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Universidade Federal de Viçosa

Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas


Curso de Engenharia Química
ENQ 370 - Corrosão

Inibidores de Corrosão

Profª: JULIANE LAUREANO


Profª: RITA SUPERBI
Inibidores de corrosão

Compostos químicos adicionados ao meio corrosivo


que têm a função de inibir ou retardar as reações de
corrosão dos materiais metálicos ou não-metálicos,
quando presentes em concentrações adequadas; visam
diminuir a agressividade do meio corrosivo.

ENQ 370 - Corrosão


Inibidores de corrosão
Para que a utilização dos inibidores seja satisfatória, é preciso
que se considerem, fundamentalmente, quatro aspectos:

• Causas da corrosão no sistema;


• Custo da utilização;
• Propriedades e mecanismo de ação dos inibidores;
• Condições adequadas de adição e controle.

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Inibidores de corrosão
Custo da utilização

Verificar se excede ou não o custo das perdas causadas por


processos corrosivos.

Deve-se levar em conta:

Aumento da vida útil do equipamento;


Eliminação de paradas não-programadas;
Prevenção de acidentes causados por corrosão;
Ausência de contaminação de produtos.

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Inibidores de corrosão
Propriedades e mecanismos de ação

• Verificar a compatibilidade com o processo em operação e com


os materiais metálicos usados.
• Deve-se evitar por exemplo:
• a possibilidade de um inibidor proteger um material
metálico e ser corrosivo para determinado metal, como
ocorre com as aminas que protegem o aço , mas atacam
o cobre e suas ligas.
• Redução da ação de catalizadores devido à possibilidade
de os inibidores ficarem adsorvidos nesses
catalizadores;
• queda de eficiência térmica.
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Inibidores de corrosão
Condições adequadas de adição e controle

Evitar possíveis inconvenientes como:


Formação de espuma em função da agitação do meio;
Formação de depósitos espessos de fosfatos, silicatos ou
carbonatos de cálcio, aumentando a resistência à troca
térmica em trocadores de calor;
Efeitos tóxicos, especialmente em equipamentos de
processamento de alimentos e tratamento de água.
Ex.: Nitrito de sódio, que protege o aço mas não pode ser
usado em água potável.

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Inibidores de corrosão
Condições adequadas de adição e controle

Ação poluente se não for utilizado tratamento prévio de


despejos.
Ex.: Quando cromatos eram utilizados como inibidores de
corrosão;
Perda de inibidores devido a solubilidade deficiente;
Reações entre os inibidores e possíveis contaminantes do
meio corrosivo, formando produtos insolúveis ou reduzindo
inibidores oxidantes.
Ex.: Cromatos em contato com H2S ou S2-
2CrO42-+16H++3S2- 2Cr3++3S+8H2O

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Meio ambiente e saúde
O progressivo desenvolvimento dos processos químicos no
mundo tem gerado um grande número de inibidores de
corrosão que são utilizados nos mais diversos segmentos
industriais

O quadro se torna grave ou assustador ao considerar que


muitas das formulações utilizadas, pouco ou nada se sabe
sobre seus efeitos à espécie humana a curto e a longo prazo.

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Inibidores de corrosão
Fatores de influência no desempenho de inibidores de corrosão:

• Temperatura;
• Pressão;
• Velocidade;
• Solubilidade;
• Depósitos, incrustações;
• pH .

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Fatores de influência no desempenho de
inibidores de corrosão
Temperatura

A capacidade de inibição de um inibidor é afetada pelo aumento


da temperatura.

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Fatores de influência no desempenho de
inibidores de corrosão
Pressão

De uma maneira geral o aumento da pressão favorece uma


maior capacidade de adsorção do inibidor à superfície
metálica, consequentemente, é válido supor que a pressão
poderá aumentar a proteção exercida por alguns tipos de
inibidores.

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Fatores de influência no desempenho de
inibidores de corrosão
Velocidade do fluido

De uma maneira geral, o aumento da velocidade do fluido


diminui a capacidade de inibição, entretanto, baixas
velocidades podem ocasionar a deposição de sujeiras,
depósitos, incrustações, etc, que podem aumentar a
corrosão localizada.

