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UNIVERSIDADE LICUNGO

Faculdade de Educação e Psicologia

Licenciatura em Psicologia Social e das Organizações – 1º Ano

4º Grupo

Amílcar Ismael de Sousa


Ana Paula Paulo
Atija Assul
Emílio Ali Emílio
Idacia Manuel Risco
Luís Fernando Milo
Meque Julião
Orreste Mondlane Roberto
Sérgio benjamim

Interacção funcional das unidades

Argumentos experimentais: correlação entre o modelo de Luria e


bateria psicomotora de Fonseca

Quelimane
2023

4º Grupo

Amílcar Ismael de Sousa

Ana Paula Paulo

Atija Assul

Emílio Ali Emílio

Idacia Manuel Risco

Luís Fernando Milo

Meque Julião

Orreste Mondlane Roberto

Sérgio benjamim

Interacção funcional das unidades

Argumentos experimentais: correlação entre o modelo de Luria e bateria


psicomotora de Fonseca

Trabalho apresentado ao curso de Licenciatura em


psicologia social e das organizações, Faculdade de
Educação, como requisito para avaliação na cadeira de
Psicofisiologia.

Orientado por dra: Marcelina Magalhães

Quelimane
2023

Índice

1. Introdução............................................................................................................................. 4

2. Objectivos............................................................................................................................. 4

2.1 Geral................................................................................................................................... 4

2.2 Específicos.......................................................................................................................... 4

3. Metodologia.......................................................................................................................... 4

4. Interacção funcional das unidades.........................................................................................6

4.1 A unidade para regular o tono, a vigília e os estados mentais.............................................6

4.2 Unidade para receber, analisar e armazenar informações....................................................8

4.3 Unidade para programar, regular e verificar a actividade....................................................8

4.4 Interacção entre as três principais unidades funcionais do cérebro...................................10

5. Argumentos experimentais..................................................................................................10

5.1 Correlação entre o modelo de Luria e bateria psicomotora de Fonseca.............................10

6. Conclusão............................................................................................................................14

7. Bibliografia......................................................................................................................... 15
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1. Introdução

Este trabalho tem como tema as interacções funcionais das unidades e argumentos
experimentais entre modelo de Luria e bateria psicomotora de Fonseca.

Assim sendo, importa referirmos que Luria desenvolveu um modelo em que afirmava
que diferentes funções cerebrais são realizadas por diferentes áreas cerebrais, as funções
cognitivas são organizadas em diferentes níveis hierárquicos, as áreas do cérebro se conectam
e trabalham em conjunto para realizar tarefas complexas, e que o cérebro tem a capacidade de
se adaptar e reorganizar suas funções em respostas a lesões ou mudanças ambientais. Esses
estudos desenvolvidos por Luria, tem por objectivo compreender as funções cognitivas e
neurológicas do cérebro humano, bem como as alterações que ocorrem quando há lesões
cerebrais. Luria buscou uma compreensão mais profunda da organização funcional do
cérebro, bem como as suas implicações para a cognição humana.

Já a correlação entre ao modelo de Luria e Fonseca, tem por objectivo avaliar as


funções cognitivas e neurológica das pessoas. A bateria de Fonseca utiliza os princípios do
modelo de Luria para avaliar diferentes áreas do desenvolvimento psicomotor, como
coordenação motora, percepção visual e organização espacial.

Contudo, as demais contribuições abordadas por estes autores serram debruçados ao


longo do desenvolvimento do trabalho.

2. Objectivos

2.1 Geral

 Descrever os pressupostos das unidades funcionais de Luria e a correlação existente


entre este modelo e a bateria psicomotora de Fonseca.

2.2 Específicos

 Caracterizar as unidas funcionais descritas por Luria.


 Identificar a correlação existente entre o modelo de Luria e a bateria psicomotora de
Fonseca.

3. Metodologia

De acordo com Lakatos & Marconi (1990:39), métodos são os caminhos pela qual se
censura a um efeito por mais que o trilho não esteja determinado previamente.
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Galliano (1986) “todas as acepções da palavra “método” registados nos dicionários


estão ligadas à origem grega methodos - que significa “caminho para chegar a um fim”.

