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AULA 1 – INTRODUÇÃO À

QUALIDADE E À
COMPETITIVIDADE

• Compreender a evolução e os conceitos que norteiam o tema.


CONTEXTUALIZANDO A APRENDIZAGEM
Nesta Disciplina, você verá como se concebeu a evolução da qualidade, ao longo dos anos; e,
que, por meio de informações, as quais possibilitarão o desenvolvimento, com excelência, em
sua área e/ou atividade laboral.

Você já parou para pensar quem é o “Pai da Qualidade”? Percorreremos, também, pelo
caminho sobre os conceitos que embasam nossas ações; e, a forma de realizar as atividades;
bem como possibilitar questionamentos; e, com isso, encontrar novas maneiras de propor o
trabalho; e, assim, melhorá-lo.

Mapa mental panorâmico


Para contextualizar e ajudá-lo(a) a obter uma visão panorâmica dos conteúdos que você estudará na Aula 1, bem como entender a inter-
relação entre eles, é importante que se atente para o Mapa Mental, apresentado a seguir:

1 INTRODUÇÃO À QUALIDADE E À COMPETITIVIDADE

1.1 O DESENVOLVIMENTO DA QUALIDADE, AO LONGO DOS ANOS

1.2 CONCEITO DE QUALIDADE

1.3 CONCEITO DE COMPETITIVIDADE

1 INTRODUÇÃO À QUALIDADE E À COMPETITIVIDADE

1.1 O DESENVOLVIMENTO DA QUALIDADE, AO LONGO DOS ANOS


Ao longo do tempo, a “qualidade” tem se modificado para atender às expectativas, necessidades e exigências das pessoas. Essas
situações indicaram novas propostas; e, várias pessoas se propuseram a pensar e a escrever sobre o assunto; sugerindo novas maneiras
de tratar o tema; e, assim, atender às exigências do mercado.

No século XIX, apenas gestores e supervisores realizavam algum tipo de controle dos processos. Além disso, esse simples monitoramento
era realizado, apenas, em algumas empresas; e, a maioria delas eram indústrias. Os primeiros sinais, vagamente, apresentados, na
história, com relação à qualidade vieram alguns anos depois.

Imagine, Aluno(a), que os produtos não eram tratados com tantos cuidados e comumente eram lançados ao mercado, oferecendo
ao cliente, junto com o produto, um kit de manutenção! Perceberam? Aí, surgiram as primeiras exigências dos clientes; e, com esse kit,
os próprios clientes consertavam os defeitos que os produtos apresentavam; mesmo que fossem defeitos de fabricação.

Após isso, surgiu a opção para os consumidores e clientes terem o auxílio de empresas técnicas para o conserto do produto; ou seja,
representavam as empresas de assistência técnica; as quais conhecemos, atualmente.

No início do século XX, com o advento do modelo taylorista e de algumas técnicas possibilitaram que uma escala maior de pessoas,
especificamente, as de baixa renda, tivessem acesso a esses produtos e condições de possuí-los; o que, antes, eram, exclusivamente,
daquelas que faziam parte de uma classe econômica superior. A linha de montagem, introduzida por Ford, foi fundamental para que
produtos, antes, com alto custo de produção, pudessem ser desenvolvidos por pessoas não habilitadas; resultando em produtos,
altamente, técnicos a custos bem inferiores aos antes praticados.
Esse modelo taylorista foi um marco, não somente para a
Gestão da Qualidade, mas para toda a Administração de
maneira geral. O modelo taylorista e todos os outros modelos e
teorias que marcaram a Administração, é evidenciado em
Teoria Geral da Administração.

O Inspetor passou a figurar nas indústrias, com a responsabilidade de separar, durante o processo, produtos conformes dos não
conformes; cabendo ao Setor de Fabricação, a responsabilidade exclusiva da qualidade. Esse método, utilizado nos EUA, chegou até
a Europa; e, a partir daí, começou a existir um limite aceitável de 1% de produtos defeituosos.

Suponha um aparelho (máquina), composto de 50 peças,


considerando que, em cada um dos componentes, tenha a
probabilidade de 1% de estar com defeito. A probabilidade de
ter a máquina funcionando bem, sem defeitos é: (1 – 0,01)50 =
0,60 (60%). Quarenta dessas máquinas poderão ter panes, em
100 fabricadas! A única maneira de sair dessa lógica do
fracasso é objetivar o defeito zero.

