Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Índice
I. INTRODUÇÃO......................................................................................................................1
1.1 Problematização...............................................................................................................2
1.2 Hipóteses:.........................................................................................................................3
1.3 Objectivos.........................................................................................................................3
1.4 Justificativa.......................................................................................................................4
3.1Quanto a natureza........................................................................................................10
3. Plano orçamental..................................................................................................................12
4. Cronograma de actividades..................................................................................................13
1
2
I. INTRODUÇÃO
O presente projecto de pesquisa com o tema “participação comunitária no processo do
desenvolvimento comunitário: estudo de caso no Município de Boane” surge âmbito do da
dissertação de mestrado para a obtenção do grau de Mestre em Gestão de empresas na
Universidade Apolitecnica de Moçambique, o mesmo pretende descrever os principais
factores que influenciam a participação comunitária no processo do desenvolvimento
comunitário.
2
3
1.1 Problematização
De acordo com o Banco Mundial (2006), a boa governação local não se resume apenas na
provisão de uma gama de serviços locais, mas também inclui a preservação da vida e
liberdade dos residentes, na criação de espaço para uma participação democrática e um
diálogo cívico, na promoção de um desenvolvimento local que seja ambientalmente
sustentável e baseado no mercado, e na persecução de resultados que enriqueçam a qualidade
de vida dos residentes. Aires e Nguiraze (2012) acrescenta ainda que a forma como os
espaços de participação comunitária são criados denota uma exclusão de grande parte da
população rural dos benefícios da representação política a nível local, ou seja, da
possibilidade de serem incluídos no governo e na participação em programas de
desenvolvimento locais.
Desta feita surge a necessidade de buscar este exemplo do distrito de Marracuene para os
outros distritos e municípios com vista a se fazer das comunidades locais parceiros no
processo de governação, não só, como também fazer com que as comunidades se sintam
envolvidas no processo de tomada de decisão relacionado com as comunidades. Surgindo
assim, a seguinte pergunta de pesquisa:
Pergunta de partida:
Quais são os factores que condicionam a plena participação das comunidades locais no
desenvolvimento comunitário?
1.2 Hipóteses:
H1: A sociedade participa do desenvolvimento local quando observa os resultados positivos
de sua participação, ou seja, quando é dado a ela poder de decisão e execução; assim, ela
ajuda a gerir os recursos públicos conforme sua necessidade.
3
4
1.3 Objectivos
1.3.1 Objectivo geral
Analisar os principais fatores que influenciam a participação comunitária no processo
de desenvolvimento comunitário.
1.4 Justificativa
Os primeiros anos de governação pós-independência, pelo partido Frelimo não reduziram a
lacuna existente entre o Estado e as comunidades, pelo contrário, as políticas adoptadas no
âmbito da ideologia da construção da nação socialista, o regime político de “centralismo
democrático” levaram a maior burocratização e fragmentação dos governos locais, e a erosão
da legitimidade do governo central” (WEIMER, 2012)
4
5
A nível académico o tema pretende ser mais uma contribuição no que se reger a literatura não
só da participação comunitária, bem como a que se referi ao desenvolvimento comunitário.
A nível social espera-se que o trabalho seja como uma alavanca para as comunidades no que
concerne a sua participação com vista ao desenvolvimento não só das comunidades, mas do
país em geral.
5
6
Segundo Dalton, Elias e Wandersman (2001, cit. por Elvas e Vargas Moniz, 2010) a
participação comunitária, apesar de envolver o contributo efetivo dos cidadãos nas decisões
com impacto na mudança social, envolve também o suporte ou ajuda entre membros de um
determinado grupo. Posto isso pode-se concluir que a participação comunitária envolve não
só a disponibilização de recursos as comunidades, mas também a existência da
disponibilidade da mesma em participar dos processos de decisão e a criação de grupos das
nas comunidades com vista a existência de mudanças quer de ponto de vista social e também
de ponto de vista económico nas comunidades onde se encontram inseridas.
Arnstein (1969, cit. por Kenny et al., 2013) afirma que embora, teoricamente, a participação
seja a pedra de toque da democracia, na realidade, uma grande franja da sociedade encontra-
se excluída do poder e das tomadas de decisão políticas e económicas. A participação é
descrita em termos categóricos como poder cidadão e a tipologia proposta, ilustrada por uma
escada de participação, pretende sublinhar a divergência de visões entre os que têm e os que
não têm poder.
Segundo Roy (1996), cada actor possui um grupo de valores que darão sustentação a seu
julgamento, no que se refere à intensidade e à solução de uma problemática; para tanto, eles
levam em consideração seus objetivos, interesses e aspirações. Entretanto, a participação é
uma forma que a sociedade e o poder público têm de partilhar as obrigações e os direitos.
