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CURSO INTERNACIONAL

Asociación de Universidades - Grupo Montevideo


Ferramentas e conceitos básicos para uma trajetória de sucesso desde a iniciação científica até a
Tese de Doutorado/ Herramientas y conceptos básicos para un exitoso camino desde la iniciación
científica hacia la Tesis de Posgrado

Profa. Dra. Lorena Gallardo

● Abogada (Universidad Nacional del Nordeste)


● Doctora en Derecho Privado Patrimonial (Universidad de Salamanca)
● Máster en Derecho Privado Patrimonial (Universidad de Salamanca)
● Profesora Adjunta en Seminario de Investigación (Universidad Nacional del Nordeste)
● Integrante de Proyectos de Investigación (Universidad Nacional del Nordeste)

O principal objetivo desta Oficina é fornecer elementos básicos da metodologia da pesquisa científica
como ferramenta para a produção do conhecimento científico, dotando o aluno de meios para a
realização de processos investigativos tanto no âmbito da Pós-Graduação como em outras áreas
relacionadas à pesquisa.

Este Taller tiene por objetivo principal aportar elementos básicos de metodología de la investigación
científica como ferramienta para la producción de conocimientos científicos, facilitándole al cursante
medios para llevar a cabo procesos investigativos tanto en el marco de Carreras de Posgrado como
en otros ámbitos vinculados a la investigación formal.

Terça-feira, 18/04

Conhecimento e investigação científica. Noções gerais.

Tipos de conhecimento. O conhecimento científico. Caracteres. Classificação das ciências. O que é a


Ciência? É uma das formas possíveis de conhecer o mundo, ou seja, a realidade. Nem todo
conhecimento é científico, existem outros tipos e formas de abordar a realidade. O fenômeno “greve
e manifestação social” pode ser explicado, por exemplo, através da arte. Então, a arte é também
uma forma de explicar a realidade. A literatura é uma outra forma de explicar a realidade. Por sua
vez, um paper, ou seja, um artigo científico é uma forma científica de se comunicar os avanços de
uma determinada pesquisa. Então, o que distingue o conhecimento científico das demais formas de
conhecer? O objeto? Não, pois o objeto sempre será o mesmo.

A ciência não é uma herança biológica. A ciência é produto de um esforço intelectual disciplinado. A
ciência é objetiva. A ciência apresenta evidências, ou seja, resultados cuja veracidade é verificável, a
despeito de outras formas de conhecimento válido. A ciência assenta-se na evidência da veracidade
de suas conclusões. A principal diferença entre o conhecimento científico e os demais tipos de
conhecimento é o recurso ao método científico. A ciência é o único tipo de conhecimento que aplica
um método. Alguns autores entendem que o conhecimento científico é, em verdade, um processo
levado a cabo por investigadores para dar respostas a um determinado problema. Outros autores,
por sua vez, entendem que o conhecimento científico é um conjunto de métodos e procedimentos.
Outros, ainda, falam em um conjunto de teorias e conhecimentos produzidos. Ainda, há aqueles que
focam nos sujeitos que produzem ciências (Universidade, Institutos, etc), os sujeitos cognoscentes
(investigadores, etc). Há uma variedade de critérios para definir o conhecimento científico. Segundo
Ander-Egg, um autor argentino, a ciência é “o conjunto de conhecimentos racionais, conjecturais e
probabilísticos, que podem ser verdadeiros ou falsos, que são obtidos de forma metódica e
verificados quanto a sua validade e confiabilidade através de testes empíricos”.

Conhecimento racional: Não se obtém através de sensações, impressões, emoções. A razão é a


principal ferramenta para a obtenção de resultados. A ciência pode oferecer resultados verificáveis
empiricamente. Ou seja, conhecimentos conjecturais. A ciência não oferece conhecimentos
definitivos, mas apenas conhecimentos provisórios. Não se trata de um conhecimento definitivo. A
ciência aspira a verdade. Pretende chegar à verdade, mas não pode saber com certeza a validade
de suas proposições. Isso está relacionado à falibilidade do conhecimento científico. A ciência NÃO
é dogma, pois não é teologia. A ciência trabalha com verdades parciais, empiricamente
demonstráveis e sobretudo falseáveis. A ciência admite a possibilidade de cometer erros e, por isso,
admite a probabilidade de seus resultados.

