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BRINCANDO COM FOGO

1ª TEMPORADA

Ele é grosseiro, de poucas palavras


e se acha dono do mundo.
Sua arrogância o faz pensar que
ninguém merece sua atenção,
seu corpo, sua mente e coração.
Seu apelido na empresa é Rocha e acabo
de ser contratada como sua secretária.
Sou o tipo de mulher que gosta de desafios,
de brincar intensamente com o fogo.
Vamos testar meu querido chefe e
ver se realmente é uma Rocha.
PRÓLOGO
NARRAÇÃO VICTÓRIA
Olho mais uma vez minha maquiagem no espelho do elevador. Meus lábios
não deviam ter ficado tão destacados assim com esse batom. Pego na bolsa
um lenço e com suavidade toco meus lábios tirando o excesso. O elevador
para em um dos andares e algumas pessoas descem, ficando algumas pessoas
comigo. Voltamos a subir e começo a ficar nervosa. Hoje é meu primeiro dia
como a nova secretária do Sr. Fantini. Vanusa sua secretária de muitos anos
decidiu se aposentar e foi graças a um amigo que me indicou na vaga que
estou aqui agora. Depois de um mês de seleção, finalmente a vitória. Não que
seja um emprego dos sonhos, já que não tem hora pra sair, sou obrigada a
acompanhar as reuniões e terei que literalmente cumprir tudo que meu chefe
precisar. Novamente o elevador para e todos saem, me deixando sozinha para
chegar ao último andar, sala da presidência. Puxo o ar e solto muitas vezes,
tentando me acalmar. Vou ganhar um salário incrível, terei acesso a um
mundo muito luxuoso e nas viagens pela empresa com o Sr. Fantini vou
poder conhecer o mundo. A porta do elevador se abre e Vanusa me
recepciona com um enorme sorriso.
- Dois minutos atrasada.
- O que?
Olho meu relógio e não estou atrasada.
- Ainda são 07h58!
- Não! Seu relógio nunca deve ser pontual, deve sempre ficar 5 minutos antes
do normal.
- Por que?
- Para estar sempre adiantada.
- Adiantada pra que se meu horário é às 8h?
- Vanusa, preciso do meu café!
Escuto o Sr. Fantini gritar de sua sala.
- Ele já chegou?
- Sim! Acabou de subir pelo elevador privativo.
- Ele tem um elevador privativo?
- Devia saber que sim, já que está na página seis do manual que entreguei.
Merda! Li por cima aquelas coisas todas sobre perigo de incêndio, o que
fazer em caso de inundação, perigos eminentes. Sigo Vanusa até a pequena
cozinha e guardo minhas coisas no meu armário.
- Leve ao Sr. Fantini junto com a agenda. Ele gosta de falar da agenda
enquanto toma café.
Me explica enquanto prepara o café dele.
- Lembre-se de tudo!
Fala firme e repasso as regras na minha cabeça. Sem encará-lo, sem
demonstrar irritação ou aborrecimento com alguma ordem, nunca questionar,
sem piada e deboches sobre qualquer assunto.
- Pronto!
Me entrega uma pequena bandeja com o café e sigo para a recepção pegar a
agenda.
- Deixe o celular, a atenção é só dele agora.
Coloco o celular na mesa, pego agenda e caneta.
- Não mostre nervosismo, ele odeia isso.
Respiro fundo e entro na sala do poderoso Arthur Fantini. Encosto a porta
com o pé e vou até sua mesa. Sirvo-o com calma e tentando parecer delicada.
- Você deve ser a nova secretária!
Diz com a voz grossa, sem tirar os olhos dos papéis que analisa.
- Sim senhor! Sou Victória!
Me coloco ao lado de sua mesa em pé e mantenho meus olhos baixos.
- Senta!
Ordena e vou até a cadeira a sua frente na mesa.
- Ainda não me acostumei com a saída da Vanusa.
- Compreendo! Ela fará muita falta, mas prometo substituí-la com muita
eficiência.
- Hum!
Ele fez "hum" como se eu fosse incapaz de ser eficiente como ela? Percebo
que emito um som de deboche e seus olhos logo encontram os meus, fazendo
até minha alma gelar. Começo a fingir uma tosse e peço desculpa. Uma
sobrancelha se ergue me dizendo que sabe que a tosse é falsa.
- O senhor gostaria de olhar sua agenda de hoje?
Pergunto e volto a abaixar minha cabeça, olhando a agenda em meu colo.
- Por favor!
Leio pausadamente tudo que está na agenda, incluindo a pausa para o
almoço. Sr. Fantini tem duas regras que nunca são quebradas. Seu almoço
sempre no mesmo horário e duas vezes na semana ele sempre vai sair ás 17h,
independente se ainda estiver em reunião. Minha função é sempre alimentá-lo
e avisá-lo quando for 17h, nas quartas e sextas.
- Desmarque a reunião das 14h com o Michael, ainda não terminei de analisar
o que ele mandou. Remarque para amanhã no mesmo horário.
Verifico o dia seguinte e ainda tem o horário disponível. Anoto a nova
reunião e não posso esquecer de ligar para o ramal do Michael e remarcar.
- Avise Vanusa que preciso dela daqui a pouco aqui. Pede para vir em quinze
minutos.
- Sim senhor!
Me passa alguns acordos que preciso digitalizar e enviar para o e-mail dele.
Me diz o que quer de almoço e de qual restaurante quer.
- Pode sair!
É completamente estranho ficar mais de dez minutos em uma sala falando
com alguém, sem se quer poder olhar pra ele ou olhar em volta. Saio da sala e
Vanusa quando me olha, parece levar um susto.
- O que foi? O que fiz de errado?
A agenda está em minhas mãos, a bandeja também e não sei o motivo desses
olhos saltados. Vem em minha direção e quando aponta para os meus seios,
entendo a merda que aconteceu. Os botões da camisa se abriram, mostrando
meus seios cobertos pelo sutiã preto.
- Que merda!
Digo, deixando tudo na minha mesa e vou fechando os botões.
- Ele viu?
Vanusa pergunta nervosa.
- Acho que não, ele não tirou os olhos dos papéis que estavam em sua mesa.
- Ele viu!
Afirma rindo, me deixando mais nervosa.
- Não! Ele não olhou pra mim.
- Não tinha nada na mesa dele pra analisar, só papéis de rabiscos.
- Merda! Merda!
- Ele falou alguma coisa que deu a entender que viu?
- Não! Só pediu pra você entrar em 15 minutos.
Sua risada não para e não acredito que estou passando por esse
constrangimento no meu primeiro dia de trabalho.
- A última que se insinuou pra ele aqui na empresa foi demitida.
- Mas eu não me insinuei, foi sem querer.
- Espero que ele também veja assim, porque não quero ter que fazer mais
nenhuma seletiva. Em um mês quero estar fora daqui curtindo minha
aposentadoria.
Ajeita sua saia, seu cabelo, me olhando com humor verifica os botões da
camisa e reviro meus olhos, porque pra ela pode.
- Continue suas atividades, já volto!
Entra na sala do Sr. Fantini e sento na minha cadeira. Sinto o peito estufar e
quando olho pra baixo, novamente os botões estão abertos. Irritada, pego o
grampeador e saio grampeando tudo, fechando minha camisa. Parece que fui
remendada, mas que se dane. Ódio! Vou para a cozinha, pego meu casaco no
armário e coloco pra cobrir um pouco.
- Victória!
Olho pra porta e Vanusa segura um cartão dourado.
- Sr. Fantini pediu pra comprar uma camisa sem botões e sem decote.
Respira! Respira! Respira! Respira o caramba! Marchando como se fosse um
soldado em treinamento vou até ela, pego o cartão de sua mão e vou para a
sala do meu chefe.
- O que vai fazer?
Ignoro Vanusa, entro na sala e bato a porta. Ele me olha furioso e estou
bufando feito um touro raivoso.
- Primeiro, eu não tive a intenção de...
Aponto para os meus seios, relembrando os botões abertos.
- De forma alguma quis me insinuar, foi um acidente que pretendo nunca
mais deixar acontecer.
Caminho até sua mesa e jogo o cartão dourado sobre ela.
- Não preciso que pague uma roupa pra mim, posso eu mesma fazer isso.
Quanto a me tirar o direito de usar camisas com botões e decote, isso eu não
vou admitir. Novamente me desculpo pelo ocorrido, espero que nunca se
repita aqui ou em qualquer lugar, mas manterei minhas roupas conforme
gosto. Prometo que serei respeitosa ao ambiente de trabalho, mas minhas
roupas ninguém escolhe.
Sr. Fantini se encosta ainda mais na cadeira e odeio como me olha parecendo
Deus.
- Vanusa!
Pronto! Minha demissão vai ser assinada no mesmo dia da minha admissão.
- Sr. Fantini!
- Victória vai tirar a manhã de folga!
- Sim senhor!
- Arrume suas roupas e volte com o meu almoço!
Ordena voltando para os seus papéis que são rabiscos, fingindo ser o dono do
mundo.
- Obrigada!
Me retiro da sala e sinto o corpo todo tremer.
- Ganhou o respeito dele!
Vanusa sussurra pra mim e abro um sorriso nervoso.
- Nunca mais fale assim com ele de novo! Hoje teve sorte de pegá-lo em um
dia bom.
- Mas...
- Não brinca com a sorte, Victória! Aquele homem por menos mandou
embora o braço direito dele, porque estava em um dia ruim. Aprenda a lidar
com suas emoções ou não durará muito aqui.
DIAS QUE NÃO PASSAM
DUAS SEMANAS DEPOIS
NARRAÇÃO VICTÓRIA
Duas semanas! Duas semanas dizendo: "sim senhor" pelo menos cem vezes
no dia. Faz quatorze dias, que equivalem a cento e doze horas de trabalho me
sentindo uma submissa em treinamento. Nunca achei que seria tão difícil
ficar de cabeça baixa, não sorrir, não dizer o que penso e engolir meu
sarcasmo em casa coisa que morro de vontade de responder ao Sr. Fantini.
Como Vanusa conseguiu passar anos fazendo isso? Essa mulher merece um
prêmio. Vanusa está como secretária da presidência desde que o pai do Sr.
Fantini construiu esse império. É uma senhora bem cuidada, que dedicou sua
vida a servir os presidentes dessa companhia. O meu poderoso chefão
assumiu tudo aos vinte e quatro anos, quando seu pai faleceu de infarto
fulminante. Desde então vem tornando o império ainda mais rico e poderoso.
Pelo que vi em revistas, Arthur Fantini tem seus trinta e sete anos, nunca foi
visto com uma mulher e especulam que seja gay. Isso explicaria porque não
ficou olhando minha blusa aberta no meu primeiro dia. Qualquer macho daria
uma olhada, o que me ajudaria muito a perceber a cagada dos peitos quase de
fora. Ele deve ter uma visão periférica boa demais, não notei em nenhum
momento seu olhar para a minha camisa aberta.
- Victória, boa tarde!
Ergo minha cabeça e vejo Henrique, o melhor amigo do Sr. Fantini e vice
presidente desta empresa.
- Sr. Henrique!
Levanto da cadeira e arrumo minha postura.
- Sr. Fantini não me avisou que viria vê-lo.
- Não vim pelo Arthur!
Sua voz é sedutora, o olhar penetrante, típico gorila macho alfa conquistando
a fêmea.
- Não me recordo de estar com algum documento ou objeto pra lhe entregar.
Respondo sem sorriso, sendo a submissa secretária que me pagam pra ser.
- Não vim buscar nada.
- Então!
Cutuco para que seja bem claro quanto ao que deseja aqui.
- O que acha de jantar comigo hoje?
- Sinto muito, mas hoje é o jantar em homenagem ao Sr. Osvaldo Fantini,
acho que se esqueceu. Todos da empresa foram convidados para esse jantar e
acredito que a presença do senhor seja muito importante.
- Quero que venha comigo a esse jantar.
- Desculpa, não entendi! Também fui convidada, portanto não preciso
acompanhar o senhor.
Tento sorrir educada e ganho uma risada divertida em resposta.
- Estou dizendo que quero te buscar, que sente-se a mesa principal onde
ficarei e jante comigo.
- Não acho que seja uma boa idéia.
Digo me lembrando que nessa mesma mesa estará o meu chefe e serei
obrigada a no evento controlar minha boca. Já basta aqui, nessa tortura diária.
- Por favor! Preciso de alguém que converse comigo e me tire da chatice que
é a mesa principal. Eles só falam de trabalho!
- Está me pedindo pra sentar com você em uma mesa chata pra morrermos
juntos de tédio?
- Isso!
- E acredita que minha resposta seja sim?
Faz uma careta e depois sorri.
- Por favor! Prometo te recompensar com outro jantar, onde você quiser.
- Sul da França!
Ele ri com a minha exigência e se inclina pra frente, deixando seu rosto bem
próximo do meu.
- Escolhe o fim de semana que te levo.
- Uau! Está mesmo querendo se distrair de um jantar chato.
- Victória!
A voz grossa e irritada do meu chefe ecoa na recepção e Henrique e eu o
olhamos na porta.
- Prepare um café e traga a agenda, preciso de um número de telefone com
urgência.
- Sim senhor!
Respondo já baixando meus olhos, deixando de encará-lo.
- Henrique, precisa de alguma coisa?
- De uma resposta!
Responde e sei que agora olha pra mim. Continuo de cabeça pegando a
agenda.
- Sim ou não!?
Ergo os olhos e o homem de olhos escuros, pele branca, cabelo bem curto no
estilo militar sorri pra mim. Henrique é alto, bonito e parece ser divertido.
- Sim!
Rapidamente ele me entrega um cartão com seu nome em dourado e número
de um telefone.
- Me manda seu endereço por mensagem, te pego ás 19h.
Me beija rapidamente no rosto e vai em direção ao elevador.
- Ainda estou esperando meu café.
Sr. Fantini avisa puto, volta pra sua sala e bate a porta com força. Respiro
fundo e vou pra cozinha.
***********
Bato na porta pra avisar que estou entrando e tento não me assustar com o
tom de voz furioso do Sr. Fantini ao telefone.
Ele está perto da janela gritando com alguém e sigo com a bandeja até sua
mesa. Sirvo seu café e fico toda reta, alinhada, aguardando que termine a
ligação, segurando a agenda contra os meus seios. Quando ele fica de costas
me atrevo a observá-lo, aproveitando que não consegue me ver. Sua camisa
social é branca, no estilo colada e super lisa, sem nenhum amassado. Consigo
ver suas costas largas bem trabalhadas, deve malhar bastante. Ele tem o
cabelo castanho claro não tão curto, com uma jogada de lado na frente. Meus
olhos focam em sua bunda na calça social e que bunda, Jesus! Ele deve ter
quase 1,90m de altura é muito homem chato desperdiçado em tanta beleza e
gostosura. Suas mãos se apoiam na janela de vidro e fico chocada com o
tamanho e grossura de seus dedos. Ele tem cinco pênis medianos em cada
mão. Tento não pensar no que esses dedos poderiam fazer no corpo de uma
mulher. Mas e se ele for mesmo gay? Aqueles dedos na bunda de um cara
devem fazer um estrago.
- Quando tiver uma resposta aceitável me ligue.
Resmunga, desliga o telefone e vira-se rápido o jogando sobre sua mesa.
- Senta!
Ordena e com calma obedeço. Cruzo minhas pernas, abro a agenda na parte
dos telefones e de cabeça baixa aguardo suas ordens. Me pede o telefone de
um dos gerentes de contas de seu banco. Procuro na agenda e pausadamente
passo a informação.
- Mais alguma coisa, Sr. Fantini?
- Sim!