Segundo Macedo (1994, p. 13), a pesquisa bibliográfica “trata-se do primeiro passo


em qualquer tipo de pesquisa científica, com o fim de revisar a literatura existente e não
redundar o tema de estudo ou experimentação”. Para a efectivação deste trabalho e com base
nos objectivos traçados, achou-se conveniente o uso da pesquisa bibliográfica que
compreendeu na leitura de manuais de certos autores que abordam sobre esta temática.
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4. Interacção funcional das unidades

Segundo Luria R. A (1981), os processos mentais do homem em geral, e a sua


atividade consciente em particular, sempre ocorre com a participação das três unidades, cada
uma das quais tem o seu papel a desempenhar nos processos mentais e fornece a sua
contribuição para o desempenho dos referidos processos. Outra característica importante é
que cada uma dessas unidades básicas exibe ela própria uma estrutura hierarquizada e consiste
em pelo menos três zonas corticais construídas uma acima da outra: as áreas primárias (de
projecção) que recebem impulsos da periferia ou os enviam para ela; as secundárias (de
projecção - associação), onde informações que chegam são processadas ou programas são
preparados, e, finalmente, as terciárias (zonas de superposição), os últimos sistemas dos
hemisférios cerebrais a se desenvolverem e responsáveis, no homem, pelas formas mais
complexas de actividade mental que requerem a participação em concerto de muitas áreas
corticais. Examinemos a estrutura e as propriedades funcionais de. cada unidade
separadamente.

Luria descreveu três unidades funcionais a saber: unidade para regular o tono, a vigília
e os estados mentais, unidade para receber, analisar e armazenar informações e a unidade para
programar, regular e verificar a actividade.

4.1 A unidade para regular o tono, a vigília e os estados mentais

Segundo Luria (1993), toda e qualquer actividade é desencadeada por algum tipo de
estímulo físico. Esse estímulo, por sua vez, desencadeia um fluxo de corrente eléctrica que
passa através de conexões neuronais, até atingir o córtex cerebral. É esse órgão extremamente
complexo que se encarrega de processar a informação e enviar a resposta através das vias
eferentes. No caso de funções mentais complexas, a primeira condição para o processamento
adequado da informação no cérebro é a necessidade de o sujeito estar em estado de vigília. É
a primeira unidade funcional que se encarrega de regular o tono, a vigília e os estados mentais
do indivíduo.

Numa abordagem mais profunda, dissertando sobre essa unidade funcional, Luria
atribuiu a Pavlov o mérito de não só ter inferido que a actividade organizada no homem
dirigida a metas requer a existência de um nível óptimo de tono cortical, como também de ter
estabelecido três leis neurodinâmicas que caracterizam esse tono. A primeira estabelece que a
intensidade da resposta depende da intensidade do estímulo. A segunda refere que a resposta a
um estímulo requer que haja concentração dos processos nervosos e equilíbrio entre a
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excitação e inibição e, a terceira está relacionada com a mobilidade dos processos nervosos,
característica que possibilita ao indivíduo mudar facilmente de uma actividade para outra.
Todos esses atributos (intensidade, concentração e mobilidade dos processos nervosos) são
inibidos durante o sono, ou no estado que o precede. Interessante destacar que o tono cortical
diminuído perturba a relação entre excitação e inibição, levando à perda da mobilidade e,
consequentemente, prejudicando o processamento da informação.

Depois às inferências de Pavlov, descobriu-se que no cérebro há uma estrutura


cerebral específica denominada de formação reticular, que é responsável pela manutenção do
estado óptimo do tono cortical. Essa estrutura, constituída por uma rede nervosa de neurónios
interconectados, situa-se no subcórtex e no tronco cerebral e tem como característica a
geração de sinais gradativos (e não do tipo tudo-ou-nada) que modulam o sistema nervoso.

