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SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTENCIA DE ENFERMAGEM EM PACIENTES

COM ACALASIA, VEIAS VARICOSAS E DISTURBIOS DO CORTISOL


ARTIGO DE REVISÃO DE LITERATURA – ENFERMAGEM MEDICA
Alcides Kriss Bonga1, Antónia Ranguisse2, Ana da
Conceição Maurício3, Esmeralda A. Araujo4, Agira
Ibaimo5, Márcia Charifo6, Mariamo Aiuba7, Alima Luis8.
Resumo: O presente artigo consiste Abstract: This article consists of a
numa revisão bibliográfica de bibliographic review of the
sistematização de assistência de systematization of nursing care in
enfermagem em pacientes com: acalasia, patients with achalasia, varicose veins
veias varicosas e os distúrbios de and cortisol disorders, pathologies of
cortisol, patologias de extrema extreme importance in our environment,
importância no nosso meio, uma vez que since these pathologies are part of the
essas patologias fazem parte do daily life of the health professional, and
quotidiano do profissional de saúde, e he deals with many cases of this
este lida com muitos casos desta category. Achalasia is a rare disease
categoria. A acalasia é uma doença rara caused by the loss of ganglion cells in the
causada pela perda das células myontic plexus of the esophagus, with a
ganglionares existentes no plexo population incidence of around
miontérico do esôfago, com incidência 1:100,000 and usually seen between the
populacional de cerca de 1:100.000 e ages of 25 and 60. The disease involves
geralmente evidenciada entre as idades excitatory (cholinergic) and inhibitory
de 25 e 60 anos. A doença envolve (nitric oxide) ganglion neurons. Varicose
neurônios ganglionares excitatórios veins are dilated superficial veins in the
(colinérgicos) e inibitórios (óxido lower limbs. Varicose veins can cause
nítrico). As veias varicosas são veias pain, itching and tiredness in the legs.
superficiais dilatadas, dos membros Doctors can detect varicose veins by
inferiores. As veias varicosas podem examining the skin. In general, there is
causar dor, coceira e cansaço nas pernas. no obvious cause.
Os médicos podem detectar veias Key words: Achalasia, varicose veins
varicosas examinando a pele. Em geral, and cortisol.
não há uma causa óbvia.
Palavras chaves: Acalasia, veias
varicosas e cortisol.
INTRODUÇÃO ✓ Identificar os factores de risco,
O presente trabalho da cadeira de diagnosticos e os possíveis
enfermagem medica visa identificar as tratamestos;
abordagens a serem feitas perante um
✓ Descrever os cuidados de
paciente com acalasia, veias varicosas e
enfermagem.
cortisol. E posteriormente identificar os
METOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO
prováveis diagnostico de enfermagem e
Trata-se de uma pesquisa do tipo revisão
as intervenções a serem efetuadas. Neste
bibliográfica com abordagem qualitativa
sentido, o presente trabalho de recolha e
que foi desenvolvida com base em
compilação das mais recentes
materiais já publicados, por meio de
informações clínica e científica, de modo
artigos, dissertações, livros e revistas
a auxiliar na compreensão fundamental e
com o intuito de compreender as
percepção mais aprofundada destas
inúmeras colaborações científicas de
patologias de modo a que a sua
patologias como acalasia, veias
abordagem e tratamento sejam mais
varicosas e distúrbios de cortisol. Foram
atempados e efetivos.
consultados artigos disponíveis nas
OBJECTIVOS
bases Scientific Eletronic Library Online
OBJECTIVO GERAL (SciELO), Google académico.
Possibilitando-se a compreensão e o
Adquirir conhecimento para tratamento
aprofundamento destas patologias.
de pacientes com acalasia, veias
1. Acalasia
varicosas e distúrbios do cortisol.
A acalasia é um distúrbio no qual as
OBJECTIVOS ESPECÍFICOS contrações rítmicas do esôfago (os
denominados movimentos peristálticos)
✓ Conceituar e descrever os
estão ausentes ou comprometidas, o
mecanismos que desencadeiam
esfíncter esofágico inferior não relaxa
acalasia, veias varicosas e os
normalmente e ocorre um aumento na
distúrbios do cortisol;
pressão de repouso do esfíncter
✓ Classificar e identificar os sinais
esofágico inferior. o esfíncter esofágico
e sintomas presentes em cada
inferior deixa de relaxar; o alimento
patologia;
deglutido tem dificuldade em passar para
o estômago, e o esôfago acima do
esfíncter esofágico inferior toma-se