Responde friamente e não diz mais nada. Fico aguardando de cabeça baixa,
mas a ordem não é dada.
Minimamente ergo meus olhos e encontro os dele em mim. Olhos azuis que
mais parecem um céu em dia de tempestade.
- Não admito flertes entre meus funcionários dentro da empresa. Aqui dentro
não é um barzinho, uma boate, esses lugares onde acontece esse tipo de
coisas. Mantenha aqui seu lado profissional e deixa lá fora seu lado sedutor.
- Bom, acredito que diante dessa acusação de flerte eu tenha direito de me
manifestar.
Lanço meu melhor olhar desafiador.
- Em nenhum momento deixei meu lado profissional de lado para flertar. Seu
vice presidente quem veio até mim e se perdeu no lado sedutor dele. Se tiver
que cobrar alguma postura aqui dentro, que seja dele.
Levanto da cadeira mantendo minha incrível postura, sem desviar os olhos do
Sr. Fantini.
- Mais alguma coisa, Sr. Fantini?
- Sim!
Agora é ele quem se levanta da cadeira todo imponente.
- Quando for me medir todo e analisar meu corpo, tenta evitar fazer isso
enquanto estou em frente a uma janela. Chega a ser constrangedor te ver me
devorar com os olhos.
- Pode deixar, Sr. Fantini! Agora que já analisei tudo, não haverá mais
necessidade de verificação. Com licença!
Viro e saio da sala sem pressa, sem mostrar que por dentro estou me dando
uma surra por ter sido pega comendo meu chefe com os olhos.
A BELA E A FERA
NARRAÇÃO VICTÓRIA
Olho meus vestidos e fico em um grande dilema. Ser uma boa ou uma má
secretaria. Posso usar meu longo preto que cobre tudo e fico completamente
apagada ou... Puxo meu vestido azul turquesa que vai até a altura dos joelhos,
colado ao corpo, mangas longas e franjas, mas... com um belíssimo decote
que com certeza chamaria muita atenção e meu querido chefe teria um
infarto. Meu celular apita avisando que recebi uma mensagem de texto,
imagino que seja do Sr. Henrique, já que estou atrasada vinte minutos. Pego o
celular e leio sua mensagem avisando que está na frente do prédio já. Bom,
acho que ele pode escolher como quer a noite. Clico em responder.
Para: Sr. Henrique
Quer sua noite com emoção ou sem emoção?
Sua resposta não demora muito para chegar.
De: Sr. Henrique
MUITA EMOÇÃO, POR FAVOR!
Neste momento retiro toda a culpa dos meus ombros e pego o vestido azul
turquesa.
Para: Sr. Henrique
Vai assumir as consequências dessa escolha?
De: Sr. Henrique
Com muito prazer assumirei as consequências dessa noite ao seu lado.
***********
Me olho mais uma vez no espelho do elevador e aprovo o que vejo, mesmo
sabendo que um certo alguém não aprovará. Segundo orientações da Vanusa,
em todos os eventos com o Sr. Fantini devo ser discreta e silenciosa. Hoje
não é um evento com ele é da empresa, então... As portas do elevador se
abrem e já começo a ganhar sorrisos sedutores logo na portaria.
- Boa noite, Will!
- Boa noite , Srta.Vick!
Meu porteiro se apressa em abrir a porta pra mim e agradeço quando passo
por ele.
- Tenha uma boa noite!
- Assim espero!
Respondo ao ver Henrique do lado de fora do seu carro me esperando. Não
conheço de carros, mas reconheço um caro de longe.
- Uau!
Diz vindo até mim e pega minha mão, dando um beijo molhado nela.
- Eu queria poder ter mais palavras agora além de "uau", mas não consigo
pensar em nada.
- Vou receber esse "uau" como elogio.
- Um elogio do caralho.
Reforça e estou rindo ao ouvi-lo soltar um palavrão. Não esperava isso do
vice presidente da empresa onde trabalho.
- Desculpa!
- Tudo bem! É bom saber que vocês ricos também possuem um dialeto sujo.
- Ainda não me ouviu dizer coisas sujas.
Fala todo sexy e abre a porta do carro pra mim. Entro no carro sem responder
e o vejo fechar a porta, dar a volta e entrar no carro.
- Sabe que Arthur vai ter um infarto ao nos ver, certo?
Pergunta colocando o cinto e ligando o carro.
- Ele já me deixou bem claro o descontentamento dessa amizade.
Respondo mostrando que não me abalo com aquela rocha. Sim! Esse é o
apelido que todos da empresa usam pra falar do poderoso Arthur Fantini.
Talvez pela falta de sentimentos, por ficar ali no mundinho rico dele sem se
mover ou se misturar com os restos que vagam na empresa.
- Me ligou e por uns dez minutos também fui alvo desse descontentamento.
- Fico feliz em saber que ele não é assim só com os mais pobres.
- Arthur é uma boa pessoa, só tem problemas para tirar as roupas de CEO.
Parece que ele passa 24h dos sete dias da semana como o poderoso Fantini.
- Como ele consegue?
- Aquela empresa é a vida do Arthur, o que ele mais ama e quando amamos
demais tendemos a só viver desse amor.
- A vida é movida por outras paixões também.
- Não adianta falar, ele não muda.
- Para a nossa alegria!
Digo com deboche e Henrique começa a rir.
- Está rindo porque o senhor é vice presidente e pode enfrentá-lo. Faz duas
semanas que estou ali e nem erguer minha cabeça posso.
- Primeiro, não me chame de senhor, me sinto velho. Segundo, hoje eu te vi
olhar pra ele e enfrentá-lo pelo olhar.
- Pois é, ainda não sou uma boa secretária submissa como Vanusa.
- Vanusa, submissa? Quem te contou uma mentira dessas? Aquela mulher é a
única pessoa no mundo que fala com o Arthur sem ter medo e diz o que
pensa. Todas as outras pessoas é "sim senhor", "com licença" e de cabeça
baixa sem olhar pra ele.
- Olha só! Isso eu não sabia!
- Arthur tem Vanusa como uma mãe e confia muito nela. Por isso deixou ela
entrar naquele coração de rocha.
Olha! Henrique sabe o apelido do Arthur! Será que o arrogante também sabe
do próprio apelido?
- Chegamos!
Paramos em frente à empresa e tem muitos fotógrafos, o que me deixa
nervosa já que serei fotografada com o Henrique. Certeza que amanhã serei a
namoradinha da semana dele, nas capas de revistas.
- Espera que vou abrir sua porta.
Ele pede, sai do carro, arruma sua roupa e vem até a minha porta. Abre e com
toda a educação que o momento requer estende a mão pra mim.
- Vamos?!
Respiro fundo, pego sua mão e saio do carro com calma pra não ser
fotografada com a calcinha aparecendo. Henrique fecha minha porta, coloca
minha mão na curva do seu braço e seguimos pelo tapete que segue até
dentro da empresa. Muitas perguntas são feitas ao Henrique, que mantém
apenas um sorriso educado no rosto. Algumas perguntas são direcionadas
para mim. Coisas sobre meu nome, se estamos juntos, o que eu faço. Resolvo
apenas sorrir também, aquele sorriso forçado que aprendi muito bem como
secretaria do Sr. Fantini. Entramos na empresa e me sinto o diabo entrando
no céu. Todos estão vestidos de preto ou branco e sou a única em um
belíssimo azul turquesa. A enorme recepção virou um salão de festas e me
pergunto como fizeram isso em tão pouco tempo. A decoração também no
padrão preto e branco e então entendo o motivo.
"Sejam bem vindos ao Black e White, evento em homenagem a Osvaldo
Fantini!"
Leio a enorme faixa a minha frente e só me pergunto como eu pude ser
desatenta em não ler o convite da festa? Todos me olham como se eu fosse
uma aberração e olho para o Henrique que está rindo.
- Não era pra estar rindo!
Sussurro e aperto seu braço.
- Como assim? Achei que vir de cor diferente do solicitado no convite era a
emoção que dizia na mensagem. Arthur vai ficar muito incomodado com isso
e vai ser divertido.
Certo! Agora estou me sentindo uma idiota por essa afronta sem querer. Usar
o decote era o que eu imaginava ser incomoda pra ele, mas vir no evento do
pai dele e manchar a homenagem com um azul turquesa está sendo um
incomodo pra mim.
- Boa noite!
Escuto sua voz atrás de mim e pelo tom dela, estou muito ferrada. Henrique
se afasta de mim, vira o corpo e cumprimenta o amigo.
- Está bonitão!
- Hum!
O rocha murmura e não quero me virar.
- Victória!
Por dentro estou resmungando, mas por fora não emito nenhum som e me
mantenho de costas.
- Vou falar com os outros convidados.
Diz firme e passa por mim esbarrando em meu braço e quase me levando
junto.
- Muita emoção eu pedi, né?
Henrique diz rindo e bato em seu braço.
- Vamos andar um pouco, beber e comer.
**********
Faz vinte minutos que estou na festa e o Sr. Fantini por graça e misericórdia
divina se manteve longe de mim. Não percebi nenhum olhar e isso é bom.
- Perdi alguma coisa? Não vim trabalhar hoje e você decide afrontar o Sr.
Fantini?
Vanusa solta furiosa assim que chega a minha frente.
- Juro que não fiz de propósito. Não me atentei ao Black e White do convite.
- Se fosse só a cor, Victória!
Me repreende e parece uma mãe furiosa com a filha.
- Se não pode respeitar seu chefe, aceitar os limites e regras dele, então
porque está nesse emprego? Milhares de pessoas me procuraram pra essa
vaga, dispostas a serem o que o Sr. Fantini exige e precisa e você...
Passa a mão no rosto e respira fundo.
- Preciso de uma bebida!
- Te levo até o bar!
Henrique diz preocupado com a mulher hiperventilando a nossa frente.
Vanusa segura a mão dele e juntos vão até o bar. Sinto um corpo quente atrás
do meu e por segundos meu corpo todo paralisa, menos meu coração que tem
as batidas ecoadas dentro de mim.
- Se sua intenção era me ver muito irritado, conseguiu!
Sr. Fantini sussurra perto do meu ouvido.
- Amanhã esteja cedo em minha sala!
Seu corpo queimando de ódio se afasta do meu e o vejo andar com sua bebida
para onde Vanusa e Henrique estão. Olho em volta e minha vontade é de ir
embora.
- Oi!
Uma loira se aproxima com um sorriso acolhedor.
- Amei seu vestido!
- Acho que foi a única aqui que gostou dele.
- Acho que não, ali naquele grupo, naquele e em outro ali estão falando do
seu vestido também.
Diz e ri com vontade de mim. Só queria saber porque estou rindo junto se é
na verdade pra chorar.
- Sou Luana!
- Victória!
- Todos agora sabem seu nome, é o assunto da festa.
- Merda!
- Calma! Melhor falar de você do que ficar ouvindo todo mundo falar mal do
rocha.
Cubro minha boca para não sorrir descaradamente depois do chefe deixar
claro sua raiva.
- O jantar será servido no salão principal.
Anunciam e todos caminham para a porta perto dos elevadores onde fica o
salão oficial de eventos da empresa.
- Você não vem?
Luana pergunta e dou um pequeno sorriso.
- Pode ir, vou logo em seguida.
- Tá bom!
Se une aos funcionários que vão entrando e decido ir embora. Quando a
recepção está vazia, me viro pra ir embora, mas dou de frente com o Sr.
Fantini. Olho em volta e só restou nós dois aqui. Vem andando lentamente
até mim e não recuo, não desvio o olhar e o encaro em igualdade, mesmo
sentindo tudo em mim arder pelo seu ódio. Para na minha frente e ergue uma
sobrancelha.
- Você não vai embora!
- Vou!
- Veio aqui vestida assim pra me afrontar e vai embora sem me dar a chance
de devolver a afronta?
- Acha mesmo que tudo gira em torno de você?
Digo com um tom mais elevado e sinto minha cabeça balançar sobre o
pescoço.
- Acha mesmo que me vesti assim pra você?
Pergunto apontando pra ele, que claramente odeia ver meu dedo em sua
direção. Certo, me vesti com esse decote pra provocá-lo, mas não no sentido
que ele imagina, então do crime de afronta que me acusa sou inocente.
- Victória você vem me tirando do sério nesses dias todos, não me provoque
ainda mais.
- Te tirando do sério?
Começo a rir alto e nós dois damos um passo pra frente ficando muito cara a
cara.
- Você não faz idéia do que venho suportando da sua parte, pra manter meu
emprego!
- Se não suporta as minhas exigências então pede demissão.
Seu rosto avança no meu e nossos olhos pela primeira vez se conectam. Pela
primeira vez ele olha fundo em meus olhos e eu no dele. Nossas respirações
antes pesadas, ofegantes, se tornam baixas. Meus lábios vão ficando secos e
quando passo minha língua neles para umedecê-los, seus olhos saem dos
meus e focam em minha boca.
JANTANDO O CHEFE
NARRAÇÃO VICTÓRIA
Olha só! O rocha está desmoronando e mostrando que pode cair em um jogo
de sedução besta! Isso é muito interessante.
- Victória, está tudo bem?
Escuto Henrique perguntar, mas não me viro para vê-lo. Sr. Fantini ergue os
olhos novamente voltando a me olhar com superioridade e quero rir. Meu
querido chefe, você já não é mais tão intocável aos meus olhos. Eu vi seu
deslize e pretendo causar outros essa noite e na empresa também.
- Está! Minha intenção era ir ao banheiro antes de me juntar a você no jantar,
mas fui impedida pelo Sr. Fantini.
Meu chefe se afasta me dando espaço para ir até seu amigo.
- Posso te esperar aqui, enquanto vai ao banheiro. Acredito que não será mais
impedida pelo Arthur.
- Agradeço por isso!
O banheiro fica atrás do Sr. Fantini e propositalmente esbarro em seu corpo
quando sigo meu caminho. Caminho com total segurança e mostrando que
estou plena na cagada que fiz vindo de azul turquesa e não de preto ou
branco. Ninguém precisa saber que eu queria causar emoções no meu chefe.
Antes de fechar a porta do banheiro escuto os dois amigos discutindo e a
curiosidade me faz ficar na porta ouvindo.
- Você é um filho da puta!
- O que? Que culpa vou levar agora?
- Você podia muito bem ter se negado a trazer Victória vestida naquilo! Sabia
que o evento era Black e White.
- Em minha defesa, seria de total deselegância me negar a trazer aquela
perfeição vestida gostosa daquele jeito só por erro de cor.
- Você como sempre pensando no seu pau!
- Eu não faço idéia de como consegue não pensar com seu pau perto daquela
mulher. Só de encarar aqueles olhos eu já quero dar o mundo a ela.
- Por essa razão vive tomando no cu com as mulheres que só querem seu
dinheiro.
Perai! Eu não sou interesseira e não ficaria com Henrique pelo dinheiro. Para
afrontar o Sr. Fantini eu ficaria, mas pelo dinheiro nunca. Quem ele pensa
que eu sou?
- Arthur, eu prefiro tomar no cu tentando encontrar a pessoa certa do que ser
um cagão como você que tem medo de se machucar no amor.
- Quer foder com a Victória, fique a vontade! Mas se essa merda afetar o seu
trabalho ou o dela, estarão na rua imediatamente.
Posso ouvir passos pesados pela recepção e sei que é do Sr. Fantini. Encosto
a porta sem fazer barulho e vou para a pia do banheiro lavar pelo menos
minhas mãos antes de sair. Pego o sabão, ligo a torneira e enquanto esfrego
minhas mãos, me olho no espelho e me lembro da forma como meu chefe
encarou minha boca. Ele nunca deu um deslize desses. Parece que o rocha
teve uma rachadura e isso me agrada.