Figura 1 – Controle Estatístico dos Processos

Fonte: Disponível em Créditos

Em 1924, Walter Shewhart, engenheiro do Departamento de Controle de Qualidade da empresa americana Western Eletric, foi o
precursor na identificação da causa de variações, nos processos de produção. Criou gráficos, capazes de controlar, estatisticamente,
os processos. Esse avanço propõe uma postura de prevenção, monitoramento e controle; saindo de uma posição de, simplesmente,
corrigir, posteriormente, as não conformidades. Propõe também o ciclo PDCA (Plan – planejar / Do – executar / Check – checar / Act –
agir) e o conceito de melhoria contínua, que posteriormente foi disseminado, mundialmente, por Deming.

Deming, realizando visitas a empresas, chegou à conclusão de que a inspeção, para identificar possíveis falhas, só acontecia ao final
do processo; e, na sua percepção, essa ação deveria ser preventiva; e, não corretiva, como estava acontecendo. Assim, a empresa
poderia reduzir seus custos no processo. Logo, Shewhart e Deming se conheceram; e, Deming, nos anos de 30 e 40, dedicou-se a
melhorar, aperfeiçoar e aplicar suas ideias. Assim difundiu os trabalhos, com Shewhart; cujo principal objetivo era deixar um
comportamento de simples inspeção e partir para a prevenção; garantindo a qualidade.

Assim, a Prevenção toma o lugar da Inspeção.

Deming, ainda, concretizou uma das bases mais sólidas, no que tange à qualidade – o ciclo PDCA, ou, ciclo Deming. Abaixo, segue a
Figura 2, com o esboço desse Método.

Figura 2 - Ciclo PDCA

Fonte: Disponível em Créditos

O ciclo Planejamento, Execução, Verificação e Ação (PDCA)


será trabalhado e explicitado mais adiante; especificamente,
na Aula 2. Assim, não tomaremos, nesse momento, espaço
para tal.

No Japão, após o período do pós-guerra, a necessidade de reconstrução bateu à porta do país; uma vez que a sua reputação era de
que seus produtos eram de péssima qualidade. Para que as empresas pudessem ser competitivas, no mercado global, necessitam
oferecer produtos que pudessem competir no mercado; assim, a qualidade era primordial, nos processos produtivos e de serviço.
O conceito Qualidade foi, incontestavelmente, difundido e
empregado; utilizando-se de técnicas, estatísticas, como a
Inspeção por Amostragem e Gráficos de Controle.

Deming e Juran foram acolhidos pelo Japão; e, encarregados de desenvolver e implantar atividades, voltadas ao controle de
qualidade. Juran conseguiu implantar e utilizar o controle de qualidade, como ferramenta administrativa; o que sinalizou o início da
mudança do controle estatístico da qualidade para a qualidade total; conforme trabalhado, atualmente, envolvendo todas as esferas
da Organização.

A base para tais mudanças foram os conceitos americanos e ingleses; os quais foram desenvolvidos e tornaram-se o Método Japonês,
para o controle da qualidade. Deming, por sua vez, conseguiu, no final da década de 40, disseminar suas ideias a empresários,
engenheiros e técnicos japoneses. Todos esses acontecimentos fizeram com que o método ganhasse, cada vez mais, credibilidade.

Adaptado para a realidade ocidental, o Método Japonês foi evoluindo e ganhando corpo; e, com o passar dos anos, originou-se no
Controle de Qualidade Total, no estilo japonês; que, baseado em Ishikawa, é um sistema gerencial que conta com a participação de
todos os setores e pessoas envolvidas com a empresa.

A responsabilidade de cada componente da empresa, incluindo, principalmente, a alta direção, é fator crucial para esse Método;
que, com tais mudanças, transforma o comportamento, antes defensivo no tato com a qualidade, passando a ter uma estratégia
ofensiva.

No começo da Aula, perguntamos para você, quem foi o “Pai da Qualidade”, lembra? Pois bem! Na década de 50, Juran,
considerado o “Pai da Qualidade”, advoga que a administração da qualidade deveria adequar a produção, na “quantidade certa”;
e, aborda a motivação e a participação de todos os trabalhadores, no que tange à qualidade. Instituiu que qualidade é feita de
Planejamento, Controle e Melhoria.

