Soluções/Cenários de resposta de #agora_pensa e #agora_pensa_mais
DISCUSSÃO
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REVISÃO
1. Sim, para o subjetivista os juízos morais são crenças
acerca das nossas preferências pessoais e, portanto,
têm algum conteúdo descritivo, o que significa que
podem ser considerados verdadeiros
descrevem adequadamente essas preferências) ou
falsos (quando não descrevem adequadamente essas
preferências).
2. Para o subjetivismo os únicos factos morais que
existem são as nossas preferências pessoais e
subjetivas.
3. Para um subjetivista uma afirmação como "As
touradas são erradas" significa "Eu não aprovo
touradas".
4.
(1) Mesmo dentro de cada sociedade ou cultura
existem amplos e profundos desacordos no que
diz respeito ao valor de verdade dos juízos morais.
(2) Se, além das nossas preferências pessoais e
subjetivas, houvesse um domínio de factos morais
ao qual pudéssemos apelar, então tais desacordos
não teriam lugar.
(3) Logo, não há um domínio de factos morais além
das nossas preferências pessoais e subjetivas. (de
1 e 2, por Modus Tollens )
5. Não, porque de acordo com o subjetivismo, nós nem
sequer estaríamos a falar acerca da mesma coisa.
Cada um de nós estaria simplesmente a descrever as
suas preferências subjetivas acerca do assunto.
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6. Cenários de resposta:
Opção A: Sim, porque existem semelhanças relevantes
entre as cores e as propriedades morais. Ambas
dependem de certa forma da maneira como estamos
tipicamente dispostos a reagir perante certos estímulos.
Um Ferrari é vermelho porque está disposto a ser
percecionado com essa cor por um observador normal
em condições normais de iluminação. A escravatura é
errada porque estamos dispostos a percecioná-la como
errada, quando pensamos de forma clara e imparcial
sobre o assunto. Assim, tal como o facto de haver
desacordos em relação às cores não é suficiente para
que não haja uma verdade objetiva acerca do assunto,
também o facto de haver desacordos em relação a
questões morais não é suficiente para que não haja uma
(quando verdade moral.
Opção B: Não. Trata-se de uma falsa analogia, pois
existem diferenças relevantes entre as cores e as
propriedades morais. As primeiras são diretamente
captadas através dos nossos órgãos sensoriais, ao passo
que as últimas não o são.
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DISCUSSÃO
1. Cenários de resposta:
Opção A: Defender de que a excisão é efetivamente uma
prática bárbara e merecedora de condenação. Para isso,
o aluno pode apoiar-se no objetivismo. O objetivismo
caracteriza-se pela ideia de que um juízo moral é correto
quando, independentemente de gostos e de convenções,
tem as melhores razões do seu lado. A favor desta
perspetiva pode apresentar-se o seguinte argumento:
(1) Há juízos morais que são justificáveis de um
ponto de vista imparcial (exemplo: a excisão é
incorreta).
(2) Se há juízos morais que são justificáveis de um
ponto de vista imparcial, então há juízos morais
objetivamente verdadeiros.
(3) Logo, há juízos morais objetivamente verdadeiros.
(de 1 e 2, por Modus Ponens)
Isto significa que, para os objetivistas, as avaliações morais
têm de ser justificadas de uma forma que seja aceitável
para qualquer indivíduo racional, seja qual for a sua
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sociedade. Ora, uma vez que impor a excisão a jovens que
lhe resistem desesperadamente não parece ser
imparcialmente defensável, podemos considerar que essa
prática é digna de condenação onde quer que ocorra.
Opção B: Defender que não há razões objetivas para
condenar a excisão, pois, uma vez que não existe uma
realidade moral objetiva a que os juízos morais possam
corresponder ou não corresponder, os juízos morais não
são objetivamente verdadeiros ou falsos. Para sustentar
esta posição, o aluno pode apoiar-se quer no
subjetivismo, quer no relativismo.
O subjetivismo caracteriza-se por defender que os juízos
morais reportam às preferências pessoais de cada
indivíduo e, por conseguinte, a sua verdade ou falsidade
não é independente de qualquer perspetiva, mas, pelo
contrário, é sempre relativa à perspetiva de cada um. A
favor desta perspetiva pode apresentar-se o seguinte
argumento:
{l) Existem amplos e profundos desacordos no que
diz respeito ao valor de verdade dos juízos morais.
