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Fátima Vasques, Psicóloga

A terapia do esquema é uma proposta


integradora, desenvolvida por Jeffrey
Young e colegas (1990-1999) que
amplia significativamente os conceitos
cognitivos comportamentais
tradicionais.
Professor do Departamento. de Psiquiatria da Columbia
University.

Fundador do Centro de Terapia Cognitiva de Nova York e


Connecticut.

Fundador do Instituto de Terapia do Esquema, em Nova York.

Diversos trabalhos com Aaron Beck e outros


pesquisadores da Terapia Cognitiva.
Principais influências

Cognitivo- Comportamental.

Teoria do apego de Bowlby.

Abordagem Psicanalítica.

Terapia Cognitiva de Ryle.

Terapia dos Esquemas pessoais – Horowitz.

Terapia Focada na Emoção.


Crença
central

Crença
intermediária

REAÇÕES
Pensamento Emocional
Situação Comportamental
automático
Fisiológica
Exploração das origens na infância.

Foco na Relação Terapêutica.

Reparação Parental Limitada.

Confrontação Empática.

Enfatiza o insight e o processamento do trauma.

Transferência e Contratransferência.

Estrutura da personalidade.
Posição ativa do
Não se baseia em
terapeuta X
pulsões sexuais e
neutralidade do
agressivas instintivas.
psicanalista.

Baseia-se nas
necessidades
Na coerência cognitiva.
emocionais
fundamentais.

Terapeuta mais
Mecanismos de defesa passivo X integrador
X Estilos de (Técnicas de imagens
enfrentamento. e dramatizações –
tarefa de casa).
Bowlby/Ainsworth

Impacto importante sobre a terapia do esquema.

Em especial no desenvolvimento do esquema de abandono e na


concepção do transtorno borderline.

Formulou a teoria do apego a partir de modelos da etologia, dos


sistemas e da psicanálise.

Seu principal preceito, os seres humanos (e outros animais) têm um


instinto de vínculo que visa estabelecer um relacionamento estável
com a mãe (ou outra figura de vínculo).
Bowlby/Ainsworth

Bowlby afirma que um vínculo estável com a mãe ( ou


figura de vínculo importante) é uma necessidade
emocional básica que precede e promove a
independência.

A noção de Bowlby de modelos de funcionamento


interno coincide com a nossa de esquemas
desadaptativos remotos.
1. Prestar atenção. É essencial que os
pais/cuidadores aprendam a
reconhecer os sinais que sugerem Amigáveis com a mãe.
que o bebê está incomodado.
Exploram o ambiente estranho.
2. Ser responsivo. A criança deve estar
consciente que os pais se apercebem Aliviam-se com a reunião.
do seu mal-estar e que respondem de
modo adequado às suas
Na volta deixam-se consolar.
necessidades.

3. Ser consistente...

4. Demonstrar aceitação...

5. Consolar.
O apego evitante pode fazer com que a
pessoa afetada crie padrões de ansiedade, Evita a mãe.
evitação e outras atitudes que o ajudem a se
sentir protegida contra a carência antecipada. Chorar não adianta.

Não pede socorro.

Fica aflita e disfarça.

Finge que não sofre.

Reprime suas necessidades emocionais.

Mães pouco sensíveis.

Não tem certeza se a mãe está ou não.

Pais viajam muito.


Bebês dependentes.

Ansiosos.

Agarram-se mais.

Choram muito com a separação.

Bravas com a volta da mãe.


As pessoas com estilo de apego
ambivalente normalmente tiveram pais que Amor e raiva.
não tinham reações emocionais previsíveis
ou consistentes. Elas receberam reações Mistura quero e ignoro.
inconsistentes às suas demanda.
Anthony Ryle (1991) desenvolveu a terapia cognitivo-
analítica, terapia breve e intensa que integra os aspectos
ativos e educacionais da terapia cognitivo comportamental
às abordagens psicanalíticas, em especial as relações
objetais.

Formulação de Ryle chama-se de modelo de sequência


procedural: atividade direcionada à meta, em vez de
esquemas, como principal construto conceitual.

Estratégias de tratamento: estimula a relação terapêutica


ativa e colaborativa, que inclui uma conceituação abrangente
e voltada à profundidade sobre os problemas do paciente,
assim como na terapia do esquema.
Principais estratégias de tratamento são o trabalho com a
transferência para esclarecer temas e a manutenção de
diários sobre problemas desadaptativos.

