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PRETTY FOOD
1. INTRODUÇÃO
Ministério da Agricultura:
É responsável pelo controle dos animais vivos, lavouras, produtos de origem
animal, bebidas, dentre outros.
Ministério da saúde:
É responsável pelo controle de conservas, produtos vegetais industrializados,
serviços de alimentação e comércio de alimentos.
Além disso, a responsabilidade sobre o controle dos alimentos está dividida em
três esferas: federal, estadual e municipal.
Esfera federal:
Temos a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), que cria regulamentos,
controla e fiscaliza os produtos e serviços que envolvem risco a saúde.
Esfera estadual:
Cada estado pode criar sua legislação própria, desde que não seja contrária à
legislação federal. As vigilâncias estaduais também têm o dever de orientar e fiscalizar
os serviços de saúde, incluindo os de alimentação.
Esfera municipal:
A Lei Orgânica dos Municípios impõe que cada um controle e fiscalize o comércio
de alimentos quando houver recursos necessários. Cada município também pode criar
suas legislações ou regulamentar legislações federais ou estaduais.
Podem ainda planejar e desenvolver projetos, programas e ações de orientação,
educação, intervenção e fiscalização pertinentes aos alimentos.
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2. AS BOAS PRÁTICAS
Boas práticas, de forma sucinta, quer dizer técnicas identificadas como as
melhores para se realizar uma tarefa. Em outras palavras, quando se trata de produção
de alimentos, é algo que assegura a qualidade do produto.
Você como empreendedor de alimentos, consultor ou alguém interessado sobre
este assunto, deve imaginar a importância de assegurar que um alimento produzido
chegue ao consumidor da melhor maneira possível. Não só proporcionar uma
experiência sensorial interessante para ele, ter uma ótima aparência, sabor, cheiro e
textura agradáveis, mas é imprescindível vender um produto de qualidade no sentido
de não causar nenhum mal estar e intoxicação para quem consumir. Pois, um problema
desses pode trazer consequências muito sérias para a empresa, elevadas multas,
interdição do estabelecimento e até a prisão do responsável.
Se fizermos uma busca na internet sobre casos de contaminação podemos
perceber que um simples deslize na higiene da produção pode alcançar altos níveis de
intoxicação alimentar.
Para ter um controle a nível nacional e organizar informações que se entende
como importantes para termos alimentos produzidos de forma segura, a ANVISA
elaborou uma legislação para este tema. Atualmente temos a resolução RDC 216 de
2004 que estabelece as boas práticas de manipulação e devem ser adotadas por todos
os serviços de alimentação. Esta é a primeira legislação específica para os serviços de
alimentação e, desde então, não houve alterações significativas no conteúdo.
3. A RDC 216
A sigla RDC significa Resolução da Diretoria Colegiada e a RDC 216, por sua vez, é
uma série de normas regulamentares cujo objetivo é atribuir responsabilidades a
empresas e profissionais a fim de garantir as Boas Práticas mantendo os padrões de
qualidade dos produtos e serviços. Assim, todos que trabalham com os serviços de
alimentação devem estar atentos a ela, e isso não é algo opcional e sim obrigatório.
Com o programa de Boas Práticas o estabelecimento passa a utilizar rotinas de
inspeção, registros e controle documentados. Assim tudo fica mais organizado,
sistematizado e é possível controlar todas as principais fontes e possibilidade de
contaminação dos alimentos, seja de qualquer origem, microbiológica, física ou química.
No site da ANVISA você pode encontrar as legislações federais para o segmento
de alimentação, mas como já explicado acima, os Estados e municípios podem ter
também suas legislações específicas, por isso é importante que você pesquise sobre a
sua localidade se existem legislações aplicáveis na sua região.
Leia a RDC 216/04 na íntegra:
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http://portal.anvisa.gov.br/documents/10181/2718376/RDC_216_2004_COMP.
pdf/66f5716e-596c-4b9d-b759-72ce49e34da0
Primeira parte: refere-se ao seu ALCANCE, é onde estão incluídos seu objetivo e
o âmbito de aplicação:
Objetivo: Estabelecer procedimentos de Boas Práticas para serviços de
alimentação a fim de garantir as condições higiênico sanitárias do alimento preparado.
