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Abordagem centrada na pessoa

Carl Rogers
Carl Rogers

Família
Agricultura
História
Seminário
Psicologia
Rogers experienciou e estudou o 1) A inconsistência das teorias:
processo de psicoterapia, em especial, a
delinquência juvenil. a delinquência se baseava num conflito
Por anos ele gravou diversos sexual e que, uma vez descoberto esse
atendimentos em áudio e vídeo e chegou conflito, a delinquência cessava.
a algumas críticas:
2) Métodos coercivos ou de pressão nas
Referências relações clínicas (foco no problema) eram apenas
superficialmente eficazes.
Psicanálise
3) Mais do que demonstrar clarividência e
sabedoria, o melhor era deixar ao cliente
a direção do movimento no
Behaviorismo processo terapêutico.
Influências
Pressuposto da
Abordagem
Centrada na Pessoa

• o organismo reage ao campo


(experiência ser-no-mundo)
da maneira como este é
experimentado e percebido;
• o campo perceptivo é, para o
indivíduo, realidade;
• a reação do indivíduo é uma
reação a sua realidade
percebida.
Pressuposto da Abordagem Centrada na Pessoa

• o comportamento é a tentativa dirigida para uma meta


que o organismo utiliza para satisfazer as necessidades
que ele experimenta, no campo que ele percebe;

• a emoção acompanha e, em geral, facilita o


comportamento dirigido para uma meta, sendo que o
tipo de emoção relaciona-se com os aspectos de busca
versus consumação de comportamento; e a
intensidade da emoção relaciona-se com a importância
percebida do comportamento para a preservação e o
aperfeiçoamento do organismo;
nova experiencia Nessas interações há a tendência à
atualização, que é uma tendência inerente
que move todo organismo no sentido de
desenvolver todas as suas potencialidades,
nova realidade de maneira a favorecer sua conservação e
seu enriquecimento.

novas possibilidade
de percepção.
Pressuposto da
Abordagem Centrada
na Pessoa
• Como resultado da
interação com o ambiente
é formado o self.
• É o sentido que o indivíduo
atribui a “si mesmo”, ou
sua percepção como ser-
no-mundo.
Self
as experiências de self podem:
a) ser simbolizadas, percebidas e
organizadas em alguma relação com
o self;
b) ser ignoradas porque não há relação
percebida ao self;
c) ter uma simbolização negada ou
distorcida porque a experiência é
incoerente com as relações do self.
Self

Self Real: A potencialidade de si, Self Ideal: Aquilo idealizado, o


quem ele é, os comportamentos, que está de acordo com os
emoções, necessidades e relação outros pensam. Os valores
com o mundo. Os próprios “sociais”.
valores.
O desajustamento O desajustamento Comportamentos e
psicológico decorre Sentimentos de
Defesas de situações
psicológico existe
quando o organismo
Defesa:
ameaçadoras, que Racionalização,
ativam na pessoa nega à consciência compensação,
mecanismos de experiências fantasia, projeção,
defesa capazes de sensoriais e viscerais compulsões, fobias,
evitar ou distorcer a significativas. comportamentos
simbolização da paranoicos, estados
experiência. catatônicos.
Quanto menos goza Quanto mais se julga Quanto mais está
Proposições o indivíduo de e se orienta em sujeito à angústia,
liberdade função de critérios mais tenderá a negar
relativas experiencial, mais ou a deformar sua
externos, tais como
ao processo tenderá a julgar-se e opiniões de outras experiência, de modo
de orientar-se em pessoas, mais está a torná-los de acordo
ajustamento função de critérios sujeito à angústia; com as exigências de
externos; (self ideal) (self ideal) seu ambiente;
(incongruência)
Quanto menos ele Quanto menos Quanto mais o
Proposições funciona de maneira autêntica é a indivíduo se sente
autônoma, menos apreensão dos dados abrigado de qualquer
relativas autêntica será a ameaça, isto é, ao
da experiência,
ao processo apreensão dos dados menos adequado abrigo de qualquer
de de sua experiência; será o juízo alheio, mais
ajustamento comportamento. completa será sua
apreensão de sua
experiência do eu;
Um espaço acolhedor
“Quanto mais trabalho com as
pessoas, tanto na terapia
individual como nos grupos de
encontro, mais respeito tenho
pela pessoa humana. Esse
valor que venho atribuir ao ser
humano é algo que brota
realmente da minha
experiência. Não comecei com
tão alta consideração pelo
homem.” Rogers 1977.
Um espaço acolhedor
• A relação Psicoterapêutica é
facilitadora na mudança do
cliente.
• Olhar para a terapêutica do
presente imediato.
• Favorecer que o cliente tenha
clareza de seus processo de
vida, adquirindo novas
percepções de si próprio.
(Insight)
Um espaço acolhedor
• Ajudar o cliente a se
responsabilizar por si.
• Deve ficar claro que o terapeuta
não tem respostas para seus
problemas.
• O terapeuta estimula a livre
expressão, sendo favorecida pela
postura de interesse e aceitação
em toda expressão do cliente.
(não valorizando uma expressão
especifica)
Um espaço acolhedor
• Foca-se somente no que é
expresso pelo cliente.
• O objetivo desta condução é
proporcionar um espaço
acolhedor para que a pessoa
consiga entrar em contato com
a sua realidade, diminuindo as
defesas.
Um espaço acolhedor
• É o processo existencial que
ocorre com o ser humano. É o
fluxo de sentimentos –
pensamentos - comportamentos
que acompanha constantemente
o indivíduo.
• É o processo concreto,
corporalmente sentido.
Atitudes necessárias e
suficientes Assumir, na
medida que for
capaz, o quadro de Para eu poder ser
referências do útil, vou me por de
Empatia paciente, de captá- lado – o eu da
lo tal qual ele se interação habitual
vê, de abandonar – e entrar dentro
as percepções que do seu mundo de
se refiram a um percepção tão
outro quadro. completamente
(identificação por quanto for capaz.
empatia x
identificação
emocional)
Atitudes necessárias e
suficientes