Método triplo de mudança: novo entendimento, nova


experiência e nova atitude.

Ênfase está no insight: ênfase terapêutica situa-se no


fortalecimento de níveis superiores (de cognição), por meio
de reformulação, que modifica os processos de avaliação e
promove auto-observação.
Divergências da Terapia dos Esquemas com a Terapia Cognitivo-Analítica

Enfatiza a evocação de afetos e a reparação parental limitada,


principalmente com pacientes que tem transtornos caracterológicos
graves... Facilitador para mudança emocional.

Ryle reconhece que procedimentos para ativar o afeto podem ser


adequados em alguns casos para pacientes ultrapassar o insight
intelectual.

Ryle, na sua abordagem o terapeuta interage basicamente com o


lado adulto do paciente, o modo adulto saudável e de forma indireta
com lado criança do paciente, o modo criança vulnerável.

Terapia dos esquemas pacientes borderline são como crianças


muito pequenas e precisam se vincular de forma segura antes de se
separar e individuar.
Desenvolveu uma estrutura que integra abordagens psicodinâmicas,
cognitivo-comportamentais, interpessoais e de sistemas familiares.

Sua teoria enfatiza papéis e crenças com base na teoria dos


esquemas pessoais.

Esquema de uma pessoa é uma matriz, geralmente inconsciente,


que inclui as visões que essa pessoa tem de si e de outros, formado
de resíduos de memórias de experiências infantis. Essa definição é
praticamente idêntica a noção de esquema desadaptativo remoto.
Discorre sobre o que chama de modelo de relacionamentos:

1. Um desejo ou necessidade subjacente ( o modelo padrão de


relacionamento desejado).

2. Um medo fundamental (o modelo – padrão de relacionamento temido).

3. Modelo padrão de relacionamentos que se defendem contra o modelo


temido.

Na terapia dos esquemas, esses correspondem a necessidades


emocionais fundamentais, esquemas desadaptativos remotos e
estilos de enfrentamento.
Define também estados mentais, similar ao conceito de modos.

Um estado mental é um padrão de experiências conscientes e


expressões interpessoais. Incluem expressão verbal e expressão
não-verbal de ideias e emoções.

Processo de controle defensivo. Parece com a ideia de Young dos


estilos de enfrentamento. Identifica três categorias principais :

1. Processo de controle defensivo. Envolve evitação de tópicos dolorosos


por meio de conteúdo daquilo que é expresso (por ex.: afastar a atenção
ou minimizar a importância).

2. Processos que envolvem evitação por meio da forma de expressão (por


ex.: intelectualização verbal).

3. Processos que envolvem enfrentamento por meio da mudança de papéis


(por ex.: passar abruptamente para um papel passivo ou imponente).
Com essa tipologia cobre muitos dos fenômenos englobados pela
evitação, resignação e pela hipercompensação dos esquemas
(Young).

Insight: parte vital do tratamento.

Em comparação com a terapia dos esquemas , Horowitz não


proporciona estratégias de tratamento detalhadas e sistemáticas e
nem usa técnicas vivenciais e reparação parental limitada.

Terapia dos esquemas dá maior ênfase à ativação do afeto.

Terapeuta dos esquemas acessa o que Horowitz chama de


“estados regressivos” que chamamos de modo criança vulnerável.
Terapia Focada na Emoção desenvolvida por Leslie Greenberg e seus
colegas , parte dos modelos vivencial, construtivista e cognitivo ....
Teoria do apego.

Prevalece a integração da emoção com cognição, motivação e


comportamento.

Terapeuta ativa emoções com vistas a repará-la, dando muito peso à


identificação e reparação dos esquemas de emoção.

Greenberg define como conjuntos de princípios organizativos,


idiossincráticos em conteúdo, e junta emoções, objetivos, memórias,
pensamentos e tendências comportamentais.

A terapia traz à consciência do paciente “a experiência interna


inacessível.... para construir novos esquemas”.
A terapia do esquema como a terapia focada na emoção baseia-se
muito na aliança de trabalho terapêutico, usando-a para desenvolver
um “diálogo empático” de foco emocional que estimula, observa e
presta atenção às preocupações emocionais do paciente.

Este modelo é semelhante à terapia dos esquemas, baseada na


confrontação empática.