dilatado. Uma ou mais refeições podem peristálticos do esôfago e da capacidade
alojar-se no esôfago e passar lentamente de relaxamento da cárdia. Com a perda
para o estômago no decorrer do tempo. da tonicidade da parede muscular
Existe o risco de aspiração do conteúdo do esôfago e a hipertonicidade da cárdia
esofágico nos pulmões quando a pessoa ocorre uma dilatação e alongamento
está deitada. progressivos do esôfago, formando uma
2. Causas da acalasia câmara que pode conter grandes volumes
de alimento e saliva.
A acalasia é uma alteração dos nervos
em torno do esôfago, esta alteração da 4. Principais sinais e sintomas
inervação pode ser congênita (presente Um dos sintomas do paciente portador
desde o nascimento). Muitas vezes ela é de acalasia é a disfagia (dificuldade de
de causa desconhecida, mas também engolir) de longa duração e a dor
pode ser uma complicação de outras retroesternal (atrás do osso esterno). A
doenças (acalasia secundária) como, por dificuldade de passagem do alimento
exemplo, a doença de Chagas e do esôfago para o estômago pode
a neuropatia diabética. Isto pode causar evoluir com megaesôfago (dilatação
contrações irregulares da parte inferior do esôfago) progressivo. Há perda de
do músculo esofágico fazendo com que peso, vomito, regurgitação, salivação
o esfíncter não se abra e assim não excessiva, dor torácica e azia. Também
permitindo que alimentos e líquidos pode ocorrer tosse noturna, abscesso nos
passem. O resultado é um bloqueio pulmões, infecções das vias aéreas e
persistente da passagem do conteúdo pneumonia por aspiração.
esofágico para o interior do estômago
5. Diagnostico
podendo levar a dilatação do esôfago
(megaesôfago). Essa doença geralmente O diagnóstico da acalasia começa pela
ocorre entre os 20 e 40 anos e progride história clínica e segue pelos exames
de forma gradual ao longo dos anos. complementares. A acalasia é
diagnosticada pela radiografia de
3. Fisiopatologia da acalasia deglutição de bário e/ou pela
manometria esofágica; a endoscopia
O mecanismo da acalasia consiste na
desempenha um papel relativamente
destruição dos plexos neuromusculares
secundário, exceto pelo fato de que pode
da parede esofágica que leva a uma perda
excluir a existência de pseudoacalasia.
progressiva dos movimentos
Nas radiografias contrastadas da incluem a dilatação do cárdia com balão,
deglutição, o aspecto é de dilatação do o bloqueio neuromuscular do cárdia com
esôfago com esvaziamento incompleto, injeções de toxina botulínica, realizada
nível hidroaéreo e afilamento na região através da endoscopia e ainda mudanças
do EEI, resultando no aspecto no estilo de vida. O tratamento mais
semelhante ao de um bico de pássaro. eficaz, contudo, é feito através de
Em alguns casos, observa-se um medicamentos que ajudam a relaxar
divertículo epifrênico. Nos casos o esfíncter e cirurgia que consiste em
crônicos de acalasia, o esôfago pode cortar as fibras musculares do esfíncter.
adquirir uma configuração sigmóidea. As duas classes de medicamentos orais
Com a manometria esofágica, os mais utilizadas incluem bloqueadores
critérios diagnósticos de acalasia dos canais de cálcio (principalmente
incluem relaxamento reduzido do EEI e nifedipina) e nitratos.
ausência de peristalse.
7. Veias Varicosas
A acalasia pode ser confundida com
As veias varicosas (varicosidades) são
o refluxo gastroesofágico e
veias superficiais tortuosas e
o câncer esofágico.
anormalmente dilatadas, causadas pela
O diagnóstico diferencial com
incompetência das válvulas venosas.
o câncer esofágico pode ser feito porque
Com mais frequência, essa condição
a disfagia da acalasia dura anos, ao
ocorre nos membros inferiores, nas veias
contrário daquela associada
safenas, ou na parte inferior do tronco,
ao câncer esofágico que tem duração de
mas também pode ser observada em
semanas ou, no máximo, alguns meses.
outras regiões do corpo, como o esôfago
Uma biópsia, feita durante a
(p. ex., varizes esofágicas).
esofagoscopia pode ajudar a afastar
o diagnóstico de câncer ou de outras Estima-se que as veias varicosas
doenças. ocorrem em até 60% da população
adulta, com uma incidência aumentada
6. Tratamento
correlacionada com a idade avançada. A
Os tratamentos da acalasia visam alargar condição é mais comum nas mulheres e
o esfíncter contraído, de modo que ele em indivíduos cujas ocupações exigem a