Não sou o tipo de mulher que gosta de brincar com os homens, mas ele
merece muito ser cutucado pra mostrar que também é humano como nós.
Essa coisa de ser intocável, impenetrável, fodão demais e superior está me
irritando. Não sei se quero continuar nesse emprego, mas sei que quero
incomodar meu chefe. Não vou pedir demissão, vou ver até onde ele me
suporta não seguindo algumas regras idiotas.
***********
Henrique me conduz até a mesa da presidência e no caminho todos os olhares
são todos pra mim. Reviro meus olhos, porque já está ficando chato essa
coisa de julgarem meu azul turquesa.
- Senta aqui ao meu lado!
Henrique sussurra em meu ouvido e assim que sento abro um enorme sorriso
ao ver quem está a minha frente. Olá, Sr. Fantini! Seu olhar é firme e se acha
que vou desviar o meu, está muito enganado. Sua testa se enruga ao perceber
que não vou recuar.
- Quem é sua bela amiga, Henrique?
Uma senhora sorridente pergunta e ganha minha atenção.
- Sra. Fantini essa é Victória! Trabalha com a gente na empresa, é a nova
secretária do Arthur!
- Ah sim, claro! Você é a Victória!
A mãe do Sr. Fantini diz como se já tivesse ouvido falar muito sobre mim.
Então o filho da mamãe já foi reclamar de mim?
- Vanusa me contou sobre você, quando nos encontramos. Queria saber quem
iria agora cuidar do meu filho.
Abro um pequeno sorriso e olho para Vanusa que está séria e não me olha.
Ela está sentada ao lado da Sra. Fantini e cochicha algo no ouvido da mulher.
As duas riem baixo e fico incomodada com isso.
- Seja bem vinda a empresa!
A senhora diz educada, mas logo é interrompida pelo filho.
- Não se apegue demais a nova secretaria, mãe! Tudo indica que sua
permanência na empresa será curta.
Fala com um tom de ironia e abre um sorriso que quase não vejo na empresa.
- Pode ser breve Sr. Fantini, mas pode ter certeza que será marcante para nós
dois.
Henrique quase cospe o vinho que tinha acabado de beber e a Sra. Fantini
está rindo alto.
- Ela é afrontosa, gosto dela.
- Obrigada!
- Gostei do seu vestido, queria ter vindo com um vermelho, mas meu filho
me obrigou a parecer uma viúva de verdade.
- O evento merece respeito e por isso escolhi o tema Black e White.
- Seu pai amava quando eu usava vermelho!
Acabo de pegar uma revirada de olhos do filho para a mãe e estou chocada
que ele seja malcriado assim.
Percebendo que captei seu ato desrespeitoso, Sr. Fantini tenta disfarçar e
estou sorrindo muito, minha boca até dói. Estreita os olhos pra mim e ergo
minha sobrancelha em resposta. Não trabalhando pra você, portanto não devo
ser submissa seu idiota arrogante.
- Com licença!
O garçom nos serve a entrada e percebo que em seu uniforme tem uma rosa
vermelha.
- Posso ficar com ela?
Peço a ele apontando a rosa e sem graça me dá.
- Obrigada!
Beijo seu rosto e o garoto se afasta vermelho. Levanto de onde estou e vou
até a Sra. Fantini. Entro no meio dela e do filho, encostando minha bunda no
braço do meu chefe. Queria muito ver seu rosto agora, mas meu foco é uma
senhora encantadora.
- Posso?
Pergunto mostrando a rosa vermelha na intenção de colocar em seu cabelo.
Ela usa um penteado lindo e a rosa ficará linda presa na lateral.
- Claro!
Coloco a rosa, arrumo alguns fios e observo como ficou linda.
- Agora seu marido ficará feliz de onde estiver, vendo a senhora usando
vermelho.
Ela pega minha mão e segura com carinho enquanto sorri.
- Obrigada, querida!
- De nada!
Volto para o meu lugar enquanto a Sra. Fantini se admira na câmera de seu
celular com um sorriso que me faz ganhar a noite. Assim que me sento ganho
um beijo no pé do ouvido que me faz prender a respiração.
- Você é incrível!
Henrique sussurra em meu ouvido e percebo que a pessoa a minha frente está
quase explodindo de raiva. Ele se afasta e é a minha vez de retribuir o beijo e
o elogio. Beijo seu rosto e sensual vou para o seu ouvido, deixando tudo bem
a vista de um certo alguém.
- Você ainda não me viu incrível!
Quando me afasto vejo o sorriso sedutor da minha companhia e não olho para
o senhor Fantini, focando minha atenção na belíssima salada.
***********
Depois de muitas conversas ao pé do ouvido e olhares incomodados a nossa
frente, Henrique se levanta para ir ao banheiro, antes do prato principal ser
servido.
- Vocês ficam bem juntos!
Sra. Fantini comenta e bebe do seu vinho.
- Somos apenas amigos!
- Parecem amigos íntimos!
Sr. Fantini murmura e ganha nossas atenções.
- Talvez o fato de termos liberdade para conversar sem regras ou obrigações,
faça parecer que somos íntimos. Diferente de algumas pessoas, Henrique não
obriga a ser submissa a sua frente.
- Submissa?
- Sim, Sr. Fantini!
- Precisa ler o que significa submissa, pois acredito que não é algo que
conheça bem Victória.
- Então vamos nós dois descobrir o significado de submissa.
Pego meu celular, pesquiso a palavra e leio em um tom satisfatório a nós
dois.
- "Que se submeteu; que aceitou as ordens, os desejos de outra pessoa;
subordinada: submissa dos caprichos do chefe."
Termino de ler e dou meu melhor sorriso debochado para o meu chefe.
- Quer que leia novamente? Quer que explique algo que não entendeu?
FALSO PRAZER
NARRAÇÃO VICTÓRIA
Um novo sorriso cresce no rosto do Sr. Fantini e não era isso que eu
esperava.
- Me explique por favor a parte que diz: "que aceitou as ordens, os desejos de
outra pessoa". Me esclareça o termo aceitar e me diga se é aplicável ao caso.
Ele está jogando na minha cara que eu aceitei as ordens quando aceitei
trabalhar pra ele e quer que eu confesse que não cumpro bem minha
submissão. Cretino!
- Depois una essa parte com a hierarquia demonstrada: "submissa dos
caprichos do chefe". Se não concorda com os meus caprichos, pode sair do
meu contrato de trabalho submisso a qualquer momento, Victória. Acredito
que outras pessoas adorariam se submeter aos meus caprichos pelo belo
salário e regalias que dou.
Filho de uma... prendo o palavrão na mente porque a Sra. Fantini parece ser
maravilhosa e não merece ser ofendida, mesmo que na minha cabeça apenas.
Pela forma como o babaca me olha, acredita que me venceu nessa discussão.
- Sr. Fantini é justamente pelo belo salário e regalias que ainda estou em sua
empresa. Já trabalhei por muito menos para outros chefes e devo dizer que
eles foram bem mais prazerosos que o senhor. Tive muito mais prazer em
servi-los!
Uma tosse engasgada desvia nossa atenção e vejo Vanusa sendo acudida com
tapas nas costas pela Sra. Fantini.
- Espero não ter perdido nenhum assunto legal.
Henrique diz voltando a sentar ao meu lado.
- Meu filho, você perdeu algumas coisas, mas não se preocupe que a noite
parece que será bem divertida.
Sra. Fantini informa sorrindo e parece ter prazer em me ver enfrentar o filho.
Se a mãe dele aprova é sinal que até ela acha o rocha arrogante.
***********

O jantar é servido e temos cordeiro ao molho de vinho tinto, acompanhado


de um risoto de queijo que cheira muito bem.
- Seu pai amava cordeiro!
Sra. Fantini diz e coloca sua mão sobre a do filho.
- Me lembro bem!
Ele sorri para a mãe, leva a mão dela até sua boca e beija.
- A sobremesa também foi escolhida pensando nele.
O enorme sorriso da mulher emocionada que o faz sorrir também. O rocha
parece desmoronar ao lado da mãe. Pelo menos como filho deve prestar,
porque como chefe só por Deus! Todos os demais na mesa começam a falar
sobre trabalho, contratos e metas para o ano que vem. Os investidores
parceiros falam sem parar com o Sr. Fantini e quero revirar meus olhos e sair
daqui pra ir à mesa divertida. Olho em volta e na mesa da Luana que conheci
hoje o riso é contagiante. Eles conversam animados e agora entendo o que
Henrique tinha falado. Levo um susto ao sentir uma mão em minha coxa.
Encaro Henrique que apenas sorri antes de beber seu vinho. É sério isso?!
Desço minha mão para a dele, aperto forte e trago para cima da mesa. Ergo
uma sobrancelha o repreendendo e sinto algo me incomodar. Sem soltar a
mão do atrevido, olho pra frente e vejo o Sr. Fantini que parece satisfeito em
me ver impedir o toque do amigo. Encarando quem eu nunca devo encarar,
puxo a mão do Henrique para a minha boca, dou um beijo na ponta de seus
dedos e levo de volta pra baixo da mesa. Sr. Fantini arregala os olhos não
acreditando que estou permitindo que o amigo me toque aqui na frente de
todos. O que ele não sabe é que a mão atrevida está em meu joelho e a
mantenho presa ali. Sinto um calor perto do meu ouvido e sei que sãos os
lábios do Henrique.
- Entendi o jogo! Você não me deixa te tocar, mas fingi que te toco pra
provocar o Arthur. Estou sendo usado?
Sussurra em meu ouvido e se afasta. Agora é minha vez de falar em seu
ouvido.
- Estou mostrando a ele que cago para as regras. Sim, estou te usando pra
irritá-lo. Se for um bom menino em algum momento posso te agradecer por
isso.
Henrique sorri e em resposta aperta meu joelho com força me fazendo gemer.
Todos me olham e mordo meu lábio, evitando os olhares encaro meu prato.
- Fingi que estou te dando prazer. Isso seria muito foda.
O amigo que não vale nada me diz baixinho, querendo muito ver o Sr. Fantini
incomodado. Olho em volta e todos estão atentos ao jantar, menos meu chefe
que me observa com os cotovelos na mesa e as mãos apoiadas no queixo.
Temos aqui um espectador ansioso por cenas hot, então vamos dar o que
tanto quer. Só não sei se sou capaz de encenar prazer assim, já fingi orgasmo,
mas nada se compara a isso aqui.
Também coloco meus cotovelos sobre a mesa e copio as mãos no queixo do
Sr. Fantini. Estamos nos encarando e queria saber o que se passa em sua
cabeça agora. Sei que domino seus pensamentos por completo agora e não de
forma agradável pra ele. Suspiro de um jeito sexy, passo minha língua nos
lábios e os deixo levemente entreabertos, como se estivesse gemendo em
sussurro. Posso ver o movimento em sua garganta e sei que estou mexendo
diretamente com seu tesão. Isso me deixa ainda mais empolgada para fingir
prazer. Mordo meu lábio, pisco bem devagar como se estivesse com muitas
sensações deliciosas em meu corpo. Mordo minha mão e fecho meus olhos
por alguns segundos, dando a entender que fui penetrada pelos dedos do
Henrique.
O coitado ainda segura meu joelho, só que aperta mais forte do que devia.
Será que está assistindo tudo assim como o Sr. Fantini? E se todos estiverem
assistindo? Merda! Abro meus olhos e respiro fundo antes de olhar em volta.
Para o meu alívio só tenho duas pessoas atentas ao meu falso prazer. Viro a
cabeça, dou um pequeno sorriso para o Henrique que retribui. Aproxima os
lábios do meu rosto e beija minha bochecha, ficando nela como se fosse me
fazer gozar. Essa parte eu preciso simular olhando para uma certa pessoa.
Meus olhos focam nos olhos intensos do Sr. Fantini e mesmo que sendo falso
o prazer, direciono a ele esse momento, deixando claro que gozo para o nosso
prazer. Vejo meu chefe respirar fundo, lamber seus lábios, depois passa o
dedo neles.
Henrique se afasta como se tivesse cumprido com perfeição a missão dada e
tento não rir quando passa os dedos nos lábios como se fosse sentir meu
sabor. Ele é safado e isso me agrada. Pode ser que aconteça alguma coisa
legal com a gente. Nossos pratos são retirados e a sobremesa é servida.
Temos sorvete de doce de leite com suspiros. Tomo o sorvete atenta a
explicação da Sra. Fantini sobre o quanto o marido amava esse sorvete.
Explica que eles costumavam levar o filho para a praia e sempre pediam esse
sorvete.
Aparentemente é o sabor preferido do meu chefe também. Termino meu
sorvete, tomo minha água e aviso ao Henrique que vou ao banheiro.
- Seja breve, daqui a pouco temos o discurso do Arthur em homenagem ao
pai.
- Volto rapidinho!
Levanto e vou até o banheiro. Entro rapidinho no privativo, ergo meu vestido
e desço minha calcinha. Faço xixi, me limpo e dou descarga. Quando termino
de me arrumar e abro a porta pra sair, levo um susto ao ver o Sr. Fantini. Seu
corpo avança sobre o meu, sua mão segura meu rosto de forma possessiva e
sou colada na parede do privativo. Seu corpo encosta no meu e posso sentir
sua ereção em minha perna. Seus lábios pairam sobre os meus e seus olhos
penetrantes parecem querer me queimar toda.
- Não brinque com quem você não faz idéia do que é capaz! Não me
provoque Victória! Você não vai gostar da minha resposta!
EXCITADA E EXCITANTE
NARRAÇÃO VICTÓRIA
Seus dentes cravam em meu lábio inferior e sinto uma leve dor excitante!
Não devia me sentir excitada dessa forma. Puxa meu lábio e quando o solta
sinto ficar dormente.
- Sou intenso demais, você não suportaria.
Passo minha língua onde seus dentes estavam no meu lábio e percebo seus
olhos focados em minha boca. Ele também está excitado e não afirmo isso
somente pela sua ereção encostada em minha perna. Seus olhos gritam em
desespero o quanto deseja estar dentro de mim agora com toda sua
intensidade. Sua mão solta meu rosto e desce de forma sensual pelo meu
decote, me fazendo segurar o gemido na garganta. Não vou dar o gostinho
dele ouvir o tesão que estou sentindo com seu toque. Talvez essas sensações
sejam efeito do susto ao vê-lo aqui. Ele deixa de me tocar e agora sorri.
- Poderia facilmente demiti-la, te tirar do tormento que é tentar seguir minhas
regras, mas existe algo que vai me dar mais prazer ainda.
Coloca a ponta do dedo em minha boca.
- Ouvir essa boca atrevida pedindo demissão, confirmando que sou muito
foda e você não aguenta.
Mordo meus lábios na ponta do seu dedo e vou sugando até tê-lo todo dentro
da minha boca. Seus olhos brilham e sei que está imaginando seu membro em
minha boca agora. Minha língua brinca com seu dedo e sua respiração fica
intensa.
Seguro seu pulso, puxo sua mão bem lentamente e seu dedo desliza pra fora
da minha boca. Deixo seu dedo entre nossos rostos e dou uma deliciosa
lambida nele todo. Aproveito que o Sr. Fantini está bem perdido na cena e
avanço em sua boca, lambendo ela também. Passo meu rosto no dele e antes
de falar em seu ouvido suspiro demonstrando que estou excitada.
- Eu sou a intensidade! Você não conhece ainda o significado de intenso, Sr.
Fantini!
Mordo sua orelha e puxo da mesma forma que fez com meu lábio.
- Vai desejar nunca ter me contratado! Não pedirei demissão porque meu
maior prazer será te mostrar que não é foda. É só um babaca cheio de
dinheiro que se acha o dono do mundo.