As fibras da formação reticular formam dois sistemas: o sistema reticular ascendente e


o sistema reticular descendente. O primeiro (sistema reticular ascendente) faz conexões com o
tálamo, o núcleo caudado, o arquicórtex e com o córtex, e tem como função a activação do
córtex e a regulação do estado de sua atividade. Já o segundo (sistema reticular descendente)
tem fibras que correm no sentido oposto, ou seja, partem do neocórtex e seguem para o
arquicórtex, o núcleo caudado, os núcleos talâmicos, as estruturas mais baixas no
mesencéfalo, no hipo tálamo e no tronco cerebral. Assim, ao mesmo tempo que os sistemas da
primeira unidade mantêm o tono cortical, eles próprios são influenciados pelo córtex (Luria,
1983).

Segundo Luria, diversos experimentos em animais e em humanos demonstraram que


lesões e/ou estimulação na formação reticular levam a um ou mais destes estados: diminuição
pronunciada do tono cortical, estado de sono pronunciado, estado de coma, mudanças
sucessivas no estado de humor (depressão, indiferença, euforia), distúrbios de consciência,
distúrbios de memória, etc (Luria, 1983).

Chegamos a concluir que a primeira unidade funcional não tem qualquer relação
directa com a recepção, com o processamento das informações externas, ou com a formação
de intenções de comportamentos complexos (dirigidos a metas). Sua única actividade é
regular o estado da actividade cortical e o nível de vigilância, essencial para toda e qualquer
função cortical superior.
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4.2 Unidade para receber, analisar e armazenar informações

Contrariamente à primeira unidade, a segunda unidade funcional é responsável pela


recepção, análise e pelo armazenamento das informações.

Do ponto de vista histológico, essa região é formada por neurónios isolados, que
recebem impulsos individualizados e transmitem informações por meio de sinais do tipo tudo-
ou-nada.

Quanto à sua localização, situa-se nas regiões laterais do neo-córtex, sobre a superfície
convexa dos hemisférios, ocupando as regiões occipitais (visual), temporal (auditiva) e
parietal (sensorial geral). A característica principal dessa unidade é que a mesma possui
grande especificidade modal, já que está adaptada para a recepção de informações visuais,
auditivas, vestibulares ou sensoriais gerais. A organização da sua estrutura é hierárquica,
formada pelas áreas primárias (ou de projecção), que recebem e analisam as informações
vindas do exterior; pelas áreas secundárias (ou motoras de ordem superior), que codificam e
convertem as informações, e pelas áreas terciárias (de associação), que coordenam o
funcionamento dos vários grupos analisadores (Luria, 1983).

Nas áreas primárias, formadas por neurónios aferentes da lâmina IV, há grande
especificidade de funções. Os neurónios do sistema visual, por exemplo, respondem somente
aos estímulos estritamente visuais, como gradação da cor, movimento e formas dos objectos.

Nas áreas secundárias ocorrem a recepção, a análise e o armazenamento das


informações que chegam do mundo externo. Entretanto, esta área age em conjunto com as
zonas terciárias (ou de superposição), que contribuem para a conversão da percepção concreta
em pensamento abstracto, para a memorização da experiência e para o armazenamento da
informação, (Luria, 1983).

4.3 Unidade para programar, regular e verificar a actividade

Unidade funcional, responsável pela programação, regulação e verificação da


actividade consciente do homem, está localizada nas regiões anteriores dos hemisférios,
anterior ao giro pré-central.

Existem duas diferenças básicas entre a terceira unidade funcional, eferente, e a


segunda unidade funcional, aferente.
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A primeira diferença diz respeito à organização hierárquica, ou seja, enquanto na


segunda unidade os processos seguem uma via ascendente (da zona primária para as
secundárias e terciárias), na terceira unidade, os processos seguem uma via descendente:
começam nos níveis mais altos das zonas terciárias e secundárias, onde os programas motores
são planejados, e vão para as estruturas pré-motoras e motoras primárias, que enviam os
impulsos para a periferia. A segunda diferença é que na terceira unidade não existem zonas
analisadoras modalmente específicas, como ocorre na segunda unidade funcional (Luria,
1983).

As áreas pré-motoras são as áreas secundárias desta terceira unidade funcional.


Embora exibam o mesmo tipo de organização morfológica, do tipo vertical estriado, elas
apresentam mais camadas superiores de células piramidais pequenas. Assim, a estimulação de
partes das áreas pré-motoras resultará em grupos de movimentos organizados (como o giro
dos olhos, da cabeça, de todo o corpo, movimento de preensão das mãos, etc) e não em
movimentos isolados, como ocorre na área motora primária (Luria, 1983).

