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Fundação Educacional Serra dos Órgãos

Centro Universitário Serra dos Órgãos


Centro de Ciências da Saúde – CCS
Curso de Graduação em Medicina

Jornada Acadêmica IETC- Grupo B

O PODER DO AUTOCUIDADO NA PROMOÇÃO DA SAÚDE MENTAL

Alunos:
Adão Garcia Dallia Filho- 04001964;
Catarina Pinto Nogueira de Souza- 06003064;
Gabi Da Silva Sousa Ferreti- 06002998;
Isabela Afonso Mancebo- 06003005;
Júlia Siqueira Furtado Faria - 06002936;
Luisa Vidal Brasil Oliveira-06002970;
Marcelo Lameira da Fonseca- 06003758;
Paula Matos Melo da Silva - 06002145;
Raphael Henrique Alves Nunes- 06002999;
Thiago Horsth Branco- 06002967;
Yasmin Barroso Vieira-06003004
Tutoria: B

Teresópolis-RJ
2023
Introdução:
A saúde mental tem se tornado uma prioridade na agenda da saúde pública, devido
ao impacto significativo que os problemas psicológicos têm sobre a qualidade de vida e o
bem estar das pessoas. Diante desse cenário, a OMS cita que o autocuidado surge como
uma abordagem fundamental para a promoção da saúde mental, sendo reconhecido como
um conjunto de práticas e comportamentos que visam a preservação e o aprimoramento do
bem estar psicológico1.
O autocuidado abrange um conjunto de práticas e comportamentos que visam a
preservação e o aprimoramento da saúde física, emocional e mental2. Nesse sentido, a
conscientização sobre hábitos saudáveis torna-se primordial para o autocuidado e para a
promoção da saúde mental. Adotar uma alimentação balanceada, praticar atividades físicas
regularmente, cuidar do sono, gerenciar o estresse e evitar o uso abusivo de substâncias
nocivas são alguns dos pilares que contribuem para a manutenção de uma boa saúde
mental.
O estudo de Santos e Barham (2020) abordou os desafios e possibilidades do
autoconhecimento em saúde mental no contexto da atenção primária. Ressaltou assim a
necessidade de integrar práticas de autocuidado, envolvendo ações educativas, o estímulo
à autonomia dos pacientes e a criação de espaços de escuta e acolhimento, com o objetivo
de fortalecer o cuidado integral da saúde mental3.
A autoestima desempenha um papel crucial no cuidado de pacientes portadores de
doenças mentais. A valorização de si mesmo, o reconhecimento de suas qualidades e a
aceitação de suas limitações são aspectos fundamentais para a construção de uma
autoimagem positiva. O incentivo à autoestima proporciona aos indivíduos uma maior
capacidade de lidar com os desafios emocionais, fortalecendo sua resiliência e
autoconfiança. Dessa forma, investir na autoestima dos pacientes é essencial para
potencializar seu processo de recuperação e promover a saúde mental.
Ribeiro e Silva (2019) investigaram o papel do autocuidado na promoção da saúde
mental.
O artigo enfatizou a importância do autocuidado como uma estratégia preventiva e
complementar no cuidado da saúde mental, destacando a sua relação com a promoção do
autoconhecimento, da resiliência e do enfrentamento dos desafios emocionais4.
O ser humano é um ser social por natureza, e o contato com outras pessoas pode
contribuir para o desenvolvimento de habilidades sociais, a diminuição do isolamento e o
fortalecimento dos laços afetivos5. Participar de grupos de apoio, envolver-se em
atividades comunitárias e manter relações saudáveis com familiares e amigos são
estratégias importantes para o bem-estar emocional. A interação social, portanto, é um
elemento-chave no autocuidado, proporcionando suporte emocional, troca de experiências
e sensação de pertencimento.
Diante dessas considerações, torna-se evidente a importância do autocuidado na
promoção da saúde mental. A conscientização sobre hábitos saudáveis, o incentivo à
autoestima e a valorização da interação social são pilares essenciais nesse processo. O
presente projeto de intervenção tem como objetivo explorar mais profundamente essas
temáticas, analisando estudos e evidências científicas que embasam a importância do
autocuidado como ferramenta poderosa na promoção da saúde mental.
Justificativa:
O tratamento mais eficaz para as doenças psiquiátricas é aquele capaz de unir
estratégias multidisciplinares, por meio de atividades que reúnam prevenção, promoção e
proteção à saúde. Um ponto indispensável para se recuperar o bem estar individual e
reduzir os sintomas psíquicos é o autocuidado. Através da instalação e estímulo à
manutenção de atividades que melhorem a autoimagem, como higiene e atividades de
lazer, é possível recuperar a consciência e inserção social do indivíduo, tornando-os
funcionais individual e coletivamente.

