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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DR.

JUIZ DA 1°VARA FEDERAL DA


SEÇÃO JUDICIÁRIA DE MOOT/XX.

A PROCURADORIA DA FAZENDA
NACIONAL, representada por procurador, em AÇÃO JUDICIAL contra
JUANITA MELLO, tomando ciência da interposição da APELAÇÃO, vem
à presença de Vossa Excelência, apresentar suas CONTRA-RAZÕES,
requerendo que, após cumpridas as formalidades de estilo, sejam-nas
recebidas e alcançadas à superior Instância.

cidade, data
PROCURADORIA DA FAZENDA NACIONAL
EGRÉGIA TURMA RECURSAL

CONTRA-RAZÕES DE RECURSO

RECORRENTE: JUANITA MELLO

RECORRIDO: PROCURADORIA DA FAZENDA NACIONAL

CONTRA-RAZÕES DO RECORRIDO

Colenda Turma,

A sentença prolatada pelo MM juiz, a quo, não merece


reforma. Pois, a mesma foi proferida em acordo com as Decisões judiciais de todo o
país.

1.0 SÍNTESE DOS FATOS

A senhora Juanita Mello, na condição de contribuinte do


Imposto de Renda devido ao município xxxxx, foi notificada para efetuar o pagamento
correspondente ao lançamento no valor de 18.466.869,04 (conforme detalhado no
demonstrativo de crédito tributário);

É válido esclarecer, que, este valor é devido à


contribuinte por esta ter agido de má-fé, utilizando-se de operação
simulada para isentar-se do seu dever legal no que cerne o devido
pagamento do Imposto sobre sua renda e acréscimos patrimoniais;
Como foi demonstrado nos autos da AÇÃO ANULATÓRIA
proposta pela Recorrente, a operação simulada foi concretizada através da concessão
gratuita dos direitos de imagem da recorrente para a empresa FUTINITA ESPORTE &
MARKETING LTDA, a qual, era curiosamente beneficiada pela totalidade dos
lucros oriundos dos contratos que versavam sobre a concessão do
direito de uso da imagem e voz de Juanita;

A referida ação proposta pela recorrente que demonstrou


sua insatisfação frente a notificação do fisco, tramitou de forma regular e válida, tendo
sido realizado todos os devidos atos processuais como demonstram as certidões, sendo
que a sentença a quo julgou improcedente o pedido autoral considerando a validade do ato
administrativo que busca o pagamento devido do IRPF, e manteve o lançamento em sua
totalidade;

Inconformada com a sentença proferida, a parte ora


Recorrente interpôs o seu recurso de apelação e diante disso a União devidamente
representada, vem por meio desta, manifestar-se em sede de contrarrazões.

2.0 DO DIREITO

Exª. A recorrente JUANITA MELLO Utiliza-se da pessoa


jurídica denominada FUTNITA ESPORTE & MARKETING LTDA, inscrita sob o CNPJ
58.627.094/0001-02, Para burlar o sistema tributário nacional, ocultando sua verdadeira
renda entre outros proveitos de naturezas distintas para gerar a si própria um
enriquecimento patrimonial indevido;
A recorrente realiza esse ato fraudulento por meio de fraude,
tendo em vista que “disponibilizou” de forma integral todos os valores devidos a título de
cessão de imagem, voz e nome;

Em que pese a Lei 11.196/05 em seu Art. 129 e a Lei 9.615/98


em seu Art. 87-A (“Lei Pelé”) possibilitarem que atletas cedam o uso de de suas imagens,
existem limitações que regulam e alertam possíveis ações
fraudulentas nesta referida operação de cessão;

O Parágrafo único do Art. 87-A da Lei 9.615/98 instrui e


determina o percentual máximo da remuneração total recebida por qualquer atleta no que
cerne os proventos oriundos dos direitos de imagem ofertados, deixando evidente que a
cessão deve respeitar determinados parâmetros e limites, veja:

Art. 87-A. Parágrafo Único. Quando houver, por parte do atleta, a


cessão de direitos ao uso de sua imagem para a entidade de prática
desportiva detentora do contrato especial de trabalho desportivo, o
valor correspondente ao uso da imagem não poderá
ultrapassar 40% (quarenta por cento) da remuneração
total paga ao atleta, composta pela soma do salário e dos valores
pagos pelo direito ao uso da imagem.

Em verdade, a ação da Recorrente se configura como fraude,


pois, os pagamentos que a priori deveriam ser realizados sob reflexos das leis trabalhistas,
são logrados de forma intencional para a campo cível, com o mero intuito de que os
tributos incidentes sobre estas operações se tornem menores;
jurisprudência pátria, caminha em diapasão com a instrução
normativa que limita o percentual recebido a título da cessão do direito personalíssimo a
imagem, veja:

DIREITO DE IMAGEM. NATUREZA JURÍDICA. No que se refere ao direito


de imagem, o Tribunal Regional ressaltou que referida parcela era
paga com habitualidade, independentemente se houvesse ou não
qualquer veiculação da imagem do atleta por parte da reclamada.
Esta conduta revela, em verdade, o intuito de burlar os direitos
trabalhistas do reclamante. A jurisprudência desta Corte é
no sentido de que verificada a fraude, deve-se
declarar o contrato nulo de pleno direito, nos
termos do art. 9.º da CLT, atribuindo-se caráter
salarial à parcela recebida fraudulentamente a
título de direito de imagem e consequente sua
integração na remuneração do atleta para todos os
efeitos. Precedentes. Recurso de revista não conhecido. (TST,
2ª T, RR – 195300-71.2008.5.15.0002, j. 16/11/15, Rel. Min.: Delaíde
Miranda Arantes, DEJT 20/11/15).

EMENTA TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE RENDA DE PESSOA FÍSICA/IRPF


SOBRE VERBA RECEBIDA PELO ATLETA PROFISSIONAL À TÍTULO DE
"DIREITO DE ARENA". CARÁTER REMUNERATÓRIO. 1. A verba recebida
por atleta profissional a título de“direito de arena”, ostenta caráter
salarial, pois decorre do contrato de trabalho firmado entre o atleta e
o clube e dele deflui, em negócio jurídico que lhe integra,
remunerando e acrescendo os ganhos do atleta em contrapartida
pela autorização dada para o uso da sua imagem. 2. Consigne-se que,
mesmo após a edição da Lei nº 12.392/2011, a jurisprudência do
Tribunal Superior do Trabalho firmou entendimento no sentido de o
direito de arena apresentar natureza remuneratória. 3. Apelação a
que se nega provimento.
É importante expor novamente, como foi posto nos autos, a
fragilidade do contrato social de constituição de sociedade empresária limitada realizado
entre JUANITA MELLO e TÔNIA CALDAS, contrato esse que constituiu FUTNITA ESPORTE &
MARKETING LTDA, afinal, em que pese JUANITA MELLO possuir 95% das quotas parte,
percebe-se que existem inconsistência patrimoniais, fato constatado pelo balanço
acostado nas fl n° 038, 039, 040, 041, 042 e 043;

Como foi exposto, ao estabelecer uma pessoa jurídica para


gerenciar a transferência de seu direito de imagem, a Sra. Juanita reduziu a sua base de
cálculo como pessoa física. Isso ocorre porque os valores, em teoria, são destinados à
empresa, resultando em uma alíquota menor que ela precisa pagar.

Destarte, requer a total improcedência do


Recurso.

cidade, data
PROCURADORIA DA FAZENDA NACIONAL

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