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CURSO ON-LINE – ECONOMIA DO TRABALHO

AUDITOR FISCAL DO TRABALHO – AFT/MTE


CURSO REGULAR – TEORIA E EXERCÍCIOS
PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI

Aula Dois – Parte 2

Olá, Pessoal!

Tranquila a aula 2, parte 1? Espero que sim. Nesta aula 2, parte 2,


daremos continuidade aos nossos estudos por meio dos conceitos referentes
aos seguintes pontos do conteúdo programático:

Oferta de trabalho: a decisão de trabalhar e a opção renda x lazer; a curva de


oferta de trabalho; elasticidades da oferta. (Teoria do Consumidor)

Lembro a vocês que estou à disposição de vocês para o esclarecimento


de dúvidas através do fórum.

Um grande abraço e boa aula a todos,

Mariotti

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1. Oferta de Trabalho

A oferta de trabalho constitui em uma decisão dos trabalhadores, os


quais são, conforme verificado na aula dois, parte 1 (parte referente ao Fluxo
Circular de Renda), também consumidores dos diversos bem e serviços
produzidos em uma economia.

Conforme destaca Ehrenberg e Smith1, “a decisão de trabalhar constitui,


em última instância, uma decisão de como passar o tempo”. O tempo
disponível de uma pessoa é dividido, basicamente, entre o trabalho e o lazer,
estando embutido no próprio lazer o descanso necessário a todo trabalhador.
Por meio deste entendimento fica fácil compreendermos que caso uma pessoa
decida trabalhar mais, com certeza terá menos lazer, sendo válida, também, a
situação inversa, ou seja, quanto mais lazer, menos trabalho o trabalhador
oferecerá.

A decisão de trabalhar deve envolver, logicamente, uma remuneração


equivalente pelo esforço depreendido, pois afinal de contas, e partindo da
racionalidade econômica de um indivíduo qualquer, ninguém abrirá mão de
mais lazer se não em troca de uma remuneração financeira que permita ao
próprio indivíduo satisfazer as suas necessidades e desejos em termos de
consumo de bens e serviços.

A teoria econômica que fundamenta as decisões de oferta de trabalho é


embasada pelo chamado modelo neoclássico da escolha entre trabalho-lazer.
Resumidamente, ao se analisar a oferta de trabalho, o modelo separa os
fatores que determinam se um indivíduo trabalha, e, caso positivo, quantas
horas ele escolhe trabalhar. Veja como isso é simples: partindo do pressuposto

1
Ehrenberg, R. G. Smith, R. S.. A Moderna Economia do Trabalho. pág. 193. Makron Books. 2000.
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de que um dia tem 24 horas, caso o trabalhador opte em trabalhar 12 horas,
este terá o equivalente a outras 12 horas de lazer.

A adoção da teoria que explica as decisões de trabalho e lazer nos


permite compreender, também, de que maneira as mudanças na atividade
econômica do país ou mesmo das políticas governamentais impactarão a
maior/menor disponibilidade de trabalho por parte dos indivíduos.

Considerando que uma maior oferta de trabalho por um trabalhador


implica no aumento do poder de compra deste, uma vez que receberá mais e,
consequentemente, nas possibilidades de consumo que este pode ter,
podemos definir que a satisfação, ou economicamente falando, a utilidade2
auferida por um trabalhador será resultado das suas decisões de alocação de
consumo e lazer.

Ao estudar as decisões de consumo e lazer dos indivíduos nos inclinamos


sobre o estudo da chamada Teoria do Consumidor, a qual procura literalmente
explicar a série de variáveis que impactam as decisões do principal agente do
processo econômico.

1.1 Teoria do Consumidor

A teoria do consumidor (ou no nosso caso Teoria do Trabalhador) serve


de fundamentação do estudo do comportamento do principal agente do
processo econômico. É por meio desta teoria que a microeconomia consegue
analisar as reações dos consumidores diante de mudanças nas decisões
tomadas pelas empresas quanto à oferta de bens e serviços.

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É padrão no estudo econômico, especialmente na microeconomia, utilizarmos o conceito de utilidade para definirmos
a satisfação de um consumidor.
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Assim sendo, passemos então à análise dos aspectos fundamentais desta
teoria.

1.1 Preferências dos Trabalhadores

Conforme descrito anteriormente, ao se buscar mensurar a satisfação de


um indivíduo em termos de consumo de bens e de lazer, estamos na
verdade querendo compreender a combinação ideal que leva este
mesmo indivíduo ao maior nível de utilidade possível.

Com base nesta informação, e considerando que a exceção da prova de


2010, as demais provas cobraram questões de economia do trabalho por meio
de conceitos de matemática, podemos representar matematicamente o nível
de utilidade de um trabalhador, sendo este decorrente das decisões de
consumo e lazer:

U = ∫ (C , L ) , sendo:

U = Utilidade do trabalhador;
C = Consumo de bens;
L = Lazer

Conforme disposto acima, “U” é a utilidade de um trabalhador, a qual


demonstra a satisfação alcançada por este por meio da alocação do seu tempo
na forma de consumo de bens e serviços “C”, e o lazer “L”, que nada mais é do
que o descanso necessário para qualquer ser humano.

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Observação Importante:

Para que não comecemos com dúvidas: maior consumo exige, naturalmente,
maior tempo dedicado ao trabalho, o que implica dizer que as decisões do
consumidor são no fundo, entre trabalho e lazer, conforme já abordamos no
intróito da aula.

Sabemos que todos nós temos preferências, seja pelo consumo de mais
alimentos e menos bebidas, mais carros e menos casas ou, aplicado ao nosso
contexto, mais consumo e menos lazer. Na conceituação das preferências dos
trabalhadores, partimos do pressuposto de que os indivíduos são racionais. O
uso da racionalidade refere-se ao exercício de escolhas individuais baseadas
tão somente na otimização das decisões de cada trabalhador.

Imaginemos inicialmente que um determinado trabalhador deve escolher


alocações de consumo e lazer que o leve ao maior nível de utilidade possível.
Estas alocações podem ser representadas por combinações de “C” e “L”, que
aqui representaremos por cestas X, Y ou Z. As cestas mencionadas
apresentam diferentes volumes para cada “C” e “L”.

No nosso estudo, torna-se fundamental que definimos o chamado


conceito da transitividade, o qual afirma que se determinado consumidor
preferir a cesta Y à cesta Z, preferindo ainda a cesta Z à cesta X,
obrigatoriamente ele preferirá a cesta B à cesta A.

Y f Z f X ⇒ Y f X , sendo “ f ” o símbolo de “preferível” e ” ⇒ ” o símbolo


de “logo”.

Com base neste entendimento, “X” nunca poderá ser preferível à “Y” se
for válido o princípio da transitividade.

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Outro conceito bastante importante é o da não saciedade ou também
chamado de preferências monotônicas, o qual representa o ditado de
quanto mais, melhor! A Teoria que ora estudamos sempre leva em
consideração que as opções de consumo e lazer sempre aumentam a
satisfação dos trabalhadores.

Destaca-se ainda um conceito muito importante, referente à ordenação


das preferências de um trabalhador. A chamada ordenação ordinal, também
conhecida como teoria ordinal. Imaginemos que uma cesta “X” qualquer
tenha R$ 50,00 em consumo e 6 horas de lazer (cesta (50,12)), e que uma
cesta “Y” apresenta R$ 100,00 de consumo e 12 horas de lazer (cesta
(100,12)). Nessa condição fica claro concluirmos que o trabalhador preferirá a
cesta “Y” à cesta “X”, uma vez que “Y” possui o dobro tanto de consumo
quanto de lazer. A esse tipo de preferência damos o nome de preferência
ordinal, ou seja, vale o princípio da não saciedade.

Compreendido? Se não, por favor, de uma nova lida na explicação e,


caso persista a dúvida, me peça esclarecimentos por meio do fórum de
dúvidas.

Com a informação acima poderíamos nos deparar com o seguinte


questionamento: mas quanto a cesta “Y” é melhor para o trabalhador do que a
cesta “X”? A chamada teoria cardinal nos dá essa resposta, uma vez que
procura mensurar a intensidade da preferência pela cesta “Y”. Assim, se torna
fácil, por exemplo, afirmarmos que o consumidor prefere duas vezes mais a
cesta “Y” à cesta “X”.

Entendidos estes conceitos, vamos em frente!

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1.2 Curva de Indiferença (Representação das preferências dos
trabalhadores)

Pode-se representar as preferências dos trabalhaodores a partir das


chamadas curvas de indiferença, as quais demonstram as diferentes
combinações de consumo “C” e lazer “L” por meio de cestas (X, Y e Z).

A cesta “X” escolhida pelo trabalhador é composta de um consumo de R$


100 por dia e de 4 horas de lazer (100;4). Já na cesta Y o trabalhador opta por
um consumo de R$ 70 por dia e de 8 horas de lazer (50;8). Por fim, na cesta Z
o trabalhador aloca R$ 50 em consumo e 12 horas de lazer em um dia
(30;12). Vejamos então o formato da curva de indiferença em questão:

C (R$)

. “L” refere-se ao tempo de


lazer, por dia, de um
trabalhador.
100 X (100;4)

. “C” refere-se ao consumo

Y (50;8) de bens e serviços por dia,


50
em unidades monetárias,
Z (30;12)
pelo trabalhador.
30
U1

0 4 8 12 L (horas/dia

Por meio da análise da curva de indiferença U1 acima é possível verificar


que existe mais de uma opção de alocação entre renda e lazer a um
trabalhador que lhe de o mesmo nível de utilidade (ou satisfação). Perceba que
o termo “curva de indiferença” tem o seu motivo de ser achei chamada, uma
vez que demonstra as infinitas combinações de consumo e lazer de um
trabalhador que lhe são indiferentes em termos de utilidade.
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1.2.1 Curvas de Indiferença mais altas são preferíveis

Pensemos agora numa situação na qual o trabalhado pudesse escolher


um nível de consumo de R$ 100 por dia, mas agora tendo, entretanto, 8 horas
de lazer no dia, sendo representado pelo ponto “W” do gráfico a seguir.
Perceba que neste caso o trabalhador encontra-se em maior nível de utilidade,
representado pela curva de indiferença U2 do gráfico abaixo.

C (R$)

X(100;4) W (100;8)
100

50 Y(50;8)
U2
Z(30;12)

30
U1

0 4 8 12 L (horas/dia)

A característica principal do gráfico acima é o de demonstrar um


importante conceito das curvas de indiferença, segundo o qual quanto mais
distante forem estas da origem dos eixos (consumo e lazer), maior é o nível de
satisfação (ou utilidade) dos trabalhadores, naturalmente em função do
aumento do consumo, do lazer, ou mesmo dos dois ao mesmo tempo,
conforme o ponto “T” (80;16) do gráfico a seguir, disposto na curva de
indiferença U3.

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C (R$)

X(100;4)
100 W (100;80)
T (80;16)

U3
50 Y(50;8)
U2
Z(30;12)
30
U1

0 4 8 12 16 L (horas/dia)

1.2.2 Curvas de Indiferença nunca se interceptam

Cabe destacar que, obedecendo ao princípio da transitividade, as curvas


de indiferença nunca podem se interceptar, pois acabaríamos por ter um
mesmo nível de satisfação (utilidade) para diferentes curvas de indiferença.
Veja que como os pontos “Y” e “S” estão na mesma curva de indiferença U2, o
trabalhador seria indiferente entre estes. Da mesma forma, como os pontos
“Y” e “Z” estão na mesma curva de indiferença U1, o trabalhador seria
indiferente entre estes mesmos pontos. De todo modo, conforme fica claro
pela análise do gráfico abaixo, o ponto “S” na curva de indiferença U 2 é
preferível ao ponto “Z”, simplesmente porque o trabalhador terá tanto mais
consumo quanto mais tempo de lazer para desfrutar. Vejamos o gráfico abaixo
que elucida esta questão e assim comprova este entendimento.