Objetivo Geral:
Analisar o poder do autocuidado na promoção da saúde mental.

Objetivos Específicos:
1- Realizar o esclarecimento acerca de hábitos saudáveis para o autocuidado e
promoção de saúde mental.
2- Incentivar a autoestima de pacientes portadores de doenças mentais.
3- Favorecer a interação social como forma de autocuidado em saúde mental.

Metodologia:
O autocuidado é uma estratégia poderosa na promoção da saúde mental. O
incentivo acerca de hábitos saudáveis, autoestima e interação social para o cuidado e
promoção de saúde será realizada por meio de diversas metodologias, tais como:
1. Palestras educativas: organizar palestras para abordar temas relacionados à
alimentação saudável, prática de exercícios físicos, prevenção de doenças, entre outros, é
uma forma efetiva de disseminar informações importantes sobre hábitos saudáveis.
2. Oficinas práticas: realizar oficinas práticas sobre alimentação saudável, culinária
saudável e atividades físicas pode ser uma forma de incentivar as pessoas a adotarem
hábitos mais saudáveis e proporcionar a oportunidade de colocar em prática o que foi
aprendido.
3. Oficinas de atividades recreativas: podem ser utilizadas como uma forma
divertida de estimular a interação social. Essas atividades permitem aos pacientes se
divertirem e interagirem com outras pessoas de forma descontraída.
4. Oficinas de higiene pessoal: a partir de oficinas que contemplem melhores
hábitos, busca- se desenvolver habilidades básicas de higiene, aumentar o esclarecimento
sobre a importância do cuidado pessoal e melhorar a qualidade de vida dos participantes.
Além disso, haverá a distribuição de kits ao final da atividade para extensão do projeto
para além do local de atividade.
5. Coleta de dados: o grupo coletará dados antes e depois da realização da
metodologia 4 como forma de pesquisa para que possa comparar o desempenho dos
pacientes e observar a evolução das técnicas de higiene pessoal dos mesmos após a
realização das atividades de intervenção.

Plano de ação:

Etapa 1: Reconhecimento do contexto no qual se pretende atuar (diagnóstico


local)
A escolha do local foi devido à introdução do grupo no Centro de Atenção
Psicossocial (CAPS) em Teresópolis, no Bairro Tijuca. O local apresentou carência acerca
do autocuidado dos usuários e a necessidade de atividades voltadas acerca desta temática.

Etapa 2: Identificação do problema e formulação da situação-problema


Diante da inserção no cenário de prática do CAPS, foi identificado carência de
autocuidado dos usuários e a falta de atividades acerca deste assunto. Entende-se que a
prática do autocuidado impacta de forma positiva no tratamento psíquico que estas
instituições realizam,visto que o compromisso com o cuidado individual influencia
diretamente na construção de ideais que empoderam a mente humana, e torna o indivíduo
mais confiante e dedicado a trabalhar no combate do próprio sofrimento psíquico.Em
suma, conclui-se que a principal situação-problema do local é a falta de oficinas e
atividades que visem como objetivo a construção da autoestima nos usuários da instituição
CAPS.

