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Cogniçã o

Perceção: É a conduta psicológica com a qual organizamos as diversas


sensações de modo a tomarmos conhecimento da realidade. Com a perceção
conhecemos o mundo que nos rodeia.

Os fatores de significação são: a idade; o sexo; o contexto cultural, a


atividade profissional, a experiência anterior, as expectativas, o estatuto social. Estes
fatores, que constituem a história pessoal do sujeito, vão subjetivar o ato
percetivo, na medida em que cada sujeito interpreta as manifestações exteriores
(significantes) atribuindo-lhes um significado; a objetividade do estímulo dá lugar a
interpretações diferentes que variam de acordo com as significações atribuidas por
cada um (que são dependentes da sua história pessoal).

Constância percetiva: A perceção diz-nos que a visão que temos do mundo


não é uma representação mas uma interpretação. O reconhecimento envolve
experiências, memórias e aprendizagens que mantêm as características dos objetos,
apesar das circunstâncias que estes se encontram serem diversas.Verificamos
Constância de tamanho , Constância de forma e Constância do brilho e da cor.

Aprendizagem: Alteração relativamente estável do comportamento ou do


conhecimento, devida à experiência, ao treino ou ao estudo (que condicionam essa
alteração).

Condicionamento: é um processo em que associamos um estímulo condicionado


a um estímulo natural, a repetição desta associação leva o indivíduo a reagir ao
estímulo condicionado do mesmo modo que reagiria ao estímulo natural.

O condicionamento clássico assenta no binómio: estímulo-resposta:


 Estímulo – é um elemento do meio que produz um efeito sobre o organismo,
levando-o a alteram o seu comportamento.
 Resposta – é a atividade do organismo que sucede à captação do estímulo
(movimento, pensamento, emoção, secreção)
Condicionamento operante: Caixa de Skinner - experiência do rato. Quando o
rato estabeleceu uma associação entre a resposta operante (premir a alavanca) e o
reforço (alimento), concluiu a aprendizagem, ficou condicionado a premir a alavanca
para comer.

Reforço: Qualquer estímulo que surge em consequência de um comportamento e


que aumenta a sua ocorrência.

Castigo: Qualquer estímulo que surge em consequência de um comportamento e


que diminui a sua ocorrência

Reforço positivo: estímulo apetecível que aumenta a frequência do


comportamento

Reforço negativo: o retirar do estímulo aversivo que aumenta a frequência do


comportamento
Condicionamento Clássico Condicionamento Operante

Estímulos Associação de estímulos O comportamento é


neutros e incondicionados acompanhado de
consequências positivas
Natureza Reflexos, respostas mecânicas Comportamento aprendidos e
Comportamento e automáticas adquiridos

Tipo de resposta Involuntária Voluntária

Papel do sujeito Passivo, o comportamento é Ativo, o sujeito opera para


mecânico obter satisfação ou evitar a
dor
Tipo de A aprendizagem faz-se por A aprendizagem faz-se por
aprendizagem associação de estímulos reforço (positivo ou negativo)

Aprendizagem social: Segundo Bandura este tipo de aprendizagem ocorre pela


observação das condutas daqueles com quem vivemos (a maior parte dos
comportamentos das crianças são aprendidos por imitação de modelos -
MODELAGEM). De acordo com Bandura, as pessoas podem aprender diretamente ou
indiretamente:
 A aprendizagem direta é feita através de aquisições por reforço ou
castigo direto em que as consequências positivas ou negativas dos atos
recaem sobre o sujeito que os pratica.
 A aprendizagem indireta faz-se por reforço negativo ou castigo
indireto ou vicariante em que os modos de proceder são indicados pela
observação das consequências positivas e negativas que recaem nos
outros.

Assim, o reforço vicariante consiste na aprendizagem feita pela


observação das consequências de determinados comportamentos.

Memória: Processo de recordar conteúdos aprendidos que foram


armazenados para serem utilizados em momentos posteriores.
Aprendizagem e memória são processos indissociáveis pois só se
retém na memória aquilo que foi aprendido; e só se considera aprendido aquilo que se
reteve na memória. Deste modo, sem memória, as aprendizagens teriam de estar
constantemente a ser adquiridas, o que significa que não ter memória seria o mesmo
que não ter aprendido nada.
Distorção do traço mnésico acontece quando existem alterações que baralham o
que inicialmente foi aprendido. Deve-se a falhas que podem ocorrer na codificação, no
armazenamento ou na recuperação de conteúdos.

 Falhas na codificação: algo foi deturpado pela significação que cada um


atribuiu aquilo que memorizou
 Falhas no armazenamento: o que possuímos armazenado na memória de
longo prazo está sujeito a falhas que acontecem por via do tempo.
 Falhas na recuperação: existe interferência de outras informações ou
supressão de um acontecimento ou pensamento que provoca perturbação no
sujeito.