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C (R$) O trabalhador é indiferente


entre “Y” e “S” na curva de
indiferença U2. Da mesma forma
o mesmo trabalhador é
indiferente aos pontos “Y” e “Z”
na curva de indiferença U1.
De todo modo o trabalhador não
Y
50 é indiferente aos pontos “S” e
S U2
35 “Z”, preferindo o ponto “s” por
Z
30 este possuir mais tanto de
U1
consumo quanto de lazer.
0 8 12 14 L (horas/dia)

1.2.3 Curvas de Indiferença são convexas em relação à origem (e


também negativamente inclinadas)

Quando as curvas de indiferença são convexas em relação à origem dos


eixos, conforme os exemplos demonstrados até agora, estas apresentam
inclinação negativa, sendo decrescentes (íngremes) da esquerda para a direita.
Par que fique mais claro este entendimento, podemos dizer que quando a
renda recebida pelo trabalhador é alta e o tempo de lazer baixo, o próprio lazer
(escasso) é muito valorizado, ou seja, o trabalhador aproveitará cada minuto
do seu descanso, somente abrindo mão de lazer caso receba um aumento cada
vez mais significativo na sua renda.

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Pela análise do gráfico é
possível verificar que para
C (R$)
que cada hora a menos de
lazer, o trabalhador exige
um aumento no consumo,

X e consequentemente da
CX
renda, cada vez maior.
∆C
∆L . “∆C” corresponde à variação do
CY Y
consumo (exemplo: variação do
∆C ∆L Z consumo de CX para CY.
CZ U1
. “∆L” corresponde à variação do
lazer (exemplo: variação do

0 LX LY LZ L (horas/dia) lazer de LX para LY.

Em termos de estudo da Teoria do Consumidor, chamamos esta “troca”


de Taxa Marginal de Substituição (TMS), a qual reflete a substituição entre
consumo e lazer de um trabalhador. Pode-se adicionar ainda ao entendimento
do formato convexo das curvas de indiferença o conceito de utilidade adicional
decrescente (também podemos usar o termo “utilidade marginal
decrescente”), o qual destaca, por exemplo, que cada unidade monetária a
mais de consumo gera uma menor satisfação ao trabalhador quando
comparada com a satisfação propiciada pelo consumo tido com a unidade de
consumo imediatamente anterior.

O mesmo entendimento de utilidade marginal é válido para o lazer dos


trabalhadores. Na medida em que aumenta o tempo despendido em lazer, é
cada vez menor a satisfação obtida pelo trabalhador pela hora de lazer
adicional.

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Exemplo de elucidação:

Consumir uma segunda cerveja bem gelada, em um dia de calor escaldante,


gera satisfação, e é útil a um trabalhador, mas não tanto quando comparada
com a primeira cerveja, certo? Em outras palavras, para se abrir mão de mais
um tempo de lazer em troca de consumo (de cerveja, por exemplo), gera uma
utilidade cada vez menor para o trabalhador.

Caso não tenha entendido mesmo assim o conceito, por favor, não deixe de
esclarecer comigo por meio do fórum de dúvidas, ok?

O conceito de Utilidade Marginal (UM) é bastante utilizado no estudo


econômico, pois reflete de fato o comportamento dos trabalhadores. Em
termos matemáticos a utilidade marginal é medida da seguinte forma:

∆U ∂U
Utilidade Marginal do Consumo = UMgC = =
∆C ∂C

∆U ∂U
Utilidade Marginal do Lazer = UMgL = =
∆L ∂L

∂U
Lembrando o que aprendemos na aula 2, parte 1, a expressão “ ”
∂L
significa derivada (ou variação) da utilidade em decorrência da variação de
uma unidade de consumo ou de lazer.

Novamente fazendo a consolidação dos entendimentos relativos aos


conceitos de utilidades marginais do consumo e do lazer, temos3:

3
Segundo as definições expressas de Borjas, G. Economia do Trabalho. Mc Graw Hill. São Paulo, 2010, pág. 32.
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a) A utilidade marginal do lazer ( UMgL ) é definida como a mudança na

utilidade, resultando de uma hora adicional destinada às atividades de


lazer, mantendo-se constante a quantidade de bens consumidos;

b) A utilidade marginal do consumo ( UMgC ) é definida como a mudança

na utilidade decorrente de uma unidade monetária a mais de consumo


de bens, mantendo-se constante a número de horas destinadas às
atividades de lazer.

Por fim, para encerrarmos este tópico, é fundamental que


saibamos que as utilidades marginais de lazer e de consumo precisam
ser sempre positivas.

Este pressuposto permite aferir que caso a utilidade marginal do


consumo, ou de outra forma, a derivada (variação) da utilidade em
função da derivada (variação) do consumo (ou do lazer) seja igual a
zero, o trabalhador estará maximizando a sua própria utilidade, uma
vez que não há como realocar consumo nem lazer que traga ao próprio
trabalhador um maior nível de utilidade (satisfação).

Condição de Maximização da Utilidade:

∆U ∂U
UMgC = = =0
∆C ∂C

∆U ∂U
UMgL = = =0
∆L ∂CL

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1.3 Taxa Marginal de Substituição - TMS

Na medida em que os trabalhadores abrem mão de horas de lazer, eles


requerem uma quantidade adicional de consumo na forma de bens, para que
assim mantenham-se na mesma curva de indiferença e, por consequência, no
mesmo nível de utilidade. Este é o caso, por exemplo, da passagem do ponto
“Z” para o ponto “X” na figura abaixo, em que o trabalhador se mantém no
mesmo nível de utilidade U1.

A Taxa Marginal de Substituição (TMS) tem o objetivo de medir esta


variação. Verifique também no gráfico abaixo as setas de extensão “∆C” e “∆L”
ou, respectivamente, “ ∂C ” e “ ∂L ”.

C (R$)

CX X

∆C

∆L Z
CZ
U1

0 LX LZ L (horas/dia

Ao percorrer a curva de indiferença U1, por exemplo, entre os pontos “Z”


e “X”, é possível se calcular a inclinação da própria curva. Na verdade o
conceito de inclinação da curva de indiferença é utilizado para medir a taxa
pela qual um trabalhador está disposto a diminuir o seu tempo de lazer em
troca de consumo adicional, mantendo o mesmo nível de utilidade. De outro

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modo, pode-se afirmar que a inclinação da curva de indiferença, medida pela
Taxa Marginal de Substituição (TMS) mede quantos unidades monetárias
adicionais de bens são necessárias para que um trabalhador abdique de algum
tempo do seu lazer.

O trabalhador, ao deslocar suas opções de consumo e lazer do ponto “Z”


para o ponto “X” do gráfico acima, está abdicando de “∆L” horas de lazer em
troca de “∆C” consumo de bens. Cada hora abdicada de lazer tem uma
utilidade marginal (UMgL). Para se mensurar a perda total em termos de
utilidade do trabalhador, com o deslocamento do ponto “Z” para o ponto “X”,
devemos então multiplicar a variação total das horas de lazer “∆L” pela
utilidade marginal do próprio lazer (UMgL).

∂U = UMgL * ∂L 4 (1)

Da mesma forma que ocorre uma perda de utilidade para o trabalhador


em função das horas de lazer, este obtém um ganho de utilidade decorrente
do aumento do consumo em “∆C” unidades. Assim sendo, considerando que a
variação da utilidade “ ∂U ” é demonstrada pela expressão UMgC , temos o

ganho adicional de utilidade obtido pelo aumento do consumo de bens é dado


pela seguinte expressão:

∂U = UMgC * ∂C (2)

Por fim, considerando que as opções de troca do trabalhador devem ser


tais que permitam a este se manter no mesmo nível de utilidade “U1”, o
resultado da variação negativa em termos de lazer deve ser exatamente igual

4
Vale lembrar que o termo “ ∂L ” tem o mesmo significado em termos de variação das horas de lazer, expresso por
“∆L”.
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ao resultado da variação positiva em termos de consumo. Sendo assim, a
partir das expressões “1” e “2”, temos a seguinte relação:

(1) ∂U = UMgL * ∂L

(2) ∂U = UMgC * ∂C

UMgL * ∂L = UMgC * ∂C

∂C UMgL
=− (3)
∂L UMgC

A expressão “3” acima demonstra que o valor absoluto (ou seja,


retirando-se o sinal negativo) da inclinação da curva de indiferença,
denominada de Taxa Marginal de Substituição (TMS) entre consumo e lazer é
igual à razão das suas utilidades marginais. Vale dizer que esta expressão
refere-se à manutenção da utilidade total do trabalhador, representada pela
curva de indiferença U1.

UMgL
O sinal de negativo na frente da expressão “ ” refere-se ao fato de
UMgC

que a curva de indiferença possui inclinação negativa. Isso significa que como
o aumento do consumo, mantendo-se o mesmo nível de utilidade, está
associado à redução do lazer do trabalhador, pode-se afirmar que existe uma
relação inversa entre estas variáveis. Esta relação inversa é representada, em
matemática, pelo sinal de negativo.

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Muito cuidado!!

Perceba que a primeira parte da equação “3” tem no numerador a variação do


consumo do trabalhador “ ∂C ” enquanto que no denominador está a variação
do lazer “ ∂L ”.

Já no lado direito da expressão “3” está, no numerador, a utilidade marginal


do lazer enquanto que, no denominador, está a utilidade marginal do consumo

1.3.1 Diferentes tipos de preferências dos trabalhadores

Cada trabalhador tem suas próprias preferências e, consequentemente,


seu próprio mapa de curvas de indiferença. Sendo assim, enquanto existem
trabalhadores que dedicam a maior parte do seu tempo ao trabalho e menos
ao lazer, outros preferem ter o tempo dedicado ao trabalho num nível mínimo
de subsistência, dedicando o maior tempo do seu dia ao lazer.

Os gráficos abaixo representam dois exemplos de diferentes


trabalhadores, os quais possuem também níveis padrões de escolha. No
gráfico “Alfa” as curvas de indiferença são bastante inclinadas, demonstrando
uma Taxa marginal de Substituição bastante elevada. De outra forma, é
possível verificar por meio do gráfico “alfa” que o trabalhador exige um grande
aumento no seu consumo para diminuir o tempo do seu dia dedicado ao lazer.
Diferentemente, no gráfico “beta”, o trabalhador tem suas preferências bem
diferentes daquelas representadas pelas curvas de indiferença de “alfa”. Neste
segundo gráfico as curvas são bem mais achatadas, de tal forma que a Taxa
Marginal de Substituição de beta seja bem baixa, ou seja, este segundo
trabalhador valoriza bem menos as suas horas de lazer.

