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Estágio Supervisionado em Nutrição Clínica

Hospital Distrital Gonzaga Mota José Walter

Preceptora: Ádila Vasconcelos

FORTALEZA
NOV/2023
ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM NUTRIÇÃO CLÍNICA
Hospital Distrital Gonzaga Mota José Walter

TRIAGEM E AVALIAÇÃO NUTRICIONAL


Nome: ___________________________________________________ Leito:___________ Idade:_________ Sexo:___________
Data da Admissão: _________________________ Data da Triagem: _______________________
Diagnóstico: __________________________________________ Comorbidades: ___________________________________
AJ: _________ CB: __________ CB (P50): _________ %CB: ___________ Classificação: __________________________
Peso atual: __________ Altura estimada: ___________ Peso Habitual: ___________ CP: _____________
%PP:___________ Classificação:___________________________________
IMC:__________ kg/m² Diagnóstico Nutricional: _________________________________________________

NUTRITIONAL RISK SCREENING (NRS-2002)


Etapa 1- Triagem inicial SIM NÃO

1) O IMC é < 20,5 Kg/m²


2) O paciente perdeu peso nos 3 últimos meses?
3) O paciente teve sua ingestão dietética reduzida na última semana?
4) O paciente é gravemente doente?
Se obtiver alguma resposta “sim” passar para a 2ª etapa. Repetir a cada 7 dias caso não obtenha nenhuma resposta positiva.

Etapa 2
Estado nutricional Gravidade da doença (aumento das necessidades
nutricionais)
( ) Escore 0: Estado nutricional normal. ( ) Escore 0: Necessidades nutricionais normais
ausência ausência
( ) Escore 1: Perda de peso > 5% em 3 meses ou ( ) Escore 1: Fratura de quadril, pacientes crônicos, em
leve ingestão alimentar na última leve particular com complicações agudas:
semana entre 50-75% das cirrose, DPOC, hemodiálise, diabetes,
necessidades nutricionais. oncologia. Paciente fraco, mas deambula.
( ) Escore 2: Perda de peso > 5% em 2 meses ou ( ) Escore 2: Cirurgia abdominal de grande porte, AVC.
moderado IMC entre 18,5 – 20,5 + condição moderado Pneumonia grave, doença hematológica
geral prejudicada (enfraquecida) ou maligna (leucemia, linfoma). Paciente
ingestão alimentar na última confinado ao leito.
semana entre 25-60% das
necessidades nutricionais.
( ) Escore 3: Perda de peso > 5% em 1 mês (> ( ) Escore 3: Trauma,transplante de medula óssea,
grave 15% em 3 meses) ou IMC < 18,5 + grave paciente em terapia intensiva (APACHE >
condição geral prejudicada 10).
(enfraquecida) ou ingestão
alimentar na última semana entre
0-25% das necessidades
nutricionais.
Escore do estado nutricional (EN)= Escore da gravidade da doença (GD) =
Se o paciente tem 70 anos ou mais, some um ponto Escore total: (EN) +(GD) +(I):
no escore (I) = Resultado:
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EVOLUÇÃO NUTRICIONAL (DIETA VIA ORAL)

Paciente (siglas)__________________, ________ anos, sexo ___________, internad(o/a) por (diagnóstico


principal) ______________________________________________________________, é portador de (comorbidades)
_______________________________________ .
Foi realizada visita ao leito no qual foi feita coleta de dados para triagem e avaliação nutricional do(a)
paciente. Segundo aferição de medidas antropométricas foram feitos cálculos estimados através de
equações preditivas no qual paciente apresentou como peso estimado ________ kg e altura estimada de
________ m. Segundo o IMC calculado, paciente apresentou o valor de _________kg/m² com diagnóstico
nutricional de ______________________________________________.
Quanto à adequação do percentual da circunferência do braço em relação ao ideal para idade,
apresentou diagnóstico de _____________________________________________.
Medida da circunferência da panturrilha indica ________________________________________________.
Seu Peso Ideal considerando IMC ideal para idade de ____________ kg/m2 é de ______________ kg.
Ao exame físico, paciente apresenta _________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________
Quanto ao exame bioquímico do dia ______/______/______, paciente apresentou as seguintes alterações
__________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________
Sua Necessidade Energética com objetivo de (recuperação/manutenção/melhora) do estado
________________________________________ nutricional e considerando ________ a ________ kcal/kg de peso/dia é
de _________ a _________ kcal.
Sua necessidade protéica considerando a recomendação para ___________________________________________
é de __________ a ________ g de proteína/kg de peso/dia (__________ a __________ g/dia).
Paciente se alimenta por via oral com dieta em consistência __________________________, com _____________
aceitação.
Observações feitas pelo paciente/cuidador: ________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________

SUGESTÃO DE DIETA:
Dieta por via oral em consistência _________________________, com as seguintes modificações: ________________________
______________________________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________, no qual deverá conter aproximadamente
_________________kcal/dia conforme necessidade nutricional do(a) paciente.

ESTAGIÁRIO: _____________________________________________________________

PRECEPTORA: ÁDILA VASCONCELOS (CRN11 9440)


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EVOLUÇÃO NUTRICIONAL (DIETA ENTERAL)

Paciente (siglas)__________________, ________ anos, sexo ___________, internad(o/a) por (diagnóstico


principal) ______________________________________________________________________________________, é portador de
(comorbidades) ______________________________________________________________________________________________ .
Foi realizada visita ao leito no qual foi feita coleta de dados para triagem e avaliação nutricional do(a)
paciente. Segundo aferição de medidas antropométricas foram feitos cálculos estimados através de
equações preditivas no qual paciente apresentou como peso estimado ________ kg e altura estimada de
________ m. Segundo o IMC calculado, paciente apresentou o valor de _________kg/m² com diagnóstico
nutricional de ______________________________________________.
Quanto à adequação do percentual da circunferência do braço em relação ao ideal para idade, paciente
apresentou classificação de _____________________________________________.
Medida da circunferência da panturrilha indica ________________________________________________.
Seu Peso Ideal considerando IMC ideal para idade de ____________ kg/m2 é de ______________ kg.
Ao exame físico, paciente apresenta _________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________
Quanto ao exame bioquímico do dia ______/______/______, paciente apresentou as seguintes alterações
__________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________
Sua Necessidade Energética com objetivo de (recuperação/manutenção/melhora) do estado
________________________________________ nutricional e considerando ________ a ________ kcal/kg de peso/dia é
de _________ a _________ kcal.
Sua necessidade protéica considerando a recomendação para ___________________________________________
é de __________ a ________ g de proteína/kg de peso/dia (__________ a __________ g/dia).
Paciente está em uso de alimentação exclusivamente por via enteral através de sonda
_______________________________________.
Observações feitas pelo paciente/cuidador: ________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________

SUGESTÃO DE DIETA:
Fórmula polimérica, nutricionalmente completa, com as seguintes características
_____________________________________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________ com densidade
calórica de ___________ kcal/ml. Sugestão de volume de _________ ml por horário (06 vezes ao dia),
perfazendo ___________ ml/dia totalizando __________ kcal/dia (receberá _________% da meta calórica
inicial - ________ kcal/kg de peso/dia) e __________ g de proteína/dia ( _______ g de ptn/kg peso/dia).