Assim como na terapia dos esquemas, a terapia focada na emoção


reconhece que somente a ativação da emoção não é suficiente para
engendrar mudança.

Requer um processo gradual de ativação emocional por meio de


técnicas vivenciais, a fim de superar a evitação, interromper
comportamentos negativos e facilitar a reparação emocional.
Diferenças em relação à Terapia dos Esquemas

Terapia focada na emoção: primazia do afeto dentro dos esquemas


emocionais em comparação com a terapia dos esquemas que tem a
visão mais igualitária sobre os papéis cumpridos por afeto, cognição e
comportamento

Greenberg sustenta a existência de “uma quantidade infinita de


esquemas emocionais singulares”.

O modelo de esquema define um conjunto de esquemas e estilos de


enfrentamento e proporciona intervenções adequadas para cada um.

O modelo de terapia focada nas emoções organiza os esquemas de


forma complexa e hierárquica, distinguindo entre emoções primárias,
secundárias e instrumentais, e, desmembrando-as ainda mais, em
emoções desadaptativas, complexas e socialmente construídas.
Tabela 1: Terapia dos esquemas X Terapia cognitivo-comportamental
Terapia dos esquemas Terapia cognitivo-comportamental
Pacientes caracterológicos – A TCC parte de vários pressupostos
Transtornos de Personalidade acerca dos pacientes
Pacientes caracterológicos não
Transtornos Psicológicos Crônicos
apresentam características compatíveis
Arraigados – Depressão Decorrente
com TCC tradicional
Acesso a sentimentos com um breve treinamento.

Acesso a imagens e pensamentos com um breve treinamento.

Pacientes tem problemas identificáveis a serem focalizados.

Pacientes estão motivados a fazer tarefas de casa e a aprender estratégias de autocontrole.

Pacientes se engajam em um relacionamento colaborativo com o terapeuta em poucas semanas.

Dificuldades no relacionamento terapêutico não são um foco maior de problemas.

Todas as cognições e todos os padrões de comportamento podem ser modificados por análise
empírica, discurso lógico, experimentação, passos graduais e práticas.
ESQUEMAS são estruturas cognitivas que organizam a experiência e comportamento.

ESQUEMAS são vieses atributivos criados pelas experiências repetitivas da vida, constituindo-se
como a principal fonte de condutas disfuncionais

Crenças e regras: representam os conteúdos dos esquemas e, por conseguinte, determinam o


conteúdo do: pensamento, do afeto e do comportamento.

“As pessoas podem modificar a atividade das estruturas e, em alguns casos, de modo substancial,
através de processos conscientes, como: reconhecimento, avaliação e testagem de suas
interpretações”.

TÉCNICAS BÁSICAS DA TERAPIA COGNITIVA – BECK.


Modos: referem-se à rede de componentes cognitivos, afetivos, motivacionais e
comportamentais que organizam padrões de resposta quando ativados por desafios
específicos ou na busca para atingir objetivos de vida.

Os componentes cognitivos de um modo incluem crenças, regras e expectativas incutidas,


assim como conceitos complexos de identidade. Respostas afetivas, estratégias e
motivação também são componentes dos modos
As cognições e comportamentos são mais rígidos nos transtornos de personalidade.

A lacuna entre a mudança cognitiva e emotiva é muito maior nos transtornos de


personalidade.

Os relacionamentos íntimos são mais centrais aos problemas de pacientes com


transtornos de personalidade.

Muitos pacientes com transtornos de personalidade não obedecem às técnicas da


TCC tradicional (por exemplo: registros de pensamento, tarefas de casa etc.).
Difíceis de mudar.

Inflexíveis / Rígidos.

Problemas são parte de sua identidade.

Problemas egossintônicos.

Agressivos em relação à mudança .


Não costuma ser trabalhada na TCC.

Dificuldade destes pacientes em fazer vínculo desde cedo.

Não confiam no terapeuta (borderline, dependente) para uma relação segura.

Narcisista, paranoide, esquizoide ou obsessivo-compulsivo são desconectados ou hostis.

Problemas-alvo prontamente discerníveis.

Estes pacientes apresentam problemas difusos: relacionamento ansioso, não conseguem


atingir o potencial desejado no trabalho, sensação de a vida ser um vazio.
Pacientes não acessam pensamentos e emoções; parece não terem contato com eles.

