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Fibrilação Atrial

INTRODUÇÃO  Ausência de ondas P + ritmo


irregularmente irregular + taquicardia
 Trata-se da taquiarritmia sustentada » Nem sempre o paciente
mais comum apresenta esse padrão ao
» Ocorre em 1 a 2% da ECG, mas na maioria dos
população casos esse é o achado na FA
 Está relacionada ao aumento da
mortalidade, das hospitalizações e de ECG NA FA
eventos tromboembólicos
 Reduz a qualidade de vida, a  Taquicardia – intervalo entre ondas RR
capacidade de exercício e pode curto (menor que 3 quadradões)
diminuir a fração de ejeção do VE » FC entre 350-600 bpm
 Ausência de ondas P
DEFINIÇÃO  Complexo QRS estreito (<3
quadradinhos) e intervalo R-R irregular
 Consiste na evolução final de  Presença de ondas F
patologias que provocam distúrbios no
átrio esquerdo – proliferação e
diferenciação de fibroblastos, levando
a fibrose atrial
» Na FA, o átrio apresenta
atividade elétrica caótica – a
condução elétrica é
heterogênea

QUADRO CLÍNICO

 Grande parte dos pacientes são


assintomáticos
» Nesses, o diagnóstico se faz
ao acaso
 Os sintomas mais comuns são:
» Palpitação
» Dispneia

DIAGNÓSTICO

DIAGNÓSTICO SINDRÔMICO

 ECG em 12 derivações
» O paciente tem FA
“cronicamente”
» A reversão para ritmo sinusal
não é possível

TRATAMENTO

TRATAMENTO SINTOMÁTICO

 O tratamento sintomático pode ser


DIAGNÓSTICO ESPECÍFICO baseado na [1] reversão para o ritmo
sinusal ou na [2] redução da FC
 É necessário identificar e afastar/tratar
os fatores de risco para FA
MANUTENÇÃO DO RITMO SINUSAL
 Identificar HP de HAS, DM,
dislipidemia, hipertireoidismo  O controle do ritmo apresenta
 Exames de rotina: perfil lipídico, melhores resultados em pacientes sem
hemograma, função renal, função cardiomiopatia estrutural e com FA de
tireoidiana início recente, principalmente se
 Ecocardiograma paroxística
» Investigação de cardiopatia  Propafenona
estrutural e doenças valvares » Reversão aguda e
 Pesquisar critérios para Síndrome de manutenção do ritmo sinusal
Apneia Obstrutiva do Sono » Segura em pacientes com
(Polissonografia) coração estruturalmente
 Holter de 24 horas normal
» Avaliar o controle da  Deve ser evitado na
frequência cardíaca ou a presença de
resposta terapêutica cardiopatia
estrutural

 Sotalol
» Sem resultados na reversão
CLASSIFICAÇÃO aguda, mas útil na prevenção
de recorrências
 FA paroxística
» Diminui sintomas por reduzir
» Ocorre em episódios
a resposta ventricular (efeito
» Duração menor que 7 dias
betabloqueador)
 FA persistente
» RA – prolongamento do
» Episódios com duração maior
intervalo QT e risco de
que 7 dias
torsade de pointes
 FA permanente
» Não deve ser utilizado em
pacientes com ICC

 Amiodarona CONTROLE DA FC
» Efetiva na reversão e  Importante na prevenção de sintomas
manutenção do ritmo sinusal e redução de morbidade associada à
» Possui risco proarrítmico e doença (prevenção de
efeitos colaterais importantes taquicardiomiopatia)
» Pode ser utilizado em  A FC de repouso sugerida é menor que
pacientes com ICC 110 bpm
» Em pacientes muito
sintomáticos, esse controle
pode ser mais estrito
 A escolha do fármaco deve levar em
consideração o grau de sintomas do
paciente, o estado hemodinâmico, a
CARDIOVERSÃO ELÉTRICA função ventricular, os fatores
precipitantes da FA e o risco de
eventos adversos
 Betabloqueadores
» Mais comumente utilizados
na FA
» Seletivos (Atenolol), não
seletivos (Propanolol) ou não
seletivos com efeito no
bloqueio alfa-adrenérgico
(Caverdilol)

