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Universidade Federal Fluminense

Faculdade de Veterinária

Departamento de Clínica e Cirurgia

Disciplina de Laboratório Clínico Veterinário


“Roteiro Interativo de Técnicas
Hematológicas”

Trabalho de Monitoria 2003

Ananda Müller Pereira


Isabel Correia

Orientador: Márcia de Souza Xavier


ROTEIRO INTERATIVO
DE TÉCNICAS
HEMATOLÓGICAS
1. Confecção do esfregaço

-> Material:

 Lâmina com ou sem parte fosca para marcação.

 Compressa de gaze para limpeza da lâmina.

 Grafite 2B para identificação.

 Lâmina extensora – tem as arestas recortadas para


que o esfregaço seja mais estreito que a lâmina.

-> Procedimento:

 Homogeneizar o sangue.
1. Confecção do esfregaço

 Os destros devem pegar a lâmina com a mão esquerda,

colocando o polegar em uma das extremidades e o

indicador na outra.

 Colocar a gota de sangue (utilizar tubo capilar, pipeta

automática, ou até a tampa do tubo para isso).


1. Confecção do esfregaço

 Colocar a extensora na lâmina, sem encostar na gota, e

simular o movimento.

 Encostar suavemente na gota, até que esta se espalhe.

 Com a mão direita, segurar por cima da extensora, e

deslizá-la pela lâmina calma e lentamente, sem

interrupções.
1. Confecção do esfregaço

 A inclinação dependerá da fluidez do sangue.

Ex: sangue anêmico - extensora em angulo mais obtuso

(mais alta).

 Secar com movimentos de agitação.

 Identificar o esfregaço.
Confecção do esfregaço
2. Técnicas de coloração
2.1 Corante hematológico instantâneo

 Os corantes devem ser abertos no momento da

utilização

 O primeiro tubo contém o fixador. A lâmina deve

permanecer um tempo mínimo de 8 a 10 segundos.

 O segundo tem corante vermelho – 8 a 10 segundos no

máximo.
2.1 Corante hematológico instantâneo

 O terceiro tem corante azul – 5 a 8 segundos no


máximo.

 Cada fabricante possui um tempo determinado para a


coloração, este tempo pode variar de acordo com o
tempo de uso dos corantes.

 Depois de colocar nos corantes, deve-se lavar a lâmina


com água comum para retirar o excesso, por cerca de
30 segundos.
2.1 Corante hematológico instantâneo

 Deixar secar.

 Observar no microscópio toda a lâmina em objetiva

de 40X, com uma fina camada de óleo, sem que este

porém, encoste na objetiva. Depois, observar por

imersão (objetiva de 100X).


Corante hematológico instantâneo
2.2 MGG (May Grünwald / Giemsa)

 Colocar o corante sobre todo o esfregaço, sem deixar

transbordar (deixar por 2 minutos).

 Colocar água destilada, e soprar com uma pipeta vazia

e seca, para homogeneizar, formando um menisco

(mesma quantidade que a colocada de corante – não

deixar transbordar, deixar por 6 minutos).


2.2 MGG (May Grünwald / Giemsa)

 Lavar com água corrente.

 Observar no microscópio em imersão (objetiva de

100x).
3. Confecção do hematócrito
(Volume Globular ou VG)

 Depois de homogeneizar o sangue, o tubo deve ser

aberto e inclinado, colocando-se o tubo capilar no seu

interior.

 O sangue entrará no tubo por capilaridade, deve-se

encher 2/3 do tubo capilar.

 Limpar com gaze o tubo capilar.


3. Confecção do hematócrito
(Volume globular ou VG)

 Fechar uma das extremidades do capilar. Pode-se

colocá-lo na chama do bico de Bünsen para fechar

(sempre a extremidade sem sangue), com cuidado para

a chama não entrar em contato com o sangue, ou usar

massa apropriada, colocando na extremidade com

sangue.
Fechamento do capilar
3. Confecção do hematócrito
(volume globular ou VG)

 Abrir a centrífuga e colocar o tubo com a parte

fechada voltada para fora. Tampar a mesma e depois

fechá-la apertando o botão lateral.

