmente chamada norma culta – utilizada
em livros, revistas, jornais, produçõ es acadêmicas,
ATIVIDADE entrevistas de emprego, geralmente empregada por pessoas
com maior escolaridade e escolhida como a mais adequada
Com seus colegas, tente construir duas tabelas, conforme os para determinados situaçõ es) e outras menos prestigiadas,
modelos a seguir. Uma com, pelo menos, 05 mais distantes da norma-padrã o. Por isso, é de suma
termos/expressõ es tipicamente maranhenses, escrevendo, importâ ncia ampliarmos nossos conhecimentos linguísticos,
ao lado, como eles sã o ditos em outros locais do país; a outra a fim de conseguirmos dar continuidade aos estudos,
com palavras que, devido à variaçã o de tempo, nã o sã o mais acessar a alguns bens culturais e estar preparado para
usadas, indicando a forma como o termo é diversas situaçõ es sociais e laborais que vivenciaremos.
conhecido/escrito atualmente. Contudo, saiba que a variedade culta nã o deve ser vista
como a “correta” ou ú nica realizaçã o possível dentro do
Modelo de tabela 1- Variação regional idioma, pois isso configura preconceito linguístico e
demonstra desconhecimento quanto à compreensã o do
EM OUTROS funcionamento de uma língua.
MARANHÊS
LOCAIS
Cacetinho (Bahia), ANOTAÇÕES
Pã o massa
PÃO FRANCÊS carioquinha (Ceará ),
grossa
pã o careca (Pará )...

Modelo de tabela 2- Variação histórica

EXPRESSÃO ATUALMENTE
reclame propaganda, publi
tiete fã
hygiene higiene

Você viu a polêmica surgida quanto à legendagem da


série The Last of Us (portugueses reclamando da variante
utilizada)? E ao fato de que crianças portuguesas estariam
usando expressõ es e falando com o sotaque do português
brasileiro? O que você pensa a respeito?
Esses debates só revelam o quanto é necessá rio refletir e
conscientizar-nos sobre preconceito linguístico e a
importâ ncia de se respeitar o outro.

Sugestão de notícias e páginas sobre os tópicos acima:


https://www.legiaodosherois.com.br/2023/the-last-of-us-portugueses-reclamam-exibicao-serie-
hbo-legendas-portugues-brasil.html

https://olhardigital.com.br/2021/11/11/internet-e-redes-sociais/criancas-portuguesas-estao-
falando-como-brasileiros-e-a-culpa-e-do-youtube/

https://exame.com/casual/criancas-portuguesas-estao-falando-como-brasileiros-entenda-por-que/

https://www.terra.com.br/byte/youtubers-fazem-criancas-de-portugal-falarem-brasileiro-e-
irritam-adultos,9b3c493accb1a66454d81553af839b8dt9rehqq3.html

https://www.instagram.com/vitorlinguistica/

O preconceito linguístico também é muito comum nas


variaçõ es atreladas à s questõ es socioeconô micas ou
culturais do falante (idade, sexo, classe social, profissã o,
nível de instruçã o, grupo social no qual está inserido) –
variaçã o diastrá tica.
Você já sabe que todo ato comunicativo pressupõ e uma
escolha linguística. A escolha de uma variedade leva em
consideraçã o o grau de formalidade da situaçã o
comunicativa em que nos encontramos, o gênero textual que
está sendo empregado, a quem é direcionada a mensagem e
com que finalidade. Daí decorrem os níveis de fala/registro:
formal e informal, sendo que ainda nestes níveis podemos
encontrar variaçõ es. Por exemplo: um executivo pode falar
de uma determinada maneira numa palestra da sua
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LÍNGUA PORTUGUESA ● Estudante

é organizar a estrutura de um parágrafo. Ou seja,


ele sistematiza os argumentos e orienta o
raciocínio do leitor.
Vejamos:
Ideia Os dois filhos do sr. Soares, administrador da
principal fazenda, resolveram aproveitar o bom tempo.
Pegaram um animal, montaram e seguiram
Ideias
contentes pelos campos, levando um farto lanche,
secundárias
preparado pela mãe.
 O pará grafo apresenta, em sua estrutura, uma ideia
principal e outras secundárias; normalmente, a ideia
principal – tó pico frasal- aparece no início do pará grafo.
Mas o tó pico frasal também pode ser encontrado no
AULA 20 final do parágrafo, como uma espécie de conclusã o do
que foi dito. Entretanto, ele é mais eficiente — e
HABILIDADE D9. interessante — se for posicionado logo no começo.
Gêneros textuais diversos. Tópico IMPORTANTE LEMBRAR!!!
CONTEÚDO(S) frasal. Hierarquia das informações
em um texto.  O pará grafo se inicia com uma margem no canto
esquerdo da pá gina, em sua primeira linha, indicando o
Leia o fragmento começo, e se encerra com um ponto final.
Meu primo já havia chegado à metade da perigosa ponte Para construirmos um bom pará grafo, é necessá rio
de ferro quando, de repente, um trem saiu da curva, a cem estruturá -lo de modo adequado, permitindo que o sentido
metros da ponte. Com isso, ele nã o teve tempo de correr se construa de modo fluido e claro. Assim, para fazer um
para a frente ou para trá s, mas, demonstrando grande bom pará grafo, é necessá rio apresentar:
presença de espírito, agachou-se, segurou, com as mã os, um
 o tópico frasal: uma síntese da ideia principal
dos dormentes e deixou o corpo pendurado.
desse trecho;
 O texto acima é um parágrafo, onde o narrador conta  aprofundamento do assunto: apó s apresentaçã o
um fato acontecido com seu primo. Trata-se de um do tópico frasal, há o acréscimo de argumentos,
parágrafo narrativo.
dados, explicaçõ es ou qualquer outro elemento que
 Vejamos a estrutura do parágrafo:
seja relevante ao gênero textual em questã o;
TIPO EXEMPLO EXPLICAÇÃO  conclusão (da ideia): um trecho que explane as
Meu primo já havia
Podemos observar, que a conclusõ es e reflexõ es finais a respeito do que foi
Ideia principal

chegado à metade da
ideia principal se refere a abordado no texto.
perigosa ponte de ferro
uma ação perigosa,
quando, de repente, um
agravada pelo
trem saiu da curva, a cem IMPORTANTE
aparecimento de um trem
metros da ponte.
Com isso, ele não teve Todo texto possui uma ideia central, é ela que vai nortear
tempo de correr para a As ideias secundárias todo o seu desenvolvimento. Mas a utilizaçã o de ideias
Ideias secundárias

frente ou para trás, mas, complementam a ideia secundá rias – periféricas ou auxiliares - é muito importante
demonstrando grande principal, mostrando como para a afirmaçã o e convencimento do leitor a respeito da
presença de espírito, o primo do narrador ideia central.
agachou-se, segurou, conseguiu sair-se da
Vamos Praticar?
com as mãos, um dos perigosa situação em que
dormentes e deixou o se encontrava Leia o pará grafo que aborda sobre o uso excessivo dos
corpo pendurado. jovens pela tecnologia
O Uso Exagerado da Tecnologia pelos Jovens no Brasil
 Os parágrafos correspondem a uma estrutura textual,
onde estã o contidas informaçõ es de um texto, sendo Ultimamente, é fá cil perceber que os jovens utilizam
caracterizados por um recuo em relaçã o à margem excessivamente a tecnologia. Nas ruas, percebemos muitos
esquerda do texto; eles podem ser curtos, médios, deles andando sempre conectados com fones indicando que,
longos, dissertativos, narrativos ou descritivos. na outra ponta desse fio, há um celular ou algum aparelho
eletrô nico provavelmente ligado à internet. A tecnologia
 Os pará grafos devem conter apenas uma ideia principal está tã o presente na vida dos adolescentes, que até, em sala
acompanhada de ideias secundá rias; eles podem vir em de aula, dividem a atençã o entre o aprendizado e a distraçã o
vá rios formatos: definiçã o, declaraçã o, pergunta, oferecida pelo mundo virtual.
negaçã o.
Observação: A partir do que foi afirmado inicialmente
TÓPICO FRASAL (Ultimamente, é fá cil perceber que os jovens utilizam
 Seu objetivo é estruturar o pará grafo e orientar a excessivamente a tecnologia), foram utilizados exemplos
sequência do texto, situando o leitor sobre o que será para justificar essa frase e conseguir construir um pará grafo
abordado. E a principal funçã o do tó pico frasal de forma coerente. Agora é com você!
28
LÍNGUA PORTUGUESA ● Estudante

E) Aspectos da obra do Cartunista..


Leia a frase afirmativa e continue a escrita com
exemplos para justificá-la. TEXTO EMBARALHADO
Entretanto, notamos que os jovens se prejudicam na sua - Leia os fragmentos do texto Garoto linha dura e organize
vida pessoal e social devido ao uso exagerado da a sequência, ordenando as ideias de forma hierarquizada.
tecnologia...
Na hora em que o jantar ia para a mesa, o pai tentou de novo: -
Pedrinho, quem foi que quebrou a vidraça, meu filho? - e, ante a
Leia o fragmento abaixo e responda às questões negativa reiterada do filho, apelou: - Meu filhinho, pode dizer quem foi
seguintes que eu prometo não castigar você.
Quando o pai chegou, perguntou à mulher quem quebrara o vidro e a
“O pará grafo é uma unidade de sentido interna ao texto. mulher disse que foi o Pedrinho, mas que o menino estava com medo de
Ele é responsá vel por dividir e organizar o texto, separando ser castigado, razão pela qual ela temia que a criança não confessasse
o conteú do em blocos. Os blocos ou pará grafos apresentam o seu crime.
diferentes enfoques ao tema, contribuindo para uma O pai chamou o Pedrinho e perguntou: - Quem quebrou o vidro, meu
construçã o ampla e rica em perspectivas. A boa divisã o e filho?
organizaçã o dos pará grafos é essencial para facilitar a Papai, esse menino do vizinho é um subversivo desgraçado. Não
compreensã o do leitor. Portanto, é essencial que toda pergunte nada a ele não. Quando ele vier atender à porta, o senhor vai
produçã o textual considere a relevâ ncia do pará grafo e se logo tacando a mão nele.
Terminado o jantar o pai pegou o filho pela mão e, já chateadíssimo,
atente às suas características e estrutura.”
rumou para a casa do vizinho. Foi aí que Pedrinho provou que tinha
– O fragmento “Os blocos ou parágrafos apresentam ideias revolucionárias. Virou-se para o pai e aconselhou:
diferentes enfoques ao tema, contribuindo para uma - Diante disso, Pedrinho, com a maior cara-de-pau, pigarreou e lascou:
construção ampla e rica em perspectivas.” está inserido em - Quem quebrou foi o garoto do vizinho.
- Juro
qual das partes do pará grafo?
- Pedrinho balançou a cabeça e respondeu que não tinha a mínima
Qual dos fragmentos corresponde ao tópico frasal? ideia. O pai achou que o menino estava ainda sob o impacto do
nervosismo e resolveu deixar para depois.
A) “A boa divisã o e organizaçã o dos pará grafos é essencial Aí o pai se queimou e disse que, acabado o jantar, os dois iriam ao
vizinho esclarecer tudo. Pedrinho concordou que era a melhor solução e
para facilitar a compreensã o do leitor.”
jantou sem dar a menor mostra de remorso. Apenas - quando o pai fez
B) “Os blocos ou pará grafos apresentam diferentes enfoques ameaça - Pedrinho pensou um pouquinho e depois concordou.
ao tema, contribuindo para uma construçã o ampla e rica em Deu-se que o Pedrinho estava jogando bola no jardim e, ao emendar a
perspectivas.” bola de bico por cima do travessão, a dita foi de contra a uma vidraça e
C) “O pará grafo é uma unidade de sentido interna ao texto. despedaçou tudo. Pedrinho botou a bola debaixo do braço e sumiu até a
Ele é responsá vel por dividir e organizar o texto, separando hora do jantar, com medo de ser espinafrado pelo pai.
o conteú do em blocos.” - Você tem certeza?
D) “Portanto, é essencial que toda produçã o textual
considere a relevâ ncia do pará grafo e se atente à s suas
características e estrutura.”
E) Nã o há como perceber o tó pico frasal no pará grafo
sugerido.
O UNIVERSO DE ZIRALDO
Nascido em 24 de outubro de 1932, Ziraldo Alves Pinto é
o mais velho de sete irmã os, e entre eles há outro cartunista,
o Zélio. O nome curioso advém da combinaçã o de sílabas
dos nomes da mã e Zizinha e do pai, Geraldo. Coisa que os
pais no Brasil costumam fazer e acabam inventando nomes
para os filhos.
Ziraldo nasceu em Minas Gerais, na cidade de Caratinga,
onde viveu até a adolescência, quando depois de cursar o
Grupo Escolar Princesa Isabel, veio com o avô para o Rio de
Janeiro, estudar no MABE (Moderna Associaçã o Brasileira
de Ensino). Em 1950, voltou para seu estado, estudou mais e
acabou formando-se advogado em Belo Horizonte, na
Faculdade de Direito de Minas Gerais. Afeito ao desenho
desde os mais tenros anos de vida, Ziraldo publicou seu
primeiro desenho com apenas 6 anos de idade, no jornal A
Folha de Minas. Em 1958, já morando fora de Minas Gerais,
desembocou o namoro de sete anos com Vilma Gontijo, num
casamento que lhe trouxe três filhos: Daniela, Fabrizia e
Antô nio, além de seis netos.
Conhecimento Prático Literatura. Jan. 2011. p. 61. Fragmento. (P110195ES_SUP) 18)

(P110195ES) Qual é o assunto tratado nesse texto?


