MS Benefício Cessado Restabelecimento

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ADVOGADO

MS - BENEFÍCIO CESSADO – RESTABELECIMENTO

EXMO. SR DR. JUIZ FEDERAL DA _ VARA FEDERAL SEÇÃO JUDICIÁRIA


EM _____________/SP

(Autor com mais de 60 anos pede prioridade,


conforme art. 71 e seguintes da lei n° 10.741/03
e arts. 1211-A a 1211- do CPC.)

___________ brasileiro, casado, professor aposentado, nascido em


28/08/1945, R.G. n° AZZMMN-C SSP/SP e CPF N° PPP.BBB.BBN-ZZ, residente e
domiciliado na Rua C. S., n° 1143, Bairro________, CEP 14.400-000, ________/SP,
vem mui respeitosamente perante Vossa Excelência, por seus advogados e procuradores
infra-assinados, impetrar o presente:

MANDADO DE SEGURANÇA COM PEDIDO LIMINAR

Em face do CHEFE DO INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL (INSS),


e como litisconsorte necessário o INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL
(INSS) podendo ser citados e intimados na Rua V. F., N° 1186, CEP 14.400-490, em
Franca/SP, ante os seguintes fatos e fundamentos abaixo explicitados, baseando-se no
artigo 5°, inciso LXIX da Constituição Federal, combinado com o disposto pela Lei n°
12.016/09 e demais dispositivos legais pertinentes à matéria.

I – DA PRIORIDADE NO ATENDIMENTO

Fundamentando-se principalmente no princípio da dignidade humana,


certas pessoas têm prioridade no andamento processual. Isso porque, para elas, havendo
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risco na demora, há também risco da justiça não cumprir o seu propósito, garantindo
que aquele que tem seu direito possa usufruí-lo ainda em vida.
Neste ínterim, a legislação e sua aplicabilidade prática permitem que o
processo, principalmente o previdenciário, seja menos moroso. Sendo assim,
inicialmente, requerer o impetrante, a prioridade na tramitação de todos os atos e
diligências em razão de sua idade, nos termos da lei n° 10.173/2001, que acrescentou os
arts. 1211, ‘A’, 1211, ‘B’ e 1211, ‘C’ do Código de processo Civil, haja vista o
impetrante possuir mais de 60 (sessenta) anos de idade.

II – BREVE SÍNTESE DOS FATOS


O requerente é aposentado por invalidez, tendo recebido o benefício
de n° 001.JKL.MNO-P, desde 01/12/1982. Tal aposentadoria foi concedida em virtude
do autor ter perdido completamente a visão, devido a um descolamento de retina.
A perda total da visão do autor foi um fato público e notório, tendo-se
em vista que, à época, ocupava o cargo de vice – prefeito da cidade de Jeriquara. O
autor também era professor universitário, dava aulas para o curso de história na UFH –
Universidade Federal de História. A cegueira tolheu a liberdade de locomoção,
independência pessoal, e capacidade para praticar quaisquer atos da vida cotidiana que
necessitem da mínima acuidade visual.
O requerente viu-se impossibilitado de ministrar as aulas, sua única
fonte de rendimentos, visto que desde então seria simplesmente impossível exercer
atividades básicas triviais exigidas de qualquer professor como corrigir provas, usar os
matérias didáticos, manter a disciplina em sala de aula. Tampouco poderia fazer a
leitura de qualquer livro, documento, artigo, estudo, fato que representa a interrupção
total da assimilação de novos conhecimentos ou a manutenção dos que já possuía,
principalmente em se tratando de Ciências Humanas e História, sua área de atuação.
A invalidez decorrente da cegueira interrompeu a carreira do autor,
qual seja de professor universitário, impedindo-o de atingir os cargos de Professor
Adjunto e professor Titular. Na época, ele era professor Assistente Doutor, cargo ao
qual ingressou através de concurso público.
Porém, o requerente não poderia mais acompanhar, com a
competência necessária, os avanços da ciência e nem continuar, sem uma grande e
especializada equipe de auxiliares, suas pesquisas históricas, pesquisas estas
indispensáveis para o prosseguimento da carreira de um professor universitário.
Sem ter como exercer sozinho e normalmente suas funções, o
requerente não teve outra alternativa a não ser requerer aposentadoria por invalidez ao
órgão previdenciário competente. Sem o benefício previdenciário e sem ter condições
de trabalhar, o autor estava sem qualquer fonte de renda, sem qualquer meio de
subsistência.
Passados quase 26 (vinte e seis) anos de sua aposentadoria, já aos 63
(sessenta e três) anos de idade, o requerente recebeu um ofício de defesa do Instituto
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Nacional do Seguro Social, ora requerido, emitido em 28 de fevereiro de 200..., ofício