 Apertar o botão de armar (que já está programado

para cinco minutos).


3. Confecção do hematócrito
(volume globular ou VG)

 A centrífuga desliga sozinha. Retirar os capilares,

pegar a régua para leitura de hematócritos, colocar o

tubo sobre esta, de forma que o sangue coincida com

uma das extremidades e o plasma com a outra.

Verificar o resultado do hematócrito.


Centrífuga
3. Confecção do hematócrito
(volume globular ou VG)

 Observar se o plasma está: ictérico (amarelado),

hemolisado (avermelhado), lipêmico (esbranquiçado) ou

incolor (que é o normal). O plasma dos herbívoros é

fisiologicamente amarelado.
Capilares com Plasmas Variados

Normal

Hemolisado

Ictérico
Plasma Ictérico
Plasma
Hemolisado
Plasmas Variados

Plasma hemolisado Plasma lipêmico Plasma ictérico


4. Contagem na câmara de Neubauer

Contagem Contagem
de de
Leucócitos Hemácias

Contagem
de
Plaquetas
4. Contagem na câmara de Neubauer

Deve-se começar a contar em , depois em e por


último dentro do quadrado, ou seja, em . Quando as
linhas e forem compostas por 3 linhas, conta-se
até a linha do meio.
Montagem da câmara de Neubauer

Câmara espelhada

Câmara comum
Lembrete: Não esqueça de limpar a
câmara e secá-la com gaze, antes
das contagens. Não esqueça de
homogeneizar as soluções antes de
montar a Câmara de Neubauer.
4.1 Contagem de Hemácias

 Utilizar solução fisiológica ou líquido de Gower ou

Marcano.

 A diluição é de 1:200 (4mL do diluente para 20µL de

sangue homogeneizado).

 Utilizar pipeta de 5mL ou 10mL.

 A solução deve ficar turva (se não estiver é porque

ocorreu hemólise).
4.1 Contagem de Hemácias

 A contagem deve ser feita em até 20 minutos.

 Visualização: objetiva de 40X (obs: iniciar na objetiva

de 10X centralizar o primeiro quadrado a ser contado

e depois passar para a de 40X).

 Contar 5 quadrados (dos 25 do quadrado central do

retículo de Neubauer).

 O resultado deve ser multiplicado por 10.000.

 Unidade: Hemácias/µL ou Hemácias/mm³.


4.2 Contagem de Leucócitos

 Utilizar líquido de Türk.

 A diluição é de 1:20 (0,38mL do diluente para 20µL de

sangue).

 Utilizar pipeta de 1mL (pode ter ou não as divisões

centesimais. Se não tiver, pode-se adicionar 0,4mL de

diluente no tubo e, depois, com a pipeta automática

retirar 20µL).
4.2 Contagem de Leucócitos

 O teste deve ser realizado em até 30 minutos.

 Visualização: Objetiva de 10X.

 Contar 4 quadrados de 1mm2.

 O resultado deve ser multiplicado por 50.

 Unidade: Leucócitos/µL ou Leucócitos/mm³.


4.3 Contagem de Plaquetas

 Utilizar oxalato de amônio a 1% (líquido de Brecher).

 A diluição é de 1:100 (1,98mL do diluente para 2µL de

sangue homogeneizado).

 Utilizar pipeta de 2mL. (pode ter ou não as divisões

centesimais. Se não tiver, pode-se adicionar 2mL de

diluente no tubo e, depois, com a pipeta automática

retirar 20µL).
4.3 Contagem de Plaquetas

 A contagem deve ser feita após 2 minutos. Passados


os 2 minutos, deve-se colocar a câmara de Neubauer,
montada com a solução, dentro da câmara úmida por
10 – 20 minutos.