Aceitar e É ser congruente


Congruência trabalhar com o com a sua própria
que aparece na experiencia de Self
relação com – Interrelação
aquele cliente entre ambiente,
naquele necessidade,
momento. É ser comportamento,
autêntico. emoção e
resultado
Atitudes necessárias e
suficientes

Aceitação positiva incondicional Transmitir ao


cliente atitudes Quando eu “julgo”
de compreensão, trato a pessoa
respeito e como um objeto.
aceitação sem a
inserção de
apreciações.
Fases de Rogers
“Realizei estudos
diagnósticos de crianças e
elaborei recomendações
para o tratamento de seus
problemas; em 1928,
desenvolvi um inventário
para avaliação do mundo
interior da criança, que –
Deus me perdoe – continua
a ser vendido aos Milhares”
Rogers 1977
Fases de Rogers
Restringia algumas pessoas
do estilo de terapia:
• Psicóticos.
• Considerados pouco
inteligentes.
• Restrição de idade.
• Restrição de autonomia.
Fases de Rogers
• Focava-se no verbal apenas.
• Não dá importância a
relação terapeuta-cliente.
• E no final não acredita mais
num processo individual.
O diagnóstico processual
O crescimento no processo:
hesitação resistência explorar passado sentimentos negativos

material pessoal sentimentos interpessoais percepção do outro

aceitação do eu busca de padrão confrontação fora do encontro

intimidade e positividade mudança de comportamento na sessão


“Aprendi que poderia confiar não
só nos clientes, na equipe, nos alunos,
mas também em mim mesmo... Não foi
uma lição fácil, mas extremamente
valiosa e permanente.” Rogers 1977
Gestalt-terapia

Fritz Perls
Friederich (Fritz)
Salomon Perls

Berlim
1893
~
1970
Perls
• Faculdade de Medicina
(Universidade de Humboldt em Berlin →
neuropsiquiatria)

• Neuropsiquiatria (Kurt Goldstein →


Teoria Organísmica e Psicologia da Gestalt)

• Psicanálise (Karen Horney, Clara


Happel, Eugen Harnik, Reich e Freud)

• Casa-se com Lore (Laura) Perls


Década de 30
• Filosofia:
Sigmund Friedländer → Indiferença criativa
Existencialismo.

• Resistência ao Nazismo
• Em 1935 funda o Instituto Africano
de Psicanálise
• Palestra em 1936 no Congresso
Internacional de Psicanálise → Freud
e Reich (Resistência oral).
Perls vs Psicanalise
• 1942: Ego, fome e agressão
Instinto sexual → Instinto de fome
Inconsciente → Awareness
Passado → Aqui e agora
Causalidade → Descrição
Representação (Id) → Intenção (Ego)
Patologia → Estagnação
Psique → Organismo
Gestalt-Terapia
• 1948: Grupo dos Sete
(autenticidade)
• 1951: publica livro com Paul
Goodman e Ralph Hefferline
• 1952: Instituto de Gestalt NY
• Gestalt-kibutz em 1964: Esalen e
1969: Vancouver
Figura e Fundo
Figura: o que está em foco, o
que se apresenta a
consciência.

Fundo: o que é menos


acessível a consciência.
O Ciclo de contato
1-Pré-contato:
Sensação

5-Assimilação:
Mudança e
equilíbrio

2- Engajamento:
Percepção

4- Desengajamento:
Balanço 3- Contato:
Estratégia e
resolução
O Ciclo de contato
Exemplo: A Fome

1-Pré-contato:
O Ciclo de contato
Exemplo: A Fome

2-Engajamento:
O Ciclo de contato
Exemplo: A Fome

3-Contato:

Pensar sobre Agir


O Ciclo de contato
Exemplo: A Fome

4-Desengajamento:
O Ciclo de contato
Exemplo: A Fome

5-Assimilação:

Me transformo

Volto ao equilíbrio
O Ciclo de contato
Qualquer evento
5-Assimilação 1- O evento em si
4- Desengajamento
2- Gera X, Y, Z.
3- Pensar sobre e agir
1-Pré-contato
3- Contato 4- Deu certo?
5- Assimilar
2- Engajamento experiência.
Self
c