Porém, são nos lobos frontais, mais precisamente na região pré-frontal, que são
executadas as tarefas mais importantes da terceira unidade, já que desempenham papel
decisivo na formação de intenções e de programas de regulação e verificação das formas mais
complexas do comportamento humano. A principal característica da região pré-frontal é que
ela faz conexões com todas as demais áreas do córtex, assim como com os níveis mais
inferiores do cérebro (núcleos mediais, ventrais, pulvinar do tálamo, etc). Devido à natureza
bidireccional destas conexões, a região pré-frontal é capaz de não só receber e sintetizar as
informações recebidas, como também de organizar os impulsos eferentes, de modo que é
capaz de regular toda a estrutura cerebral. Como complemento, vale apenas reforçar que o
córtex pré-frontal exerce papel essencial na regulação do estado de actividade, o que o torna
capaz de proceder a modificações, segundo as intenções e os planos formulados.

Estudos em animais que tiveram o córtex pré-frontal lesado ou extirpado


demonstraram que esta região é essencial para o comportamento planejado dirigido a metas,
para a síntese dos movimentos dirigidos, para a emissão de respostas retardadas e para a
regulação e verificação dos comportamentos. No homem, obviamente, experiências desse tipo
são limitadas e normalmente os estudos que analisam as sequelas de pacientes lesionados
comprovam que o córtex pré-frontal é a principal área da actividade consciente do homem.
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Entretanto, não é demais enfatizar que os processos mentais necessitam do funcionamento e


da participação combinada de áreas individuais do cérebro.

4.4 Interacção entre as três principais unidades funcionais do cérebro

Cada forma de actividade consciente é sempre um sistema funcional complexo e


ocorre por meio do funcionamento combinado de todas as três unidades cerebrais, cada uma
das quais oferece a sua contribuição própria. Os pontos de vista modernos referentes à
estrutura de processos mentais são de carácter completamente diverso e se baseiam mais no
modelo de um anel reflexo ou sistema autor regulador, cada componente do qual incorpora
tanto elementos aferentes como efectores, de forma que, em conjunto, a actividade mental
assume um carácter complexo e activo (Leontev, 1959).

Os sistemas da primeira unidade cerebral suprem o tono muscular necessário, sem o


qual movimentos coordenados seriam impossíveis, os da segunda unidade fornecem as
sínteses aferentes dentro de cuja estrutura os movimentos ocorrem e os da terceira unidade
subordinam os movimentos e as acções aos planos correspondentes, produzem os programas
para a execução de acções motoras e provêem as necessárias regulação e verificação do curso
dos movimentos sem as quais o seu carácter organizado e útil se perderia (Luria, 1981).

Resumidamente, a teoria de Luria propõe que a primeira unidade funcional regula o


tono, a vigília e os estados mentais; a segunda unidade obtém, processa e armazena as
informações que chegam do mundo exterior e a terceira unidade se encarrega de programar,
regular e verificar a actividade mental. Uma das características comuns das unidades
funcionais é que elas possuem estrutura hierarquizada, contendo cada uma delas áreas
primárias (motoras de projecção), áreas secundárias (motoras superiores) e terciárias (áreas de
associação). Essas três unidades actuam em conjunto e possibilitam a realização de funções
corticais complexas.

5. Argumentos experimentais

5.1 Correlação entre o modelo de Luria e bateria psicomotora de Fonseca

A dinâmica sistemática do sistema psicomotor humano (SPMH), requer a participação


dialéctica e total das três unidas funcionais do cérebro proposta por Luria (1975). Este modelo
de organização funcional, confere ao cérebro a função da integração, elaboração e expressão
do movimento voluntario.
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A 1ª unidade, que compreende as funções psicológicas vitais da integração


polissenssorial e fisiognomica, bem como, da atenção e da vigilância intrassomatica, constitui
o substrato neurológico dos factores psicomotores da tonicidade e da equilibração.