 Visualização: objetiva de 40X, porém deve-se iniciar


na de 10x (proceder de forma semelhante à
hematimetria).

 Contar os 25 quadrados do quadrado central.


4.3 Contagem de Plaquetas

 O resultado deve ser multiplicado por 1.000.

 Unidade: Plaquetas/µL ou Plaquetas/mm³.


Grumos de plaquetas no esfregaço sangüíneo
Diluições: procedimento

Marcano Türk

Oxalato de Amônio
5. Contagem de reticulócitos

 Feita somente em animais anêmicos.

 Colocar em um tubo pequeno uma gota de NAM (Novo

Azul de Metileno) para 20µL de sangue

homogeneizado.

 Aguardar 20 minutos
5. Contagem de reticulócitos

 Confeccionar um esfregaço.

 Depois de secar, deve-se identificar e observar em

imersão. Contar 500 células. Em seguida, fazer a

proporção: a cada 500 hemácias quantos reticulócitos

foram contados (%).


5. Contagem de reticulócitos

 O resultado é expresso em %.

 Obs: Não se conta reticulócito em eqüídeos.


Reticulócitos

Reticulócito

Reticulócito
Reticulócitos
6. Dosagens
6.1 Dosagem de Hemoglobina

 As soluções necessárias para realização da dosagem

de hemoglobina, são vendidas na forma de kit. Neste

há um frasco contendo uma solução que quando

misturada a água destilada, origina o reativo de

Drabkin; e ampolas que quando adicionadas a água

destilada, formam a solução padrão de hemoglobina.

Esses procedimentos vêm descritos numa bula que

acompanha o produto.
Dosagens
6.1 Dosagem de Hemoglobina

 Utilizar Reativo de Drabkin.

 Considerando que serão quatro grupos realizando as

dosagens, cada grupo deve efetuar as seguintes

etapas:
6.1 Dosagem de Hemoglobina

 Diluir 20µL de sangue em 5mL de Reativo de Drabkin.

O procedimento deve ser feito em três tubos.

 Em um outro tubo, diluir 20µL de solução padrão em

5mL de Reativo de Drabkin. Deve-se utilizar luvas na

manipulação do padrão .
6.1 Dosagem de Hemoglobina

 Utilizar pipeta de 5 ou 10mL.

 A dosagem deve ser feita

após no mínimo 5 minutos e

no máximo 2 horas.

 A solução terá cor

ligeiramente marrom.
Como realizar a leitura de Hb?

 Passar as 4 diluições para tubos menores e limpar com

gaze.

 Verificar se o branco (tubo com água destilada ou

Reativo de Drabkin) está no aparelho.

 Ligar o espectofotômetro, ir até o botão número 1 e

verificar se está em 540nm (comprimento de onda).


Como realizar a leitura de Hb?

 Ir ao botão número 2 e verificar se está em T (de

tramitância).

 Ir ao botão número 3 e colocar em 100 (pode-se

utilizar o botão maior – ajuste mais grosseiro, ou o

menor – ajuste mais fino).


Como realizar a leitura de Hb?
 Ir ao botão número 2 e colocar em A (de absorbância)

e verificar se está zerado. Se não estiver, voltar ao

botão número 3 com velocidade mais lenta.

 Colocar os tubos (primeiro o tubo com o padrão) e

anotar os resultados.

 Colocar o branco de volta, colocar o botão número 2

em T e desligar o aparelho.
Espectofotômetro
Como realizar os cálculos?

 Após a dosagem, haverá 4 resultados; o resultado do

padrão da Hb de cada grupo, o primeiro resultado da

leitura da hemoglobina (Hb1), o segundo resultado da

leitura da hemoglobina (Hb2), o terceiro resultado da

leitura da hemoglobina (Hb3).


Como realizar os cálculos?

 Se os valores de Hb1, Hb2, e Hb3 forem semelhantes,

deve-se fazer uma média e usá-la para o cálculo.

