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OBS2.: A menopausa precoce ocorre quando se estabelece antes dos 40 anos de idade
b) Etiopatogenia
A etiopatogenia do climatério é complexa e, embora
envolva todo o eixo hipotálamo-hipófise-ovariano, a LEMBRAR
estrutura relevante nesse processo é o ovário
Função dos ovários: síntese de
Nele ocorre progressivamente a diminuição dos folículos hormônios sexuais (estrogênios,
e os remanescentes tornam-se refratários às progestagênios e androgênios);
gonadotrofinas armazenamento e desenvolvimento
Por mecanismo de retrocontrole, observa-se elevação dos óvulos
das gonadotrofinas FSH e LH, na tentativa de manter a
foliculogênese
c) Quadro clínico
Manifestações menstruais
No período da perimenopausa o intervalo entre as menstruações pode
diminuir devido ao rápido amadurecimento dos folículos, o que ocorre
pelos elevados níveis de gonadotrofinas ou os intervalos menstruais
podem estar aumentados pela persistência dos níveis de estrógeno e
ausência de progesterona
Quando ocorre a menstruação, como o endométrio está hiperplasiado
por essas alterações hormonais, o sangramento pode ser abundante e
com maior duração
Manifestações neurogênicas/vasomotoras
Compreendem os sintomas mais comuns da síndrome do climatério:
ondas de calor, conhecidas como fogachos, sudorese, calafrios,
palpitações, cefaleia, tonturas, parestesia, insônia, perda da memória
e fadiga
Julha Peixinho
Julha Peixinho
Matéria prova G.O.
Manifestações psicogênicas
Alguns sintomas psíquicos atribuídos a essa fase são: diminuição da
autoestima, irritabilidade, labilidade afetiva, sintomas depressivos,
dificuldade de concentração e memória, dificuldades sexuais e insônia
Manifestações do metabolismo ósseo
Sabe-se que a idade está associada com progressiva rarefação do
esqueleto, dessa forma, a perda óssea e as fraturas osteoporóticas são
bastante comuns nas mulheres na menopausa
Essa situação acontece devido à queda de estrogênio que diminui a
atividade dos osteoblastos e aumenta a atividade dos osteoclastos
Assim, não se forma osso e, o que é mais importante, há reabsorção;
a matriz óssea se desfaz e libera cálcio, ocorrendo alta remodelação
óssea e instalando-se progressivamente a osteopenia e a osteoporose
Manifestações urogenitais
Devido à origem embriológica comum, tanto a bexiga quanto a uretra
e órgãos genitais têm respostas semelhantes às mudanças hormonais,
especialmente ao estrógeno
Sendo assim, a deficiência estrogênica ocasiona atrofia epitelial de tais
órgãos e dos tecidos de sustentação, manifestando-se com prolapsos
genitais, sintomas vaginais como ressecamento, sangramento e
dispareunia, e sintomas uretrais como disúria, frequência e urgência
miccional
d) Propedêutica do climatério
Anamnese
Idade da menopausa
Alterações menstruais
Fogachos
Disfunções sexuais
Prurido vaginal, sensação de ardência, episódios
de sangramento, secura vaginal, além de
dispareunia
Sintomas urinários, mais comumente relatados,
são poliúria, micção dolorosa, urgência e
incontinência urinária de esforço, episódios de
infecção urinária
Exame físico
Pulso, PA, peso e IMC
Exame das mamas
Exame do abdome
Exame ginecológico
o Quando presente a atrofia urogenital, revela adelgaçamento da
mucosa genital, geralmente de coloração rosa-pálida
o Há perda da rugosidade, com diminuição da distensibilidade e
encurtamento da vagina
o Essas alterações propiciam o traumatismo frágil, sendo comum o
aparecimento de sangramento às manobras do exame
ginecológico
o O relaxamento pélvico, em decorrência, também, do
hipogonadismo, pode levar ao aparecimento das distopias
uterogenitais
Julha Peixinho
Julha Peixinho
Matéria prova G.O.
Julha Peixinho
Julha Peixinho
Matéria prova G.O.
Câncer colorretal
o É o segundo em frequência entre mulheres acima de 50 anos
o Recomendam-se a pesquisa de sangue oculto nas fezes e
colonoscopia (padrão-ouro) a partir dos 50 anos
e) Tratamento
Mudança do estilo de vida
Abandonar vícios: tabagismo e etilismo
Orientação alimentar
o Evitar dieta hipercalórica
o Aumentar ingesta de cálcio
o Diminuir a ingesta de alimentos ricos em colesterol
o Incentivar a ingesta de verduras, alimentos ricos em fibras, grãos
integrais e carne branca
o Diminuir uso de sal
Exercícios físicos
o Redução do risco cardiovascular: 150 minutos por semana
o A massa óssea se beneficia de exercícios de impacto sobre o peso
Ingesta de cálcio
Idealmente, realizada pela ingesta de cálcio contido nos alimentos
Recordatório alimentar para avaliar a ingesta diária
Necessidades diárias de cálcio
o Pré-menopausa: 1000mg/dia
o Perimenopausa: 1200mg/dia
o Pós-menopausa: 1500mg/dia
OBS1.: Sempre que possível, orientar a extração do cálcio pela dieta
OBS2.: Tabela da quantidade de cálcio
Julha Peixinho
Julha Peixinho
Matéria prova G.O.
Fitormônios
Apresentam atividades biológicas semelhantes ao estrogênio
Soja (Glycine max); Trevo vermelho (Trifolium platense); Raiz da índia
(Cimicifuga racemosa); Yam mexicano (Discorea villosa); Vitex linhaça
(Linum usita tissimun); Dong quai (Ginseng panax); Alcacuz (Glycyrriza
glabra); Primula (Onothera biennis)
Os reais efeitos não estão bem estabelecidos
Não se recomenda como medicamentos
2) Hemorragia puerperal
(https://iris.paho.org/bitstream/handle/10665.2/34879/9788579671241-
por.pdf?sequence=1&isAllowed=y#:~:text=HEMORRAGIA%20P%C3%93S%2DPARTO%3A%20
Perda%20sangu%C3%ADnea,capaz%20de%20causar%20instabilidade%20hemodin%C3%A2m
ica.)