Esquecimento por inibição proactiva: há esquecimento provocado pelas


interferência de recordações passadas

Esquecimento por inibição retroativa: há esquecimento pela interferência de


novas informações

Segundo Freud nós esquecemos o que inconscientemente nos convém –


temos uma motivação inconsciente para o esquecimento, evitamos assim os
acontecimentos penosos e as situações angustiantes, este processo designa-se por
recalcamento, as memórias objeto de recalcamento não são recuperadas por um ato
de vontade. O recalcamento funciona como um mecanismo de defesa afasta
determinadas recordações de modo a evitar os conflitos internos.
Emoçã o
Características das emoções:
• Têm um TEMPO
• Variam de INTENSIDADE
• Refletem ALTERAÇÕES CORPORAIS, expressões faciais, aceleração do ritmo
cardíaco.
• Têm CAUSAS OU OBJETOS a que se dirigem, acontecem a propósito de algo
• São VERSÁTEIS - aparecem e desaparecem rapidamente.
• Têm uma POLARIDADE: são positivas ou negativas
• Não são determinadas pelos factos, mas sim pela INTERPRETAÇÃO desses
factos

Afetos: Estados psicológicos elementares que determinam sensações agradáveis ou


desagradáveis no indivíduo, em função dos sentimentos que nutre em relação a
pessoas ou outros seres.

Emoções: Reações curtas e intensas do organismo a um acontecimento inesperado,


que são acompanhadas de uma tonalidade afetiva agradável ou desagradável.

Sentimentos: Estados afetivos relativamente estáveis de média intensidade e com


papel moderador nas relações que o sujeito estabelece com a realidade.

Para Damásio as emoções e sentimentos apresentam natureza diferente: as


emoções implicam alterações fisiológicas (aceleração do ritmo cardíaco e respiratório,
entre outras); enquanto que o sentimento é a tomada de consciência dessas
alterações fisiológicas, o ritmo a que se vão sucedendo e a sua evolução.

Emoções primárias: inatas, revelam-se úteis porque permitem reações


automáticas que facilitam que o individuo fuja do perigo, estas são promovidas pelo
sistema límbico (amigdala, talamo, hipotalamo, hipocampo)

Emoções secundárias: implicam uma avaliação cognitiva dos acontecimentos,


esta avaliação necessita de fazer associações com aprendizagens já feitas. Estas
emoções ocorrem no córtex pré-frontal.

Componentes da emoção:
1. Reações Biológicas
2. Reações expressivas
3. Experiências conscientes

Alterações fisiológicas da emoção:


 Respiração ofegante
 Tremuras musculares
 Rubor facial
 Aceleração do ritmpo cardíaco
 Decréscimo da secreção salivar

Prespectivas sobre as emoções:

 Evolucionista: existem emoções que são universais, são independentes dos


processos de aprendizagem ou da cultura em que se observam.
 Fisiológica: as emoções resultam das perceções do estado do corpo,
considera as alterações orgânicas como a causa e não como consequência das
emoções.
 Cognitivista: defende uma relação estreita entre os processos cognitivos e
as emoções, é o modo como interpreto um acontecimento que me causa a
emoção e não o acontecimento per si, a emoção é determinada pelo modo
como avaliamos e representamos a situação.
 Culturalista: as emoções são uma construção social, são aprendidas no
processo de socialização, as expressões variam no tempo e no espaço em
função de uma cultura.

Após pesquisas feitas a vários casos de doentes com danos cerebrais, no


cortex pré-frontal, António Damásio concluiu que as emoções e os sentimentos não
são um obstáculo ao funcionamento da razão, estão até envolvidas no processo de
decisão.
Damásio afirma que a tomada de decisões faz-se por 2 vias :
 O raciocínio faz uma representação das consequências: avaliação da situação,
opções possíveis, comparações lógicas, etc.…
 A perceção da situação provoca a ativação de experiências emocionais
sucedidas anteriormente em situações semelhantes.
Damásio diz que a forma como decimos está assente na hipótese
marcador somático é um mecanismo automatizado que suporta as nossas
decisões, contribui para limitar o tempo de decisão, sem marcador somático a lógica
precisaria de operar sobre demasiadas opções e por isso levaria imenso tempo a emitir
uma decisão, com o marcador somático há sempre uma emoção associada à decisão
tomada, por mais simples que ela seja.
Quando queremos tomar uma decisão fazemos uma avaliação das
consequências, tentando sentir o que vai resultar de agradável ou desagradável, por
exemplo hesitamos na aceitação de um emprego numa empresa poluidora do
ambiente, aqui o marcador somático atua e provoca uma espécie de repulsa.

Conaçã o
Intencionalidade: Relação entre a mente ou consciência e o objeto para
que está orientada.

A ação é intencional sendo que a intenção diz respeito ao que o ser


humano se propõe a realizar e é explicitada por aquilo que cada um quer concretizar,
atingir ou obter.

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