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Classificação dos Inibidores
Inibidores são classificados quanto à composição e quanto
ao comportamento;

Quanto à composição:

inibidores orgânicos e inorgânicos;

Quanto ao comportamento:

inibidores oxidantes, não-oxidantes, anódicos,


catódicos e de adsorção.
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Classificação dos Inibidores
Os inibidores de corrosão podem ser classificados em:

Anódicos;
Catódicos;
Formadores de filme;
Adsorção;
Oxidantes;
Desaeradores (remoção de O2);
Neutralizantes;
Fase vapor.

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Inibidores Anódicos

São substâncias solúveis no meio corrosivo e têm a


função de reduzir ou impedir o desenvolvimento de
reações anódicas por meio da formação de um filme
adsorvido ou quimissorvido na superfície metálica.

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Inibidores Anódicos

Diagrama de polarização: ação de inibidor anódico


ENQ 370 - Corrosão (a) Com inibidor (b) Sem inibidor
Inibidores Anódicos
Inibição anódica

Formação de produtos insolúveis nas áreas anódicas.

Os compostos formados são também chamados de


passivadores.

Este método funciona somente com metais ou ligas formadores


de película protetora (titânio, cromo, ligas de ferro-cromo, ligas de
ferro-cromoníquel).

Exemplos: hidróxidos, carbonatos, fosfatos, silicatos, boratos


de metais alcalinos, nitrito de sódio e cromatos de potássio e
sódio.

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Inibidores Anódicos

Cromato
Molibdato
Nitrito
Silicatos
Polifosfatos
Borax
Benzoato de sódio
Compostos organo-fosfonatos

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Inibidores Anódicos
Cromato

O cromato é utilizado desde 1930 na proteção de superfície


metálica em meios corrosivos aquosos.

O cromato tem sido questionado a partir dos seguintes


aspectos: alta concentração utilizada, toxidez ao manuseio e
problemas de poluição causados por seu despejo no meio
ambiente;

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Inibidores Anódicos
Cromato

O mecanismo empregado pelo cromato na passivação do


aço-carbono tem sido bastante discutido em vários trabalhos
de pesquisa.

A tese mais aceita é a da combinação da adsorção e a


formação de um filme de óxido sobre a superfície metálica;

Este filme é uma mistura de γ-Fe2O3 e Cr2O3, formados


espontaneamente na redução do íon cromato e na oxidação
do íon Fe2+

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Inibidores Anódicos
Um problema provável de ocorrer é a redução do íon cromato
(CrO42-), ao íon Cr3+ através de elevadas concentrações de H2S
e Fe2+, conforme mostram as reações adiante:

3 Fe2+ + CrO42- + 8 H+ → Cr3+ + 3Fe3+ + 4H2O

3 H2S + 2 CrO42- + 10 H+ → 2Cr3+ + 4 S + 8H2O

Em presença elevada de sulfetos (S2-), sulfatos (SO42-) e


bactérias redutoras, verifica-se que o tratamento à base de
cromato tende a perder a eficiência inibidora, devido ao fato do
CrO42- passar a Cr3+

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Inibidores Anódicos
Atualmente, devido à possível poluição causada por
despejos industriais contendo cromatos, tem sido
desenvolvida a aplicação, em sistemas de
resfriamento, de molibdato e de polifosfatos.

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Inibidores Anódicos
Molibdato

O mecanismo de passivação do molibdato na proteção do ferro


em meios ácidos, neutros e alcalinos tem sido bastante
discutido por vários pesquisadores.

Um dos mecanismos proposto é a adsorção de filme de


molibdato férrico - Fe2(MoO4)3 ou Fe2O3.(MoO3)3 - sobre a
superfície do ferro, impedindo ou inibindo a ação corrosiva.

Outra possibilidade é a formação de filmes de MoO2, MoO3 e


MoO42-.

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Inibidores Anódicos
Molibdato

Vantagens:

• inibidor anódico eficiente


• atóxico
• passiva pites e frestas
• estabilidade térmica e oxidativa
• não é afetado por redutores e biocidas
• eficiente em pH > 7,0

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Inibidores Anódicos
Nitrito

O nitrito é um inibidor anódico de extrema eficiência.

Seu mecanismo de proteção é similar a outros inibidores anódicos,


ou, seja, forma-se sobre a superfície anódica um filme de óxido
férrico.

2Fe + NaNO2 + 2H2O → Fe2O3 + NaOH + NH3

Como os nitritos sofrem decomposição, em meio ácido, eles devem


ser usados como inibidores somente em meio neutro ou alcalino.