a) Introdução
Uma das principais causas de morbimortalidade materna do LEMBRAR
mundo
A hemorragia pós-parto é a
Incidência: 150mil mortes/ano (25%) maior causa mundial de morte
A maioria dessas mortes ocorre em países em materna e de histerectomia
desenvolvimento periparto
Mortes evitáveis As principais etiologias de
Brasil: 2ª causa de morte materna hemorragia pós-parto são a
b) Definição atonia uterina, o trauma do
trajeto, a retenção de material
Hemorragia pós-parto (HPP): perda sanguínea > 500ml no
ovular e os distúrbios de
parto vaginal ou > 1.000ml em cesariana ou sangramento coagulação
genital capaz de causar instabilidade hemodinâmica
Hemorragia maciça: sangramento > 2.000ml/24horas ou transfusão de
1.200ml ou queda de 4 pontos de hemoglobina ou capaz de causar
distúrbios de coagulação
c) Classificação
Hemorragia pós-parto primária (precoce): ocorre nas primeiras 24 horas
após o parto
Hemorragia pós-parto secundária (tardia): ocorre entre as 24horas e 6 a
12 semanas pós-parto
d) Fatores de risco
Cesariana ou cirurgia uterina
Hipertensão
Sobredistensão uterina (útero distendido):
Pacientes com gravidez múltipla (gemelar)
Alteração de líquido amniótico (polidrâminio = líquido amniótico
excessivo)
Feto macrossômico
Multiparidade (várias gestações) independente da via LEMBRAR
de parto
Corioamnionite = inflamação aguda
Corioamnionite da membrana coriônica causada pela
História prévia de atonia uterina ou hemorragia ascensão polimicrobiana do trato
obstétrica genitourinário inferior, sendo causa
Obesidade materna comum de complicações adversas
maternas e fetais
Indução de parto (principalmente com ocitocina)
Placenta prévia ou de inserção baixa
LEMBRAR
Fatores de risco atonia uterina = hiperdistensão uterina (macrossomia fetal, gestação múltipla,
Julha Peixinho
poliadramnia); indução do trabalho de parto; anestesia ou analgesia (uso de halogenados);
trabalho de parto rápido ou prolongado; corioamnionite; atonia uterina pregressa
Julha Peixinho
Matéria prova G.O.
OBS.: Placenta prévia é quando a placenta está presa (implantada) sobre a abertura do
colo do útero, na parte inferior do útero, em vez de na parte superior
Julha Peixinho
Julha Peixinho
Matéria prova G.O.
h) Tratamento
Medicamentoso
O tratamento medicamentoso é essencial no manejo da atonia uterina,
principal causa de HPP
Julha Peixinho
Julha Peixinho
Matéria prova G.O.
OBS.: O uso do Ácido Tranexâmico está sendo indicado assim que se diagnosticar a
HPP (em concomitância com a primeira droga utilizada)
Suturas vasculares
o Ligadura das artérias uterinas: é a técnica mais conhecida.
Frequentemente é realizada em associação com as suturas
compressivas. É capaz de reduzir os sangramentos do corpo
Julha Peixinho
Julha Peixinho
Matéria prova G.O.
uterino em mais de 90% dos casos e parece não interferir na vida
reprodutiva futura das pacientes
Cirúrgicos extipartivos (histerectomia)
É considerada última etapa do tratamento cirúrgico
A histerectomia subtotal é a de escolha para a maioria dos casos de
HPP, por ser mais rápida e exigir menor habilidade cirúrgica
Contudo, quando o foco do sangramento ocorrer nos segmentos
uterinos inferiores a histerectomia total está indicada
Cirurgia de contenção de danos
O termo controle de danos é uma estratégia de tratamento para
pacientes críticos, na qual se reduz o tempo cirúrgico, sacrificando o
reparo definitivo e imediato das lesões
Opta-se por realizar uma hemostasia temporária a fim de permitir a
restauração volêmica, correção dos distúrbios de coagulação e/ou
tratamento da disfunção dos órgãos na paciente o mais rápido possível
i) Ressuscitação volêmica/transfusão
Objetivos
Controle rápido do sangramento
Restauração da perfusão tecidual
Abordagem precoce da coagulopatia
Avaliar resposta hemodinamicamente a cada 250 a 500ml
Fluidos aquecidos (SF 0,9% ou Ringer Lactato)
Considerar hemotransfusão se:
Instabilidade hemodinâmica
Ausência de resposta a infusão de mais de 1500ml de cristaloide
Manter fibrinogênio acima de 200mg/dl
OBS.: Atendimento:
Julha Peixinho
Julha Peixinho
Matéria prova G.O.
3) Avaliação da vitalidade fetal (cardiotocografia) LEMBRAR
a) Objetivos
Cardiotocografia é um dos
Avaliar bem, estar fetal exames mais utilizados na
Detectar menor aporte de O2 para o feto avaliação do bem-estar fetal
Indicar intervenções baseadas em evidências
OBS.: Diferentes processos fisiopatológicos levam à lesão fetal – não existe um teste
ideal
b) Métodos de avaliação da vitalidade fetal
Ultrassonografia
Dopplervelocimetria (avaliação do fluxo sanguíneo) – avaliação da
vitalidade fetal crônica
Avaliação de líquido amniótico (marcador crônico)
Perfil biofísico fetal (pode conter cardiotocografia ou não)
Cardiotocografia
Repouso
Estimulada
c) Cardiotocografia (CTG)
1ª exame complementar na avaliação da vitalidade fetal
Anteparto
Anteparto (pré-natal)
LEMBRAR o Estudo das características da frequência cardíaca fetal (FCF) frente
aos movimentos corpóreos fetais e às contrações uterinas
Indicação: “situações que
o Indicações
implicam em risco de
deterioração da oxigenação Gestações de alto risco LEMBRAR
fetal” Síndromes hipertensivas Processos fisiopatológicos que
Cardiopatias maternas levam à dano e morte fetal:
Diabetes: prévio tipo 1 ou 2 e diabetes
gestacional
Anemias
Pneumopatias
Restrições de crescimento fetal
Cardiopatias congênitas
Gestações de baixo risco > 40 semanas
Queixa de diminuição do movimento fetal
o Vantagens: baixo custo; fácil realização (simples,
não invasivo e difundido); falso negativo de 0,3% .......
o Desvantagens: maturidade cardíaca fetal (feto abaixo de 32
Batimento semanas não tem maturidade fetal, ou seja, interpretação pode ser
cardíaco errônea); variação na interpretação; diversidade de nomenclatura;
taxa de especificidade de 50% (baixa)
o Parâmetros analisados
Linha de base
Média aproximada dos valores da FCF
avaliada em pelos menos 2 minutos de
Movimentação fetal traçado, excluindo-se: desacelerações,
acelerações e períodos de alta variabilidade
Normal: 110 a 160bpm Inconclusivo
Contração
Bradicardia:
Linha de base < 110bpm (durante pelo menos 10
minutos)
Causas:
Jejum
Pós-datistmo (gestação que ultrapassa 40
semanas)
Uso de betabloqueadores
Hipotensão arterial materna
Hipóxia
Arritmias graves: bloqueio AV
Variabilidade
Oscilação da FCF em torno da linha de
base
Interação dos sistemas nervosos
autônimos simpático e parassimpático
Tipos
Ausente (não detectada) – feto em hipóxia acentuada
Julha Peixinho
Julha Peixinho
Matéria prova G.O.