Desenvolvem evitação cognitiva e afetiva.

Bloqueiam pensamentos e imagens perturbadores.

Evitam as próprias memórias e seus sentimentos negativos.

Evitam olhar fundo dentro de si mesmos.

Evitam o avanço.

Evitação aprendida = reforço = redução de sentimentos negativos.


Pacientes não apresentam problemas alvo específicos

Costumam apresentar problemas vagos, crônicos e difusos.

Extrema dificuldade de estabelecer um relacionamento romântico de longo prazo.

Pacientes parecem muito mais motivados a depender do terapeuta e a obter apoio do que
aprenderem estratégias para ajudarem a si mesmos.

Alguns pacientes desligados e hostis, não conseguem colaborar. Outros parecem muito mais
motivados a depender dos terapeutas.
Pacientes crônicos apresentam muitas vezes cognições e padrões de comportamento
extremamente resistentes à mudança por meio de técnicas cognitivas e comportamentais de curto
prazo.

O relacionamento terapêutico não é apenas um obstáculo a ser superado,

Importante olhar para a relação terapêutica como o principal foco da terapia – núcleo de vários
problemas é interpessoal.

Dificuldade de estabelecer relação terapêutica – isto reflete suas dificuldades de se relacionar com
outras pessoas.
Esquema Desadaptativo Remoto

Um tema ou padrão amplo, difuso.

Formado por memórias, emoções e sensações corporais.

Relacionado a si próprio ou aos relacionamentos com outras pessoas.

Desenvolvido durante a infância ou adolescência.

Elaborado ao longo da vida do indivíduo.

Disfuncional em nível significativo.


Em síntese: esquemas desadaptativos remotos são padrões emocionais e
cognitivos autoderrotistas iniciados em nosso desenvolvimento desde cedo e
repetidos ao longo da vida.

Os comportamentos desadaptativos desenvolvem–se como resposta a um


esquema. Os comportamentos são provocados pelos esquemas, mas não se
constituem em partes dele.
Aqueles esquemas , respostas de enfrentamento ou reações saudáveis que estão atualmente
ativos para um indivíduo.

O estado predominante em que estamos em um determinado momento (estado X traço).

Nosso estado de humor atual , comportamentos e cognições (crenças centrais).

Mudança imediata dos modos dos esquemas.


Maior ênfase no relacionamento terapêutico.

Maior ênfase no afeto (por ex.: imagens mentais, roleplaying) e nos estados de humor.

Maior discussão das origens na infância e nos processos durante o desenvolvimento.

Maior ênfase nos estilos de enfrentamento de toda a vida (evitação e compensação).

Maior ênfase nos temas centrais entrincheirados (isto é, esquemas).


Faz uso de drogas e álcool em nível grave a moderado.

É psicótico.

Está em crise profunda em alguma área de sua vida.

Tem um Transtorno do Eixo1 agudo não tratado, que requer atenção imediata.

O problema é situacional e não parece relacionar-se com um padrão de vida ou com


um esquema.
TCC e TE enfatizam duas estruturas básicas amplas: esquemas e modos, para
entender a personalidade.

Incluem cognição, motivação, emoção, constituição genética, mecanismos de


enfrentamento e influências culturais: pontos importantes da personalidade.

Ambas reconhecem a necessidade de focar em aspectos conscientes e inconscientes


da personalidade.
Beck: desenvolveu o construto de modo para dar conta de intensas reações
psicológicas, relacionadas a sobrevivência e orientadas para objetivos.

Young: desenvolveu seu conceito de modo para diferenciar esquemas de estilo de


enfrentamento como traços (padrões duradouros e constantes) e esquemas e estilos
de enfrentamento como estados (padrões instáveis de ativação / desativação).
Empirismo cumpre um papel importante na mudança cognitiva.

Compartilham muitas técnicas de mudanças cognitivas e comportamentais, como o


monitoramento de cognições ou o ensaio comportamental.

Ensinam estratégias para alterar pensamentos automáticos, pressupostos subjacentes,


distorções cognitivas e crenças nucleares.

Enfatizam a importância de educar o paciente sobre os respectivos modelos de terapia.


Embora Beck se refira às estratégias de enfrentamento desadaptativas, Beck não as
considerou construto importante em sua reformulação.