Método: “metha” + “odos”, ou seja, caminho planejado, estruturado, previamente pensado. A


ciência não é um conjunto de conhecimentos adquiridos aleatoriamente. O método científico é
composto por algumas etapas:

1) Encontrar um problema de pesquisa; não se trata de qualquer problema; há que se distinguir um


problema que deriva de uma dúvida pessoal de um problema que deriva de uma lacuna do
conhecimento; o problema científico é um problema que deriva de um lacuna do conhecimento;

2) Marco teórico; muitos projetos de teses de doutoramento são rechaçados porque possuem o
marco teórico mal desenvolvido; se trata de definir quais são os ramos a serem estudados o
problema previamente formulado;

3) Elaboração de hipóteses e contrastação das mesmas; as investigações jurídicas, como parte das
ciências sociais, podem não exigir hipóteses (ou podem não apresentar hipóteses); é preciso saber
distinguir as investigações quantitativas (ciências duras) com as ciências qualitativas (direito); nas
qualitativas, as hipóteses podem não existir, contudo, é sempre interessante utilizar hipóteses para
demarcar caminhos a serem percorridos;

4) Exame de experiência (empiria); há pouco desenvolvimento em língua espanhola sobre


metodologia das ciências jurídicas; o Direito tem seu próprio objeto de estudo, sobre o qual a ciência
jurídica ainda não tem acordado, ou seja, “o que é o direito?”; há muito material sobre metodologia
das ciências sociais em geral; é necessário trazer esses conteúdos ao Direito, que possui suas
especificidades;

O saber científico é um saber crítico. O próprio pesquisador lê, relê, avalia suas próprias conclusões
em um processo de crítica interna; por outro lado, temos a crítica externa, que é aquela realizada
pelos pares pesquisadores. Quando publicamos os resultados de uma pesquisa em forma de paper
em um periódico científico, teremos de 3 a 4 pessoas colocando à prova esse conhecimento, em
forma de parecer dos artigos. O saber científico possui uma linguagem própria, a linguagem
científica. Diferentemente da linguagem cotidiana, é uma linguagem neutra, que não valora, mas
apenas informa. Isso tem muito a ver com a objetividade que estamos a referir. A filosofia não é uma
ciência, pois não utiliza nenhum instrumento de medição, mas tão somente raciocínios abstratos.
Seu objeto não está na experiência, são objetos supra sensoriais, abstratos. Os argumentos da
filosofia não se encontram verificáveis na ciência. Seus resultados não são universalmente válidos,
pois dependem do sujeito que conhece, sua cultura e seu tempo.
25/04, terça-feira
El Plan y la Tesis.

É a fase do “desenho” da investigação. Antes de tudo, porém, é necessário falar dos objetivos da
investigação, os quais derivam do marco teórico. Em qualquer projeto, da natureza que seja
(graduação ou pós-graduação), deverão estar presentes os objetivos.

Mas, o que são os objetivos? Eles estabelecem os limites daquilo que queremos estudar. São as
metas que buscamos atingir através da pesquisa, ou seja, as diretrizes que almejamos alcançar.
Devem ser escritos em verbos no infinitivo (determinar, demonstrar, avaliar, relacionar). Eles devem
ser viáveis, ou seja, possíveis. Devem ser suficientemente claros e precisos (ou seja, em cada um dos
objetivos específicos, deverá se contemplar apenas um único aspecto do problema).

Temos dois tipos de objetivos:

Objetivos gerais: É a meta central da investigação. Conecta-se, diretamente, com o problema


de pesquisa, por isso é necessariamente genérico.

Objetivos específicos: São os caminhos para se chegar à meta central de investigação (=


objetivo geral). São pequenos passos a serem percorridos pelo pesquisador. São os pequenos
resultados que, juntos, compõem o objetivo geral. Serão de 3 a 4 objetivos específicos. Cada
um deles corresponderá a um capítulo final do trabalho.

Quando falamos do “desenho” da pesquisa, estamos tratando do fenômeno empírico da realidade.


Como levaremos adiante a investigação para obtermos dados da realidade? Falamos, então, de quais
serão os métodos que iremos utilizar, bem como as técnicas que vamos aplicar, para coletar e
analisar dados da realidade empírica.

Desenho (pesquisa) bibliográfica: Trabalha com dados coletados ou produzidos por outros
investigadores (dados secundários); é a forma principal nas Ciências Jurídicas. Eles permitem
cobrir uma ampla gama de fenômenos. Também permite a realização de estudos
historiográficos. Permite o estudo de fenômenos dispersos no espaço. A dificuldade está no
fato de que os dados não foram coletados pelo próprio pesquisador, mas por um terceiro
(outro pesquisador), o que pode redundar na escolha de dados inveridicos.

Desenho (pesquisa) de campo: Trabalha com dados coletados diretamente da realidade


através do trabalho do pesquisador e de sua equipe (dados primários). Entretanto, a
pesquisa não pode ser baseada apenas em dados primários. Os desenhos de campo podem
ser experimentais ou não experimentais.

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