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Estética

Professor Lydio Roberto Silva


Estética
ALGUMAS DEFINIÇÕES PRELIMINARES

“[...] parcela da filosofia dedicada a buscar sentidos e


significados para aquela dimensão da vida na qual o
homem experiencia a beleza. A estética é a “ciência” da
beleza.” (DUARTE Jr, 1989, p.08)

Professor Lydio Roberto Silva


Estética
ALGUMAS DEFINIÇÕES PRELIMINARES

“...filosofia do belo, uma teoria geral da arte que


pretende estudar a arte nos seus aspectos técnicos,
psicológicos, éticos, sociais e assim por diante.”
(PAREYSON, 1984, p.15)

Professor Lydio Roberto Silva


Estética
ALGUMAS DEFINIÇÕES PRELIMINARES

Estudo do belo.
Reflexão sobre a beleza.
O belo na natureza e na arte.
Conjunto de valores morais e éticos que regem a arte.
Estudo da aparência pela apreensão da essência.

Professor Lydio Roberto Silva


Estética
CARÁTER FILOSÓFICO DA ESTÉTICA:
É filosofia, deduz os pressupostos filosóficos.
Reflexão, indagação, especulação.
Reflexão filosófica ou empírica?
Eixo intermediário entre a filosofia e a história da arte.

A estética não diz como é ou deve ser arte, apenas


define conceitos; não normatiza os caminhos da
arte, apenas reflete sobre eles.

Professor Lydio Roberto Silva


Estética
INDAGAÇÕES:

Mas o que é arte? Qual o campo da arte?

O que é cultura? Erudita? Popular?

Quais os pressupostos teóricos que regem essas


indagações?

Professor Lydio Roberto Silva


Estética
A estética pertence ao campo da filosofia e abrange
ou se apóia em outros campos da ciência:

Antropologia,
sociologia,
história,
psicologia,
semiótica,
semiologia,
lingüística...

Professor Lydio Roberto Silva


Estética
A ESTÉTICA É AUTÔNOMA.

Não se reduz à crítica, muito embora a crítica seja


(ou se baseie na) reflexão filosófica.

Não se reduz à Poética, posto que não dita normas


para as artes.

Professor Lydio Roberto Silva


Estética
O QUE É CRÍTICA?

Diz respeito à obra feita. É reflexão sobre a forma e o


conteúdo da obra de arte. Leva em conta a poética, o
estilo do autor, o contexto, a história, a técnica, o
material, a atribuição de valor (avaliação).
Toda crítica é subjetiva, apesar de o crítico levar em
consideração todas as atribuições possíveis na leitura
da obra de arte.

Objeto de reflexão da estética.


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Estética
O QUE É POÉTICA?
Diz respeito à obra por fazer.
É o conjunto das normas que regem determinada
escola artística.

São as leis da arte, os critérios de elaboração


artística do
movimento. Código. Preceito.

Objeto de reflexão estética.


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Estética
Refere-se a toda teoria que estude a arte e a beleza.

Interroga e faz falar os dados


concretos da experiência de fruição da arte.

INDAGAÇÕES:

O que é experiência estética?


O que é fruição?

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Estética
A EXPERIÊNCIA ESTÉTICA DO CRIADOR ENVOLVE:

Repertório;
Domínio da técnica;
Liberdade criativa;
Obediência poética;
Intencionalidade;
Objetividade, subjetividade;
Contextualidade histórica e cultural.

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Estética
A EXPERIÊNCIA ESTÉTICA DO ESPECTADOR ENVOLVE:

EXERCÍCIO;
Repertório;
Conhecimento da técnica;
Apropriação de conceitos de criatividade;
Noções sobre a poética;
Reconhecimento de estilo;
Objetividade;
Subjetividade;
Contextualidade histórica e cultural.
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Estética
A ESTÉTICA DEVE SE ALIMENTAR DA TEORIA E DA
EXPERIÊNCIA CONCRETA. SEMPRE.
Não é estética a reflexão não alimentada pela
experiência concreta.
Ela é o ponto de conjunção entre as duas abordagens.
O risco de confundir-se com a história da arte, com a
técnica, ou mesmo com a crítica é na verdade o motivo
gerador de novas indagações e da continuidade da busca
por novas definições e conceitos.

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Estética

Picasso – Natureza Morta

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Estética

Juan Griss – Natureza Morta – 1913

Collection of European Master Paintings

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Estética

Picasso – Violino e Guitarra

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Estética

Tarsila – Sol Poente


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Estética

Braque – Le petit Euclarier


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Estética
CRITÉRIOS DE JUÍZO

DO CRIADOR:
Subjetividade. Capacidade discursiva. Domínio da
linguagem, da poética, de conceitos estéticos, de
elementos técnicos e estilo.