A 2ª unidade, que compreende as funções psicológicas de análise, síntese,


armazenamento, associação visual, auditiva e tactilo-quinestesica intra e inter neurossensorial,
intra e inter hemisférica, constitui o substrato neurológico dos lobos occipital, temporal e
pariental, responsáveis pela organização dos factores psicomotores da noção do corpo, da
estruturação espacial e temporal.

A 3ª unidade, que compreende as funções psicológicas de planificação, programação e


regulação, tem por missão, transformar a informação intra e extra somática num projecto
motor e numa intencionalidade, inclui o substrato neurológico dos lobos frontais, responsáveis
pela organização dos factores psicomotores da proxia global e da proxia fina (Fonseca, 1985).

Factores psicomotores Sistema Substratos anatómicos


Unidade funcional
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(1ª unidade) Tonicidade Formação reticulada Medula


REGULACAO Tronco cerebral
TONICA DE Equilibração Sistemas vestibulares e Cerebelo
ALERTA E DOS proprioceptivos Estruturas talâmicas
ESTADOS MENTAIS
Atenção, Sono
Selecção da
informação
Regulação e activação
Vigilância-tonicidade
Facilitação-inibição
Modulação neuro-
tónica
Integração inter
sensorial
(2ª unidade) Lateralização Áreas associativas Córtex cerebral
RECEPCAO, corticais.
ANALISE E Noção do corpo Hemisfério esquerdo e
ARMAZENAMENTO (secundarias e direito
DA INFORMACAO Estruturação terciárias)
Recepção e análise Lobo-pariental
sensorial. Organização Espácio-temporal Centro associativo
espacial e temporal. posterior (tactilo-quinestésico)
Simbolização Lobo occipital (visual)
esquemática.
Descodificação e Lobo temporal
codificação. (auditivo)
Processamento.
Armazenamento.
Integração perceptiva
dos proprieceptores e
dos telerreceptores.
Elaboração gnósica.

(3ª Unidade) Praxia global Sistema piramidal Córtex motor


PROGRAMACAO, ideocinético
REGULACAO E Praxia fina Córtex pré (psico)
VERIFICACAO DA Áreas pré-frontais motor
ACTIVIDADE (área 6 e 8)
Intenções Centro associativo Lobos frontais
Planos anterior
Síntese
Elaboração práxica
Execução
Correcção
Sequencialização das
operações cognitivas

As três unidades em permanente interacção, formam uma constelação de trabalho que


processa a motricidade, organizando-a antecipadamente antes que se constitua em produto
final. Tal constelação de trabalho, sistema harmonioso e auto-organizado, composto de
subsistemas espalhados pelo todo cerebral, preside a organização psicomotora humana, como
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conjuntos de componentes ordenados e integrados, conferindo ao movimento voluntario, uma


arquitectura operacional de estruturas corticais e subcorticais. Segundo Luria (1975), existem
outras zonas que participam no movimento voluntario respectivamente: zona pós-central, que
se ocupa no feedback sensorial tactilo-quinestésico, precedente dos músculos; zona parieto-
occipital, que esta implicada na orientação espacial do movimento; zona pré-motora, que se
ocupa da sequêncialização do comportamento motor; e a, zona frontal, que tem por missão a
programação dos movimentos. Segundo Luria, as lesões nas diferentes zonas dão lugar a
diferentes perturbações comportamentais e a diferentes disfunções psicomotoras.

A constelação psicomotora sistemática de nível superior, contem um nível sintético e


um nível analítico, susceptíveis de se traduzirem reciprocamente em múltiplos programas e
subprogramas processados a níveis intermédios e inferiores.

O SPMH, composto pelas três unidades funcionais que envolvem os substratos


neurológicos específicos a que correspondem as funções psicológicas e os factores
psicomotores já referenciados, envolvem uma síntese aferente que emerge da função, de nível
molecular, desde o fuso muscular, da célula de Renshaw, dos corpúsculos de Golgi, das
coativações alfa-gama, ate as múltiplas excitações reflexogéneas, quer labirínticas, quer
proprioceptivas e exteroceptivas. Trata-se de uma síntese de todo universo intra somático, que
o cérebro necessita para adaptar ao meio exterior envolvente, uma vez que o ser humano se
notabilizou, e se notabiliza, pela sua capacidade de produzir e assimilar conhecimento
extrassomatico (Sagan, 1985).