Âmbito de Aplicação: Aplica-se aos serviços de alimentação que realizam algumas
das seguintes atividades: manipulação, preparação, fracionamento, armazenamento,
distribuição, transporte, exposição à venda e entrega de alimentos preparados ao
consumo, tais como cantinas, bufês, comissarias, confeitarias, cozinhas industriais,
cozinhas institucionais, delicatéssens, lanchonetes, padarias, pastelarias, restaurantes,
rotisserias e congêneres. As comissarias instaladas em Portos, Aeroportos, Fronteiras e
Terminais Alfandegados devem, ainda, obedecer aos regulamentos técnicos específicos.
Estão excluídos desta Resolução os lactários, as unidades de terapia de nutrição
enteral (TNE), os bancos de leite humano.
E desde 2014 com a publicação da RDC 52 os serviços de alimentação em
estabelecimentos de saúde também devem seguir as exigência da RDC 216.
Segunda parte: diz a respeito das DEFINIÇÔES, onde todos os termos usados no
decorrer da legislação, que podem gerar dúvidas em seu significado são definidos para
consulta. Segue alguns exemplos:
Alimentos preparados: são alimentos manipulados e preparados em serviços de
alimentação, expostos à venda embalados ou não.
Higienização: operação que compreende duas etapas, a limpeza e a desinfecção.
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3- CONTROLE INTEGRADO DE VETORES E PRAGAS URBANAS
4- ABASTECIMENTO DE ÁGUA
5- MANEJO DOS RESÍDUOS
6- MANIPULADORES
7- MATÉRIAS-PRIMAS, INGREDIENTES E EMBALAGENS
8- PREPARAÇÃO DO ALIMENTO
9- ARMAZENAMENTO E TRANSPORTE DO ALIMENTO PREPARADO
10- EXPOSIÇÃO AO CONSUMO DO ALIMENTO PREPARADO
11- DOCUMENTAÇÃO E REGISTRO
12- RESPONSABILIDADE
Cada uma destas especificações deve ser descrita detalhadamente em um
documento chamado Manual de Boas Práticas, com todas as exigências para cada setor,
cada preparo, para que desta forma o estabelecimento possa implantar as Boas Práticas
na rotina diária do estabelecimento.
É importante saber que há outras legislações que podem ser pertinentes para o
seu negócio, dependendo do seu objetivo e localidade. A seguir estão algumas que
podem ser úteis para o seu estudo:
Regulamento técnico sobre boas práticas do Estado de São Paulo
(Portaria CVS 5 de 9 de abril de 2013)
Lei que regulamenta as boas práticas para estabelecimentos comerciais de
alimentos e para serviços de alimentação, bem como o roteiro de inspeção. Para saber
mais, acesse o conteúdo:
http://www.cvs.saude.sp.gov.br/up/PORTARIA%20CVS-5_090413.pdf
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4. PERIGOS NOS ALIMENTOS
Os alimentos além de serem importantes para a saúde também podem ser
perigosos e o perigo existe pelo fato de que ele pode estar contaminado, contendo
elementos estranhos à sua natureza e composição. Isso o torna um alimento inseguro
para consumo, causando transtornos a saúde de quem o consumir.
As doenças veiculadas por alimentos (DVAs ou DTAs) são todas as ocorrências
clínicas decorrentes da ingestão de alimentos que possam ter sido contaminados com
microrganismos patogênicos, objetos que causem lesão, substâncias químicas ou
contenham em sua composição elementos naturalmente tóxicos. Os agentes
causadores de DVAs são chamados de perigos.
Conhecer os perigos e suas principais características ajudará você a entender a
necessidade e a importância de realizar os procedimentos de boas práticas durante a
manipulação dos alimentos.
Os perigos são classificados como físicos, químicos e biológicos.
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4.2. Perigos químicos
Os perigos de origem química podem ser trazidos pelos alimentos de origem
animal, resíduos de detergentes ou outros produtos químicos impregnados nos
utensílios de cozinha e vernizes tóxicos em recipientes.