DO ESPECTADOR:
Subjetividade. Capacidade interpretativa.
Conhecimento de conceitos estéticos, técnicos,
históricos e contextuais.
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Estética
CRITÉRIOS DE JUÍZO

DO CRÍTICO:
Subjetividade. Capacidade interpretativa.
Conhecimento de conceitos estéticos, poéticos,
técnicos, históricos e contextuais.
Apropriação de critérios valorativos.

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Estética
O artista, na medida em que exercita seu estilo e sua
técnica, renova suas experiências estéticas e
transforma a sua obra em algo novo, inusitado,
carregado de significados e reflexo de sua própria
existência.
Sua intencionalidade trama, tece e traduz sua
realidade. A obra torna-se texto, mensagem que deve
ser decodificada no ato da fruição estética.

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Estética
CADA ARTE PROPÕE À ESTÉTICA PROBLEMAS
ESPECIAIS E ESPECÍFICOS.

Cada poética dita formas de abordagem pela


estética na discussão de seus problemas.
Não há como discutir a arte barroca senão com
elementos propostos pela poética dessa corrente.
Particularidades devem ser destacadas e levadas em
consideração nas discussões estéticas.

Professor Lydio Roberto Silva


Estética
A estética prova e experimenta seu conceito geral de
arte nas especificidades de cada uma das correntes
artísticas e suas poéticas.

“...remeter cada arte à unidade daquela


reflexão que, dando conta das suas diferenças,
explica-as, fundamentado-as todas numa
unidade articulada.” (PAREYSON, 1984, p. 23)

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Estética
DO PONTO DE VISTA DA ESTÉTICA TODAS AS
POÉTICAS SÃO VÁLIDAS E LEGÍTIMAS.

O ponto de vista estético não toma posição em


questões poéticas, ao contrário, as aceita, pura
e simplesmente.

Não importa para a estética se a arte é realista,


engajada, abstrata, concreta, figurativa, espontânea,
erudita...

Professor Lydio Roberto Silva


Estética
O esteta não permite que seu juízo de gosto se
sobreponha ao nível das discussões filosóficas. Ele não
fundamenta os princípios de sua teoria em seu
juízo crítico.
O gosto é apenas uma via de acesso à obra e, via de
regra, pelo exercício da apreciação e da discussão
filosófica, o esteta tende a permanecer no âmbito da
neutralidade, e o que vale é o que está em questão: a
existência da arte propriamente dita.

Professor Lydio Roberto Silva


Estética
A avaliação de uma obra de arte é realizada sempre no
interior da interpretação. Da própria obra são extraídos
os critérios de análise. Nem o crítico, nem o esteta, nem
o espectador podem realmente prescindir da questão
do gosto (subjetividade), mas devem procurar servir-se
dele somente como via de acesso à obra e não como
critério de julgamento.

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Estética
“ [...] esclarecer a poética de um artista, isto é, colher
sua espiritualidade [...]” (PAREYSON, 1984, p.26)

O esteta deve perceber a arte dentro de seus conceitos


e normas particulares e como reitera o autor:
“[...] vê-la como expressão de um gosto
historicamente condicionado”, tendo como base a
própria obra e seu contexto.

Professor Lydio Roberto Silva


Estética

A POÉTICA É INDISPENSÁVEL À ATIVIDADE ARTÍSTICA.

A estética é essencial à arte pois garante a ela o


princípio de unidade, de integridade, de verossimilhança
(conceito de unidade da arte de Aristóteles).

Professor Lydio Roberto Silva


Estética
A ARTE É OBJETO DE ESTUDO DA ESTÉTICA.

Qual ou quais as funções da arte?

A ARTE é uma função ou atividade humana, distinta das demais


atividades :

Trabalho;
Estudo;
Lazer;
Descanso...

Professor Lydio Roberto Silva


Estética
EM QUE SE DISTINGUE A ARTE DAS DEMAIS
ATIVIDADES HUMANAS?

No conceito de beleza.

Na gratuidade do prazer estético.

Nas discussões propostas por cada tipo de arte e de


linguagem.

Na historicidade que contém.


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Estética
A NATUREZA É BELA.

Deus criou a natureza e nem por isso o vemos como


um artista...
Mas como o criador de todas as coisa belas da
natureza.

O artista cria coisas belas. Obras de arte.


E o vemos como o criador de coisas belas...

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Estética
PAREYSON (1984, p. 37) diz, “O artista não tem em
mira uma obra que, para ser obra, deva também ser
forma (isto é, um êxito especulativo, moral, técnico),
mas uma obra que presume e aceita só valer como
forma (isto é, com mero êxito). [...] A obra de arte
consiste no não querer ter outra justificação que a de
ser um puro êxito.”

