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Modelos de Psicoterapia Cognitiva Comportamental

Modelos Comportamentais
A 1º geração de modelos de PCC…
 Escola Reflexológica Russa – I. Pavlov
Condicionamento Clássico
Condicionamento de respostas emocionais – J. Watson
 Condicionamento Instrumenral – E. Thorndike
Condicionamento operante – B. F. Skinner

 Comportamentalismo como escola dominante na investigação empírica


americana durante várias décadas (dos anos 20 aos anos 60), mas não na
prática clínica (dominada pela psiquiatria, sobretudo de cariz psicanalítico)

Estímulo incondicionado (comida) Resposta incondicionada (saliva)


Estímulo neutro (campainha) + Estímulo incondicionado (comida) Estímulo
Condicionado (campainha) = Resposta condicionada (saliva)

Condicionamento Clássico (CC)

 Aprendizagem por associação de estímulos antecedentes


Exemplos:
 Associação da cama a outros estímulos (comer, ler, trabalhar) =
probabilidade de insónia
 Condicionamento “traumático”; Associação de estímulos relacionados a
momentos de elevado perigo (restrição alimentar, evitamento de situações
e locais)
 Associação também a nível fisiológico/interoceptiva (respostas fisiológicas
na perturbação de pânico)
Desenvolvimento de respostas emocionais (medo/ansiedade, nojo/náusea)

Processos básicos de aprendizagem/mudança por CC:


Condicionamento de respostas reflexas:

 Emparelhamento de estímulos neutros (EN) com estímulos incondicionados (EI)


– associação entre estímulos antecedentes)
Extinção/habituação:

 Quebra da associação entre estímulo condicionado (EC) e a resposta


condicionada (RC) através da exposição ao EC na ausência do EI. A RC vai
diminuindo gradualmente
Contracondicionamento/Inibição Recíproca:

 Associação do EC a estímulos que provocam respostas opostas/antagónicas


(tensão versus relaxamento; medo vs prazer)
Outros processos (discriminação do EC; generalização da RC)

Processos CC vs técnicas terapêuticas nas PCC:


Extinção/Habituação

 Exposição gradual (ao vivo ou por imaginação)


-Hierarquia de exposição a situações ansiógenas/Unidades Subjetivas de
Desconforto (USD): fobias, PAS, POC)
-E/PR: Exposição (com prevenção de resposta): POC
-Exposição interoceptiva: resposta fisiológicas na Pert. Pânico
 Exposição total – Flooding:
-Imersão: exposição total, prolongada, ao vivo (com prevenção da resposta de
evitamento)
-Implosão: exposição total, prolongada, por imaginação (com prevenção da
resposta de evitamento)
Contracondicionamento/Inibição Recíproca

 Dessensibilização sistemática
-Joseph Wolpe (anos 50) – indicada para fobias especififcas
-1º treino de relaxamento muscular progressuvo de Jacobson (RMP): consiste
em contraur e relaxar grupos musculares específicos, em sequência. Desta
forma, cada um vai-se tornando mais consciente do seu corpo e das sensações
físcias, enquanto relaxa
-2º treino construção de hierarquia
10/10/2022
VER APONTAMENTOS
17/10/2022

Terapia Racional Emotiva Comportamental (Albert Ellis)


O percurso de Ellis:

 A rejeição do sue treino analítico


 A influência do racionalismos da antiguidade (olhar da filosofia, apoiava-se
muito nos gregos) – racionalismo filosófico
 “Tirania do dever”- “Musturbatory thinking” (ideia de que tem mesmo de ser)

“People disturb themselves by the rigid and extreme beliefs that they hold about
things” - As pessoas perturbam-se a si próprias pelos seus pensamentos rígidos e
inflexíveis que eles têm em relação a vários acontecimentos

Modelo ABC da TREC


A- Evento ativador
B- Belief (Crença)
C- Consequência

Crenças irracionais – absolutistas, de tudo ou nada


7/11/2021

Terapia Cognitiva (cont.)


Distorções cognitivas, Crença intermédia e Crença central – Pensamentos automáticos
– reação, emoção, comp. Fisiológico – situação

Hierarquia de processos cognitivos


Esquemas/Crenças centrais

Erros ou distorções cognitivas/Crenças intermediárias

Pensamentos automáticos

Site para arranjar artigos científicos: sci-hub.se

14/11/2022
Teste: uma parte escolha múltipla e uma parte escrita (três perguntas, relativamente
ao caso apresentado proponha 3 ou 4 estratégias)
Terapia dos Esquemas (Young)

 Young estava interessado nos clientes não responsivos


 Resistem à mudança
 São disfuncionais
12/12/2022
Teste: 16/01
Fazer formulação de caso e propor um plano de intervenção para o caso.

 Higiene do sono é fundamental para regular o humor e ansiedade, ajustar a


rotina do cliente (discriminação do estímulo – condicionamento de resposta
reflexa que é o sono, regra 1 não dorme durante o dia, regra 2 estabelecer a
hora de levantar. Quem pratica exercício físico tem menor probabilidade de
desenvolver depressão ou ansiedade, fazer caminhas, mexer, passear o cão e
atividades de lazer, boas práticas de regulação emocional. Autorecompensa)
Formulação clínica em PCC
-Uma hipótese no início do processo terapêutico (os clientes nunca nos dizem tudo no
início), que vai ser reforçada ou alterada ao longo do processo
1. Quais acho que são os problemas da cliente
2. Fazer um diagnóstico (tomar decisões sobre onde começar)
3. O que está a contribuir para a manutenção dos problemas (ciclo da depressão)
4. Origem dos mecanismos (de onde vem a forma de pensar da cliente – história de
desenvolvimento dos nossos clientes, a história de vida do cliente vai influenciar a
forma de pensar e crenças centrais)
5. Precipitantes dos problemas atuais (o que aconteceu na minha vida para ficar assim)
6. Recursos que o cliente tem
Plano de intervenção
1. Objetivos gerais terapêuticos para este caso (o que esperamos que o cliente
faça. Objetivos formulados pela positiva)
2. Estratégias e técnicas que vou usar (levantamento, identificação de
pensamentos automáticos, autoregisto)
3. Reestruturar
Plano de segurança: estratégias básicas da gestão comportamental, ex: cliente vítima
de violência doméstica (é necessário fazer um levantamento dos episódios de
violência)
9/01/2023