Mínima (0 a 5bpm) LEMBRAR
24
semanas
28
semanas
32
semanas
Julha Peixinho
Julha Peixinho
Matéria prova G.O.
OBS.: Diz-se que o traçado é reativo quando há dois
picos de amplitudes em 20 minutos
Fatores de risco para redução da
movimentação fetal:
Sono fetal
Jejum
Hipotensão materna
Sedativos, relaxantes
Sulfato de magnésio
Hipóxia
Desacelerações
Queda abrupta da FCF (≥ 15bpm) em relação à linha de
base
Duração:
15 segundos
> 2minutos é prolongada
≥ 10 minutos: mudança da linha de base
OBS.: Intraparto = desacelerações recorrentes ou periódicas (50%
contrações
Tipos:
Não periódicas
Espicas: rápidas e pouco amplas; relacionadas aos
movimentos fetais
Desacelerações prolongadas
Queda da FCF (> 15bpm em relação à linha de
base)
Duração ≥ 2 minutos e < 10minutos
Relacionadas a hipotensão materna (efeito
poseiro) e hipertonia uterina
Julha Peixinho
Julha Peixinho
Matéria prova G.O.
Periódicas (associadas a contração)
Precoces (reflexo vagal)
Resposta fetal parassimpática à
compressão cefálica
Pico da desaceleração coincide
com pico da contração uterina
Rara no período anteparto
Tardias (hipóxia)
Queda gradual da FCF que começa 20
segundos ou mais após as contrações uterinas
– decalagem
Diminui o fluxo uteroplacentário da contração
Hipóxia acidose depressão miocárdica
Julha Peixinho
Julha Peixinho
Matéria prova G.O.
OBS1.: Cardiotocografia anteparto: como laudar
Parâmetro Normal Pontuação
Linha de base 110 a 160 1
Variabilidade 6 a 25 1
Acelerações (MF) 60% 2
Desacelerações Ausentes 1
LEMBRAR
....
Julha Peixinho
PBF = perfil biofísico fetal
Julha Peixinho
Matéria prova G.O.
OBS3.: Laudo Santa Casa
Julha Peixinho
Julha Peixinho
Matéria prova G.O.
Acelerações presentes ou não e
Desacelerações precoces presentes ou não e
Ausência de desacelerações variáveis e tardias
Estado ácido –
base fetal normal
Não requer outras
formas de
avaliação
Manter assistência
obstétrica de rotina
o Categoria II
Taquicardia ou
Variabilidade ausente mínima/aumentada isolada ou
Desacelerações variáveis recorrentes com variabilidade
mínima/moderada ou
Desacelerações tardias recorrentes com variabilidade
moderada ou
Desacelerações variáveis com acelerações no início e no final
(“ombros”), retorno lento ou profundas ou
Desacelerações > 2 minutos, porém < 10 minutos ou
Ausência de aceleração após estímulo sonoro ou estímulo do
couro cabeludo
LEMBRAR
4) Partograma
a) Conceito
Representação gráfica do trabalho de parto que permite acompanhar sua
evolução, documentar, diagnosticar alterações e indicar a tomada de
condutas apropriadas para correção destes desvios, ajudando ainda a
evitar intervenções desnecessárias
b) Indicações
Acompanhar a evolução do trabalho de parto (TP)
Documentar o TP
Diagnosticar alterações no TP
Indicar a tomada de condutas apropriadas
Evitar intervenções desnecessárias
Julha Peixinho
Julha Peixinho
Matéria prova G.O.
c) Definição de trabalho de parto ativo
Contrações uterinas regulares que causam esvaecimento LEMBRAR
e dilatação cervical, a partir de no mínimo 5cm de
O trabalho de parto só e
dilatação considerado ativo depois de o
O Partograma considera a fase ativa do trabalho de parto colo do útero ter 5cm de dilatação.
d) Preenchimento do partograma Essa fase dura 6 a 8horas
O uso do partograma melhora desfechos obstétricos e (média). Assim que as contrações
se tornarem regulares, a cada 5 a
reduz taxas de cesarianas em países de baixa/média 6 minutos, deverá começar a
renda registrá-las
É recomendado pelo Ministério da Saúde do Brasil e pela
FEBRASGO
LEMBRAR
LEMBRAR
Além do triângulo, utiliza-se
Para iniciar o registro da
outro símbolo para
evolução do trabalho de
representar a descida fetal:
parto, marca-se a dilatação
um círculo. Através dela
no momento da abertura
registra-se: altura da
do partograma com um
apresentação fetal (à direita
triângulo e desenha-se 2
da primeira parte do
linhas: a linha de alerta e a
partograma), por meio dos
linha de ação
graus DeLee de -3 a +4,
sendo “0” correspondente a
insinuação. Abaixo de 0
(números negativos), está
abaixo do estreito superior
da bacia, cada vez mais
LEMBRAR próximo da vulva
Julha Peixinho
Julha Peixinho
Matéria prova G.O.
OBS.: Significado dos símbolos
Batimentos fetais
A terceira parte é o registro de batimentos fetais e deve ser marcado
apenas com um ponto na frequência que o feto apresenta no momento
do exame
Contrações
Em seguida, há o registro das contrações
Contrações efetivas: preencher todo o quadrado
Se elas não forem efetivas, mas durarem entre 20 e 39 segundos, ou
seja, moderadas, pinta-se apenas metade do quadrado, traçando uma
linha na diagonal
O número de quadrados que pintar, representa a quantidade de
contrações em 10 minutos
Julha Peixinho
Julha Peixinho
Matéria prova G.O.