A) A formaçã o escolar de Ziraldo.
B) Aspectos biográ ficos de Ziraldo.
C) A mudança para o Rio de Janeiro.
D) A família de origem de Ziraldo.
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LÍNGUA PORTUGUESA ● Estudante

AULA 21 É ali que ocorre sua "hora da estrela", o momento em


que todos a enxergam e ela se sente uma estrela de cinema.
A obra possui uma grande ironia em seu término, visto que
HABILIDADE D9. só no momento da morte é que Macabéa obtém a grandeza
Gêneros textuais diversos. Mapa do ser.
CONTEÚDO(S)
mental.
O que é resumo?
A Hora da Estrela” é o ú ltimo romance da escritora  O resumo de texto é um mecanismo em que se apontam
brasileira Clarice Lispector, publicado em 1977. Trata-se de somente as ideias principais de um texto fonte, de forma
uma obra instigante e original, de cunho autobiográ fico, que é produzido um novo texto, no entanto, de maneira
pertencente à Terceira Geraçã o Modernista. resumida, abreviada ou sintetizada.
É classificada como um romance intimista, também  Em outras palavras, o resumo é a compilaçã o de
conhecido como romance psicoló gico, estilo em que a autora informaçõ es mais relevantes de um texto original e nã o
se destaca. Afinal, a obra de Clarice é marcada por suas uma có pia.
emoçõ es e sentimentos pessoais.  Podemos fazer o resumo de um livro, capítulo, conto,
artigo, dentre outros.

Quais são os 3 tipos de resumo?


1. Resumo Indicativo
Resume somente os fatos importantes, as principais
ideias, sem que haja exemplos oferecidos do texto original. É
o tipo de resumo mais pedido nas escolas.
2. Resumo Informativo
Resume as informaçõ es e/ou dados qualitativos e
quantitativos expressos no texto original. Se confunde com
os fichamentos e geralmente sã o utilizados em textos
acadêmicos.
3. Resumo Crítico
Chamado de resenha ou recensã o, ele resume as
informaçõ es do texto original, aos quais sã o acrescentadas
as opiniõ es do autor e de quem escreve o resumo.
Como fazer um bom resumo de texto?
Pode parecer tarefa fá cil, mas muitas vezes sintetizar
Resumo algo pode ser trabalhoso e requer algumas técnicas
importantes, embora a técnica mais eficiente seja a prá tica.
Resumo do livro A Hora da Estrela
A histó ria é narrada por Rodrigo S.M. (narrador- Note que o resumo de texto auxilia muito na
personagem), um escritor à espera da morte. Ele é uma das aprendizagem para facilitar na memorizaçã o, compreensã o
peças-chave do livro. Ao longo da obra ele reflete os seus e interpretaçã o, e nã o pode ser um texto muito longo; tem
sentimentos e os de Macabéa, a protagonista da obra. que ser menos extenso que o original.
Nordestina, ó rfã de pai e mã e, e criada por uma tia que a Entretanto, tome cuidado, pois geralmente no resumo
maltratava muito, Macabéa é uma alagoana pobre de 19 nã o devemos acrescentar ideias novas, ou seja, expressar
anos que possui um corpo franzino e só come cachorro- opiniõ es ou fazer comentá rios pessoais sobre o assunto
quente. Além disso, ela é feia, virgem, tímida, solitá ria, tratado.
ignorante, alienada e de poucas palavras. Esse tipo de apreciaçã o é feito nas resenhas críticas,
Quando vai morar no Rio de Janeiro, consegue um também chamadas de resumo crítico.
emprego de datiló grafa na cidade. Chega a ser despedida Além disso, convém nã o copiar trechos ou frases do texto
pelo patrã o, seu Raimundo, que por fim tem compaixã o de original. Portanto, tenha autonomia para escrever com suas
Macabéa, deixando-a permanecer com o trabalho. pró prias palavras.
No Rio de Janeiro, Macabéa mora numa pensã o e divide o De tal maneira, o resumo deve ter uma boa clareza de
quarto com quatro moças. Todas elas sã o balconistas das ideias, ou seja, uma pessoa que nã o tenha lido o texto
Lojas Americanas e chamadas de “as quatro Marias”: Maria original deverá compreender na totalidade o que foi lido.
da Penha, Maria Aparecida, Maria José e Maria. O MAPA MENTAL PODE SER CHAMADO DE RESUMO?
Um de seus maiores prazeres nas horas vagas é ouvir seu
rá dio-reló gio, emprestado por uma das Marias.  Você certamente já ouviu falar de mapa mental. Ele
Mesmo destituída de beleza, Macabéa (ou Maca, seu pode se encaixar no gênero textual resumo, com
apelido) consegue encontrar um namorado, o nordestino palavras, cores e símbolos.
ambicioso e metalú rgico Olímpico de Jesus Moreira Chaves.  Mapa mental, mapa da mente, mapa cognitivo ou
O namoro termina quando Gló ria, ao contrá rio de Macabéa, modelo mental é um tipo de diagrama que foi criado e
bonita e esperta, rouba seu namorado. sistematizado pelo psicólogo e escritor inglês Tony
Quando vai à Cartomante, uma impostora chamada Buzan (1942-2019). Esse método facilitaria o
Madame Carlota, Macabéa descobre, por meio das cartas, entendimento e a conexã o entre diversos conceitos.
sua “sorte”. No entanto, ao sair de lá , atravessa a rua muito  Os mapas mentais sã o, de certa forma, uma maneira de
contente pelas palavras que acabara de ouvir, sendo liberar o potencial do cérebro, usando a imaginaçã o e a
atropelada por um Mercedes Benz amarelo.

30
LÍNGUA PORTUGUESA ● Estudante

associaçã o ao mesmo tempo. Os pensamentos ficam caso de Trovadorismo, podemos pensar nas cantigas
organizados e mapeados em um só documento. trovadorescas, nos principais autores, nas características
desse movimento literá rio, etc.
3. Linhas e setas: as linhas ou setas sã o fundamentais na
produçã o de um mapa mental. Com elas, os conceitos serã o
conectados e isso facilitará o entendimento.
4. Uso de imagens e cores: ainda que nã o seja
fundamental, pode-se usar imagens no mapa mental.
Convém elas nã o serem muito grandes e ocuparem uma
parte significativa do espaço. Já as cores sã o muito usadas
para destacar algumas informaçõ es. Pode-se utilizar
diversas tonalidades no mapa mental, pois isso facilitará
encontrar informaçõ es.
https://www.pensaread.com.br/artigo/mapa-mental-o-que-e-e-como-fazer
Para que servem os mapas mentais?
Você sabia?
Os mapas mentais servem para estudar, organizar as
 Todas as pessoas possuem uma habilidade natural de informaçõ es, auxiliar na visualizaçã o de ideias e conceitos,
criar mapas mentais, pois estes funcionam da mesma aprender sobre algo novo de maneira mais visual, ou
forma com que nosso cérebro trabalha. mesmo criar ideias novas.
 Um lado do cérebro humano é mais criativo, ou seja, usa Trata-se, assim, de um instrumento de apoio para a
mais a imaginaçã o, enquanto que o outro lado é mais visualizaçã o e melhor consolidaçã o de informaçõ es sobre
racional, ló gico e foca mais nas associaçõ es entre as determinado tema.
ideias. Assim, algumas vantagens do mapa mental no processo de
 Sendo assim, nosso cérebro cria mapas mentais de um aprendizagem sã o:
jeito natural.  Melhor organizaçã o e gestã o das informaçõ es;
 Ajuda a ter uma visã o mais geral sobre um tema;
O mapa mental é um método para organizar seu material
 Auxilia na compreensã o de um tema mais complexo;
e, além da organizaçã o, ele contribui para outros fatores,
 Colabora com a fixaçã o e memorizaçã o de conceitos;
como:
 Ajuda a conectar melhor as ideias e os conceitos.
 ativar a criatividade;
 auxiliar na resoluçã o de problemas;
 organizar as ideias;
 ajudar na concentraçã o;
 ampliar a visã o;
 facilitar os estudos;
 colaborar para a memorizaçã o.
COMO CRIAR UM MAPA MENTAL?
Hoje em dia existem diversos programas na internet em
que é possível criar mapas mentais facilmente. Nesse caso,
imprimi-los pode facilitar na hora de estudar para as provas. https://sme.goiania.go.gov.br/conexaoescola/eaja/lingua-portuguesa-
Note que um mapa mental é um diagrama sobre um mapa-mental-organizando-conceitos-e-ideias/

tema que, através de setas, vai se ramificando em subtemas Como fazer um mapa mental: passo a passo
e daí por diante. Por isso, nenhum conceito do mapa mental
deve estar desconectado do resto. 1. Pegue uma folha em branco e vire-a na horizontal.
canva.com/p/templates/EAFA9HigEGA-mapa-mental-planejamento-de-ideias-laranja-e-verde-brainstorm/
2. Coloque o tema do seu resumo no centro desta folha.
Tendo isso em mente, confira abaixo os principais 3. Faça conexõ es a partir desse elemento central.
elementos que compõ em um mapa mental. 4. Use palavras-chave para seu material ficar resumido e
objetivo.
5. Complete o seu resumo com todas as informaçõ es
importantes.

Vamos Praticar?
Volte ao resumo da obra “A hora da estrela” e monte um
MAPA MENTAL com as informações presentes no texto.

1. Tema geral: geralmente fica no centro do mapa e se trata


do tema central, por exemplo: Trovadorismo. Há alguns
casos que encontramos ele na parte de cima do diagrama.
2. Temas relacionados: os subtemas que se ramificam do
tema geral sã o tó picos que estã o relacionados com ele. No

31
LÍNGUA PORTUGUESA ● Estudante

Nós chegamos de manhã e fomos embora de noite.