Nesta linha de ideias pode-se afirmar que a participação comunitária surge como elo de
ligação entre as comunidades e o poder publico, reduzido assim o nível de exclusão da
sociedade no tange a decisões referente as sociedades a que se encontram inseridas.
6
7
Segundo Doniak (2002) apud. Pinheiro (1997), adaptando de Pretty (1994), classifica
diversos tipos ou maneiras de como as instituições de desenvolvimento interpretam e usam o
termo participação:
7
8
8
9
Não obstante às várias críticas à teoria democrática, Pereira (2012), no seu estudo sobre a
descentralização e pobreza política em Moçambique, mostra a relevância da participação
comunitária na resolução dos seus problemas. Para o autor, a participação dos membros das
comunidades nos conselhos locais (“espaços de interlocução entre o Estado, a sociedade civil
e o mercado, sendo muitas vezes, a um só tempo, fórum de debates, instância consultiva,
deliberativa e de gestão das políticas públicas” (Guimarães, 2005:2 Citado em Pereira,
2012:44) possibilita a formulação de políticas públicas que respondam às demandas das
comunidades. Mais ainda, o autor afirma que quanto mais forte a participação dos membros
das comunidades, mais eficaz é o governo na resolução dos problemas dessas mesmas
comunidades.
Arnstein (1969) apresenta uma distinção clara entre dois conceitos fundamentais para a
compreensão do processo de partição dos cidadãos. Por um lado, segundo Arnstein, a
participação pode ocorrer sem que haja uma “redistribuição de poder”. Neste contexto, a
participação constitui-se num processo vazio e frustrante para os não-poderosos. Este tipo de
participação permite que aqueles que detêm o poder argumentem que todas as partes foram
consideradas, porém, apenas algumas dessas partes se beneficiam pelas decisões tomadas.
9
10
Por outro lado, a participação dos cidadãos pode ocorrer num processo que inclua a
“redistribuição de poder”, que permita com que os cidadãos não-poderosos, excluídos dos
processos políticos e económicos, passem a ser deliberadamente incluídos. Neste contexto, a
participação constitui-se numa estratégia na qual os não-poderosos são incluídos para
determinar como a informação é partilhada, como as politicas e as metas são estabelecidas,
como os recursos são alocados, como os programas são operacionalizados e como os
benefícios como contratos e patronagens são parcelados (ARNSTEIN, 1969).
Para Donaik (2002), a noção de desenvolvimento local teve, durante muito tempo, um caráter
centralizador e baseado em grandes empresas. Um local para se desenvolver teria
necessariamente que atrair investimentos de empresas de grande porte. Hoje, temse um novo
enfoque, “de baixo para cima”, de caráter difuso, com diversas fontes de propagação e efeitos
de influência, sustentado por fatores não somente econômicos, mas também sociais, culturais
e territoriais (COELHO & FONTES, 1998).
10
11
Segundo Mascarenhas (2012) “pesquisa qualitativa é aquela que é usada quando se pretende
descrever um objecto de estudo com mais profundidade”.
Segundo Mascarenhas (2012) “método indutivo parte do específico para o geral, tirando
conclusões abrangentes com base em casos particulares”.
A pesquisa será indutiva na medida que se baseará nos dados e resultados colhidos no distrito
de Marracuene para chegar a conclusão sobre os distritos/ municípios em geral.
11
12
Segundo Lundin (2016) “pesquisa bibliográfica é aquela que é elaborada a partir de material
já publicado, fonte secundária, constituído principalmente de livros e artigos de jornais» em
quanto que «pesquisa estudo de caso é aquela que envolve o estudo profundo e exaustivo de
um ou poucos objectos de maneira que permita o seu amplo e detalhado conhecimento”.
A pesquisa será bibliográfica porque se baseará nos manuais e trabalhos já publicados para
fazer a colecta e selecção de dados para elaboração do mesmo e estudo de caso porque os
dados práticos a serem desenvolvidos serão colhidos em campo, no caso no distrito de
Marracuene.
A amostra será estratifica, porque primeiro vai se separar a amostra em estrato (bairros a
serem estudados) e posterior será extraída uma amostra simples.
Será elaborada uma entrevista a qual será feita a todos membros da amostra a ser analisada no
estudo de caso.
12
13
3. Plano orçamental
Tabela 1: Plano orçamental
13
14
4. Cronograma de actividades
Tabela 2: cronograma de actividades
14
15
Referencias bibliográficas
CERVO, Amado Luiz. Metodologia científica: para uso dos estudantes universitários. 3ª
Edição. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1983
ARNSTEIN, S. R. (1969). A Ladder of Citizen Participation. JAIP, Vol. 35, No. 4, pp. 216-
224.
Banco
15
16
16