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DO CP. USO DE DOCUMENTOS PÚBLICOS FALSOS
PERANTE O INSS. REQUERIMENTO DE ATUALIZAÇÃO DO
CNIS. POTENCIALIDADE LESIVA DO FALSO.
MATERIALIDADE, AUTORIA E DOLO COMPROVADOS.
DOLO GENÉRICO. REDUÇÃO DO VALOR DA PRESTAÇÃO
PECUNIÁRIA. APELO PARCIALMENTE PROVIDO. No dia
11/09/2013, a apelante compareceu à agência do INSS, em
Itu/SP, e apresentou requerimento de atualização do CNIS,
com o fim de viabilizar eventuais pagamentos de contribuições
previdenciárias de forma retroativa. No mesmo ato, a ré
apresentou, entre outros documentos, um Alvará de licença da
Prefeitura Municipal de Itu, recibos de parcelamento da dívida
ativa expedidos pela prefeitura de Itu e a Certidão nº 201/2013
expedida pela Secretaria Municipal de Finanças da cidade de
Itu. A inscrição municipal de Rita de Cássia junto à Prefeitura
de Itu ocorreu em 20/11/2001, e não em 20/01/1998, como
constou dos documentos por ela apresentados ao INSS. A
falsificação consistiu na adulteração dos documentos originais,
mediante rasura e inserção de informações inverídicas. Os
documentos falsos possuíam aptidão para iludir terceiros,
havendo, portanto, potencialidade lesiva. Essa conclusão
decorre do fato de que a servidora do INSS responsável pelo
recebimento do requerimento e análise dos documentos que o
instruíram não percebeu a adulteração e processou o pedido
regularmente, de modo que a falsidade somente foi constatada
posteriormente, em uma análise mais minuciosa realizada por
outra servidora. O dolo do tipo penal em questão é genérico, ou
seja, para a consumação do delito basta que o agente faça uso
do documento falso com consciência da falsidade. Mantida a
condenação pela pratica do crime previsto no art. 304 c/c art.
297 do CP. Redução do valor da prestação pecuniária para o
patamar mínimo legal. Apelação parcialmente provida.