Professor Lydio Roberto Silva


Estética
FORMA E CONTEÚDO

São indissociáveis na arte.

Se você muda a forma, muda o conteúdo.


(Princípio retirado da teoria gestáltica)

Professor Lydio Roberto Silva


Estética
CONTEÚDO:

Durante muito tempo o conteúdo da arte foi visto


como o assunto, o argumento tratado que podia ser
representado.

Hoje vê-se conteúdo no tema como um motivo, um


sentimento inspirador, abstrato, mas forte em
significado e carregado de emoção e subjetividade.

Professor Lydio Roberto Silva


Estética
FORMA:

Estado final e conclusivo da obra de arte, a elegância da


representação ou ou da expressão, a perfeição da
imagem, o êxito do processo artístico, a auto-
suficiência da obra???

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Estética
UM MERO ESTADO DE ACABAMENTO E PERFEIÇÃO
TÉCNICA É
A FORMA NA OBRA DE ARTE?

Hoje vê-se com uma concepção menos extrínseca: na


inteireza da expressão, forma é o meio pelo qual a obra
diz tudo quanto tem a dizer, sem deixar nada de feito
ou inexpresso. Não é necessário que se consulte nada, a
não ser a própria obra, não há nada que deva ser
explicado. A forma basta à obra.

Professor Lydio Roberto Silva


Estética
Fazer arte significa formar conteúdos espirituais,
traduzir o sentimento em imagem, exprimir
sentimentos.

O conteúdo da obra de arte se dá a própria forma.

Sem desmerecimento do que é aparente, mas


valorizando o que lhe é latente e dinâmico.

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Estética
A unidade forma/conteúdo na obra de arte consiste na
energia formante da personalidade e espiritualidade do
artista. Identidade, estilo.

Referenciais da expressividade do artista.

Cair no conteudismo ou no formalismo é um grave


risco, sob pena de os dois processos autoeliminarem a
expressividade da obra.

Professor Lydio Roberto Silva


Estética
Fazer arte significa formar conteúdos. espirituais,
traduzir o sentimento em imagem, exprimir
sentimentos.

O conteúdo da obra de arte se dá a própria forma.

Sem desmerecimento do que é aparente, mas


valorizando o que lhe é latente e dinâmico.

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Estética
ARTE E NATUREZA:

O homem é produto da natureza e é ela quem o


inspira a ter acesso à sua consciência de inserção no
mundo, como criador de todas as coisas, as quais a
natureza o incita a criar.

A natureza é bela. A arte imita a natureza. Portanto


a arte é bela. Conceito de mimesis de Aristóteles,
mímica (do teatro grego).

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Estética

SIMULACRO

A obra de arte, mesmo que perfeita cópia da natureza,


ainda assim é uma mera representação da realidade,
um simulacro, uma referência.

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Estética

Magritte - 1929

Professor Lydio Roberto Silva


Estética

Magritte
Le promenade de Euclide

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Estética
Da Vinci em seu Tratado de Pintura afirma que a pintura
mais louvável é a que se conforma ao objeto imitado e
ela deve imitar por sentido, com verdade ( Aristóteles)
e exatidão as obras da natureza.

Padrão de arte concebido na Grécia antiga, na qual a


perfeição da forma era o pressuposto básico da
representação artística.

Professor Lydio Roberto Silva


Estética
INDAGAÇÕES:

E a arte hoje?
Quais conceitos mudaram?
Que paradigmas estéticos foram quebrados?
Quais os novos paradigmas na arte?
A profusão de novas poéticas que ocorre no século
XX prioriza a beleza?

Professor Lydio Roberto Silva


Estética

COMO COMPREENDER A ARTE HOJE?

O que dizer sobre a ditadura da novidade na arte hoje?

Como ler, perceber e fruir novas estéticas?

Professor Lydio Roberto Silva


Estética
ALGUMAS HIPÓTESES:

Tudo é permitido na arte da atualidade;

O artista é o criador de novas formas e conteúdos e,


para compreender sua expressão, o espectador deve
pressupor as múltiplas possibilidades para a
compreensão da arte.

Professor Lydio Roberto Silva


Estética
Repertório;

Exercício de apreciação;

Indagação;

Compreensão dos signos que compõem a imagem;

Professor Lydio Roberto Silva


Estética
PARA APRECIAR A ARTE:

Estar aberto à leitura.

Ler e reler a obra.

Extrair da obra os critérios para julgamento e


atribuição de valor estético.

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Estética

Santuário de Palas Atena


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Estética

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