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Gráfico “Alfa”

C (R$)

U2
U1

L (horas/dia

Gráfico “Beta”

C (R$)

U2

U1

L (horas/dia

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Segundo destaca Borjas5, o maior parte dos modelos econômicos que
procuram explicar o comportamento do mercado de trabalho minimiza as
diferenças interpessoais referentes às preferências. A razão para isso é a
existência de gostos diferentes, que muito embora sejam importantes, são
difíceis de mensurar. Não menos importante, segundo o autor, depender de
diferenças interpessoais em gostos proporciona uma saída fácil para alguém
que deseja explicar por que trabalhadores diferentes se comportam de
maneiras distintas. De forma a tornar o estudo do comportamento do mercado
de trabalho mais efetivo, os modelos econômicos enfatizam o impacto de
variáveis que são muito mais observáveis, a exemplo de salários e rendas, nas
decisões do mercado de trabalho. Como estas variáveis podem ser observadas
e medidas, as previsões feitas pelo modelo sobre quais tipos de pessoas que
tendem a trabalhar mais podem ser testadas e refutadas.

1.4 A restrição orçamentária dos trabalhadores

A restrição orçamentária representa o limite do consumo de um


trabalhador. Estes gostariam de consumir quantidades ilimitadas dos bens,
mas, no entanto, isto não é possível devido à renda limitada que cada um
recebe decorrente do seu trabalho. Esta renda é composta não somente do
salário, mas de diversas outras espécies de ganhos financeiros, a exemplo de
dividendos, aluguéis de propriedades, etc..

A renda do trabalhador é gasta de duas formas: por meio da compra de


bens ou serviços e/ou através da compra de lazer. No modelo em análise
estamos supondo que o trabalhador gasta toda a sua renda. Neste contexto,
passemos então à mensuração destas duas possibilidades de alocação da
renda recebida pelo trabalhador.

5
Borjas; G. Economia do Trabalho. 2010, pág.33.
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Considerando que a opção de lazer feita pelo trabalhador imputa a este
um custo de não receber salário, podemos dizer que o custo (ou preço) do
lazer é exatamente o salário (W). Perceba que intrínseco a esta idéia se
encontra o conceito de custo de oportunidade, uma vez que o trabalhador abre
mão de um maior salário, e de maior consumo, para ter mais lazer.

Preço do lazer = W (salário)

No caso do consumo de bens, podemos definir o seu custo simplesmente


como sendo o preços do bem (ou bens) consumidos.

Preço do Consumo = Preço do bem (dos bens)

Vejamos então a estruturação da restrição orçamentária do trabalhador:

Renda = $ 5.000,00
Preço do lazer (PL) = salário (W) = $ 50 por hora
Preço do Consumo (PC) = 100;

A restrição orçamentária do consumidor deve ser representada por:

PL L + PC C = Re nda

Sendo:
Restrição
Orçamentária
L = quantidade de lazer; do Trabalhador

C = quantidade de consumo. Perceba que a fórmula


da restrição
orçamentária é
50 L + 100 C = 5000 fórmula de uma reta,
a qual aprendemos no
ensino médio.

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A forma de estruturação da restrição orçamentária do trabalhador é feita
a partir da informação de quanto é a quantidade máxima que este pode ter de
lazer e de consumo a partir da renda disponível. Para isso temos que caso o
trabalhador gaste toda a sua renda com lazer, ele terá 100 horas de lazer
( 50 L = 5000 ⇒ L = 100 ). Já se ele optar em utilizar a sua renda apenas com

consumo, ele terá 50 unidades (100C = 5000 ⇒ L = 50 ). Com estes resultados

podemos representar a restrição orçamentária deste trabalhador:

Restrição orçamentária

C (quantidade) A linha da restrição


orçamentária do
trabalhador segue a
seguinte fórmula:
50

50 L + 100 C = 5000
A
40
Os pontos “A” e “B”
representam diferentes
combinações de
consumo e lazer que
B maximizam a restrição
10
orçamentária do
trabalhador.

20 80 100 L (em horas)

Na ocorrência de aumento ou diminuição da renda do trabalhador, por


exemplo, passando de $ 5.000,00 para $ 7.500,00, ou de $ 5.000,00 para $
2.500,00, teremos deslocamentos da restrição orçamentária para cima e para
baixo, conforme o gráfico a seguir:

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Novas Restrições Orçamentárias

C (quantidade)

Restrição
Superior
75
$ = 7.500,00

50 Restrição Inicial

$ = 5.000,00
25

Restrição
Inferior

$ = 2.500,00

L (em horas)
50 100 150

As quantidades de lazer e de consumo de bens estão condicionadas a


duas restrições:

• aos seus respectivos preços; e


• a renda do trabalhador.

Relembrando:

- Preço do lazer (PL) = salário (W) = $ 50 por hora


- Preço do Consumo (PC) = 100;

Os interceptos dos eixos, ou seja, o ponto em que as restrições


orçamentárias encontram os eixos (para as rendas de $ 2.500, 5.000 e 7.500),
referentes às quantidades máximas de lazer e de consumo, são:

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50 L + 100 C = R

Para a quantidade de horas de lazer (L):

50L = R − 100C

1
L = R − 2C
50

Par a quantidade de consumo (C):

100C = R − 50 L

1 1
C = R − L
100 2

Um aspecto muito importante na análise da restrição orçamentária é


representado pela inclinação da reta acima, pois é esta que demonstra
“economicamente falando” as relações de troca entre consumo e lazer feitas
pelo trabalhador. A forma de medição da inclinação da reta é dada em razão
dos preços do consumo e do lazer, o que inclusive já calculamos por meio das
expressões acima.

A inclinação da restrição orçamentária é calculada por meio da fórmula


da tangente, que é medida através da relação existente entre os catetos
oposto e adjacente. O ângulo que estamos analisando é o ângulo em que Y

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(consumo do trabalhador) é o cateto oposto e X (lazer em horas) é o cateto
adjacente, para que assim não reste dúvidas, ok?

Nestas condições, expressando Y (cateto oposto) em função de X (cateto


adjacente) temos a mesma equação já disposta acima:

1 1
C = R − L
100 2

1 1
C= R − L , sendo:
100 2
1
é o coeficiente linear de uma reta;
100

1
é o coeficiente angular da reta de restrição orçamentária, ou seja,
2
representa a inclinação da reta orçamentária. Perceba que o coeficiente
angular mede, na verdade, a relação de preços do lazer (L) e do consumo (C),
P 
representado por  L  ;
 PC 

Para que não reste dúvida deste resultado, experimente calcular o


coeficiente angular das três retas de restrição orçamentária que apresentamos
anteriormente. Você verá que o valor é sempre o mesmo.

Considerando que a inclinação da restrição orçamentária é representada


P 
pela expressão  L  , e sabendo que, conforme verificado no início do tópico, o
 PC 
preço do lazer é igual ao salário recebido pelo trabalhador (W) e que o preço d
consumo é justamente o seu valor (C), chegamos á seguinte relação:

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 PL  W
  =
 C  C
P

Sendo a inclinação da reta representada pela relação entre o preço do


lazer e o preço do consumo, pode-se entender que as decisões de alocação da
renda do trabalhador estão relacionadas aos preços de suas escolhas entre o
próprio lazer e o maior/menor consumo de bens e serviços.

 PL  W 50 1
  = = =
P
 C C 100 2

1.4.1 Calculando a inclinação da restrição orçamentária por meio


da Derivada

O calculo da inclinação da restrição orçamentária pode ser feito,


também, por meio do uso da derivada. Para isso, bastaríamos saber qual seria
a variação do consumo dada a variação da quantidade de horas de lazer.
Vejamos:

A partir da fórmula da restrição orçamentária R = PC * C + PL * L , e

isolando-se o consumo C, temos:

PC * C = R − PL * L

R P
C= − L *L
PC PC

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Novamente levando em consideração o fato de que a ferramenta da
derivada procura medir qual é a variação (impacto) em uma variável diante da
variação de outra variável, calculamos qual a derivada de C em relação à L .
 ∂C 
 .
 ∂L 

R
Veja que se derivarmos ∂ ( ) em relação à ∂C o resultado será igual a
PC

“zero”, uma vez que não existe nesta parte da expressão qualquer variável C .

Já na segunda parte da expressão, verifica-se a existência da variável L ,


PL P
sendo que ∂ ( * L ) em relação à ∂L é igual à - L . O sinal de negativo na
PC PC

frente do resultado é devido primeiramente ao fato de este já está disposto na


equação que foi derivada e segundo por que a restrição orçamentária
apresenta inclinação negativa. Retirando o sinal do resultado, temos que:

∂C PL
=
∂L PC

Considerando que o preço do lazer para o trabalhador é igual a “W” e


preço do consumo é o próprio valor gasto “C”, temos:

∂C PL W
= =
∂L PC C
Vale lembrar novamente que não existe diferença entre o cálculo da
inclinação seja pelo conceito de tangente, seja pelo conceito de derivada. Na
verdade o resultado é o mesmo.

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1.5 A maximização da Utilidade do Trabalhador

A demanda por consumo ou por lazer decorre das necessidades de um


trabalhador. A teoria da utilidade possibilita medir o nível de satisfação
decorrente da alocação feita pelo indivíduo. De outra forma, a utilidade é uma
medida de prazer do trabalhador ao consumir bens e serviços e, ao mesmo
tempo, o lazer necessário. A utilidade total cresce à medida que aumentamos
o consumo de uma mercadoria. Da mesma forma, conforme já verificado, à
medida que se aumenta o consumo por bens ou por lazer, a utilidade adicional
(marginal) diminui, podendo ser expresso pelo gráfico abaixo.

Utilidade
Total
Veja que a utilidade
total cresce com o
aumento da
quantidade consumida,
mas cada vez a taxas
menores.

Consumo
ou Lazer
Utilidade
Marginal
A utilidade de cada
unidade consumida
(utilidade marginal) é
decrescente.

Consumo
ou Lazer

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1.5.1 A Maximização da Utilidade - Otimização do Trabalhador
(Equilíbrio do Trabalhador)

De acordo com a teoria econômica o trabalhador irá maximizar a sua


utilidade no ponto em que a sua restrição orçamentária tangencia a curva de
indiferença mais alta possível.

No gráfico abaixo o ponto de maximização da utilidade do trabalhador


é representado por “A”, com a alocação da cesta (LA,CA), uma vez que o
trabalhador está sujeito à restrição orçamentária.

O consumidor está no seu maior nível de


satisfação ao escolher o ponto “A”, em
C
que a restrição orçamentária atinge a
curva de indiferença mais alta. Este ponto
é chamado de ponto de tangência. Neste

∂C
ponto a TMS é igual à razão dos
CC C ∂L
W 
CA
A U3 preços do lazer e do consumo  .
C
CB B Neste mesmo ponto de equilíbrio a razão
U2
UMgL
U1 dos preços de “L” e “C” é igula
UMgC

LB LA LC
Lazer (em horas)

Perceba que no ponto “B” o trabalhador não está maximizando a


utilidade, uma vez que as suas decisões de consumo e lazer estão aquém da
sua restrição orçamentária ou, de outra forma, de sua renda. O ponto “C”
representa uma impossibilidade de alocação de consumo e lazer por parte do
trabalhador, na medida em que este mesmo ponto está além da renda
percebida pelo trabalhador.

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Entendidos os referidos conceitos teóricos, temos que voltar nossa
atenção agora aos entendimentos mais “matemáticos”, infelizmente porque a
banca acabou por cobrar os referidos conceitos em algumas questões de
provas anteriores ao ano de 2010. Sendo assim, à abordagem!