Em 1951, Armand Vallin Feigenbaum lança o livro Controle da Qualidade Total; e, defende que um sistema de qualidade total requer
implementação total, nos procedimentos de toda empresa; vai além da atuação do Setor de Gestão da Qualidade. É um trabalho de
todos, na Organização; e, que não é possível fabricar produtos de alta qualidade se a área de produção trabalha isolada. Philip
Crosby, na década de 60, foi o responsável por desenvolver o Programa “Zero Defeito”; e, relata que os processos devem propor
soluções a clientes, funcionários, fornecedores e demais interessados, dentro da Organização.

De fato, a mudança só acontece, uma vez que a alta


administração tenha consciência de sua responsabilidade no
processo de qualidade. Essa questão é fundamental para que
ocorra o processo de mudança.

É importante salientar que terceirizar tal responsabilidade não é aconselhável. A qualidade deve ir além de, simplesmente, satisfazer às
ansiedades de clientes; ela deve, também, encantar e seduzi-lo; oferecendo-lhe oportunidade de ser ouvido; flexibilidade, preços
baixos; e, além de tudo, produtos e serviços atuais. Assim, a empresa deve atentar-se, também, ao acompanhamento constante do
mercado; buscando, a cada dia, obter qualidade e ser mais competitiva. Tais conceitos – qualidade e competitividade – veremos nas
páginas seguintes.

1.2 CONCEITO DE QUALIDADE

Nesta Seção, trataremos dos conceitos mais importantes da “qualidade”. Essa visão proporcionará a você condições de visualizar, com
mais amplitude, os conceitos de qualidade; e, assim, facilitar a compreensão dos demais temas, que serão tratados nas próximas Aulas.

Conforme acompanhamos, o termo qualidade sofreu mutações, ao longo do tempo; assim, como tudo, em seu entorno, com o
objetivo de atender às expectativas e necessidades do mercado. Mercado, este, que continua e continuará sempre, não, somente,
em processo de mudanças; mas, em processo de mudanças rápidas, onde as Organizações têm sofrido e estado em constante
ameaça de sobrevivência.
A disseminação da informação, também, aumenta as exigências dos clientes; e, consequentemente, os níveis de qualidade, em
relação a produtos e serviços. Satisfazer clientes, internos e externos, é tarefa difícil para as empresas; as quais, constantemente
precisam rever seus processos produtivos, na busca pela sobrevivência.

Muitas questões colocam em cheque a permanência das empresas, no mercado, tais como:
• Globalização.

• Evolução e mudanças em Tecnologia.

• Preços baixos, cada vez mais, fundamentais para manter a competitividade.

• Máquinas e equipamentos sempre atualizados.

• Governo, ainda, impondo Legislações e burocracias, que, em muitos casos, dificultam a vida das empresas.

Tudo isso tem deixado várias empresas em sobreaviso, com relação à sua permanência no mercado. Para se manterem competitivas,
são obrigadas a atender às necessidades dos consumidores; garantindo-lhes ao que se propõem a fazer - produtos e/ou serviços.

Nesse cenário, onde entra o conceito Qualidade?

Justamente, por questões como as tratadas nos dois parágrafos anteriores, é que as empresas buscam desenvolver mecanismos que
permitam fortalecer e agilizar o negócio; e, assim, garantir a sobrevivência no mercado. A utilização do Controle de Qualidade Total
(TQC), como abordagem gerencial, surgiu, justamente, para possibilitar as condições de sobrevivência das empresas. Antes de
entrarmos, diretamente, no TQC, iremos, primeiramente, abordar o conceito de Qualidade; assim, teremos melhores condições de
analisar e avaliar tal Método.

Pensemos na seguinte questão! Qual o motivo dos seres humanos abrirem escolas, hospitais, clubes e empresas, de uma forma geral?

Partindo da concepção de que estamos no planeta Terra; e, que, nesse entorno, existem várias situações e seres em busca de
sobrevivência. Por esse raciocínio, podemos propor que o grande objetivo da abertura de várias empresas, diversificadas, dentre as
mais variadas atividades, sejam, justamente, para atender às necessidades do ser humano, na busca pela sobrevivência na Terra.