ESTAGIÁRIO: _____________________________________________________________

PRECEPTORA: ÁDILA VASCONCELOS (CRN11 9440)


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AVALIAÇÃO DE ADULTOS E IDOSOS
REFERÊNCIAS:
NRS-2002
Interpretação da Triagem Nutricional:
- Classificação: < 3 pontos = sem risco nutricional. Reavaliar a cada 7 dias.
- Classificação: ≥ 3 pontos= risco nutricional. Conduta: proceder com a avaliação nutricional e
planejamento da terapia nutricional

CONDUTAS PARA AVALIAÇÃO E CÁLCULO DAS NECESSIDADES NUTRICIONAIS

1. ANTROPOMETRIA

● MÉTODOS PARA ESTIMATIVA DE PESO E ESTATURA

FÓRMULAS PARA CÁLCULO DA ALTURA ESTIMADA

Estatura estimada pela altura do joelho (AJ):

#ADULTOS - Fórmula de Chumlea, 1992


- Estatura (homens brancos) = (2,08 x AJ) + 59,01 (cm)
- Estatura (homens negros) = (1,37 x AJ) + 95,79 (cm)
- Estatura (mulheres brancas) = (1,91 x AJ) - (0,17 x idade) + 75,00 (cm)
- Estatura (mulheres negras) = (1,96 x AJ) + 58,72 (cm)

#IDOSOS - Chumlea e cols., 1988


- Homens de 60 a 90 anos: A = 64,19 - [0,04 x 1 (anos)] + [2,02 x AJ(cm)]
- Mulheres de 60 a 90 anos: A = 84,88 - [0,24 x 1 (anos)] + [1,83 x AJ(cm)]

FÓRMULAS PARA CÁLCULO DO PESO ESTIMADO

#ADULTOS (19 a 59 anos) - Fórmula de Chumlea, 1988


- Peso (homens brancos) = (AJ x 1,19) + (CB x 3,14) - 86,82
- Peso (homens negros) = (AJ x 1,19) + (CB x 3,14) - 83,72
- Peso (mulheres brancas) = (AJ x 1,01) + (CB x 2,81) - 66,04
- Peso (mulheres negras) = (AJ x 1,24) + (CB x 2,97) - 82,48
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● ÍNDICE DE MASSA CORPORAL


Utilizado para diagnóstico do estado nutricional em Kg/m²:
IMC: PESO / ALTURA ²

Classificação do Estado Nutricional segundo IMC - ADULTOS


CLASSIFICAÇÃO IMC

MAGREZA GRAU III < 16 Kg/m²

MAGREZA GRAU II 16 - 16,9 Kg/m²

MAGREZA GRAU I 17 - 18,4 Kg/m²

EUTROFIA 18,5 - 24,9 Kg/m²

SOBREPESO 25 - 29,9 Kg/m²

OBESIDADE GRAU I 30 - 34,9 Kg/m²

OBESIDADE GRAU II 35 - 39,9 Kg/m²

OBESIDADE GRAU III > 40 Kg/m²


FONTE: OMS, 1995 e 1998.

Classificação do Estado Nutricional segundo IMC - IDOSOS


(Pessoas maiores de 60 anos segundo (WHO, 1995) e Brasil, Lei 8,842/94).
CLASSIFICAÇÃO IMC

MAGREZA < 22 Kg/m²

EUTROFIA 22 - 27 Kg/m²

EXCESSO DE PESO > 27 Kg/m²


FONTE: NSI, 1992; Lipschitz, D. A., 1994

● PESO IDEAL

Cálculo do peso ideal para adulto pelo IMC


Peso ideal (PI) = IMC desejado × A².
Em que: IMC desejado de adultos homens = 22 kg/m² e de mulheres = 21 kg/m².

Cálculo do peso ideal para Idosos


Deve-se utilizar o percentual 50, conforme a tabela e multiplicar pela altura ao quadrado:
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Peso ideal (PI) = IMC percentil 50 × A².

IMC percentil 50 para cálculo de peso ideal em idosos


Idade IMC percentil 50 (kg/m²)

Homens

65 a 69 anos 24,3 Kg/m²

70 a 74 anos 25,1 Kg/m²

75 a 79 anos 23,9 Kg/m²

80 a 84 anos 23,7 Kg/m²

> 85 anos 23,1 Kg/m²

Mulheres

65 a 69 anos 26,5 Kg/m²

70 a 74 anos 26,3 Kg/m²

75 a 79 anos 26,1 Kg/m²

80 a 84 anos 25,5 Kg/m²

> 85 anos 23,6 Kg/m²


Fonte: Burr e Phillips (1984).

OBS: 60 a 64 anos: utilizar 24,5 kg/m².

● ESTIMATIVA DE PESO EM PACIENTES COM EDEMA E ASCITE

Estimativa de retenção hídrica conforme o Edema:


EDEMA RETENÇÃO DE PESO HÍDRICO (KG)

+ Tornozelo 1

++ Joelho 3a4

+++ Raiz da Coxa 5a6

++++ Anasarca 10 a 12
Fonte: Riella e Martins (2001)
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OBS: Avaliar e classificar o edema e subtrair do peso aferido ou estimado.

Estimativa de retenção hídrica conforme a Ascite:


INTENSIDADE ASCITE

Leve Subtrair 2,2 kg

Moderada Subtrair 6 kg

Grave Subtrair 14 kg
Fonte: James (1989)

OBS: Avaliar e classificar o grau de Ascite e subtrair do peso aferido ou estimado.

● MUDANÇA DE PESO:
A mudança de peso (ou perda de peso) involuntária constitui importante informação para avaliar
a gravidade do problema de saúde, visto que a perda de peso tem alta correlação com
mortalidade:

%PP= (PU - PA) x 100


PU
Classificação da perda de peso com relação ao tempo.
TEMPO PERDA SIGNIFICATIVA DE PESO (%) PERDA GRAVE DE PESO (%)

1 SEMANA 1a2 >2

1 MÊS 5 >5

3 MESES 7,5 >7,5

6 MESES 10 >10
Fonte: Blackburn e Bistrian (1977).

● CIRCUNFERÊNCIA DO BRAÇO:

Adequação da Circunferência do braço

CB(%) = CB obtida (cm) x 100


CB percentil 50
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Percentil 50 - Circunferência do Braço


CIRCUNFERÊNCIA (P50) - HOMENS IDOSOS

IDADE P50

60 - 69 anos 32,7

70 - 79 anos 31,3

> 80 anos 29,5

CIRCUNFERÊNCIA (P50) - MULHERES IDOSAS

IDADE P50

60 - 69 anos 31,2

70 - 79 anos 30,1

> 80 anos 28,4


Fonte: NHANES III (National Health and Nutrition Examination Survey - (1988/1991)

Classificação da Circunferência do Braço


Obesidade Sobrepeso Eutrofia Depleção Discreta Depleção Moderada Depleção Grave

CB >120% 120 a 110 a 90 a 80% 80 a 60% <60%


110% 90%
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● TERMOS UTILIZADOS NOS EXAMES BIOQUÍMICOS:

- SÓDIO:
Aumentado: Hipernatremia
Diminuído: Hiponatremia

- POTÁSSIO:
Aumentado: Hipercalemia
Diminuído: Hipocalemia

- MAGNÉSIO:
Aumentado: Hipermagnesia
Diminuído: Hipomagnesia

- ALBUMINA:
Diminuído: Hipoalbuminemia
- LEUCÓCITOS:
Aumentado: Leucocitose
Diminuído: Leucopenia
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EXAME FÍSICO
SEMIOLOGIA NUTRICIONAL
Se o peso está acima ou abaixo do habitual:
• Sinais de depleção nutricional (perda de tecido subcutâneo na face, bola gordurosa de
Bichat, tríceps, coxas e cintura);
• Perda de massa muscular nos músculos quadríceps e deltóide;
• Presença de edema nos membros inferiores, região sacral e ascite;
• Presença de desidratação na avaliação do pulso e pele;
• Alteração na coloração e integridade de mucosas, pele e conjuntiva para diagnosticar
carências de vitaminas e minerais;
• Alteração das unhas, dentes, pelos e cabelo.