Etapa 3: Levantamento de alternativas para reverter a situação-problema


Existem diversas alternativas que podem ser adotadas para reverter tal
situação-problema abordada, entre as principais temos:
1. Introduzir atividades físicas e esportes em grupo para promover a interação
social, a autoconfiança e a sensação de realização.
2. Realizar oficinas de arte e música que estimulem a criatividade e a expressão
individual, ajudando os usuários a se sentirem mais confiantes e valorizados (Tavares,
2010).
3. Oferecer workshops de habilidades sociais e comunicação para ajudar os
usuários a desenvolverem habilidades interpessoais e a se sentirem mais confiantes em
situações sociais (Okasaki 2004).
Essas são apenas algumas das várias alternativas que podem ser adotadas para
reverter a situação-problema. É importante avaliar cuidadosamente cada opção e escolher
as que sejam mais adequadas para as necessidades e objetivos dos usuários da instituição.

Etapa 4: Proposta de intervenção


O projeto tem como propósito promover uma intervenção psicossocial que
estimule uma melhora na saúde mental dos usuários do CAPS, proporcionando oficinas de
autocuidado e rodas de conversa que possibilitem uma melhor qualidade de vida aos
mesmos. Durante a realização do projeto, serão abordados temas relacionados à higiene,
alimentação, atividade física e autoestima. Sendo eles, distribuídos cronologicamente e
abordados junto às atividades correspondentes.

Etapa 5: Hipótese
O paciente/usuário que usufrui das possibilidades de interações sociais no meio em
que está inserido, traz consigo, além da expressão de seus sentimentos e estado emocional,
a autonomia de buscar em coletivos o entrosamento com pares que possuem a mesma
problemática, questões similares e quiçá agregam informações que podem reverberar de
forma positiva em seu cotidiano. Ou seja, entendendo que há pessoas cujos problemas
podem ser divergentes, mas os meios para alcançar uma solução podem ser alcançados
juntos, com suporte e acolhimento.

Etapa 6: Resultados esperados


Espera-se que as intervenções realizadas através de diversas ferramentas sejam
sempre bem aceitas, compreendidas e eficazes ao publico alvo, sendo elas :
Palestras educativas e oficinais práticas que tem como o objetivo influenciar o
maior número de participantes acerca de uma alimentação saudável e ajudar na
criatividade para a realização de receitas fáceis e nutritivas que podem ser feitas no seu dia
a dia.
Oficinas de jogos recreativos prezando uma interação dos participantes entre si,
estimulando sua criatividade e o divertimento dos mesmos.
Oficinas de higiene com o intuito que seja compreendido e realizado pelos
participantes o ensinamento sobre higiene pessoal e sobre a importância do cuidado social
o relacionando com a qualidade de vida.
E por fim, a coleta de dados antes e após a oficina de higiene, que preza captar
dados do maior número possível de participantes da oficina, para que seja possível
visualizar se houve uma evolução ou não dos atos e pensamentos do sujeito acerta da
atividade realizada.

Etapa 7: Formas de acompanhamento (cronograma) e avaliação do projeto proposto


Bibliografia:
1. World Health Organization. Global status report on noncommunicable diseases
2014. Geneva: World Health Organization; 2014. Available from:
https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/148114/9789241564854_eng.pdf?sequenc
e= 1&isAllowed=y
2. Silva JP, Smith R, Ferreira P, et al. The impact of mental health problems on
productivity in a working population: an employer’s perspective. J Occup Environ
Med.2019;61(11):899- 907.
3. Santos SS, Barham EJ. Autocuidado em saúde mental: Desafios e
possibilidades no contexto da atenção primária. Saúde Transform Soc. 2020;11(1):37-52.
4. Ribeiro JP, Silva MF. O papel do autocuidado na promoção da saúde mental. J
Bras Psiquiatr. 2019;68(1):31-37.
5. Aristóteles. Política. Tradução: Torrieri Guimarães, Lívio Teixeira. São Paulo:
Martin Claret, 2002.

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