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Inibidores Anódicos
Nitrito

O aço carbono é protegido em água destilada com apenas 50


ppm de NO3-. Na presença de 300 ppm de cloreto, as
concentrações são da ordem de 300 ppm;

O inibidor é utilizado para sistemas fechados com pouco ou


ausência de oxigênio dissolvido, podendo ser usado para os
sistemas: água superaquecida (160 ºC); água quente (80 ºC);
água fria (5 – 25 ºC); água com anticongelante (0 ºC).

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Inibidores Anódicos
Nitrito

Efeito da concentração do inibidor:

% NaNO2 Taxa de corrosão


(mm/ano)
0,00 0,110
0,02 0,076
0,04 0,015
0,06 0,000
0,10 0,000

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Inibidores Anódicos
Silicatos

Os silicatos quando usados como inibidores em sistemas de


refrigeração, requerem um controle rígido tendo em vista que a
faixa de pH deve variar entre 6,5 a 7,5.

A fórmula geral dos silicatos é Na2O.xSiO2 onde x é a relação


molar entre a sílica e o óxido de sódio.

Em águas o valor de x recomendado é de 3,3, enquanto em


águas ácidas com pH 6,0 o valor de x é da ordem de 2,0.

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Inibidores Anódicos
Silicatos

O mecanismo da ação inibidora do silicato não é bem conhecido,


entretanto, alguns autores sugerem a formação de um filme de
silicato-óxido de ferro sobre as áreas anódicas. Outrossim, em
águas de alta dureza podem acarretar a precipitação de silicato
de cálcio nas superfícies metálicas, ocasionando perdas por
transferência de calor, e às vezes até entupimentos nas
tubulações.

A literatura recomenda para sistemas de refrigeração uma


concentração de silicato da ordem de 20 a 50 ppm, a um pH de
6,5 a 7,5.
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Inibidores Anódicos
Polifosfatos

O metafosfato de sódio foi um dos primeiros inibidores usados para


sistema de água de refrigeração.

Embora atualmente os inibidores citados ainda sejam usados, o


pH, e a concentração de íons Ca2+ e o teor de oxigênio dissolvido
são os parâmetros básicos para a limitação de seu uso.

Existe grande variedade de polifosfato e entre os mais usados


estão os pirofosfatos (Na4P2O7), tripolifosfato (Na5P3O10) e os
hexametafosfatos.

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Inibidores Anódicos
Polifosfatos

Os polifosfatos apresentam duas desvantagens, uma se prende à


sua fácil decomposição em ortofosfato (Na3PO4), e a outra se
refere à sua atração como nutriente de contaminantes biológicos.

A adição de polifosfato em sistemas de refrigeração varia de 20 a


50 ppm, considerando um pH igual a 7,0.

A adição de Zn2+ como inibidor catódico aumenta a eficiência da


ação inibidora do polifosfato.

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Inibidores Anódicos
Bórax
Os boratos, principalmente o tetraborato de sódio, Na2B4O7, são
utilizados em mistura de inibidores, associados ao nitrito de sódio
para a proteção primordial do ferro metálico.

Sua ação tamponadora sobre o pH da água do sistema, regula e


mantém o valor do pH ideal.

O produto, associado aos azóis, dá elevada proteção ao ferro,


cobre e suas ligas.

O bórax associado ao zinco melhora o desempenho do aço em


soluções aquosas. O filme formado é o Fe2O3
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Inibidores Anódicos
Cromato-polifosfato-zinco

Esse tipo de tratamento consiste na reunião de três inibidores


de corrosão, cuja função é reduzir ou inibir as reações
eletroquímicas provenientes de áreas anódicas e catódicas,
fornecendo, assim, uma maior eficiência inibidora.

Os sais de zinco são substâncias que atuam como inibidores


catódicos, isto é, formam sobre áreas catódicas da superfície
metálica um filme de hidróxido de zinco, conforme mostra a
reação seguinte:

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Inibidores Anódicos
Cromato-polifosfato-zinco

Por outro lado, quando se adiciona fosfato à solução de cromato-


zinco, a proteção inibidora é aumentada, em virtude da formação
de um filme de fosfato básico de zinco, de maior aderência a
áreas catódicas.