permita mais facilmente a passagem de permanência prolongada em pé, como
alimentos do esôfago para o estômago. vendedores, cabeleireiros, professores,
As principais opções de tratamento
enfermeiras e profissionais de saúde intraluminal. Cerca de metade desses
auxiliares e trabalhadores nas pacientes tem história familiar de veias
construções. Uma fraqueza hereditária varicosas. Outros fatores associados com
da parede venosa pode contribuir para o veias varicosas primárias incluem
desenvolvimento das varicosidades, envelhecimento, gravidez, terapia
ocorrendo comumente em vários hormonal, obesidade e longa
membros de uma mesma família. As permanência em pé. As veias varicosas
veias varicosas são raras antes da secundárias resultam de hipertensão
puberdade. A gravidez pode provocar venosa associada com insuficiência
varicosidades devido aos efeitos venosa profunda ou obstrução venosa
hormonais relacionados com a profunda, e veias perfurantes
diminuição do efluxo venoso, aumento incompetentes que causam aumento das
da pressão pelo útero grávido e aumento veias superficiais. As fístulas
do volume sanguíneo. arteriovenosas também causam veias
varicosas no membro afetado.
8. Fisiopatologia
9. Complicações das veias
As veias varicosas são veias dilatadas,
varicosas
salientes, tortuosas, superficiais que
medem pelo menos 3 mm de diâmetro. Insuficiência venosa crónica
As veias reticulares menores e menos Uma formação de veias varicosas graves
tortuosas são veias intradérmicas de longa data em veias superficiais, bem
dilatadas que aparecem azul- como a formação de coágulos ou
esverdeadas, medem de 1 a 3 mm de trombose em veias profundas, pode
diâmetro e não se sobressaem na transformar-se numa
superfície da pele. insuficiência venosa crónica após anos
ou décadas.
As veias varicosas podem ser
classificadas como primárias ou Flebite superficial
secundárias. As veias varicosas Devido à menor taxa de fluxo nas veias
primárias originam-se no sistema varicosas, o risco de coágulos
superficial e resultam de função e sanguíneos é aumentado. Se estas
estrutura defeituosa das válvulas das ficarem inflamados, denomina-se flebite
veias safenas, fraqueza intrínseca da superficial. Neste caso, o tratamento
parede venosa e alta pressão especializado é necessário
imediatamente para se evitar uma superficial pode ser um problema
dilatação do sistema venoso profundo e recorrente e, raramente, uma variz rompe
uma trombose. e sangra. Os sintomas em pacientes com
Trombose venosa profunda veias varicosas ou insuficiência venosa,
(flebotrombose) quando ocorrem, incluem dor
Uma veia varicosa também pode entorpecida, sensação de peso ou pressão
promover o desenvolvimento de nas pernas, geralmente após ficar em pé
uma trombose venosa profunda por muito tempo; esses sintomas
(flebotrombose). Com isso, o sangue costumam ser aliviados com a elevação
acumula-se e aglomera-se para formar das pernas. Sintomas adicionais podem
um coágulo. A perna incha. Se esta inclui cãibras, queimação, prurido,
complicação não for tratada edema das pernas e ulceração da pele.
imediatamente, existe o risco de danos As pernas são examinadas em posição
permanentes nas válvulas venosas. Uma supina e em pé. A inspeção visual e a
vez que partes do coágulo sanguíneo palpação das pernas na posição em pé
podem atingir os pulmões e causar uma confirma a presença de veias varicosas.
embolia, a trombose venosa profunda da A localização e a extensão das veias
perna coloca a vida em risco.
varicosas devem ser observadas. Edema,
Úlcera varicosa dermatite de estase e ulceração da pele
Se o agravamento da doença varicosa próximo ao tornozelo podem estar
não for tratado durante anos, existe o presentes se houver insuficiência venosa
risco de o sangue venoso escapar para o superficial e hipertensão venosa. Os
sistema venoso superficial e afundar achados de insuficiência venosa
cada vez mais abaixo do joelho. A pele profunda incluem aumento da
na região do tornozelo pode ser circunferência da perna, varizes, edema
danificada a tal ponto que não aguenta e alterações cutâneas. O edema, que
mais a pressão e tem como consequência geralmente é depressível, pode ser
uma úlcera varicosa confinado aos tornozelos, estender-se
10. Manifestações Clínicas acima dos tornozelos até os joelhos, ou