• É o contato, ser-no-mundo.
• É o movimento que ocorre na relação.
• Desse movimento c posso definir um “eu” e um
“não-eu”.
• É o movimento na fronteira da contato
Três aspectos da saúde em Gestalt-terapia
1- Crescimento 2 -Percepção 3- Movimento
Fronteira de contato Figura e fundo Mecanismos neuróticos
Polaridade

Fronteira de contato
1. Crescimento - Fronteira de contato
É na fronteira (no contato eu-mundo) que eu cresço, “me alimento”
Se ela for rígida eu não cresço
1. Crescimento - Fronteira de contato
É na fronteira (no contato eu-mundo) que eu cresço/me alimento
Se ela não existir eu “engulo sem mastigar”
1. Crescimento - Fronteira de contato
É na fronteira (no contato eu-mundo) que eu cresço/me alimento
Para que o crescimento seja saudável a fronteira deve existir como um agente selecionador
2- Percepção – figura e fundo
É na fronteira (no contato eu-mundo) que eu percebo
Figura e Fundo
3- Movimento: Mecanismos neuróticos
É na fronteira (no contato eu-mundo) que eu sou
Projeção – do eu para o objeto
3- Movimento: Mecanismos neuróticos
É na fronteira (no contato eu-mundo) que eu sou
Introjeção – do mundo para o eu
3- Movimento: Mecanismos neuróticos
É na fronteira (no contato eu-mundo) que me movimento
Retroflexão – do eu para o eu
3- Movimento: Mecanismos neuróticos
É na fronteira (no contato eu-mundo) que eu sou
Confluência - nós
3- Movimento: Mecanismos neuróticos
É na fronteira (no contato eu-mundo) que me movimento
Proflexão – do eu para o outro, mas que retorne
3- Movimento: Mecanismos neuróticos
É na fronteira (no contato eu-mundo) que me movimento
Deflexão – de um objeto para outro
3- Movimento: Mecanismos neuróticos
É na fronteira (no contato eu-mundo) que me movimento
Egotismo – reforço da fronteira
3- Movimento: Polaridade
É na fronteira (no contato eu-mundo) que eu me expresso
Polaridades – restrito ou criativo

Falante

Calado
Objetivo da Gestalt-terapia

Proporcionar Awareness
• É a consciência em ação, é movimento.

• Com suporte sensorial, motor, emocional,


cognitivo e energético.

• Não separa homem e mundo. Gera


ajustamento criativo (ser-no-mundo).

• É um estado sensorial, motor, emocional,


cognitivo e energético fluido (não rígido).
(rígido gera polaridade)
São realizados a
Métodos Descrição de
partir das
sensações que
terapêuticos pensamento (razão),
sentimento
tocam o terapeuta (emoção),
a partir do julgamento e
movimento do sensação.
cliente no presente
imediato. A Contradição e
própria relação. Intenções.
Síntese da fala.
Buscam ampliar a
“consciência em Postura, tom de voz,
ação” que está expressão facial,
presente no etc.
presente imediato.
Técnicas Experimentos

• O trabalho esta
de acordo com
o fenômeno?
• É criativo?
• Amplia o
fenômeno?
• Trabalha a
• Repetitiva e diretiva autonomia do
sujeito?
Experimentos
CADEIRA QUENTE ARTE VIAGEM DE FANTASIA

CONSCIÊNCIA CORPORAL

CADEIRA VAZIA

JOGO DE PAPÉIS
Seja o Tom
Sonhos Seja o medo
São projeções, são
possibilidades
(polaridades)

Eles são recontados em


Seja a Seja a garra
sessão. corrida afiada
E, depois disso, são
revividos.
O Gestalt-Terapeuta
Você pode “tudo” em Gestalt-Terapia:

•Usar todos os experimentos

•Usar só alguns.

•Criar outros.

cada terapeuta será único, o que os liga é


o objetivo de proporcionar awareness.
Fazendo
uma relação
com brincar
com lego. Figura Fundo
O que o
cliente
apresenta:
Regras do jogo
• O terapeuta não busca ver
todas as “peças”.
• Ele não planeja nem direciona
para uma “montagem” prévia.
• Não busca “peças” que não
aparecem, ou seja, trabalha
com as “peças” que o cliente
apresenta.
• Não descreve a causa ou os
efeitos das peças/montagens
que aparecem.
O resultado
O cliente:
• Perceberá as peças.
• Com isso, surge a
possibilidade de construir,
destruir, reconstruir,
organizar e experimentar
novas formas
• É perceber em ação.
• Assim, se reconhece como
um ser de possibilidades
O cliente não é teórico!
• Ciclo de contato, Mecanismos neuróticos, Figura e
fundo, Awareness, Polaridades, etc são
abstrações que nos auxiliam a compreender a
realidade.
• Comparados aos conceitos, os movimentos do
cliente são mais rico e amplos.
• Os conceitos nos ajudam com uma interpretação
da realidade observada e não a realidade em si e
nem a totalidade dela.

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