Desço minha mão e a encaixo em seu pacote, sentindo sua bela ereção.
- Com licença, preciso voltar para o jantar!
Aperto seu membro forte e o Sr. Fantini geme baixo pra mim. Empurro com
meu corpo o dele e saio do privativo. Vou até a pia e ligo a torneira pra lavar
minha mão. Sou agarrada pelo cabelo, meu corpo fica preso na pia e agora
aquela bela ereção está em minha bunda. O Sr. Fantini tem uma bela pegada e
quando puxa meu cabelo para o lado virando meu rosto pra ele. A ponta do
seu nariz encosta no meu e estamos olhando nossos lábios muito próximos.
Não vou beijá-lo, ele que se mostre fraco e se entregue a tentação. Escutamos
um pigarrear e logo ele me solta, recuando para o canto do banheiro. Olho
pelo espelho Vanusa ir até o privativo e quando fecha a porta, Sr. Fantini vai
embora me deixando sozinha com ela. Nem ferrando vou ficar aqui pra ouvir
sermão sobre flertar com o chefe. Seco minha mão rapidinho e corro pra fora
do banheiro.
Assim que entro no salão, todos já estão em frente ao pequeno palco
improvisado para o discurso do presidente. Sra. Fantini já está nele em frente
ao microfone e não vejo o filhinho dela. Imagino que esteja tentando
controlar a ereção que causei. Sinto um braço em torno da minha cintura e
Henrique sorri ao me puxar pra ele. Devolvo o sorriso e fico sem graça ao
lembrar que há alguns segundos atrás eu estava sendo encoxada por outro.
Todos esperam o Sr. Fantini e quero rir imaginando-o conversando com o
pau pra deixar de ficar duro.
- Preciso confessar uma coisa.
Henrique diz baixinho só pra mim.
- O que?
- Sei que aquilo na mesa foi só uma encenação pra irritar o Arthur. Também
sei que pedi que essa noite fosse com emoção.
Ficamos nos olhando e não gosto muito do brilho em seu olhar.
- Gostaria muito que aquilo fosse real, que eu estivesse mesmo te
proporcionando prazer.
Confessa e sorri parecendo uma criança que vai pedir um presente pra mãe.
- Você podia me dar a chance de tornar real esse prazer.
- Boa noite a todos!
A voz da Sra. Fantini surge no microfone e agradeço por isso, assim evito o
constrangimento de responder essa pergunta. Henrique é um homem muito
bonito, não parece um babaca como o amigo, mas não é alguém que eu me
envolveria na empresa. Não é alguém que me parece valer a pena passar pelas
fofoquinhas na empresa, comentários maldosos e olhares julgadores. A
secretária nova que está dormindo com o vice presidente por interesse. Deus
me livre ser conhecida assim naquele lugar. Já não suporto o chefe, ainda
passar por isso com o Henrique é demais. Paro devagar e foco minha atenção
na Sra. Fantini que fala do marido e o sonho de tornar essa empresa um
grande sucesso. Parece que Osvaldo dedicou à vida toda realizar o sonho de
ter seu próprio negocio, chegando a passar por muitas dificuldades,
principalmente quando o filho nasceu. Percebo que meu chefe se aproxima da
mãe que está toda emotiva.
- Quando decidimos vender tudo para investir nessa empresa, tive meus
medos, minhas incertezas, mas Osvaldo sabia que podia fazer dar certo.
Ela segura a mão do filho e respira fundo para não chorar.
- Tive medo de faltar ao meu filho as coisas e de não poder dar a ele o
mínimo que uma criança merece. Tivemos sorte em ter um garoto tão
inteligente, que mesmo pequenininho soube entender que não podíamos dar
muito e sorria com o pouco.
Sr. Fantini sorri para a mãe e fica nítido o quanto são ligados, são unidos.
- O maior medo do Osvaldo era que Arthur nunca quisesse assumir a
empresa. Ele queria muito que isso perpetuasse por gerações e meu filho
criava seus próprios sonhos, diferentes do que o pai planejava.
Meu chefe abre um sorriso sem graça, mas não deixa de segurar a mão da
mãe.
- Quando perdemos nosso herói, Arthur abraçou o sonho do pai e conseguiu
torná-lo ainda maior. Tenho orgulho de você meu filho e tenho certeza que
seu pai de onde estiver também tem muito orgulho do homem que se tornou.
Os dois se abraçam e todos batem palma. Então meu chefe não queria ser o
dono da porra toda aqui. Será que é por isso que é tão chato e mal humorado?
Será que as regras são sua forma de emanar raiva por estar aqui, extravasar
seu ódio? Sr. Fantini troca de lugar com a mãe assume o microfone.
- Boa noite a todos!
Diz e seus olhos percorrem todo o lugar, parando em mim.
- Agradeço as palavras lindas da minha mãe sobre mim, mas esse dia é
destinado á um outro grande homem.
Reviro meus olhos com o "outro" grande homem. Prepotente! Pelo sorriso
dele, certeza que viu minha revirada de olhos. Mordo meus lábios para sorrir
culpada e ele volta com seu discurso.
- Realmente esse não era meu sonho! Acredito que todos temos sonhos
próprios, assim como o meu pai teve o dele. Infelizmente ele nos deixou cedo
demais e seu sonho não podia simplesmente morrer. Meu pai empregou mais
de mil pessoas, ajudando muitas famílias a terem a segurança de um emprego
bom e justo. Ele sempre dizia que o sucesso da empresa era fruto de um
trabalho feliz dos funcionários, que vocês eram a peça fundamental disso
daqui. Aponta para o espaço onde estamos, indicando ser a empresa.
- Hoje o nosso grupo conta com mais de sete sedes espalhadas pelo mundo,
empregando milhões de pessoas, ajudando famílias a realizarem seus sonhos.
Obrigado a todos por isso!
- Obrigado aos funcionários que estão aqui por prazer, por acreditar em
nossos ideais.
Senti uma leve cutucada por eu supostamente não ser uma boa funcionária.
Sei que não sigo as regras idiotas dele, mas meu trabalho é muito bem feito e
não tive reclamações até agora. Sou boa pra empresa, não sou boa para ele.
Todos batem palmas e aparentemente acabou o evento, graças a Deus.
- Vou te levar pra casa!
Henrique sussurra pra mim e agradeço por me levar.
- Vamos antes nos despedir da Sra. Fantini!
Segura minha mão e me arrasta até o grande circulo que se forma em torno
dos Fantini. Henrique é o primeiro a se despedir e vou em seguida.
- Foi um prazer conhecê-la, Sra. Fantini!
- Me chame de Sueli!
Diz e me abraça forte.
- Continua enfrentando ele!
Sussurra pra mim e me afasto sem entender o que disse. Aponta com a cabeça
para o filho ao nosso lado. Olha só, tive aprovação da mãe pra quebrar o
rocha em pedaços.
- Quando eu for mandada embora procurarei a senhora.
- Ele não vai te demitir!
- Tenho minhas dúvidas!
- Ele gosta do seu trabalho, já me disse que trabalha bem, seu problema é a
boca.
Diz e a cena da minha boca engolindo o dedo dele vem a mente.
- Acredito que minha boca não seja mais um problema pra ele.
Digo com um enorme sorriso e vou para o meu chefe.
- Sr. Fantini, até amanhã!
- Hum!
Rosna pra mim e isso só me alegra ainda mais em saber que o incomodo.
**********
Henrique para o carro em frente ao meu prédio. Viemos o caminho todo
calados e tenho medo dele pedir novamente pra tornar meu prazer real. Solto
meu cinto e respiro fundo.
- Obrigada por me levar ao evento! Foi uma noite...
Tento encontrar a palavra e ele já está rindo.
- Emocionante!
Devolve lembrando que escolheu muita emoção para esse momento.
- Pois é! Bom! Preciso entrar, amanhã acordo cedo para receber o digníssimo
presidente.
- Durma bem!
- Você também!
Quando acho que acabou e posso sair intacta desse "encontro", sou puxada
para um beijo. Os lábios do Henrique forçam os meus a se abrirem e quando
consegue espaço sua língua vem com tudo. Um beijo desesperado e afobado,
que não mexe muito comigo. Sigo o ritmo do seu beijo só para não ficar um
clima ruim depois. Quando sua mão vem para o meu corpo, claramente na
intenção de tornar a coisa mais quente, me afasto e finalizo o beijo.
- Certo! Acho que agora foi um boa noite completo. Até amanhã!
Saio do carro e vou pra dentro do prédio a passos acelerados com medo do
Henrique vir junto!
**********
DIA SEGUINTE
São quase 17h e nada do Sr. Fantini aparecer na empresa hoje. Não que eu
esteja reclamando, só estranho. Ele passou o dia todo falando com a Vanusa
por telefone e na agenda ela desmarcou tudo de hoje. O telefone que liga a
presidência a recepção toca e isso significa que ele já subiu pelo elevador
privativo e está em sua sala.
- Sr. Fantini!
Vanusa atende e escuta atenta o que ele diz.
- Já estou indo!
Responde e desliga, indo rápido para a sala do nosso chefe. Por que eu sinto
que tem merda vindo?
Vinte minutos depois Vanusa sai da sala com dez sacolas pretas.
- Sr. Fantini pediu para te entregar.
- Pra mim?
- Sim! Disse que a partir de amanhã você deverá vir de uniforme para a
empresa. São todos seus!
Pego as sacolas e me sinto brevemente feliz. Uniforme ajudaria muito no
martírio da escolha de uma roupa adequada para vir trabalhar. Seria como
não ter mais problemas com a aceitação do chefe com minhas escolhas. Só
que a felicidade some ao imaginar um uniforme horrível como punição, que
serei obrigada a usar todos os dias. Decido abrir as sacolas em casa, já está no
meu horário de ir embora.
***********
Coloco as sacolas em cima da minha cama e respiro fundo antes de abrir.
Vamos ver o que temos aqui, se é punição ou ele foi bonzinho. Abro a
primeira sacola e tenho uma crise de riso. Abro todas as outras sacolas não
acreditando que aquele filho da mãe fez isso. O Sr. Fantini comprou dez
vestidos idênticos ao que usei ontem no evento. Só que cada um de uma cor
diferente e bem chamativas. Os vestidos juntos parecem um enorme arco-íris.
ESFREGANDO NA CARA
DIA SEGUINTE
NARRAÇÃO VICTÓRIA
Nem bem chego à entrada da empresa e o efeito do vestido já começa.
Resolvi começar com o rosa chiclete e todos já me olham em choque. Sr.
Fantini, se sua intenção era me deixar constrangida usando esses vestidos,
errou feio. Adoro chamar atenção e amo chocar as pessoas.
- Victória!
Luana diz ao se aproximar e vamos juntas para o elevador.
- Amei a cor desse vestido!
- Também!
- Sr. Fantini não vai reclamar dessa roupa? Sabe como é, todos na empresa
sabem que ele é obcecado por descrição, respeito, educação e é rigoroso com
os funcionários sobre suas vestimentas e posturas.
- Esse é meu novo uniforme, escolhido por ele.
- O que?
- Ele escolheu pessoalmente o vestido de cores bem chamativas como meu
uniforme. Acho que cansou do padrão secretária simples.
- Estou chocada! Então ontem não foi com aquele vestido pra causar, era seu
uniforme?
Olha só! Sr. Fantini acabou de me ajudar a sair da polêmica Black e White de
ontem. O idiota não deve ter pensado nisso.
- Exatamente! Ontem mesmo já comecei a usar o uniforme e parece que
surtiu o efeito desejado por ele. Me tornei uma secretaria única e marcante na
vida dele.
Entramos no elevador e ignoro os olhares masculinos indiscretos.
- Não te incomoda a forma como eles te olham?
Luana sussurra pra mim e olho em volta.
- Incomoda saber que uma roupa tira o respeito de algumas pessoas. Mesmo
que eu estivesse pelada, não daria o direito aos outros de me olharem com
falta de respeito.
Falo alto, em bom tom para que todos escutem. Algumas cabeças se abaixam
e Luana ri baixinho. Alguns andares pra cima e ela me deixa para ir trabalhar.
Subo sozinha até o andar da presidência e isso me dá tempo de olhar o
vestido no reflexo das paredes do elevador.
- Isso vai ser tão divertido! Espero que o senhor goste da surpresinha que
tenho, querido chefe.
Chego ao andar, saio do elevador e Vanusa não segura o enorme sorriso no
rosto. Ela usa um vestido básico preto, bem oposto ao meu chamativo e curto.
- Bom dia, Vanusa!
Seu sorriso some ao me ver radiante. Ela esperava me ver furiosa com essa
roupa, assim como nosso chefe. Ele não vai ter esse gostinho.
- Bom dia!
Vou para a cozinha, guardo minhas coisas e já faço o café do rocha. Faço
bem forte pra ver sua cara se contorcer todinha ao tomar. Coloco a xícara na
pequena bandeja e vou buscar a agenda para começar os trabalhos.
- Já volto!
Digo a minha companheira de recepção que ainda está de boca aberta ao me
ver radiante nesse rosa chiclete. Dou duas batidas na porta anunciando que
vou entrar. Abro a porta e quando entro percebo que o Sr. Fantini ainda não
chegou. O elevador privativo faz barulho e sei que é ele subindo. Com um
enorme sorriso no rosto, decido esperá-lo de uma forma bem diferente.
Coloco o café na mesa, em frente a sua cadeira, sento em sua mesa, ficando
de costas para o elevador e cruzo minhas pernas, apoiando a agenda sobre
elas. Escuto as portas do elevador se abrirem, passos lentos se aproximam e
minhas costas queimam. De cabeça baixa assisto seu corpo passar por mim e
colocar sua pasta na cadeira. Sr. Fantini fica a minha frente e agora o dia
pode começar. Ergo minha cabeça e nos olhamos. Ele tem uma sobrancelha
erguida e indica com os olhos sua mesa, como se me ordenasse pra descer
dela. Finjo não compreender seu olhar e apenas descruzo as pernas bem
lentamente e recruzo para o outro lado. Seus olhos estreitam pra mim e me
faço de cínica.
- Bom dia, Sr. Fantini!
Ele entende que não vou descer daqui tão cedo e decide se sentar.
- Obrigada pelo uniforme!
Agradeço de verdade pelos belos vestidos que vão tornar meus dias aqui
super agradáveis.
- Achei que minha submissa merecia uma roupa diferenciada.
Ele diz e tem um pequeno sorriso no canto da boca.
- Sua submissa agradece por isso!
Me arrasto mais para o lado e fico agora de frente pra ele, entre suas pernas.
Seu corpo recua mais na cadeira e suas mãos se apóiam em suas coxas.
- Posso ler a agenda de hoje?
- Sim!
Solta com a voz claramente desconfortável e isso só melhora. É hora de
mostrar a surpresinha. Abro minhas pernas e coloco cada pé meu usando um
belíssimo salto preto em cada apoio da cadeira, fazendo o vestido subir o
suficiente pra mostrar que estou sem calcinha. Sr. Fantini ergue a mão direita
e coloca no queixo, apreciando a bela visão que tem agora. Leio muito
lentamente tudo que temos para hoje, repetindo mais de uma vez os horários
e as tarefas. Seus olhos não desviam um segundo se quer de um certo ponto
entre minhas pernas e me pergunto se ele escutou alguma coisa. Acho que
meu chefe entendeu que sua tentativa de me cutucar está tendo a lei do
retorno.
- Quer que eu anote mais alguma coisa ou desmarque algo?
- Cancele a reunião com o Jasper, ainda não temos o relatório para
discutirmos sobre o aumento da compra do material que pedi.
- Só um minuto.
Desço meus pés no chão e saio da mesa ficando a sua frente.