n° XCX, sobre revisão de aposentadoria por invalidez com indício de retorno voluntário
ao trabalho por ter apresentado vínculo empregatício com a Prefeitura Municipal de
Jeriquara, no período de 02/2001 a 12/2004.
O requerente ofereceu resposta ao mencionado ofício, contudo ATÉ
O PRESENTE MOMENTO NÃO OBTEVE RETORNO DA AUTARQUIA
PREVIDENCIÁRIA, razão pela qual viu-se compelido a impetrar a presente medida.
Seu benefício de aposentadoria por invalidez foi bloqueado no mês de maio de 200...,
sem que o autor fosse notificado da decisão. SE HOUVE ALGUMA DECISÃO
ADMINISTRATIVA, AO MENOS O SEGURADO (ora impetrante) DEVERIA
TER SIDO INTIMADO E LHE SIDO CONCEDIDO O PRAZO PARA
RECURSO.
Em resposta ao ofício, o requerente explicou a razão de sua vinculação
com a Prefeitura Municipal de Jeriquara no período acima citado. O autor foi convidado
pela Administração Municipal daquela cidade para ocupar o cargo de Diretor do
Arquivo Histórico Municipal em virtude de seus conhecimentos sobre a história de
Jeriquara e região.
Após alguma hesitação, o impetrante aceitou o convite em vista de
que a sua função seria tão somente a de orientar, dentro de suas limitações, pesquisas de
documentos, ajudar a formar pessoal especializado na área e traçar as diretrizes da
Instituição. Para tanto, contava com o auxílio de vários funcionários que, inclusive,
ajudavam-no em sua movimentação pelas estantes e cômodos do Arquivo Histórico.
Sem a boa vontade e ajuda dessas várias pessoas, ele não teria como
assumir tal função. Destaca-se também que cargo foi fundamental para a autoestima do
requerente que há muitos anos encontrava-se triste e deprimido. Com o cargo sentiu-se
valorizado, útil, cheio de vida, porém continua cego, sem condições de exercer sua
profissão de professor.
Como mencionado alhures, o impetrante necessitaria de uma grande
equipe de pessoas especializadas para lhe auxiliar na preparação e na apresentação das
aulas universitárias. Atividades fundamentais como exposição das aulas aos alunos,
aplicação e correção de provas, acompanhamentos em pesquisas e estudos mais
aprofundados são totalmente incompatíveis com a situação física em que se encontra o
autor.
O cargo por ele ocupado na Prefeitura Municipal era um cargo
político, isto é, cargo de confiança do Prefeito Municipal da época. Sendo de confiança,
o cargo era demissível ad nutum. Não se tratava de cargo de carreira, que exigisse
assinatura de um contrato bilateral ou registro em Carteira de Trabalho.
Era um cargo de chefia, cuja nomeação dependia exclusivamente de
um de vontade do Prefeito Municipal, ato este devidamente publicado em jornal de
larga circulação designado para a publicação de atos oficiais da administração
municipal. Por conseguinte, ele poderia ser demitido a qualquer momento ou

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permanecer, no máximo, até o final do mandado do Prefeito Municipal, que foi o que
ocorreu.
Na verdade, o requerente não ocupava um emprego, o autor exercia
uma função pública cuja avaliação dependia inteiramente do Chefe do Poder
Executivo Municipal.
Não se tratou de um retorno voluntário ao trabalho, mas a sua ida para
o Arquivo Histórico resultou do atendimento a uma convocação da Prefeitura
Municipal de Jeriquara, sua cidade, a qual desejava contar com seus conhecimentos
adquiridos ao longo dos anos de pesquisas, estudos e reflexões, ainda que bruscamente
interrompidos, a fim de dar consolidação e desenvolvimento à cultura histórica do povo
e da região.
Foi uma função a ele atribuída, sem que o autor a reivindicasse. Ele a
aceitou não pensando nele mesmo, mas principalmente com o propósito de contribuir
para a cidade.
Importante ressaltar que a remuneração auferida pela função exercida,
significou mais uma ajuda de custo pelas despesas que ele teve com um acompanhante,
indispensável para sua locomoção e para exercer suas funções dentro do arquivo e para
vestuário.
Mesmo que quisesse, o requerente não conseguiria exercer uma
atividade normal dentro do mercado de trabalho (público ou privado), pois,
lamentavelmente, além de sexagenário, continua cego e sem a autossuficiência e
liberdade de locomoção indispensáveis para a contratação e o exercício de um
trabalho independente, principalmente sua principal ocupação que, como mencionado
alhures, era professor universitário.

III – DO CABIMENTO DO MANDADO DE SEGURANÇA

A via mandamental, segundo o disposto na Lei n° 12.016/09 e na


Constituição Federal de 1988 (art. 5°, XXXV e LXIX), é o meio processual adequado
sempre que houver lesão ou ameaça de lesão a direito líquido e certo.
Na esfera do Direito Administrativo o uso do “WRIT OF
MANDAMUS” tem seu campo perfeitamente delineado pela doutrina e a
jurisprudência, mormente em casos como o presente, em que o ato material
consubstanciado na ausência de resposta do Impetrado dentro do prazo legal é
flagrantemente abusivo e ilegal, por si só merecedor de albergar a via mandamental.
Atualmente a utilização do outrora denominado “remédio heroico”
notadamente em matéria administrativa, definida com perfeição pela moderna doutrina,
tem sido reconhecida por copiosa jurisprudência emanada dos tribunais. Da mesma
forma, note-se que é flagrante a norma constitucional insculpida no artigo 5°, LV, que
determina:

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Artigo 5°, LV – “Aos litigantes, em processo judicial ou


administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa,
com os meios e recursos a ela inerentes;”
É necessário ressaltar que a conduta da Administração Pública deve
sempre estar de acordo com os princípios gerais que lhe são afetos, tais como a
legalidade, a impessoalidade, a moralidade, a publicidade e a eficiência (art. 37, caput
da CF) e os específicos, como motivação, razoabilidade, proporcionalidade, segurança
jurídica e interesse público (art. 2°, caput da Lei n° 9.784/99).
A Lei n° 9.784/99 traz em seu bojo o seguinte mandamento:
Art. 48. “A Administração tem o dever de explicitamente emitir
decisão nos processos administrativos e sobre solicitações ou
reclamações, em matéria de sua competência.” (g.n.)
O impetrante recebeu um ofício do INSS (n° XCX) para o qual
ofereceu resposta. CONTUDO, ATÉ A PRESENTE DATA NÃO HOUVE UM
RETORNO POR PARTE DA AUTARQUIA PREVIDENCIÁRIA. MUITO PELO
CONTRÁRIO, A AUTARQUIA BLOQUEOU TOTALMENTE O BENEFÍCIO
DE APOSENTADORIA POR INVALIDEZ QUE O REQUERENTE RECEBIA
HÁ QUASE 26 ANOS, TUDO SEM QUE O REQUERENTE FOSSE
NOTIFICADO/INTIMADO, IMPEDINDO-O DE RECORRER
ADMINISTRATIVAMENTE OU DE INGRESSAR COM A COMPETENTE
AÇÃO JUDICIAL.
Embora de certa forma sejam compreensíveis as dificuldades da
administração, não pode ser considerado como ato legítimo que a morosidade estatal
acabe por inviabilizar o exercício do direito dos cidadãos. A administração pública tem
o dever de eficiência. Não é lícito dizer que se vive em um Estado democrático de
Direito se não se consegue fazer efetivo o direito do contribuinte/segurado. Dessa
forma, como Autarquia Federal, o INSS obedece ao procedimento da Lei n° 9.784/99
que regula o processo administrativo no âmbito federal.
O ilustre Hely Lopes Meirelles leciona:
“Ato de autoridade é toda manifestação ou omissão do Poder Público
ou de seus delegados, no desempenho de suas funções ou a pretexto
de exercê-las. Por autoridade entende-se que a pessoa física investida
de poder de decisão dentro da esfera de competência que lhe é
atribuída pela norma legal.
A autoridade pública detém, na ordem hierárquica, poder de decisão e
é competente para praticar atos administrativos decisórios, os quais, se
ilegais ou abusivos, são suscetíveis de impugnação por mandado de
segurança quando ferirem direito líquido e certo”. (MEIRELLES,
Hely Lopes – “Mandado de Segurança, Ação Popular, Ação Civil
Pública, Mandado de Injunção, Habeas Data”, 12° ed., Ed. RT, pág.
09).

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Dessa maneira, o Chefe do INSS da agência de Franca é o responsável


pelo ato ilegal/abusivo contra o impetrante, motivo pelo qual deve figurar no polo
passivo do presente Mandado de Segurança, juntamente com a autarquia previdenciária,
como defende o Ministro Ari Pargendler: ”... parte passiva no mandado de segurança é a
pessoa jurídica de direito público ou aquela que lhe faça as vezes”. (Pargendler, Ari –
“Autoridade Coatora no Mandado de Segurança Competência Administrativa” –
Revista do Tribunal Regional Federal da 4a Região, 38/56, ano 11, Porto Alegre, 2000).
Assim, perfeitamente adequado o presente mandamus of Writ, eis que
já há lesão ao direito líquido e certo do impetrante, pois a extrapolação do tempo legal
sem qualquer justificativa para a demora na resposta sobre o ofício que o próprio INSS
enviou para o autor é VISÍVEL. Ainda mais estando o benefício previdenciário
bloqueado, devendo-se considerar seu caráter essencialmente alimentar.
A presente demanda tem por objetivo obrigar o INSS a proferir uma
decisão quanto ao processo administrativo aberto por ele contra o requerente. A
autarquia previdenciária oficiou o autor que respondeu, no prazo de 10 (dez) dias sobre
sua suposta volta ao trabalho.
PORÉM, ATÉ HOJE O IMPETRANTE NÃO OBTEVE NENHUMA
RESPOSTA DO ÓRGÃO PREVIDENCIÁRIO, O QUE SERIA INDISPENSÁVEL
EM FACE DOS PRINCÍPIOS DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA, POIS
SE ABRIRIA OPORTUNIDADE DO REQUERENTE SE DEFENDER.
Claro está o direito líquido e certo do impetrante, sendo desnecessário
dilação probatória. O requerido precisa de um posicionamento concreto da autarquia
previdenciária, para que possa apresentar sua defesa, direito constitucionalmente
garantido.
Nesse sentido a jurisprudência:
TRIBUTÁRIO – PREVIDENCIÁRIO – PROCESSUAL CIVIL –
CEBAS – MANDADO DE SEGURANÇA – PROCESSO ADMINIS-
TRATIVO – NULIDADE – DESRESPEITO AO CONTRADITÓRIO.
1. A prova pré-constituída acostada nos autos é suficiente para a análise do
presente pedido mandamental, dispensando-se dilação probatória. 2. Houve
no processo administrativo desrespeito ao contraditório, pois as alegações
introduzidas no recurso do INSS foram acolhidas pela autoridade coatora,
sem que previamente a impetrante sobre elas pudesse se pronunciar. 3. A
questão de ordem levantada, nos termos do art. 16, do RISTJ encontra-
se superada com a pacificação do entendimento relativo ao fornecimento
do CEBAS na Primeira Seção deste Tribunal, que ocorreu com o
julgamento do MS 11.394/DF (Rel. Min. Luiz Fux, DJ de 2.4.2007). 4.
Agravo regimental prejudicado. Segurança concedida.