Ex: Nós chegamos de manhã, apesar de termos saído
atrasados.
Conjunções Coordenativas
As conjunções coordenativas ligam palavras e orações
que são independentes entre si, ou seja, estão no mesmo
nível de hierarquia e são completamente compreensíveis uma
sem a outra. Essas conjunções têm cinco subclassificações, de
https://portal.ciesa.br/mapa-mental/ acordo com o sentido que estabelecem entre os elementos que
Pesquise sobre outros modelos de mapas mentais. ligam.
Conjunções Subordinativas
AULA 22 As conjunções subordinativas são palavras invariáveis,
cuja função é unir orações, pois uma delas exerce o papel
D15. Estabelecer relaçõ es ló gico- principal, e a outra, o papel de subordinada, ou seja,
dependente da primeira para a construção completa de seu
discursivas presentes no texto,
HABILIDADE sentido. Tendo em vista o tipo de ponte que essas palavras
marcadas por conjunçõ es, advérbios,
constroem, pode-se diferenciá-las em integrantes e
etc.
adverbiais.
Coerência e Coesã o. Conjunçõ es e
CONTEÚDO(S)
preposiçõ es A preposição faz parte da classe de palavras invariáveis da
língua portuguesa. Sua principal função é estabelecer entre
Caro(a) estudante, leia o texto. palavras e orações relações de sentido e de dependência,
portanto, uma relação de subordinação. Apesar de não
desempenharem função sintática, as preposições são
importantes para a construção do texto, pois atuam como
conectivos, elementos indispensáveis para a coesão textual. Em
determinadas situações, as preposições serão fundamentais para
a compreensão da frase ou da oração.
Disponível em: https://www.licaopratica.com.br/produto/preposicao-completando/. Acesso em: 14 de fevereiro de 2023.

Disponível em: https://www.licaopratica.com.br/produto/preposicao-completando/. Acesso em: 14


de fevereiro de 2023.

1. Leia o texto abaixo.


Internetês: modismo ou real influência sobre a escrita?
Disponível em: https://www.tudosaladeaula.com/2021/05/atividade-portugues-conjuncao-
com-tirinhas-anos-iniciais.html. Acesso em: 14 de fevereiro de 2023.
[...] Nosso estudo investe neste ú ltimo questionamento,
por trabalharmos com a hipó tese de que os usuá rios do
A partir da leitura da tirinha acima: Orkut sabem adequar-se ao contexto e ao ambiente em que
praticam o exercício da escrita de forma que nã o prejudica
Vocês conhecem palavras que servem para substituir um
nem a norma culta, nem o desempenho escolar.
termo por outro?
Sobre isso, Caiado (2007) acredita que o internetês afeta os
Vocês sabem que algumas palavras têm a função de ligar um
adolescentes que ainda nã o têm total domínio sobre a língua
termo ao outro?
padrã o. Assim como Komesu (2005) que também acredita
Vocês sabem que algumas palavras exercem a função de
que em parte o internetês impede o aluno do
reunir orações, dando sentido a elas?
reconhecimento das normas aprendidas na escola. [...]
Conjunção: serve de ligação entre elementos de uma Contudo, Araú jo (2007) e Xavier (2005) nã o apontam
sentença, sejam eles termos de uma mesma oração ou consequências negativas no que se refere à aprendizagem
orações de um mesmo período. As conjunções servem de da escrita ideal, pois consideram o internetês como uma
ponte entre esses elementos, dando mais fluidez ao modificaçã o das ínguas naturais. Acreditam que os alunos
enunciado. conseguem adequar-se à escrita dos gêneros sem prejudicar
As conjunções são classificadas de acordo com o grau a aprendizagem das normas gramaticais...
de dependência existente entre os termos ligados por elas, ALMEIDA, Anna Larissa et alii.Disponível em: <http://www.julioaraujo.com/chip/internetes.pdf>.
Acesso em: 16 mar.
de modo que as conjunções coordenativas ligam termos
independentes entre si e as conjunções subordinativas ligam No trecho “Contudo, Araú jo (2007) e Xavier (2005)...” (ℓ. 8),
termos dependentes entre si. o termo destacado estabelece, com o pará grafo anterior,
Essas classificações, por sua vez, possuem uma relaçã o de
subclassificações. A) adiçã o.
Vejamos alguns exemplos: B) oposiçã o.
Ex: Nós chegamos de manhã. Nós fomos embora de noite. C) conclusã o.

32
LÍNGUA PORTUGUESA ● Estudante

D) consequência.
2. Leia o trecho abaixo:
“... a folha de um livro retoma.”
“como sob o vento a á rvore que o doa.”
“e nada finge vento em folha de á rvore”.
As expressõ es destacadas sã o introduzidas por preposiçõ es. Disponível em: https://www.tudosaladeaula.com/2021/09/atividade-portugues-adverbios-anos-
iniciais.html. Acesso em: 14 de fevereiro de 2023.
As preposiçõ es em destaque têm ideia de:
A) origem, lugar, especificaçã o
B) especificaçã o, agente causador, lugar Na tirinha acima observamos que tipo de advérbio?
C) instrumento, especificaçã o, lugar Locução adverbial
D) agente causador, especificaçã o, lugar
E) lugar, instrumento, origem Locução adverbial é um dos termos constituintes da
oraçã o. Pode desempenhar a funçã o de advé rbio,
alterando os sentidos de um verbo, de um adjetivo ou de
um advé rbio. Muitas vezes, ela é formada por uma
AULA 23 preposiçã o com um substantivo, adjetivo ou advérbio.

D15. Estabelecer relaçõ es ló gico-


discursivas presentes no texto,
HABILIDADE Formação das locuções adverbiais
marcadas por conjunçõ es, advérbios,
etc. As locuçõ es adverbiais sã o, na maioria das vezes, iniciadas
Coerência e Coesã o. Advérbios e por uma preposição. Além da preposiçã o, sã o normalmente
CONTEÚDO(S)
locuçõ es adverbiais. formadas também por um substantivo, adjetivo ou advérbio.

Qual a importâ ncia dos Advérbios em um texto? Exemplos de Locuções adverbiais:

Os advérbios funcionam para os verbos, de forma Ex1: O livro está à esquerda do computador.
semelhante ao que os adjetivos funcionam para os Ex2: Meu pai foi caminhar na praia pela manhã.
substantivos. Em poucas palavras, isso quer dizer que o Ex3: Em silêncio, os alunos prosseguiram seus estudos.
advérbio agrega mais detalhes ao verbo ao qual ele está Ex4:Tudo, sem dúvida, se resolverá !
relacionado. É importante saber usar bem os advérbios
porque eles enriquecem as oraçõ es e dã o mais ênfase ou ATIVIDADE EM SALA DE AULA
detalhamento naquilo que buscamos dizer com o nosso
texto. A frase abaixo em que a substituiçã o do segmento
Além disso, conseguir dominar o uso dessa classe sublinhado por um advérbio foi feita de forma adequada é:
gramatical, vai conferir aos seus textos uma riqueza maior
de detalhes, o que se reflete num domínio maior e mais A) Sem que se entendesse o motivo, o convidado aborreceu-
possibilidades de trabalhar seus argumentos durante se na festa / irresponsavelmente;
uma redaçã o de vestibular, por exemplo. B) Ia à academia poucas vezes / habitualmente;
Disponível em: https://ead.unisc.br/blog/o-que-e-adverbio#:~:text=Os%20adv%C3%A9rbios%20funcionam%20para C) Dirigia com toda a atençã o / atenciosamente;
%20os,ao%20qual%20ele%20est%C3%A1%20relacionado. Acesso em: 14 de fevereiro de 2023
D) Mesmo sem estudo realizou a tarefa a contento /
Conhecem palavras que sã o usadas para substituir Intuitivamente;
outras? E) Enfrentou as dificuldades com coragem / ferozmente.
Sabem que algumas palavras têm a funçã o de modificar
outras?
Existem algumas palavras que exercem a funçã o de
marcaçã o de discurso em um texto?

Advérbio é a palavra que indica uma circunstâ ncia (modo,


lugar, tempo). Ele pode modificar um verbo, um adjetivo ou
outro advérbio.

Vejamos alguns exemplos

Ex1: O vizinho fala alto. (alto é um advérbio que indica o


modo como o vizinho fala)
Ex2: A modelo é muito bonita. (muito é um advérbio que
intensifica o quanto a modelo é bonita)
Ex3: O vizinho fala bastante alto. (bastante é um advérbio
que intensifica o quanto o vizinho fala alto)

33
LÍNGUA PORTUGUESA ● Estudante

AULA 24
D11. Estabelecer relaçã o
HABILIDADE causa/consequência entre partes e
elementos do texto.
Coerência e coesã o. Oraçã o
CONTEÚDO(S)
subordinada adverbial causal.

Caro(a) estudante, você sabe o que é Coerência e Coesão?


Não? Converse com seu/sua professor(a) sobre isso e veja a
importância desse assunto para o estabelecimento da relação
de causa e de consequência entre as partes e os elementos de
um texto.
Outra pergunta: Você sabe o que significa ser subordinado
ao outro ou a alguma coisa?

Como você já dever ter estudado, o período composto é


aquele que possui duas ou mais oraçõ es, nã o é mesmo?
Além disso, você deve lembrar-se que essas oraçõ es podem
relacionar-se de duas formas: por coordenação ou por
subordinação. Nesta aula, focaremos nosso estudo sobre a
relaçã o de subordinaçã o quanto à funçã o de adjunto
adverbial que as oraçõ es podem assumir no enunciado. Tais
oraçõ es, nessa funçã o, sã o chamadas de oraçõ es
subordinadas adverbiais.

RESUMO SOBRE ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS

 Sã o oraçõ es dependentes de outra oraçã o, a principal.


 Também exercem a funçã o sintá tica de adjunto
adverbial.
 Por exercerem a funçã o sintá tica de adjunto adverbial,
sã o empregadas para expressar circunstâ ncias nos
textos.
 Sã o iniciadas por conjunções ou por locuções
Disponível em: https://www.todamateria.com.br/oracoes-subordinadas-adverbiais/
subordinativas específicas.

VÁRIOS SENTIDOS DAS CONJUNÇÕES ORAÇÃO SUBORDINADA ADVERBIAL CAUSAL


Mesmo que as conjunçõ es subordinativas construam, As oraçõ es subordinadas adverbiais causais indicam
na maioria das vezes, sentidos específicos, elas sã o causa ou o motivo de algum acontecimento expresso na
capazes de assumir outros significados de acordo com a oraçã o principal.
situaçã o na qual se encontram. Observe, a seguir, um caso
que exemplifica esse caráter mutável das conjunçõ es As conjunçõ es subordinativas adverbiais utilizadas sã o:
subordinativas:
porque, pois, que, como, pois que, porquanto,
COMO visto que, uma vez que, já que, etc.
 Maria cozinhava como a apresentadora da TV. Veja alguns exemplos:
(Comparação)
 Como era chato, ningué m veio a sua festa. (Causa) 1. Uma vez que nã o o encontrei, resolvi telefonar.
 Como Fernando afirmou, temos que nos unir neste 2. A cidade ficou alagada porque as chuvas estã o mais
momento difícil. (Conformidade) intensas.
3. Reescreva este trecho da redaçã o, pois está confuso.
4. Já que está calor, vamos tomar banho de piscina.

Como é possível notar pelos exemplos, cada período


acima possui duas oraçõ es.

Exemplificando, em (1) temos a oração principal


“resolvi telefonar” e a oração subordinada “uma vez que
nã o o encontrei”, sendo que esta ú ltima é introduzida por
uma locução conjuntiva (uma vez que).

34
LÍNGUA PORTUGUESA ● Estudante

Dessa forma, fica claro que as oraçõ es subordinadas


adverbiais vêm introduzidas de conjunçõ es subordinativas.
Além disso, podem ser classificadas de acordo com as  Leve blusa. Vai esfriar.
circunstâ ncias expressas por meio delas, nos exemplos
acima, circunstâ ncia de causa. Resumindo: será adverbial causal a oração que tiver uma
relação de causa-efeito, com diferença de tempo entre as
CAUSAL OU EXPLICATIVA? DIFERENÇA ENTRE AS ações/fatos (causa sempre anterior ao efeito numa linha
ORAÇÕES cronológica) e será coordenada explicativa uma justificativa
para ordem ou a explicação para uma hipótese.
As oraçõ es coordenadas sindéticas explicativas
apresentam conjunçõ es semelhantes à s que iniciam as ATIVIDADE
oraçõ es subordinadas adverbiais causais (porque, pois). E
com isso vem a dú vida: é oraçã o subordinada adverbial Analise as três questõ es abaixo e identifique qual a
causal ou coordenada sindética explicativa? classificaçã o das oraçõ es destacadas (oraçã o subordinada
adverbial causal ou oraçã o coordenada sindética
A oração subordinada adverbial causal apresenta um explicativa). Justifique cada resposta.
motivo, uma causa da açã o, do acontecimento, da ocorrência
apresentada na oraçã o principal. 1. Mú sica “Se acaso você chegasse”, de Lupicínio Rodrigues.