5) Diabetes na gestação
https://www.febrasgo.org.br/media/k2/attachments/FEMINAZ11ZV3.pdf
a) Definição LEMBRAR
Intolerância à glicose, de gravidade variável, que aparece
DM gestacional (DMG): mulher
ou é primeiramente diagnosticada durante a gestação com hiperglicemia detectada pela
b) Fisiopatologia primeira vez durante a gravidez,
A resistência à insulina está relacionada aos hormônios com níveis glicêmicos que não
LEMBRAR atingem os critérios diagnósticos
diabetogênicos, produzidos em grande quantidade na
de para DM
A gestação se caracteriza gestação, com a finalidade hiperglicêmica que favorece o
por seu estado de feto. Dentre eles: DM diagnosticado na gestação
resistência à insulina. Essa Hormônio lactogênio-placentário: efeito antagônico (overt diabetes): mulher sem
condição, aliada à intensa diagnóstico de prévio de DM, com
mudança nos mecanismos Cortisol, estriol e progesterona, produzidos pela hiperglicemia detectada na
de controle da glicemia, em placenta: efeito anti-insulínico gravidez com níveis glicêmicos
função do consumo de Aumento no catabolismo da insulina na placenta e rins sanguíneos que atingem os
glicose pelo embrião e feto, critérios da OMS para o DM em
pode contribuir para a OBS.: Hormônio lactogênio placentário continua a aumentar à não gestantes
ocorrência de alterações medida que a gestação avança, notadamente por volta da 24ª
glicêmicas, favorecendo o
desenvolvimento de DMG
semana. Quando a capacidade pancreática de secretar insulina é suplantada,
nessa fase advém a hiperglicemia
c) Epidemiologia
Problema metabólico mais comum na gestação
Prevalência em 3 a 25% das gestações
Aumento paralelo com aumento de DM2 e da obesidade na população
feminina
d) Fatores de risco
Idade > 35 anos
IMC > 25kg/m2
Patologias prévias:
Intolerância à glicose prévia
Síndrome do ovário policístico (SOP)
Uso de medicamentos hiperglicemiantes
Hipertensão
Antecedentes obstétricos:
Diabetes mellitus gestacional
Morte fetal ou neonatal
Abortos de repetição
Malformações fetais
Antecedentes familiares: parentes de 1º grau com DM
Gestação atual:
Feto grande para idade gestacional e/ou
polihidrâmnio (líquido amniótico excessivo)
Aumento excessivo de peso
Pré-eclâmpsia
e) Diagnóstico
Na primeira visita pré-natal todas as grávidas deverão ser submetidas a
uma glicemia plasmática em jejum:
Glicemia Jejum ≥ 126 mg/dl, é feito o diagnóstico de diabetes
prévio diagnosticado na gestação
Julha Peixinho
Julha Peixinho
Matéria prova G.O.
Julha Peixinho
Julha Peixinho
Matéria prova G.O.
Julha Peixinho
Julha Peixinho
Matéria prova G.O.
OBS1.: Dose inicial = 0,7 a 2 Ui/Kg/dia
OBS2.: Proporção de 2:1 de insulina (2/3 pela manhã e 1/3 pela noite)
Bolus
Previne picos hiperglicêmicos pós-prandiais
Humana: regular
Análogos: Asparte; Lispro; Glulisina
Antidiabéticos orais
o Alternativa
o Monoterapia em casos de inviabilidade da adesão à insulina
o Adjuvante em casos de hiperglicemia grave, com altas doses de
insulina para controle glicêmico
OBS.: Resolução da gestação
g) Via de parto
Peso fetal estimado (PFE)
PFE < 4000g = via obstétrica
PFE ≥ 4000g e < 4500g = individualizar
PFE ≥ 4500g = cesárea eletiva
OBS.: Diabetes mellitus: 30 a 50% de taxa de cesárea
h) Seguimento pós-parto
Glicemia de jejum ou TOTG 75g: 6 semanas pós-parto
Avaliação, no mínimo, a cada três anos
6) Isoimunização Rh
a) Definição
LEMBRAR: Antígenos de superfície eritrocitária fetal,
distintos daqueles presentes na circulação
A isoimunização é materna que podem estimular a produção
decorrente da
exposição do indivíduo
de anticorpos na gestante – esse
a antígenos não fenômeno é denominado Aloimunização
próprios, levando a A Aloimunização rHD é causa de doença
formação de hemolítica perinatal (DHPN), sendo a
anticorpos. Este
única em que é possível realizar profilaxia
fenômeno pode
acontecer em mediante a aplicação da imunoglobulina Primeira gravidez: uma mulher Rh negativa,
decorrência de anti-D gerando uma criança Rh positiva; o organismo
transfusão sanguínea Incide em 1 a 10% das gestações materno começa a produzir anticorpos anti-Rh
não compatível ou
b) Diagnóstico devido a exposição, com isso, a mulher se
durante a gestação,
quando fetos É realizado através da Pesquisa de sensibiliza e produz uma grande quantidade de
produzem antígenos Anticorpos Irregulares (PAI), que não anticorpos anti-Rh
paternos que chegam somente identifica, mas, também, informa Segunda gravidez de uma criança Rh positiva,
à circulação materna os títulos dos anticorpos presentes
durante a gestação
ela não consegue “segurar” esses anticorpos,
com isso, ocorre passagem dos mesmos pela
circulação materna para a circulação fetal e
Julha Peixinho
isso pode afetar o feto
Julha Peixinho
Matéria prova G.O.
Acompanhamento específico
Caracterização prévia, de acordo com o pior desfecho relacionado a
LEMBRAR:
DNPH
A exsanguineotransfusão o Ausente (sem nenhuma intercorrência na gravidez)
(EXT) é a substituição do o Leve: fototerapia neonatal
sangue do RN, através da
retirada de múltiplas
o Moderada: exsanguineotransfusão do RN a termo
alíquotas, pela quantidade o Grave: transfusão intrauterina ou óbito intrauterino ou
de sangue de um doador exsanguineotransfusão do RN pré-termo
homólogo Determinação do título de anticorpos anti-D, se for ≥ 16 = DHPN
US para pesquisa de anemia fetal
o Alteração na US:
Redução da contratilidade e cardiomegalia fetal
Hepatomegalia
Derrame pericárdico
Ascite
Alterações no volume do líquido amniótico
Aumento da espessura e/ou da ecogenicidade placentária
Doppler para determinação da velocidade máxima sistólica da artéria
média (Vmax ACM) ≥ 1,5 múltiplos da mediada para IG (MoM)
predizem anemia fetal de forma consistente
Cardiotocografia anteparto = padrão sinusoidal ou desacelerações
estão associadas a anemia fetal grave
Gestantes sensibilizadas, sem histórico de DHPN e com títulos iniciais
< 16 = exames mensais
Julha Peixinho
Julha Peixinho
Matéria prova G.O.
