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PEDRO HENRIQUE DA SILVA LIMA/12011DIR012

Exmo. Sr. Desembargador Presidente do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado Y

Apelação Cível nº []

Soraia, menor impúbere, representada por sua genitora [], nos autos da Ação de Indenização
por Danos Morais e Estéticos em face de Eletrônicos S/A, processo em epígrafe, vem,
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, por meio de seu advogado [], inscrito na
OAB/[], interpor

APELAÇÃO

Em face da decisão proferida pelo ilustre Magistrado da 1ª Vara Cível da Comarca Y que julgou
improcedentes os pedidos formulados pela Autora, pelos motivos de inexistência de relação de
consumo e prescrição, com fulcro no artigo 1.009 e seguintes do Código de Processo Civil,
apresentando as seguintes razões de apelação:

I - DA INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO DE CONSUMO

A decisão monocrática sustenta que não existe relação de consumo no presente caso,
baseando-se no argumento de que a vítima/autora não participou da relação contratual com a
ré, uma vez que foi sua mãe quem adquiriu o produto na época.

Tal argumento carece de fundamento legal e fático. O Código de Defesa do Consumidor, em


seu artigo 2º, define claramente o consumidor como toda pessoa que adquire ou utiliza
produtos ou serviços como destinatário final, ainda que não seja parte integrante do contrato.
A Autora, por ser menor impúbere, é claramente destinatária final do produto adquirido por
sua mãe. Portanto, é inquestionável que existe relação de consumo no presente caso, e o
Código de Defesa do Consumidor é aplicável.

II - DA PRESCRIÇÃO

O magistrado a quo alegou a prescrição da pretensão autoral com base no artigo 206, §3º,
inciso V, do Código Civil, que prevê o prazo de três anos para pleitear indenização por danos
pessoais.
Entretanto, a prescrição não é aplicável ao presente caso. O acidente que resultou na perda da
visão da Autora ocorreu em junho de 2009, e a ação foi proposta em junho de 2016, dentro do
prazo legal de três anos. Além disso, o acidente de consumo e os danos morais e estéticos só se
tornaram plenamente evidentes ao longo do tempo, o que justifica a demora na propositura da
ação.

A prescrição, portanto, não deve ser acolhida como fundamento para a improcedência dos
pedidos.

III - DA DESNECESSIDADE DE DILAÇÃO PROBATÓRIA

A Autora juntou à inicial todas as provas documentais necessárias para comprovar o defeito do
produto e os danos sofridos. Inclusive, um laudo pericial elaborado na época do acidente, que
atesta a relação direta entre o superaquecimento da televisão e a perda da visão da Autora.

Portanto, não há necessidade de dilação probatória, uma vez que as provas documentais já
estão nos autos e são suficientes para a demonstração do nexo de causalidade entre o produto
defeituoso e os danos sofridos pela Autora.

IV - DOS PEDIDOS

1. Reconhecimento da relação de consumo no presente caso, aplicando-se o Código de Defesa


do Consumidor;

2. Rejeição da alegação de prescrição, considerando que a ação foi proposta dentro do prazo
legal;

3. Julgamento antecipado da lide com a procedência dos pedidos, condenando a Apelada ao


pagamento de R$50.000,00 (cinquenta mil reais) a título de danos morais e R$50.000,00
(cinquenta mil reais) pelos danos estéticos sofridos pela Apelante;

4. A manutenção da decisão que dispensou a dilação probatória.

Nestes termos, pede deferimento.

[]
OAB/[]

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