Giro meu corpo ficando de costas me curvo para pegar uma caneta no suporte
em sua mesa e empino minha bunda em seu rosto. Anoto no horário o
cancelamento e ao mesmo tempo balanço minha bunda de um lado para o
outro, apenas mostrando ao leão a carne fresca a sua frente.
- Feito!
Coloco a caneta no lugar e volto a ficar de frente pra ele. Como estou mais
alta, encaro o Sr. Fantini por cima que tem os olhos em chama. Ele entendeu
que foi um erro me dar essa arma contra ele. Se te atiram uma pedra, faça
dela bom uso e devolva em grande estilo.
- Posso me retirar?
- Sim!
Saio de sua frente, mas paro de andar após dois passos, ficando ao lado de
sua cadeira. Derrubo minha agenda e resmungo como se tivesse sido sem
querer. Poderia me encolher e sem mostrar nada pega-la do chão, mas isso
não seria divertido pra nós dois. Vou me curvando mantendo as pernas retas
até minhas mãos tocarem a agenda no chão. Posso sentir meu vestido subir
até a curva da minha bunda. Pego a agenda e volto a ficar reta.
- Se precisar de mim é só chamar novamente, Sr. Fantini!
Digo sem olhá-lo e vou para a porta.
- Merda!
O escuto resmungar e sei que foi pelo café forte. Saio radiante da sala do meu
chefe e Vanusa me olha ir até o telefone pra ligar para o Jasper.
************
São quase 16h e mais uma vez a recepção é invadida por mais algum
funcionário me trazendo algo que o Sr. Fantini pediu. Coisas idiotas e sei que
só foram pedidas pra me irritar. As pessoas estão vindo, me olhando em
choque pelo vestido e percebo que todos os setores dessa empresa já me
visitaram. É pra espalhar bem que a secretária está usando um vestido bem
chamativo.
- Não sei porque o Sr. Fantini pediu esses documentos, são de dez anos atrás.
O estagiário dos recursos humanos diz e me entrega a pasta.
- Eu sei porque!
Vai embora, Vanusa está rindo, se deliciando com a briga do cão e da gata.
Respiro fundo e vou até a porta da sala do meu irritante chefe. Bato avisando
que vou entrar e entro. Sr. Fantini não está em sua cadeira como de costume e
escuto a porta do seu banheiro se abrir. Meu Deus! Ele sai do banheiro sem
camisa, usando apenas a parte de baixo e o que eu admirei outro dia coberto,
agora tenho o privilégio de admirar sem nada. Uau! Mil vezes nossa! Que
peito, que barriga, que braços, que... homem. Nenhuma cicatriz, tatuagem,
nada, uma rocha bem trabalhada por Deus.
- Caneta estourou na minha mão e caiu na camisa, preciso que depois da
secagem deixe no armário para passar.
Aponta para o banheiro e fico sem reação, porque eu só consigo olhar esse
corpo. Sr. Fantini se aproxima e prendo o ar quando seu peitoral encosta em
mim e sua boca fica em meu ouvido.
- Não precisei mostrar meu pau pra te deixar assim. Às vezes o prazer de se
olhar não está no meio das pernas.
Enquanto o Sr. Fantini tenta me dizer o quanto fui vulgar e que é um sedutor
muito melhor, eu só consigo pensar na minha língua percorrendo seu peitoral.
Minha boca está tão próxima de sua pele! Que se dane, não vou passar
vontade! Minha língua encosta em seu mamilo e posso ouvi-lo gemer
surpreso. Ele não recua e nem me impede de prosseguir. Sigo lambendo seu
peitoral, ouvindo sua respiração ficando mais pesada. Seu cheiro é tão bom,
intenso, de homem mesmo! Minha língua dança em seu pescoço e paro
quando minha boca alcança seu ouvido.
- Não tenho problemas em exibir meu corpo, Sr. Fantini! Gosto dele, idolatro
cada pedacinho de mim todas as noites me dando prazer. Não sou o tipo que
faz joguinhos bobos mostrando pernas e peitoral pra seduzir, sou direta e
deixo claro onde eu quero que a pessoa esteja.
Mordo a parte fofa de sua orelha e seu suspiro me excita.
- Quando estiver pronto para jogar de verdade comigo, me chame!
Me afasto e olho seu corpo todinho, com um belo sorriso em meu rosto.
- Talvez você não esteja tão seguro de mostrar aquilo que eu quero ver.
Entendo que depois de me ver, não tenha requisitos para me preencher.
O filho da mãe tem um olhar muito quente e unido ao seu sorriso safado me
deixa ainda mais quente.
- Achei que era um joguinho apenas para nos livrarmos um do outro, não
achei que estava liberado "TUDO" para foder o outro literalmente.
- Não sou mulher que passa vontade! Pode ter certeza que se em algum
momento eu quiser sentar em você, nada vai me impedir.
- Então estamos liberados para qualquer coisa? Sem pudor, sem limites, sem
regras, apenas com o foco da desistência dessa relação de trabalho?
- Sr. Fantini, serei a sua demissão mais prazerosa!
ROCHA COM DEDOS
DOIS DIAS DEPOIS
NARRAÇÃO VICTÓRIA
A empresa fica tão mais leve, mais fácil de trabalhar quando uma rocha
irritante não está nela. Faz dois dias que o Sr. Fantini está em uma viagem á
negócios e posso trabalhar linda e feliz nos meus vestidos fabulosos.
- Victória!
Ah não! Estava tudo indo bem hoje. Ergo minha cabeça e abro um pequeno
sorriso para o Sr. Henrique.
- Pois não, Sr. Henrique! O que posso ajudá-lo?
Sorri com vontade e não preciso me esforçar muito pra saber que pensou
besteira nos meus serviços prestados, sendo sexuais em sua mente suja.
- Você ainda não respondeu minha mensagem.
Desde ontem á noite vem tentando me convencer a dar uma chance, sairmos
pra jantar e ele mostrar que vai ser bom. Preciso colocar uma placa no meu
pescoço informando que não sou obrigada a sair com ninguém pra testar se a
pessoa é boa em alguma coisa. Não sou órgão controlador de qualidade de
pau. Mania que homem tem de pedir uma chance pra mostrar que é bom em
transar. Homem solteiro em busca de transa só sabe dizer duas coisas.
"Manda uma foto sua" e "me dá uma chance pra te mostrar que é bom".
Todas as vezes que dei uma chance 90% não foi bom!
Estou tão plena comigo mesma, nenhum pouco afim de ferrar minha vida
trepando com um vice presidente que parece ser do tipo grudento. Melhor
cortar esse mau pela raiz! Já tenho que lidar com o rocha que quer
literalmente me foder aqui na empresa.
- Sr. Henrique, acredito que seja melhor para nós dois nos mantermos
focados apenas na relação profissional. Não quero ter problemas aqui na
empresa quanto a um envolvimento, mesmo que sem fins duradouros, com
alguém importante como o senhor.
- Está me dispensando por causa do Arthur? Ele te disse alguma coisa?
Pergunta nervoso e levemente alterado.
- Não! A gente dispensa algo que temos, no nosso caso estou evitando. O
senhor é muito legal, gentil, foi super divertido naquele jantar comigo, mas
vamos deixar tudo assim, em uma amizade entre nós.
Sr. Henrique vem para cima de mim me olhando firme e recuo como consigo
até a parede, colocando a cadeira entre nós dois. Não gosto disso, posso
reconhecer de longe um homem que não aceita um não.
- Victória!
A voz grossa e nervosa do Sr. Fantini ecoa na recepção e percebo que estava
segurando o ar encarando o Sr. Henrique. Meus olhos desviam do vice
presidente a minha frente e vão para o elevador. Meu chefe nunca usa o
elevador padrão, sempre o privativo.
- Henrique, acredito que esteja sufocando a minha secretária. Poderia se
afastar!
Ordena, vem andando até nós mantendo seus olhos no amigo que não se
afasta de mim.
- Henrique!
Grita e a postura do idiota já não é mais opressora pra cima de mim e seus
ombros relaxam. Me mede da cabeça aos pés como se agora eu fosse um
pedaço de carne barata e me dá as costas. Por segundos os dois amigos ficam
se encarando sem dizer nada, até que o Sr. Henrique resolve ir embora e
some no elevador. Meu corpo relaxa e respiro fundo.
- Ele fez alguma coisa ou falou algo grosseiro?
Sr. Fantini pergunta parado atrás da minha mesa, olhando pra mim
preocupado.
- Nada que eu não tenha ouvido ou visto em muitos homens que passaram
pela minha vida.
Ficamos em silêncio nos olhando e acredito que o protocolo do nunca manter
contato visual com ele se quebrou faz tempo aqui.
- Precisa de alguma coisa?
- Preciso que os homens entendam o significado de não. Se souber como faço
pra que isso aconteça, agradeceria muito.
Digo e empurro minha cadeira para a mesa.
- E não me venha com sermão de que a forma como eu sou faz os homens
perderem o respeito por mim. Meu corpo, minhas regras, minhas roupas, meu
prazer, meus desejos, minhas escolhas, tudo é meu e ninguém tem o direito
de me julgar.
Sr. Fantini continua calado me ouvindo.
- Não gosto de joguinhos por causa disso, as pessoas se perdem nos limites.
Sou clara quando quero e muito mais clara ainda quando não quero.
Encaro meu chefe que nunca ficou tanto tempo me ouvindo sem dizer algo
pra me atingir.
- Então você deixou bem claro para o Henrique que não queria nada?
- Sim!
- Há dois dias deixou claro pra mim que podia tudo?
- Sr. Fantini, quando entro em uma guerra, não existe limite pra foder o
inimigo.
Seu sorriso é quente e seu olhar antes preocupado agora é bem intenso para o
lado sexual.
- Bom saber! Gosto de uma guerra, principalmente quando o inimigo se acha
superior.
Fala e se vira pra ir até sua sala.
- Avisa a manutenção que meu elevador não está funcionando. Em três horas
tenho uma reunião importante e quero você na sala anotando tudo.
- Sim senhor!
- Ainda anda sem calcinha?
Pergunta parando na porta de sua sala.
- Talvez sim... talvez não... não vou dar munição para o inimigo.
De costas imagino seu sorriso, enquanto sua cabeça se move.
- Vanusa não voltou com o senhor para a empresa?
Pergunto já que ela o acompanhou nessa viagem importante.
- Não! Ela não ficou bem durante a viagem e a deixei na casa dela.
Responde, entra em sua sala e fecha a porta. Me sento para ligar para a
manutenção e vejo uma mensagem no meu celular.
DE: VANUSA
POR FAVOR, TENTA NÃO CUTUCAR, NÃO TIRAR DO SÉRIO O SR.
FANTINI HOJE. A VIAGEM DEU ERRADO, ELE PERDEU UM
CONTRATO IMPORTANTE E PODE ESTAR FURIOSO COM ISSO. SEJA
GENTIL NO QUE AGUENTAR. OBRIGADA!
Nossa! Ela escreveu em letras maiúsculas, li imaginando sua voz cansada
implorando pausadamente pra que eu seja boazinha com o nosso chefe.
Vanusa ainda não percebeu que meus ataques ao Sr. Fantini são somente
quanto há ordens descabidas e regras idiotas. No que diz respeito ao
profissional de verdade eu o respeito e dou meu melhor aqui. Decido não
responder a mensagem e focar na manutenção do elevador e na reunião.
********
Termino meu almoço e espero que o rocha também tenha terminado o dele.
Olho meu relógio e são quase 14h, hora de voltar para empresa. Saio do
restaurante e caminho pela calçada, já acostumada com os olhares para o meu
lindo vestido amarelo. Começo a sentir falta das cores neutras. Paro de andar
ao ver algo muito interessante e decido comprar.
*********
Saio do elevador e Nina sorri ao me ver. Ela é uma das recepcionistas da
entrada da empresa e sempre me cobre no horário de almoço e quando entro
em reunião. Sua função e apenas atender as ligações, anotá-las pra mim e
retorno para as pessoas quando volto. A coitada é tímida demais e foi uma
das que disputou essa vaga comigo. Fico imaginando que bela secretaria
submissa daria ao Sr. Fantini. Por que Vanusa não a escolheu?
- Já venho ver os recados.
- Sem problemas!
- Me cobre durante a reunião?
- Claro!
Vou até a porta do Sr. Fantini e dou duas batidas antes de entrar. Ele não está
em sua mesa, mas escuto barulho vindo do banheiro. Ainda fico chocada com
tudo que tem lá dentro. Tem uma maquina lava e seca, um pequeno closet
com roupas do meu chefe, chuveiro e as coisas normais de banheiro. Vou até
a mesa dele e deixo o que comprei em cima da mesa. Melhor ir embora antes
que ele me veja aqui.
********
Encaminho as pessoas que vão fazer parte da reunião para a sala e ajudo o
Benjamin a arrumar o projetor. A pedido do Sr. Fantini a apresentação sobre
os danos futuros da perda do contrato que teve, será realizada pelo projetor
para que todos possam entender a merda que isso será no futuro da empresa.
Todos os gerentes e o jurídico estão aqui, menos o vice presidente. Todos se
acomodam e fico em pé ao lado da cadeira do Sr. Fantini, o esperando entrar
na sala. Pelo protocolo devo me sentar na cadeira no fundo da sala assim que
ele se sentar e apenas anotar tudo para depois fazer uma ata da reunião. Meu
chefe entra, cumprimenta todos e vem andando até seu lugar. Mantenho
minha cabeça baixa como Vanusa ensinou e espero ele sentar.
- Obrigado pelo sorvete!
Sussurra só pra mim e tento não sorrir. Sabia que o sorvete de doce de leite,
favorito dele e do pai o animaria um pouco depois do que aconteceu na
viagem. Sr. Fantini faz um breve discurso ainda em pé e fico um passo atrás
dele de cabeça baixa ainda.
- Vamos começar!
Ordena e as luzes se apagam ficando a sala toda escura e o foco de luz na
parede onde o projetor funciona. Meu chefe senta e quando vou recuar para
me sentar também, sua mão segura a minha e me impede. Me puxa para ficar
em pé ao seu lado e meus olhos focam em sua mão segurando firme a minha.
Benjamin começa sua explicação e graças a Deus minha mão é libertada. Eu
poderia facilmente recuar para a minha cadeira, mas tem dedos tocando entre
minhas pernas, na altura dos joelhos. Olho em volta e todos observam a
parede, enquanto Benjamin aponta todos os gráficos. Os dedos sobem mais
um pouco suavemente, me causando muito arrepio. Param quando chegam na
barra do vestido e não fazem mais nada. Ele está me pedindo permissão para
avançar, esperando que eu indique que pode me tocar.
Acredito que muitas mulheres se fariam de difícil, um absurdo ser tocada na
frente das pessoas assim. Só que eu não sou mulher de passar vontade e agora
o que eu mais quero é saber se o Sr. Fantini sabe dar prazer com os dedos.
Vamos saber se rocha tem dedos pra me fazer gozar. Abro minhas pernas o
suficiente pra que ele tenha livre acesso. Antes de prosseguir sua mão enorme
espalma por dentro da minha coxa e aperta forte, quase me arrancando um
gemido alto. Porra! Sua mão é enorme e parece estar bem desesperada para
me tocar. Por alguns segundos olho para ele que parece atento a
apresentação, uma mão em mim e a outra brincando com seus lábios. Ele não
me olha e a ponta dos seus dedos encontram meu sexo coberto pela calcinha.
Faz pequenos círculos me estimulando e tento mesmo me manter firme onde
estou, mas minha respiração já está bem intensa. Fecho meus olhos tentando
controlar tudo e se for pra gozar, que seja o mais contida que conseguir.