OBS.: Quando a avaliação fetal indica derrame cavitário, hidropsia ou aumento da Vmáx
ACM = cordocentese (exame que consiste na retirada de um pouco de sangue do
cordão umbilical a fim de detectar se há alguma doença que possa complicar a saúde
do bebê) – determinar Hb fetal e transfusão intrauterina
d) Parto
Nos casos em que houve necessidade de transfusão intrauterina:
considerar o parto pré-termo tardio, ou seja, entre 34 a 37 semanas
Nos demais, o parto pode ocorrer a termo
OBS.: Não existe necessidade de parto cesárea, ou seja, via de parto é sempre de
decisão obstétrica
e) Prevenção LEMBRAR:
OBS.: A imunoglobulina anti-D é derivada a partir do plasma humano (13, A imunoglobulina anti-D é
23), contém elevado título de anticorpo contra antígeno Rh de células derivada a partir do plasma
humano, contém elevado título
vermelhas do sangue e é eficaz na prevenção da isoimunização Rh
de anticorpo contra antígeno Rh
Gestantes rHD não imunizadas devem receber a IgG anti-D de células vermelhas do sangue
e é eficaz na prevenção da
Rotineiramente, com 28 semanas isoimunização Rh
Até 72h após parto de RN rHD positivo
Eficácia até 28 dias, embora reduzida
Receber após:
o Abortamento
o Gravidez molar
o Gestação ectópica
o Óbito intrauterino
o Natimorto
o Após procedimentos invasivos
o Trauma abdominal
o Versão cefálica externa
7) Mecanismo de parto
a) Definição LEMBRAR:
Movimentos passivos sofridos pelo feto com o intuito de
Dilatação: se inicia com as
adequar maiores diâmetros do canal de parto contrações uterinas regulares e
termina com a dilatação completa
OBS.: A mecânica do parto em si analisa os movimentos da cabeça, sob do colo do útero
ação das contrações uterinas, a transitar pelo desfiladeiro pelvigenital.
Sendo o feto o móvel ou objeto, que percorre o trajeto (bacia), Expulsão: se inicia com a
completa dilatação do colo e vai
impulsionado por um motor (contração uterina)
até o nascimento da criança
Julha Peixinho
Julha Peixinho
Matéria prova G.O.
b) Tempos do mecanismo de parto
Insinuação com flexão
É a passagem da maior circunferência da apresentação pelo
estreito da bacia
OBS.: Nessas condições, está o ponto mais baixo da apresentação à altura
das espinhas ciáticas (plano “0” de DeLee)
Julha Peixinho
Julha Peixinho
Matéria prova G.O.
Julha Peixinho
Julha Peixinho
Matéria prova G.O.
o Nos casos em que os níveis pressóricos não voltarem a
normalidade, caracteriza-se a hipertensão crônica
Hipertensão arterial crônica (HAC)
Qualquer doença hipertensiva diagnosticada previamente a gestação
ou antes das 20 semanas, excluídos casos de neoplasia trofoblástica
gestacional
Observada em 5% das gestações
Hipertensão primária ou essencial: principal causa – afetando mais de
90% dos casos de HAC na gravidez
Hipertensão secundária: causa mais comum = doença do parênquima
renal; outras causas: feocromocitoma e coartação de aorta
Maiores taxas de complicações
OBS.: Entre as complicações maternas e fetais associadas à HAC, destacam-se a pré-
eclâmpsia sobreposta, síndrome HELLP, maior incidência de cesariana, edema
pulmonar, insuficiência renal, restrição de crescimento fetal (RCF), descolamento
prematuro da placenta e óbito fetal
Seguimento pré-natal
Casos de HAC leve, sem outras complicações, podem ser
acompanhados com:
o Retornos mensais até a 28ª semana
o Retornos quinzenais, entre 28ª e 34ª semanas
o Retornos semanais, após a 34ª semana
OBS.: Caso necessite de aumento da dose anti-hipertensiva ou quadros suspeitos de
PE sobreposta, as pacientes devem retornar no máximo em 1 semana
Julha Peixinho
Julha Peixinho
Matéria prova G.O.
Julha Peixinho
Julha Peixinho
Matéria prova G.O.
Avaliação hemodinâmica fetal à hipóxia: doppler da artéria cerebral média
Atividades biofísicas fetais: semanalmente a partir de 34 semanas
Vitalidade fetal reavaliada a qualquer piora clínica materna
b) HAC com pré-eclâmpsia sobreposta
Pré-eclâmpsia pode sobrepor a HAC em 15 a 30% dos LEMBRAR
casos
A pré-eclâmpsia é uma doença
Fatores de risco multifatorial e multissistêmica,
Disfunção renal específica da gestação,
Diabetes classicamente diagnosticada pela
presença de hipertensão arterial
Doenças do colágeno
associada à proteinúria, que se
Síndrome antifosfolípide manifesta em gestante previamente
Gestações múltiplas normotensa, após a 20ª semana de
Aumento dos índices de ácido úrico (>6mg/dL) gestação. Atualmente, também se
considera pré-eclâmpsia quando,
anteriormente normal é altamente sugestivo na ausência de proteinúria, ocorre
Exames para diagnóstico disfunção de órgãos-alvo
Ácido úrico
Eclâmpsia refere-se à ocorrência
Proteinúria de 24horas ou relação proteína/creatinina de crise convulsiva tônico-clônica
Exames para seguimento generalizada ou coma em gestante
Hemograma com pré-eclâmpsia, sendo uma das
complicações mais graves da
TGO e TGP doença
Bilirrubina total e frações
Desidrogenase lática
Ureia e creatinina
c) Pré-eclâmpsia (file:///C:/Users/Vida/Downloads/2020-Pr-Eclmpsia.pdf)
Presença, após 20ª semana de gestação (ou antes nos casos de doença
trofoblástica gestacional), de hipertensão arterial acompanhada de
proteinúria, em gestante sem história de hipertensão arterial e/ou alteração
de comprometimento sistêmico
Subdivisão
Precoce (< 34 semanas):
o Está geralmente associada a maior
comprometimento do desenvolvimento
placentário e da circulação uteroplacentário
o Avaliação dopplervelocimétrica anormal das
artérias uterinas, fetos com restrição de
crescimento e piores desfechos maternos e
perinatais
Tardia (≥ 34 semanas)
o Frequentemente se associa a síndromes
metabólicas, inflamação e comprometimento
endotelial crônicos
Julha Peixinho
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Matéria prova G.O.
o Assim, é comum a presença de obesidade e doenças crônicas
o A avaliação do compartimento uteroplacentário muitas vezes
apresenta-se dentro da normalidade ou pouco alterada
o Acredita-se que desfechos maternos e perinatais são mais
favoráveis, principalmente por ser uma manifestação mais próxima
do termo, o que não significa que a doença possa ser considerada
com menor cuidado
Controle com hipotensores
Metildopa 750mg a 2g/dia
Nifedipino Retard 20mg a 60mg/dia
Prazosina 2mg a 10mg/dia
Carvedilol 25mg a 50mg/dia
Conduta na urgência hipertensiva
DLE = decúbito lateral esquerdo
OBS1.: Sulfatação
Alterações do SNC
Quando usar:
PAD > 120mmHg
Iminência de eclâmpsia
Eclâmpsia estabelecida
HELLP estabelecida
LEMBRAR
Julha Peixinho
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Matéria prova G.O.