Pacientes com varicosidades com envolver as coxas nos casos graves. Ao

frequência são assintomáticos, mas ainda longo do tempo, o edema pode se tornar

preocupados sobre o aspecto estético de menos depressível e mais endurecido. Os

suas pernas. A trombose venosa achados dermatológicos associados com


estase venosa incluem O paciente deve evitar atividades que
hiperpigmentação, eritema, eczema, provocam estase venosa, como uso de
lipodermatoesclerose, atrofia branca e meia-calça muito apertada na parte
uma flebectasia corona. superior ou que deixa marcas na pele,
cruzar as pernas no nível das coxas e
11. Exames diagnósticos
sentar ou ficar em pé por longos
Exames diagnósticos O principal exame períodos. Mudar frequentemente de
diagnóstico para avaliar pacientes com posição, elevar as pernas quando ficam
doença venosa crônica é a cansadas e levantar-se para caminhar
ultrassonografia venosa duplex. Esse vários minutos a cada hora são
exame usa uma combinação de imagem necessidades que promovem a
em modo-B e Doppler espectral para circulação. O paciente é incentivado a
detectar a presença de obstrução venosa caminhar 1,6 a 3,2 km por dia se não
e refluxo venoso nas veias superficiais e houver nenhuma contraindicação. Subir
profundas. A ultrassonografia Doppler escadas em lugar de usar o elevador ou a
em cores é útil para visualizar os padrões escada rolante é útil, e a natação é um
de fluxo venoso. A obstrução pode ser bom exercício. As meias de compressão
diagnosticada pela ausência de fluxo, elástica, particularmente aquelas acima
presença de trombo ecogênico dentro da do joelho, são úteis. Os pacientes com
veia, ou falência da veia em colapsar excesso de peso devem ser incentivados
quando uma manobra de compressão é a começar um plano de redução de peso.
aplicada pelo sonógrafo, o que implica a
presença de um trombo intraluminal. O 13. Classificação das veias
varicosas
refluxo venoso é detectado por reversão
prolongada da direção do fluxo venoso O esquema de classificação CEAP
durante a manobra de Valsalva, em (clínico, etiológico, anatômico e
particular para a veia femoral comum ou fisiopatológico) incorpora a faixa de
junção safenofemoral, ou após sinais e sintomas de doença venosa
compressão e liberação de um manguito crônica para caracterizar a sua gravidade.
colocado no membro distal à área sendo Ele também classifica, de modo geral, a
avaliada. etiologia como congênita, primária ou
secundária; identifica as veias afetadas
12. Prevenção
como superficiais, profundas ou
perfurantes; e caracteriza a fisiopatologia
como refluxo, obstrução, ambas ou periodicamente, quando se evita ficar de
nenhuma. pé por muito tempo e quando se usa
meias elásticas de compressão. A
Classificação clínica compressão externa com meias elásticas
✓ C0 Sem sinais visíveis ou ou bandagens equilibram a pressão
palpáveis de doença venosa; hidrostática nas veias. Embora os
✓ C1 Telangiectasias, veias dispositivos de compressão possam
reticulares; melhorar os sintomas, elas não impedem
✓ C2 Veias varicosas; C3 Edema a progressão das veias varicosas. As