Vejamos: Se acaso você chegasse


No meu chateau e encontrasse
O rapaz jogou fora o bilhete porque não tinha acertado os Aquela mulher que você gostou
números da loteria. Será que tinha coragem
De trocar nossa amizade
Nela temos a ocorrência de um fato (nã o acertar os Por ela que já lhe abandonou?
nú meros) que provoca um efeito (jogar fora o bilhete). Eu falo porque essa dona
Dessa forma, observamos que, como se trata de um fato que Já mora no meu barraco
resulta em outro, ocorre antes daquele expresso na oraçã o À beira de um regato
principal. Há, portanto, uma diferença temporal. Na prá tica, E de um bosque em flor (…)
poderemos observar também uma diferença no emprego
dos tempos verbais: 2. Mú sica “Gota d’á gua”, de Chico Buarque:

 Causa no presente – efeito no pretérito “(…)Por favor


 Causa no pretérito – efeito no pretérito mais que Deixe em paz meu coraçã o
perfeito Que ele é um pote até aqui de mágoa
E qualquer desatençã o, faça nã o
A oração coordenada explicativa também apresenta Pode ser a gota d’á gua (…)
um motivo ou uma causa, mas nã o da ocorrência referida na (https://www.vagalume.com.br/chico-buarque/gota-
oraçã o anterior, e sim do motivo que leva o emissor a referir dagua.html )
aquela açã o, a fazer aquele pedido ou dar uma ordem, a dar
aquele conselho ou ainda a levantar uma hipó tese.
3. Deve ter chovido, pois o chã o está molhado.
Observemos a frase:

 Leve blusa, que vai esfriar.

Na frase, a açã o de levar uma blusa nã o é a causa da açã o de


esfriar; é a causa do pedido para que uma blusa seja levada.
Quem fala quer evitar que o outro passe frio, quer o outro
leve a blusa, quer nã o. A oraçã o “que vai esfriar” justifica o
fato de o emissor ter dado a ordem. Assim, essas duas
oraçõ es sã o independentes entre si e poderiam formar dois
períodos:

35
LÍNGUA PORTUGUESA ● Estudante

Ela estudou tanto que foi aprovada no concurso.

AULA 25 que: (relaçã o de consequência)

Estude bastante e nã o desista.


D11. Estabelecer relaçã o e: (relaçã o de adiçã o)
HABILIDADE causa/consequência entre partes e
elementos do texto. ORAÇÃO SUBORDINADA ADVERBIAL CONSECUTIVA
Coerência e coesã o. Oraçã o
CONTEÚDO(S)
subordinada adverbial consecutiva. Exprime uma ideia de consequência do acontecimento
da oraçã o principal. As oraçõ es subordinadas adverbiais
Caro(a) estudante, na aula passada, houve a retomada consecutivas sã o introduzidas por elementos
de conceitos básicos sobre período composto, principalmente intensificadores (tão, tanto, tamanho), seguidos da
o de subordinação adverbial para que você pudesse entender conjunçã o que ou das locuções conjuntivas de que forma,
a relação de dependência entre as orações, para assim, tanto que, de sorte que, de modo que.
perceber se entre elas existe coerência e coesão.
Exemplos:
Você sabe explicar o que é um texto coeso e coerente?
a) As pessoas da torcida gritaram tanto que ficaram
COERÊNCIA E COESÃO roucas.
b) Ela dormiu bastante, tanto que acordou na hora do
O texto é um conjunto harmô nico de elementos, almoço.
associados entre si por processos de coordenaçã o ou
c) A cidade ficou muito alagada, de forma que é
subordinaçã o. Se a ligaçã o entre as suas partes não for bem-
feita, o sentido ló gico será prejudicado. impossível ir à escola hoje.
d) Mariana desistiu de ser perfeita, de modo que acabou
Observe atentamente o trecho seguinte: sendo feliz.

Levantamos muito cedo. Fazia frio e a á gua havia


congelado nas torneiras. Até os animais, acostumados com ATIVIDADE
baixas temperaturas, permaneciam, preguiçosamente, em
suas tocas. Apesar disso, deixamos de fazer nossa 1. Veja a letra da mú sica de Vanessa da Mata.
caminhada matinal com as crianças.
“É só isso, nã o tem mais jeito, acabou, boa sorte, nã o tem o
O trecho é composto por vá rios períodos, agrupados em que dizer, sã o só palavras, saiba que o que eu sinto nã o
dois segmentos distintos. No primeiro, fala-se do frio mudará ...”
intenso e suas consequências; no segundo, a decisã o de nã o (Composiçã o: Vanessa Da Mata feat. Ben Harper)
fazer a caminhada matinal.
Para ter coesão e coerência o trecho poderia ser escrito
O que aparece para fazer a ligação entre esses dois de que forma?
segmentos?
2. Indique a ú nica alternativa em que a oraçã o subordinada
Ora, esse termo tem valor concessivo, liga duas coisas adverbial nã o exprime consequência.
contraditó rias, opostas; mas o que segue a ele é uma
consequência do frio que fazia naquela manhã . Dessa A) Chegou tã o ofegante que mal conseguia falar.
forma, no lugar de apesar disso, deveríamos usar por isso, B) Tinha tanta fome que comeu quase sem mastigar.
por causa disso, em virtude disso etc. C) O microfone nã o estava funcionando, de modo que
poucos ouviram o discurso.
Conclui-se o seguinte: D) A prova estava muito fá cil, de forma que todos
As partes do texto nã o estavam devidamente ligadas. tiveram bons resultados.
Diz-se entã o que faltou coesão textual. Consequentemente, E) Comeu quase sem mastigar porque tinha muita fome.
o trecho ficou sem coerência, isto é, sem sentido ló gico.
3. (FUVEST) No período: “Era tal a serenidade da tarde, que
COESÃO SEQUENCIAL se percebia o sino de uma freguesia distante, dobrando a
finados”, a segunda oraçã o é:
A coesã o sequencial ocorre quando se busca promover a
progressã o do texto, sem a retomada de palavras ou A) subordinada adverbial causal.
expressõ es. Pode ser construída: B) subordinada adverbial consecutiva.
C) subordinada adverbial concessiva.
1. pela correlação de tempos verbais, organizando as D) subordinada adverbial comparativa.
relaçõ es temporais e factuais do texto. E) subordinada adverbial subjetiva.
Espero que você goste desse livro.
2. pela conexão entre orações, explicitando-se a 4. “Tal era a fú ria dos ventos, que as copas das á rvores
interdependência semâ ntica entre elas por meio de relaçõ es beijavam o chã o”. Neste período, a oraçã o subordinada é
de causa, consequência, finalidade, adiçã o, etc. adverbial:

36
LÍNGUA PORTUGUESA ● Estudante

A) Concessiva.
B) Condicional.
C) Consecutiva.
D) Proporcional.
E) Final.
AULA 26
5. No período - “Torna-se, portanto, imperativa uma revisã o
conceitual do modelo presente do processo de HABILIDADE D6. Identificar o tema de um texto.
desenvolvimento tecnoló gico de modo a levar em conta o Gêneros textuais variados. Distinçã o:
CONTEÚDO(S)
fator cultural como dominante” - a oraçã o grifada traduz: assunto x tema x título.

A) Concessã o. Caro(a) estudante, nesta aula iremos abordar os


B) Consequência. conteú dos: Gêneros textuais diversos e Distinçã o: assunto,
C) Comparaçã o. tema e título, para que você consiga desenvolver com êxito a
D) Condiçã o. habilidade do Descritor 06, que é a de identificar o tema de
E) Proporçã o. um texto.

6. Marque a alternativa em que a classificaçã o da oraçã o Observe as palavras abaixo e responda aos
adverbial está incorreta. questionamentos sob os comandos de seu professor:

A) Se você se comportar, poderá sair amanhã. EDUCAÇÃO ESPORTE CULTURA


CONDICIONAL
B) A fim de que pudéssemos estudar mais, fomos à
biblioteca. FINAL Essas palavras têm algo em comum? Possuem sentido
C) Quanto mais eu chorava, mais triste eu ficava. amplo, global ou específico?
PROPORCIONAL Assunto pode ser entendido como uma matéria, o ponto
D) Já que estamos ricos, vamos viajar! CONSECUTIVA central de uma conversa, texto, narrativa, obra de arte etc.,
E) Caso você tenha férias, poderá viajar também. tendo como a principal característica o fato da(s) palavra(s)
CONDICIONAL apresentada(s) ter(em) um significado mais genérico.
Para que seja mais fá cil de compreender, vamos
exemplificar: terrorismo é um assunto, pois é amplo e nã o
é delimitado. A partir desse assunto, podemos discutir uma
série de temas, como ataques terroristas a locais
específicos ou o acirramento religioso gerado por ações
terroristas.
Em linhas gerais, o assunto é mais amplo e genérico,
podendo se desdobrar em temas.

O tema é um recorte de um assunto e apresenta um ponto de


vista, permitindo que se inicie uma discussão a respeito.

A principal compreensã o que se deve ter é a de que o


tema está contido no assunto. O assunto é amplo,
caracteriza-se por sua abordagem global. O tema consiste
em uma parte contida dentro do assunto, ou seja, trata-se de
um recorte. Portanto, assunto é a generalizaçã o e tema é
especificaçã o.

Dos exemplos abaixo, você sabe qual deles é o assunto e


qual deles é o tema?

“Educaçã o”
“A influência da televisã o na educaçã o dos filhos”

“Esporte”
“A prá tica esportiva traz grandes benefícios à saú de.”

“Cultura”
“Nossa cultura maranhense precisa de investimentos. ”

 Você já sabe o que é tema?


 E título? Você sabe o que é ?

Existem diferenças importantes entre essas duas


partes fundamentais para a construçã o textual e muitas
pessoas ainda acreditam que título e tema sã o palavras
37
LÍNGUA PORTUGUESA ● Estudante

sinô nimas, o que é um engano. Por assim pensarem, Libertou energia equivalente a 18toneladas de TNT e
acabam cometendo equívocos no momento da escrita. encheu de alegria cientistas e engenheiros que haviam
trabalhado duro durante três anos para construir a bomba.
Como podemos perceber, o assunto é algo mais amplo, Menos de um mês depois, quando uma explosã o
mais genérico em relaçã o ao tema; este, por sua vez, é semelhante dizimou as cidades de Hiroshima e Nagasaki no
algo mais abrangente em relaçã o ao título, o qual é algo Japã o, a alegria deu lugar à vergonha.
mais sinté tico. O título é como se fosse afunilando, o que
Superinteressante, Sã o Paulo, fev.2003.
será posteriormente discutido.
Título: basicamente, chamamos de título a expressão 1. Qual o assunto, tema e título desse texto?
inicial que introduz o texto, mostrando o assunto e o  Assunto -
posicionamento do texto, o aspecto central das ideias  Tema -
desenvolvidas.  Título -
Podemos melhor visualizar o conceito de título quando Leia o poema abaixo para responder à s questõ es 2 e 3.
usamos o exemplo de uma redaçã o:
Infelizmente, por nã o saber diferenciar título de tema, Pássaro em Vertical
muitos(as) estudantes em suas redaçõ es colocam o tema
sendo utilizado como título do texto. Ora, se o tema da Cantava o pá ssaro e voava
redaçã o for, por exemplo, “Os efeitos do garimpo ilegal no cantava para lá
Brasil”, você nã o pode, de forma alguma, apontar como voava para cá
título do seu texto “Os efeitos do garimpo ilegal no Brasil”. voava o pá ssaro e cantava
de
O tema é a ideia geral sobre a qual você tem de discorrer. repente
Já o título é o “nome” que você vai dar à sua redaçã o. um
Relevante deixar claro que o título deve possuir estreita tiro
relaçã o com o foco que você decidiu dar à sua redaçã o. O seco
título é um super resumo do texto produzido. É indicado penas fofas
que ele seja criado depois que o texto já estiver pronto. leves plumas
Por fim, o título nã o deve se distanciar do tema. Ele deve, mole espuma
ao contrá rio, dar ao leitor uma ideia sobre o tema.
e um risco
Abaixo, alguns temas e possibilidades de títulos surdo
(extraídos de textos de estudantes do Redaçã o Nota Dez): N
O
TEMA: Pelo direito de manifestar
R
TÍTULO: O Brasil volta à s ruas.
T
TEMA: Por que o Brasil nã o é um país de leitores? E
TÍTULO: O que andas lendo, Brasil?
S
TEMA: É possível desmilitarizar a polícia brasileira? U
TÍTULO: Além da desmilitarizaçã o L
Veja um exemplo: violência.
NEVES. Libé rio. Pedra solidã o. Belo Horizonte: Movimento Perspectiva,
Este assunto engloba vá rios tipos de violência, como a 1965.
física, verbal, violência racial, infantil e outras.
2. Qual é o assunto do texto?
Quando delimitamos um tema, falando, por exemplo,
sobre o aumento da violência racial em um bairro específico A) Um pá ssaro em voo, que leva um tiro e cai em direçã o
da cidade, estamos nos restringindo somente à quele lugar e ao chã o.
a àquele tipo de violência. A partir daí, é possível extrair o B) Um pá ssaro que cantava o dia todo.
título, pois já temos a delimitaçã o do tema e as ideias C) Um pá ssaro que sonhava com a liberdade.
centradas do texto definidas. D) A queda de um pá ssaro que nã o sabia voar.