É CLARO QUE O INSS ANTES DE CANCELAR/BLOQUEAR


QUALQUER BENEFÍCIO DEVERIA SE ATENTAR PARA OS PRINCÍPIOS
BASILARES DO DIREITO, PRINCIPALMENTE PARA O ARTIGO 5°, INCISO LV,
DA COSNTITUIÇÃO FEDERAL, OU SEJA, PROPORCIONAR AMPLA DEFESA
ADMINISTRATIVA.

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Contudo, infelizmente é sabido, público e notório que a Autarquia


Previdenciária e seus agentes, na grande maioria das vezes, não observa esses preceitos,
razão pela qual perfeitamente cabível mandado de segurança para resguardar os direitos
do beneficiário quando ocorrer tal hipótese.
Para o beneficiário deixar de receber a aposentadoria por invalidez ou
auxílio-doença, ele deve ter condições de retomar seu trabalho anterior, ou mesmo ser
reabilitado para ter outra função.
O autor foi submetido à perícia médica, a qual deveria indicar se ele
está em condições de exercer sua função que era de professor universitário, na UFH.
Evidentemente, não tendo recuperado sua visão, o resultado da perícia deveria ser no
sentido de que a incapacidade total para o desempenho das funções continua.
CONTUDO, O INSS LHE INFORMOU QUAL FOI O RESULTADO DA
PERÍCIA MÉDICA.
Ante a afronta do direito líquido e certo do ora impetrante (desrespeito
ao devido processo legal previdenciário e cessação injustificada do benefício),
perfeitamente cabível o presente mandado de segurança.

IV – DA LEGALIDADE NA SUSPENSÃO TOTAL DO


BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO

Como destacado anteriormente, O IMPETRANTE NÃO FOI


INTIMADO DE QUALQUER DECISÃO PORVENTURA EXISTENTE DO
REQUERIDO E, PORTANTO, DESCONHECE O RESULTADO DO
PROCESSO ADMINISTRATIVO. NA EVENTUAL HIPÓTESE DO
IMPETRADO TER PROFERIDO ALGUMA DECISÃO, NÃO FOI ABERTA A
POSSIBILIDADE DE RECURSO ADMINISTRATIVO.
Para que um benefício previdenciário seja bloqueado é indispensável
que o beneficiário seja submetido a uma perícia médica. Estando o laudo pronto, a
autarquia previdenciária deveria cientificar o segurado sobre qual foi a conclusão
médica. Sendo-lhe prejudicial e querendo, o beneficiário teria a oportunidade de se
defender, impetrando recurso administrativo ou a medida judicial cabível.
O autor, nesse caso, não foi sequer cientificado do resultado da
perícia a qual foi submetido, mas, arbitrariamente, teve seu benefício bloqueado. O
INSS não respeitou os princípios da ampla defesa e do contraditório, princípios
amplamente garantidos pela Carta Magna.
Além disso, se lhe tivesse sido concedida oportunidade de ingressar
com recurso administrativo, este teria efeito suspensivo e devolutivo, nos termos do
que estabelece o art. 308, do decreto n° 3.048/99, não podendo o benefício
previdenciário ser bloqueado, enquanto pendente de decisão.

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Art. 308. “Os recursos tempestivos contra decisões das Juntas de


Recursos do Conselho de Recursos da Previdência Social têm efeito suspensivo e
devolutivo”.
De qualquer maneira, no caso de ser submetido à perícia médica, se
esta tivesse determinado que o requerente, aposentado por invalidez, encontrava-se
recuperado, o benefício previdenciário poderia até ser cancelado, porém deveria
respeitar o previsto na legislação vigente, da seguinte maneira (art. 47 da lei n°
8.213/91):
a) Na hipótese de recuperação total no prazo de até 5 (cinco) anos a
partir do afastamento (auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez), sendo apto à
mesma atividade anteriormente exercida:
• imediatamente: caso o empregado tenha direito a retornar à função
que exercia na empresa em que trabalhava.
• depois da mesma quantidade de meses quantos forem os anos de
duração dos benefícios por incapacidade, para os demais segurados e empregados que
tiverem rescindido contrato (mediante indenização).
b) na hipótese de recuperação parcial ou após 5 (cinco) ou, ainda, caso
seja declarado apto para trabalho diverso: a aposentadoria é mantida por 6 (seis) meses
após a recuperação no valor integral. Passado esse prazo, é de 50% (cinquenta por
cento) pelo período de 6 (seis) meses subsequentes, e depois 25% (vinte e cinco por
cento) por igual período de 6 (seis) meses. Após todo esse período, é cancelado o
benefício.
No presente caso, não houve recuperação para o retorno ao trabalho.
O autor continua totalmente incapacitado para volta às salas de aula e às suas pesquisas
históricas. Mesmo assim, caso a autarquia previdenciária consiga comprovar a
recuperação do requerente, deve-se determinar a data à partir da qual ele está apto e, à
partir dessa data a aposentadoria seria mantida pelo prazo de 6 (seis) meses no valor
integral. Passado esse prazo, seria de 50% (cinquenta por cento) nos próximos 6 (seis)
meses, e depois 25% (vinte e cinco por cento) por igual período de 6 (seis) meses.
Destaca-se que a CLT em seu Artigo 475 prevê:
“O empregado que for aposentado por invalidez terá suspenso o seu
contrato de trabalho durante o prazo fixado pelas leis de previdência
social para a efetivação do benefício.
§ 1° Recuperando o empregado a capacidade de trabalho e sendo a
aposentadoria cancelada, ser-lhe-á assegurado o direito à função que
ocupava ao tempo da aposentadoria, facultando, porém ao
empregador, o direito de indenizá-lo por rescisão do contrato de
trabalho, nos termos dos artigos 477 e 478, salvo na hipótese de ser
ele portador de estabilidade, quando a indenização deverá ser paga na
forma do artigo 497 (redação deste parágrafo dada pela Lei 4824/65)”.