sem alterações cutâneas; meias de compressão graduada com
✓ C4 Alterações cutâneas, pressões de 20-30 mmHg são adequadas
incluindo pigmentação, eczema, para a maioria dos pacientes com veias
lipodermatosclerose e atrofia varicosas simples, embora pressões de
branca; 30-40 mmHg possam ser necessárias
✓ C5 Úlcera venosa cicatrizad e C6 para pacientes com manifestações de
Úlcera venosa ativa. insuficiência venosa como edema e
Classificação etiológica úlceras.
✓ Ec Congênita;
Além de uma bandagem ou meia de
✓ Ep Primária;
compressão, os pacientes com úlcera
✓ Es Secundária (pós-trombótica) e
venosa também podem ser tratados com
En Nenhuma etiologia venosa
curativos absorventes de baixa aderência
identificada.
que captam os exsudatos enquanto
Classificação fisiopatológica
mantêm um ambiente úmido. Outros
✓ Pr Refluxo;
tipos de curativos incluem hidrocoloide
✓ Po Obstrução Pr,o Refluxo e
(um curativo adesivo que compreende
obstrução e Pn Nenhuma
polímeros como carboximetilcelulose
fisiopatologia venosa
que absorvem exsudatos formando um
identificável.
gel), hidrogel (um curativo não
14. Tratamento Clínico
absorvente compreendendo mais de 80%
As veias varicosas em geral são tratadas de água ou glicerina que umedece os
com medidas conservadoras. Os ferimentos), esponja (um curativo
sintomas frequentemente diminuem absorvente feito com polímeros como o
quando as pernas são elevadas poliuretano) e alginato (um curativo
absorvente, biodegradável que é motivos estéticos. Os procedimentos de
derivado de algas), mas há pouca ablação térmica endovenosa das veias
evidência de que eles sejam mais safenas incluem a terapia a laser
eficazes do que curativos absorventes de endovenoso e ablação por
baixa aderência. A escolha de curativos radiofrequência. Para a ablação da veia
específicos depende da quantidade de safena maior, é colocado um cateter por
drenagem, presença de infecção e via percutânea e avançado a partir do
integridade da pele em torno da úlcera. nível do joelho até logo abaixo da junção
Os antibióticos não estão indicados a não safenofemoral usando orientação
ser que a úlcera esteja infectada. ultrassonográfica. A energia térmica
então é fornecida à medida que o cateter
Terapias clínicas
é retirado. O calor lesiona o endotélio e a
Não há fármacos aprovados pela Food camada média e promove trombose e
and Drug Administration para o fibrose, resultando em oclusão venosa.
tratamento de insuficiência venosa
A escleroterapia envolve a injeção de
crônica. Os diuréticos podem reduzir o
uma substância química em uma veia
edema, mas com risco de depleção de
para causar fibrose e obstrução. Os
volume e comprometimento na função
agentes esclerosantes aprovados pela
renal. Os esteroides tópicos podem ser
Food and Drug Administration incluem
usados por um curto período de tempo
sulfato de sódio tetradecil, polidocanol,
para tratar a inflamação associada com
morruato de sódio e glicerina. O agente
dermatite de estase.
esclerosante é administrado como um
Terapias cirúrgicas e intervencionistas líquido ou misturado com ar ou CO2 /O2

Procedimentos ablativos, incluindo para criar uma espuma.