1.5.1.1 Interpretação Matemática da Otimização do Trabalhador

Para que o trabalhador se mantenha numa condição de equilíbrio


(maximizando a sua utilidade), sempre que ocorrer uma diminuição na
quantidade lazer “L”, esta deve ser compensada pelo aumento na quantidade
consumida de “C”, de tal forma a que o trabalhador se mantenha na mesma
curva de indiferença, a qual lhe proporciona mesmo nível de utilidade. Esta
variação, medida por meio do conceito de derivada, chama-se de Utilidade
Marginal, a qual é representada pela derivação já vista em aula:

∂U
= Umg L
∂L

A mesma relação é válida para o consumo, em que a variação marginal é


representada por:

∂U
= UmgC
∂C

Fazendo uma condensação dos resultados acima, temos:

1. Variação da Utilidade decorrente da variação do lazer:

∂U
= UmgL ⇒ ∂U = ∂L * UmgL
∂L

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2. Variação da Utilidade decorrente da variação do Consumo:

∂U
= UmgC ⇒ ∂U = ∂C *UmgC
∂C

Para que os trabalhadores se mantenham na mesma curva de


indiferença e, consequentemente, no mesmo nível de utilidade inicial, temos:

∂L * Umg L = ∂C * UmgC

A fórmula acima demonstra que uma variação positiva ou negativa em L,


multiplicada pela sua utilidade marginal, deve ser igual à variação positiva ou
negativa do consumo “C”, multiplicada também pela sua utilidade marginal.

Cabe ressaltar que a variação negativa em termos das horas de lazer,


num máximo de 24 horas em um dia, deve ser obrigatoriamente acompanhada
da variação positiva no consumo “C”.

Com a igualdade do parágrafo acima, podemos manipular um pouco


mais as fórmulas:

∂C UmgL
∂L * UmgL = ∂C * UmgC ⇒ = = TMSL,C
∂L UmgC

∂C
Considerando que é o próprio cálculo da Taxa Marginal de
∂L
P 
Substituição (TMSL,C); que a mesma TMS é igual à razão dos preços  L  e
 PC 
que esta se iguala à inclinação da curva de indiferença, temos:
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∂C  PL  Umg
TMS L ,C =   L

∂L =
 PC 
=
Umg C

 P  W 
Lembrando, conforme visto em aula que  L  =   , temos:
 PC   C 

Umg L W 
=
 
Umg C  C 

A fórmula acima permite concluir que os trabalhadores alocarão suas


horas de lazer igualando a razão existente entre as utilidades marginais do
lazer e do consumo à razão entre a taxa salarial e o preço do consumo.

1.5.2 A função utilidade do Trabalhador (um pouco mais de


matemática)

A utilidade do trabalhador pode ser representada por meio de funções


matemáticas. Estas funções partem do pressuposto de que o trabalhador
alcançará o máximo de satisfação com a alocação de lazer e consumo estando
restrito à sua renda (ou restrição orçamentária), sempre no ponto em que a
Taxa Marginal de Substituição for igual a razão dos preços do lazer e do
trabalho e, consequentemente, iguais à razão das utilidades marginais do lazer
e do trabalho. Relembrando:

∂C W Umg
TMS L ,C = L

∂L =
C =
Umg C

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São várias a funções utilidade existentes. De todo modo a mais comum


delas, e que por sinal é cobrada com freqüência em provas, é a função de
utilidade Cobb-Douglas. Vejamos o porque:

1.5.2.1 Função de Utilidade Cobb-Douglas

Trata-se de função de utilidade mais utilizada para exemplificar as


escolhas dos trabalhadores. E normalmente apresentada pela seguinte
fórmula:

U = xy ou U = xy

Na maior parte de questões de prova a representação da função Cobb-


Douglas é a seguinte:

U = Axα yβ

Se aplicarmos esta função ao nosso estudo, basta substituirmos as


variáveis “x” e “y” por lazer “L” e consumo “C”.

U = ALα Cβ

Usando um pouquinho os conceitos referentes ao cálculo da derivada


apresentados na aula 2, parte 1, e utilizando as propriedades inerentes à
função de utilidade Cobb-Douglas, temos as seguintes interpretações:

32
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a) As utilidades marginais são positivas para o lazer e para o consumo:
UMgL = αALα −1C β e UMgC = β Lx α C β −1 , destacando que A, α e β são

consideradas constantes (não variam) positivas;

b) Sendo as utilidades marginais positivas, as curvas de indiferença


possuem, por consequência, inclinação decrescente, nos moldes dos
conceitos abordados nos itens anteriores;

c) As funções do tipo Cobb-Douglas demonstram a existência de TMS


decrescente, em que é cada vez menor o interesse do trabalhador em
se desfazer de lazer “L” em troca do aumento do consumo “C”,
mantendo-se na mesma curva de indiferença. Este é inclusive um dos
pressupostos de convexidade da curva de indiferença representativa
de uma função Cobb-Douglas;

d) Em sendo a TMS decrescente, pode-se concluir que o trabalhador


procura compor as suas escolhas de lazer e consumo (no caso do plano
bidimensional), realizando a diversificação ao invés de uma
especialização somente em consumo ou em lazer.

Observação:

Partindo-se do descrito no item “c” acima, é possível concluir que quando a


função de utilidade apresenta uma Taxa Marginal de Substituição crescente,
ao invés de decrescente, como é o caso da função do tipo Cobb-Douglas, as
curvas de indiferença representativas das opções do trabalhador serão
côncavas (e não convexas) em relação à origem dos eixos. Vejamos este
aspecto graficamente:

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C

C2 B
D

A
C1
U1 U2
L1 L2 L3 Lazer (em horas)

Um último aspecto importante a ser abordado quanto às curvas de


indiferença côncavas refere-se à especialização na alocação pelo trabalhador
em lazer ou em consumo. Como a TMS é crescente, cada vez o trabalhador
está disposto a abrir mão de mais unidades de consumo para aumentar as
suas horas de lazer. O ponto extremo será a opção somente em lazer,
respeitando a sua restrição orçamentária, sendo nulo o consumo de bens.

Perceba que o trabalhador se especializa


na alocação de sua renda ou direcionando
C
tudo ao lazer, conforme o ponto “F” ou
direcionando toda a renda para o
consumo, representado pelo ponto “G”.
C* G Perceba que quando o lazer é máximo o
consumo é igual a zero. Já quando o
consumo é máximo (ponto G) a
quantidade de horas de lazer é nula.
O ponto “P” é o ponto em que a restrição
P orçamentária tangencia a curva de
indiferença U1, conforme os pressupostos
de maximização de utilidade estudados

U2 em aula.

U1 F
L*
Lazer (em horas) 34
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1.5.2.2 Maximizando a Utilidade através da Função Cobb-Douglas

A técnica chamada de Multiplicadores de Lagrange permite calcular a


maximização da utilidade do trabalhador por meio da composição das suas
decisões entre lazer e consumo U = f(L,C), estando o trabalhador sempre
sujeito à restrição imposta pela sua renda (PL * L + PC * C = Re nda ) .

Vejamos um exemplo elucidativo e a sua forma de cálculo:

O trabalhador deve maximizar a sua Utilidade U = ( XY ) sujeita a sua

restrição orçamentária R = PL * L + PC * C .

A chamada fórmula de Lagrange permite restringir a maximização da


utilidade do trabalhador à sua renda percebida. O formato de cálculo é o
seguinte:

L (lagrange ) = U (L , C ) − λ (PL * L + PC * C − R )

De forma matemática deve-se maximizar a utilidade (função matemática


acima) sujeitando (dependente) as opções de lazer e consumo à renda do
trabalhador. Sendo assim:

Maximizar L = U (L , C ) − λ (PL * L + PC * C − R )

O cálculo de maximização é feito a partir das derivadas parciais (para as


decisões de horas de lazer “L”, para o consumo de bens “C” e para λ (que
representa a restrição.

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Escrevendo o passo a passo, temos:

 Derivar a fórmula matemática;

 Obtido os resultados parciais, estes deverão ser igualados a zero;

 Das igualdades, tem-se o sistema de equações;

 A partir destas equações, calculadas por meio do estabelecimento


de parâmetros de valores para o preço do lazer “L”, para o preço
do consumo “C” e para a renda (restrição orçamentária), chegamos
as quantidades de equilíbrio que maximizam a utilidade do
trabalhador.

Para consolidação e exemplificação do que escrevemos acima, apresento


uma questão em que fiz apenas algumas modificações no nome das variáveis.
Vejamos:

(AFC/STN – ESAF/2005 - modificada) Considere o seguinte problema


de otimização condicionada em Teoria do Trabalhador:

Maximizar U = L.C
Sujeito à restrição 2.L + 4.C = 10
Onde
U = função utilidade;
L = quantidade de lazer em horas;
C = Consumo.

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Com base nessas informações, as quantidades de lazer e consumo que
maximizam a utilidade do trabalhador são, respectivamente:
a) 8 e 0,5
b) 1 e 2
c) 2 e 1
d) 1,25 e 2,0
e) 2,5 e 1,25

Comentários:

Primeiramente aplicamos a função utilidade na fórmula de Lagrange:

L = LC − λ (2 * L + 4 * C − 10 )

Um comentário: Cuidado para não confundir o “L” de Lagrange utilizado na


derivação com o “L” de lazer, ok?

Vamos às derivações:

∂L ∂LC ∂(2 * L + 4 * C −10)


= −λ = C − 2λ = 0 ⇒ C = 2λ
∂L ∂L ∂L

∂L ∂LC ∂(2 * L + 4 * C −10)


= − λ = L − 4λ = 0 ⇒ L = 4λ
∂C ∂C ∂C

∂L ∂ λ (2 * L + 4 * C − 10 )
= = 2 * L + 4 * C − 10 = 0 (***)
∂λ ∂λ

Substituindo os valores de “L” e de “C” na equação (***), temos:


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2 * 4λ + 4 * 2λ − 10 = 0 ⇒ λ = 0,625 , e
L = 4 * 0 , 625 = 2 ,5
C = 2 * 0 , 625 = 1, 25

Se por acaso a questão pedisse o cálculo da utilidade total do trabalhador,


teríamos:

U = X.Y
U = 1,25 x 2,5 = 3,125

Gabarito: letra “e”

E aí pessoal, meio pesadinho, não é verdade? A ESAF sabe pegar pesado


quando quer. Posso dizer que, em minha opinião, esta é uma das partes mais
“enroladas” de se estudar durante um curso de economia. Pelo menos é o que
eu acho! De qualquer forma gostaria de dizer-lhes que muitas vezes nos
deparamos com diferentes níveis de questões sobre o assunto, que vão desde
a mera interpretação das perguntas até a necessidade de realização de
cálculos matemáticos bem chatinhos.

Mas é o seguinte, para vocês não desanimarem vou dar uma dica legal
pra vocês, especialmente porque este tipo de questão é a que regularmente
cai em provas. Cabe ressaltar, entretanto, que ela vale apenas para funções
utilidades do tipo Cobb-Douglas, ou seja, questões do tipo U (L;C) = U = Lα.Cβ,
independentemente se os expoentes alfa, da variável lazer “L”, e beta, da
variável consumo “C” são iguais, menores ou maiores do que 1.

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Para se calcular os valores das variáveis lazer “L” e consumo “C” que
maximiza a utilidade do trabalhador, podemos usar a seguinte fórmula:

α R
L= * , sendo α o expoente de L e β o expoente de C;
α+β PL

β R
C= * , sendo α o expoente de L e β o expoente de C.
α+β PC

Procure resolver a questão acima com o uso das fórmulas de atalho e


veja como é fácil chegar ao resultado!