Seus dedos se enroscam na calcinha e ela é puxada pra baixo, para o meio das
minhas pernas. Não é um bom lugar pra ela agora, pois quando terminar a
reunião estarei com ela embolada em minhas pernas, provavelmente a mostra
por causa do vestido curto. Movimento o quadril, as coxas e a calcinha
desliza pra baixo, até cair em meus pés. Abro meus olhos e vejo o sorriso
torto do meu chefe, que tenta esconder com os dedos que dançam em sua
boca. Seus dedos agora tocam diretamente meu sexo e fazem pequenos
círculos. Estou bem excitada e lubrificada, o que ajuda muito seus dedos a
dançarem entre minhas pernas. Quando seu dedo me invade de surpresa, indo
até o fundo do meu sexo, solto um gemido nada discreto e Benjamin para de
falar.
- Desculpa! Levei um susto agora, achei que tivesse visto alguma coisa no
canto da sala.
Sorri pra mim e todos voltam à atenção para ele.
Sr. Fantini não me deixa acostumar com seu dedo e logo enfia outro.
Caramba, seus dedos são enormes e grossos. Apoio minhas mãos na mesa e
empino um pouco a bunda para acomodar melhor. Isso parece deixá-lo louco
e seus movimentos dentro de mim são bem intensos, me fazendo perder o
foco da reunião, não escuto mais nada a não ser meu corpo implorando pra
gozar.
PERNAS QUE TREMEM
NARRAÇÃO VICTÓRIA
Sabe aquela sensação deliciosa que te consome por dentro, faz seu ventre se
contrair, pernas tremerem, quererem desesperadamente se esfregarem e se
apertarem uma na outra? Intensifica tudo isso com o tesão de saber que é o
seu chefe o causador desse prazer e que está te enlouquecendo na frente de
dez pessoas. As sensações diminuem quando os dedos do Sr. Fantini
começam a diminuir o ritmo e não acredito que ele não vai me fazer gozar,
vai só me torturar. Que filho da mãe! Não sou mulher de me privar ou privar
um homem de seu prazer, é muita sacanagem! Começou tem que terminar.
- Benjamin, preciso que faça aquela parte que te pedi!
Meu chefe pede, mantendo os dedos parados dentro de mim. Que coisa que
ele pediu? Não me passaram nada.
- Podem me acompanhar por favor até a sala do Sr. Fantini?
Benjamin pede e todos, ainda no escuro da sala, seguem ele pra fora e vão
para a sala do Sr. Fantini, nos deixando pra trás. Quando vou me afastar, pra
dar espaço ao rocha pra irmos até sua sala, sou surpreendida por seu corpo
que se levanta rápido demais. Sua mão sai do meu sexo, seu corpo fica atrás
do meu e posso sentir sua ereção.
- Temos pouco tempo!
Sussurra em meu ouvido e sua outra mão segura meu cabelo, enrolando em
seus dedos. Sou empurrada pra mesa, meu rosto cola na madeira fria bem
polida.
Sua mão embolada em meu cabelo prende minha cabeça, enquanto sua outra
mão sobe meu vestido, expondo minha bunda. Meu coração está acelerado e
minhas pernas tremem de um jeito que nunca vi antes. É uma mistura de
tesão, desejo, ansiedade, expectativa, fome, desespero pra gozar. Fecho meus
olhos quando sinto sua mão alisar minha bunda e apertar forte mostrando que
também sente esse mesmo tesão louco.
- Costumo agradar muito bem quem me agrada.
Fala com a voz rouca e percebo que seu corpo está bem perto do meu,
fazendo sua boca ficar perto do meu ouvido.
- Você me agradou, Victória!
Acaricia meu sexo e abro mais minhas pernas, empinando muito minha
bunda.
- Vamos a sua recompensa!
Seus dedos me penetram até o fundo novamente e dessa vez não consigo
segurar o gemido alto que escapa da minha boca.
- Seja silenciosa!
Seus dedos habilidosos encontram o lugar certo e então começam a me foder
gostoso. Me agarro a mesa, meu corpo se contorce, minhas pernas se
descontrolam e quero gozar desesperadamente. Tira os dedos dentro de mim,
bate forte na minha bunda e volta eles para o meu sexo. Meu Deus! Isso é
incrivelmente bom! Faz mais duas vezes e explodo em um orgasmo
sensacional, apertando minhas pernas que chega a doer. Sr. Fantini está me
estimulando por fora enquanto os espasmos não terminam.
Suspiro quando tudo acaba e não sinto mais suas mãos em meu corpo, estou
sozinha na mesa, largada feita uma gelatina que vai derretendo fora da
geladeira. Sinto um beijo na minha bunda, a calcinha subindo por minhas
pernas e voltando para o seu lugar. Sr. Fantini abaixa meu vestido e quando
consigo me reerguer da mesa, mesmo toda mole, ele me pega no colo e me
leva até a cadeira no fundo da sala onde eu devia ter ficado durante a reunião.
- Melhor ficar sentada até tudo terminar.
Pisca safado pra mim quando me senta e seus lábios estão quase pertos dos
meus.
- Sabe o que acabei de descobrir?
Pergunta sorrindo e apenas movo a cabeça de forma negativa, porque tenho
medo de abrir a boca e soltar alguma merda sem pensar. Ainda estou sendo
comandada pelo meu orgasmo recente.
- Que você não gozou com o Henrique! Você apenas encenou aquela merda
toda pra me irritar.
Agora sou eu quem está sorrindo pra ele.
- Você goza muito melhor quando é de verdade!
Escutamos barulho de passos e ele volta para o seu lugar, enquanto Benjamin
retorna com as pessoas. Me pergunto se ele planejou essa saída, porque se fez
tinha certeza que eu não recuaria de seu toque. Acho que entendeu que não
fujo e não costumo me privar dos prazeres da vida.
*******
A reunião termina e a segunda parte eu entendi bem que a perda desse
contrato afeta muito essa empresa. O que eu não entendi é como perdemos
um contrato que por anos foi nossa base de crescimento. Por que o Sr. Fantini
não renovou com essa empresa e que merda aconteceu pra dar tudo errado?
Não é da minha responsabilidade essa parte, mas a empresa toda fica
prejudicada financeiramente e isso me afeta de alguma forma. Não que eu
queira trabalhar aqui por mais tempo, já que minha meta é fazer esse chefe
arrogante, prepotente e grosso me mandar embora por não me aguentar, mas
me lembro do discurso na homenagem ao pai do Sr. Fantini. Quantas pessoas
são dependentes dessa empresa e precisam desse trabalho. A reunião deixou
claro que se em alguns meses não tivermos outra empresa parceira,
funcionários serão demitidos.
- Obrigado, Benjamin! Agora eu assumo daqui!
Sr. Fantini levanta, as luzes se acendem e ele anda pela sala olhando todos
sentados a mesa.
- Acredito que logo conseguiremos uma nova empresa parceira que nos
beneficie tanto quanto a do Oscar.
Diz e pela forma como seu corpo está reto demais e seu olhar vazio, acredito
que não esteja tão confiante quanto quer demonstrar a todos na sala.
- Até isso acontecer preciso da colaboração de todos para cortarmos gastos e
economizarmos em tudo que podemos. Essa semana pretendo ver com o
jurídico a possibilidade de venda de uma das nossas filiais, para nos
resguardarmos, mas de coração mesmo, não desejo chegarmos a esse ponto.
Sei que famílias dependem de mim, então não posso chegar a esse ponto.
Preciso que façam relatórios dos respectivos setores e me tragam opções para
redução de valores.
Algumas perguntas são feitas e as respostas são dadas pelo Benjamin,
enquanto meu chefe volta para o seu lugar.
********
As pessoas começam a deixar a sala e levanto da cadeira, já recuperada da
moleza pós gozo. Benjamin é o único que fica na sala conversando com o Sr.
Fantini. Decido deixar os dois sozinhos e ir fazer a ata da reunião.
********
Benjamin sai da sala de reuniões, se despede de mim e vai embora. Fico
olhando para a porta esperando o Sr. Fantini também sair, mas isso não
acontece. Decido ver se está tudo bem. Entro na sala e o vejo em pé, com a
testa encostada na parede de vidro. Suas mãos estão no bolso e sei que sua
cabeça deve estar explodindo com tudo isso. Caminho até ele, paro atrás do
seu corpo e o escuto respirar fundo.
- O que foi?
Pergunta com a voz cansada, sem mudar sua posição.
- O senhor precisa de alguma coisa?
- Não!
Não sei o que devo fazer, poderia devolver o prazer que me deu, me ajoelhar
e deixá-lo foder minha boca, mas acredito que isso não resolveria o problema
de agora, só aliviaria a tensão em seu corpo. Quero guardar essa carta do
boquete pra outro momento, um que me beneficie.
- Quer conversar sobre o motivo que levou a empresa a perder o contrato?
Tenho a sensação que foi algo grave.
- Arthur, não pude comparecer a...
A voz do Henrique faz meu chefe afastar da parede de vidro e olhar para a
porta da sala de reunião. Me mantenho de costas, não preciso mostrar
qualquer educação ou respeito pelo vice presidente nesse momento.
- Sem problemas, Victória te enviará a ata da reunião por email.
Respiro fundo, me viro e sem olhar para os dois saio da sala. Volto para a
minha mesa e já redireciono a ata para o email do Henrique. Escuto a porta da
sala de reunião se fechar e acredito que os amigos pretendem ter uma
conversa mais intima.
*********
Recolho minhas coisas que já passou da minha hora de ir embora. Sr. Fantini
e Henrique ainda estão trancados na sala de reuniões e preciso saber se posso
ir embora. Quando decido ir interromper a conversa pra avisar que vou
embora, a porta se abre e o vice presidente sai furioso da sala, segue a passos
fortes para o elevador sem me olhar e vai embora. Pego minha bolsa e o Sr.
Fantini sai da sala.
- O senhor precisa de alguma coisa, posso ir embora?
Percebo que sua gravata está desfeita, seu cabelo bagunçado e seus olhos
ainda mais cansados.
- Pode ir, vou ficar mais um pouco.
- Se quiser posso ficar até o senhor ir embora. Me paga bem horas extras e as
horas noturnas são ainda melhores.
Sorri e balança a cabeça com humor.
- Preciso economizar nisso, por isso pode ir.
- Tem certeza?
Respira fundo e parece completamente sem rumo.
- Antes de ir!
Vem se aproximando e para na minha frente.
- Quero que me prometa que toda vez que Henrique vier aqui falar com você,
vai me chamar ou puxar o ramal e me deixar saber que está aqui.
- Não! Isso seria invasão da minha privacidade e da dele. Se quiser saber de
alguma conversa nossa, nos pergunte.
- Victória, não estou interessado nas conversas de vocês. Só me prometa que
vai me chamar ou me deixar saber que está aqui.
- Por que?
Não responde e fica apenas me olhando. Não é preciso uma resposta para eu
já entender o que está acontecendo.
- Me diz que tipo de homem estou lidando.
Ordeno firme e nada dele me dizer.
- Preciso saber com que tipo de merda estou lidando pra poder me proteger.
- Só precisa me chamar ou...
- Não!
Interrompo em um berro irritado.
- Não preciso de um príncipe encantado montado em seu cavalo branco pra
me defender. Eu não quero um macho me defendendo de outro macho. Sou
capaz de me defender de um merda que se acha dono de mulheres, então só
me diz que nível de babaca vou ter que enfrentar ou vou ter que descobrir
sozinha?
Seus olhos fixam nos meus e isso está me irritando.
- Não sou uma donzela em perigo, Sr. Fantini. Acreditei em conto de fadas
até meus nove anos, dali pra frente só enfrentei monstros e dragões que
fingiam ser príncipes. Sua vida pode parecer como esses contos, mas a minha
não. Não se preocupe comigo, se preocupe com seu amigo. Já aviso que não
sou do tipo que recua, chora quando é atacada ou ameaçada e não vou me
importar com nada, nem com as consequências dos meus atos.
Me assusto quando seu corpo avança no meu, seus lábios se chocam com os
meus. Suas mãos se enfiam por baixo do meu cabelo e me segura para não
recuar de seu beijo. Minha bolsa escorrega do meu braço e quando seus
lábios se movem pedindo espaço pra sua língua, meu corpo todo já implora
por esse beijo.
MUITOS PODRES

NARRAÇÃO VICTÓRIA
Enquanto a boca do Sr. Fantini engole a minha, só consigo pensar em como
seria um sexo com ele. Como seria essa boca pelo meu corpo, porque seu
beijo é fodidamente bom. Ele sabe bem o que faz e isso significa que é um
fodedor calado, que não fica exibindo suas fodas. Quando suas mãos soltam
meu cabelo, seus lábios tentam se afastar dos meus, chega a minha vez de
mostrar o meu beijo. Minha vez de agarrá-lo e só soltar quando estiver
satisfeita com seu sabor. Seus fios sedosos dançam em meus dedos, enfio
minha língua em sua boca e percorro cada canto que consigo, afundando mais
e mais meus lábios nos dele. Seu braço circula minha cintura e me agarra
forte, puxando meu corpo para o dele e fazendo meus pés saírem do chão.
Sua mão livre toca minha coxa e aperta forte, me fazendo sentir seus dedos
afundando em minha carne.
Ele é intenso! Os tapas na minha bunda, a forma como me aperta, não
esconde o tesão e deixa ele bem evidente em seus toques. Sugo seu lábio
inferior e solto, encarando seus olhos que brilham. Nossas bocas parecem não
querer se afastar e pequenos beijos com um leve sugar vão roubando mais
tempo juntos. São poucos os homens que gostam de manter os olhares
conectados enquanto estão um momento intimo assim. Sr. Fantini conversa
com o olhar quando está excitado e gosto disso. Sua mão solta minha coxa,
meus pés tocam o chão e vou soltando seu cabelo que antes estava preso em
meus dedos. Seu braço me solta e nos afastamos sem dizer nada. Ele pega
minha bolsa do chão e me entrega com um pequeno sorriso.
- Bom fim de semama, Victória!
Diz com sua voz rouca sedutora e acabo de perceber que hoje é sexta-feira.
Não me lembrava disso e é engraçado. Quando entrei aqui eu contava os dias,
horas, minutos para o fim de semana chegar logo.
- Para o senhor também!
Arrumo meu vestido e vou em direção ao elevador sem olhar pra trás. As
portas estão abertas, entro e aperto o botão do térreo. Olho por alguns
segundos meu chefe antes das portas do elevador se fecharem e
estranhamente o desejo de voltar para aquela boca me consome. As portas do
elevador se fecham e respiro fundo acalmando meu corpo.
- Preciso transar com esse homem!
- Precisa mesmo!
Levo um susto ao ver Luana no canto do elevador com o rosto vermelho.
- Depois daquele beijo, não sei como conseguiu vir embora.
- O que... quando...
Fico sem conseguir formular uma pergunta decente.
- Vim trazer esses documentos, mas desisti quando as portas do elevador se
abriram e vocês estavam...
Sorri maliciosa e quero me dar um soco. Não era pra ninguém saber que...
nem eu sei como explicar o que acontece aqui. É uma guerra sexual, que o
fim dela leva alguém a tomar no cu. Espero eu que seja o prepotente e
arrogante do meu chefe.
- Por que não interrompeu ou foi embora?
- Não queria estragar aquele beijão. Se o elevador descesse vocês
perceberiam e entrar ali não era uma opção.
- Por favor, esqueça o que viu! Foi algo de momento, não leve a sério aquilo.
- Esquecer seria impossível, vocês realmente possuem uma coisa intensa,
todo mundo aqui já percebeu.
- O que? Como assim todo mundo já percebeu?
- Ninguém consegue ficar aqui nesse andar por muito tempo sem sentir
vontade de transar.