Modelo de Young atribui às estratégias de enfrentamento desadaptativas um papel


central na perpetuação dos esquemas.
Maior importância atribuída a necessidades e processos centrais de desenvolvimento
na TE.

Beck concorda que as necessidades emocionais e as influências da infância cumprem


um papel importante na personalidade, mas não aprofunda quais são essas
necessidades fundamentais.

As técnicas de tratamento da Terapia Cognitiva foram desenvolvidas originariamente


para reduzir sintomas de Transtornos de Eixo 1.
Terapia do esquema dedica-se a maior parte do tempo a esquemas, estilos de
enfrentamento e modos, geralmente secundários na terapia cognitiva.

Ênfase que a terapia do esquema dá a origens infantis e estilos parentais.

Terapia cognitiva lida com as experiências da infância de maneira periférica.

A terapia do esquema dá importância ao trabalho vivencial como imagem mental e


diálogos e a terapia cognitiva não.
Terapia Cognitiva vê a relação terapêutica como veículo para motivar o paciente a
aderir ao tratamento.

Na Terapia do esquema, a relação terapêutica é um dos quatro componentes básicos


de mudança.

Terapeuta do esquema utiliza a confrontação empática mais do que empirismo


colaborativo.

Terapeuta cognitivo utiliza a descoberta guiada para ajudar os pacientes a perceberem


o quanto suas cognições são distorcidas.
Perturbações do humor. Vários transtornos de personalidade.

Perturbações ansiosas, transtorno Perturbações psicóticas.


obsessivo compulsivo.
Perturbações psicossomáticas e
Aplicação com crianças e adolescentes. disfunções sexuais.

Terapia dos esquemas para casais. Abuso de substâncias.

Perturbações alimentares. Quadros dissociativos e trauma.

Violência e aplicações em contextos Transtorno do stress pós-traumático.


forenses.
Um tema ou padrão amplo, difuso.

Formado por memórias, emoções e sensações corporais.

Relacionado a si próprio ou aos relacionamentos com outras pessoas.

Desenvolvido durante a infância ou adolescência.

Elaborado ao longo da vida do indivíduo.

Disfuncional em nível significativo.


Em síntese: esquemas desadaptativos remotos são padrões emocionais e cognitivos
autoderrotistas iniciados em nosso desenvolvimento desde cedo e repetidos ao longo
da vida.

Os comportamentos desadaptativos desenvolvem–se como resposta a um esquema.


Os comportamentos são provocados pelos esquemas, mas não se constituem em
partes dele.
Esquemas resultam de necessidades emocionais não satisfeitas na infância

Cinco necessidades emocionais fundamentais para os seres humanos:

1. Vínculos seguros com outros indivíduos (inclui segurança , estabilidade, cuidado e aceitação).

2. Autonomia, competência e sentido de identidade.

3. Liberdade de expressão, necessidades e emoções válidas.

4. Espontaneidade e lazer.

5. Limites realistas e autocontrole.

Temperamento inato.

Influências culturais (etnia, religião, situação socioeconômica).


Esquemas  origem  família nuclear.

Experiências que estimulam a aquisição de esquemas :

Frustração nociva de necessidades.

Traumatização ou vitimização.

Experiências boas em demasia (demasiada indulgência).

Internalização ou identificação seletiva com pessoas importantes.


Frustração nociva das necessidades: ocorre quando o ambiente em que a criança vive
não satisfaz às necessidades às suas necessidades de vínculos seguro, carecendo da
vivência de experiências boas em que se sente amada, compreendida e segura ao se
relacionar com pessoas significativas. Isso pode predispor à origem dos seguintes
esquemas:

Privação emocional.

Abandono.
Traumatização ou vitimização: quando a criança vivencia situações que lhe causam
danos ou experimenta situações que lhe causam danos ou experimenta sentimentos de
vítima, desenvolvendo esquemas como:

Desconfiança/abuso.

Defectividade/vergonha.

Vulnerabilidade ao dano.
Experiências demasiadas boas (Demasiada indulgência): a criança passa por uma
grande quantidade de experiências em que não são satisfeitas as suas necessidades de
autonomia e limites realistas. Os pais se envolvem excessivamente na vida da criança.
Não dando os limites necessários, além de superprotegê-la, o que torna suscetível o
desenvolvimento de esquemas como:

Dependência/incompetência.