(2) Se, além das nossas preferências pessoais e
subjetivas, houvesse um domínio de factos
morais ao qual pudéssemos apelar, então tais
desacordos não teriam lugar.
(3) Logo, não há um domínio de factos morais além
das nossas preferências pessoais e subjetivas. (de
1 e 2, por Madus Tallens)
Na ausência de um domínio de factos morais além das
nossas preferências pessoais e subjetivas, não temos
razões para condenar as práticas adotadas pelos outros,
devemos reger-nos pelas nossas preferências e permitir
que cada um viva de acordo com as suas.
ou
O relativismo cultural caracteriza-se por defender que
os juízos morais não são objetivamente verdadeiros ou
falsos, pois reportam às preferências coletivas de cada
sociedade, ou mais propriamente ao conjunto de normas
que estaríamos dispostos a acordar a respeito dessas
preferências. A favor desta perspetiva pode
apresentar-se o seguinte argumento:
{l) Culturas diferentes têm códigos morais
diferentes.
© editâvel e fotocopiâvel I Como pensar tudo isto? - Filosofia· 10.º ano
(2) Se culturas diferentes têm códigos morais
diferentes, então não há uma verdade moral
objetiva, pois a verdade dos juízos morais é
sempre relativa à cultura ou grupo social onde
estes são formulados mais propriamente a um
conjunto de normas que os respetivos membros
estão na disposição de acordar.
(3) Logo, não há uma verdade moral objetiva, pois a
verdade dos juízos morais é sempre relativa à
cultura ou ao grupo social onde estes são
formulados mais propriamente, ao conjunto de
normas que estes estão na disposição de acordar.
(De 1 e 2, por Madus Panens)
Ora, uma vez que as noções de certo e errado são
sempre relativas a cada cultura, não existe um padrão
cultural neutro ao qual possamos apelar para comparar
e avaliar as diferentes culturas. Assim sendo, por muito
estranhas que certas práticas possam parecer aos olhos
da nossa cultura, devemos tolerá-las sob o pressuposto
de que as práticas comuns na nossa sociedade devem
parecer igualmente bizarras quando avaliadas do ponto
de vista de outras culturas.
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REVISÃO
1. Sim, para o relativista cultural os juízos morais são
crenças acerca do código mora I aprovado na nossa
sociedade e, portanto, têm algum conteúdo
descritivo, o que significa que podem ser
considerados verdadeiros (quando descrevem
adequadamente esse código moral) ou falsos
(quando não caracterizam adequadamente esse
código moral).
2. Para o relativismo cultural, os únicos factos morais
que existem são os códigos morais adotados pelas
diferentes sociedades.
3. Para um relativista cultural, uma afirmação como "As
touradas são erradas" significa "A minha sociedade
não aprova touradas".
4.
{l) Culturas diferentes têm códigos morais
diferentes.
(2) Se culturas diferentes têm códigos morais
diferentes, então não há uma verdade moral
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objetiva, pois a verdade dos juízos morais é
sempre relativa à cultura ou grupo social onde
estes são formulados, mais propriamente, ao
código moral (ou conjunto de normas) adotado
pelos seus respetivos membros.
(3) Logo, não há uma verdade moral objetiva, pois a
verdade dos juízos morais é sempre relativa à
cultura ou ao grupo social onde estes são
formulados, mais propriamente, ao código moral
(ou conjunto de normas) adotado pelos seus
respetivos membros. (de 1 e 2, por Modus Ponens)
5. Não, porque de acordo com o relativismo não existe
um padrão neutro do que é certo ou errado. Cada
sociedade tem o seu próprio padrão moral de
referência. Ora, na ausência de um padrão moral
neutro comum, não faz sentido haver comparações
morais entre diferentes sociedades. O que quer que
estas aprovem será correto de acordo com o seu
padrão e o que quer que estas condenem será errado
de acordo com o mesmo.
6. Não, porque de acordo com o relativismo não existe
um padrão neutro do que é certo ou errado. Cada
sociedade tem o seu próprio padrão moral de
referência. Assim, uma vez que a opinião de Mill
estava em contradição com a opinião dominante na
sociedade da época, seria contraditório dizer: "Mill
tem uma opinião diferente daquela que é socialmente
aprovada, mas Mill está certo", porque para um
relativista "É correto" e "É socialmente aprovado"
significam uma e a mesma coisa.