Locais e sinais a serem observados no exame físico:

⮚ Gordura subcutânea: suborbital, tríceps, bíceps e região clavicular


⮚ Massa muscular: região temporal, clavicular, deltoide, trapézio, interósseo,
escápula, arcos costais, panturrilha e músculo adutor do polegar
⮚ Edema: verificar sinal cacifo no tornozelo, no joelho e na região sacral
⮚ Abdome: plano, distendido, escavado e ascite
⮚ Coloração: alteração da coloração de mucosas, pele e conjuntiva.

1. Aspectos do corpo a serem observadas no exame físico geral:


a) Cabeça
O exame físico deve ser iniciado pela cabeça, observando:
✔ Cabelos
✔ Olhos,
✔ Boca (lábios e língua)
✔ Face
Nos cabelos as características a serem avaliadas são: coloração, brilho, espessura,
hidratação, quantidade e ocorrência de alopecia.
Suas condições normais são: aspecto brilhoso, firmes e difíceis de arrancar, crescimento
normal, macio e coloração adequada.
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Quando o cabelo está sem brilho, com aspecto seco, quebradiço, despigmentado e fácil de
arrancar, é sugestivo de deficiência de proteína e zinco, o que pode ser confirmado com
exames laboratoriais.

Nos olhos é importante observar a cor das mucosas e membranas que, quando pálidas,
indicam anemia. A anemia pode ter várias causas, como deficiência de ferro, vitamina
B12, ácido fólico; ou por hemorragias, insuficiência renal crônica, desnutrição, entre
outras. A palidez localizada pode também ser causada por isquemia, não havendo relação
com o valor nutricional nesse caso.
É importante analisar também os sinais de excesso de nutrientes (ex.: níveis elevados de
lipídeos circulantes), como Xantelasma (pequeno depósito de gordura e colesterol que
ocorre logo abaixo da superfície da pele, especialmente ao redor dos olhos) e Arco
Córneo Lipídico (é a presença de um anel opaco esbranquiçado na região periférica da
córnea, ao redor da íris).
Olhos escavados, escuros e com flacidez ao redor são sinais de deficiências nutricionais a
serem observados na desnutrição.
A Xeroftalmia (conhecida como "olho seco", ou ceratoconjuntivite seca) é uma condição
que se caracteriza pela deficiência na produção de lágrimas, resultante de uma disfunção
das glândulas lacrimais).
E a Nictalopia (incapacidade ou a dificuldade de enxergar bem em ambientes com baixa
luminosidade ou durante a noite) são características de hipovitaminose A.
Em condições normais, os olhos apresentam características como membranas róseas e
úmidas, sem manchas e boa adaptação em ambientes escuros.

Nos lábios, devemos analisar a coloração da mucosa, que deve ser rosada, caso contrário,
pode-se sugerir um quadro de anemia, devendo ser confirmado através do exame
laboratorial.
A presença de Estomatite Angular (afeção inflamatória caraterizada por irritação e
fissuras que se localizam nos da boca) e de Queilite (processos inflamatórios dos lábios,
podem se apresentar como descamação, erosão ou inchaço nos lábios) pode ser por uma
possível deficiência de vitamina B2.
Na língua deve ser observada a coloração, fissuras, cortes, umidade, textura e simetria. Ao
pedir que o paciente projete a língua para fora da cavidade oral, ela deve estar protusa
simetricamente. Algumas anormalidades na simetria da língua podem sugerir problemas
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com o XII par de nervos cranianos (hipoglosso), que podem trazer prejuízos aos
pacientes, como mastigar os alimentos inadequadamente.

A língua deve ser rosada e úmida, sem cortes ou fissuras, e sua textura deve ser
ligeiramente áspera, devido à presença das papilas gustativas.
Na presença de Glossite (processo de inflamação ou de infecção na língua) a língua se
torna vermelha, atrófica e dolorosa, pode significar deficiência de B3. Caso a língua
apresente qualquer outra coloração (ex.: magenta), pode significar deficiência de B12.
Língua pálida e lisa pode ser causada por Glossite Atrófica, que pode ocorrer na
deficiência de ferro ou na deficiência de vitamina B12.
Ou seja, sintomas como glossite, língua magenta, atrofia e hipertrofia das papilas são
indicativos de hipovitaminoses do complexo B, respectivamente, vitamina B3, B2, B9 e
B12.
Na face, a Atrofia Temporal é um importante parâmetro a ser observado quando ocorre a
atrofia bitemporal (significa que o paciente parou de mastigar ou deixou de usar a
mastigação como fonte principal de ingestão alimentar). Quando se reduz ou se troca a
mastigação por qualquer outra forma de ingestão alimentar, pressupõe-se que o paciente
esteja ingerindo uma dieta hipocalórica.
A atrofia temporal é muito comum em pacientes com anorexia, da mesma maneira que
naqueles com disfagia.
É importante salientar que no início das manifestações anteriormente citadas, o paciente
apresenta atrofia da musculatura temporal e pode apresentar mais tardiamente a
depleção da Bola Gordurosa de Bichat; portanto se torna crucial examinar o paciente
em perfil para interpretar a relação da atrofia muscular temporal e da bola gordurosa de
Bichat.
O sinal da asa quebrada é definido pela junção da atrofia da musculatura temporal com a
perda da bola gordurosa, observado quando o paciente é examinado em perfil. Isso
significa que o paciente está com perda proteico-calórica prolongada.

b) Massas musculares no pescoço, tórax, dorso e membros superiores:


Devemos analisar as perdas musculares na região do pescoço através da exacerbação das
regiões supra e infraclaviculares e da fúrcula esternal.
A atrofia nas regiões supra e infraclavicular do paciente, seja visto de pé, sentado ou
deitado é indicativa de perda crônica de massa muscular.
No tórax é possível identificar retração intercostal, o que implicará menor força
respiratória em situações de dispneia.
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A atrofia da musculatura paravertebral reduz a força de sustentação corporal, o que leva o
paciente a adotar o decúbito dorsal com mais frequência. O indivíduo no qual a
musculatura paravertebral está atrofiada perde a capacidade de sustentar seu peso e sua
coluna e começa a fazer cifose, consequentemente, tem sua capacidade de expansão
ventilatória pulmonar diminuída.

c) Abdome:
O abdome poderá estar distendido, plano ou escavado, isso dependerá da doença de base
ou do tempo de instalação da desnutrição proteico calórica.
Quando o abdome se encontra escavado, significa que o paciente está privado de
alimentos há muito tempo ou em estado catabólico intenso.
Em alguns casos, o paciente está desnutrido, mas não apresenta abdome escavado, como
pacientes com insuficiência hepática que têm desnutrição, todavia, o abdome encontra-se
distendido pela ascite.

d) Membros inferiores:
Nos membros inferiores é possível observar a atrofia da musculatura das coxas,
principalmente na porção interna, o que dá a impressão (quando o paciente fecha a perna
encostando os joelhos) que há um “vale” formado pela perda da massa muscular na sua
porção medial.
A atrofia da musculatura das panturrilhas é a mais precoce atrofia a ocorrer quando
começa o processo de desnutrição proteico-calórica, principalmente nos pacientes graves
em unidades de terapia intensiva.
Esses dois tipos de atrofias favorecem maior enfraquecimento dos membros inferiores e
podem comprometer a capacidade de força, equilíbrio e mobilidade.