Arrogo/grandiosidade.

Autocontrole/autodisciplina insuficiente.
Internalização ou identificação seletiva com pessoas importantes: ocorre quando a criança
internaliza comportamentos, pensamentos e sentimentos dos seus pais ou cuidadores.

Exemplo: uma criança que tem um pai crítico pode internalizar e se identificar com ele,
tornando-se crítica posteriormente.
Necessidades Emocionais Fundamentais
Esquemas  origem  família nuclear

Experiências que estimulam a aquisição de esquemas:


Frustração nociva de necessidades Temperamento define nível de necessidade
Traumatização ou vitimização Temperamento vulnerabiliza ou protege
Experiências boas  em demasia Temperamento influencia tipos de gostos
Internalização ou identificação seletiva com pessoas importantes

Temperamento leva a vieses atencionais


O temperamento é a base que determinará as
tendências de funcionamento do indivíduo e, assim,
tem vital efeito sobre o resultado final na identidade
pessoal. Sendo o temperamento um determinante
biológico da personalidade, é previsto que ele não
poderá ser totalmente modificado pelas influências
ambientais posteriores ao nascimento. Portanto, as
tendências geneticamente herdadas poderão ser
amplificadas, reduzidas, encobertas ou expressas
em sua natureza, mas nunca eliminadas ou
aumentadas exacerbadamente em sua totalidade.

(Lockwood & Perris, 2012).


Um ponto inovador em relação ao
papel do temperamento é a ideia de
que ele determina a quantidade ideal
requerida das necessidades
emocionais básicas do indivíduo em
um dos momentos críticos do
desenvolvimento (os chamados
Esquemas desadaptativos).
REFORÇO
REFORÇO Sintomas
Sintomas

Estilo
Estilode
de Estilo
Estilode
de
enfrentamento
enfrentamento enfrentamento
enfrentamento
adaptativo
adaptativo desadaptativo
desadaptativo

Esquemas
Esquemasiniciais
iniciais
adaptativos
adaptativosou
ou
desadaptativos
desadaptativos

Experiências
Experiênciascontinuadas
continuadas
Influências
Influênciasdos
doscuidadores (traumáticas
cuidadores (traumáticase/ou
e/ou
positivas)
positivas)

Necessidades
Necessidades
emocionais
emocionais
básicas
básicas

Temperamento
Temperamento
herança
herançafilogenética
filogenética
Lábil Não-reativo

Pessimista Otimista

Ansioso Calmo

Obsessivo Distraído

Passivo Agressivo

Tímido Sociável
Exemplo 1: Uma criança agressiva pode ter mais probabilidade de evocar
abuso físico de pai ou mãe violento do que uma criança passiva

Exemplo 2: Consideremos que duas crianças podem reagir de forma


diferente ao comportamento dos pais: dois meninos ambos rejeitados
pelas suas mães. A criança tímida se esconde do mundo e se torna cada
vez mais retraída e dependente de sua mãe , a criança sociável se aventura
e estabelece outras conexões mais positivas
Exposição a Temperamento
diferentes situações interfere na
Especificidade do
geradoras dos suscetibilidade a
temperamento
esquemas determinadas
vivências

Temperamento me
torna candidato ao
EIDS desenvolvimento de
certos esquemas do
que outros
Young, J. E. ; Klosko, J.S.; Weishaar, M. E. Terapia do esquema. Guia de técnicas cognitivo-comportamentais
inovadoras. Porto Alegre: Artmed, 2008.

Abreu, C.N. Teoria do Apego: fundamentos, pesquisas e implicações clínicas. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2005.

Callegaro, M. M., & Landeira Fernandez, J. Pesquisas em neurociências e suas implicações na prática psicoterápica.
In: A. V. Cordioli (Org.), Psicoterapia: Abordagens atuais (3 ed). Porto Alegre: Artmed, 2008.

Falcone, Eliane & Cols. Produções em Terapia Cognitivo-Comportamental. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2012.

Young, J. E. ; Klosko, J. S.; Weishaar, M. E. (2008) . Terapia do esquema. Guia de técnicas cognitivo-comportamentais
inovadoras. Porto Alegre: Artmed.

Young, Jeffrey & Klosko, Janet. Reinventa tu vida: como superar las actitudes negativas y sentir-se bien de nuevo.
Argentina: Paidós , 2012.

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