ablação térmica endovenosa, Cuidado de Enfermagem


escleroterapia e cirurgia, são usados para
A ligadura e a fleboextração podem ser
tratar veias varicosas em pacientes
realizadas em um contexto ambulatorial,
selecionados que têm sintomas
ou o paciente pode ser internado no dia
persistentes de incompetência da veia
da cirurgia e receber alta no dia seguinte,
safena maior e complicações da
se for realizado um procedimento
insuficiência venosa, incluindo
bilateral e houver alto risco de
dermatite, edema e úlceras. A terapia
complicações pós-operatórias. Quando o
ablativa também pode ser indicada por
procedimento é realizado em ambiente
ambulatorial, as medidas de enfermagem as glândulas adrenais passam a produzir
são iguais àquelas do paciente cortisol, adrenalina e noradrenalina que
hospitalizado. O repouso no leito é causam diversas alterações metabólicas
desencorajado, e o paciente é
16. Função do Cortisol
incentivado a caminhar tão logo
desapareça a sedação. O paciente é
A principal função do cortisol é
instruído a caminhar durante 5 a 10 min,
aumentar a disponibilidade de energia no
a cada hora, enquanto acordado, durante
corpo para lidar com situações de
as primeiras 24 h, caso possa tolerar o
estresse. Isso é feito aumentando a
desconforto e, em seguida, a aumentar a
glicose no sangue através da estimulação
deambulação e a atividade, de acordo
da gliconeogênese (produção de glicose
coma sua tolerância. As meias de
a partir de outras fontes que não os
compressão elástica são usadas
carboidratos, como lactato, glicerol e
continuamente durante cerca de 1
aminoácidos) no fígado e músculos. E
semana após a fleboextração. A
também por meio da quebra do
enfermeira ajuda o paciente a realizar os
glicogênio (forma armazenada de
exercícios e a mover as pernas. Os pés da
glicose) no fígado e músculos.
cama devem ser elevados. O paciente é
desencorajado a permanecer em pé e na O cortisol também tem efeito anti-
posição sentada. inflamatório, suprimindo a resposta
inflamatória do sistema imunológico.
15. Distúrbios do cortisol
Além disso, o cortisol desempenha um
O cortisol é um hormônio esteroide papel importante na regulação da pressão
produzido pelas glândulas adrenais arterial, da função cardiovascular e da
localizadas acima dos rins. É um dos função cognitiva. Ele também ajuda a
principais hormônios do estresse e está manter a homeostase (equilíbrio) do
envolvido em diversas funções corpo, regulando o metabolismo, o
fisiológicas importantes no corpo sistema imunológico e o sistema
humano. nervoso.

De acordo com a Organização Mundial No entanto, quando o cortisol é


da Saúde, o estresse é uma patologia que produzido em excesso, pode causar
aflinge mais de 90% da população efeitos adversos, como diminuição da
mundial (OMS, 2019). Nessas situações, função imunológica, perda de massa
muscular, ganho de peso, aumento da ✓ Ansiedade e depressão: O
pressão arterial e aumento do risco de cortisol elevado pode afetar a
doenças cardíacas. saúde mental, levando a sintomas
como ansiedade e depressão;
O cortisol é produzido em resposta a
✓ Ganho de peso: O cortisol alto
sinais do hipotálamo e da glândula
pode levar ao ganho de peso,
pituitária, que liberam hormônios
especialmente na região
reguladores da produção de cortisol
abdominal;
pelas glândulas adrenais. Isso é
✓ Fadiga crônica: Um dos
conhecido como o eixo hipotálamo-
principais sintomas do cortisol
pituitário-adrenal (HPA) e é uma das
alto no corpo é uma fadiga
principais vias de regulação do cortisol
crônica, insônia e falta de
no corpo.
energia. Além disso, o cortisol
elevado também pode afetar a
17. Distúrbios relacionados a
qualidade do sono, o que pode
excesso de cortisol
levar a um círculo vicioso de
Existem várias causas que podem levar fadiga e exaustão;
ao cortisol elevado no corpo. A mais ✓ Alteração do apetite: Outro
comum é o estresse emocional, que pode sintoma comum do cortisol
ser causado por fatores como trabalho elevado é a alteração do apetite.
excessivo, conflitos interpessoais, O cortisol pode influenciar a
preocupações financeiras e problemas de ingestão de alimentos e o
saúde. armazenamento de gordura.
Níveis elevados de cortisol
Outras causas incluem problemas de
podem levar a desejos
tireoide, distúrbios de ansiedade e
alimentares, especialmente por
depressão, uso de medicamentos como
alimentos ricos em açúcar e
esteroides e síndrome de Cushing, uma
gordura, o que pode levar ao
condição médica rara em que o corpo
ganho de peso e obesidade;
produz muito cortisol. ✓ Suscetível a doenças: O cortisol
também pode afetar o sistema
Quando isso acontece, os principais
imunológico, tornando o corpo
sintomas são:
mais suscetível a
incompatibilidade e doenças;
✓ Demais sintomas: Outros glicocorticoides e dos andrógenos
sintomas do cortisol alto incluem adrenais.
hipertensão arterial, resistência à A deficiência de cortisol, decorrente da
insulina, perda muscular e insuficiência adrenal cursa com alguns
aumento da inflamação no corpo. sintomas como a astenia, mal estar,
anorexia e perda de peso, hipotensão
18. Distúrbios relacionados a
arterial, e redução da resposta metabólica
excesso de cortisol
ao estresse.

