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UNIDADE 1

CORREÇÃO DOS EXERCÍCIOS PROPOSTOS

Pp. 11 e seguintes

Item Alínea
1 D
2 A
3 C
4 A
5 C
6 A
7 D
8.1 A
8.2 D
8.3 B
9 C
10 D
11 A
12 A
13 C
14 A
15 A
16 A
17 B
18 C
19 A
20 D
21 C
22 A
23 C

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Exercício 2

A resposta ao problema filosófico presente no texto é o determinismo radical.

O determinismo radical é uma teoria incompatibilista, ou seja, defende que a crença no livre-arbítrio não é
compatível com a crença no determinismo. Uma vez que, segundo o determinismo, todos acontecimentos
são um resultado necessário das leis da natureza e de causas anteriores, não existe espaço para a
escolha entre ações. Dito de outra forma, uma vez que o determinismo é verdadeiro a crença no livre-
arbítrio é falsa. Assim, concluem os deterministas radicais que não existem ações livres.
Se é verdade que temos, geralmente, a crença no livre-arbítrio, a mesma não é mais do que uma ilusão,
que resulta do facto de não estarmos conscientes das causas e leis que regulam cada um dos
acontecimentos.
Assim, todos os atos são determinados e nem sequer existem ações, se as entendermos como atos
voluntários.
Quando o autor nos remete para Laplace e afirma que “se um observador ideal conhecesse as posições
de todas as partículas num dado instante e conhecesse todas as leis que governam os seus movimentos,
poderia predizer toda a história do universo” está a mostrar a sua concordância com a inevitabilidade dos
nossos atos e das cadeias causais do universo. Assim, pode apenas posicionar-se como um determinista
radical.

Exercício 3
A afirmação de Hawking pode constituir-se como um argumento a favor do libertismo.

O libertismo é uma teoria incompatibilista, ou seja, defende que a crença no livre-arbítrio não é compatível
com a crença no determinismo. Uma vez que sustenta que temos livre-arbítrio, afirma,
consequentemente, que o determinismo é falso. Pelo menos alguns acontecimentos não são livres: as
ações humanas. Somos capazes de iniciar cadeias causais e escapar dessa forma ao determinismo.

O que Hawking sugere é que a experiência de livre-arbítrio ocorre diariamente e é razão suficiente para
crermos na mesma. Mesmo quem acredita no determinismo radical, age como se fosse livre, o que
mostra a força que essa evidência tem em nós.

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Exercício 4

A primeira premissa apresenta o princípio das possibilidades alternativas, que estabelece que
uma ação é livre se e só se existem possibilidades alternativas de ação.
Uma das formas de argumentar contra essa premissa é mostrar que não existe necessidade de
termos possibilidades alternativas de ação para que exista liberdade, com contra-exemplos como os
apresentados por Frankfurt.
Imaginemos que nos foi implantado um dispositivo para votarmos num certo partido político,
chamemos-lhe Partido A, mas que esse dispositivo apenas é acionado se formos votar noutro partido. No
dia das eleições, dirigimo-nos à urna. Uma vez que já queríamos votar no Partido A, o dispositivo não foi
acionado. Neste caso, o facto de não termos uma possibilidade alternativa de ação não foi importante
para determinar se fomos livres ou não, pois conseguimos agir de acordo com os nossos desejos.

Exercício 5

Cenário de resposta:

- O texto apresentado remete-nos para o problema do livre-arbítrio;


- O problema surgiu a partir da conceção determinista da natureza, uma proposta científica que
estabelece que tudo o que acontece no presente é uma consequência necessária do passado e das leis
da natureza;
- Podemos nós manter esta conceção determinista e simultaneamente acreditarmos que somos livres?
Somos ou não livres?
- o problema reveste-se de importância por ter implicações diretas sobre o modo como nos percebemos
responsáveis (ou não) pelas nossas ações.

Caso o aluno defenda o determinismo radical

- A Maria não é responsável pelo seu ato.

- O determinismo radical é a teoria acerca do livre-arbítrio que defende que o determinismo e a existência
de livre-arbítrio são teses incompatíveis e, por isso, a aceitação do determinismo tem de nos conduzir à
conclusão de que não há livre-arbítrio. Uma vez que defendem a verdade no determinismo, concluem
necessariamente que não há ações livres, que tudo o que fazemos são meros atos involuntários.
Explicam que a nossa sensação de liberdade não passa de uma ilusão, causada pela nossa ignorância
acerca de todas as leis que nos regulam e todos os fenómenos que atuam como causas.

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- Assim, a existência do mecanismo descrito é irrelevante, pois de uma forma ou de outra, a Maria nunca
teria o poder de alterar o curso de acontecimentos.