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Sendo ele empregado da UFH, concursado, tendo seu benefício


cancelado, observando-se as regras acima mencionadas, teria ele que ser reintegrado no
quadro de funcionários da Universidade, na mesma função e com os mesmos benefícios
que tinha na época.
Reitera-se: o impetrante desconhece sua situação, pois não recebeu
qualquer comunicação do impetrado.
Destaca-se, porém, que o impetrante não tem condições de exercer sua
profissão, que é de professor universitário, pois continua totalmente inválido em função
da perda total da visão. Os atestados médicos acostados aos autos, emitidos em
26/07/2006 e 17/11/2008, pelo Dr. Sebastião C. F., CRM/SP 17.VBG, comprovam que
o requerente apresenta perda total da acuidade visual de ambos os olhos.
Entretanto, uma questão prática que sempre vem à tona nos tribunais é
quando o segurado ingressa com o pedido de aposentadoria por invalidez (ou auxílio-
doença) e, mesmo estando inapto para o trabalho, continua o seu labor. No presente
caso, o requerente não retornou para seu trabalho, mas atendeu a um chamado do
Prefeito Municipal para auxiliar a população com seus conhecimentos de história da
região.
Por outro lado, o fato do segurado continuar trabalhando para prover a
própria sobrevivência, ainda que esteja incapacitado, não é motivo para não reconhecer
a referida incapacidade. Vejamos que os tribunais têm decidido acerca do assunto.
“PREVIDENCIÁRIO – AÇÃO RESCISÓRIA – APOSENTADORIA POR
INVALIDEZ – TRABALHADOR RURAL – CONTINUIDADE DO
LABOR RURÍCOLA – MANUTENÇÃO DO BENEFÍCIO. 1. O fato de o
segurado continuar trabalhando, a despeito de padecer de mal incapacitante,
não é prova de que esteja a gozar de boa saúde, e sim de que necessita do
trabalho, mesmo a risco de perder a vida. A aposentadoria por invalidez, da
mesma forma que o auxílio-doença, não se defere apenas a quem está
objetivamente impossibilitado de trabalhar, mas também àquele que, embora
podendo trabalhar, não possa fazê-lo sem grave risco para sua saúde ou sua
vida. 2. Hipótese em que o segurado padece de cardiopatia, doença que não
impede que o paciente trabalhe, mas o submete a grave risco de vida, o que
basta para a concessão do benefício. Evidentemente, ele pode continuar
trabalhando, a despeito desse risco. Daí não se tira que o laudo pericial que
deu ensejo à aposentadoria por invalidez era falso, mas apenas que o risco
não se consumou. (Origem: TRIBUNAL – QUARTA REGIÃO; Classe: AR
– AÇÃO RESCISÓRIA; Processo: 200004010692538; UF: RS; Órgão
Julgador: TERCEIRA SEÇÃO; Data da decisão: 13/11/2003; Documento:
TRF400092059; Relator: Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz; fonte:
DJU de 03/12/2003 – PÁGINA: 598).