DISCUSSÃO
7.1 Cenários de resposta:
Opção A: Sim, porque se baseia num número suficiente
de semelhanças relevantes e não existem diferenças
entre os dois domínios que sejam relevantes para o que
se pretende concluir. O facto de haver diferentes
opiniões em relação a um assunto, não é suficiente para
concluirmos que não existe uma verdade objetiva acerca
do mesmo.
Opção B: Não, porque existem diferenças relevantes no
que diz respeito aos domínios que estão a ser
comparados. A morfologia do planeta Terra é um facto
que pode ser comprovado pela observação das imagens
recolhidas por satélite. Mas as questões morais não são
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suscetíveis do mesmo tipo de prova. Essa diferença é
relevante porque a impossibilidade de obter uma prova
deste tipo pode dever-se precisamente ao facto de a
realidade moral ser socialmente construída e não uma
questão de factos objetivos.
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REVISÃO
1. Sim, para o objetivismo, os juízos morais são crenças
acerca de um padrão moral neutro. O que significa
que têm um conteúdo descritivo, isto é, são
verdadeiros ou falsos.
2. Para o objetivismo, os factos morais são um domínio
de factos objetivos que correspondem a um padrão
moral neutro, isto é, correspondem àquilo que
independentemente das nossas preferências
pessoais ou convenções sociais, temos boas razões
para aprovar ou reprovar.
3. Para um objetivista, dizer que "As touradas são
erradas" é o mesmo que dizer que
"Independentemente de preferências pessoais ou
convenções sociais, há boas razões para condenar as
touradas".
4.
(1) Há juízos morais que são (ou não são) justificáveis
de um ponto de vista imparcial.
(2) Se há juízos morais que são (ou não são)
justificáveis de um ponto de vista imparcial,
então há juízos morais objetivamente verdadeiros
(ou falsos).
(3) Logo, há juízos morais objetivamente verdadeiros
(ou falsos). (De 1 e 2, por Modus Ponens)
5. Porque o objetivismo sustenta que propriedades
morais, como a correção ou incorreção, são
propriedades objetivas das coisas. Mas os críticos
defendem que a correção ou incorreção nos dão
razões para agir desta ou daquela maneira e não
parece haver nada no mundo dos factos objetivos
com essa capacidade. Aquilo que nos leva a agir são
sempre as nossas preferências e desejos, mas isso
são aspetos subjetivos e não propriedades objetivas
das coisas. Por exemplo, o facto de que está um copo
de água em cima da mesa não me dá, por si só, uma
razão para fazer seja o que for. É a minha sede que
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me faz ter vontade de pegar no copo e beber a água
que se encontra no seu interior.
6. Cenário de resposta:
OCTÁVIO - Olá Sara! Olá Renato! Estou a pensar
juntar-me à manifestação contra as touradas que
terá lugar na próxima semana. Alinham?
RENATO - Nem pensar! Eu pessoalmente até nem
acho grande piada às touradas, mas acho que
devemos respeitar as diferentes tradições.
SARA -Eu também não sou fã de touradas, mas não
creio que tenha legitimidade para impor as minhas
preferências aos outros.
OCTÁVIO -Como assim?! Não acham que existe algo
de profundamente errado nas touradas?
RENATO - Na minha opinião, certo e errado são
sempre relativos àquilo que é aprovado ou reprovado
por uma determinada sociedade. Portanto, se as
pessoas de uma determinada região aprovam as
touradas, então nessa região o juízo "As touradas são
erradas" é falso.
SARA - Pois eu acho que ninguém deve ser forçado a
aceitar que algo é certo ou errado simplesmente
porque a sua sociedade aprova ou reprova esse tipo
de ações. Na minha opinião, a moralidade diz
respeito às preferências individuais de cada pessoa e,
assim como nenhuma sociedade ou cultura deve
impor os seus padrões de certo e errado às outras,
também os membros de cada sociedade devem ser
livres de formular os seus próprios juízos morais.
RENATO-Mas repara que sem regras comuns do que
é certo ou errado as pessoas poderiam fazer o que
muito bem entendessem e seria um caos.
OCTÁVIO -Precisamente! E eu acho que o mesmo se
aplica às diferentes sociedades. Tem de haver um
padrão comum que estabeleça limites àquilo que
pode ou não ser aceite dentro de cada cultura.
RENATO -Aí já não estou de acordo contigo.
OCTÁVIO -Mas porquê?
RENATO - Pensem, por exemplo, nas regras de
trânsito. Elas são importantes porque servem para
orientar o comportamento dos condutores e dos
peões e evitar o caos nas estradas. Certo?
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OCTÁVIO-Sim.