 Se a variação for significativa, deve-se então realizar

uma regra de três para cada resultado de

hemoglobina.
6.2 Dosagem de Proteínas Totais

 Zerar o refratômetro com água destilada (deve-se

colocar a água e fechar, o azul da marcação deve

estar na linha do W ou 1.000).

 Secar o prisma do refratômetro com gaze.


6.2 Dosagem de Proteínas Totais

 Depois de rodar o hematócrito na centrífuga e

verificar seu resultado na régua, quebrar o mesmo

acima da capa leucocitária (camada branca) e retirar

os cacos de vidro que sobrarem, (mantendo o capilar

na horizontal).

 Colocar o plasma no prisma do refratômetro.


6.2 Dosagem de Proteínas Totais

 Fechar o refratômetro.

 Utilizar a primeira escala do refratômetro (a da

esquerda) – g/dL.

 Verificar o resultado, observando que a escala sobe

de 0,2 a 0,2g/dL.

 Limpar o refratômetro com uma gaze.

 Não considerar valores quebrados.


Dosagem de Proteínas Totais

Capilar quebrado

Refratômetro
Escala do refratômetro

Escala de dosagem de proteínas


6.3 Dosagem de Fibrinogênio

 Centrifugar 4 ou 6 microhematócritos

 Dosar as proteínas totais de dois ou três destes.

 Colocar os demais em banho-maria a 56oC, em tubos

de hemólise com água suficiente para cobrir o plasma

por 3 minutos.
6.3 Dosagem de Fibrinogênio

 Os tubos devem ir novamente para a centrífuga por 5

minutos.

 Depois deve-se quebrá-los e colocá-los no

refratômetro para fazer a leitura.

 O primeiro resultado (proteínas totais) deve ser

diminuído deste, encontrando assim o fibrinogênio

(expresso em mg/dL).
Dosagem de Fibrinogênio

Microcapilares
Banho-Maria
Refratômetro
7. Hematoscopia
7.1 Hematoscopia Eritrocitária

 Efetuada na região anterior à franja.

 Deve-se observar:

a) Tamanho (índice hematimétrico correspondente – VGM):

a.1) Normocitose (tamanho normal).

a.2) Macrocitose (tamanho aumentado).

a.3) Microcitose (tamanho diminuído).


b) Coloração (relacionada à quantidade de hemoglobina

contida no eritrócito; índice hematimétrico

correspondente – CHGM):

b.1)Normocromia (coloração normal).

b.2)Anisocromia (variação na coloração):


b.2)Anisocromia (variação na coloração):

 Policromasia (eritrócito com coloração policromática,

indicando a absorção de dois tipos de corantes –

ocorre pela presença de hemácias jovens -

reticulócitos. No cão, é comum encontrar até 1% de

reticulócitos).

 Hipocromia (eritrócito com coloração diminuída,

indicando diminuição na quantidade de hemoglobina).


 Hipercromia (Não observada na hematoscopia, uma

vez que, não existe condição fisiológica para formação

de eritrócitos hipercrômicos. Portando, um CHGM alto

deve ser considerado como erro de cálculo ou

hemólise).

 As alterações podem variar de discretas (+) a

acentuadas (+++).
c) Forma

c.1) Cão – Hemácias grandes, quando comparadas aos

outros animais domésticos, bicôncavas, com halo de

palidez central.

c.2) Felino – Hemácias bicôncavas, com halo de

palidez central muito mais discreto.

- Possuem discreta crenação.

c.3) Eqüídeos – Hemácias bicôncavas, com pequeno

halo de palidez central muito mais discreto.


c.4) Ruminantes – Hemácias discóides sem halo

central.

c.5) Poiquilocitose (morfologia anormal).

 Acantócitos – Prolongamentos em forma de dedo de

luva.

 Esferócitos – Hemácias pequenas e arredondadas,

que se coram intensamente e não possuem o halo de

palidez central.

 Eliptócitos – Hemácias ovais.