O doutrinador Tiago Faggioni Bachur, para situações como essa,


aponta em sua clássica obra “Super Manual Prático do Direito Previdenciário” – Edição
Especial (Editora Lemos e Cruz. 2014. Págs. 703/704):
“Nessa hipótese, verifica-se que pelo simples fato do segurado
continuar trabalhando, a despeito de padecer de mal incapacitante, não é prova de que
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esteja a gozar de boa saúde, mas de que necessita do trabalho, mesmo correndo risco de
perder a vida. Muitas vezes, o valor recebido é insuficiente para as despesas básicas. Os
pretórios têm entendido que a aposentadoria por invalidez, da mesma forma que o
auxílio-doença, não é deferida apenas a quem está objetivamente impossibilitado de
trabalhar, mas também àquele que, embora podendo trabalhar, não possa fazê-lo sem
grave risco para sua saúde ou sua vida. Em casos tais, plenamente justificável o
deferimento do respectivo benefício incapacitante”.
Se os tribunais têm aceitado a manutenção do benefício até para quem
realmente retornou ao trabalho porque apenas a aposentadoria não era suficiente para a
subsistência própria e da família, admissível a manutenção do benefício para quem
apenas prestou um serviço político e social.
Destaca-se mais uma vez que, no caso em tela, não houve retorno
voluntário o requerente para o trabalho, mas tão somente atendeu ao chamado do
Prefeito Municipal, para exercer uma função de confiança no período de seu mandato.
O salário que recebeu apenas significou ajuda de custo pelas despesas
que ele teve com um acompanhante, indispensável para sua locomoção e para exercer
suas funções dentro do arquivo histórico municipal e para vestuário.
Essas situações de cancelamento indiscriminado de benefícios
previdenciários, por incrível que pareça, estão se tornando cada vez mais corriqueiras
nas agências do INSS.
“A bem da verdade, muitas vezes o segurado encontra-se numa
situação em que os estudiosos e doutrinadores costumam chamar de ‘limbo
previdenciário’, ou seja, não recebe da Previdência Social nenhum benefício (pois
absurdamente o INSS o considerou apto para o labor), nem o patrão aceita que este
retorne ao emprego (pois além de se encontrar inapto de fato para o trabalho, corre risco
de novos acidentes), deixando, portanto, também de receber seu salário.
Abre-se um pequeno parêntese aqui. Quando a doença ou lesão for
decorrente de acidente ou doença de trabalho, o segurado tem a seu favor a ‘estabilidade
provisória’, isto é, não poderá ser demitido (a não ser em situações especiais, como por
exemplo, a justa causa por abandono de emprego). Assim, a empresa terá que ‘ficar’
com aquele funcionário por pelo menos doze meses, caso ele não consiga novo
‘afastamento’ (auxílio-doença).
O problema maior encontra-se quando o benefício previdenciário não
foi oriundo de doença ou acidente de trabalho, pois o empregado não possui a
‘estabilidade provisória’. Voltando ao trabalho por culpa de uma ‘alta’ do INSS, em
grande parte dos casos a empresa demite o funcionário.
Contudo, na prática, observa-se que muitas vezes o funcionário não
volta ao trabalho, porque ainda está doente (e às vezes o médico da empresa chega até
fornecer um laudo atestando tal incapacidade), e o INSS absurdamente diz que o
cidadão está em plenas condições para o labor.

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Neste ínterim, enquanto permanece no ‘limbo previdenciário’, as


despesas para se manter continuam existindo (como alimentação, aluguel,
medicamentos, família, etc) e não pode a Justiça deixar de se atentar para tal situação.”
(BACHUR, Tiago Faggioni; VIEIRA, Fabrício Barcelos. “A importância da tutela
antecipada com pedido liminar inaudita altera pars nas ações previdenciárias de auxílio-
doença”. Disponível em http://www.lfg.com.br, em 2 de dezembro de 2008).

V – DO CRIME PRATICADO PELA AUTORIDADE


COATORA

Com relação ao crime tipificado no art. 319 do Código Penal


(Prevaricação), a sua prática constata-se através da inércia do Chefe do INSS.
Por outro lado, a Autoridade Coatora ao ser intimada a apresentar a
resposta do presente mandado de segurança dentro do prazo legal, não poderá quedar-se
inerte, sob pena de praticar mais um crime (o do art. 330 do Código Penal).
Observa-se que após o deferimento do mandado judicial, o Chefe do
INSS terá o prazo para responder ao requerente.
A aposentadoria por invalidez que o autor recebia e foi suspensa
possui natureza alimentar. Se a requerida já tivesse proclamado sua decisão (seja ela
deferitória, indeferitória ou de solicitação de documentos) o requerente não estaria com
seu benefício bloqueado, mas já teria conseguido esclarecer todo o acontecido através
de recurso administrativo ou já teria ingressado com uma medida judicial cabível.
A desídia processual perpetrada pelo réu configura o crime tipificado
no art. 319 do Código Penal. A panaceia pela qual passa a nossa sociedade, leva ao
crivo do Poder Judiciário a última palavra em casos de litígios não resolvidos
extrajudicialmente. O processo civil de resultado é visto e tido como a única solução
capaz de devolver a segurança jurídica aos seus jurisdicionados.
Por outro lado cabe lembrar que a desobediência à ordem judicial é
crime comum, tipificado no artigo 330 do Código Penal. Entrementes, in casu, o ato de
desobediência e retardamento do ato não seria praticado pelo particular, mas por
funcionário público – o que agrava ainda mais a situação da Autoridade Coatora (ora
ré).
Dessa maneira, a Autoridade Coatora, mormente quando destinatária
específica e de atuação necessária, que deixa de cumprir ordem judicial proveniente de
mandado de segurança pode ser sujeito ativo do delito de desobediência (art. 330 do
Código Penal). A determinação, aí, não guarda relação com a vinculação – interna – de
cunho funcional-administrativo e o seu descumprimento ofende, de forma penal
reprovável, o princípio da autoridade (objeto da tutela jurídica).
A recusa da Autoridade Coatora em cumprir a ordem judicial pode,
por força e atipia relativa (se restar entendido, como dedução evidente, a de satisfação

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de interesse ou sentimento pessoal), configurar, também, o delito de prevaricação (art.