2. Outros aspectos a considerar no exame físico geral


a) Desidratação:
A desidratação é outro fator que implica o aparecimento de sintomas e sinais na pele,
mucosa e demais tecidos do corpo. Ela pode ser causada por baixa ingestão ou perda
excessiva de água, ou ambos os fatores.
Na hipótese de baixa ingestão de água, é importante destacar que os idosos e os
dependentes de cuidadores, sobretudo durante os meses de mais calor, são mais
propensos à desidratação. Dentre as causas de perda excessiva de água corporal
destacamos: vômitos, diarreias, sudorese intensa e poliúria.
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Os sinais e sintomas baseiam-se na intensidade do quadro e podem ser: sede intensa,
astenia (ausência ou diminuição da força física), fraqueza, apatia, sonolência, agitação
psicomotora, e, nos casos mais graves, convulsões.
Diante da suspeita de um paciente com desidratação, o examinador deve proceder da
seguinte maneira:
✔ Solicitar ao paciente que produza salivação;
✔ Verificar o brilho dos olhos;
✔ Verificar a tensão ocular, pois os olhos tendem a ficar encovados;
✔ Verificar a umidade das mucosas gengival e conjuntiva;
✔ Examinar o turgor pinçando com o polegar e o indicador uma prega de pele que
engloba tecido subcutâneo (se a pele está com o aspecto de pele murcha e a prega
se desfaz lentamente, indica desidratação).

b) Edema:
Observar a presença de edema é de grande importância no diagnóstico de desnutrição
proteico-calórica, pois está relacionado à presença de hipoproteinemia e a
hipoalbunemia.
Valores de proteínas totais inferiores a 5,0 g/dL ou de albumina menores que 2,5 g/dL
são capazes de gerar edema.
Para a pesquisa de edema, deve-se levar em consideração o decúbito de preferência do
paciente, pois caso ele fique muito tempo em pé ou sentado, deveremos procurar os
membros inferiores, começando pelos tornozelos.
É importante também que o examinador faça uma pressão sobre a face anterior da perna
contra a estrutura óssea e observe se ocorre uma depressão tecidual, chamada de Cacifo
ou Sinal de Godet, a qual demorará um tempo até que volte ao normal.
Além dessas situações elencadas anteriormente, o edema também pode ser decorrente de
doenças renais, hepáticas, cardíacas e outras.

c) Alterações na pele, nos pelos e nos fâneros:


As alterações mais descritas na pele, pelos e unhas são aquelas relacionadas às
deficiências de ferro, zinco, proteínas, ácido fólico e niacina (B3).
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EXAMES BIOQUÍMICOS
Perfil hematológico:
É utilizado para diagnóstico ou acompanhamento de anemias, processos infecciosos ou
inflamatórios ou problemas na coagulação.

a) Eritrograma (hemácias, hemoglobina, hematócrito):


Hemácias ou eritrócitos: realizam o transporte de oxigênio para os tecidos e a
eliminação de gás carbônico. Vivem aproximadamente 120 dias e são retiradas da
circulação pelo baço, onde são biotransformadas e parte de seus constituintes
reaproveitados para síntese de novas hemácias.
Valores de referência em adultos: 4,70 a 6,10/mm3 para homens; 4,20 a 5,40/mm3
para mulheres.
• Valores diminuídos: eritrocitopenia. Quando ocorre baixa concomitante
de hemoglobina, denomina-se anemia. Tem correlação inversa com o
VCM: indivíduos com VCM alto geralmente apresentam contagem de
eritrócitos mais baixa e vice-versa.

b) Hemoglobina:
É a molécula que existe dentro das hemácias, responsável pelo transporte de oxigênio. É
encontrada no sangue sob várias formas: oxi-hemoglobina, carboxi-hemoglobina,
meta-hemoglobina e outros compostos menores. Para ser medida, é convertida em
cianometa-hemoglobina.
Valores de referência em adultos: 14,0 a 17,0 mg/dL e sangue para homens; 12,0 a 16,0
mg/dL e sangue para mulheres.
• Valores diminuídos: anemia.

c) Hematócrito:
É a relação entre a porção celular do sangue e o seu volume total. É a proporção do
volume de uma amostra de sangue ocupada por eritrócitos.
Valores de referência em adultos: 41 a 51% para homens; 36 a 47% para mulheres.
• Valores diminuídos: anemia.
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• Valores aumentados: desidratação, baixos níveis de oxigênio no sangue,


fumantes, doença pulmonar (ex.: DPOC), doença cardíaca congênita,
eritrocitose (aumento anormal de células vermelhas do sangue).
Esse parâmetro confirma a contagem de eritrócitos e ajuda na estimativa de anemia; é
usado como parâmetro de hemodiluição, pois se correlaciona bem com a viscosidade do
sangue.

d) VCM – Volume Corpuscular Médio:


Relaciona-se com o tamanho das hemácias. É indicado para classificação e diagnóstico de
anemias.
Valores de referência em adultos: 80 a 100 fl para homens e mulheres (não difere entre
sexos).
• Valores diminuídos: anemias microcíticas, usualmente hipocrômicas,
como deficiência de ferro, talassemia, anemia sideroblástica, intoxicação
por chumbo, anemia secundária a doenças crônicas.
• Valores elevados: anemias macrocíticas megaloblásticas (deficiência de
folato ou de vitamina B12); na anemia perniciosa; em indivíduos em
dietas vegetarianas; na anemia macrocítica da gravidez; na
pós-gastrectomia total; em uso de medicamentos como anticoncepcionais
orais, anticonvulsivantes (fenitoína, fenobarbital, primidona), agentes
antineoplásicos (metotrexate, ciclofosfamida, hidroxiuréia, azatioprina),
antimicrobianos (sulfonamidas).
Nas anemias macrocíticas (deficiência de folato ou de vitamina B12), pode ocorrer a
hiper-homocisteinemia crônica, pois, no organismo humano, a vitamina B12 funciona
como um cofator para duas enzimas: metionina sintase e L-metilmalonil-coA mutase, que
são direta ou indiretamente envolvidas no metabolismo da homocisteína.
A hiper-homocisteinemia é fator de risco para doenças cardiovasculares, como a doença
arterial coronariana, acidente vascular cerebral e doença arterial periférica, bem como o
tromboembolismo arterial e venoso.
e) HCM – Hemoglobina Corpuscular Média:
Relaciona-se com o conteúdo de hemoglobina das hemácias. É utilizado no diagnóstico
diferencial de anemias, porém com valor limitado.
Valores de referência em adultos: 28 a 32 pg para homens e mulheres.
• Valores diminuídos: anemias microcíticas e normocíticas. Sua elevação
não tem valor diagnóstico.
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f) CHCM – Concentração de Hemoglobina Corpuscular Média:


Tem o mesmo significado clínico que o HCM, porém está relacionado com o hemátocrito.
Pode ser obtida pela fórmula CHCM = hb/ht.