O importante é sabermos que: do tema é que se 3. De que maneira a forma global do poema se relaciona com
extrai o título, haja vista que o tema é um elemento-base, o título “Pá ssaro em vertical”?
fonte norteadora para os demais passos.
A) A disposiçã o das palavras no texto tem relaçã o com o
ATIVIDADES sentido produzido.
B) As palavras “norte-sul” nã o foram escritas verticalmente
Leia o texto e responda ao que se pede. no poema.
BOMBA NA MEIA-IDADE C) O fato de que o pá ssaro possui penas e/ou plumas fofas e
leves.
Em julho, a bomba atô mica fez cinquenta anos. A D) O termo vertical pode ser associado ao voo do pá ssaro.
primeira arma nuclear da histó ria foi testada à s
5h29min45s do dia 16 de julho de 1945, em Alamogordo,
Novo México, Estados Unidos.

38
LÍNGUA PORTUGUESA ● Estudante

AULA 27 Agora, responda:

 Você já ouviu falar de artigo de opinião?


D14. Distinguir um fato da opiniã o  Que texto é esse? Como ele é? Como se caracteriza?
HABILIDADE
relativa a esse fato.  Qual a sua finalidade?
Artigos de opiniã o. Distinçã o: fato x  Onde podemos encontrá-lo?
CONTEÚDO(S)
opiniã o.  Já leu algum?

Caro(a) estudante, você sabe diferenciar um fato de uma Leia o artigo de opiniã o a seguir. Atente à s orientaçõ es
opiniã o? O que entende sobre esses termos? do seu professor.

Leia o texto abaixo e reflita sobre o que seria fato e Evento esportivo não é lugar de manifestação
opiniã o. Troque ideias com seus colegas e seu professor. política

Eu nã o gosto da obrigaçã o de tocar o Hino Nacional antes


de eventos esportivos. Na Copa Sã o Paulo de Futebol Jú nior,
no mês passado, os caras tocavam o hino inteiro antes do
jogo. Tipo cinco minutos de mú sica. Nã o vejo necessidade,
nã o acho que patriotismo funciona enfiando um hino goela
abaixo de torcedores. Me incomoda também saber que o
hino é uma lei estadual, uma interferência da Assembleia
Legislativa no rito esportivo.
Quando política e esporte se misturam dá ruim. Vou
poupá -los dos detalhes, mas basta olhar nossos ú ltimos
grandes eventos para entender que essas duas substâ ncias
nã o devem ser consumidas ao mesmo tempo. O que me leva
à minha primeira grande preocupaçã o de 2018: é ano
eleitoral.
Nos Estados Unidos, Colin Kaepernick, jogador da NFL, a
liga de futebol americano, resolveu se ajoelhar durante o
hino americano para protestar contra a forma como a
polícia trata os negros. Trump ficou pistola, os torcedores
conservadores também, considerando um desrespeito ao
hino. Independentemente do que você, leitor, ache,
Kaepernick está desempregado. Nenhum time quis esse
“troublemaker” no elenco. Como eu estava dizendo, quando
esporte e política se misturam…
Será que o evento esportivo é um local apropriado para
manifestaçõ es políticas? Eu acho que nã o. Olhando por
todos os lados, nã o vejo motivos para politizar o esporte.
Do ponto de vista do atleta: ele veste uma camisa que
nã o é dele (que, aliá s, ele largará por um salá rio melhor),
uma camisa que representa torcedores que caem por todo o
espectro político. A câ mera e o microfone só estã o
apontados para aquele jogador por causa da camisa que ele
Disponível em: https://bityli.com/zwnv9. Acesso em: 20 fev. 2023.
está vestindo e de sua performance esportiva.
Nã o acho justo ele hackear esse momento, pelo qual está
FATO sendo pago, para levar adiante causas pessoais. É para isso
Aquilo que aconteceu ou que está para acontecer; que existe a rede social: ali, o jogador faz o que quiser. No
Pode ser comprovado (por números, documentos, registros...); campo? Ele está para entreter e representar até mesmo os
Realidade; verdade; torcedores que votam e pensam diferente.
Pode ser verificado, fundamentado ou negado por critérios e Acho também que temos de respeitar os espaços
evidências - objetividade. destinados à diversã o, senã o nosso mundo vai ficar ainda
mais maluco. [...] A gente precisa respirar.
OPINIÃO Você liga no basquete, no vô lei, no futebol para ter umas
Uma interpretação; julgamento pessoal; duas horas de paixã o, suspense, humor.
É o que alguém pensa sobre um acontecimento; Do mesmo jeito que você escolhe uma série no Netflix ou
Uma visão sobre alguma coisa; assiste a uma novela. É um desligamento da realidade; nosso
As opiniões refletem crenças, juízos, valores - subjetividade. cérebro precisa dessa quase meditaçã o para aguentar o dia
seguinte. E aí você senta para ver um jogo e esfregam um
O uso da 1ª pessoa verbal, de modalizadores (como adjetivos, hino na sua cara, como se aqui fosse uma “repú blica
advérbios ou locuções adjetivas e adverbiais), bem como o de popular”, e seu jogador favorito resolve lacrar na hora de
articuladores (como “no entanto”, “apesar disso”) podem comemorar o gol do título do seu time. É justo? Nã o.
sinalizar opiniões expressas em um texto.
39
LÍNGUA PORTUGUESA ● Estudante

Tem muita coisa contaminada por aí. Precisamos Discuta a temática em sala, relembrando, por exemplo,
imunizar o pouco espaço que ainda temos de diversã o. as manifestaçõ es ocorridas na Copa do Qatar ou em outros
Textã o é no Facebook. Deixem o esporte em paz. eventos esportivos e polêmicas. Vale ressaltar a importâ ncia
LEIFERT, Tiago. Evento esportivo não é lugar de manifestação política. Disponível em:
de ouvir o pró ximo e respeitar a opiniã o alheia, ainda que
http://blog.politicos.org.br/evento-esportivo-nao-e-lugar-de-manifestacao-politica/ . Acesso em: 22 nã o concordemos com ela.
fev. 2023.
Seu professor poderá propor a escrita de um artigo de
*troublemaker = “causador de problemas; encrenqueiro” opiniã o acerca do assunto explorado. Para tanto, seguem
algumas dicas.
De que trata o texto?
Qual a opinião do autor quanto à temática? Como se faz um artigo de opinião?
Qual seria o objetivo do texto?  Estude bastante o assunto que pretende abordar, verifique
Que outras características você observou? autores que já trabalharam o tema e selecione
informações que estejam adequadas ao seu ponto de vista.
O artigo de opinião é um gênero textual pertencente ao tipo  Lembre-se de utilizar sempre fontes de pesquisa
argumentativo. O texto apresenta o ponto de vista do(a) fidedignas.
articulista — autor(a) do texto — acerca de algum assunto  Construa argumentos fortes, que tenham fundamentação
de relevância social e/ou polêmico da atualidade. pertinente e que de fato sustentem o ponto de vista. Evite
Veiculado em meios como internet, jornais ou revistas, o o uso exagerado de discursos do senso comum.
artigo visa à defesa de uma ideia (tese + argumentos) e  Tente prever quais argumentos o “outro lado” poderia
contribui com o debate público. Escrito em 1ª ou 3ª pessoa, utilizar e antecipe-se, fortaleça o ponto de vista defendido
geralmente é assinado pelo autor. refutando o que lhe é contrário.
O título do artigo de opinião geralmente é atrativo,  Retome a tese para construir sua conclusão. Caso seja
convidativo ou provocativo e a linguagem do texto é direta, possível, apresente uma proposta exequível de intervenção
objetiva e acessível. social, como forma de apontar caminhos para a solução
do problema tratado no texto.
Como o artigo de opiniã o é um texto argumentativo, ele  Não se esqueça de adequar a linguagem ao público leitor.
segue a estrutura bá sica dessa tipologia.  Produza um título criativo.
Disponível em: https://mundoeducacao.uol.com.br/redacao/artigo-opiniao.htm.
Estrutura padrão Acesso em: 22 fev. 2023.

Lembre-se de redigir seu texto de modo organizado, com


ideias articuladas, a fim de conseguir expor seu
posicionamento da melhor maneira possível e orientar o
leitor quanto ao que lerá , atingindo o propó sito
comunicativo que se objetiva.

Disponível em: https://rb.gy/6dmrrk. Acesso em: 20 fev. 2023. Adaptado.

No texto lido, Tiago Leifert expressa sua concepçã o


quanto a atos políticos em eventos esportivos, defendendo
que política nã o deve se misturar a esporte, pois este é –
para o espectador – espaço de entretenimento, relaxamento,
fuga da realidade. A utilizaçã o de uma linguagem menos
formal diz respeito a uma necessidade de adequaçã o
linguística, a depender do local onde o texto é veiculado,
pú blico-alvo e objetivo do articulista como, por exemplo, o
de estabelecer uma relaçã o de maior proximidade com
quem lê e expor sua visã o sobre o assunto de modo mais
acessível.
Além disso, para iniciar a discussã o e desenvolver o
texto, o articulista apresenta alguns fatos.

Aponte dois fatos presentes no artigo e mais uma


opinião emitida pelo autor, além da comentada
anteriormente.

Você concorda com o ponto de vista de Tiago Leifert?

40
LÍNGUA PORTUGUESA ● Estudante

O Olho trata-se de uma frase ou um trecho do texto que se


coloca em posição destacada na página, em corpo maior,
eventualmente em cor diferente. Tem o objetivo de chamar a
atenção do leitor para o ponto, ou os pontos, de maior

AULA 28 importância que aquela matéria contém.


Disponível em: https://treinamento24.com/library/lecture/read/11876-o-que-e-o-olho-de-
uma-noticia. Acesso em 16 fev. 2023

HABILIDADE D07 - Identificar a tese de um texto. Leia o texto a seguir.