Luana comenta rindo e não acredito que estão falando de mim com o Sr.
Fantini.
- Só que você anda meio que com o Henrique e... o pessoal não acreditava
que aconteceria com o Sr. Fantini.
Não tem como ignorar sua cara de nojo quando fala do Henrique, o que pra
mim é estranho. Esperava essa cara ao falar do Sr. Fantini, o rocha, o chefe
que ninguém suporta. Será que só eu não suporto ele?
- Eu não ando meio que com o Henrique e não tenho nada com o Sr. Fantini.
Aquele beijo foi totalmente fora do normal, inesperado e não temos, nem
teremos nada.
- Deviam ter algo!
- O que?
Minha pergunta sai em um tom bem alterado. As portas do elevador se abrem
e estamos no térreo.
- Vou subir e deixar isso com o Sr. Fantini.
Diz apertando o botão que leva ao andar da presidência. Seguro as portas pra
impedir que ela suba.
- Qual é, Victória!? Ele é gostoso, bonito, pelo que vi tem uma pegada
gostosa, aproveita!
- Ele é o rocha!
- Sim! O presidente que comanda isso aqui com braço de ferro e sem
desmoronar diante das merdas. Tem as regras bizarras, mas é um cara justo.
Solto as portas do elevador e reviro meus olhos.
- Devia trabalhar na presidência pra conhecer melhor as regras bizarras.
Luana sorri e o elevador vai embora com ela. Olho a recepção já vazia,
somente com o segurança na porta. Não quero ir pra casa, queria ir para
algum lugar beber. Caminho em direção a saída e vejo Henrique do lado de
fora encostado em seu carro. Paro de andar tendo a sensação de que está me
esperando. Não estou na pegada de enfrentá-lo, estou cansada demais pra dar
lição de moral em macho escroto. Tento pensar em algum caminho
alternativo para fugir dele e só tem o elevador, se eu descer no subsolo onde
fica o estacionamento. Posso sair pela lateral do prédio e evitar estresse.
Volto para o elevador, aperto e espero ele chegar no térreo. Quando as portas
se abrem, Luana está dentro dele e sorri ao me ver.
- Vai voltar para o Sr. Fantini?
- Não! Vou fugir de outro carma.
Entro no elevador com ela e aperto o subsolo.
- De quem?
- Henrique!
Descemos e ela está me olhando nervosa.
- O que foi?
- Ele te machucou?
Sua pergunta me deixa confusa e desconfiada. Primeiro o Sr. Fantini
cercando pra saber do Henrique, agora ela com medo de alguma agressão.
Tem coisa no passado do Henrique e quero descobrir.
- Vamos beber e você vai me contar tudo do Henrique.
- Eu não...
- Nem tenta fugir dessa conversa, eu preciso saber com o que estou lidando.
***********
Entramos em um bar que abriu faz pouco tempo perto da empresa. Nos
sentamos a mesa no canto do bar, na janela que dá visão para a avenida.
- Boa noite, o que vão querer?
A atendente pergunta ao se aproximar e fazemos o pedido das bebidas.
- Volto daqui a pouco!
Ela vai embora e foco em Luana.
- Me conta tudo que sabe sobre o Henrique.
- Victória, acredito que eu não saiba metade do que aquele idiota já fez de
merda.
- Me conta!
Ela começa explicando que Henrique assedia todas as secretárias dele. É um
perseguidor, cretino, que não respeita mulheres. Possessivo ele não descansa
até ter a mulher que deseja, depois acha que é dono da pessoa e faz tortura.
- Ninguém nunca o denunciou pelos assédios? Nunca falaram nada sobre ele
com a polícia, com o Sr. Fantini!
- Todas as mulheres foram mandadas embora por ele quando ameaçaram
abrir a boca. Sr. Fantini descobriu sobre a última secretária e a coisa lá dentro
virou uma guerra.
- Sr. Fantini defendeu a secretária?
- Sim! Afastou Henrique da vice presidência, deu assistência a mulher e
depois para as outras que ele foi descobrindo que foram assediadas.
- Por que o Sr. Fantini não demite o Henrique?
- É complicado!
- Como assim complicado?
- Só quem pode te explicar isso é a Vanusa!
Me lembro que hoje é o ultimo dia dela na empresa, isso significa que não
vou vê-la mais e não terei essa resposta. Preciso de respostas!
- Preciso ir!
Digo a Luana, enquanto deixo dinheiro na mesa pra pagar minha bebida.
- Aonde vai?
- Buscar respostas! Não vou passar o fim de semana todo com essa
curiosidade me matando. Quero saber o que prende Henrique ao Sr. Fantini.
Corro pra fora do bar, chamando um carro no aplicativo pra me levar até a
casa da Vanusa. Assim que passo pela porta, bato de frente com alguém e ao
erguer minha cabeça vejo meu chefe. Meus olhos descem para seu braço, sua
mão e o vejo segurar a mão de uma mulher. Uma bela mulher eu diria!
- Desculpa!
Digo desviando deles e correndo pra fora do bar. A mulher está toda
sorridente e não tira os olhos do meu chefe que me assiste entrar no carro e ir
embora. Que ótimo! O cara tem namorada e mete o dedo em mim sem
nenhuma culpa! Cretino!
*******
O carro para em frente a casa da Vanusa e agradeço a viagem. Saio do carro e
vou até a porta da casa. Toco a campainha e espero atenderem. A porta se
abre e um homem de cabelo grisalho e um sorriso fofo fica a minha frente.
- Pois não!
- Boa noite, sou Victória e preciso falar com a Vanusa.
- Então você é a Victória!
Fala ampliando o sorriso e imagino as coisas que ouviu sobre mim pela boca
da Vanusa.
- Pois é! Sou eu!
Abro um sorriso sem jeito e ele me pede para entrar.
- Vou chamar minha mulher.
Então ele é marido da sargentona. Me deixa na sala e some em uma das
portas. Olho em volta os porta retratos e em um deles tem a Vanusa com o
marido e uma menina e um menino. Olho mais de perto a foto e percebo que
a menina da foto agora é a mulher que está com o Sr. Fantini. Oh merda!
Meu chefe está fodendo a filha da Vanusa!
CONVERSA DE
SECRETÁRIAS
NARRAÇÃO VICTÓRIA
Não acredito que o Sr. Fantini está sendo um cretino pegando a filha da
pessoa que por muito tempo cuidou dele como uma mãe naquela empresa.
Vejo em outros porta retratos encontros das duas famílias e a garota sempre
abraçada ao meu chefe, cheia de sorrisos, assim como ele. Espera! Será que a
Vanusa sabe deles? Será que é um romance escondido apenas para a
sociedade, mas as famílias sabem?
- Victória!
Vanusa me chama e viro, encontrando-a parada na porta. Seu olhar me diz
que está confusa com a minha presença em sua casa.
- Oi! Desculpa o horário e não ter avisado.
- Aconteceu alguma coisa?
- Muitas coisas e parece que sou a única que não sabe de nada.
- Não entendi!
Respiro fundo e antes de entrar no assunto Henrique e a empresa, preciso
esclarecer algo.
- São seus filhos?
Pergunto apontando para o primeiro porta retrato que vi.
- Sim! Paulo e Sophia!
Seu sorriso enorme me diz que é uma mãe orgulhosa.
- Nunca me contou sobre eles, achei que seu único bebê era Arthur Fantini.
Posso ver seus olhos revirando e contenho o sorriso.
- Veio até minha casa para usar seu deboche?
- Não, me desculpe! É que foi impossível controlar a piada.
- Hum!
Murmura e vai até o sofá, sentando cansada nele.
- Seus filhos moram com você?
- Não! Paulo trabalha no Canadá e Sophia mora e estuda em Londres.
- Nossa! Deve ter muito orgulho deles.
- Sim!
- Todos estão longe de você agora, não deve ser fácil conviver com a
saudade.
- Minha idéia de aposentadoria era justamente focar em viajar e rever meus
filhos mais vezes.
Vanusa não sabe que a filha está por aqui, acredito que esteja na casa do Sr.
Fantini. Merda! Isso significa que ele pode ter tido coisas com ela e depois
comigo. Como permitiu todo esse ataque sedutor, estando com a filha da
Vanusa? Podre! Tão podre quanto o Henrique.
- Acho que já pode começar seu plano de aposentadoria.
Digo me sentando ao seu lado.
- Victória, vou ser sincera com você. Arthur me pediu para procurar outra
secretária. Isso significa que meu plano de aposentadoria foi jogado para
frente por mais alguns meses.
Não me surpreendo com esse pedido, ele acredita que vai conseguir me fazer
pedir demissão. Se bem que ele pode também me demitir, me dando o
gostinho da vitória e se livrando de mim agora que Sophia está por aqui.
- Você não me parece surpresa!
Vanusa comenta me analisando.
- Sei que sou competente e também sei que não sou obediente. Não sou uma
pessoa que aceita regras absurdas e isso incomoda o Sr. Fantini. Não vou
mudar minha essência para o prazer dele, então entendo que somente minha
competência não mantenha meu emprego.
- Maduro da sua parte essa compreensão.
- Vanusa, eu não tenho problemas com a empresa, tenho com o Sr. Fantini.
Acredito no sistema de trabalho, nos funcionários e como tudo funciona, só
não suporto o dono.
- Esse é o motivo que logo te levará a demissão.
- Tudo bem! Se é assim que ele quer. Só quero te fazer dois pedidos.
- Pedidos complicados ou razoáveis?
- Só precisa me responder duas perguntas.
- Fala!
- Me conta sobre o Henrique, sobre o que aconteceu na empresa com ele.
Vanusa levanta e começa a andar pela sala.
- Acho que não é um assunto que você deva se aprofundar.
- É sim! Ele simplesmente me cerca em todos os lugares e já demonstrou que
pode ser um escroto. Tenho direito de saber o que estou enfrentando.
- Só fique longe dele.
- Por que?
- Porque ele é um babaca! Não sabe o limite de seu poder e acha que todas as
mulheres que deseja são dele. Henrique é um conquistador que quando
consegue o que quer, se torna o demônio. Possessivo, controlador,
agressivo...
- Ninguém nunca o denunciou?
- Nós enxergamos o que acontece, mas elas nunca contam pra gente. Somem
sem deixar rastro, talvez apavoradas com o que ele pode fazer a elas. Arthur
descobriu com a ultima secretária a verdade sobre o Henrique, afastou o
cretino da vice presidência e deu toda assistência para a mulher.
- Por que Henrique voltou para a empresa?
- Victória, isso eu não vou te responder.
- Tem um filho da puta assediando um monte de mulher naquela empresa,
sou a escolhida da vez por aquele babaca e não posso saber porque o
amiguinho poderoso não o manda embora? NÃO ADIANTA O SR.
FANTINI DAR ASSISTÊNCIA AS MULHERES VITIMAS DO
HENRIQUE, MANTENDO O BABACA NA EMPRESA CONTINUANDO
FAZENDO MERDA.
- Está tudo bem aqui?
O marido da Vanusa aparece preocupado e sei que estou exaltada. O que me
irrita é o fato de manter um abusador ali dentro e ficar limpando o que ele faz
com assistências. Elimina o causador que nunca mais haverá assistência.
- Estamos bem!
Vanusa responde e com um movimento na cabeça manda o marido voltar de
onde veio. Assim que ele some da sala, ela me olha.
- Faz dois meses que Arthur descobriu as merdas. Começamos a desconfiar
da quantidade de secretárias que haviam passado pela vice presidência. Após
uma cautelosa investigação descobrimos tudo. Arthur afastou o Henrique e
procurou todas as mulheres para dar apoio no que precisavam.
- Não precisa me explicar tudo de novo. Só quero saber porque Henrique
ainda está naquela empresa. O que prende aquele cretino ao Sr. Fantini?
Vanusa senta ao meu lado novamente e ficamos nos olhando.

- Osvaldo o pai do Arthur quando abriu a empresa, fechou parceria com seu
melhor amigo. As duas empresas se ajudavam e juntas cresciam em suas
áreas. Com o tempo uma empresa se tornou dependente da outra, como se
fossem a perna direita e esquerda no mundo da economia.
- É a empresa que perdemos contrato dessa viagem?
- Sim!
- O que aconteceu nessa viagem?
- Quando Osvaldo faleceu e Arthur assumiu tudo, ele não sabia como fazer a
empresa continuar caminhando. Quase entramos em falência e foi graças ao
Oscar que sobrevivemos. Ele ensinou ao Arthur tudo que precisava saber e
com o tempo nosso presidente já dominava divinamente a empresa.
- Que merda aconteceu com eles?
- Arthur levou ao Oscar um arquivo que gerou uma briga muito feia.
- Que arquivo?
- Um arquivo que mostrava que o filho do Oscar era um homem violento,
assediador, que não podia mais ser o vice presidente do Arthur.
- Henrique é filho do Oscar?
- Sim! Depois de ajudar o Arthur, um tempo depois Oscar pediu um favor.
- Colocar Henrique como vice presidente.
- Exatamente! Ele queria dar ao filho um cargo importante, que na empresa
dele não havia mais. Toda a empresa do Oscar é gerenciada pelos seus
irmãos, Henrique não conseguiria nada ali.
- Sr. Fantini aceitou o pedido como forma de agradecer o que o Sr. Oscar fez
por ele.
- Sim!
- Então a briga foi por causa do Henrique e agora as duas empresas vão falir
por causa do babaca?
- Exatamente! Arthur não recuou e avisou que Henrique será demitido na
segunda-feira. Em reposta, Oscar quebrou o contrato de parceria, mesmo
sabendo que sua empresa também sofreria grandes danos.
- Segunda-feira aquilo ali vai virar o caos.
- Sim!
- Tudo porque um pai quer proteger um filho assediador.
- Oscar é de uma geração machista, com pensamentos diferentes do Arthur,
que apesar de suas regras absurdas, é um homem extremamente justo.
A campainha toca e Vanusa se levanta para atender a porta. Assim que abre,
leva um susto e vejo sua filha pular sobre ela. As duas se abraçam e Vanusa
chora.
- Sophia!
Fala o nome da filha toda emocionada e me levanto do sofá ao ver o Sr.
Fantini na porta. Seus olhos focam nos meus de forma questionadora e
ignoro.
- Não acredito que está aqui.
- Minha mãe vai aposentar, é motivo de comemorar.
As duas sorriem e acho que é minha hora de partir.
- Vanusa, obrigada pela conversa! Vou te deixar curtir sua filha.
As duas me olham, passo por elas e tento passar pelo meu chefe.
- Com licença!
Peço de cabeça baixa, sendo bem submissa como as regras me exigem ser.
Meus olhos baixos enxergam seus pés se movendo para o lado me dando
passagem e sigo em direção a rua. Pego meu celular na bolsa pra chamar um
carro no aplicativo.
- O que fazia na casa da Vanusa?
Sr. Fantini pergunta atrás de mim e continuo andando.
- Me despedir dela, era pra ser seu ultimo dia.
- Você não veio aqui pra isso.
Paro na calçada e o aplicativo indica que o carro vem em dez minutos. Muito
tempo aqui esperando, suportando meu chefe me encarando.
- Te levo pra sua casa.
- Não precisa!
- Não vou ficar insistindo!
- Então vai embora e me deixa aqui, vai evitar perder tempo esperando que eu
aceite ir com você.
- Passa o dia todo na empresa me encarando, me enfrentando e aqui se faz de
secretária submissa? O que está aprontando, Victória?
Me viro e encaro seus olhos como ele tanto quer.
- Sr. Fantini, não vou dar continuidade a essa guerra que iniciamos. Não pelo
lado sexual, porque não sou o tipo de mulher que ferra outra mulher. Se
soubesse que estava com a filha da Vanusa não teria te deixado enfiar os
dedos em mim e tudo mais.