Valores de referência em adultos: 32 a 36 g/dl em homens e mulheres.


• Valores diminuídos: anemias microcíticas, leucocitose importante
(acima de 50000). Sua elevação não tem valor diagnóstico.

g) RDW- Medida de Dispersão do Volume dos Eritrócitos:


Indicado na classificação das anemias em conjunto com o VCM. Também usado na
detecção precoce de deficiência de ferro ou folato.
Valores de referência em adultos: 11,0 a 16,0% para homens e mulheres.

h) Reticulócitos:
São células que constituem a última fase de maturação das hemácias. Exame indicado no
diagnóstico diferencial de anemias, na avaliação da resposta ao tratamento com ferro,
folato ou vitamina B12, na avaliação de perdas sanguíneas, na monitorização da resposta
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terapêutica após transplante ou supressão de medula óssea, na monitorização da
resposta terapêutica com eritropoietina.
Valores de referência em adultos: 0,5 a 1,5 % do total de hemácias maduras.
• Valores diminuídos: produção diminuída de eritrócitos (anemia
ferropriva, anemia de doenças crônicas), deficiência de eritropoietina,
anemia aplásica, aplasia de eritrócitos, leucemia.
• Valores elevados: perda aguda de sangue, anemia hemolítica, anemia
nutricional tratada, hipóxia e hematopoiese acelerada – anemias,
principalmente a megaloblástica.

i) Ferro sérico:
A molécula de hemoglobina possui átomos de ferro que se ligam ao oxigênio para o
transporte. O ferro que circula no plasma sanguíneo é chamado de ferro sérico, ele é
utilizado na síntese da molécula de hemoglobina. Indicações da dosagem: diagnóstico
diferencial de anemias, diagnóstico de hemossiderose.
Valores de referência em adultos: 60 a 160 μg/dL.
Deve-se sempre observar os limites fornecidos pelo laboratório, conforme a metodologia
utilizada na dosagem.
● Valores diminuídos: anemia ferropriva, anemias das infecções ou
de doenças crônicas, glomerulopatias (perda urinária de proteínas
ligadoras do ferro), anemia perniciosa, menstruação (diminui em 10 a 30
%).
• Valores elevados: hemossiderose (repetidas transfusões, terapia com
ferro, vitamínicos contendo ferro), formação diminuída de eritrócitos,
destruição aumentada de eritrócitos, dano hepático agudo (o ferro
aumenta paralelamente à quantidade de necrose hepática), uso de drogas
como: estrógenos, álcool, anticoncepcionais orais.

j) Ferritina:
É a proteína de armazenamento do ferro, indica o estado dos estoques corporais.
Valores de referência em adultos: 15 a 200 ng/mL.
• Valores diminuídos: deficiência crônica de ferro.
• Valores elevados: no processo inflamatório, quanto maior a inflamação
do paciente, maior será a concentração da ferritina. É importante ter em
mente que a elevação na ferritina não significa, necessariamente, que há
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excesso de ferro no organismo. A ferritina alta é um dos sinais de processo
inflamatório visto no exame de sangue. Na síndrome metabólica,
obesidade, diabetes e outras doenças crônicas é comum verificar a
elevação da ferritina.

k) Capacidade Total de Ligação do Ferro (CTLF):


O átomo de ferro se liga à molécula de transferrina para ser transportado. A quantidade
de ferro que se liga à molécula de transferrina é medida pela capacidade total de ligação
do ferro.
Valores de referência em adultos: 250 a 460 μg/dL.
Índice de Saturação da Transferrina (IST): 20 a 50%
• Valores diminuídos: anemia ferropriva, anemias por doenças crônicas,
anemias hemolíticas, desnutrição, estados catabólicos agudos.
• Valores elevados: hemossiderose, hepatite aguda, ingestão de ferro,
gravidez, uso de anticoncepcionais.

l) Transferrina:
É uma proteína transportadora de ferro, também chamada siderofilina, forma-se
principalmente no fígado.
Valores de referência em adultos: 212 a 360 mg/dL para homens e mulheres.
Sua interpretação sempre está relacionada com a capacidade de ligação do ferro.

n) Diagnóstico laboratorial dos principais tipos de anemias:


Segundo a classificação fisiopatológica, as anemias podem ser classificadas em três
grupos:
• Anemias por deficiência de fatores para a síntese das hemácias:
ferropriva; megaloblástica; anemia por doenças crônicas.
• Anemias por destruição excessiva das hemácias: anemias hemolíticas.
• Anemias por perda de hemácias: oriundas de hemorragias agudas ou
crônicas.
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● Leucograma – indicações:
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- Diagnóstico e seguimento de processos infecciosos e inflamatórios.
- Investigação de doenças hematológicas.
- Contagem global ou leucócitos totais: Os leucócitos desempenham papel importante no
mecanismo de defesa do organismo contra agressões de natureza infecciosa ou de outra
natureza.
Valores de referência para adultos: 3.600 – 11.000/mm3 de sangue.
● Valores acima de 11.000/mm3 de sangue: Leucocitose.
● Valores abaixo de 3.600/mm3 de sangue: Leucopenia.
● Valores elevados: o organismo está sendo agredido de alguma
forma, por exemplo, um processo infeccioso.
● Valores diminuídos: o organismo está sem defesas. Exemplos:
quimioterapia, AIDS.

• Contagem diferencial de células:


Por meio dela se pode suspeitar contra qual agente agressor o organismo está se
defendendo.
- Neutrófilos segmentados: agressões microbianas principalmente na fase aguda. Podem
conter granulações tóxicas, indicando a gravidade da infecção.
- Neutrófilos bastões: são os precursores dos neutrófilos segmentados. Quando eles não
são suficientes para conter a agressão, a medula começa a lançar os bastões na circulação.
- Eosinófilos: estão relacionados com processos alérgicos e parasitários.
- Basófilos: existem em proporção menor, relacionam-se com resposta imunológica.
- Monócitos: indicam agressões microbianas, porém em fase crônica.
- Linfócitos: indicam agressões viróticas. São células com memória, produtoras de
anticorpos.
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Perfil urinário
Indicado no diagnóstico de infecções do trato urinário, presença de cálculos renais,
auxilia no diagnóstico da insuficiência renal e é também no exame de urina que se pode
fazer o diagnóstico de carcinoma da bexiga.
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Cálculos renais
A identificação de substâncias presentes na constituição do cálculo renal é de grande
importância para orientar a conduta médica quanto ao tratamento e dieta para a
prevenção de recorrências. Os cálculos mais comuns são:
- Oxalato de cálcio
- Ácido úrico – relacionado com hiperuricemia
- Estruvita (fosfato amoníaco magnesiano) – são chamados cálculos de infecção.
- Cistina: são raros, indicam um distúrbio de origem genética no metabolismo.
- Diagnóstico laboratorial da calculose renal: EAS – apresenta hematúria e podem
aparecer cristais relacionados ao cálculo que o paciente possui.