Outra dica a ser dada é a de que vocês procurem sempre se lembrar dos
resultados em termos do ótimo do trabalhador:

∂C W  Umg L
 TMS = =   =
∂L  C  Umg C

Lembre-se ainda que quando feita a igualdade, tanto os preços do lazer


quanto a utilidade marginal do lazer ficam no numerador das fórmulas. Do
∂C
mesmo modo, vale acrescentar que em termos da expressão da derivada ,
∂L

a variação do consumo (derivada) ∂C fica no numerador. Com estas


informações e com o uso básico da derivada vocês resolverão várias questões
de prova sobre a otimização da utilidade do trabalhador.

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Nota Final de Extrema Importância

Vale destacar que toda questão, independente do nível de


complexidade, vale, em principio, a mesma coisa em termos de pontos na
prova. Sendo assim, só realmente se proponha a resolver questões complexas
quando já tiver resolvido todas as demais questões. Não perca tempo a toa,
pois você deve saber que temos em média 3 minutos por questão e estes
mesmos minutos são preciosos!

Para finalizarmos a aula, optei por apresentar alguns conceitos mais


teóricos, mas devidamente intrínsecos à análise realizada anteriormente.
Trata-se de um tema regularmente cobrado nas provas elaboradas pela ESAF
para o cargo de Auditor do Trabalho.

2. As decisões de trabalho (consumo) e lazer e os efeitos renda e


substituição

Em última instância a decisão de trabalhar (e consumir) constitui uma


decisão sobre como passar o tempo. Uma forma de utilizar nosso tempo
disponível é gastá-lo em atividades de lazer agradáveis. A outra grande forma
utilizada pelas pessoas para passar o tempo é trabalhar, e então poder
consumir bens e serviços. Podemos trabalhar em casa, na produção doméstica
(ex: costura), plantar alimentos etc.. Alternativamente, podemos trabalhar por
uma remuneração financeira e utilizar nossos ganhos para realizar consumo.
Em sendo assim é possível se afirmar que a decisão de trabalhar é em si a
realização de escolhas entre o lazer e consumo.

Se considerarmos o tempo gasto comendo, dormindo ou realizando


outras atividades que nos mantém fixadas mais ou menos pelas leis naturais,
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então o tempo de escolha que temos (por exemplo, 16h) pode ser atribuído
seja ao trabalho, seja ao lazer. Já que o volume de tempo discricionário gasto
em lazer é um tempo que não é gasto em trabalho e vice-versa, a demanda
pelo lazer pode ser considerada o outro lado da moeda chamado oferta da de
trabalho.

É mais conveniente analisar os incentivos ao trabalho no contexto de


demanda por lazer, já que podemos aplicar a análise padrão da demanda por
qualquer produto à demanda pelo lazer e, então, simplesmente subtrair as
horas de lazer das horas discricionárias disponíveis totais (24 horas) para se
obter os efeitos na oferta de trabalho.

Conforme destaca Ehrenberg e Smith (2000, pág. 194), qualquer


demanda, inclusive a realizada por lazer, é dependente de três fatores:

1. Custo de oportunidade do lazer, a qual definimos nesta aula como sendo


associado ao custo de deixar de trabalhar, ou seja, o salário W;

2. O nível de disponibilidade financeira (renda), incluindo-se aí não somente


salário recebido, mas também outros variáveis relevantes, a exemplo de
dividendos, aluguéis, etc.;

3. O conjunto de preferências de cada trabalhador.

O custo de oportunidade de passar uma hora assistindo TV é


basicamente o que poderíamos ganhar se houvéssemos passado a hora
trabalhando. Assim, o custo de oportunidade de uma hora de lazer é igual à
nossa taxa salarial (salário por hora).

A teoria sugere que, se a taxa salarial aumenta, enquanto as


preferências dos trabalhadores são mantidas constantes, o número de horas
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de lazer aumentará. Dito de outra forma, se a taxa salarial (salário por hora)
aumentar, as horas desejadas de trabalho se elevarão. Seria o caso de um
indivíduo, professor, por exemplo, ter aumentado o valor do seu salário por
hora ou taxa salarial. Se ele estiver num patamar suficientemente alto de
salário por hora, um aumento neste salário–hora poderá induzi-lo a demandar
mais horas de lazer, logicamente reduzindo as horas de trabalho. Sendo assim,
vejamos cuidadosamente cada um destes efeitos.

Os economistas classificam as respostas das horas de lazer desejadas às


mudanças na taxa salarial como efeito-renda. O efeito-renda é baseado na
simples idéia de que, na medida em que as renda se elava, mantendo-se o
mantendo-se o custo de oportunidade do lazer constante, oi seja, a taxa
salarial constante, as pessoas irão querer demandar ou consumir mais lazer (o
que significa trabalhar menos), afinal de contas o salário é tão alto que vale a
pena descansar um pouco. É importante que fique claro que, nesta parte da
análise, estamos utilizando como fator definidor do efeito renda sobre as
decisões de trabalho e lazer a variável renda, e não a variável salário por
hora. Na renda incluem-se também outros ganhos financeiros obtidos pelo
trabalhador.

O acima disposto permite outra conclusão, ou seja, caso a renda


aumente, mantendo-se constantes o custo de oportunidade do trabalho
(salário por hora) e as preferências dos trabalhadores, a oferta de trabalho
será reduzida. O efeito renda sempre apresentará um resultado contrário à
variação da renda. Sendo assim, se a renda aumenta, as horas trabalho se
reduzem (veja que as horas de lazer aumentam!). Já se a renda se reduz, as
horas de trabalho aumentam (e as horas de lazer são reduzidas). É importante
que estes efeitos sejam fixados uma vez que o efeito renda pode se dar tanto
pelo aumento quanto pela diminuição da renda, ou seja, numa situação em
que a renda do trabalhador se reduza, ele ofertará mais trabalho, de forma
compensar a perda ocorrida.
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Observação:
O efeito renda é mensurado com relação às variações na renda e seus
impactos nas horas de trabalho, mantendo-se constante a taxa salarial.
Matematicamente, temos:

∂H
Efeito Renda = , mantendo-se constante o salário.
∂y
H = horas de trabalho ou, de forma complementar, horas de lazer;
Y = renda do trabalhador.

Ex.: Sendo as horas trabalhadas em um dia igual a 12horas, as horas de lazer


serão iguais a 12 também.

Hlazer + Htrabalho = 24horas

Não obstante ao efeito renda, torna-se importante destacarmos o


impacto nas decisões de trabalho (ou lazer) do trabalhador diante de variações
específicas no salário, ou seja, no custo de oportunidade do lazer (W). A teoria
econômica também diz que se a taxa salarial aumentar, isto servirá de
estímulo ao trabalhador para ofertar mais horas de trabalho. Da mesma forma,
um declínio na taxa salarial reduzirá o custo de oportunidade do lazer e os
incentivos ao trabalho. A esta ocorrência dá-se o nome de efeito
substituição.

Explicando um pouco melhor, pode-se dizer na medida em que as taxas


salariais sobem, mais horas de trabalho são ofertadas, como reação ao
aumento na taxa salarial. O exemplo típico é um trabalhador, sem outros tipos
de renda (dividendos, aluguéis), e que na se encontra em uma situação de
equilíbrio, pagando aluguel de sua moradia, por exemplo. Com certeza este

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trabalhador estará mais propenso a ofertar mais trabalho quando o salário por
hora aumentar.

Observação:
O efeito substituição é mensurado com relação às variações na taxa salarial e
seus impactos nas horas de trabalho. Matematicamente, temos:

∂H
Efeito Substituição = , mantendo-se constante o salário.
∂w

H = horas de trabalho ou, de forma complementar, horas de lazer;


W = salário hora do trabalhador

Considerando que o trabalhador reage a um aumento na taxa de salário


ofertando mais horas de trabalho (e menos horas de lazer), podemos afirmar é
possível afirmar que o efeito-substituição é sempre positivo. Pelas hipóteses
acima, concluímos que os dois efeitos - efeito-renda e efeito-substituição – são
contrários, antagônicos, porém ocorrendo simultaneamente.

Vamos a algumas considerações importantes sobre os dois efeitos, as


quais definem a oferta de trabalho.

Se o efeito RENDA é dominante, o trabalhador responderá a um aumento


da renda reduzindo sua oferta de trabalho, e consequentemente aumentando o
seu tempo dedicado ao lazer. Ressalta-se, de todo modo, que caso o efeito
substituição seja dominante, a resposta aos aumentos salariais será o aumento
nas horas de trabalho ofertadas e, por conseguinte, a redução das horas de
lazer.

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Podemos expressar os efeitos renda e substituição de forma gráfica. De
todo modo, façamos algumas considerações prévias.

Caso efeito substituição for dominante, a curva de oferta de trabalho do


trabalhador será positivamente inclinada, isto é, a oferta de trabalho
aumentará com a taxa de salário. De todo modo, caso o efeito renda for
dominante, a curva de oferta de trabalho será negativamente inclinada.

Segundo destaca Ehrenberg e Smith (2000, pág. 198), “a teoria


econômica não pode dizer que efeito dominará e, na verdade, as curvas da
oferta de trabalho individual poderiam inclinar-se positivamente em algumas
faixas de variações do salário e inclinar-se negativamente em outras”.

Conforme disposto no gráfico abaixo, na medida em que aumentam as


horas de trabalho até o nível W* de taxa salarial, prevalece o efeito
substituição. Na ocorrência de salários mais altos, os quais aumentam a
própria renda do trabalhador, o efeito renda passa a dominar, de tal forma que
o trabalhador reduzirá as horas de trabalho e, por conseqüência, aumentará as
horas de lazer.

Em resumo, a partir de um nível suficientemente elevado de salário, as


horas gastas em lazer aumentarão, reduzindo as horas de trabalho. É o efeito-
renda dominando o efeito-substituição. Daí a curva de oferta de trabalho
voltar-se para trás. Se o efeito-substituição dominar o efeito-renda, a curva de
oferta de trabalho terá inclinação positiva. A referida curva recebe o nome de
curva reversa ou, segundo Ehrenberg e Smith, curva “pendente retrógrada”.

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Salário
por hora
Parte da curva em que
o efeito renda prevalece
sobre o efeito
substituição.

W*

Parte da curva em que


o efeito substituição
prevalece sobre o efeito
renda.

Horas de
trabalho

Na aula dois, parte 1, verificamos, em princípio, que em sendo a oferta


de trabalho positivamente inclinada, ou seja, quanto maior for o salário
nominal, maior seria a oferta de trabalho por parte dos indivíduos. Numa
associação com o que acabamos de descrever, a curva padrão de trabalho
então analisada tinha como pressuposto a prevalência do efeito substituição,
ou seja, quanto maior o salário oferecido, maior seria a oferta de trabalho.

Numa condição em que a oferta de trabalho pelos trabalhadores tem o


efeito renda agindo em prevalência ao efeito substituição, a curva de oferta de
trabalho torna-se negativamente inclinada. Nesta condição, inclusive, a
elasticidade da oferta de trabalho em relação ao salário também se torna
negativa, ou seja, sendo maior o salário (e a renda), menor será a oferta de
trabalho. Para que não haja dúvidas, basta novamente olhar o gráfico acima
disposto, referente à curva reversa.

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4. O salário de Reserva

Muitos trabalhadores ficam em dúvida diante de decisões de aceitar ou


não um determinado trabalho. Este tipo de problema não é tão comum em
mercado com trabalhadores pouco qualificados, mas bastante comum em
mercados com trabalhadores que apresentam elevado nível de qualificação.