Esferócitos
c.5) Poiquilocitose (morfologia anormal).

 Leptócitos – Eritrócitos com alteração de membrana,

de maneira que esta se dobra, ficando a hemácia com

uma parte mais escura. Pode ser em ponte ou em alvo.

 Esquizócitos – Hemácias de forma irregular ou bizarra

(lágrima, raquete, foice).

 Excentrócitos – Hemácias com concentrado de

hemoglobina em um dos pólos e área não corada na

região contra-lateral.
Formas evolutivas dos eritrócitos

Eritroblasto/Rubriblasto

Pró-rubrícito

Rubrícito

Meta-rubrícito

Eritrócito basofílico com corpúsculo de Howell-Jolly

Eritrócito basofílico

Eritrócito maduro
Eritrócitos de cão com morfologia normal
Anisocitose e policromasia eritrocitárias

policromatófilo
Meta-rubrícito
d) Inclusões

d.1) Corpúsculo de Howell-Jolly – Eritrócito com

fragmentos de núcleo, formando inclusões de cor

púrpura. Pode aparecer tanto na hemácia

policromática como no eritrócito.

d.2) Ponteado basófilo – Hemácias com pontos azuis

(presença de RNA), comum em ruminantes. Em

carnívoros indica intoxicação por chumbo.


Corpúsculos de Howell-Jolly

Meta-rubrícito
d.3) Inclusões parasitárias – Anaplasma, Babesia,

Haemobartonella.

d.4) Inclusões Viróticas - Sinegaglia Lentz.

d.5) Inclusões tóxicas – Corpúsculos de Heinz

(inclusão arredondada que aparece em uma das

extremidades da hemácia).
Corpúsculos de Heinz (Coloração NAM)
Babesia

Foto: Nádia Almosny


Babesia

Foto: Nádia Almosny


Haemobartonella
Sinegaglia Lentz

Foto: Nádia Almosny


7.2 Hematoscopia Leucocitária

 Feita nas bordas medianas do esfregaço, ao mesmo

tempo que a leucometria específica.

 Deve-se verificar: aspecto, tamanho e presença de

inclusões como Ehrlichia.


Esfregaço sangüíneo:
número crescente de leucócitos

A – animal leucopênico

B – animal com LG
normal

C - animal com leucocitose


Ehrlichia

Foto: Nádia Almosny


Ehrlichia

Foto: Nádia Almosny


8. Morfologia dos Leucócitos
8.1 Granulócitos
a) Basófilos

 Possuem grânulos citoplasmáticos que variam da cor lilás


(basofílicos) ao azul enegrecido, que acompanham a cor
do núcleo.

a.1) Felinos: apresentam núcleo segmentado ou lobulado


com cromatina frouxa, similar ao núcleo do monócito.
Citoplasma revestido por inúmeros grânulos
arredondados, de tom lilás, bem claro, quase
imperceptível.
a.2) Cães: apresentam núcleo segmentado ou lobulado.

Citoplasma de cor arroxeada ou acinzentada, com

poucos e discretos grânulos escuros, podendo ser bem

esparsos em algumas células.

a.3) Herbívoros: devido à grande quantidade de

grânulos, não se visualiza o núcleo. Possuem aspecto de

borrão de carimbo.
b) Eosinófilos

 Possuem grânulos citoplasmáticos alaranjados.

b.1) Felinos: grânulos em forma de microbastonetes,

muito pequenos, que podem cobrir o núcleo. O

aspecto é de grão de areia. Pode-se visualizar

“tracinhos” (sentido longitudinal) ou “bolinhas”,

quando a célula está inteira. Quando a célula está

rompida, observa-se melhor a morfologia dos

grânulos.
b.2) Cães: grânulos redondos que variam em tamanho

e quantidade. Pode haver vacúolos redondos e

refringentes no citoplasma.

b.3) Eqüídeos: grânulos alaranjados grandes, muitas

vezes encobrindo o núcleo. Estes grânulos forçam a

parede da célula, que fica parecendo uma amora.

b.4) Ruminantes e suínos: grânulos menores e

arredondados, com tamanho e distribuição

homogêneos. Podem encobrir o núcleo.


