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SEJA BEM-VINDOS!

SEMANA 2
1ª OFICINA
PROFESSORA: LÚCIA MARIA
INTERPRÉTES: ÉRIKA E JOAB
USO DO ESPAÇO NA LIBRAS!

Sendo a língua de sinais uma língua visual-


espacial, ao se expressar nessa língua, o
sinalizante deve dispor os sinais no
espaço, de maneira organizada, tornando
a frase o mais visual possível.
MARCELO, MARMELO, MARTELO E OUTRAS HISTÓRIAS

— Papai, por que é que mesa chama mesa? — Ah, Marcelo, vem do
latim. — Puxa, papai, do latim? E latim é língua de cachorro? —
Não, Marcelo, latim é uma língua muito antiga. — E por que é que
esse tal de latim não botou na mesa nome de cadeira, na cadeira
nome de parede, e na parede nome de bacalhau? — Ai, meu Deus,
este menino me deixa louco!
Sabe, papai, eu acho que o tal de latim botou nome errado nas
coisas. Por exemplo: por que é que bola chama bola? — Não sei,
Marcelo, acho que bola lembra uma coisa redonda, não lembra?
— Lembra, sim, mas... e bolo? — Bolo também é redondo, não é?
— Ah, essa não! Mamãe vive fazendo bolo quadrado... O pai de
Marcelo ficou atrapalhado.
Cadeira, por exemplo. Devia chamar sentador, não cadeira, que
não quer dizer nada. E travesseiro? Devia chamar cabeceiro,
lógico! Também, agora, eu só vou falaLogo de manhã, Marcelo
começou a falar sua nova língua: — Mamãe, quer me passar o
mexedor? — Mexedor? Que é isso? — Mexedorzinho, de mexer
café. — Ah... colherinha, você quer dizer. — Papai, me dá o suco
de vaca? — Que é isso, menino! — Suco de vaca, ora! Que está no
suco-da-vaqueira. — Isso é leite, Marcelo. Quem é que entende
este menino?

Ruth Rocha
Língua é um sistema de signos constituído ARBITRARIAMENTE
por convenções sociais, que possibilita a comunicação entre os
indivíduos. Além disso, ela é constituída por meio da cultura de
uma sociedade, que também auxilia na construção da identidade
desses indivíduos. No caso da língua de sinais brasileira (libras),
essa não será apenas a língua natural da comunidade surda, como
também irá refletir as singularidades do mundo surdo, onde ser
surdo é fazer parte de uma realidade visual e desenvolver sua
experiência na língua de sinais.
Na visão de Ferdinand de Sausure, uma unidade linguística,
chamada também de signo, é formada de duas partes: um
conceito, que ele chamará de “significado”, e uma imagem
acústica, que será denominada de “significante.”
Outro exemplo: PERIGO
Conceito ou ideia de perigo é o
SIGNIFICADO.

Um alarme sonoro representa o


SIGNIFICANTE.
INCONICIDADE E ARBITRARIEDADE

“BOM SOLÁRIO E BOM LUNÁRIO.”


A ideia de arbitrariedade da língua se relaciona com a
ideia de convenção: enquanto a palavra “cadeira” é
icônica na língua de sinais, na língua portuguesa, por
exemplo, ela é arbitrária, pois só recebe esse nome
devido a uma convenção que estabelece esse conceito e
não porque há uma relação entre o som da palavra e o
objeto que ela designa.
A iconicidade será as características semelhantes que o ícone
tem em comum com o objeto que representa. Por ser uma
língua de modalidade vísuo-espacial, a iconicidade está presente
em grande parte dos sinais da libras, pois a relação entre a
“forma” e o “sentido” é mais visível.
Exemplos:

ÁRVORE COPO CHÁ CORRER COSTURAR


MESA CARRO CHORAR NADAR BOLA
CADEIRA LÂMPADA AVIÃO AVISAR CAMINHAR
Além de ocorrer nos substantivos, a iconicidade também acontece em
alguns verbos na libras, porém ela se manifesta de modo diferente.
Há alguns verbos que variam de acordo com o sujeito que sofre a
ação, como, por exemplo, o verbo “cair”. Se o sujeito for uma
pessoa, a configuração de mão será os dedos indicador e médio em
pé, representando a imagem das pernas do indivíduo em pé, e o
movimento da queda será feito a partir do deslize desses dois dedos
pela palma da mão, representando a queda de um ser humano. No
entanto, se o sujeito for um objeto, como uma folha de papel, a
configuração de mão será o sinal de “papel” e o ato de cair se
relacionará com o movimento que esse objeto faz em direção ao
chão. Logo, o verbo “cair” tem natureza icônica.
ICÔNICOS ARBITRÁRIOS
mar ter
casa querer
correr pessoa
andar conversar
escrever laranja
subir sábado
barco Borboleta

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