Diversas condições podem provocar um Níveis fisiológicos adequados do

desequilíbrio das concentrações do cortisol

glicocorticoide cortisol. A redução das


Os níveis adequados de cortisol variaram
concentrações de cortisol pode ser por
ao longo do dia, sendo mais altos pela
causa primária ou secundária.
manhã e mais baixos à noite. Em pessoas
saudáveis, os níveis de cortisol
A principal causa primária para redução
geralmente variam entre 5 a 23
dos níveis de cortisol é a lesão da
microgramas por decilitro (mcg/dL) pela
glândula adrenal. A maioria das vezes é
manhã e entre 3 a 16 mcg/dL à noite.
por causa autoimune, como a Doença de
Addison. Outras causas incluem doenças No entanto, esses níveis podem variar
infecciosas, como tuberculose e HIV, dependendo de fatores como idade, sexo,
linfomas e hemorragias. dieta, atividade física, sono e condições
de saúde.
Assim, independente se é por causa
primária ou secundária, ocorre a Em condições de estresse emocional, os
insuficiência adrenal com redução do níveis de cortisol podem ficar elevados
cortisol. por longos períodos de tempo, levando a
problemas que listamos acima. Em
19. Sintomas contrapartida, níveis baixos de cortisol
A insuficiência adrenal primária cursa podem ser um sinal de disfunção das
com deficiência de glicocorticoides, dos glândulas adrenais por depressão
andrógenos adrenais e de crônica, inflamação, infecção ou tumor,
mineralocorticoide. por exemplo.
Já a insuficiência adrenal central cursa
com deficiência apenas dos
CONCLUSÃO enfermagem. Revista
investigação em Enfermagem, p.
Com esta revisão da literatura sobre a
17-26, 2017.
acalasia, veias varicosas e distúrbios do
4. KASPER, et al. Medicina interna
cortisol procura-se deixar bem patente
de Harrison. Porto Alegre: 2017
que a compreensão da etiopatogenia, a
abordagem clínica, o diagnóstico e a
decisão terapêutica destas doenças são
desafios a superar para um tratamento
bem-sucedido e um risco de
complicações minimizado. É
fundamental para a manutenção de um
grau de conhecimento elevado e
atualizado destas doenças,
nomeadamente nas novas formas de
abordagem clínica e de tratamento, de
modo a que seja possível ter uma
suspeita sustentada que conduza a um
diagnóstico atempado.

BIBLIOGRAFIA

1. SOUZA, M.T. et al. A


metodologia da revisão
integrativa da literatura em
enfermagem. Revista
investigação em Enfermagem, p.
17-26, 2017.
2. Suddarth B&. Tratado de
enfermagem médico-cirúrgica.
13th ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan; 2016
3. SOUZA, M.T. et al. A
metodologia da revisão
integrativa da literatura em

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