319 do Código Penal).
No presente caso, entretanto, a doutrina poderia divergir sobre se a
requerida praticaria o delito do art. 330 ou do art. 319 do Código Penal (ou ambos) na
hipótese de insistir em não proferir sua decisão administrativa. De qualquer forma, o
não atendimento ao mandado judicial, no writ, configura crime punível.
Com relação ao ato de desobediência em si, é de fácil constatação que
tal ato constitui o chamado crime permanente. Isso quer dizer que seus efeitos perduram
no tempo de forma que seu momento de consumação não é único, mas, constante à
permanência da conduta delitiva.
Nesse contexto, aplicando-se tal raciocínio ao caso concreto, após o
sujeito ser cientificado quanto à imposição de uma ordem judicial e enquanto ele se
recusar ao respectivo cumprimento o crime estará em plena consumação. Durante todo
esse lapso, o sujeito desobediente se encontra em situação de flagrante delito, passível
do decreto de prisão.
Portanto, caso a Requerida não atenda a ordem judicial, perfeitamente
cabível o pedido de aplicação da multa e/ou pena de prisão para a Autoridade Coatora,
conforme determina a legislação vigente.

VI – DO PEDIDO LIMINAR E DAS ASTREINTES

O impetrante pede o deferimento da MEDIDA LIMINAR initio litis,


eis que está provada a lesão grave e permanente do seu direito, caso haja a perpetuação
da omissão de uma solução para o processo administrativo em que se discute a volta ou
não do requerente ao trabalho, cominando o cancelamento indiscriminado de seu
benefício previdenciário, cujo direito está espelhado nos fatos anteriormente narrados e
na farta documentação inclusa (PROVA MATERIAL PRÉ-CONSTIRUÍDA),
configurando, assim, lesão permanente.
Os fatos narrados configuram os pressupostos à concessão de
LIMINAR, emergentes do periculum in mora do fumus boni juris, direito líquido e
certo inquestionável, sendo relevante o pedido para OBRIGAR O IMPETRADO A
LIBERAR O BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO DE APOSENTADORIA POR
INVALIDEZ que recebia o impetrante, até sentença final.
A presente demanda tem por objetivo fazer o INSS OFERECER
UMA RESPOSTA E UMA SOLUÇÃO CORRETA PARA O PROCESSO
ADMINISTRATIVO EM TRÂMITE, ONDE SE DISCUTE A APTIDÃO PARA
O REQUERENTE RETORNAR AO TRABALHO, mas o autor não pode aguardar o
desfecho da lide para voltar a receber a aposentadoria, atentando-se para o fato de que
tal benefício previdenciário, que se encontra bloqueado, tem natureza alimentar.

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Na remota hipótese de indeferimento, que o requerido informe o


porquê da negativa concessória. O sábio jurisconsulto HELY LOPES MEIRELLES
ensina:
“Para a concessão da liminar devem concorrer os dois requisitos
legais, ou seja, a relevância dos motivos em que se assenta o pedido inicial e a
possibilidade da ocorrência de lesão irreparável ao direito do Impetrante, se vier a ser
concedido na decisão de mérito, fumus boni juris e periculum in mora.”
Restando presentes os requisitos processuais necessários, traduzidos
pela fumaça do bom direito e o perigo da demora, o impetrante requer seja concedida a
medida LIMINAR, a fim de ser proferida a decisão administrativa devidamente
fundamentada, pois a mesma está embasada no direito adquirido, no ato perfeito e
acabado.
Dessa forma, ante a omissão do impetrado em liberar o benefício
previdenciário ao requerente, este requer (além da liberação do benefício
previdenciário), seja aplicada ao requerido pena de multa diária em favor do requerente,
cujo valor sugere-se não inferior a R$ 1.000,00 (um mil reais), caso não faça
imediatamente, após o recebimento da contrafé do presente mandado de segurança,
conforme determina os artigos 461, § 4° c/c art. 14, V do CPC.
Nelson Nery Junior e Rosa Maria Andrade Nery tecem o seguinte
comentário, às páginas 831 em sua obra “Código de processo Civil Comentado”, 2 a
edição:
“Deve ser imposta a multa, de ofício ou a requerimento da parte. O
valor deve ser significativamente alto, justamente porque tem
natureza inibitória. O juiz não deve ficar com receio de fixar o valor
em quantia alta, pensando no pagamento. O objetivo das astrientes
não é obrigar o réu a pagar o valor da multa, mas obriga-lo a
cumprir a obrigação na forma específica. A multa é apenas
inibitória. Deve ser alta para que o devedor desista do seu intento de
não cumprir a obrigação específica. Vale dizer, o devedor deve sentir
ser preferível cumprir a obrigação na forma específica a pagar o
alto valor da multa fixada pelo juiz.” (grifos nossos).
Tal solicitação encontra respaldo no art. 287 do Código Processual
Civil brasileiro:
Art. 287. Se o autor pedir a condenação do réu a abster-se da prática
de algum ato, a tolerar alguma atividade, ou a prestar fato que não
possa ser realizado por terceiro, constará da petição inicial a
cominação de pena pecuniária para o caso de descumprimento da
sentença.
O Código Processual Civil em seu art. 461, § 4° cumulado com o art.
14, V, assim determina:

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Art. 461 – Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação


de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação
ou, se procedente o pedido, determinará providências que assegurem o
resultado prático equivalente ao do adimplemento.
(...)
Parágrafo terceiro – Sendo relevante o fundamento da demanda e
havendo justificado receio de ineficácia do provimento final, é lícito
ao juiz conceder a tutela liminarmente ou mediante justificação prévia,
citado o réu. A medida liminar poderá ser revogada ou modificada a
qualquer tempo, em decisão fundamentada.
Parágrafo quarto – O juiz poderá, na hipótese do parágrafo anterior ou
na sentença, impor multa diária ao réu, independentemente de pedido
do autor, se for suficiente ou compatível com a obrigação, fixando-lhe
prazo razoável para o cumprimento do preceito.
Art. 14 – Compete às partes e aos seus procuradores:
(...)
V – cumprir com exatidão os provimentos mandamentais e não criar
embaraços à efetivação de provimentos judiciais, de natureza
antecipatória ou final.