Os perigos químicos são causados pelo excesso de substâncias químicas tóxicas
nas lavouras, nos rios, resíduos de produtos de limpeza em contato direto com os
alimentos, detergentes, perfumes, drogas de uso veterinários, aditivos alimentares
acima do limite permitido e até mesmo por substâncias naturalmente presentes em
alguns alimentos como as micotoxinas e o cianeto da mandioca brava.
Geralmente esses perigos ocorrem por falta de conhecimento e
irresponsabilidade dos manipuladores de alimentos. Dependendo da quantidade e do
produto ingerido pode haver reações agudas no organismo ou reações crônicas, com
efeitos bastante indesejáveis como câncer, por exemplo.
Para prevenir esses perigos deve-se:
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Podemos dividi-los em três grupos:
Temperatura:
Tempo:
A temperatura e o tempo estão relacionados e em condições favoráveis (água, ar
e alimento), as bactérias podem apresentar um tempo de geração de 20 minutos, as
leveduras de 30 minutos a 3 horas e os bolores costumam levar mais tempo.
Para não colaborarmos com essa proliferação devemos evitar deixar os alimentos
na faixa perigosa de temperatura (acima de 10ºC ou abaixo de 60ºC).
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Água:
Os microrganismos precisam de água “livre” no alimento para sobreviver mas as
moléculas de água se tornam indisponíveis para eles quando ligadas a outras moléculas
como as de sal e açúcar, por exemplo.
Dentre os microrganismos citados isso é variável sendo que as bactérias são as
mais exigentes quanto a presença de água. Algumas medidas importantes são: manter
os alimentos sempre bem tampados para que não absorvam água do ambiente e
quando for usar ingredientes secos adicionar os líquidos somente no momento do uso,
se possível.
Oxigênio:
Há espécies que precisam do oxigênio para se desenvolver, como os bolores, as
leveduras oxidativas e algumas bactérias (ex. Staphylococcus sp. E Bacillus). A esse grupo
damos o nome de aeróbios. E há outras que só crescem na ausência de oxigênio, que
são chamadas de anaeróbias (ex. Clostridium).
As espécies que crescem tanto na ausência quanto na presença de oxigênio
classificamos de facultativas (ex. leveduras fermentativas).
Acidez:
A acidez ou a alcalinidade de um alimento é medida por meio de seu pH, que pode
variar de 0 a 14. O valor 7 corresponde a neutralidade, abaixo dele a acidez e acima, a
alcalinidade.
O pH tem bastante influência no crescimento dos microrganismos pois pode inibir
ou favorecer a proliferação de certos tipos. Em pH ácido, por exemplo, pode haver o
predomínio de leveduras e bolores e em pH neutro, as bactérias.
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Microrganismo Fonte Principais Sintomas Fatores que
alimentos contribuem
envolvidos para a
ocorrência de
surtos
Staphylococcus Nariz, pele e Presunto, Vômitos e Refrigeração
aureus lesões em produtos de náuseas, raras deficiente;
seres carne de diarreias. manipuladores
humanos e bovinos e PI*: 1 a 8 horas, que tocam
animais aves, tortas média de 2 a 4 alimentos
infectados. recheadas horas. prontos para
com creme, consumo;
produtos →Intoxicação preparo de
lácteos alimentos com
mistura de muita
alimentos. antecedência;
manipuladores
com infecções
purulentas;
manutenção de
alimentos com
temperatura
elevada.
Bacillus cereus Solo (terra e Arroz cozido B. cereus Armazenamento
água), ou frito, feijão emético: de produtos
poeiras. cozido, Predominância de cozidos em
preparações vômitos e temperatura
com farinha náuseas, raras elevada; preparo
ou amido, diarreias. Sem de grandes
sopa de febre. massas
vegetais e PI: 30 minutos a 5 alimentícias;
massas, arroz- horas. preparo de
doce, canjica e alimentos com
cremes de →Intoxicação muita
doces. antecedência;
B cereus clássico: reaquecimento
predominando inadequado.
diarreias e
náuseas, raros
vômitos. Sem
febre.
PI: 8 a 16 horas;
médias de 12
horas.
