Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
A COGNIÇÃO - Síntese
A cognição é o conjunto de mecanismos através dos quais cada um de nós adquire, trata,
conserva e explora informação produzindo conhecimento. Diz respeito a importantes funções
que asseguram ao organismo os ganhos de informação necessários às suas trocas ativas com o
meio, incluindo sensação e perceção, memória e atenção, aprendizagem e inteligência.
2. O que é a sensação?
Sensação é a reação dos órgãos recetores sensoriais aos estímulos do meio. Permite
transformar a energia do estímulo (luminoso, mecânico ou químico) num impulso elétrico, que
segue, através dos neurónios, até ao cérebro.
A sensação diz respeito ao modo como os órgãos sensoriais captam os estímulos e aos
mecanismos que permitem que essas informações sejam transmitidas ao cérebro enquanto a
perceção se refere ao processamento posterior da informação sensorial, cujo resultado são as
representações ou construções mentais dos estímulos.
Os fatores que influenciam a perceção são de duas ordens: inata (biológica) e aprendida
(social). Ou seja, no que respeita à perceção, ao modo como compreendemos o mundo, somos
influenciados por mecanismos fisiológicos (figura/fundo, agrupamento, profundidade e
constância percetiva), mas também por necessidades, crenças, emoções, expectativas. As
experiências com o precipício visual, de Eleanor Gibson e Richard Walk, apontam para a
importância da dimensão inata da perceção, mostrando como a perceção de profundidade nos
bebés se reflete na relutância em se aproximarem de áreas percebidas como profundas. As
várias experiências com ilusões alertam para o papel do meio e da cultura na forma como
percebemos o mundo. Por exemplo, a ilusão de Ponzo mostra como o facto de estarmos
habituados a recorrer a determinados indicadores de profundidade nos leva a interpretar
incorretamente a informação.
Por um lado, a perceção permite-nos interpretar o mundo que nos rodeia e, nesse sentido,
desenvolver mecanismos, por exemplo, de autoproteção face à perceção de um ambiente
potencialmente perigoso ou hostil; por outro lado, torna possíveis todos os demais processos
cognitivos (memória e aprendizagem, por exemplo).
7. O que é a memória?
1
8. Como se distinguem os três tipos de memória?
As memórias sensorial, de curto prazo e de longo prazo diferem entre si quanto à natureza,
período de permanência da informação e capacidade.
Para que a informação não se desvaneça e possa ser transferida da memória sensorial (MS)
para a memória de curto prazo (MCP), é necessário o envolvimento da atenção, que
corresponde, de forma simples, à capacidade de focar um evento ou situação. Falamos em
propriedades seletivas da atenção quando nos referimos à capacidade de nos concentrarmos
em alguns estímulos e ignorarmos outros. Falamos em atenção dividida quando tentamos
focar os sentidos em mais do que um estímulo ou quando intercalamos a nossa atenção com
outra tarefa.
A memória humana está muito longe de ser um registo fotográfico fiel e objetivo de factos e
acontecimentos. Inclui esquecimentos, distorções, falsas atribuições e, inclusivamente,
efabulações e mentiras, mesmo que inconscientemente construídas (investigações de
Elizabeth Loftus e Daniel Schacter).
2
É preciso, constantemente, adquirir e esquecer. O esquecimento é uma condição necessária à
memória, sem a qual não poderemos continuar a recordar. É não apenas uma realidade
inerente à memória como também, e essencialmente, uma necessidade.
A nossa relação com o meio exterior não faria sentido se não existisse uma forma de registar e
relembrar os resultados de interações prévias. Disso nos dá exatamente conta o trágico
destino de H. M. com que se abre o capítulo da cognição. Incapaz de formar novas
recordações, H. M. nada pode aprender, desconhece quem é, onde vive e nada sabe sobre a
sua própria vida.
3
Ao contrário do reforço, que pretende aumentar a frequência do comportamento, a punição
visa reduzir a sua ocorrência. Num caso e no outro, o positivo e o negativo querem dizer
adicionar e eliminar, respetivamente, não tendo nada a ver com bom ou mau, prazeroso ou
doloroso.
4
labirinto, que estes criavam mapas mentais do labirinto, apesar de só alterarem
comportamento quando era introduzida uma recompensa.
5
Para a teoria das inteligências múltiplas, a inteligência é entendida holisticamente: as
capacidades cognitivas humanas, independentes entre si, envolvem oito inteligências
(linguística, lógico-matemática, corporal-cinetésica, musical, espacial, interpessoal,
intrapessoal e naturalista).