Perfil renal
Utilizado para diagnóstico de doenças renais.

a) Ureia:
A ureia constitui a maior fração de nitrogênio não-protéico nos líquidos orgânicos. Ela
constitui cerca de 90% do nitrogênio urinário total do adulto. Seu aumento no sangue
está geralmente ligado a uma alteração renal que pode ser:
- Elevação pré-renal: choque traumático, choque hemorrágico, desidratação aguda,
acidose diabética, descompensação cardíaca.
- Elevação renal: glomerulonefrite, nefroesclerose, tuberculose renal, rim policístico,
nefropatias malignas, mieloma múltiplo.
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- Elevação pós-renal: obstrução ureteral por cálculo ou compressão (tumores), obstrução
prostática.
Valores de referência para adultos: 10 a 50 mg/dL.
● Valores diminuídos: insuficiência hepática aguda, inanição, último
trimestre da gravidez.

b) Creatinina:
É um produto da degradação da creatina, eliminada na maior parte pelos rins. A
concentração sérica depende da capacidade de eliminação renal e de massa muscular. Seu
aumento plasmático é sinal de disfunção renal.
Valores de referência para adultos: 0,7 a 1,3 mg/dL.
● Valores elevados: insuficiência renal aguda e crônica, doenças
musculares (miosites), dieta rica em creatinina, tratamento dialítico,
cetoacidose diabética, nefrite incipiente, glomerulonefrite crônica,
monitoramento de transplante de rins, obstrução das vias urinárias por
afecções da próstata, bexiga ou ureter ou uso de: AAS, cimetidina ou
trimetoprim.
● Valores diminuídos: gestação, hepatopatia crônica, bilirrubinas
séricas muito elevadas (interferência na interpretação do exame).

c) Relação ureia X creatinina:


Ureia eleva-se precocemente na insuficiência renal. Portanto,...
● Ureia aumentada e creatinina normal: indicam desidratação ou insuficiência
renal em fase inicial;
● Ureia aumentada e creatinina aumentada: insuficiência renal em fase avançada;
● Ureia normal e creatinina aumentada: erro laboratorial ou paciente com
insuficiência renal pós-hemodiálise.

• Potássio:
Os valores normais de potássio variam entre 3,5 e 5,0 mEq/L.
● Valores diminuídos: vômitos, diarreia, uso de diuréticos, síndrome
de Cushing,
● tratamentos prolongados com corticoide.
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● Valores aumentados: insuficiência renal aguda, choque
transfusional, insuficiência cardíaca, acidose grave, traumatismos com
necrose muscular.

• Sódio:
A taxa normal de sódio no soro varia entre 136 – 145 mEq/L.
● Valores diminuídos: neoplasma de pulmão, encefalites, metástase
de carcinoma broncogênico.
● Valores aumentados: pacientes com insuficiência renal.

Perfil Pancreático (endócrino):


Indicado no diagnóstico de diabetes, tumores no pâncreas, hipoglicemia.

Alterações laboratoriais no paciente diabético


- Proteínas: o paciente pode apresentar hipoalbuminemia devido à nefropatia.
- Lipídeos: como o paciente diabético não consegue utilizar a glicose, ocorre a
mobilização de lipídeos do tecido adiposo para a corrente circulatória ocorrendo
hiperlipidemia.
- Ureia e creatinina: com a instalação da nefropatia ocorre elevação dos valores de ureia e
creatinina
- EAS: glicosúria, cetonúria, proteinúria.
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Diabetes gestacional
Glicemia de jejum > 92 e < 125 mg/dL em jejum; ou em 1 hora > 180 mg/dL; ou em duas
horas de 153 a 199 mg/dL, e um ponto alterado na curva já estabelece o diagnóstico de
DMG (SBD, 2017-2018).

Hipoglicemia
Glicemia: < 70 mg/dL em adultos e quando < 50 mg/dL indica hipoglicemia grave,
Causas de hipoglicemia: medicamentos (insulina e hipoglicemiantes); etanol – reduz a
gliconeogênese, jejum, doenças hepáticas, tumor no pâncreas, insulinomas; septicemia,
desnutrição severa.

Perfil Lipídico

Colesterol total: - Valor de referência: < 190 mg/dl.


A fração HDL é considerada benéfica e seu valor desejável é acima de 40 mg/dl.
Triacilgliceróis (TG): VR: < 150 mg/dl.

Os principais tipos de hiperlipidemias são:


- Hipercolesterolemia isolada: aumento isolado do LDL-c (≥ 160 mg/dL);
- Hipertrigliceridemia isolada: aumento isolado dos triacilglicerois (≥ 150 mg/dL ou ≥
175 mg/dL, se a amostra for obtida sem jejum);
- Hiperlipidemia mista: aumento do LDL-c (≥ 160 mg/dL) e dos TG (≥ 150 mg/dL ou ≥
175 mg/ dL, se a amostra for obtida sem jejum). Se TG ≥ 400 mg/dL, o cálculo do LDL-c
pela fórmula de Friedewald é inadequado, devendo-se considerar a hiperlipidemia mista
quando o não HDL-c ≥ 190 mg/dL;
- Redução da fração HDL-c isolada: redução do HDL-c (homens < 40 mg/dL e mulheres
< 50 mg/dL) isolada ou em associação ao aumento de LDL-c ou de TG (SBC, 2017).
- Valores desejáveis em dosagens sanguíneas:
Colesterol total < 190 mg/dL
LDL < 130 mg/dL
HDL > 40 mg/dL
Triacilgliceróis < 150 mg/Dl
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Perfil proteico
a) Proteínas totais e frações
- Valores de referência:
Proteínas totais 6 a 7,8 g/dL
Albumina 3,5 a 5,5 g/dL
Globulinas 2,3 a 3,5 g/dL
A aplicação clínica consiste na avaliação do estado nutricional do paciente, na
investigação de edemas, desidratação, neoplasias, gravidez, cirrose, insuficiência cardíaca,
síndrome nefrótica, queimaduras.

b) Albumina
É sintetizada pelo fígado e desempenha diversas funções biológicas, como o transporte de
numerosas substâncias: íons metálicos, aminoácidos, hormônios, ácidos graxos,
bilirrubina, enzimas, drogas e metabólitos ou produtos tóxicos. Exerce papel importante
na preservação e distribuição de água nos compartimentos corporais mantendo a pressão
coloidosmótica no plasma sanguíneo.
Devido ao seu peso molecular tende a ser perdida na urina sempre que houver alguma
lesão nos glomérulos renais.
A hipoalbuminemia é uma condição altamente inespecífica e acompanha numerosas
doenças. Existem três razões principais para sua ocorrência:
- Síntese diminuída: pode ocorrer na desnutrição; na má absorção e na doença
hepática avançada.
- Distribuição anormal ou diluição: na superidratação ou quando há
permeabilidade capilar aumentada, como na septicemia.
- Excreção anormal ou degradação: pode ocorrer na síndrome nefrótica,
enteropatias em que ocorrem perdas de proteínas, queimaduras e hemorragia.