OBS2.: Fluxograma de uma paciente com síndrome hipertensiva aguda
1. Posicionar a paciente em decúbito lateral esquerdo
2. Instalar soro glicosado a 5% em veia periférica
3. Administrar Nifedipina 10mg, VO, e repetir 10mg a cada 30min, se necessário.
Se não houver resposta adequada, administrar Hidralazina 5mg IV. Se a PA não
for controlada, repetir 5 a 10mg a cada 20minutos
4. Verificar PA materna de 5 em 5minutos, por 20minutos, após medicação
5. Avaliar a frequência cardiofetal (cardiotocografia) por pelo menos 20minutos
após a medicação
6. Repetir a medicação, se necessário (PA > 155/105mmHg), até dose máxima
de 30mg para cada droga
Manter a PA < 160/110mmHg e > 135/85mmHg
Outras opções
Labetalol 20mg IV em bolus e, se necessário, repetir 40mg em 10min, e até
mais duas doses de 80mg a cada 10min, até uma dose de 220mg. Não
utilizar em asmáticas ou naquelas com insuficiência cardíaca
Nitroprussiato de sódio 0,25µg (Kg/min) até o máximo de 4µg (Kg/min) e não
usar por mais de 4horas
Exames complementares
Hemograma
Creatinina
TGO
Bilirrubina total e frações
Urina I
Relação P/C
Ácido úrico
Proteinemia/Albumina
Enzimas hepáticas
Proteinúria 24horas
Fundo de olho
ECG
Prognóstico ruim
PA > 160/110mmHg
Oligúria (diurese < 400ml/24horas)
Creatinina crescente ou > 1,2
Sinais de encefalopatia hipertensiva ou distúrbios visuais
Evidências de hemólise
Função hepática alterada
Proteinúria > 5g/24horas
d) Eclâmpsia
Desenvolvimento de convulsões generalizadas, excluindo-se as
convulsões de causas neurológicas, anestésica, farmacológica ou por
complicações metabólicas em gestantes com sinais e sintomas de pré-
eclâmpsia
Subdivisão
Não complicada
Complicada: coagulopatia, insuficiência respiratória, insuficiência
cardíaca, icterícia, insuficiência renal aguda, PAD > 120mmHg,
temperatura > 38ºC
Julha Peixinho
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Matéria prova G.O.
LEMBRAR
Sinais e sintomas
Hipertensão
Dor epigástrica e/ou em hipocôndrio direito
Perda de apetite
Náuseas e vômitos
Sintomas visuais (escotomas)
Cefaleia
Mal-estar
Alteração do estado de consciência
Resolução da gestação
Seriar exames
Observar platô de recuperação
Julha Peixinho
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Matéria prova G.O.
Dexametasona 10mg EV a cada 12horas por 2 dias nos casos de
plaquetopenia < 50.000
9) Vulvovaginites
file:///C:/Users/Vida/Downloads/IST%20MS%202020.pdf
a) Introdução
O corrimento vaginal é uma queixa comum, que ocorre LEMBRAR
principalmente na idade reprodutiva
Entre as causas não infecciosas
As principais queixas são: do corrimento vaginal, incluem-se
Fluxo vaginal aumentado (leucorreia) drenagem de excessivo material
Prurido mucoide fisiológico, vaginite
inflamatória descamativa,
LEMBRAR Cheiro desagradável
vaginite atrófica (em mulheres na
Desconforto intenso pós-menopausa) ou presença de
A infecção vaginal pode ser
caracterizada por corrimento
As infecções do trato reprodutivo (ITR) são divididas em: corpo estranho. Outras
e/ou prurido e/ou alteração Infecções endógenas (candidíase vulvovaginal e patologias podem causar prurido
vulvovaginal sem corrimento,
de odor. Daí a necessidade vaginose bacteriana) como dermatites alérgicas ou
de indagar sobre: Infecções iatrogênicas (infecções pós-abordo, pós- irritativas (sabonetes, perfumes,
consistência, cor e
alterações no odor do
parto) látex) ou doenças da pele (líquen,
corrimento; presença de IST (Tricomoníase, infecção por C, trachomatis e N. psoríase)
prurido; e/ou irritação local gonorrhoeae)
A investigação da história OBS.: A vulvovaginite e a vaginose são as causas mais comuns de corrimento
clínica deve ser minuciosa,
vaginal patológico, responsáveis por inúmeras consultas. São afecções do
abrangendo: comportamento
sexual, DUM, práticas de epitélio estratificado da vulva e/ou vagina, cujos agentes etiológicos mais
higiene vaginal e uso de frequentes são fungos, principalmente a Candida albicans; bactérias
medicamentos anaeróbicas, em especial a Gardnerella vaginalis; e o protozoário
Trichomonas vaginalis
b) Principais agentes etiológicos de corrimentos vaginais e cervicites
Candidíase vulvovaginal (CVV)
Candida albicans é o agente etiológico da candidíase vulvovaginal em
80% a 92% dos casos, podendo o restante ser devido às espécies não
albicans (glabrata, tropicalis, krusei, parapsilosis) e Saccharomyces
cerevisae
Durante a vida reprodutiva, 10% a 20% das mulheres serão
colonizadas por Candida spp., de forma assintomática, sem requerer
tratamento
Fatores que predispõe a candidíase vulvovaginal
o Gravidez
o Obesidade
o Diabetes mellitus (descompensado)
o Uso de corticoides
o Uso de antibióticos
o Uso de contraceptivos orais
o Uso de imunossupressores ou quimio/radioterapia
o Alterações na resposta imunológica (imunodeficiência)
o Hábitos de higiene e vestuário que aumentem a umidade e o calor
local
o Contato com substâncias alergênicas e/ou irritantes (ex.: talco,
perfumes, sabonetes ou desodorantes íntimos)
o Infecção pelo HIV
Julha Peixinho
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Matéria prova G.O.