Textos dissertativo-argumentativos.
CONTEÚDO(S) Posicionamento do autor em relaçã o a Educação e cultura: combinação ideal para
uma ideia. transformar o país
Ambiente mesclado promove reencantamento da
Caro(a) estudante, você sabe o que sã o tipologias escola e conecta alunos
textuais e como podemos identificá -las?
15.fev.2023 à s 21h00
Os textos sã o expressos por meio de tipos de composiçã o
(ou tipos textuais): narraçã o, exposiçã o, argumentaçã o, Além das questõ es urgentes e estruturais, os novos
descriçã o e injunçã o. Dessa maneira, de acordo com o governos terã o, no campo da educaçã o, o desafio
objetivo do texto, precisaremos narrar um acontecimento, monumental de buscar equidade e alinhar o ensino pú blico
expor pontos de vista, apresentar informaçõ es, argumentar, a uma economia cada vez mais pautada pela inovaçã o, pela
descrever lugares ou pessoas, dar instruçõ es. Para isso, criatividade, pela tecnologia e pelo pensamento crítico.
utilizamos as distintas tipologias.
Um dos caminhos mais promissores para alcançarmos
Estudaremos nessa aula a tipologia argumentativa, a esse objetivo é apostar na combinaçã o de educaçã o e cultura
qual tem como objetivo defender uma ideia sobre na formaçã o dos estudantes brasileiros, tornando o
determinado assunto e, para essa defesa, sã o apresentados aprendizado mais amigá vel, colaborativo, estimulante,
argumentos pautados em dados, raciocínio ló gico, acolhedor e conectado ao ambiente contemporâ neo.
estatísticas e exemplos. Nesses textos, pretende-se
convencer o leitor a partir das opiniõ es e juízos de valor do Essa abordagem tem base científica consolidada. Vá rios
autor, os quais devem ser pautados em seu pró prio estudos internacionais apontam para o impacto positivo da
conhecimento ou pesquisas. cultura no aprendizado [...] e mostram que estudantes
expostos à dança, à mú sica, ao teatro e à s artes visuais, entre
Alguns elementos sã o pró prios dessa tipologia: outras atividades do gênero, têm melhor desempenho na
leitura, escrita e matemá tica em comparaçã o com aqueles
 uso da 3ª pessoa, para marcar a impessoalidade; que seguem apenas o currículo tradicional.
 linguagem formal, norma culta;
 presença de apreciaçõ es, opiniõ es e juízos de valor; Os estudos indicam ainda que o ensino das artes melhora
 elementos coesivos usados para criar uma argumentaçã o a motivaçã o dos alunos para se envolverem em projetos de
ló gica; diferentes temas e disciplinas e que a aná lise de obras de
 argumentos: estatísticas, exemplos, citaçã o de arte e peças visuais fornece estímulo à metacogniçã o
especialistas no assunto; (pensar sobre o que se pensa), além de apoiar os processos
 foco na persuasã o do leitor. de aprendizagem em qualquer á rea do conhecimento.

Nos textos argumentativos, a principal funçã o é a defesa De forma geral, a cultura traz elementos transversais que
de um posicionamento. Assim, quando construímos um texto contribuem decisivamente para o desenvolvimento integral,
dessa tipologia, estamos apresentando a nossa opiniã o e o que inclui nã o só a dimensã o intelectual, mas também a
desenvolvendo ideias que fundamentam esse ponto de vista. emocional e social, que sã o importantes para crianças e
adolescentes construírem de forma autô noma os estilos de
Logo, se a principal funçã o do texto argumentativo é a vida que desejam e sua atuaçã o na sociedade. Como
defesa de um ponto de vista, a essência desse tipo de texto é preconiza o Nobel de Economia Amartya Sen, mais do que
o posicionamento apresentado, também chamado de tese. nunca precisamos resgatar o valor e o foco no
desenvolvimento humano.
Escrever um texto argumentativo é como participar de
um debate: se nã o temos opiniã o acerca do assunto, nã o Esse ambiente de formaçã o escolar mesclado à cultura
participamos ativamente. Logo, se nã o houver uma tese está em sintonia com os novos modelos de aná lise de
claramente apresentada, assim como argumentos que a desempenho de estudantes no mundo. Em 2022, o Pisa
sustentem, o texto argumentativo nã o terá sua funçã o (Programa Internacional de Avaliaçã o de Estudantes), por
cumprida de forma satisfató ria. Por isso, ela deve ser exemplo, passou a avaliar a dimensã o do pensamento
apresentada explicitamente, mas sem marcas de uma criativo dos estudantes, considerada competência chave
opiniã o pessoal, como uso de primeira pessoa, por exemplo. para o futuro.

A tese, em geral, aparecerá como uma afirmaçã o no A cultura reú ne ainda elementos importantes para
título, nos primeiros pará grafos ou ainda no “olho”, no caso promover o reencantamento da escola e reconectar os
de textos jornalísticos. alunos com as salas de aula, especialmente nesta fase de
retomada, depois de constatarmos o crescimento acentuado

41
LÍNGUA PORTUGUESA ● Estudante

dos índices de evasã o em todo o país durante a pandemia de


Covid-19.
Como se nã o bastassem todos esses argumentos, a
aproximaçã o de educaçã o e cultura tem o condã o adicional
de promover o bem-estar e a saú de mental dos alunos e de
suas famílias. Pesquisa do Itaú Cultural realizada em
parceria com o Datafolha, em 2022, mostrou que o consumo
de atividades culturais resulta, para cerca de 50% dos
indivíduos, em melhora da qualidade de vida e do convívio
em casa, além de diminuir o estresse, a ansiedade, a
sensaçã o de solidã o e de tristeza. AULA 29
Há muitas possibilidades para aproximar a cultura da D21- Reconhecer posiçõ es distintas
educaçã o. Essencialmente, precisamos ampliar com HABILIDADE entre duas ou mais opiniõ es relativas
qualidade a oferta de escolas de tempo integral, com ao mesmo fato ou ao mesmo tema.
currículos que incorporem os saberes das organizaçõ es da Gêneros textuais diversos que
sociedade civil, da comunidade, dos movimentos e CONTEÚDO(S)
apresentam opiniõ es divergentes.
equipamentos culturais dos estados e municípios, com
oportunidades para os alunos conhecerem seus territó rios, Trecho de um Artigo de Opinião sobre Racismo
com vivências promovidas por museus, centros culturais,
bibliotecas e outros espaços de arte e cultura. Esta, Embora grande parte da populaçã o brasileira seja
inclusive, é uma demanda dos pró prios estudantes: jovens descendente de negros, o problema do racismo está longe
ouvidos pela pesquisa Atlas das Juventudes 2022 [...] de ser resolvido no país.
apontam a ampliaçã o das atividades culturais na escola
como uma das prioridades. No período colonial, Portugal trouxe os negros da Á frica
para trabalharem no país em condiçã o de escravos. Desde
Já existem experiências dentro e fora do Brasil que entã o, o racismo esteve incutido na mente de muitos
podem apontar caminhos e inspirar os esforços do poder brasileiros.
pú blico e da sociedade nessa jornada de melhoria do ensino.
Investir em políticas pú blicas que articulem arte e educaçã o Embora a Lei Á urea tenha libertado os africanos do
certamente nos ajudaria a avançar mais rapidamente e com trabalho escravo em 1888, a populaçã o negra apresenta os
mais qualidade, garantindo as bases que precisamos para maiores problemas ainda hoje no país. Destacam-se, as
superar os desafios da formaçã o e do futuro dos nossos condiçõ es de vida, acesso ao trabalho, a moradia, dentre
estudantes e do país. outros.
SARON, Eduardo. Folha de S. Paulo. Disponível em:
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2023/02/educacao-e-cultura-combinacao-ideal-para- Se observarmos as favelas do país ou mesmo as
transformar-o-pais.shtml. Acesso em: 16 fev 2023. Fragmento. penitenciá rias, o nú mero de negros é sem dú vida maior. A
grande questã o é: até quando o racismo persistirá no nosso
ATIVIDADE país? pois mesmo séculos depois, ainda é possível nos
deparamos com um racismo velado no Brasil.
1. Qual o tema discutido no texto?
Disponível em: https://www.todamateria.com.br/artigo-de-opiniao/.
2. Qual o posicionamento defendido pelo autor? Acesso em 23 de fevereiro de 2023.

3. Destaque os trechos em que esse posicionamento é A partir da leitura do trecho acima reflita sobre alguns
explicitado. pontos:

4. Você concorda com o ponto de vista apresentado no 1. Existe racismo no Brasil?


texto?
2. Você já foi vítima de Racismo?
Produção
3. Que tipos de racismo encontramos em nosso cotidiano?
Que tal pensar em uma tese diferente sobre o tema
discutido no texto “Educaçã o e cultura: combinaçã o ideal 4. Que tipo de texto apresenta argumentos?
para transformar o país”? Escreva sua ideia e compartilhe
com a turma. 5. O que é um artigo de opiniã o?

O artigo de opiniã o é um tipo de texto dissertativo-


argumentativo onde o autor apresenta seu ponto de vista
sobre determinado tema e, por isso, recebe esse nome.

A argumentaçã o é o principal recurso retó rico utilizado


nos textos de opiniã o, que tem como característica informar
e persuadir o leitor sobre um assunto.

42
LÍNGUA PORTUGUESA ● Estudante

Geralmente, os artigos de opiniã o sã o veiculados nos


meios de comunicaçã o de massa - televisã o, rá dio, jornais ou
revistas - e abordam temas da atualidade.

As características do artigo de opinião

 Textos escritos em primeira e terceira pessoa;


 Uso da argumentaçã o e persuasã o;
 Geralmente sã o assinados pelo autor;
 Produçõ es veiculadas nos meios de comunicaçã o;
Exemplo de texto dissertativo-argumentativo
 Possuem uma linguagem simples, objetiva e subjetiva;
 Abordam temas da atualidade; Veja, a seguir, um exemplo de dissertaçã o nota mil na
 Possuem títulos polêmicos e provocativos; prova no Enem de 2017, cujo tema solicitado foi
 Contém verbos no presente e no imperativo. “Desafios para a formaçã o educacional de surdos no
Brasil”:
O texto dissertativo-argumentativo é um tipo textual
que consiste na defesa de uma ideia por meio de Na mitologia grega, Sísifo foi condenado por Zeus a
argumentos, opiniã o e explicaçõ es fundamentadas. Este tipo rolar uma enorme pedra morro acima eternamente. Todos
de texto tem como objetivo central a formaçã o de opiniã o do os dias, Sísifo atingia o topo do rochedo, contudo era
leitor. Assim, ele é caracterizado por tentar convencer ou vencido pela exaustã o, assim a pedra retornava à base.
persuadir o interlocutor da mensagem através da Hodiernamente, esse mito assemelha-se à luta cotidiana
argumentaçã o. dos deficientes auditivos brasileiros, os quais buscam
ultrapassar as barreiras as quais os separam do direito à
Vejamos um exemplo de um tema gerador: educaçã o. Nesse contexto, nã o há dú vidas de que a
formaçã o educacional de surdos é um desafio no Brasil o
Tema: violência nas escolas qual ocorre, infelizmente, devido nã o só à negligê ncia
governamental, mas também ao preconceito da sociedade.
É frequente ouvirmos falar sobre os atos violentos na A Constituiçã o cidadã de 1988 garante educaçã o inclusiva
escola. Nã o bastasse a sua presença nas ruas, os ambientes de qualidade aos deficientes, todavia o Poder Executivo
supostamente seguros - nomeadamente as escolas - sã o nã o efetiva esse direito. Consoante Aristó teles no livro
mais do que nunca alvo de açõ es de violência. "É tica a Nicô maco", a política serve para garantir a
felicidade dos cidadã os, logo se verifica que esse conceito
Os valores se perdem a ponto de nã o só entre alunos, encontra-se deturpado no Brasil à medida que a oferta
mas entre alunos e professores, ou vice-versa, serem nã o apenas da educaçã o inclusiva, como també m da
inú meros os casos de agressõ es noticiados frequentemente. preparaçã o do nú mero suficiente de professores
especializados no cuidado com surdos nã o está presente
A força é tomada em detrimento da razã o e os conflitos em todo o territó rio nacional, fazendo os direitos
sã o resolvidos de forma irracional desde a infâ ncia, cujas permanecerem no papel.
crianças absorvem cedo esse tipo de comportamento por
influência da sociedade cada vez mais violenta em que Outrossim, o preconceito da sociedade ainda é um
vivemos. grande impasse à permanência dos deficientes auditivos
nas escolas. Tristemente, a existência da discriminaçã o
A participaçã o dos pais na vida escolar dos filhos é contra surdos é reflexo da valorizaçã o dos padrõ es
fundamental para estabelecer normas e restaurar valores criados pela consciê ncia coletiva. No entanto, segundo o
que tem vindo a se perder. Por isso, pode-se concluir que a pensador e ativista francês Michel Foucault, é preciso
aproximaçã o entre pais e escola é um dos principais mostrar à s pessoas que elas sã o mais livres do que
propulsores para a mitigaçã o desse problema. pensam para quebrar pensamentos errô neos construídos
em outros momentos histó ricos. Assim, uma mudança nos
As principais características do texto dissertativo- valores da sociedade é fundamental para transpor as
argumentativo são: barreiras à formaçã o educacional de surdos.