- Os deterministas radicais apresentam fortes argumentos a seu favor. Na realidade, a ciência tem como
conceção do mundo um universo regido de forma mecânica, numa cadeia causal que se iniciou no início
dos tempos. Aceitamos as verdades científicas com mais facilidade do que qualquer outra. Mais, essa
visão determinista do universo também está presente no nosso dia-a-dia. Não esperamos nós que a água
ao lume aqueça, que a porta a fechar faça barulho? Esperamos, porque acreditamos que as mesmas
causas levam aos mesmos efeitos. Não deveremos também aceitar o determinismo? E aceitando o
determinismo, uma vez que as nossas ações também são acontecimentos, não estamos nós obrigados a
aceitar que também as nossas ações resultam do passado e das leis da natureza? Parece-nos que sim,
que temos de aceitar que o determinismo é verdadeiro e que isso excluí a possibilidade de existirem atos
voluntários.

Caso o aluno defenda o libertismo

- A Maria não é responsável pelo seu ato.

- O libertismo é a teoria cerca do livre-arbítrio que defende que o determinismo e a existência de livre-
arbítrio são teses incompatíveis e, por isso, a aceitação do livre-arbítrio deve levar-nos à conclusão de
que o determinismo é falso, pois nem todos os acontecimentos são o resultado do passado e de leis
anteriores.

- No entanto, um libertista defende que são ações livres aquelas que poderia, caso quisesse, não ter
realizado ou, dito de outra forma, são ações aquelas que dependem da minha vontade. Ora, neste caso,
mesmo que a Maria tivesse querido escolher de outra forma, não poderia. Não existiu um rumo alternativo
para o seu ato.

- Os libertistas apresentam vários argumentos a seu favor. Na realidade, mesmo que sejamos capazes de
aceitar, num plano racional, a verdade das teses deterministas, a nossa sensação de liberdade é
inegável. Todos os dias experimentamos, com uma total evidência atos de deliberação e decisão que não
nos deixam acreditar noutra coisa que não o sermos livres. Para mais, aceitar o determinismo implicaria,
numa perspetiva incompatibilista, aceitar que não somos responsáveis morais pelo que fazemos. Como
permitir que essa crença se instale? Não será um homicida, uqe deliberou e planeou cuidadosamente o
seu crime, o responsável moral pelo que fez? Não deverá ser punido? Parece-nos que não poderemos
nunca aceitar que não somos livres. E nem o apoio científico de que tem gozado o determinismo nos

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deve impedir de assumir a perspetiva de que somos capazes de agir livremente. Na realidade, existem
teorias científicas que explicam que a um nível subatómico, o determinismo não se verifica. Assim, é bem
possível que estejamos iludidos quando vemos o universo como um gigante e previsível mecanismo.
Mais, se em tantas circunstâncias os seres humanos são capazes de escapar ao instinto e à sua natureza
através da razão, podemos muito bem defender que o pensamento nos permite escapar ao determinismo
e que este se aplica apenas aos fenómenos puramente físicos e não aos seres dotados de inteligência.

Caso o aluno defenda o determinismo moderado

- A Maria é responsável pelo seu ato.

- O determinismo moderado aceita o determinismo como verdadeiro, ou seja, admite como um juízo de
facto verdadeiro que todos os acontecimentos resultam de causas anteriores e das leis da natureza. No
entanto, os deterministas moderados rejeitam que a existência de determinismo nos conduza
obrigatoriamente à negação da existência de livre-arbítrio. É por esse motivo que o determinismo
moderado é também chamado de compatibilismo. Segundo os deterministas moderados, os nossos atos
podem ser simultaneamente determinados e livres. Quando isso acontece, são ações e somos
moralmente responsáveis por elas. Exercemos o nosso livre-arbítrio sempre que realizamos a nossa
vontade, sempre que escolhemos livres de constrangimentos externos, mesmo que não pudéssemos ter
realizado outra ação.

- A Maria estava perante uma escolha inevitável, mas isso não é um impedimento à sua responsabilidade,
dado ter feito o que queria, livre de coação externa.

- O determinismo moderado tem como principal argumento a seu favor o facto de conseguir conciliar duas
perspetivas muito fortes sobre este problema. Por um lado, a ciência oferece-nos fortes argumentos a
favor da inevitabilidade dos nossos atos. Por outro, a nossa sensação e liberdade é inescapável e
inegável e é importante mantermos a crença de que somos moralmente responsáveis pelas nossas
ações. Como conciliar? Tudo o que fazemos está determinado, mas como fazemos aquilo que desejamos
fazer, temos livre-arbítrio.

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