Eosinófilo de Cão
Eosinófilo de Eqüino
Eosinófilo de Felino
c) Neutrófilos

 Fases evolutivas:

c.1) Mielócito – Núcleo redondo, cromatina

esponjosa e citoplasma basofílico.

c.2) Metamielócito – Núcleo riniforme, cromatina

mais condensada e citoplasma menos basofílico, em

relação ao segmentado.
c.3) Bastão – Núcleo em forma de bastão e cromatina

condensada. Citoplasma incolor ou levemente

basofílico.

c.4) Segmentado – Núcleo lobulado ou segmentado até

cinco vezes, com cromatina densa, roxo-escura.

Citoplasma incolor ou levemente rosado em todas as

espécies, sendo que esta coloração é bem mais intensa

nos bovinos.
Fases evolutivas dos neutrófilos

Mieloblasto com nucléolo

Pró-granulócito

Mielócito neutrofílico

Metamielócito neutrofílico

Bastão neutrofílico

Neutrófilo monolobado

Neutrófilo segmentado
Morfologia normal dos neutrófilos
Neutrófilos hipersegmentados
8.2 Agranulócitos

a) Linfócitos

 Elevada relação núcleo:citoplasma, quase não se vê

citoplasma. Cromatina bem condensada e citoplasma

incolor. Podem estar presentes grânulos azurófilos.

 Linfócito reacional ou reativo – Cromatina mais

esponjosa, citoplasma moderado a intensamente

corado de azul (nucléolos podem ser visíveis).


b) Monócitos

 Mononucleados, núcleo com forma amebóide,

apresentando elevado pleomorfismo e cromatina

esponjosa. Citoplasma azul acinzentado, podendo

apresentar vacúolos em qualquer espécie.

 Cão - núcleo pode ser atípico e citoplasma de cor

variada.
Morfologia normal dos linfócitos
Tipos leucocitários

Eosinófilo
Monócito

Segmentado
Segmentado

Monócito

Linfócito Linfócito

Basófilo
9. Leucometria Específica

 Efetuada nas bordas medianas do esfregaço,

especificando cada tipo de leucócito.

 Conta-se nas bordas do esfregaço sangüíneo, em

zigue-zague, 100 células (50 leucócitos em cada

borda)
• Leucometria Específica

 Segue-se a seqüência padronizada da fórmula de Schilling:

Basófilos/Eosinófilos/Mielócitos/Metamielócitos/bastões/segmentados/Linfócitos/Monócitos

Neutrófilos
9.1 Leucometria específica relativa

 Mantêm-se a distribuição padronizada da fórmula de

Schilling, contando-se no esfregaço os leucócitos.

 O resultado é dado em porcentagem, de acordo com o

número de cada tipo leucocitário contado.


9.2 Leucometria específica absoluta

 É obtida multiplicando as porcentagens encontradas

na leucometria específica relativa pela leucometria

global.

 São obtidas as quantidades totais de cada tipo

leucocitário no sangue.

 Unidade: Leucócitos/µL ou Leucócitos/mm³.


10. Índices Hematimétricos

10.1 Volume Globular Médio (VGM)

 É o volume médio de cada eritrócito.

 Fórmula: VGM = Volume Globular (VG) x 10


Hematimetria (Hemácias x 106)

 Unidade: Fentolitros (fL).


10.1 Volume Globular Médio (VGM)

 De acordo com o VGM a hemácia pode ser classificada

como normocítica, macrocítica ou microcítica. O

resultado do VGM deve ser sempre conferido no

esfregaço sangüíneo (hematoscopia eritrocitária).


10.2 Concentração de Hemoglobina Globular
Média (CHGM)

 É a concentração de hemoglobina dentro de cada

hemácia.