 Presença de uma tese (ponto de vista) – em geral, no Portanto, indubitavelmente, medidas sã o necessá rias
primeiro pará grafo do texto; para resolver esse problema. Cabe ao Ministério da
 Desenvolvimento com argumentos que comprovem a Educaçã o criar um projeto para ser desenvolvido nas
tese; escolas o qual promova palestras, apresentaçõ es artísticas
 Conclusã o em forma de síntese ou com propostas de e atividades lú dicas a respeito do cotidiano e dos direitos
soluçã o para os problemas discutidos no texto; dos surdos. - uma vez que açõ es culturais coletivas têm
 Uso da norma-padrã o da língua portuguesa. imenso poder transformador - a fim de que a comunidade
escolar e a sociedade no geral - por conseguinte -
conscientizem-se. Desse modo, a realidade distanciar-se-á
do mito grego e os Sísifos brasileiros vencerã o o desafio
de Zeus.

43
LÍNGUA PORTUGUESA ● Estudante

OBS: Esse tipo de texto é bem característico de exames com autoridade, para apresentar uma opiniã o e defendê-
como Enem e outros vestibulares. la, coerentemente, até o final do texto.
Entã o, a tese é muito importante para dizer qual ponto
de vista será defendido durante o texto.
A ARGUMENTAÇÃO E SUA IMPORTÂNCIA EM
DIFERENTES SITUAÇÕES

AULA 30
HABILIDADE D8
Textos dissertativos argumentativos.
CONTEÚDO(S) https://fernandonogueiracosta.wordpress.com/2018/10/12/processo-argumentativo/Acesso:
Tipos de argumentos. 17/02/2023

Leitura O QUE É UM ARGUMENTO?

 Um argumento é um conjunto de afirmações


conectadas das quais pelo menos uma (a premissa)
pretende oferecer razõ es para mostrar que a outra (a
conclusã o) é verdadeira.
 Assim, para termos um argumento precisamos de
premissas e conclusõ es.

Premissa significa a proposição, o conteúdo, as informações


essenciais que servem de base para um raciocínio, que levará
a uma conclusão.

O QUE É ATESE?

A tese é, basicamente, ponto de vista sobre o assunto


Disponível em < http://portaldoprofessor.mec.gov.br /storage/discovirtual/galerias proposto. Apresentada por meio de afirmações positivas
/imagem/0000001827/0000021991.jpg> Acesso em 11 de fev. de 2021.
ou negativas.
Antes de confessar que nã o havia feito a “liçã o de casa”,
Observe.
Chico Bento fez uma pergunta à professora. Diante da
resposta da mesma, ela poderia puni-lo? Por quê?
A linguagem nã o é apenas um instrumento utilizado para
nomear coisas e situaçõ es; mas construir teses, elaborar
ideias, assumir pontos de vista, enfim, argumentar.
As tipologias textuais sã o textos orais ou escritos que
possuem uma estrutura fixa e objetivos bem definidos.
Podem ser: narraçã o, descriçã o, exposiçã o, injunçã o e
dissertaçã o. https://baudelivrosonline.wordpress.com/2016/07/02/6-tipos-de-argumentacao-
que-valorizam-sua-redacao/Acesso: 18/02/2023

O texto dissertativo pode ser expositivo ou argumentativo.


TIPOS DE ARGUMENTAÇÃO
O texto dissertativo-argumentativo é um tipo textual que
Argumento de autoridade
consiste na defesa de uma ideia por meio de argumentos,
opiniã o e explicaçõ es fundamentadas.  O argumento de autoridade é aquele que se baseia na
citação de uma fonte confiável, como um especialista
O QUE SÃ O TEXTOS ARGUMENTATIVOS? no assunto que está sendo debatido.
 O texto argumentativo é geralmente feito em terceira  Em um debate sobre educaçã o, por exemplo, Paulo
pessoa e seu objetivo é mostrar ao leitor um ponto de Freire, como educador e pedagogo reconhecido
vista a respeito de algum assunto. internacionalmente, poderia ser citado como meio de
 Para que esse ponto de vista seja exposto de forma fundamentar uma ideia apresentada na fala.
convincente e honesta, o autor usa argumentos vá lidos, Argumento por comparação (ou por analogia)
geralmente citando dados, pesquisas, falas de pessoas
44
LÍNGUA PORTUGUESA ● Estudante

 A argumentaçã o por comparaçã o ou analogia é aquela


em que se estabelece relaçã o de semelhança ou Argumento por senso comum
diferença entre a tese defendida e algum tipo de dado, a
fim de comprovar o ponto de vista defendido.
 Nesse caso, é possível construir analogias com obras
de ficção, por exemplo, tais como romances e séries de
televisã o.
Argumento por ilustração (ou exemplificação)

https://
baudelivrosonline.wordpress.com/2016/07/02/6-tipos-de-argumentacao-que-valorizam-sua-
redacao/Acesso:18/02/2023

 Sã o argumentos incontestá veis, pois sã o fatos


conhecidos e aceitos pela maioria. Tem base ló gica,
científica, ética e tem valor universal.

EXERCÍCIOS

1. Para se produzir um texto dissertativo é muito


importante saber construir bons argumentos que
comprovem a opiniã o do autor. Um dos tipos de
argumentaçã o é o recurso de estabelecer a causa e a
consequência. O trecho onde comprova-se esse recurso
argumentativo é a alternativa:

A) "O advento da internet contribuiu para vá rios benefícios


quanto à disseminaçã o da informaçã o, mas atrelado a isso
há atos criminosos que demonstram que o que importa nã o
https://baudelivrosonline.wordpress.com/2016/07/02/6-tipos-de-argumentacao- sã o os fatos, mas sim o que as pessoas querem que seja
que-valorizam-sua-redacao/Acesso:18/02/2023
verdade, ou seja, a pó s-verdade."
 Quando se tem um tema, ou mesmo uma tese, de cará ter B) "A falta de puniçã o por crimes cibernéticos tem se
muito teó rico, uma das maneiras mais interessantes de tornado tã o comum que consequentemente há o aumento
fundamentar o ponto de vista adotado é por meio da disseminaçã o de notícias falsas, a pessoa que comete esse
da ilustração ou exemplificação. ato acredita que dificilmente será responsabilizada."
 Esse recurso argumentativo se constró i a partir C) Uma prova de que a pó s-verdade tem se tornado uma
da elaboração de uma breve narrativa, que pode ser prá tica comum nos dias atuais é, por exemplo, a candidatura
real ou fictícia, com o intuito de tornar mais do Presidente Donald Trump, ele divulgou que Hillary
concreto aquilo que está sendo defendido pelo texto. Clinton era a criadora do Estado Islâ mico e que Barack
Obama era mulçumano."
Argumento por Causa e Consequência
2. Considerando as definiçõ es dadas, classifique os
Para comprovar uma tese, você pode buscar as relaçõ es argumentos:
de causa (os motivos, os porquês) e de consequência (os A) “Uma câ mera na mã o e uma ideia na cabeça” - a famosa
efeitos, a decorrência). frase-conceito do diretor Glauber Rocha – virou uma
fó rmula eficiente para explicar os R$ 130 milhõ es que o
Observe: cinema brasileiro faturou no ano passado.
(Adaptado de É poca, 14/04/2004)

“Ao se desesperar em um congestionamento em São Paulo, B) O fumo é o mais grave problema de saú de pú blica no
daqueles em que o automóvel não se move nem quando o Brasil. Assim como nã o admitimos que os comerciantes de
sinal está verde, o indivíduo deve saber que, por trás de sua maconha, crack ou heroína façam propaganda para os
irritação crônica e cotidiana, está uma monumental nossos filhos na TV, todas as formas de publicidade do
ignorância histórica. cigarro deveriam ser proibidas terminantemente. Para os
São Paulo só chegou a esse caos porque um seleto grupo desobedientes, cadeia”
de dirigentes decidiu, no início do século, que não (VARELLA, Drauzio. In: Folha de S. Paulo, 20 de maio de 2000).
deveríamos ter metrô. Como cresce dia a dia o número de
veículos, a tendência é piorar ainda mais o congestionamento C) A mulher de hoje ocupa um papel social diferente da
– o que leva técnicos a preverem como inevitável a mulher do século XIX.
implantação de perigos”.

(Adaptado de Folha de S. Paulo. 01/10/2000)


45
LÍNGUA PORTUGUESA ● Estudante

pontos de vista deverã o ser explorados de forma a


convencer o leitor;
 Conclusão: trata-se da parte final do texto, que

AULA 31 apresenta o arremate das ideias expostas na introduçã o


e no desenvolvimento. Em outras palavras, é a parte da
síntese das ideias que aparece uma proposta,
D14- Distinguir um fato da opiniã o recomendaçã o e/ou sugestã o;
HABILIDADE
relativa a esse fato.  Despedida: é a saudaçã o final que colocará fim no seu
Carta argumentativa. Operadores e texto, por exemplo, “atenciosamente”, se for formal, ou
CONTEÚDO(S)
modalizadores argumentativos. “beijos e abraços”, de maneira informal;
 Nome do Emissor: no final da carta, aparece o nome e a
Caro(a) estudante, você sabia que há alguns textos que assinatura de quem a produziu.
possuem como característica fundamental a argumentação,
como por exemplo, artigo de opinião, dissertação Você sabia que, em textos com o teor argumentativo,
argumentativa, carta argumentativa? temos os operadores e modalizadores argumentativos
para contribuir com a força argumentativa das informaçõ es
Já ouviu falar da Carta argumentativa? Sabia que, nesse contidas no texto?
tipo de carta, temos que ter em mente um vocativo para se
referir à pessoa a quem o texto é direcionado? Operadores argumentativos:
Elementos linguísticos que servem para evidenciar as
Se você tivesse que enviar uma carta para alguém com o estratégias argumentativas, bem como para cooperar na
intuito de convencer uma pessoa de algo, o que faria para coesã o do texto, por meio da relaçã o entre as diferentes
realizar a defesa do seu ponto de vista? ideias apresentadas;
 Os operadores podem desempenhar várias funções na
A Carta Argumentativa é um tipo de texto que tem argumentaçã o: comparaçã o entre argumentos, indicaçã o
como objeto principal persuadir o leitor. de pressupostos, oposiçã o, reforçar argumento,
Nesse sentido, a argumentaçã o é sua principal arma de introduzir uma explicaçã o, entre outras.
convencimento, de forma que o emissor (escritor), através  É importante considerar que cada funçã o possui um
do seu ponto de vista, tenta convencer o receptor (leitor) conjunto de elementos possíveis para ser utilizado, mas
sobre determinado assunto. é preciso atentar-se ao contexto de uso, pois ele pode
Trata-se, portanto, de um texto dissertativo- interferir ou modificar o sentido do operador.
argumentativo que possui peculiaridades em sua produçã o,
posto que apresenta um receptor ou receptores específicos
para o qual se dirige. Alguns operadores argumentativos:
Características Portanto, porém, pois, desta forma, até mesmo, inclusive,
 Persuasã o e argumentaçã o; isto é, por conseguinte, para isso, etc.
 Linguagem clara e objetiva;
 Geralmente escrita em 1ª pessoa; Modalizadores argumentativos:
 Presença de destinatá rio e remetente;  Modalizadores expressam o modo como o sujeito
 Uso de pronomes de tratamento; defende seu ponto de vista.
 Assinatura do escritor (locutor).  Permite perceber qual a atitude do locutor na defesa do
que pretende. Assim, podemos perceber se ele crê no
Estrutura que diz, se atenua ou impõ e algo.
Embora seja um texto dissertativo-argumentativo (com  Podem tanto expressar a ideia de certeza/probabilidade
estrutura bá sica de introduçã o, desenvolvimento e como também obrigatoriedade ou permissibilidade
conclusã o), a estrutura da Carta Argumentativa inclui ainda (Exemplos: Ele acredita demais nas pró prias verdades;
outros momentos: Os alunos, agora, podem fazer a prova; O motorista sabia
 Local e Data: primeiramente, surge o nome da cidade muito bem o que estava fazendo; Nã o é necessá rio
(local) em que se encontra o emissor e a data que está entregar seu texto hoje: ele foi marcado para amanhã).
sendo produzida. Essa parte é também chamada de  Conforme seja o contexto utilizado, o modalizador pode
cabeçalho; mudar o sentido do texto, mesmo que o autor nã o
 Nome do Receptor: abaixo da data e do local, deverá concorde ou nã o creia totalmente no que diz, com o uso
surgir o nome da pessoa ou do ó rgã o a quem se destina a do modalizador, o discurso pode ficar mais diferente e
carta; convincente.
 Saudação Inicial: dependendo da formalidade,
utilizamos determinadas saudaçõ es iniciais (vocativos). Alguns modalizadores argumentativos:
Representam as formas de tratamento como: prezado
(ou caro) senhor ou senhora, excelentíssimo, digníssimo, Advérbios talvez, felizmente, infelizmente,
dentre outros; lamentavelmente, certamente
 Introdução: na introduçã o, é apresentado o assunto a Predicados é certo, é preciso, é necessá rio
ser abordado durante todo o texto, ou seja, o tema cristalizados
principal da carta; Performativos eu ordeno, eu proíbo, eu permito...
 Desenvolvimento: já que se trata de um texto explícitos
argumentativo, nesse momento as argumentaçõ es e os Verbos auxiliares poder, dever, ter que/ haver de,
46
LÍNGUA PORTUGUESA ● Estudante