 BCC não diidropiridínicos (Verapamil e


Diltiazem)
» São eficazes no controle da FC
na FA aguda ou permanente
» Diltiazem não deve ser
utilizado em pacientes com
disfunção de VE ou IC  A formação dos trombos tem origem
descompensada multifatorial e se relaciona a tríade de
Virchow:
» Estase sanguínea atrial
» Lesão endotelial
» Aumento da
trombogenicidade sanguínea,
própria da arritmia
 É necessário, portanto, calcular o risco
 Digoxina
de evento tromboembólico e o
» Muito utilizada, mesmo não
risco/benefício com relação a chance
sendo agente de primeira
de sangramento
linha
» Útil na IC por não ter efeito
inotrópico negativo ESCORE CHA 2 DS 2 -VASC
 Avalia o risco de fenômenos
tromboembólicos em pacientes com
FA
 Pacientes com escore 0 não
necessitam anticoagulação, pois
apresentam risco tromboembólico
muito baixo
 AA de classe II (amiodarona)  Pacientes com escore 1 apresentam
» Efeito importante na reversão risco baixo e a anticoagulação é
do ritmo opcional, a depender do risco de
» Agentes de segunda linha sangramento e a escolha do paciente
para controle da FC  Pacientes com escore 2 devem receber
» Devem ser evitados em anticoagulação
pacientes portadores de FA
permanente

PREVENÇÃO DE FENÔMENOS
TROMBOEMBÓLICOS

 A FA é a principal fonte emboligênica


de origem cardíaca
» O cérebro é a região mais
afetada RISCO DE SANGRAMENTO
 Pacientes com FA tratados com ACO  Os NACO são inibidores diretos do
apresentam maior risco de hemorragia fator Xa (rivaroxabana, apixabana e
 História de sangramento, disfunção edoxabana) ou do fator IIa
renal ou hepática, HAS não controlada (dabigatrana)
(>160 mmHg), labilidade da taxa de
razão normalizada internacional (RNI),
idade >65 anos e uso de fármacos anti-
inflamatórios ou consumo de álcool,
são fatores de risco para sangramento
em uso de varfarina

HAS-BLED
 Escore de risco para hemorragia
 Pontuação >3 indica maior risco de
hemorragia pelo ACO
 O escore HAS-BLED relaciona-se mais
aos fatores de risco modificáveis que
devem ser levados em consideração ORIENTAÇÃO AOS PACIENTES EM USO DE
antes do início da anticoagulação, ex.: ANTICOAGULAÇÃO
» Melhor controle da HAS
 Requer a orientação do paciente e/ou
» Suspensão do uso de aspirina
cuidados responsável sobre os ACO
(sejam eles os antagonistas da
vitamina K ou os NACO), possibilidade
de interação medicamentosa,
aderência aos horários, detalhes na
alimentação (AVK) e necessidade de
controles laboratoriais
 Pacientes em uso de antagonistas da
vitamina K necessitam controles
laboratoriais periódicos, devendo ser
feito o reajuste da dose de acordo com
o valor estabelecido do RNI
 Antes de prescrever um NACO, a
função renal do paciente deve ser
avaliada visto que pacientes com IR
com comprometimento do clearence
de creatinina não devem receber os
NACO
 O uso de IBP pode reduzir o risco de
sangramento intestinal nesses
pacientes

ORIENTAÇÕES EM CASO DE
SANGRAMENTO COM NACO
 Pequenos sangramentos podem ser
controlados pela simples suspensão da
droga
NOVOS ANTICOAGULANTES
 Carvão ativado pode ser utilizado nos TRATAMENTO NA EMERGÊNCIA
casos de ingestão do ACO até 2 horas
do evento hemorrágico PACIENTES INSTÁVEIS
» Contraindicado em situações
 Pacientes que se apresentam com FA
de hemorragia digestiva
e sinais de instabilidade devem
ABLAÇÃO receber cardioversão elétrica
sincronizada (CVS)
 Trata-se de uma ferramenta  Sinais de instabilidade:
importante para controle de sintomas » Dispneia
em pacientes refratários ao » Dor torácica
tratamento clínico » Hipotensão
 Considerada no paciente sintomático » Rebaixamento do nível de
com FA paroxística, quando a consciência
estratégia de controle de ritmo não foi » Síncope
tolerada ou houve falha terapêutica
 Deve ser feita anticoagulação por pelo PACIENTES ESTÁVEIS
menos 3 meses após a ablação,
seguida de avaliação após esse  O controle da FC ou a reversão para
período de acordo com o escore ritmo sinusal são as prioridades
CHADSDSVASc para decidir sobre a
manutenção do ACO

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