Tendo como referência o salário a receber em determinada oportunidade


de trabalho público (Ex: Programa de Saúde Familiar), muitos médicos ficam
em dúvida quanto aceitar ou não o emprego, especialmente por considerar
algumas vezes que o salário pago não remunera o seu próprio trabalho. Diante
destas situações, a administração pública, que é quem paga o salário destes
profissionais, fica numa situação de dificuldade, sem saber exatamente qual
seria o salário que faria com que o um (uma) médico (a) tivesse estímulo para
aceitar o emprego e, ao mesmo tempo, fosse cabível no orçamento do próprio
ente público.

O conceito de salário de reserva é a definição clara deste “vértice”, ou


seja, o salário de reserva define a fronteira entre um trabalhador aceitar ou
não um emprego. Com base neste conceito, é possível fazer as seguintes
suposições a respeito do salário de reserva:

1. Caso o salário oferecido seja superior ao salário de reserva, o médico


(trabalhador) oferecerá horas de trabalho;

2. Caso o salário oferecido seja igual ao salário de reserva do médico, este


se comportará com indiferença, ofertando ou não trabalho;

3. Por fim, caso o salário oferecido esteja abaixo do salário de reserva, o


médico não oferecerá qualquer hora de trabalho.

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Muito embora possa não parecer, a definição do salário de reserva
constitui ferramenta fundamental para uma efetiva administração dos
trabalhadores de uma empresa, uma vez que este constitui a principal variável
na tomada de decisão em ofertar ou não trabalho.

Em termos de prova de concurso, caso sejam apresentadas informações


referentes às horas de trabalho oferecidas por um determinado trabalhador, e
que estas sejam iguais a zero, é possível afirmar, a priori, que o salário
oferecido está abaixo do salário de reserva.

Com fins de consolidar o entendimento relativo ao conceito de salário


reserva, destaco fração de artigo publicado no site do Conselho Federal de
Economia, no qual são feitos comentários relativos ao salário reserva e o nível
de qualificação profissional.

“(...) Os últimos resultados da PNAD/Censo vêm demonstrando um claro


envelhecimento da população brasileira. Não é nenhuma imprudência afirmar
que é natural que parte relevante da população inserida no mercado de
trabalho apresente trajetória semelhante.

O dado apresentado para o mês de maio deste ano informa que 25,3% da
população em idade ativa é constituída por pessoas com 50 anos ou mais. Em
2002, este número era de 22,4% do total. Em números absolutos, o
contingente de pessoas de 50 anos ou mais passou de 8154 mil em 2002 para
10013 mil em 2006.

Dentro do número de pessoas ocupadas o comportamento é o mesmo. Em


2002, o número de pessoas de 50 anos ou mais era de 15,4% do total de
ocupados. Este número para 2006 passou para 18,1%. Quando se compara o
crescimento da população ocupada total e o crescimento do contingente com
50 anos ou mais fica mais latente o crescimento: enquanto o total de ocupados
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cresceu 13,9%, o número para a população com 50 anos ou mais se elevou
em 33,9%.

Cabe agora, frente a estes dados, refletir um pouco sobre o que está
contribuindo para esta mudança estrutural tão relevante.

Os mesmos dados indicam uma situação deveras contraditória. A entrada


precoce no mercado de trabalho permanece. Entretanto, esta é caracterizada
por pessoas com baixo nível de escolaridade, que por sua vez, são aqueles
mais absorvidos no mercado de trabalho. Bem, o outro lado da moeda:
aqueles que compõem o contingente de mais escolarizados, são os
mesmos que estão prorrogando sua entrada no mercado de trabalho,
isto a título de elevar sua qualificação ou por conta de um salário de
reserva mais elevado que em outros tempos.

São estes mesmos trabalhadores que gozarão futuramente, do


princípio da senioridade - receber salários mais elevados segundo sua
experiência, qualificação profissional, competência e escolaridade mais
elevada. (...)” (negrito nosso)

Disponível em:
http://www.cofecon.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id=26
4&Itemid=108

E com base nestes últimos comentário podemos dar por encerrada a aula
2, parte 2. Como forma de fixação dos conceitos e fórmulas desenvolvidos na
aula, disponibilizo na sequência uma série de questões cobradas em provas
anteriores, sendo algumas modificas no sentido de atender à nossa realidade.

Vamos praticar pessoal!

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Estou à disposição de vocês por meio do fórum de dúvidas.

Um grande abraço,

Mariotti

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Questões Propostas:

1 - (Auditor-Fiscal/Séc. Fazenda – FGV/2011 - modificada) Suponha


uma economia em que as preferências dos trabalhadores sejam
relacionadas ao lazer e ao consumo. A respeito dessas curvas de
indiferença NÃO é correto afirmar que
(A) as curvas de indiferença nunca se cruzam.
(B) curvas mais próximas da origem representam curvas menos preferíveis em
relação às curvas mais distantes.
(C) curvas de indiferença côncavas indicam uma preferência dos trabalhadores
com relação à variedade.
(D) as curvas de indiferença são negativamente inclinadas indicando o trade-
off entre lazer e consumo.
(E) curvas de indiferença convexas são bem representadas por uma função de
utilidade do tipo Cobb-Douglas.

2 - (Auditor-Fiscal/Sec. Fazenda-RJ – FGV-RJ/2011 - modificada) Um


trabalhador com renda de $ 100 possui preferência com respeito abens
lazer e consumo dada pela seguinte função utilizada:
U (L, C ) = L0, 25C 0, 75 . O preço lazer = 1 e preço do consumo = 3. Com base

nas informações acima, é correto afirmar que


(A) o trabalhador demanda 25 de lazer e 75 de consumo.
(B) o trabalhador demanda 75 de lazer e 25 de consumo.
(C) no ponto ótimo de consumo o trabalhador poupa $25.
(D) a utilidade máxima do trabalhador é 25.
(E) no ponto ótimo o trabalhador aloca 50 unidades de lazer e de consumo.

3 – (Fiscal de Rendas/ Séc. Fazenda – FGV/2007 - modificada) A teoria


do consumidor modela a escolha ótima de um consumidor face às

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diferentes cestas factíveis de bens. Nesse contexto, a escolha ótima do
trabalhador deverá ser:
a) a curva de indiferença que se situar no ponto médio da restrição
orçamentária.
b) a cesta que conferir o maior nível de utilidade ao trabalhador e que estiver
fora do conjunto orçamentário do próprio trabalhador.
c) a cesta de alocação de lazer e consumo, pertencente ao conjunto
orçamentário do trabalhador, que se situar na curva de indiferença mais alta.
d) a curva de indiferença que estiver mais inclinada positivamente.
e) a curva de indiferença que possuir o maior número de cestas indiferentes.

4 – (AFT/MTE – ESAF/2003) Suponha que a utilidade de um indivíduo


possa ser representada por U = R*Hlazer, onde R é a renda e Hlazer as
horas de lazer. Além disso, sabemos que esse indivíduo divide as horas
totais de seu dia entre horas de trabalho e horas de lazer (Htrabalho +
Hlazer = 24) e que sua renda está determinada pela taxa nominal de
remuneração por horas trabalhadas (W) vezes o número de horas
trabalhadas (R = W*Htrabalho). Assim, a curva de oferta de mão-de-
obra desse indivíduo poderá ser expressa por:
a) Htrabalho = 12 – W
b) Htrabalho = 24 – W
c) Htrabalho = 24
d) Htrabalho = 12
e) Htrabalho = 12 + W

5 – (ANALISTA/BACEN – FCC/2006 - adaptada) As preferências de um


trabalhador que divide a sua renda entre lazer e consumo são
representadas pela função de utilidade U(L,C) = L2/3 C1/3 . Caso a
renda do trabalhadordor seja igual a 300, o preço do lazer seja igual a
5 e do consumo igual a 10, no equilíbrio o trabalhador,
a) a quantidade de lazer corresponderá a 40.
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b) a quantidade consumida C corresponderá a 20.
c) o dispêndio efetuado pelo trabalhador com lazer será 100.
d) o dispêndio efetuado pelo trabalhador com consumo será 200.
e) o dispêndio efetuado pelo trabalhador com lazer e consumo será igual.

6 - (Questão proposta) Um trabalhador que divide sua renda entre


lazer “L” e consumo “C”, tem uma função utilidade dada por U(L,C) = L
+ 46C – 2C2, onde L e C são as quantidades de L e C. Sua renda é 109 e
os preços de L e C são 1 e 10. A quantidade demandada de L é
a) 9
b) 14
c) 19
d) 29
e) 1

7 - (Fiscal de Rendas/ Séc. Fazenda – FGV/2008 - modificada) A


respeito das curvas de indiferença com relação ao lazer e ao consumo,
analise as afirmativas a seguir:
I – Caso os trabalhadores prefiram ter mais de lazer e consumo a ter
menos, as curvas de indiferença mais afastadas da origem são
preferíveis às mais baixas.
II – As curvas de indiferença convexas em relação à origem indicam
uma preferência dos trabalhadores com relação à variedade de bens.
III – As curvas de indiferença possuem inclinação positiva indicando
que o trabalhador está disposto a substituir um bem pelo outro.

Assinale:
a) se somente a alternativa I estiver correta.
b) se somente as alternativas I e II estiverem corretas.
c) se somente as alternativas I e III estiverem corretas.
d) se somente as alternativas II e III estiverem corretas.
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e) se todas as alternativas estiverem corretas.

8 – (AFT/MTE – ESAF/2006) Suponha um modelo neoclássico de oferta


de trabalho individual em que a utilidade do indivíduo dependa apenas
do consumo (C) e do lazer (L) e que o indivíduo disponha de uma
dotação inicial dos dois bens: C0 e L0. Suponha que L0=24horas.
Suponha também que a função utilidade U (C,L) = CaL1-a, onde 0<a<1,
que a restrição orçamentária seja linear e que o preço do bem de
consumo C seja 1 or unidade do bem. Considere as seguintes
afirmações:
I. Os indivíduos irão escolher as horas de trabalho a serem ofertadas
de tal modo que a taxa de salário seja igual à razão das utilidades
marginais do lazer e do consumo, dado que o salário de mercado é
maior que o salário de reserva.
II. O salário de reserva é aquele que torna o indivíduo indiferente
entre ofertar zero horas de trabalho ou ofertar horas positivas de
trabalho.
III. A curva de oferta de trabalho individual pode ter um trecho
negativamente inclinado, desde que a soma do efeito renda-ordinário e
do efeito renda-dotação compense o efeito-substituição. Nesse trecho
negativamente inclinado, a elasticidade da oferta de trabalho com
relação ao salário é negativa.

A opção correta é:
a) I, II, III estão incorretas.
b) I e II estão corretas e III está incorreta.
c) I está incorreta; II e III estão corretas.
d) I e III estão incorretas; II está correta
e) I, II e III estão corretas.