RENATO - Por isso é importante que quem circula
nas mesmas vias siga as mesmas regras. Aqui em
Portugal, por exemplo, os carros circulam pela
direita, por isso, se alguém decidisse circular pela
esquerda acabaria por provocar um acidente.
OCTÁVIO -Exatamente! Daí eu insistir na importância
de um código comum para evitar que certas sociedades
atropelem os direitos humanos fundamentais.
RENATO - Mas no Reino Unido a convenção é
diferente. Os carros circulam pela esquerda e desde
que todos sigam a mesma regra não parece haver
problemas, certo?
OCTÁVIO -0 que estás a defender é que a moralidade
é uma espécie de convenção, tal como as regras da
estrada, e por isso desde que dentro de cada
sociedade toda a gente siga as mesmas regras não
estará a agir de forma errada. É isso?
RENATO - Sim, é isso mesmo!
SARA -Não concordo.
RENATO -O que achas que há de errado com a minha
analogia?
SARA - Acho que uma coisa são as leis e convenções
sociais que servem para organizar a vida em
sociedade, outra coisa são os princípios morais em
que acreditamos. Eu até posso estar disposto a seguir
certas leis e convenções, porque isso é do meu
interesse, mas ainda assim posso não concordar com
algumas delas. Seguramente que Martin Luther King
não concordava com as leis discriminatórias dos
Estados Unidos e foi por isso que se manifestou
contra elas.
OCTÁVIO -Claro! Porque essas leis não respeitavam
a liberdade e a igualdade dos cidadãos face à lei e
esses princípios devem prevalecer seja onde for.
SARA -Eu não retiro essa conclusão. Para mim, isso
significa apenas que as preferências de Martin Luther
King eram diferentes da maioria da população norte­
-americana na altura. Só isso!
RENATO - Para mim, Martin Luther King contribuiu
para mudar a mentalidade norte-americana e, no
momento em que as suas ideias passaram a ser
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aceites pela população, o seu juízo de que "Os
cidadãos negros deveriam ter os mesmos direitos
que os brancos" passou a ser verdadeiro.
OCTÁVIO - E até aí não era?! Isso para mim é
inaceitável! Quer dizer que não se pode dizer que as
sociedades que defendem a liberdade e a igualdade
de todos os cidadãos são melhores do que as outras?
RENATO - Sim. Aliás, a atitude de achar que certas
sociedades são superiores a outras levou a que
muitas culturas tentassem impor o seu modo de vida
desrespeitando costumes e tradições. E tu Sara? Que
pensas disto?
SARA- Não penso que haja sociedades objetiva mente
superiores a outras, mas acho que há sociedades
onde eu gostaria de viver e outras não, ou seja, umas
seriam melhores para mim do que outras. Mas é
tudo uma questão de preferências subjetivas.
DISCUSSÃO
7. Cenários de resposta:
Opção A: De acordo com o subjetivismo, não. Porque se
os juízos morais descrevem os nossos sentimentos de
aprovação ou reprovação, então sempre que formulamos
um juízo moral sincero, o nosso juízo será verdadeiro
(uma vez que descreve adequadamente esses
sentimentos). Portanto, se alguém formular
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sinceramente o juízo de que "A excisão é aceitável",
então o seu juízo não pode ser falso.
Opção B: Sim, pois de acordo com o relativismo, os
nossos juízos morais descrevem aquilo que é socialmente
aprovado. Assim, se a pessoa que formula o juízo de que
"A excisão é aceitável" viver numa sociedade que não
aprova a excisão, então o seu juízo poderia ser falso.
Opção C: Sim, pois o juízo de que "A excisão é aceitável"
não pode ser justificado de um ponto de vista imparcial
e, portanto, é objetivamente falso.
8. Cenários de resposta:
Opção A: Sim, porque mesmo que haja um domínio
objetivo de factos morais, continua a haver espaço para
haver desacordos. Há vários fatores que podem explicar
essa divergência de opiniões sem ser a inexistência de
uma verdade objetiva no domínio da moralidade. Os
nossos próprios preconceitos podem toldar de tal forma
o nosso pensamento, que se torna difícil raciocinar de
forma rigorosa e imparcial sobre certas questões morais.
Opção B: Não, porque caso houvesse um domínio de
factos morais ao qual pudéssemos apelar para resolver
as nossas divergências morais, seria de esperar que, tal
como acontece na ciência e na matemática, houvesse
um núcleo mais alargado de matérias consensuais em
ética.