 Fórmula: CHGM = Hemoglobinometria (Hb) x 100


Volume Globular (VG)

 Unidade: Porcentagem (%)


10.2 Concentração de Hemoglobina Globular
Média (CHGM)

 De acordo com o CHGM a hemácia pode ser

classificada como normocrômica ou hipocrômica. O

resultado do CHGM deve ser sempre conferido na

hematoscopia eritrocitária.
10.3 Hemoglobina Globular Média (HGM)

 Índice semelhante ao CHGM, só que expresso em

massa de hemoglobina.

 Fórmula: HGM = Hemoglobinometria (Hb) x 10


Hematimetria (Hemácia x 106)

 Unidade: Picogramas (pg).


QUESTIONÁRIO
QUESTIONÁRIO
1) Qual é o fator de correção utilizado para se obter o
resultado de hemácias/µL?
QUESTIONÁRIO
1) Qual é o fator de correção utilizado para se obter o
resultado de hemácias/µL?

R.: 10.000
QUESTIONÁRIO
1) Qual é o fator de correção utilizado para se obter o
resultado de hemácias/µL?

R.: 10.000

2) Qual é a diluição (sangue:reagente) e quais são os


volumes utilizados para a contagem de leucócitos?
QUESTIONÁRIO
1) Qual é o fator de correção utilizado para se obter o
resultado de hemácias/µL?

R.: 10.000

2) Qual é a diluição (sangue:reagente) e quais são os


volumes utilizados para a contagem de leucócitos?

R.: Diluição: 1:20

Volume do diluente: 0,38mL

Volume do sangue: 20µL


QUESTIONÁRIO

3) Quanto tempo depois de montada a câmara de


Neubauer a contagem de plaquetas deve ser
efetuada?
QUESTIONÁRIO

3) Quanto tempo depois de montada a câmara de


Neubauer a contagem de plaquetas deve ser
efetuada?
R.: 10 a 20 minutos.
QUESTIONÁRIO

3) Quanto tempo depois de montada a câmara de


Neubauer a contagem de plaquetas deve ser
efetuada?
R.: 10 a 20 minutos.

4) Na realização da plaquetometria, quantos e quais


quadrados devem ser contados na câmara de
Neubauer?
QUESTIONÁRIO

3) Quanto tempo depois de montada a câmara de


Neubauer a contagem de plaquetas deve ser
efetuada?
R.: 10 a 20 minutos.

4) Na realização da plaquetometria, quantos e quais


quadrados devem ser contados na câmara de
Neubauer?
QUESTIONÁRIO

3) Quanto tempo depois de montada a câmara de


Neubauer a contagem de plaquetas deve ser
efetuada?
R.: 10 a 20 minutos.

4) Na realização da plaquetometria, quantos e quais


quadrados devem ser contados na câmara de
Neubauer?
R.: Os 25 quadrados do quadrado central.
QUESTIONÁRIO
5) Ao se colocar o microhematócrito na centrífuga,
qual extremidade deve ser voltada para fora ?
QUESTIONÁRIO
5) Ao se colocar o microhematócrito na centrífuga,
qual extremidade deve ser voltada para fora ?
R.: A extremidade fechada.
QUESTIONÁRIO
5) Ao se colocar o microhematócrito na centrífuga,
qual extremidade deve ser voltada para fora ?
R.: A extremidade fechada.

6) Ao se confeccionar o hematócrito de um eqüino,


verificou-se que seu plasma estava levemente
amarelado. O que isso significa?
QUESTIONÁRIO
5) Ao se colocar o microhematócrito na centrífuga,
qual extremidade deve ser voltada para fora ?
R.: A extremidade fechada.

6) Ao se confeccionar o hematócrito de um eqüino,


verificou-se que seu plasma estava levemente
amarelado. O que isso significa?
R.: Considerando que o plasma dos herbívoros é
fisiologicamente amarelado, pode-se dizer que seu
plasma está normal.
QUESTIONÁRIO

7) Qual é a seqüência de coloração da coloração

hematológica instantânea?