Nesse sentido, podemos definir, com mais facilidade, o que vem a ser o conceito de Qualidade. Baseado no raciocínio elaborado,
Qualidade é um produto ou serviço que atende, perfeitamente, aos requisitos, com confiabilidade, acessibilidade, segurança; e, no
tempo certo, às necessidades do cliente.

Existem outras premissas que advogam a respeito do conceito de Qualidade, como sendo: condição necessária de aptidão para o fim
a que se destina; adequação ao uso; grau de ajuste de um produto à demanda que pretende satisfazer; estar em conformidade com
as especificações; receber um produto que compense o valor pago; capacidade de entregar aquilo que se espera, dentre outros.

A grande quantidade de conceitos se dá pelas várias concepções que cada indivíduo possui sobre o assunto.

A qualidade para Deming (1990), começa com a intenção, que é determinada pelos dirigentes, com vistas a alcançar os
públicos interno e externo, tanto os atuais quanto os futuros. Qualidade também é poder ser a forma de conjugar valores
que possam sustentar conceitos criativos em cada etapa do procedimento humano na organização. Juran (1992)
classifica a qualidade como a adequação ao uso. Isto quer dizer que a organização terá que adequar sua estrutura às
necessidades de mercado. Obviamente, são definições que expressam o desejo de demonstrar, de forma simples e
objetiva, uma formulação teórica que seja capaz de retratar a importância da qualidade para as organizações. Juran
(1989) ainda sustenta que a qualidade é uma revolução contínua. Para seu êxito, deve ser encarada como um processo
bem gerenciado. Esse gerenciamento da qualidade é dividido em três processos gerenciais básicos conhecidos como
Trilogia de Juran: planejamento da qualidade, controle de qualidade e melhoramento da qualidade.

O homem é elemento-chave; sem a sua sabedoria e competência nada acontecerá. Entretanto, o seu trabalho isolado
torna-se inútil. Para que haja constância nos esforços, é preciso que o trabalho seja executado em equipe e
conhecimento (Deming, 1990. apud Renesto & Ramos, 2004, p. 3)

Portanto, Qualidade não é, apenas, a falta de defeito. Deve-se atentar para o verdadeiro critério da Qualidade: a preferência do
cliente. Ele que irá dizer e demonstrar, por meio da preferência, a opção ou não por tal produto; e, esses indicativos irão traduzir sua
fatia no mercado; e, consequentemente, a sobrevivência da empresa, em meio aos concorrentes.

A Qualidade jamais deve ser analisada, apenas, sob o aspecto de controle; e, sim, no amplo contexto de gestão; onde a influência de
costumes e hábitos (cultura) são aspectos determinantes e direcionadores dos processos produtivos eficientes; bem como, a
competitividade de uma Organização.
A temática “Qualidade” permite que dois ou mais produtos,
que possuem qualidade, sejam destinados para o mesmo uso
geral; embora pertençam a categorias diferentes. Por
exemplo: um automóvel Gol, um Corolla e um Camaro: os três
carros possuem o requisito básico para o cliente – transportá-lo.
Porém, são de classes diferentes, pois foram fabricados para
públicos de diferentes necessidades; quando se trata de
automóvel (segurança, desempenho, exibição, conforto,
transporte). Assim, produtos de categorias diferentes,
geralmente, possuem preços diferenciados; que seguem a
proporção de sua classe.

Podemos ter duas vertentes significativas, em se tratando de Qualidade, são elas: Gestão e Atributo-individual. Na Gestão, a Qualidade
busca transpor aos clientes produtos e serviços materializados de condições, minimamente; e que, atendem aos requisitos básicos; e,
em muitas situações, até ultrapassem as expectativas dos clientes, no atendimento de suas necessidades e desejos. Para que essa
situação aconteça, a empresa deve possuir maneiras particulares de atuação; quando a Gestão da Qualidade percorra por todos os
processos internos; buscando satisfazer a todos os seus públicos; sejam eles, internos ou externos. A vertente Atributo-individual define os
produtos e serviços, os quais possuem suas particularidades; e, estas, podem ser consideradas, também, tanto para o público interno
como externo.