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9 – (AFT/MTE – ESAF/1998) Considerando a curva de oferta


neoclássica de trabalho derivada da escolha individual entre renda e
lazer, podemos afirmar que
a) quando a taxa de salário aumenta, o efeito substituição induz a uma
quantidade menor de trabalho
b) a curva de oferta de trabalho é sempre positivamente inclinada, mudando
apenas a declividade de acordo com o efeito substituição
c) a curva de oferta de trabalho é derivada do efeito substituição entre renda e
lazer, ao passo que o efeito renda provoca apenas deslocamentos desta curva
d) o caso em que o aumento da taxa de salário leva a uma diminuição da
oferta de trabalho não pode ser representado pela curva de oferta de trabalho
e) a curva de oferta de trabalho pode ser negativamente inclinada, caso o
efeito renda supere o efeito substituição

10 – (AFT/MTE – ESAF/2003) A oferta de trabalho passa a ter


inclinação negativa porque, quando o salário real fica suficientemente
elevado,
a) o custo de oportunidade do lazer passa a ser menor.
b) o efeito substituição e o efeito renda atuam na mesma direção.
c) o efeito substituição se torna maior que o efeito renda.
d) o lazer passa a ser um bem "inferior".
e) o efeito renda se torna maior do que o efeito substituição.

11 – (Auditor-Fiscal/Sec. Fazenda RJ – FGV/2009) Um trabalhador


escolhe livremente entre horas de lazer e de trabalho num mercado
sem obrigações contratuais. Com relação à teoria clássica de oferta de
trabalho, que relaciona horas trabalhadas com salário/hora pago,
assinale a afirmativa correta quanto às suas hipóteses e conclusões.
(A) O trabalhador não escolhe livremente entre horas de trabalho e de lazer.
(B) Quanto maior o salário/hora, menor a oferta de trabalho.
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(C) A oferta de trabalho aumenta com o aumento do salário até um dado nível
w*, reduzindo para níveis de salário superiores a w*.
(D) Obrigações contratuais incentivam rápidos ajustes às variações de salários.
(E) A oferta de trabalho aumenta com o aumento do salário.

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Gabarito Comentado:

1 - (Auditor-Fiscal/Séc. Fazenda – FGV/2011 - modificada) Suponha


uma economia em que as preferências dos trabalhadores sejam
relacionadas ao lazer e ao consumo. A respeito dessas curvas de
indiferença NÃO é correto afirmar que
(A) as curvas de indiferença nunca se cruzam.
(B) curvas mais próximas da origem representam curvas menos preferíveis em
relação às curvas mais distantes.
(C) curvas de indiferença côncavas indicam uma preferência dos trabalhadores
com relação à variedade.
(D) as curvas de indiferença são negativamente inclinadas indicando o trade-
off entre lazer e consumo.
(E) curvas de indiferença convexas são bem representadas por uma função de
utilidade do tipo Cobb-Douglas.

Comentários:

a - Obedecendo ao princípio da transitividade, as curvas de indiferença


nunca se cruzam. Vejamos o descrito na aula:

“Cabe destacar que, obedecendo ao princípio da transitividade, as curvas de


indiferença nunca podem se interceptar, pois acabaríamos por ter um mesmo
nível de satisfação (utilidade) para diferentes curvas de indiferença. Veja que
como os pontos “Y” e “S” estão na mesma curva de indiferença U2, o
trabalhador seria indiferente entre estes. Da mesma forma, como os pontos
“Y” e “Z” estão na mesma curva de indiferença U1, o trabalhador seria
indiferente entre estes mesmos pontos. De todo modo, conforme fica claro
pela análise do gráfico abaixo, o ponto “S” na curva de indiferença U2 é
preferível ao ponto “Z”, simplesmente porque o trabalhador terá tanto mais

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consumo quanto mais tempo de lazer para desfrutar. Vejamos o gráfico abaixo
que elucida esta questão e assim comprova este entendimento.”

C (R$)

Y
50
S U2
35 Z
30
U1

0 8 12 14 L (horas/dia)

CORRETA

b – Quanto mais distante forem as curvas de indiferença da origem dos eixos,


mais a satisfação e a utilidade do trabalhador.
CORRETA

c – Conforme verificado em aula, curvas de preferências côncavas demonstram


que os trabalhadores têm preferência pela especialização, ou seja, alocam toda
a sua renda em lazer ou em consumo. Vejamos:

“Um último aspecto importante a ser abordado quanto às curvas de indiferença


côncavas refere-se à especialização na alocação pelo trabalhador em lazer ou
em consumo. Como a TMS é crescente, cada vez o trabalhador está disposto a
abrir mão de mais unidades de consumo para aumentar as suas horas de

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lazer. O ponto extremo será a opção somente em lazer, respeitando a sua
restrição orçamentária, sendo nulo o consumo de bens.”

Perceba que o trabalhador se especializa


na alocação de sua renda ou direcionando
C
tudo ao lazer, conforme o ponto “F” ou
direcionando toda a renda para o
consumo, representado pelo ponto “G”.
C* G Perceba que quando o lazer é máximo o
consumo é igual a zero. Já quando o
consumo é máximo (ponto G) a
quantidade de horas de lazer é nula.
O ponto “P” é o ponto em que a restrição
P orçamentária tangencia a curva de
indiferença U1, conforme os pressupostos
de maximização de utilidade estudados

U2 em aula.

U1 F
L*
Lazer (em horas)

INCORRETA

D – Trata-se do pressuposto da curvas de indiferença representativas de uma


função de utilidade do tipo Cobb-Douglas, representativa mais comum das
preferências dos trabalhadores. Quanto maior o tempo dedicado ao lazer,
menor será a quantidade consumida.
CORRETA

E – Conforme disposto em aula, as curvas de indiferença do tipo Cobb-Douglas


são a melhor exemplificação das curvas de indiferença convexas em relação à
origem. Vejamos:

“Usando um pouquinho os conceitos referentes ao cálculo da derivada


apresentados na aula 2, parte 1, e utilizando as propriedades inerentes à
função de utilidade Cobb-Douglas, temos as seguintes interpretações:
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As utilidades marginais são positivas para o lazer e para o consumo:


UMgL = αALα −1C β e UMgC = β Lx α C β −1 , destacando que A, α e β são consideradas

constantes (não variam) positivas;

Sendo as utilidades marginais positivas, as curvas de indiferença


possuem, por consequência, inclinação decrescente, nos moldes dos conceitos
abordados nos itens anteriores;

As funções do tipo Cobb-Douglas demonstram a existência de TMS


decrescente, em que é cada vez menor o interesse do trabalhador em se
desfazer de lazer “L” em troca do aumento do consumo “C”, mantendo-se na
mesma curva de indiferença. Este é inclusive um dos pressupostos de
convexidade da curva de indiferença representativa de uma função Cobb-
Douglas;

Em sendo a TMS decrescente, pode-se concluir que o trabalhador


procura compor as suas escolhas de lazer e consumo (no caso do plano
bidimensional), realizando a diversificação ao invés de uma especialização
somente em consumo ou em lazer.
CORRETA

Gabarito: letra “c”.

2 - (Auditor-Fiscal/Sec. Fazenda-RJ – FGV-RJ/2011 - modificada) Um


trabalhador com renda de $ 100 possui preferência com respeito abens
lazer e consumo dada pela seguinte função utilizada:
U (L, C ) = L0, 25C 0, 75 . O preço lazer = 1 e preço do consumo = 3. Com base

nas informações acima, é correto afirmar que


(A) o trabalhador demanda 25 de lazer e 75 de consumo.
(B) o trabalhador demanda 75 de lazer e 25 de consumo.

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(C) no ponto ótimo de consumo o trabalhador poupa $25.
(D) a utilidade máxima do trabalhador é 25.
(E) no ponto ótimo o trabalhador aloca 50 unidades de lazer e de consumo.

Comentários:

Podemos resolver esta questão utilizando o “atalho” ou referente às escolhas


ótimas feito pelo trabalhador quando de uma função de utilidade do tipo Cobb-
Douglas.

α R
L* = * , sendo α o expoente de L e β o expoente de C;
α +β PL

β R
C*= * , sendo α o expoente de A e β o expoente de B.
α +β PC

0,25 100
L* = * = 25
0,25 + 0,75 1

0,75 100
C*= * = 25
0,25 + 0,75 3

Tendo sido encontradas as alocações de Lazer “L” e o consumo “C”, basta apenas
substituirmos o valor na função utilidade:

U (L, C ) = 25 0, 25 25 0, 75 = 25 (0, 25+0, 75) ) = 25 (1) = 25

Gabarito: letra “d”.

3 – (Fiscal de Rendas/ Séc. Fazenda – FGV/2007 - modificada) A teoria


do consumidor modela a escolha ótima de um consumidor face às

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diferentes cestas factíveis de bens. Nesse contexto, a escolha ótima do
trabalhador deverá ser:
a) a curva de indiferença que se situar no ponto médio da restrição
orçamentária.
b) a cesta que conferir o maior nível de utilidade ao trabalhador e que estiver
fora do conjunto orçamentário do próprio trabalhador.
c) a cesta de alocação de lazer e consumo, pertencente ao conjunto
orçamentário do trabalhador, que se situar na curva de indiferença mais alta.
d) a curva de indiferença que estiver mais inclinada positivamente.
e) a curva de indiferença que possuir o maior número de cestas indiferentes.

Comentários:

Conforme verificado, as curvas de indiferença demonstram as escolhas dos


trabalhadores em termos das escolhas de lazer e consumo. Estas escolhas
estão restritas ao orçamento do trabalhador, representado pela restrição
orçamentária que abordamos em aula, uma vez que os trabalhadores não
podem tomar empréstimos. Sabe-se que o trabalhador irá maximizar a sua
utilidade (satisfação) quando ele alcançar a curva de indiferença mais alta,
restrito ao seu conjunto orçamentário.

Gabarito: letra “c”.

4 – (AFT/MTE – ESAF/2003) Suponha que a utilidade de um indivíduo


possa ser representada por U = R*Hlazer, onde R é a renda e Hlazer as
horas de lazer. Além disso, sabemos que esse indivíduo divide as horas
totais de seu dia entre horas de trabalho e horas de lazer (Htrabalho +
Hlazer = 24) e que sua renda está determinada pela taxa nominal de
remuneração por horas trabalhadas (W) vezes o número de horas
trabalhadas (R = W*Htrabalho). Assim, a curva de oferta de mão-de-
obra desse indivíduo poderá ser expressa por:
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a) Htrabalho = 12 – W
b) Htrabalho = 24 – W
c) Htrabalho = 24
d) Htrabalho = 12
e) Htrabalho = 12 + W

Comentários:

Essa questão é bem interessante, muito embora exija do candidato alguns


raciocínios mais chatinhos. Vamos lá:

U = R*Hlazer
Htrabalho + Hlazer = 24
R = W*Htrabalho

Considerando que a questão solicita a curva de oferta de mão-de-obra, mas


que apresenta o resultado apenas em termos de Htrabalho e W, temos que
reorganizar algumas coisas:

Sendo Htrabalho + Hlazer = 24, temos que:


Hlazer = 24 – Htrabalho

Substituindo “Hlazer” e “R” na função de utilidade, temos;

U = W*Htrabalho *(24 – Htrabalho)

U = W*Htrabalho *(24 – Htrabalho)

U = 24WHtrabalho − WHtrabalho 2

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Agora basta derivarmos a função utilidade em relação as horas de trabalho
Htrabalho:

∂U ∂ 24WHtrabalho ∂WHtrabalho 2
= −
∂Htrabalho ∂Htrabalho ∂Htrabalho

∂U
= 1.24WHtrabalho1−1 − 2WHtrabalho 2 −1
∂Htrabalho

Considerando que qualquer número elevado a zero é igual a 1, e


igualando a derivada a zero, temos:

24W − 2WHtrabalho = 0

24W = 2WHtrabalho

24W
WHtrabalho =
2W

WHtrabalho = 12

Gabarito: letra “d”.