OBS.: A maioria das CVV não são complicadas e respondem a vários esquemas
terapêuticos. Todavia, 5% das mulheres apresentam inabilidade de controle do
processo agudo, o que leva à instalação da forma recorrente do agravo
Classificação
o Complicada: sintomas intensos, frequência recorrente (CVVR),
agente etiológico não albicans (glabrata, kruzei), presença de
comorbidades (diabetes, HIV) ou gestação
o Não complicada: sintomas leves/moderados, frequência
esporádica, agente etiológico C. albicans e ausência de
comorbidades
Diagnóstico
o Sinais e sintomas LEMBRAR
Prurido
Os sinais característicos são
Ardência
eritema e fissuras vulvares,
Corrimento geralmente grumoso e sem odor corrimento grumoso, com placas
Dispareunia de introito vaginal aderidas à parede vaginal, de cor
Disúria externa branca, edema vulvar,
o Citologia a fresco escoriações e lesões satélites,
por vezes, pustulosas pelo ato de
OBS.: CVV está associada à pH normal vaginal (<4,5) coçar
Julha Peixinho
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Matéria prova G.O.
Diagnóstico
o Se a microscopia estiver disponível, o diagnóstico é realizado na
presença de pelo menos três critérios de Amsel
Corrimento vaginal homogêneo
pH >4,5
Presença de clue cells no exame de lâmina a fresco
Teste de Whiff positivo (odor fétido das aminas com adição de
hidróxido de potássio a 10%)
o O padrão-ouro é a coloração por Gram do fluido vaginal
OBS1.: Não há indicação de rastreamento de vaginose bacteriana em mulheres
assintomáticas
OBS2.: O tratamento é recomendado para mulheres sintomáticas e para assintomáticas
quando grávidas, especialmente aquelas com histórico de parto pré-termo e que
apresentem comorbidades ou potencial risco de complicações (previamente à inserção
de DIU, cirurgias ginecológicas e exames invasivos no trato genital)
Tratamento LEMBRAR
o Primeira opção:
A recorrência de VB após o
Metronidazol 250 mg, 2 comprimidos VO, tratamento é comum: 15% a 30%
2X/dia, por 7 dias OU das mulheres apresentam VB
Metronidazol gel vaginal 100mg/g, um sintomática 30 a 90 dias após a
aplicador cheio via vaginal, à noite ao deitar-se, terapia com antibióticos, enquanto
70% das pacientes experimentam
por 5 dias
uma recorrência em nove meses
o Segunda opção:
Clindamicina 300mg, VO, 2x/dia, por 7 dias
o Recorrentes:
Metronidazol 250mg, 2 comprimidos VO, 2x/dia, por 10-14 dias
OU
Metronidazol gel vaginal 100mg/g, um aplicador cheio, via
vaginal, 1x/ dia, por 10 dias, seguido de tratamento supressivo
com óvulo de ácido bórico intravaginal de 600mg ao dia por 21
Julha Peixinho
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Matéria prova G.O.
dias e metronidazol gel vaginal 100mg/g, 2x/semana, por 4-6
meses
OBS1.: O tratamento das parcerias sexuais não está recomendado
OBS2.: Para as puérperas, recomenda-se o mesmo tratamento das gestantes
Tricomoníase
LEMBRAR Causada por um protozoário flagelado unicelular, o Trichomonas
vaginalis, e parasita com mais frequência a genitália feminina que a
No exame especular, masculina
percebem-se microulcerações
no colo uterino, que dão um Sinais e sintomas característicos consistem em:
aspecto de morango ou o Corrimento vaginal intenso, amarelo-esverdeado, por vezes
framboesa. A transudação acinzentado, bolhoso e espumoso, acompanhado de odor fétido
inflamatória das paredes (na maioria dos casos, lembrando peixe)
vaginais eleva o pH para 6,7 a
7,5 e, nesse meio alcalino, pode
o Prurido eventual, que pode constituir reação alérgica à afecção
surgir variada flora bacteriana
OBS.: Em caso de inflamação intensa, o corrimento aumenta e pode haver
patogênica, inclusive
anaeróbica; por conseguinte se sinusiorragia e dispareunia. Também podem ocorrer edema vulvar e
estabelece a vaginose sintomas urinários, como disúria
bacteriana associada, que
libera as aminas com odor Diagnóstico
fétido, além de provocar bolhas o Exame a fresco, mediante gota do conteúdo vaginal e soro
no corrimento vaginal purulento fisiológico, com observação do parasita ao microscópio
(protozoário flagelado e um grande número de leucócitos)
o O pH quase sempre é maior que 5,0
o Na maioria dos casos, o teste das aminas é positivo
o À bacterioscopia com coloração pelo método de Gram, observa-se
o parasita Gram-negativo, de morfologia característica
Tratamento
o Primeira opção (incluindo gestantes e lactantes):
Metronidazol 400mg, 5 comprimidos, VO, dose única (dose
total de tratamento 2g) OU
Metronidazol 250mg, 2 comprimidos, VO, 2x/dia, por 7 dias
OBS1.: As parcerias sexuais devem ser tratadas com o mesmo esquema terapêutico
OBS2.: O tratamento pode aliviar os sintomas de corrimento vaginal em gestantes, além
de prevenir infecção respiratória ou genital em RN
OBS3.: Para as puérperas, recomenda-se o mesmo tratamento das gestantes
OBS4.: Recomendações
Durante o tratamento com metronidazol, deve-se evitar a ingestão de álcool (efeito
antabuse, devido à interação de derivados imidazólicos com álcool, caracterizado por
mal-estar, náuseas, tonturas e “gosto metálico na boca”)
Durante o tratamento, devem-se suspender as relações sexuais
Manter o tratamento durante a menstruação
O tratamento da(s) parceria(s) sexual(is), quando indicado, deve ser realizado de forma
preferencialmente presencial, com a devida orientação, solicitação de exames de outras
IST (sífilis, HIV, hepatites B e C) e identificação, captação e tratamento de outas parcerias
sexuais, buscando a cadeia de transmissão
Julha Peixinho
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Matéria prova G.O.