O SPMH, e um sistema aberto, uma vez que recebe matéria e energia do seu mundo
envolvente, ao mesmo tempo que se apropria delas, assimilando-as e encorporizando-as, em
termos de desenvolvimento. Como sistema total, possui componentes (subsistemas) que
fazem parte de um conjunto, conjunto esse que possui propriedades e atributos, para alem de
relações internas de efeitos recíprocos e interdependentes funcionalmente, e obviamente
afectados, pelo meio onde ele se estrutura e se complexifica.
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6. Conclusão

Este trabalho tinha como tema as interacções funcionais das unidades e argumentos
experimentais entre modelo de Luria e bateria psicomotora de Fonseca. Assim sendo ao longo
do trabalho fomos apresentando alguns aspectos importantíssimos a levar em consideração no
estudo dos modelos de Luria, bem como a bateria psicomotora de Fonseca.

Outrora nos referimos que estes estudos de Luria, tinham por objectivo compreender
as funções cognitivas e neurológicas do cérebro humano, bem como as alterações que
ocorrerem quando há lesões cerebrais, porem, importa referimos que os estudos sobre unidade
para regular o tono, a vigília e os estados mentais, unidade para receber, analisar e armazenar
informações e a unidade para programar, regular e verificar a actividade ofereceram as
pessoas uma compreensão mais detalhada sobre as funções cerebrais, a identificação de áreas
especificas do cérebro responsáveis por diferentes habilidades e a possibilidade de avaliar e
tratar distúrbios neuropsicológicos de forma mais precisa.

Resumidamente, a teoria de Luria propõe que a primeira unidade funcional regula o


tono, a vigília e os estados mentais; a segunda unidade obtém, processa e armazena as
informações que chegam do mundo exterior e a terceira unidade se encarrega de programar,
regular e verificar a actividade mental.

Atinente a correlação entre o modelo de Luria e a bateria psicomotora de Fonseca,


chegamos a conclusão de que as três unidades em permanente interacção, formam uma
constelação de trabalho que processa a motricidade, organizando-a antecipadamente antes que
se constitua em produto final. Tal constelação de trabalho, sistema harmonioso e auto-
organizado, composto de subsistemas espalhados pelo todo cerebral, preside a organização
psicomotora humana, como conjuntos de componentes ordenados e integrados, conferindo ao
movimento voluntaria, uma arquitectura operacional de estruturas corticais e subcorticais.

Contudo, o presente trabalho visava abordar a respeito da temática supra citada, que
permitiu ao grupo inteiro na compreensão e interpretação dos mesmos conteúdos, sem mais
nada a debruçar, o grupo agradece a mediadora por ter nos confiado esta actividade, visto que,
os empiristas acreditavam que o conhecimento viriam então através da experiencia.
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7. Bibliografia

Fonseca, V. da., (1985). “Construcao de um modelo neuropsicologico de reabilitacao


psicomotora. Tese de dotoramento. UTL, ISEF”.

Galliano, A. G., (1986). “O método científico”: Teoria e prática. São Paulo: Harbra.

Lakatos, E., M. & Marconi, M. (1990). “Metodologias de trabalhos científicos: procedimentos


básicos, pesquisa bibliográfica, projecto de relatório, publicações e trabalhos científicos”. 3ª.
Edição. São Paulo. Atlas.

Leontiev, A. N. (1959). “Problems in Mental Development”. Moscou (russo). Izd. Akad.


Pedagog. Nauk RSFSR.

Luria A. R., (1981). “Fundamentos de neuropsicologia” são Paulo. Ed. da Universidade de


São Paulo .

Luria A. R., (1981). “Fundamentos de neuropsicologia”. São Paulo:Edusp.

Luria, A. R., (1975). “The workig brain”. London. Ed. Peguin books.

Macedo, N. D., (1994). “Iniciação a pesquisa bibliográfica”: guia do estudante para


fundamentação do trabalho de pesquisa. São Paulo: Loyola.

Sagan, C. (1985). “Os dragoes do Eden”. Lisboa. Ed. Gradiva.

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