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Febre Reumática

• Complicação da faringoamigdalite causada pelo EBGA – Estreptococcus Beta hemolítico do Grupo A de Lancefield (ACCF, 2009).
Altamente prevalente no Pará pelo tratamento inadequado da faringoamigdalite (viral)
Diferença dos sintomas virais e bacterianos:
Viral – garganta vermelha, muita coriza, febre alta que, ao tomar antitérmico, baixa para 37°C
Bacteriana – garganta vermelha, hipertrofia de amígdalas com focos purulentos, petéquias no palato, antitérmico tem baixo efeito, gânglios
inchados. Tempo de doença maior.
• Ocorre em população geneticamente predisposta (WHO, 2004).
• Acomete crianças e adultos jovens (Kaplan, 2001).
• Incide predominantemente em países em desenvolvimento.
• 30.000 casos novos por ano no Brasil (Figueiredo et al, 2019) dos quais 20.000 têm comprometimento do coração.
• Taxa de mortalidade crescente.

CRITÉRIOS DE JONES 1992 (1 Maior + 2 menores + ASO positivo OU 2 Maiores + ASO positivo)
CRITÉRIOS MAIORES
ARTRITE (75%):
• Manifestação mais comum.
• Edema, dor e limitação de movimento.
• Autolimitada.
• Padrão assimétrico e migratório de grandes articulações.
• Não deixa sequela
CARDITE (40-70%): bactéria “lambe” o coração
• Manifestação mais grave. Sopro cardíaco em crianças
• Pancardite.
• Lesões estenóticas na fase crônica.
• Sintomas clínicos decorrem do acometimento valvar na fase aguda (mitral
seguida da aórtica)
COREIA DE SYDENHAM (5-36%) – bactéria se instala e inflama o núcleo caudado do cérebro
• Mais prevalente crianças e adolescentes do sexo feminino.
• Manifestação tardia (8m).
• Labilidade emocional, hipotonia muscular, queda do rendimento escolar.
• Movimentos incoordenados e involuntários, que param durante o sono e pioram durante estresse.
ERITEMA MARGINADO (<3%) NÓDULOS SUBCUTÂNEOS (2-5%)
• Lesões eritematosas com bordas nítidas, serpiginosa e centro • Formações arredondadas, indolores, não pruriginoso.
claro. • Localização: cotovelos, punhos, joelhos, tornozelos, coluna
• Localizadas em tronco e face interna de membros. vertebral.
• Indolores e não pruriginosas. • Associados à cardite grave

DIAGNÓSTICO AVALIAÇÃO CARDÍACA NA FR


• Eminentemente CLÍNICO • É a manifestação mais grave da FR.
• Evidência de infecção estreptocócica (ASO +) • Risco de sequelas e óbito
• l° Surto - Critério de Jones modificado 1992 - padrão ouro Dajani, • Tende a surgir na fase precoce da FR - 3 primeiras semanas.
1992). • Padrão: Pancardite + lesões valvares (quadro clínico).
• Recorrência - Critérios de Jones revistos pela OMS em 2004. • 3 sopros característicos: Sopro sistólico mitral, sopro diastólico de
Carey e sopro diastólico aórtico
CLASSIFICAÇÃO CARDITE
CARDITE SUBCLINICA: • RX: Leve aumento da área cardíaca e congestão pulmonar discreta.
• Exame cardiovascular normal (ECG e RX de tórax). • ECG: Prolongamento de PR e QT.
• Dopplercardiográfico: regurgitação mitral e/ou aórtica. (DEVE • Doppler: regurgitação mitral isolada ou associada a aórtica, com
SER FEITO ECO) aumento das câmaras E, leve a moderado.
CARDITE LEVE CARDITE GRAVE.
• Exame cardiovascular normal (ECG e RX de tórax). • Sinais e sintomas de IC.
• Taquicardia, abafamento 1ª bulha e sopro sistólico mitral. • Arritmias, pericardite e sopros.
• Dopplecardiográfico: Regurgitação leve a moderada. • RX: Cardiomegalia e congestão pulmonar
CARDITE MODERADA: . ECG: Sobrecarga de VE
• Taquicardia persistente e sopro mitral intenso. • Doppler: Regurgitação mitral e/ou aórtica + aumento de câmera E.
• Pode estar presente sopro de Carey Coombs. moderado.
• Sinais insipientes de IC.
EXAMES COMPLEMENTARES
• Importantes para avaliar comprometimento cardíaco
• RX de tórax - Investigar cardiomegalia e congestão pulmonar.
• ECG - Taquicardia, aumento de PR (critério menor)
• Ecocardiograma - Regurgitações mitral e/ou aórticas e espessamento de válvula mitral (cardite subclínica)

DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS

TRATAMENTO
OBJETIVO:
Profilaxia primária- Erradicar o EBGA
• Suprimir o processo inflamatório.
•Profilaxia secundária: evitar recorrência

CONTROLE DA TEMPERATURA • 1ª opção: Paracetamol


• 2ª opção: Dipirona REPOUSO ABSOLUTO NO LEITO
• Não recomendado uso de AINES até se confirmar o diagnóstico. • Sem evidências de benefícios.
• Não há mais recomendação de repouso absoluto.
HOSPITALIZAÇÃO EM CASOS: • Repouso relativo de 2 semanas em casos leves
• Cardite moderada ou grave, • Repouso relativo de 4 semanas em cardites moderada-grave.
• Artrite incapacitante
• Coreia grave TRATAMENTO ESPECÍFICOS
ARTRITE
COREIA: • AINES:AAS E NAPROXENO
• Leve e moderada: Repouso em ambiente calmo. • Sintomas desaparecem nas primeiras 24-48h.
• Grave: Hospitalização, haldol, ac. valproico ou carbamazepina.
MENSAGENS FINAIS
• IDENTIFICAR E TRATAR ADEQUADAMENTE O QUADRO DE FARINGOAMIGDALITE ESTREPTOCOCICA.
• ADESÃO À PROFILAXIA SECUNDÁRIA

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