5 – (ANALISTA/BACEN – FCC/2006 - adaptada) As preferências de um


trabalhador que divide a sua renda entre lazer e consumo são
representadas pela função de utilidade U(L,C) = L2/3 C1/3 . Caso a
renda do trabalhadordor seja igual a 300, o preço do lazer seja igual a
5 e do consumo igual a 10, no equilíbrio o trabalhador,
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a) a quantidade de lazer corresponderá a 40.
b) a quantidade consumida C corresponderá a 20.
c) o dispêndio efetuado pelo trabalhador com lazer será 100.
d) o dispêndio efetuado pelo trabalhador com consumo será 200.
e) o dispêndio efetuado pelo trabalhador com lazer e consumo será igual.

Comentários:

Se utilizando da nossa dica, temos:

α R 2/3 300
a) L = * = L= * = 40
α+β PL 2 / 3 + 1/ 3 5

β R 1/ 3 300
b) C = * = C= * = 10
α+β PC 2 / 3 + 1 / 3 10

c) Dispêndio com lazer L = 40*5 = 200

d) Dispêndio com consumo C = 10*10 = 100

e) resposta dada pelas letras “a” e “b”.

Gabarito: Letra “a”.

6 - (Questão proposta) Um trabalhador que divide sua renda entre


lazer “L” e consumo “C”, tem uma função utilidade dada por U(L,C) = L
+ 46C – 2C2, onde L e C são as quantidades de L e C. Sua renda é 109 e
os preços de L e C são 1 e 10. A quantidade demandada de L é
a) 9
b) 14
c) 19
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d) 29
e) 1

Comentários:

O ponto em que o trabalhador maximiza a sua utilidade é aquele em que a


∂C
Taxa Marginal de Substituição TMS = é igual à razão dos preços, que
∂L
W 
representa a inclinação da restrição orçamentária =   , que é igual à relação
C
Umg L
entre as utilidades marginais entre o lazer e o consumo = . Sendo assim,
Umg C

temos:

Calculando-se as utilidades marginais, temos:

∂U ∂ (L + 46C - 2C 2 )
Umg L = = =1
∂L ∂L
∂U ∂ (L + 46C - 2C 2 )
UmgC = = = 46 − 4C
∂C ∂C

Igualando-se as utilidades marginais à razão de preços, temos:

 PL   W  Umg L 1 1
  =   = ⇒ = ⇒ C =9
 PC   C  Umg C 10 46 − 4C

Partindo-se da restrição orçamentária, temos:

R = PL * L + PC * C

109 = 1 * L + 10 * 9 ⇒ L = 19

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Gabarito: Letra “c”.

7 - (Fiscal de Rendas/ Séc. Fazenda – FGV/2008 - modificada) A


respeito das curvas de indiferença com relação ao lazer e ao consumo,
analise as afirmativas a seguir:
I – Caso os trabalhadores prefiram ter mais de lazer e consumo a ter
menos, as curvas de indiferença mais afastadas da origem são
preferíveis às mais baixas.
II – As curvas de indiferença convexas em relação à origem indicam
uma preferência dos trabalhadores com relação à variedade de bens.
III – As curvas de indiferença possuem inclinação positiva indicando
que o trabalhador está disposto a substituir um bem pelo outro.

Assinale:
a) se somente a alternativa I estiver correta.
b) se somente as alternativas I e II estiverem corretas.
c) se somente as alternativas I e III estiverem corretas.
d) se somente as alternativas II e III estiverem corretas.
e) se todas as alternativas estiverem corretas.

Comentários:

Podemos resolver esta questão simplesmente aplicando os conceitos já


utilizados nas demais resoluções.

I – Caso os trabalhadores prefiram ter mais de lazer e consumo a ter menos,


as curvas de indiferença mais afastadas da origem são preferíveis às mais
baixas.
Este é o principal entendimento relativo às curvas de indiferença.
Quanto mais longe da origem, maior será, em princípio, a utilidade do
trabalhador. Vale considerar que o próprio trabalhador é suscetível a
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sua restrição orçamentária, buscando a maximização da sua utilidade
no ponto em que a curva de indiferença mais alta tangência a restrição
orçamentária.
Correta

II – As curvas de indiferença convexas em relação à origem indicam uma


preferência dos trabalhadores com relação à variedade de bens.
O formato das curvas de indiferença é convexo em relação à origem
(como se a barriga fosse virada para a origem dos eixos).
Correta

III – As curvas de indiferença possuem inclinação positiva indicando que o


trabalhador está disposto a substituir um bem pelo outro.
Na verdade a inclinação é negativa, ou seja, os consumidores estão
dispostos a substituir um bem pelo outro.
Incorreta

Gabarito: letra “b”.

8 – (AFT/MTE – ESAF/2006) Suponha um modelo neoclássico de oferta


de trabalho individual em que a utilidade do indivíduo dependa apenas
do consumo (C) e do lazer (L) e que o indivíduo disponha de uma
dotação inicial dos dois bens: C0 e L0. Suponha que L0=24horas.
Suponha também que a função utilidade U (C,L) = CaL1-a, onde 0<a<1,
que a restrição orçamentária seja linear e que o preço do bem de
consumo C seja 1 or unidade do bem. Considere as seguintes
afirmações:
I. Os indivíduos irão escolher as horas de trabalho a serem ofertadas
de tal modo que a taxa de salário seja igual à razão das utilidades
marginais do lazer e do consumo, dado que o salário de mercado é
maior que o salário de reserva.
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II. O salário de reserva é aquele que torna o indivíduo indiferente
entre ofertar zero horas de trabalho ou ofertar horas positivas de
trabalho.
III. A curva de oferta de trabalho individual pode ter um trecho
negativamente inclinado, desde que a soma do efeito renda-ordinário e
do efeito renda-dotação compense o efeito-substituição. Nesse trecho
negativamente inclinado, a elasticidade da oferta de trabalho com
relação ao salário é negativa.

A opção correta é:
a) I, II, III estão incorretas.
b) I e II estão corretas e III está incorreta.
c) I está incorreta; II e III estão corretas.
d) I e III estão incorretas; II está correta
e) I, II e III estão corretas.

Comentários:

Vejamos cada uma das assertivas:

I – Podemos resolvê-la por meio da aplicação das igualdades referentes ao


ponto ótimo do trabalhador:

O ponto em que o trabalhador maximiza a sua utilidade é aquele em que a


∂C
Taxa Marginal de Substituição TMS = é igual à razão dos preços, que
∂L
W 
representa a inclinação da restrição orçamentária =   , que é igual à relação
C
Umg L
entre as utilidades marginais entre o lazer e o consumo = .
Umg C

Substituindo os valores, temos:

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Umg L W 
=  
Umg C C

Umg L W 
=   . Sendo o preço do consumo igual a 1, o preço do lazer, que o
Umg C 1
salário de mercado do equilíbrio, é igual a 1 também.

Cabe adicionar que pelo fato do salário de mercado ser superior a zero, este é
maior do que o salário de reserva. No equilíbrio de mercado (oferta e demanda
por trabalho) existe oferta de trabalho, a qual só é possível na condição em
que o salário de mercado é superior ao salário de reserva.
Correta

II - Conforme verificado em aula o salário de reserva é aquele que torna o


indivíduo indiferente entre ofertar zero horas de trabalho ou ofertar horas
positivas de trabalho.
Correta

III – Quando o efeito renda é superior ao efeito substituição, a curva de oferta


de trabalho é negativamente inclinada, sendo ainda a elasticidade de oferta de
trabalho em relação ao salário negativa. Cabe destacar que os conceitos de
efeitos renda-ordinário e renda-dotação referem-se, respectivamente, á
elevação dos salários e à elevação de outras rendas que não aquela
relacionada com salários (aluguéis, dividendos, etc.).

Gabarito: letra “e”.

9 – (AFT/MTE – ESAF/1998) Considerando a curva de oferta


neoclássica de trabalho derivada da escolha individual entre renda e
lazer, podemos afirmar que

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a) quando a taxa de salário aumenta, o efeito substituição induz a uma
quantidade menor de trabalho.
b) a curva de oferta de trabalho é sempre positivamente inclinada, mudando
apenas a declividade de acordo com o efeito substituição.
c) a curva de oferta de trabalho é derivada do efeito substituição entre renda e
lazer, ao passo que o efeito renda provoca apenas deslocamentos desta curva.
d) o caso em que o aumento da taxa de salário leva a uma diminuição da
oferta de trabalho não pode ser representado pela curva de oferta de trabalho.
e) a curva de oferta de trabalho pode ser negativamente inclinada, caso o
efeito renda supere o efeito substituição.

Comentários:

Questão bastante simples de ser resolvida.

a) quando a taxa de salário aumenta, o efeito substituição induz a uma


quantidade maior e não menor de trabalho.
b) Quando o efeito renda se sobressai ao efeito substituição, a curva de oferta
de trabalho se torna negativamente inclinada.
c) Os efeitos renda e substituição causam efeitos apenas na inclinação da
curva de oferta de trabalho, e não deslocamentos da curva.
d) pode sim, conforme disposto na curva reversa estudada em aula.
e) De fato esse é o pressuposto da curva reversa.

Gabarito: letra “e”.

10 – (AFT/MTE – ESAF/2003) A oferta de trabalho passa a ter


inclinação negativa porque, quando o salário real fica suficientemente
elevado,
a) o custo de oportunidade do lazer passa a ser menor.
b) o efeito substituição e o efeito renda atuam na mesma direção.
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c) o efeito substituição se torna maior que o efeito renda.
d) o lazer passa a ser um bem "inferior".
e) o efeito renda se torna maior do que o efeito substituição.

Comentários:

Conforme já analisado em questões anteriores, a curva de oferta de trabalho


passa a ter inclinação negativa quando o efeito renda se sobressai ao efeito
substituição.

Gabarito: letra “e”.

11 – (Auditor-Fiscal/Sec. Fazenda RJ – FGV/2009) Um trabalhador


escolhe livremente entre horas de lazer e de trabalho num mercado
sem obrigações contratuais. Com relação à teoria clássica de oferta de
trabalho, que relaciona horas trabalhadas com salário/hora pago,
assinale a afirmativa correta quanto às suas hipóteses e conclusões.
(A) O trabalhador não escolhe livremente entre horas de trabalho e de lazer.
(B) Quanto maior o salário/hora, menor a oferta de trabalho.
(C) A oferta de trabalho aumenta com o aumento do salário até um dado nível
w*, reduzindo para níveis de salário superiores a w*.
(D) Obrigações contratuais incentivam rápidos ajustes às variações de salários.
(E) A oferta de trabalho aumenta com o aumento do salário.

Comentários:

A – O trabalho pode escolher livremente entre trabalho (consumo) e lazer.


Incorreta

B – Isto só ocorrerá caso o efeito renda seja superior ao efeito substituição.


Incorreta
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C – Este é o próprio conceito explícito em aula referente à curva reversa de
oferta de trabalho, em que a partir de certo ponto o efeito renda suplanta o
efeito substituição decorrente do aumento do salário-hora.
Correta

D – Na verdade os ajustes salariais são mais difíceis de ocorrem diante de


obrigações contratuais. As correções salariais ocorrem regularmente diante de
dissídios coletivos, os quais se realizam com periodicidade anual.
Incorreta

E – Conforme verificado, não obrigatoriamente, uma vez que caso o efeito


renda se sobreponha ao efeito substituição a oferta de trabalho tenderá a se
reduzir.
Incorreta

Gabarito: letra “c”.

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