OBS5.: Vulvovaginites e suas características
Cervicite
As cervicites são frequentemente assintomáticas (em torno de 70% a
80%)
Nos casos sintomáticos, as principais queixas são:
o Corrimento vaginal
o Sangramento intermenstrual ou pós-coito
o Dispareunia
o Disúria
o Polaciúria
o Dor pélvica crônica
Os principais agentes etiológicos são Chlamydia trachomatis e
Neisseria gonorrhoeae
Fatores associados a prevalência:
o Mulheres sexualmente ativas
o Idade inferior a 25 anos
o Novas ou múltiplas parcerias sexuais
o Parcerias com IST
o História prévia ou presença de outra IST
o Uso irregular de preservativo
Ao exame físico, podem estar presentes dor à mobilização do colo
uterino, material mucopurulento no orifício externo do colo, edema
cervical e sangramento ao toque da espátula ou swab
As principais complicações da cervicite por clamídia e gonorreia,
quando não tratadas, incluem: dor pélvica, DIP, gravidez ectópica e
infertilidade
Os sinais e sintomas da cervicite por C. trachomatis ou N. gonorrhoeae
(60% a 80%)
o Dor à manipulação do colo
o Muco cervical turvo ou amarelado
o Friabilidade cervical
OBS1.: Além disso, outros sintomas, como corrimento vaginal, febre, dor pélvica,
dispareunia e disúria também podem estar associados
OBS2.: No RN, a principal manifestação clínica é a conjuntivite, podendo ocorrer
septicemia, artrite, abcessos de couro cabeludo, pneumonia, meningite, endocardite e
estomatite
Julha Peixinho
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Matéria prova G.O.
Diagnóstico
o O diagnóstico laboratorial da cervicite causada por C. trachomatis
e N. gonorrhoeae pode ser feito por pela detecção do material
genético dos agentes infecciosos por biologia molecular
o Para os casos sintomáticos, a cervicite gonocócica também pode
ser diagnosticada pela identificação do gonococo após cultura em
meio seletivo (Thayer-Martin modificado), a partir de amostras
endocervicais
Tratamento
Julha Peixinho
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Matéria prova G.O.
10) Doença inflamatória pélvica (DIP)
a) Introdução
A DIP é uma síndrome clínica atribuída à ascensão de LEMBRAR
microrganismos do trato genital inferior, espontânea ou
Constitui uma das mais
devida à manipulação (inserção de DIU, biópsia de importantes complicações das
endométrio, curetagem, entre outros), comprometendo o IST e um sério problema de
endométrio (endometrite), tubas uterinas, anexos uterinos saúde pública, sendo comum
e/ou estruturas contíguas (salpingite, miometrite, ooforite, em mulheres jovens com
atividade sexual desprotegida
parametrite, pelviperitonite)
Está associada a sequelas importantes em longo prazo,
LEMBRAR
causando morbidades reprodutivas que incluem infertilidade
por fator tubário, gravidez ectópica e dor pélvica crônica A ascensão dos
A maioria dos casos de DIP (85%) é causada por agentes microrganismos é favorecida
por variações hormonais do
patogênicos sexualmente transmitidos ou associados à ciclo menstrual
vaginose bacteriana
Principais etiologias: Chlamydia trachomatis e a Neisseria O muco cervical durante o fluxo
menstrual apresenta menor
gonorrhoeae efeito bacteriostático e a
menstruação retrógrada pode
OBS.: A endometrite é frequentemente a primeira manifestação clínica da favorecer a ascensão dos
DIP. O processo infeccioso progride em direção às tubas, à cavidade agentes
peritoneal pélvica e, quando atinge o líquido peritoneal, o agente
Características imunológicas de
infeccioso pode progredir até o espaço infradiafragmático direito e cada indivíduo também podem
promover a peri-hepatite ou síndrome de Fitz-Hugh-Curtis contribuir para a disseminação
da infecção
b) Fatores de risco
Condições socioeconômicas desfavoráveis (baixa escolaridade,
desemprego e baixa renda familiar)
Atividade sexual na adolescência
Comportamento sexual de pessoas com maior vulnerabilidade para IST
(parcerias múltiplas, início precoce das atividades sexuais, novas parcerias
etc.)
Uso de tampões e duchas vaginais
Vaginites e vaginoses recorrentes;
Uso de método anticoncepcional
OBS1.: A utilização de pílulas combinadas (pela possibilidade de causar ectopia) facilita
a infecção por N. gonorrhoeae e C. trachomatis
OBS2.: As usuárias de dispositivo intrauterino (DIU) apresentam risco ligeiramente
aumentado de DIP em comparação com mulheres que não usam contraceptivos ou que
utilizam outros métodos
c) Diagnóstico
Nas formas sintomáticas de DIP, o
diagnóstico diferencial deverá ser
LEMBRAR
feito mediante manifestações uroginecológicas, gastrointestinais e
O diagnóstico clínico de esqueléticas
DIP sintomática resulta em Exame clínico deve incluir:
65% a 90% de VPP para
salpingite em comparação Aferição de sinais vitais
com a laparoscopia, sendo Exame abdominal
este último considerado o Exame especular vaginal, incluindo inspeção do colo de útero para
exame “padrão ouro”
friabilidade (sangramento fácil) e corrimento mucopurulento cervical
Julha Peixinho
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Matéria prova G.O.
Exames laboratoriais
Hemograma completo
VHS
Proteína C reativa
Exame bacterioscópico para vaginose bacteriana
Cultura de material de endocérvice com antibiograma
Detecção de clamídia e gonococo por biologia molecular
Pesquisa de N. gonorrhoeae e C. trachomatis no material de
endocérvice, da uretra, de laparoscopia ou de punção do fundo de saco
posterior
Exame qualitativo de urina e urocultura (para afastar hipótese de
infecção do trato urinário)
Hemocultura
Julha Peixinho
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Matéria prova G.O.
Julha Peixinho
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Matéria prova G.O.
e) Seguimento
A melhora clínica das pacientes com DIP deverá acontecer nos três
primeiros dias após o início do tratamento antimicrobiano
A paciente deverá retornar ao ambulatório para seguimento na primeira
semana após a alta hospitalar, observando abstinência sexual até a cura
clínica
f) Complicações
Se houver piora do quadro, considerar laparoscopia ou outros exames de
imagem, como ressonância nuclear magnética ou tomografia
computadorizada axial, para diagnósticos diferenciais ou complicações de
DIP
A laparotomia está indicada nos casos de massas anexiais não
responsivas ao tratamento ou que se rompem
OBS1.: As parcerias sexuais dos dois meses anteriores ao diagnóstico, sintomáticas ou
não, devem ser tratadas empiricamente. Recomenda-se ceftriaxona 500mg IM
associada a azitromicina 1g VO, ambas em dose única
OBS2.: Mulheres grávidas com suspeita de DIP têm alto risco de abortamento e
corioamnionite. Todas as gestantes com suspeita ou com DIP confirmada devem ser
internadas e iniciar imediatamente antibióticos intravenosos de amplo espectro. O uso
de doxiciclina e quinolonas é contraindicado na gestação
OBS3.: Fluxograma para o manejo clínico
Julha Peixinho