d) Proteínas específicas:
Alguns exemplos:
- Proteína C Reativa: elevada em infecções na fase aguda;
Valor de referência: < 0,5 mg/dL.
- Ferritina e transferrina: diminuída na anemia ferropriva
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d) Ácido úrico:
É o produto final do metabolismo das purinas. Sintetizado no fígado a partir da xantina.
Sua concentração no sangue varia de acordo com sexo, obesidade, dieta.
Valor de Referência: 2,5 a 8 mg/dL mg/dl.
Sua elevação indica diagnóstico de gota. Porém, há casos em que o paciente tem a doença,
mas não apresenta hiperuricemia constante. Recomenda-se a dosagem do ácido úrico no
líquido sinovial para confirmação do diagnóstico. A hiperuricemia pode ser decorrente do
aumento na síntese ou da diminuição da eliminação.
A gota é uma desordem clínica caracterizada pela hiperuricemia. Ocorre principalmente
em homens após a quarta década de vida. A fisiopatologia caracteriza-se pela deposição
de cristais de ácido úrico nas articulações. Os pacientes podem desenvolver cálculos
renais e nefropatia. A doença pode ter origem primária (genética) ou secundária.
Existem outras situações em que pode ocorrer hiperuricemia, como insuficiência renal
crônica, uso de salicilatos, hipertensão e doenças cardíacas, pré-eclampsia, desordens
mieloproliferativas, quimioterapia e psoríase.

Perfil da tireoide:
Indicado no diagnóstico de hipertireoidismo, hipotireoidismo e outras patologias na
tireoide.
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RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS

Diabetes mellitus:
Recomendações nutricionais para indivíduos com diabete
NUTRIENTES INGESTÃO RECOMENDADA POR DIA

Carboidratos 45 a 60% do VET


Não inferior a 130 g/dia
Incentivar o consumo de cereais integrais e outros alimentos fontes de
fibras.

Sacarose Até 5% do VET


Em situações especiais como viagens, festas e terapia nutricional oral
com inclusão de alimentos e/ou suplementos com sacarose, a oferta de
sacarose não deve exceder 10% do VET

Gorduras 20 a 35% do VET


Totais Ácidos graxos saturados <6% do VET, com maior oferta de ácidos
graxos insaturados.

Colesterol <300 mg/dia

Proteínas 15 a 20% do VET

Fibras Mínimo de 14 g/1.000 kcal


30 a 50g/dia de fibras alimentares*

Vitaminas e As mesmas recomendações da população sem diabete


Minerais

Sódio Até 2.000 mg/dia


VET: valor energético total
Fonte: adaptada das Diretrizes da Sociedade brasileira de diabetes 2017-2018; Associação Americana de
Diabetes, 2018. *Associação Canadense de Diabetes, 2015.

Proteínas
A prescrição de proteína deve ser individualizada, considerando o diagnóstico nutricional
e o controle glicêmico. As proteínas devem compor a oferta de energia em 15 a 20% para
aqueles com DM com função renal normal ou 1,0 a 1,5 g/kg de peso corporal (ADA, 2008;
SBD, 2017).
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A prescrição da dieta deve prover boas fontes de aminoácidos essenciais, carnes magras
(bovina, aves, peixes), soja, leite, queijos e iogurtes de baixo teor de gordura e também de
fontes vegetais, como leguminosas, cereais integrais e frutas oleaginosas (SBD, 2017).
Alguns estudos mostram que o consumo de proteínas ao redor de 1 a 1,5 g/kg de peso
corporal/dia ou 15 a 20% de calorias totais beneficia o controle glicêmico e promove
saciedade. Além disso, idosos tendem a se beneficiar com essa quantidade de proteínas,
com vista ao quadro de sarcopenia, o qual está associado a depleção de massa e
funcionalidade muscular. Atenção deve ser dada aos indivíduos com doença renal crônica
em tratamento conservador, com albuminúria e/ou taxa de filtração glomerular estimada
reduzida, para os quais é necessário reduzir a oferta proteica para aproximadamente 0,8
g/kg peso corporal/dia. Dessa forma, os objetivos de ingestão de proteína devem ser
individualizados.

Síndrome Metabólica e obesidade:


A SM é diagnosticada quando há pelo menos três fatores presentes de acordo com a
Tabela 1.
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Tratamento da Síndrome Metabólica:


Tem como objetivo a perda de peso entre 0,5 a 1 kg por semana, assim como na
obesidade, e deve-se priorizar o consumo de hortaliças, leguminosas, grãos integrais e
frutas.
As fibras devem estar presentes na dieta nas quantidades de 20g a 30g/dia sob a forma
de hortaliças, leguminosas, grãos integrais e frutas, pois exercem papel importante no
controle glicêmico e lipídico.
A ingestão diária de proteínas deve ser de 0,8g a 1g/kg de peso atual ou 15% do VCT, pois
atuam na produção de enzimas, reposição energética, neurotransmissores e anticorpos.
As proteínas devem ser de alto valor biológico; é indicado o consumo de carnes magras
(exemplos: patinho, músculo, lagarto, coxão duro, alcatra, peito de frango sem pele, lombo
suíno)
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Hipertensão arterial sistêmica:


Recomendações dietéticas e seus efeitos sobre a pressão arterial
Medida Redução aproximada de PAS/PAD Recomendação

Controle do peso 20 a 30% de diminuição da PA para Manter IMC <25 kg/m² até 65
cada 5% de perda ponderal anos
Manter IMC < 27 kg/m² após
65 anos
Manter CA <80 cm nas
mulheres e <94 cm nos
homens

Padrão alimentar Redução de 6,7/3,5 mmHg Adotar a dieta DASH

Restrição do Redução de 2 a 7 mmHg na PAS e de 1 a Restringir o consumo diário


consumo de sódio 3 mmHg na PAD com redução de sódio para 2g, ou seja, 5g
progressiva de 2,4 a 1,5g de sódio/dia, de cloreto de sódio
respectivamente

Moderação no Redução de 3,31/2,04 mmHg com a Limitar o consumo diário de


consumo de redução de 3 a 6 para 1 a 2 doses/dia álcool a 1 dose para mulheres
álcool e pessoas com baixo peso e 2
doses para homens
IMC: índice de massa corpórea; CA: circunferência abdominal; PAS: pressão arterial sistólica, PAD: pressão
arterial diastólica. *Uma dose contém cerca de 14g de etanol e equivale a 350ml de cerveja, 150ml de vinho e
45ml de bebida destilada.
Fonte: VII Diretriz Brasileira de Hipertensão. Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2016.