É importante salientar que os cuidados, relacionados à


Qualidade não aborda, somente, o público externo. Deve
considerar a condição da Qualidade interna; assim, o
ambiente proporcionará melhores condições de
desenvolvimento e satisfação dos clientes internos; o que
refletirá na cadeia produtiva; proporcionando melhores
resultados.

Outro termo muito utilizado, nos dias de hoje, em se tratando de Qualidade, é a Qualidade Total. Esta tem como característica atribuir
uma nova ênfase às atividades habituais da Organização. É um processo cujo objetivo é o aperfeiçoamento continuo da
Organização; e, sobrepõe a necessidade de fazer constantes avaliações daquilo que está sendo realizado.

Essas avaliações devem estar focadas em dois casos. No primeiro caso, na produção do produto, acompanhando o modelo de
implementação da qualidade; e, verificando a forma com que as situações ocorrem e são alteradas, dentro da proposta do
Programa. No segundo ponto, indicando os resultados finais obtidos. Todo esforço e estudo está dentro de tudo aquilo que foi,
efetivamente, implantado.

A Qualidade é, portanto, de suma importância para a manutenção da empresa, no mercado; e, também, uma das vertentes
essenciais para que esta consiga maior fatia no mercado. Assim, para conseguirem ser competitivas, as empresas precisam trabalhar,
de forma primorosa, a Qualidade. Na próxima seção, trataremos dos conceitos de Competitividade.

1.3 CONCEITO DE COMPETITIVIDADE


Uma das principais buscas dos profissionais que dirigem as empresas são por uma maior fatia no mercado, onde estão inseridas. Assim,
as Organizações almejam atividades; nas quais elas terão maiores possibilidades de aumentarem esse escopo competitivo. Assim,
como na guerra, quando a estratégia é tomar posse do território inimigo e aumentar o território dominado.

A Vantagem Competitiva é fundamental para manter a empresa, no futuro. Assim, podemos definir que a Vantagem Competitiva é a
busca por propriedades específicas e combinações individuais de produtos e mercados que ofereçam à Organização uma posição
considerável, frente aos concorrentes. Podemos, ainda, conceituar que Vantagem Competitiva seja uma rentabilidade, sustentada em
relação às demais empresas concorrentes; haja vista que o lucro, também, pode ser obtido por empresas que lutam por um espaço
maior no mercado. Outra concepção sobre Vantagem Competitiva pode ser a implementação de criação de valor; ou seja, quando
seus concorrentes não têm a capacidade de copiar ou transpor, simultaneamente, em suas empresas, aquilo que se obtém como
vantagem.

Podemos salientar algumas expressões que se destacam, nos conceitos acima; são elas:

a) Posição superior perante o concorrente.

b) Rentabilidade, sustentada em relação ao concorrente.

c) Criação de valor, que os concorrentes não conseguem copiar.


Fernandes (2014, p. 28), em sua pesquisa, discorre que “a Vantagem Competitiva de uma empresa se verifica, quando a empresa, na
luta pela sobrevivência, utiliza-se de estratégias para se diferenciar das outras existentes no mercado.”

Uma das grandes questões, das Organizações, hoje, é fazer com que seus recursos e competências obtenham vantagem competitiva
sobre os demais; buscando, intensamente, a condição de responder às exigências do mercado. Uma das saídas é a capacidade de
inovar e a adaptação aos novos padrões. Vantagem Competitiva está, estritamente, relacionada à estratégia, rentabilidade e criação
de valor. Para tanto, afirma-se que o resultado da empresa, medido pela rentabilidade e por sua participação no mercado, indica a
sua Vantagem Competitiva.

Veja o que Diego Barreto, especialista em estratégia, liderança e finanças, executivo de multinacionais, mentor de startups, em
diferentes países, professor e membro do Conselho de Administração do Instituto Brasileiro de Relações com Investidores, explica sobre
a Vantagem Competitiva, expondo dois casos práticos.

https://www.youtube.com/watch?v=7FwKogLzJAc

Entre os vários conceitos sobre Competitividade, existentes na literatura, a Teoria da Competitividade trabalha com duas correntes de
pensamento:

Corrente da Organização Industrial

Relaciona Vantagem Competitiva ao resultado da empresa. Assim, a empresa que tem maior resultado, dentre as concorrentes,
obtém maior Vantagem Competitiva.

