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1.

Princípios fundamentais ao Direito da família

O Direito da família é um ramo do direito privado especial, dotado de normas


jurídicas próprias, o Código da família. Porém, a organização política do Estado
estabelece princípios fundamentais, a que devem obedecer as leis ordinárias do
direito da família.

Entretanto, os princípios definem a estrutura determinam também as normas


constantes do Código da família.

Assim, podemos destacar os seguintes princípios fundamentais ao direito da


família:

1.1. Direito à constituição da família

O artigo da CR determina que é reconhecido à todos o direito de constituir uma


família, porém, deve se ter em conta outras normas jurídicas que impossibilitam
a constituição do vínculo familiar - art.º 35º n. 2 CR. Por exemplo, o menor não
pode fazer prova de paternidade e só é permitido adoptar uma criança as
pessoas quem tenham mais de 25 anos.

1.2. Direito à celebração do casamento

Como forma de manifestação de um outro princípio constitucional, a igualdade


entre todos os homens, todas as pessoas têm o direito natural de casar.

Mas este direito para ser exercido deve respeitar as situações de impedimentos
matrimoniais absolutos e relativos (a estudar em diante) que limitam a
celebração do casamento a determinadas pessoas por força de serem
incapazes. Por exemplo, a situação da pessoa demente que não pode casar-se
com quem quer que seja. Art.º 35º n.1 CR.
1.3. Competência da Lei Civil para fixar os requisitos e os efeitos do

casamento

A CR determina no art.º 35.º n. 4 que é a lei que define os pressupostos de


celebração do casamento, bem como os seus efeitos pessoais e patrimoniais.

1.4. Dissolução do casamento por divórcio

A Constituição consagra a possibilidade do divórcio, como forma de dissolução


do casamento, sempre que existam causas justificadas e fundamentadas, como
alusão ao princípio da estabilidade das relações familiares. Art.º 35.º n. 4 CR.

1.5. Princípio da igualdade entre os cônjuges

Os cônjuges são iguais perante a lei, pelo que a cada cônjuge em relação ao
outro cabe os mesmos direitos e os mesmos deveres matrimoniais. Art.º 35.º n.
3 CR.

1.6. A educação dos filhos da responsabilidade de ambos os progenitores

A manutenção e educação do agregado familiar compete a ambos os


progenitores, como determinação do princípio da igualdade, não havendo
qualquer discriminação entre o homem e a mulher. Art.º 35.º n. 6 CR.

1.7. Não discriminação dos filhos nascidos fora do casamento

Não deve existir qualquer forma de separação entre o filho que tenha nascido
antes, depois ou fora do casamento, pois existe igualdade entre as crianças, e o
progenitor deve tratar de modos idêntico em termos de afecto e alimento – art.º
35.º n. 5 CR.

A não discriminação impõe a necessidade das repartições oficiais e consulares


evitarem todas a expressões discriminatórias referentes aos filhos nascidos à
margem do casamento. Ficaram assim abolidas expressões como – filhos
adulterinos, incestuosos, espúrios, putativo ou filhos de pais incógnitos – Lei
10/77 de 9 de Abril.
1.8. Adopção é regulada pela lei Civil

A adopção é exclusivamente regulada pelo Código Civil, que equipara-a a


filiação natural e estabelece os requisitos, modalidades, efeitos e formas de
revogação. Art.º

1.9. Protecção da família

A Constituição determina no artigo art.º 35 n. 1, que a família é a instituição


fundamental da sociedade, e o Estado por esta razão efectua mecanismos para
a realização e continuidade dos membros.

Algumas medidas são…

1.10. Protecção da maternidade e da paternidade

Os pais têm direito à protecção por parte do Estado na realização da sua


actuação sobre o agregado familiar e aos filhos. Nota-se na determinação de
normas jurídicas que reflectem a protecção familiar como, protecção durante a
gravidez, licença de maternidade, o subsídio de aleitamento e a possibilidade
dos pais serem dispensados do trabalho por ocasião do nascimento dos filhos –
art.º 77.º CR.

1.11. Protecção da infância

Segundo o artigo da CR, as crianças merecem por parte da sociedade e do


Estado, tendo em vista o seu desenvolvimento. Destacam-se a proibição do
trabalho de menores de 14 anos, proibição do exercício de certas actividades
por parte dos menores e a protecção das crianças órfãs e abandonadas. Art.º
80.º CR.

1.12. Protecção da juventude

De igual modo, os jovens gozam de igual protecção para efectivação de direitos


económicos, sociais e culturais – art.º 81.º CR.

1.13. Protecção da terceira idade


O Estado e a sociedade protegem a terceira idade estabelecendo segurança
económica, condição de habitação e convívio familiar evitando a marginalização
social. Art.º 82.º CR.

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