(a) Azul; vermelho; fixador.

(b) Azul; fixador; vermelho.

(c) Fixador; azul; vermelho.

(d) Fixador; vermelho; azul.

(e) A ordem não interfere na coloração.


QUESTIONÁRIO

7) Qual é a seqüência de coloração do panótico

instantâneo?

(a) Azul; vermelho; fixador.

(b) Azul; fixador; vermelho.

(c) Fixador; azul; vermelho.

(d) Fixador; vermelho; azul.

(e) A ordem não interfere na coloração.


QUESTIONÁRIO

8) Na técnica de coloração por MGG: depois de colocar

o corante e deixar por dois minutos, deve-se lavar o

esfregaço em seguida com água corrente.

( ) V

( ) F
QUESTIONÁRIO

8) Na técnica de coloração por MGG: depois de colocar

o corante e deixar por dois minutos, deve-se lavar o

esfregaço em seguida com água corrente.

( ) V

( X) F
QUESTIONÁRIO
9) Quando e como é feita a contagem de reticulócitos
no sangue?
R.: Deve ser feita em animais anêmicos, com exceção do
eqüídeos. Coloca-se em um tubo pequeno uma gota
de NAM (Novo Azul de Metileno) para 20 µL de
sangue homogeneizado. Em seguida confecciona-se
um esfregaço com a diluição, sem necessidade de
franja. Depois de seco, deve-se identificá-lo e
observá-lo por imersão, contando 500 células. Faz-
se, então, a proporção para cada 500 hemácias
quantos reticulócitos foram contados.
QUESTIONÁRIO
10) Qual seqüência de ajustes no espectofotômetro deve

ser utilizada para a dosagem de Hemoglobina?


QUESTIONÁRIO
10) Qual seqüência de ajustes no espectofotômetro deve

ser utilizada para a dosagem de Hemoglobina?

R.: Após ajustar o aparelho para 100 (tramitância), voltar ao

botão número 2, colocar em A (de absorbância) e

verificar se está zerado. Se não estiver, voltar ao

botão número 3. Colocar os tubos (primeiro o tubo com

o padrão) e anotar os resultados. Colocar o botão

número 2 em T, colocar o branco de volta e desligar o

aparelho.
QUESTIONÁRIO
11) Qual é a escala do refratômetro para dosagem de
proteínas?
QUESTIONÁRIO
11) Qual é a escala do refratômetro para dosagem de
proteínas?

R.: 0,2g/dL. A “coluna” da esquerda.


QUESTIONÁRIO

12) Ao se fazer a dosagem de fibrinogênio, foi obtido o


seguinte resultado:

1a Leitura: proteínas plasmáticas totais = x

2a Leitura (após banho-maria e centrifugação) = x

Considerando que o animal está produzindo fibrinogênio e

que não houve erro de técnica, como explicar este

resultado?
QUESTIONÁRIO

12) Ao se fazer a dosagem de fibrinogênio, foi obtido o


seguinte resultado:

1a Leitura: proteínas plasmáticas totais = x

2a Leitura (após banho-maria e centrifugação) = x

Considerando que o animal está produzindo fibrinogênio e

que não houve erro de técnica, como explicar este

resultado?

R.: O valor de fibrinogênio é menor que 200mg/dL.


Bibliografia e fotos

 Alan H. Rebar; Guia de Hematologia para cães e gatos.

 Alan H. Rebar; Hemogram interpretation for dogs and cats.

 Lon J. Rich; The morfology of canine and feline blood cells.


Agradecimentos

Gostaríamos de agradecer a todos aqueles que, de alguma

forma, contribuíram para a realização deste trabalho. Caros

orientadores, amigos e namorados, obrigada pelo tempo gasto,

por nos apoiarem, e sobretudo pela paciência.

Até a próxima...

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