Corrente da Visão Baseada em Recursos (Resource Based View – VBR)

Defende que tem a Vantagem Competitiva, a empresa que consegue, por meio de seus fatores internos, criar valor ao cliente.

Observa-se que essas duas correntes analisam a Competitividade, sob duas óticas. Uma analisa a Competitividade, aliada ao
ambiente externo; e, a outra defende as questões relacionadas ao ambiente interno. Assim, as pesquisas sobre a Competitividade
costumam seguir uma das duas linhas; ou, integrar as duas formas de pensar.

É possível medir a Competitividade, por meio de indicadores; e, assim, entender qual a situação da empresa, diante do mercado. Uma
das possibilidades é medir o resultado econômico-financeiro; atentando-se para a rentabilidade operacional; razão entre lucro
operacional e o total de ativos. Uma outra maneira é buscar identificar qual a participação de uma determinada empresa, naquele
mercado; pois, quando a empresa ganha mercado, é sinal de que ela possui potencial competitivo.

Indústria norte americana VICTORINOX, tradicional na fabricação de canivetes, resolveu fazer uma pesquisa, com seu público; e,
descobriu algo inusitado. Quando questionados sobre quais produtos da marca conheciam, os entrevistados responderam: canivetes e
relógios. O fato era que a VICTORINOX nunca havia produzido relógios. Os gestores da empresa não souberam explicar a razão do
engano; porém, a empresa aproveitou a oportunidade e absorveu, como sugestão dos clientes, a produção de relógios;
desenvolvendo, assim, uma coleção. A sugestão resultou em sucesso de vendas e o produto se popularizou, nos Estados Unidos; onde a
cada cinco relógios vendidos, pelos menos um é VICTORINOX.
Esse é um bom exemplo de Vantagem Competitiva. A capacidade de estender e/ou aumentar a sua oferta de produtos, no mercado,
é uma estratégia; e, a Vantagem Competitiva é resultado de escolhas, realizadas pelas empresas. Quanto maior a competição, em
determinado mercado, maior a importância das estratégias, adotadas pelas empresas. Portanto, as mudanças, como: ambientais,
sociais, políticas, tecnológicas, dentre outras afetam e devem ser consideradas, no momento de abarcar determinada decisão
estratégica.

A estratégia competitiva pode assumir diferentes posições, são elas: custo, qualidade, tempo, flexibilidade, inovação, prazo,
assistência, imagem, excelência operacional, relação com o cliente, dentre outras. Tantas variações influenciam e estão, diretamente,
ligadas ao comportamento da empresa. Essas variações podem alterar a forma de medir a Vantagem Competitiva. Assim, as
possibilidades, vistas anteriormente, são, sim, utilizadas; mas, dependendo da opção da empresa, tais possibilidades podem sofrer
variações. O importante é que a empresa busque estratégias que sejam divergentes aos padrões, adotados no mercado; e, os
indicadores reflitam tal realidade.

A Qualidade é, portanto, de suma importância para a


manutenção da empresa; no mercado; e, também, uma das
vertentes essenciais para que esta consiga uma maior fatia no
mercado. Assim, para conseguirem ser competitivas, as
empresas precisam trabalhar, de forma primorosa, a
Qualidade.

Assim, compreende-se como a Qualidade e a Competitividade andam juntas; e, conversam entre si. Não poderia ser diferente. Para
ser competitivo, é preciso, também, da adoção de excelentes Métodos e Programas de Qualidade; bem como, uma boa Gestão. É
essencial que as empresas busquem maior competitividade para sobreviverem. A obtenção de Vantagem Competitiva é um bom
indício do desempenho organizacional; portanto, é importante promover mudanças continuas, no modelo dos negócios;
proporcionando a criação de valor para os consumidores; e, consequentemente, para que este se estenda aos acionistas, investidores
e demais stakeholders .

Durante seus estudos você conseguiu compreender o conceito de qualidade e competitividade? É possível discorrer como a
Qualidade desenvolveu ao longo do tempo e as técnicas que influenciaram-na? Caso você tenha condições de responder a essas
questões, vamos em frente! É possível afirmar que você atingiu aos objetivos da aula 1.