Requer, outrossim, o impetrante, além da imposição de multa diária


em desfavor do requerido caso não venha a cumprir a obrigação específica supra
pleiteada (art. 461, § 4° c/c art. 14, V e art. 287 do CPC), seja-lhe aplicada também a
pena de revelia e confesso, o que faz com supedâneo legal nos artigos 285, 330, II e 319
e seguintes (todos do CPC) e demais dispositivos legais atinentes a matéria.

VII – DOS REQUERIMENTOS FINAIS

Ante o exposto, requer, ainda, a Vossa Excelência:


a) Que inaudita altera pars seja determinado ao impetrado,
LIMINAMENTE, a liberação do benefício previdenciário (aposentadoria por
invalidez) ao requerente, de forma integral, a partir de junho de 200..., quando este foi
cancelado/bloqueado, ou fundamentalmente que o réu justifique o motivo da negatória
de tal liberação, por se tratar de verba com natureza alimentar, abrindo-se prazo para
interposição de recurso administrativo ao impetrante nos efeitos devolutivo e
suspensivo, conforme determina o art. 308 do Decreto n° 3.048/99;
b) seja deferida a segurança impetrada, nos termos do art. 7°, II e III,
da Lei 12.016/09, e da Lei n° 9.784/99, no sentido de ordenar a notificação ao Chefe do
Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), no endereço inicialmente declinado, para
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apresentar as suas informações de defesa, principalmente resposta quando ao recurso


administrativo em andamento no INSS e ausência de intimação de eventuais atos
decisórios administrativo, dentro do prazo legal, devendo constar expressamente
no referido mandado judicial que o não atendimento da ordem configurará nas
penas do art. 319 e/ou 330 do Código Penal, conforme dispõe art. 26 da Lei n°
12.016/09;
c) Que determine a citação do Representante do Ministério Público
Federal, para acompanhar esta ação mandamental, até o final julgamento;
d) Que, seja arbitrada multa diária no valor sugerido de R$ 1.000,00
(um mil reais) por dia em favor do impetrante, até que o Requerido cumpra a obrigação
imposta, conforme determina a Lei n° 9.784/99 e os arts. 14, V; 287 e 461, § 4° do
CPC;
e) Que determine a instauração de sindicância/processo administrativo
em face do Chefe do INSS para apuração de eventuais irregularidades no cumprimento
de sua função e aplicação das penalidades cabíveis, nos termos do art. 143 e seguintes
da Lei n° 8.112/90;
f) Que o presente Mandado de Segurança tenha prioridade na
tramitação conforme determina o art. 71 e seguintes da Lei n° 10.741/03 e art. 1211-A a
1211-C do Código Processual Civil, uma vez que o impetrante conta com mais de 60
(sessenta) anos de idade, conforme demonstra a inclusa documentação;
h) Que as publicações/intimações sejam realizadas em nome de todos
os patronos do autor.

Nesta oportunidade, junta-se as cópias de todos os documentos


necessários para comprovação do processo administrativo existente na Autarquia
Previdenciária, aberto através do ofício XCX/2008, além dos demais documentos que
comprovam todos os requisitos para perpetuação do benefício de aposentadoria por
invalidez.

Atribui-se à causa o valor de R$ (...).


Nestes termos,
Pede deferimento.
Local e data.
Advogado
OAB/SP n° 000.001

Caso concreto: “PREVIDENCIÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA.


APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. INCAPACIDADE LABORAL
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RECONHECIDA PELO INSS. DESCONTO. EXERCÍCIO DA ATIVIDADE DE


VEREADOR. APELAÇÃO NÃO PROVIDA. 1. O fato de o segurado titular da
aposentadoria por invalidez estar exercendo mandato eletivo não enseja o cancelamento do
benefício, especialmente quando não comprovada sua recuperação. (STJ, 6° Turma, Resp
626.988/PR, Rel. Ministro Paulo Medina, DJ 18.04.2005, p. 404.). 2. Comprovado que o
impetrante não retornou voluntariamente às suas atividades, como disposto no art. 46 da Lei
8.213/91, e que a moléstia apresentada ainda gera incapacidade total e permanente para o
exercício de suas atividades laborativas, ele tem direito ao restabelecimento integral do
benefício de aposentadoria por invalidez. 3. Precedentes. 4. Apelação e remessa oficial a que
se nega provimento. “(TRF – PRIMEIRA REGIÃO; Classe: MAS – APELAÇÃO EM
MANDADO DE SEGURANÇA – 200638150027951; Processo: 200638150027951 UF:
MG; Órgão Julgador: PRIMEIRA TURMA; Data da decisão: 16/04/2008; Documento:
TRF100271882; Fonte: e-DJF1 DATA: 13/05/2008 PAGINA: 49; Relator(a) Desembargador
Federal Antônio Sávio de oliveira Chaves; Decisão: A Turma, à unanimidade, negou
provimento à apelação e à remessa oficial).

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