As opções de tratamento não farmacológico são: atividade física realizada com


acompanhamento, controle da ansiedade e de outras patologias que acometam a parte
psicológica responsável pelo controle homeostático, e alimentação que tem papel
importante na prevenção e tratamento da pressão arterial elevada, podendo evitar ou
mesmo diminuir o uso farmacológico.
Dentre as opções de alimentação é preconizada a redução de sódio. É indicado para
paciente com HAS limitar o consumo a 2 g de sódio por dia por pessoa, que implica 5 g de
sal por dia (naturalmente presente nos alimentos e o adicionado às preparações), já que
da composição do sal temos 60% cloreto e 40% sódio, conforme Sociedade Brasileira de
Hipertensão (2016).
Também se orienta o aumento do consumo de alimentos fonte de potássio, já que tem
efeito natriurético, ou seja, auxilia na excreção do excesso de sódio presente no
organismo.
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Entre os tratamentos não farmacológicos estão as dietas vegetariana, mediterrânea e


DASH (Dietary Approaches to Stop Hipertension), sendo a última a mais eficaz. A dieta
DASH se baseia em maior consumo de frutas, hortaliças, laticínios com baixo teor de
gordura, cereais integrais, frango, peixe e oleaginosas, e menor consumo de carne
vermelha, doces e bebidas com açúcar.
Atualmente a Sociedade Brasileira de Cardiologia classifica a hipertensão arterial com
base nos parâmetros descritos na Tabela 1

Alguns elementos são indispensáveis para regulação e prevenção de hipertensão, como


potássio (k), magnésio (mg) e cálcio (Ca). É comprovado o efeito do potássio na redução
da pressão arterial em hipertensos através do aumento da sua ingestão alimentar.
A recomendação diária de potássio para indivíduos acima de 14 anos é de 4,7 g/dia,
sendo fonte dele os feijões, ervilha, vegetais de cor verde escuro, banana, melão, cenoura,
beterraba, frutas secas, tomate, batata inglesa e laranja. Cuidado deve ser tomado em
indivíduos com função renal comprometida (taxa de filtração glomerular < 60 ml/min),
em que a ingestão de potássio deve ser inferior a 4,7 g/dia pelos riscos de
hiperpotassemia. O cálcio também proporciona efeitos favoráveis na redução da pressão
arterial e no risco de acidente vascular cerebral.
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Dislipidemias:
Recomendações dietéticas para o tratamento das dislipidemia
Recomendações LDL-c dentro da meta e LDL-c acima da meta ou Limítrofe 150 a Triglicerídeos Elevado Triglicerídeos muito
sem comorbidades* presença de 199 mg/dL (200 a 499 mg/dL) elevado > 500 mg/dL
comorbidades*

Perda de peso (%) Manter peso saudável 5 a 10 até 5 5 a 10 5 a 10

Carboidrato (%VCT) 50 a 60 45 a 60 50 a 60 50 a 55 45 a 50

Açúcares Adição% <10 <10 <10 5 a 10 <5

Proteína (%VCT) 15 15 15 15 a 20 20

Gordura (%VCT) 25 a 35 25 a 35 25 a 35 30 a 35 30 a 35

Ácidos graxos trans Excluir da dieta

Ácidos graxos < 10 <7 <7 <5 <5


saturados (%VCT)

Ácidos graxos 15 15 10 a 20 10 a 20 10 a 20
monoinsaturados%

Ácidos graxos 5 a 10 5 a 10 10 a 20 10 a 20 10 a 20
poli-insaturados

Ácido linoleico 1,1 a 1,6


(g/dia)

EPA e DHA (g/dia) 0,5 a 1 1a2 >2

Fibras 25 g sendo 6g de fibra solúvel


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DOENÇAS RENAIS

DOENÇA RENAL CRÔNICA


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LESÃO RENAL AGUDA

Recomenda-se a utilização de 25 a 30 k kcal/kg de peso atual/dia para estimar as


necessidades energéticas totais do paciente com LRA. Ofertas superiores a 30 kcal/kg/dia
de calorias não proteicas, além de não apresentarem benefícios na redução do
catabolismo, podem desencadear complicações como hiperglicemia, hipervolemia e
hipertrigliceridemia.
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DOENÇAS DIGESTIVAS
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DOENÇA INFLAMATÓRIA INSTESTINAL
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CONSTIPAÇÃO
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DIARREIA
No tratamento da diarreia, é importante investigar sua causa. Em geral, as principais
recomendações nutricionais são:
- Oferta de líquidos e eletrólitos suficiente para repor as perdas: a água de coco é
interessante por ser rica em potássio, e bebidas isotônicas também podem ser
usadas;
- Evitar, em geral, o leite e seus derivados, porque o nível de lactase nos enterócitos
se encontra diminuído e pode haver intolerância;
- Oferta de fontes de fibras solúveis: é importante para auxiliar no controle do
trânsito intestinal pela viscosidade que proporciona, bem como pela possibilidade
de produção de AGCC, importantes para a integridade e a recuperação da mucosa
intestinal;
- Evitar alimentos fontes de fibras insolúveis (que aceleram o trânsito intestinal
ainda mais)
- Dieta antifermentativa.
Além disso, no período de remissão, podem ser utilizados probióticos para recuperação
da microbiota intestinal.
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PANCREATITE CRÔNICA
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PANCREATITE AGUDA
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CÂNCER
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AIDS
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DOENÇAS PULMONARES
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INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO

Recomendações nutricionais Energia


O cálculo das necessidades nutricionais poderá ser realizado pela fórmula de Harris e
Benedict, lembrando-se de acrescentar os fatores de injúria e estresse. No entanto, o
aporte de 20 a 30 kcal/kg de peso/dia, de forma prática, atinge as necessidades na
maioria dos casos.
Em alguns casos, para que o valor energético proposto seja alcançado, suplementos orais
hipercalóricos podem ser acrescentados à dieta, levando-se em consideração o estado
clínico e nutricional do paciente.
Quando a ingestão via oral estiver impossibilitada, a terapia nutricional enteral deverá ser
instituída o mais precocemente possível após estabilidade hemodinâmica e condições
metabólicas favoráveis, evitando-se comprometimento do estado nutricional.

Macro e micronutrientes
A oferta de macro e micronutrientes deverá ser planejada de acordo com o quadro clinico,
resultados de exames laboratoriais e comorbidades associadas.

Carboidratos
A recomendação de carboidratos em geral varia de 50 a 55% da ingestão energética total,
priorizando os carboidratos integrais com baixa carga glicêmica.

Lipídios
A quantidade de gordura da dieta deve ser de 25 a 35% do VCT. Deve-se priorizar a oferta
de PUFA e MUFA, sendo 10 a 20% do VCT, respectivamente.
O consumo de alimentos ricos em colesterol deve ser limitado de forma que não se
ultrapasse o valor de 300 mg de colesterol por dia. Além do mais, deve-se reduzir o
consumo de SFA e trans para até 7 e 3% do VCT, respectivamente.
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Sódio
Recomenda-se a ingestão de até 6 g de cloreto de sódio ou sal de cozinha, que
corresponde a 2 g/dia de sódio.
Recomendações gerais
A dieta deve ser fracionada em 4 a 6 refeições por dia em pequenos volumes para evitar
sobrecarga do trabalho cardíaco no processo de digestão. A consistência das refeições
deve ser adaptada segundo as necessidades do paciente.
Incluir de 20 a 30 g de fibras alimentares solúveis e insolúveis por dia na dieta para
facilitar o trânsito intestinal e aumentar o volume fecal, uma vez que a necessidade de
repouso absoluto na fase aguda pode levar à constipação. Além do mais, as fibras
retardam a absorção do amido e lentificam a absorção de glicose.
A recomendação hídrica deverá ser de 30 ml/kg/peso. Lembrando que, em alguns casos,
há necessidade de restrição hídrica, conforme quadro clínico.
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DOENÇAS HEPÁTICAS
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TRAUMAS

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