precisar de... Apó s leitura da carta argumentativa, responda aos


Verbos de atitude eu creio, eu sei, eu duvido, eu seguintes questionamentos:
proposicional acho...
Modos e tempos o imperativo exprime ordem, 1. O texto apresenta local e data? Sinalize quais sã o.
verbais conselho, sugestã o, etc., e o 2. Quem é o remetente da carta?
infinitivo também reforça a ideia 3. Para quem ela é destinada?
de verdade... 4. No texto, há uma despedida? Qual é a saudaçã o final
utilizada?
Abaixo, apresentamos um exemplo de carta 5. O trecho “Desde já agradeço a atenção!
argumentativa para melhor compreensã o do assunto que Atenciosamente”, diz respeito a qual característica da
estamos trabalhando. carta argumentativa?
6. A carta argumentativa possui como uma das
Sã o Cristó vã o, 12 de fevereiro de 2010. características a defesa de uma tese, ou seja, de um
ponto de vista sobre o tema debatido. Com base na carta
lida, qual ideia é defendida?
Prezado Diretor da Empresa Chocolate Amadeu,
7. Grife ou circule algum elemento ou expressã o linguística
que foi encontrado no texto exercendo a funçã o de
Gostaria de informar que comprei uma caixa de ligaçã o e ênfase na argumentaçã o.
chocolates no ano passado para dar de presente aos meus 8. O trecho “Nesse caso, resolvi escrever diretamente à
familiares no ano novo e tive uma grande desilusã o, fora a empresa para ver se consigo resolver meu problema
vergonha que tive de passar. (ainda que ele não poderá ser resolvido totalmente,
As cinco caixas, compradas no estabelecimento Flora pois já tive que passar a vergonha pela situação dos
Brasil em dezembro de 2009, estavam fora do prazo de chocolates quando os ofereci)” apresenta uma
validade e, além disso, os chocolates estavam estratégia argumentativa? Justifique.
esbranquiçados e sem o sabor que costumam ter.
Visto esse incidente, voltei à loja e eles me impediram de
trocar os produtos, uma vez que nã o estava com o recibo da
compra. Para tanto, recorri ao Procon (Fundaçã o de
Proteçã o e Defesa do Consumidor) e aguardo resposta da
entidade sobre a reclamaçã o que fiz.
Nesse caso, resolvi escrever diretamente à empresa para
ver se consigo resolver meu problema (ainda que ele nã o
poderá ser resolvido totalmente, pois já tive que passar a
vergonha pela situaçã o dos chocolates quando os ofereci).
Antes de mais nada, devo ressaltar que os chocolates
Amadeu sempre foram preferência por todos que vivem em
casa, e que nunca tive problema com os produtos da
empresa.
No entanto, gostaria de informar que se nã o for
retribuída da maneira que deveria, irei entrar em contato
com o Procon e ver os procedimentos legais para puniçã o da
empresa. Afinal, o consumidor tem o direito de reivindicar
seus direitos, e a empresa, por sua vez, de oferecer os
melhores produtos a seus clientes.
Desde já agradeço a atençã o!

Atenciosamente,

Joana Pires

47
LÍNGUA PORTUGUESA ● Estudante

AULA 32 É dentro de você que o Ano Novo


cochila e espera desde sempre.
Disponível em: http://www.jornaldepoesia.jor.br/drumm.html#receita.
Acesso em: 20 fev. 2023
D20. Reconhecer diferentes formas de
tratar uma informaçã o na comparaçã o
Texto 2
de textos que tratam do mesmo tema,
HABILIDADE Planejamento de ano novo: como se preparar para o novo
em funçã o das condiçõ es em que ele foi
ano
produzido e daquelas em que será
Como montar o seu planejamento para o ano novo? Descubra
recebido.
algumas ótimas dicas para fazer isso e se organizar melhor.
Gêneros textuais diversos. Identifica-
CONTEÚDO(S) çã o de características comuns em
A chegada do novo ano representa uma ó tima
textos distintos.
oportunidade para colocar vá rios aspectos da sua vida de
volta aos trilhos. A cada Réveillon, milhares de pessoas
Caro(a) estudante, a habilidade em estudo consiste na
traçam metas para cumprir no ano que se inicia. No entanto,
compreensã o e comparaçã o de textos. É importante lembrar
a maioria delas, com o passar do tempo, deixa as intençõ es
que diferentes textos podem tratar de um mesmo tema, mas
de lado, continuando pouco disciplinadas e organizadas
também apresentar distinçõ es relacionadas aos mais
naquilo que pretendiam realizar. Para que as coisas
variados aspectos, tais como: pú blico-alvo, objetivo do texto,
realmente aconteçam, você precisa de um planejamento
tipo de linguagem, entre outros.
para o ano novo.
Assim, além de saber aonde quer chegar, você também
Seu/Sua professor(a) dividirá a turma em equipes,
terá clareza acerca do caminho adequado para alcançar suas
designará um par de textos para cada grupo e solicitará que
metas. Além disso, os imprevistos que surgirem durante o
vocês encontrem as características em comum e aquelas que
trajeto serã o solucionados de um modo mais rá pido e eficaz.
diferenciam cada par de textos. Fique atento(a) à s
Afinal, a maioria (ou todas) das respostas serã o
orientaçõ es dadas pelo(a) professor(a).
contempladas pelo planejamento. Logo, basta segui-lo para
que você seja bem-sucedido em 2020.
Texto 1
Interessado em se preparar para conquistar os
Receita de ano novo
objetivos desejados neste ano que se inicia? Confira, a
Carlos Drummond de Andrade
seguir, as principais dicas para elaborar o seu planejamento
Para você ganhar belíssimo Ano Novo
para o ano novo!
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparaçã o com todo o tempo já vivido
1. Aprenda a organizar suas ideias e a deixá -las
(mal vivido talvez ou sem sentido)
visíveis
para você ganhar um ano
2. Compare o contexto atual com os anos anteriores
nã o apenas pintado de novo, remendado à s carreiras,
3. Crie metas específicas para cada á rea da sua vida
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
4. Nã o tente abraçar o mundo
novo
[...]
até no coraçã o das coisas menos percebidas Disponível em: https://blog.racon.com.br/planejamento-de-ano-
(a começar pelo seu interior) novo-como-se-preparar-para-o-novo-ano/. Acesso em: 20 fev. 2023.
novo, espontâneo, que de tã o perfeito nem se nota, Fragmento.
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha, Texto 3
você nã o precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
nã o precisa expedir nem receber mensagens Para onde vai o dinheiro do IPVA, um dos principais
(planta recebe mensagens? impostos brasileiros?
passa telegramas?) Uma das principais preocupaçã o dos brasileiros neste
início do ano é com o pagamento de contas. Impostos,
Nã o precisa presentes de fim de ano e material escolar sã o algumas das
fazer lista de boas intençõ es dores de cabeça.
para arquivá -las na gaveta. Um dos mais pesados é o IPVA (Imposto sobre
Nã o precisa chorar arrependido Propriedade do Veículo), principal imposto veicular do
pelas besteiras consumidas Brasil. Ele é cobrado de todos os proprietá rios de carros,
nem parvamente acreditar motos, caminhõ es, ô nibus e aeronaves.
que por decreto de esperança Mas qual o destino final desse imposto? Esse é um
a partir de janeiro as coisas mudem questionamentos de muitos donos de veículos em todo
e seja tudo claridade, recompensa, Brasil. O dinheiro arrecadado tem dois fins. Metade dele vai
justiça entre os homens e as naçõ es, para os cofres do governo municipal e a outra para é
liberdade com cheiro e gosto de pã o matinal, destinada ao governo estadual.
direitos respeitados, começando Pela lei, o dinheiro arrecadado pela prefeitura deve ser
pelo direito augusto de viver. investido nas ruas e avenidas da cidade onde o veículo está
Para ganhar um Ano Novo registrado. Já o governo estadual foca na manutençã o e
que mereça este nome, recuperaçã o de rodovias.
você, meu caro, tem de merecê-lo, Só escapam do pagamento do IPVA os portadores de
tem de fazê-lo novo, eu sei que nã o é fá cil, veículos antigos, entre 10 e 20 anos (nú mero muda de
mas tente, experimente, consciente. estado para estado onde o veículo é registrado), veículos
adaptados para portadores de deficiência, taxis, carros
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LÍNGUA PORTUGUESA ● Estudante

diplomá ticos, má quinas agrícolas e veículos com potência Texto 6


inferior a 50 cavalos.
[...]

Disponível em: https://cultura.uol.com.br/noticias/55285_para-onde-vai-


o-dinheiro-do-ipva-um-dos-principais-impostos-brasileiros.html. Acesso
em: 20 fev. 2023. Fragmento.

Texto 4

Disponível em: https://avozdaserra.com.br/charges. Acesso em: 20


fev. 2023

Texto 5
A Queda
Gloria Groove
Respeitá vel pú blico
Um show tã o maluco, essa noite, vai acontecer aqui
A gente vai armar um circo, um drama com perigo Disponível em: https://extra.globo.com/noticias/saude-e-ciencia/cultura-
do-cancelamento-causa-danos-ao-cancelado-ao-cancelador-afirmam-
E nessa corda bamba, quem vai caminhar sou eu psicologas-24882814.html. Acesso em: 21 fev. 2023. Fragmento.

E venha ver os deslizes que vou cometer Ao final das aná lises, compartilhe com a turma as
E venha ver os amigos que eu vou perder reflexõ es feitas sobre os textos e as conclusõ es obtidas.
Nã o tô cobrando entrada, vem ver o show na faixa
Hoje tem open bar pra ver minha desgraça
Extra, extra! Nã o fique de fora dessa
Garanta seu ingresso pra me ver fazendo merda
Extra, extra! Logo logo o show começa
Melhor do que a subida só mesmo assistir a queda
[...]

Vivem fazendo de tudo pra te atingir


Eles agem como animais
Curiosidade matou o gatinho
Mas essa gatona tá viva demais

Daqui do alto, nã o tô te escutando


Cê vai falando, eu vou faturando
Sei que cê gosta de ouvir os aplauso
Mas gosta muito mais de me ver sangrando
[...]
Gloria Groove / Pablo Bispo / Ruxell / Lukinhas. Disponível em:
https://www.letras.mus.br/gloria-groove/a-queda/. Acesso em: 21 fev.
2023. Fragmento.

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