Além disso, outra função do fosfato é reduzir a quantidade de


íons Zn2+ na mistura inibidora; entretanto, nessas condições, é
quase obrigatório trabalhar em nível de pH baixo, numa
concentração mínima de íons Ca2+

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Inibidores Anódicos
Cromato-polifosfato-zinco

Por conseguinte, deve-se alertar para o fato de que os polifosfatos


são instáveis, podendo ser convertidos em ortofosfatos.

Então, os íons Ca2+ podem reagir com os ortofosfatos, formando


um indesejável depósito de fosfato de cálcio.

Outro problema da adição de polifosfatos reside no fato de serem


esses compostos nutrientes para certas espécies microbiológicas,
e podem estimular o crescimento de micro-organismos, criando,
assim, condições para redução do íon CrO42+ passar a Cr3+.

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Inibidores Anódicos
Cromato-polifosfato-zinco

A vantagem principal dessa combinação de inibidores


consiste na redução dos teores de sulfato.

Em alguns sistemas de água de refrigeração é comum


utilizar uma concentração padrão de 20 a 30 ppm de
cromato, 40 a 50 ppm de fosfato e 5 ppm de zinco.

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Inibidores Anódicos
Quando se empregam inibidores anódicos, deve-se ter o
cuidado de manter a concentração do inibidor acima do valor
crítico, em todas as partes do sistema.

Deve-se promover agitação, velocidade adequada de


escoamento, evitando-se frestas e filmes de óleo ou graxa nas
superfícies.

O emprego de inibidores deve ser feito de maneira intermitente


(após uma dosagem inicial com concentração alta, aplicar
concentrações menores de tempos em tempos).

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Inibidores Catódicos

O tratamento com um inibidor catódico consiste na


adição de substâncias solúveis no meio aquoso
formando sobre as áreas catódicas uma barreira que
impeça o desenvolvimento das reações catódicas.

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Inibidores Catódicos

Diagrama de polarização: ação de inibidor catódico


ENQ 370 - Corrosão (a) Com inibidor (b) Sem inibidor
Inibidores Catódicos

Inibição catódica => formação de produtos


insolúveis nas áreas catódicas.

Exemplos: sulfatos de zinco, magnésio ou níquel.

Quaisquer que sejam as concentrações desses


inibidores, eles são considerados mais seguros, o
que não ocorre com os anódicos.

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Inibidores Catódicos

• Sais de zinco
• Polifosfatos
• Compostos organo-fosfonatos
• Ésteres de fosfatos

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Inibidores Catódicos
Sais de zinco

Os íons Zn2+ são neutralizados pelos íons hidroxilas (OH-),


formando sobre a superfície metálica uma película de hidróxido
de zinco e, desta maneira, impedindo as reações catódicas.

Também podem ser citados alguns compostos orgânicos amino-


fosfônicos, como o ácido aminotrimetilfosfônico, ácido hidroxi-
etileno-disfônico e outros produtos da mesma família que podem
se protonar e, com isso, funcionar como inibidores catódicos.

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Inibidores de Adsorção

Compostos que têm a propriedade de formar


películas, por adsorção à superfície metálica,
criando uma película protetora sobre as áreas
anódicas e catódicas, impedindo o contato com
o meio corrosivo.

Exemplos: aldeídos, aminas, compostos heterocíclicos


nitrogenados, uréia e tiouréia substituídas.

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Inibidores de Adsorção
Fatores importantes

Velocidade do fluido.

Volume e concentração do inibidor.

Temperatura do sistema.

Tipo de substrato eficaz para a adsorção do inibidor.

Tempo de contato entre o inibidor e o metal.

Composição do fluido do sistema.

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Inibidores de Adsorção
Inibidor* Temperatura máxima (°C)
Cicloexilamina 32
Ácido naftênico 46
Ácido linólico 46
Ácido esteárico, laurato de zinco 88
*Concentração de até 0,2%

Inibidor ** Concentração (%)


Sulfeto de butila 0,003
O-tolitiouréia 0,0034
Feniltiouréia 0,009
Tiouréia 0,011
**Evitar ataque de ácidos até 10%
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Inibidores de Adsorção
Em alguns casos o oxigênio funciona também como
um inibidor de adsorção, produzindo a passivação.

Algumas aminas voláteis (octadecilamina,


hexadecilamina e dioctadecilamina) podem ser
adicionadas em águas de alimentação de caldeiras,
sendo arrastadas pelo vapor, e assim, protegem toda a
linha de condensado da ação corrosiva do ácido
carbônico.

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Desaeradores

São substâncias ou misturas de substâncias que


removem o oxigênio presente num fluido.