No final, definir objetivos pela positiva (como gostaríamos que a cliente estivesse no
final do processo)

Formulação Clínica do Caso


Lista de problemas: despediu-se, sentimento de desespero, estado de humor e fadiga,
relação com o marido conflituosa, crenças e esquemas de que era “má mãe”, imensa
tristeza e vontade de chorar, perda de peso, pensamentos suicidas “devia
simplesmente desistir” e “melhor se não existisse”
Diagnóstico: depressão major
Mecanismos de manutenção: conflitos com o marido, as afirmações do marido que
fazem com que ela pense que são verdadeiras, está sempre em casa, isolamento social
Precipitantes (o que precipitou as dificuldades atuais, o que aconteceu nessa altura,
pode ser uma acumulação de fatores): relação com o marido degradada,
completamente exposta ao marido diariamente (despediu-se, passa o seu tempo em
casa, isolou-se mais)
Origens (experiências ao longo da vida): neste caso não está muito claro
Recursos: a mãe dela, a idade dela
Plano de intervenção
Objetivo geral: aumentar a autonomia e autoestima, que ela volte a ser como era
antes, desconstrução das crenças, mais independência, maior regulação emocional,
Objetivo específico: Psicoeducação sobre a depressão, aumentar o conhecimento
sobre a sintomatologia depressiva, psicoeducação sobre a violência conjugal
Estratégias: Terapia Cognitiva de Beck

PROFESSORA:
Formulação Clínica do Caso
Lista de problemas:
1. Sintomas depressivos: humor deprimido, falta de energia, anedonia,
hipersónia, perda de peso significativa, culpa, desesperança, ideação suicida
passiva (sem intenção, ativa seria com intenção)
2. Problema/conflitos conjugais (violência psicológica)
3. Isolamento da família e amigos
4. Problema ocupacional/Dependência financeira (não tem ocupação, nem
emprego, não dá conta das tarefas domésticas)
5. Problemas na gestão dos filhos (rotina de casa, relação com eles, irritabilidade)
Diagnóstico: Depressão
Mecanismos de manutenção: Ciclo da depressão é um bom referencial para a
formulação. Pensamentos automáticos negativos e crenças intermédias: “seria
melhor se não existisse”, “ninguém se interessa”, “não sou boa companhia”,
consequentemente tem humor deprimido (culpa, tristeza, desespero e
consequentemente a anedonia e de seguida a desadaptação- não consegue sair de
casa, sem rotina, aumento do conflito conjugal, sem rotina alimentar, demasiado
tempo deitada, sem amigos). Esquema de incompetência “eu não tenho o que é
preciso para ser boa mãe, boa amiga”. Relação abusiva com o marido, não
trabalha, o que agrava o sentido de inutilidade e a expõe ainda mais à relação com
o marido. Baixa autoestima. Comunicação passiva – ausência de competências de
comunicação. Erros cognitivos – sobregeneralização “ninguém quer saber” e
catostrifização “nunca mais vou ser a mesma”
Precipitante: ter deixado de trabalhar, maior exposição ao marido, relação
conjugal problemática desde sempre, o marido aproveita-se da passividade e da
autoestima da mulher,
Origens: não está claro, mas podemos aferir. Relações de sobre proteção, figuras
altamente críticas, desenvolvimento de vulnerabilidade (esta mulher foi mais vezes
criticada (pensamentos negativos sobre si) do que protegida, faltaram fontes de
validação
Recursos: a mãe e os amigos (rede de suporte está disponível, só que ela não usa)
é professora, apresenta competências sociais e académicas boas, os filhos, para já
é apenas uma relação conjugal de violência psicológica e não física

Plano de intervenção

Objetivos gerais: aumentar a autonomia, a independência e autoestima desta


mulher, empoderá-la, melhorar a rede de suporte e reforço positivo, criar uma
rotina (uma vida que valha a pena viver) e regular o humor (aumentar a motivação
para o dia a dia)
Em 1º lugar: Psicoeducação para a depressão (foco nos pensamentos e crenças
sobre ela e os outros e regulação do humor (autocontrolo da sua vida)
1º objetivo: Regular o humor
2º objetivo: empoderá-la, quebrar o ciclo da depressão através da ativação
comportamental (juntamente com a psicoeducação)
3º objetivo: Foco nos pensamentos e crenças identificação de pensamentos
automáticos (Usar a técnica da seta descendente) e mais tarde reestruturação
cognitiva (introduzir o debate socrático)
Pôr em prática os 6 passos da resolução de problemas
É um processo gradual
Só mais tarde…
4º objetivo: Planos de segurança (levantamento pormenorizadas das situações que
resultam do conflito conjugal)
5º objetivo: Treino de competências para lidar com a relação com o marido (role
play (ela no papel do marido), estilos de comunicação, no final dar feedback)
Se correr tudo bem…
Chegar à crença central (relação dela com os pais, situações bullying, outras
relações amorosas),
Mais tarde…
Processo de prevenção de recaída (o que mudou nela desde o início, os recursos
que tem hoje que não tinha na altura)
Formular planos de ação
O caso pode necessitar de recomendação de medicação (fica ao nosso critério)

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