→Toxinfecção
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PI: 8 a 22 horas; elevada; preparo
média de 10 a 12 de grandes
horas. massas
→Toxinfecção alimentícias;
preparo de
alimentos com
muita
antecedência;
reaquecimento
inadequado.
Clostridium Solo (terra e Conservas Náuseas, visão Elaboração
botullinum água), caseiras pouco dupla, vertigens, inadequada de
intestino de ácidas; dificuldade de alimentos
animais, pescados, deglutir e falar, enlatados e
poeiras. carnes e paralisia conservas;
vegetais em respiratória e fermentações
conserva. morte. Sem febre. não controladas.
PI: 2 horas a 8
dias; média de 18
a 36 horas.
→Intoxicação
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contaminada, PI: 12 a 72 horas. carne e leite
carnes, leite provenientes de
não →Infecção fontes não
pasteurizado. seguras; limpeza
Cepas e desinfecção
enterotoxigênicas inadequadas de
: cólicas intensas, equipamentos e
diarreia aquosa utensílios;
sem muco e armazenamento
sangue, de alimentos em
prostração, temperatura
desidratação, elevada;
febre leve. cozimento e
PI: 12 a 72 horas. reaquecimento
inadequados;
→Toxinfecção preparo de
alimentos com
Cepas muita
enterohemorrágic antecedência.
as: diarreia
sanguinolenta,
cólicas intensas,
sangue na urina.
Sequela:
síndrome
hemolítico-
urêmica.
PI: 1 a 10 dias;
média de 2 a 5
dias.
→Infecção
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Fungos
Assim como as bactérias, os fungos podem ser encontrados no nosso corpo e
podem ter um papel de intoxicação.
O meio ideal para os fungos se multiplicarem são alimentos frescos e que tenham
quantidades maiores de açúcar, como as frutas e doces em geral.
Os fungos são divididos em bolores e leveduras, possuem vida própria e podem
ser cultivados por meio de culturas. Veja a seguir a diferença entra cada grupo e onde
encontrá-los.
Bolores
São popularmente conhecidos como mofos, estão amplamente distribuídos na
natureza e são facilmente encontrados no solo, em superfícies de vegetais, nos animais,
na água e no ar.
Os bolores se fixam no alimento através de micélios e se desenvolvem bem nos
vegetais, provocando doenças nos frutos, produzindo micotoxinas e alterando a cor e o
aspecto dos alimentos. Esse emboloramento é responsável por causar doenças no ser
humano.
Leveduras
As leveduras também são conhecidas como fermentos e estão bem distribuídas
na natureza (água, ar, solo, plantas e animais).
São encontradas em maior quantidade em frutas e hortaliças. Normalmente estão
ligadas à deterioração de vários tipos de alimentos, como laticínios, bebidas alcoólicas,
refrigerantes e mel.
Algumas leveduras são úteis na alimentação humana, como é o caso da
Saccharomyces cerevisiae, que é empregada na fabricação de pães, cerveja, vinho e
outras bebidas alcoólicas.
Embora algumas espécies causem doenças no homem, não existem relatos de
doenças causadas por elas quando veiculadas por alimentos.
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É possível encontrá-los no intestino humano e a transmissão pode ocorrer via
fezes, água contaminada ou alimentos que tiveram contato com alguma pessoa ou
animal infectado.
De modo geral, a higiene pessoal do manipulador, do ambiente e das superfícies
dos alimentos são as medidas mais comuns de prevenção à contaminação por vírus.
Para preveni-los deve-se:
5. CONTAMINAÇÃO CRUZADA
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outros cuidados, há uma forma muito comum de contaminar o alimento a qualquer
momento que é através da contaminação cruzada.
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Ter o hábito de limpar e sanitizar as superfícies após manipular alimentos
crus.
Utilizar panos de limpeza descartáveis nos equipamentos e utensílios.
Manuseio de alimentos
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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASSIS, Luana. Alimentos seguros: ferramentas para gestão e controle da produção
e distribuição. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2011.
BOAS PRÁTICAS nos serviços de alimentação. Sebrae, 2021. Disponível em: <
https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae >. Acesso em 10 mar. 2021.
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