Hidrazina
Sulfito de sódio
Bissulfito de amônio
Hidroquinona

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Desaeradores
Sulfito de sódio

O sulfito de sódio reage com o oxigênio através da reação:

A velocidade de remoção em temperaturas superiores a 95 °C é


grande, entretanto, em temperaturas baixas a remoção de
oxigênio não é eficiente.

A adição de sulfato de cobalto favorece a remoção em baixas


temperaturas.
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Desaeradores
Sulfito de sódio

Desvantagens e problemas

Sua ação é eficiente em temperaturas acima de 95°C;

A adição de sais cobalto as formulações de sulfito


aumenta o preço do produto final;

O uso de sulfito em pressões da ordem de 50 kgf/cm2


pode propiciar a decomposição térmica gerando produtos
corrosivos e/ou incrustantes.

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Desaeradores
Remoção com hidrazina

A hidrazina é um líquido claro de fórmula molecular N2H4, é


totalmente miscível em água.

É encontrada em formulações comerciais em soluções


variando de 15 a 60 % (em massa).

É um poderoso redutor removendo o oxigênio através da


reação:

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Desaeradores
Remoção com hidrazina

As principais vantagens deste produto reside na eficiência de


remoção e o fato de não propiciar resíduos e ou produtos que
venham a incrustar.

Desvantagens

O custo é mais caro do que sulfito;

A decomposição começa a 200 °C e pode chegar até 300 °C


resultando nas reações:

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Desaeradores
Remoção com hidroquinona

A hidroquinona reage com oxigênio dissolvido segundo a reação:

Vantagens

ótimo sequestrante para o oxigênio;


ótimo passivador de metais, produzindo eficaz filme de óxido de
ferro;
velocidade de reação elevada;
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Inibidores de Proteção Temporária

Um material metálico, ou contendo componentes metálicos, se


não for adequadamente protegido, durante a sua fabricação,
estocagem ou transporte, pode sofrer corrosão antes mesmo da
sua utilização.

O método de proteção usando protetivos temporários é baseado


na obtenção de uma película superficial, fácil de aplicar e
remover, que atua como uma barreira de proteção, impedindo
penetração de umidade e de substâncias agressivas.
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Inibidores de Proteção Temporária

Geralmente esses protetivos são dissolvidos, ou


dispersos, em solventes para facilitar sua aplicação e
dar uma película mais uniforme, após evaporação.

Devem ser usados, de preferência, em superfícies


limpas e secas, a não ser quando são usados
desengraxantes na formulação do protetivo.

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Inibidores de Proteção Temporária

Medidas usuais de proteção temporária contra corrosão:

Ventilação, desumidificação, controle de impurezas do ar.


Películas de proteção: óleos, graxas, ceras, resinas.
Embalagens adequadas: inibidores voláteis, desidratantes, papéis
impregnados com inibidores.
Combinação das medidas anteriores.

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Inibidores de Proteção Temporária
Aplicados por diluição em água

• Protetivos emulsionáveis em água que deixam película


oleosa após evaporação
• Usados em ambientes internos, durante operações de
usinagem, durante pequeno tempo de transporte e
armazenamento

Tipo óleo
• Óleos anticorrosivos
• Proteção de chapas, peças estampadas, bombas, motores,
tanques de lastro de navios.

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Inibidores de Proteção Temporária
Por diluição em solventes voláteis:
• Formam películas oleosas, cerosas, elásticas transparente ou
plásticas.
• Proteção de máquinas, eixos, ferramentas, brocas

Aplicados a quente:
• Produtos a base de vaselina e ceras formando película espessa e
graxosa
• Produtos termoplásticos formando película grossa, resistente e
destacável
• Proteção de peças usinadas, cabos de aço, tubos rosqueados.

ENQ 370 - Corrosão


Inibidores de Proteção Temporária

Inibidores
ENQ 370 de-Corrosão
Corrosão http://www.calintec.com/Corrosion_Prevention.html
Inibidores de Proteção Temporária
Inibidores em fase vapor

- Os inibidores em fase vapor são usados como método de


proteção temporária contra a corrosão pela umidade de
produtos metálicos durante a estocagem e o transporte.
- O inibidor é colocado dentro da embalagem das seguintes
maneiras:
• impregnado em papeis, por exemplo
• solução contendo o inibidor aplicada sobre a embalagem
• pós ou tabletes distribuídos na embalagem.
- A embalagem deve ser vedada.