Caso surgiram dúvidas para responder as questões, não desespere! Aproveite o momento para reler o conteúdo da aula e para
acessar o UNIARAXÁ VIRTUAL, interagindo com seus colegas de turma, tutor(a) e professor(a) da disciplina. Lembre-se que você não
está sozinho! Conte conosco.

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RECAPITULANDO
As mudanças, sempre, ocorreram e, assim, as empresas, sempre, tiveram que adaptar-se para que não ficassem de fora do mercado.
A cada nova exigência, novas proposições eram impostas. O termo Qualidade segue uma linha de pensamento bem semelhante. À
medida que as pessoas adquirem conhecimento; e, com o passar do tempo, os hábitos e costumes sofrem mutações; novas propostas
são intituladas pelas pessoas; e, antes, o que era Qualidade, com essas novas mudanças, já não são mais.
O primeiro sinal de preocupação com a Qualidade, que tivemos, foi o lançamento de produtos, acompanhado de um kit concertos
para possíveis danos.

O primeiro profissional, voltado para a Qualidade, que as empresas tiveram, foi o Inspetor; responsável por inspecionar os produtos, já
fabricados; e, separar aqueles, com defeitos, daqueles que iriam ser comercializados. Nessa mesma época, a linha de montagem
resultou em grandes economias para as empresas; que tinham esse sistema; e, assim, com a redução de custos, vários produtos
puderam ser comercializados, entre as várias classes sociais.

Com o advento dessa produção em massa, Deming consolidou o método PDCA, para auxiliar, no gerenciamento dos produtos/das
empresas. Assim, Deming e Juran conseguiram, com seus estudos, propor métodos para a reconstrução do Japão, no pós-guerra.
Dessa forma, o país conseguiu melhorar os métodos propostos e consolidou o controle de qualidade total; nos quais, um dos pontos
principais é a participação de todos os membros da Organização, na questão da Qualidade.

Foi conceituado o termo Qualidade. Vários conceitos foram trabalhados, durante a Aula; e, um dos conceitos é que Qualidade é um
produto ou serviço que atende, perfeitamente, aos requisitos, com confiabilidade, acessibilidade, segurança; e, no tempo certo, às
necessidades dos clientes. Assim, fechamos com o conceito de Qualidade.

Vimos que a Teoria da Competitividade trabalha com duas correntes de pensamento; são elas: a que relaciona Vantagem
Competitiva ao resultado da empresa; e, a outra que advoga que a empresa consegue ser competitiva, criando valor ao cliente, por
meio de seus fatores internos.
CRÉDITOS
Figura 1 – Controle Estatístico dos Processos - Fonte Disponível em: https://www.google.com.br/search?
rlz=1C1VFKB_enBR782BR782&biw=1440&bih=758&tbm=isch&sa=1&ei=u-
GkW86rKJLywASL_YXgCQ&q=controle+estat%C3%ADstico+dos+processos&oq=controle+estat%C3%ADstico+dos+processos&gs_l=img.3..
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=xCfrpjuom66OhM:&imgrc=tOfxP7XtCkD7dM: Acesso em 21 de set. 2018.

Figura 2 - Ciclo PDCA - Fonte Disponível em: https://www.blogsegurancadotrabalho.com.br/2014/12/o-que-e-ciclo-pdca.html Acesso


em 21 de set. 2018.

REFERÊNCIAS
Campos, V. F. TQC Controle da Qualidade Total (No Estilo Japonês). 3ª edição. Belo Horizonte: Editora, QFCO, 1992.

Fernandes, B. A. O. F. Análise dos Fatores de Competitividade que Influenciaram a Migração de Valor entre as Empresas Nokia e Apple
no Período de 2007 a 2012. Dissertação de Mestrado. Universidade Municipal de São Caetano do Sul. São Caetano do Sul, S.P. 2014.

Renesto, C. L.; Ramos, P. Qualidade em Serviços. Artigo. Instituto Catarinense de Pós-Graduação. Disponível em:
http://www.fcap.adm.br/wp-content/uploads/2015/10/Qualidade-em-Servi%C3%A7os-Artigo-cient%C3%ADfico.pdf. Acessado em
15/08/2018
Stakeholders
Stakeholders: Significa uma pessoa ou grupo de pessoas interessadas nos resultados de determinado negócio; podendo ou não, ter
investido em tal negócio.

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