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Inibidores de Proteção Temporária
Inibidores em fase vapor

- Os inibidores em fase vapor mais usados são:


nitrito de diciclohexilamônio (P = 0,02 mm Hg a 25ºC)
carbonato de ciclohexilamônio (P = 0,3 mm Hg a 25ºC)
-Estes inibidores são usados para a proteção do ferro e do aço.

Eles podem atacar metais não ferrosos,


como Zn, Cd, Cu, Ag, Sn, Mg, Pb.
- Não é necessária uma grande quantidade de inibidor para ter
proteção. Por exemplo, 1 g de tais inibidores satura cerca de 550
m3 de ar.

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Eficiência dos Inibidores
Eficiência dos Inibidores:

Ef = Ts – Tc x 100
Ts
onde:

Ef é a eficiência em porcentagem;
Ts é a taxa de corrosão sem inibidor;
Tc é a taxa de corrosão com inibidor.

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Emprego dos inibidores
Decapagem ácida

A fabricação de peças de aço, a decapagem tem grande


importância, sendo aplicada entre as etapas de laminação a
quente e a laminação a frio.

Quando da saída do aço da etapa de laminação a quente, a


superfície do aço passa por um resfriamento brusco, reagindo com
o oxigênio do ar, produzindo uma camada de óxidos.

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Emprego dos inibidores
Decapagem ácida

Chama-se decapagem a todo o processo sobre superfícies


metálicas que visa à remoção de oxidações e impurezas
inorgânicas, como as carepas de laminação e recozimento,
camadas de oxidação (como a ferrugem), crostas de fundição e
incrustações superficiais.

Soluções aquosas de ácido são muito usadas para retirar


carepa ou casca de laminação (que contém FeO, Fe3O4 e
Fe2O3), para melhorar a aderência do revestimento a ser
aplicado.

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Emprego dos inibidores
Reações envolvidas
Exposição do material metálico à ação do ácido:
Fe + 2H+ Fe2+ + H2
Na predominância de Fe2O3 e/ou Fe3O4 tem-se solubilização deste
óxidos: Fe2O3 + 6H+ 2Fe3+ + 3H2O
Fe3O4 + 8H+ Fe2+ + 2Fe3+ + 4H2O

Inconvenientes da reação: consumo excessivo do ácido; consumo


do metal; arraste de vapores ácidos para a atmosfera, pelo
hidrogênio desprendido; possibilidade de fragilização do metal e
empolamento ocasionados pelo hidrogênio.
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Emprego dos inibidores
Para evitar que o ácido ataque o metal, inibidores, geralmente
orgânicos, são adicionados às soluções de decapagem.

Inibidores mais usados:

Tiouréia Di-orto- Diamilamina Álcool


toliltiouréia propargílico

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Emprego dos inibidores

Mecanismo de atuação:

• São adsorvidos no material metálico, por isso são também


chamados de inibidores de adsorção.

• Impedem o desgaste do metal e o consequente


desprendimento de hidrogênio.

• Devem ser solúveis ou dispersos na solução de decapagem.

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Emprego dos inibidores
Limpeza química de caldeiras

• Inibidores adicionados ao HCl, que é utilizado para solubilizar


incrustações calcárias, para evitar que o HCl possa, em
seguida, atacar a tubulação:

Com a eliminação do carbonato: CaCO3 + 2HCl CaCl2 + CO2

Poderia ter reação do ácido com o metal: Fe + 2HCl FeCl2 + H2

Utilizam-se sais de estanho II para evitar a ação corrosiva do Fe3+.

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Emprego dos inibidores
Indústria petrolífera

Usados em grande escala pois permitem o emprego de material


metálico de construção mais barata. Ex.: tubos de aço com 9%
de Ni usados nos poços de extração do óleo cru são substituídos
por aço carbono, mais barato, quando são injetados inibidores no
líquido.

ENQ 370 - Corrosão


Emprego dos inibidores
• Nos poços de gás condensado, carbonato de sódio ou aminas
orgânicas complexas diminuem os prejuízos causados pelo CO2,
H2S e ácidos orgânicos.

• Nos poços de petróleo, aminas graxas, ácidos graxos,


imidazolinas, sais quaternários de amônio são adicionados à água
e ao óleo para evitar a corrosão das hastes, bombas e tubulações.

• Em tubulações para gasolina e querosene são usados inibidores


orgânicos, como óleos sulfonados, e inorgânicos, como nitrito de
sódio, para evitar a corrosão provocada pela presença de água.

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Emprego dos inibidores
Sistemas de refrigeração

Os inibidores usados com maior frequência são polifosfatos,


fosfonatos, ácidos fosfino e fosfono carboxílicos, nitrito de
sódio (em sistema de ar-condicionado) e cromato (com
restrições devido a seu caráter poluente).

ENQ 370 - Corrosão


Emprego dos inibidores
Tubos de condensadores

Usa-se sulfato ferroso, FeSO4, na água de resfriamento, para


proteger tubos de liga de cobre de condensadores. Esse
tratamento é efetivo para reduzir a erosão e a corrosão por pite
em tubos de latão de alumínio em condensadores.

Tubos de cobre.

Usinas nucleares adicionam sulfato ferroso à água do mar para


proteção de seus condensadores.
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Emprego dos inibidores
Salmoura de refrigeração

Uso de cromato de sódio, Na2CrO4, em concentrações elevadas

(cerca de 3000 mg / L).

Sistemas de geração de vapor

São usados fosfatos, aminas voláteis para proteção de linhas de


vapor condensado (cicloexilamina, morfolina, etc).

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Emprego dos inibidores
Tubulações de água potável

• Em alguns casos, podem-se usar concentrações


compreendidas entre 4-10 ppm de silicado de sódio
(1Na2O:3,2SiO2) ou então uma mistura de Ca2+(ou Zn2+) com
polifosfato, geralmente na proporção, Ca2+: polifosfato de 1:5,
com concentração em torno de 1 ppm.

• Pode-se, também, usar a mistura de silicato e polifosfato.

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Emprego dos inibidores
Tubulações de cobre para água quente

Uso de silicato de sódio geralmente em concentrações entre 8-10


ppm.

Corrosão em tubulação de cobre


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Emprego dos inibidores
Solventes clorados

• Solventes como, por exemplo, percloroetileno, podem decompor-


se pelo oxigênio.

• Essa decomposição pode ser prejudicial devido à formação de


HCl que é agente corrosivo para os materiais metálicos que estão
sofrendo desengraxamento.

• Inibidores são usados para estabilizar e inibir estes solventes, a


fim de evitar que haja a decomposição. Normalmente são usados
epicloridrina, N-metilmorfolina ou N-etilmorfolina.

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Emprego dos inibidores
Polimento de minerais

É comum a adição de propionato de ditio-bis-estearil para evitar,


após o polimento, o tarnishing.
Ex.: escurecimento da prata devido à formação de Ag2S ou Ag2O2.

Escurecimento da prata.

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Emprego dos inibidores
Misturas anticongelantes

Cloreto de sódio e cloreto de cálcio, anticongelantes


clássicos, têm sido substituídos algumas vezes pela mistura
uréia-formamida. Essa mistura também apresenta ação
corrosiva sobre ferro e aço, logo necessita de inibidores.

Anticongelante para motores.


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Emprego dos inibidores
Essas misturas contêm, geralmente, um ácido graxo de peso
molecular elevado, o sal solúvel desse ácido e um agente
tensoativo.

Algumas dessas misturas inibidoras contêm:

Oleato de sódio e sal de sódio do ácido oléico sulfonado;

Ácido dilinoléico.

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Emprego dos inibidores
Minerodutos

Em transporte de minérios e carvão, sob a forma pastosa ou de


emulsão por tubulações como minerodutos, pode-se empregar
cromatos para evitar a corrosão dos tubos.

Mineroduto.
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Emprego dos inibidores
Proteção de cobre

Emprega-se 2-mercaptobenzotiazol e, mais recentemente,


benzotriazol ou toliltriazol para proteção de cobre e suas ligas
em equipamentos industriais.

Proteção de alumínio

Emprega-se metassilicato de sódio para proteção de alumínio


ou suas ligas em meios neutros ou ligeiramente alcalinos.

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Emprego dos inibidores
Proteção temporária de peças ou equipamentos de aço carbono

Faz-se com nitrito de dicicloexilamônio (inibidor em fase vapor)


impregnado em papel kraft ou polímeros para proteção durante
armazenamento.

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Referência bibliográfica

GENTIL, V. Corrosão. 5º ed. Editora LTC, 2007.

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