ESCLARECENDO A
PUTARIA
NARRAÇÃO VICTÓRIA
Detesto quando ele ergue a sobrancelha assim pra mim, com esse ar de
superior. Vontade de chutar as bolas dele pra fazê-lo cair de joelhos na minha
frente.
- Não sei que tipo de homem costuma se envolver, fazer essas suas guerras
sexuais Victória, se é que podemos chamar de homem alguém que atola o
dedo em uma mulher tendo algo com outra.
Sua postura muda e ele parece ter agora mais de dois metros de altura.
- Eu seria incapaz de magoar Sophia assim, não por ser filha da Vanusa, mas
por ser uma mulher incrível que merece todo o meu respeito. Se essa sua
mente doentia de mulher julgadora achou que eu seria capaz de me envolver
com a filha de uma das mulheres que mais respeito e amo no mundo, então
você é a pessoa errada aqui.
Certo! Estou levando uma surra de moral aqui e a merda é que estou
merecendo.
- Sophia soube que era o ultimo dia da mãe na empresa, depois de anos se
dedicando a ela. Apareceu de surpresa na minha sala procurando a mãe, mas
Vanusa veio da nossa viagem direto pra casa. Sophia estava com fome,
pensei em alimentá-la antes de vir ver a mãe, para que Vanusa não tivesse
que se preocupar em fazer comida para a filha e pudesse aproveitar o tempo
juntas.
Queria poder ter algo para dizer, mas não tenho e apenas me mantenho calada
aceitando a surra.
- Posso ser prepotente, arrogante, cheio de regras que você odeia e vive
quebrando, mas não sou um filho da puta. Talvez você não esteja acostumada
a fazer suas guerrinhas sexuais com um homem de verdade, isso é uma pena.
Estava ficando divertido, mas acredito que realmente seja melhor pararmos
porque você não é uma mulher madura para esses jogos. Boa noite!
Vai até seu carro muito caro, entra nele e some me deixando muito irritada
com o fato de me chamar de imatura.
*********
DOIS DIAS DEPOIS
Chego na empresa meia hora antes do meu horário, guardo minhas coisas e
tento não mostrar que nesses dois dias estou tentando digerir as palavras do
Sr. Fantini. Dois dias de merda remoendo aquela conversa e me sentindo uma
idiota. Eu não sou imatura! Não foram dois dias pensando só nisso, minha
mente também trabalhou em torno da conversa com Vanusa. Faço um café
forte, vou para a minha mesa determinada a realizar o plano que elaborei. Os
funcionários dessa empresa não podem ser prejudicados por causa do filho de
papai assediador. Pego a agenda de telefone e procura o número do Sr. Oscar.
Assim que encontro ligo pelo telefone da empresa.
- Alô!
- Sr. Oscar, desculpe pelo horário! Sou Victória, secretária do Sr. Fantini.
- O que ele quer?
Pela forma como fala está odiando muito o meu chefe. Só espero não estar
prejudicando ainda mais a empresa.
- Sr. Fantini gostaria de uma reunião com o senhor, o mais breve possível.
- Avise seu chefe que não tenho mais nada para tratar com ele.
- Acredito que seja interessante para as duas empresas a conversa.
Ele fica em silêncio e como imaginei, Sr. Oscar sabe a merda que será para a
empresa dele essa parceria quebrada.
- Hoje á tarde, ás 14h na minha empresa!
Ai merda! Hoje a tarde o Sr. Fantini tem muitas reuniões e não acredito que
seja possível encontrar passagens de ultima hora. Como convencer meu chefe
a ir ver o Sr. Oscar sem ele ter um surto irritado?
- Poderia ser amanhã?
- Não! Se ele quer demitir meu filho hoje, precisamos dessa reunião antes
disso.
- Certo! Está agendado, tenha um bom dia.
Assim que desligo o elevador aparece e Vanusa sai de dentro dele.
- Bom dia!
Diz vindo em minha direção e elimino uma parte do meu plano que é o meu
chefe.
- Vanusa, tenho um problema para resolver, poderia por favor me cobrir?
Sem esperar sua resposta corro até a cozinha e pego minhas coisas. Preciso
correr para o aeroporto, tentar uma passagem e chegar a Boston a tempo.
- Aconteceu alguma coisa?
- Sim, mas espero resolver!
Antes de correr para o aeroporto olho pra ela.
- Não deixe o Sr. Fantini anunciar a demissão do Henrique até as 17h.
- Por que?
- Só segura essa demissão até as 17h.
Imploro pelo olhar e sem tempo corro para o elevador.
*********
Faz duas horas que estou na recepção da presidência aguardando o Sr. Oscar.
A secretária me olha sem entender nada já que esperava o Sr. Fantini. Me
olhou com decepção ao perceber que não iria ver o gostoso do meu chefe. A
porta da presidência se abre e um senhor que me faz lembrar muito o
Henrique sai da sala. Olha pra mim desconfiado e depois para a secretária.
- Tem certeza que veio apenas a secretária?
- Sim senhor!
Volta a me olhar e se aproxima.
- Não vou atende-la sem seu chefe. Falta de respeito comigo em mandar você
para resolver nossos problemas.
Me levanto e arrumo minha postura.
- Sr. Oscar, meu chefe não sabe que estou aqui. Peço desculpa pelo meu
atrevimento e por usar o nome do Sr. Fantini para conseguir essa reunião,
mas o assunto é importante. Por favor, apenas me escute, serei breve e logo
vou embora.
- Você tem vinte minutos!
Vira e vai pra sua sala. Respiro fundo e antes de segui-lo, desligo meu celular
já que Vanusa me ligou muitas vezes. Acredito que a secretária daqui
informou meu comparecimento e o inferno está acontecendo com o Sr.
Fantini. Entro na sala, encosto a porta e o Sr. Oscar já está em sua enorme
cadeira. Vou até a cadeira em frente a sua mesa e sento.
- Comece!
- Não estou aqui em nome do Sr. Fantini, mas sim em nome das mulheres que
sofreram nas mãos do seu filho.
- Eu não vou...
- Apenas me escute!
Interrompo seu começo de surto e tento parecer calma e segura.
- Depois que eu terminar pode falar o que quiser, apenas me deixe dizerr
tudo.
Sr. Oscar arruma sua postura na cadeira e já me lança um olhar arrogante.
- Conheço seu filho e sou uma das mulheres que ele tenta seduzir. Sou sua
mais nova obsessão, mas não estou aqui para pedir ajuda. Minha vida toda
tive que aprender a me defender de homens como ele. O senhor tem filha?
- Não!
- Então o senhor não sabe como é ter uma mulher de sua família lutando
todos os dias para não ser vitima de abusos.
Seu olhar muda e fica mais suave pra mim.
- O senhor tem alguma mulher na sua vida que seja muito importante?
- Minha esposa!
- Certo! Imagino que seja seu amor, a pessoa que daria sua vida para
proteger.
- Sim!
- Agora imagine sua mulher sozinha no mundo, tendo que trabalhar para
sobreviver. Imagine ela em seu trabalho tendo que ouvir coisas horríveis que
a faça se sentir suja. Todos os dias fugir de toques desrespeitosos, tentativas
de toques íntimos, até mesmo tendo seu corpo violado contra sua vontade.
Sr. Oscar fica calado e sei que sua mente conseguiu entender nosso lado.
- Todos os dias tendo que trabalhar com uma pessoa que abusa mentalmente
e sexualmente dela. Imagine sua mulher perdendo o sorriso, a vontade de ser
feliz e apenas viver na escuridão de seu sofrimento. Sr. Oscar, venho aqui em
nome das mulheres que foram abusadas pelo seu filho, não permita que ele
continue fazendo mais vitimas.
Ele se levanta e começa a andar pela sala.
- O Sr. Fantini não quer uma guerra, ele quer proteger a todos. Em algum
momento essas mulheres vão se voltar contra o Sr. Henrique e o senhor não
conseguirá proteger seu filho. A demissão do Sr. Henrique não é uma
proteção apenas ao Sr. Fantini, mas para vocês também. Seu filho precisa de
ajuda, precisa de acompanhamento para entender que o que faz é errado. Ele
não pode violar o corpo de uma mulher como se fosse propriedade dele. Não
estamos mais na época em que mulheres eram objetos dos homens.
Vejo-o parar de andar e ficar olhando a enorme janela a sua frente.
- Estamos buscando justiça todos os dias e em algum momento seu filho
encontrará uma mulher que não aceitará os abusos e vai se defender.
Me levanto da cadeira e o Sr. Oscar me olha.
- Como eu!
Caminho até ele e ficamos frente a frente.
- Pense no seu filho, em como ajudá-lo antes que algo pior aconteça. Proteja-
o, mas não seja cego quanto a tudo que ele já fez de errado. Sr. Henrique não
pode continuar como vice presidente com as atitudes que tem, mantê-lo nesse
cargo é afundar as duas empresas. Não estrague uma parceria incrível por ser
pai. Seu filho precisa entender que não pode fazer o que faz e a primeira
pessoa que deve mostrar isso é o senhor.

A porta da sala se abre de forma violenta e escuto a secretária discutir com


alguém. Assim que viro minha cabeça paraliso ao ver o Sr. Fantini. Seus
olhos encaram os meus e parecem querer me queimar viva.
- Que merda acha que está fazendo, Victória?
Grita com muito ódio e o Sr. Oscar se coloca a minha frente.
- Victória, preciso que nos deixe sozinhos.
Oh merda! Como ele chegou tão rápido aqui? Agora os dois ficam na guerra
de olhares e praticamente corro pra fora da sala. A porta bate se fechando
quando saio e vejo um dos seguranças da nossa empresa na recepção.
- Vem comigo, Victória!
- Pra onde?
- Aeroporto!
*************
O carro não para na frente do aeroporto, entra pela parte privativa e em pouco
tempo estamos em uma pequena pista de decolagem.
- Vamos!
O segurança diz saindo do carro e vejo um jatinho a nossa frente. Saio do
carro e fico um pouco em choque.
- Sr. Fantini veio de jatinho?
- Sim!
- Não vou voltar com ele, vim sozinha e vou voltar sozinha.
- Victória, não crie mais problemas. Você não faz idéia de toda a merda que
já aconteceu, só entra no jatinho e espere eu voltar com o Sr. Fantini.
O segurança me implora com o olhar e decido colaborar entrando no jatinho.
*********
Não aguento mais ficar sentada nessa poltrona esperando. Faz uma ou duas
horas que estou aqui, já não sei mais quanto tempo, mas parece uma
eternidade. Quando me levanto pra sair do jatinho o Sr. Fantini entra nele e
me sento novamente. Sem me olhar ordena a decolagem e vai para o fundo
bem longe de mim. A porta se fecha, coloco o cinto e espero a decolagem. O
piloto fala algumas coisas e me controlo para não olhar pra trás e ver se meu
chefe está furioso ou furioso pra caralho. O jatinho começa a andar na pista e
logo decola. Respiro fundo e fecho meus olhos, sentindo-o balançar bem.
Vou me acalmando quando estabiliza no ar e abro meus olhos.
- Merda!
Solto ao ver olhos enormes me encarando. Meu chefe está parecendo um
touro bufando, me encurralando na poltrona.
BOA BRIGA
NARRAÇÃO VICTÓRIA
Quando penso em abrir minha boca e começar minha defesa, sua mão me
cala.
- Nem pense em começar seu discurso tentando diminuir o que fez. Você não
é dona da minha empresa, não te dei qualquer poder para assumir a porra do
comando nessa discussão com o Oscar.
Esbraveja furioso e já que não posso falar, deixarei minha sobrancelha
erguida em sinal de resposta nada satisfatória ao que disse.
- Victória, não me provoca!
Troco de sobrancelha e seus olhos se estreitam pra mim.
- Você realmente não tem limites, é inconsequente e desrespeitosa. Se acha
dona da verdade e da razão, mas não passa de uma mulher perdida em seu
mundinho arrogante. Não sou eu aqui o prepotente e arrogante.
Solta minha boca e se afasta muito puto. Levanto rápido para começar a jogar
as minhas verdades nele, mas o cinto me impede e tento me soltar. Minhas
mãos agitadas não conseguem soltar essa merda.
- Inferno!
Escuto um riso e quando olho pra cima é o Sr. Fantini rindo de mim.
- Vou colocar um cinto desse na sua cadeira da recepção, assim vai parar de
sair por ai comprando passagem pra vir falar com quem não deve.
- Como sabia que eu estava aqui? Como chegou tão rápido?
- Victória, da próxima vez que comprar uma passagem pra fazer suas merdas,
não use o cartão da minha empresa.
Merda! Meu cartão não passou na compra, usei da empresa pensando que
ninguém perceberia. Ele vem até mim e com uma facilidade irritante me
liberta do cinto.
- Você não pode tomar a frente de algo meu assim, não tem esse direito.
Sussurra tentando parecer calmo e acho isso estranho. Parece que toda aquela
fúria do começo da conversa está se desfazendo dentro dele. Por que? O que
está acalmando o Sr. Fantini?
- Não tomei a frente de algo seu, foi algo meu e de todas as mulheres que o
Sr. Henrique causou danos.
Observo ele sentar na poltrona a minha frente e enfiar a cabeça em suas mãos
como se ela estivesse prestes a explodir.
- Já tinha contado ao Oscar todas as merdas.
- Homem mostrando a um homem o quanto escroto é outro homem.
Digo firme e seus olhos se voltam pra mim.
- Nada do que você dissesse mostraria ao Sr. Oscar o quanto o filho dele
machuca uma mulher. Sabe por que?
Se mantém calado, mas me olhando.
- Porque você não sabe como é ser uma mulher nessa situação. Nunca vai
conseguir demonstrar o que sofremos, porque nunca sentiu ou passou pelo
que passamos todos os dias de nossas vidas. É como querer contar a alguém
como são as cores do arco-íris sendo cego desde que nasceu. É como querer
explicar o que está escrito em um jornal sem nunca ter aprendido a ler.
Acalmando tudo dentro de mim e sabendo que por um lado agi errado, tento
mostrar ao Sr. Fantini que precisava fazer isso.
- Peço desculpa se minha decisão foi focada só em mim e naquelas mulheres.
Eu precisava vir olhar nos olhos do Sr. Oscar e mostrar como nos sentimos
quanto ao Sr. Henrique. Porque se ele pudesse sentir um pouco de tudo que
eu sinto sobre esse tipo de homem, então colocaria a mão na consciência e
não prejudicaria as empresas por alguém como o filho dele.
O silêncio do meu chefe está me incomodando e muito. Já pedi desculpa e já
me expliquei, o que mais ele quer de mim? Me quer de joelhos?
- Se está esperando uma humilhação da minha parte, vai morrer esperando
por isso.
Ele morde o lábio inferior para evitar sorrir, mas meu sorriso já está enorme
em meu rosto.
- Parece que não fui tão arrogante e prepotente assim. Ainda é o merecedor
dessas qualidades.
- Você estava quase conseguindo me fazer gostar de você, mas sua boca
sempre vem e me lembra o quanto eu não te suporto.
- Engraçado que nada me faz gostar mais de você, sempre insuportável ao
meu ponto de vista.
- Sempre?
- Sempre!
- Então tudo que eu digo ou faço te desagrada?
- Tudo!
- Ficar perto de mim então é a pior coisa do mundo?
Pega o celular do bolso e começa a escrever.
- O que está fazendo?
- Pedindo pra Vanusa cancelar as entrevistas para nova secretária e suspender
sua demissão. Quem sou eu pra deixar de tornar sua vida um inferno?! Quero
que você seja muito infeliz sendo minha secretária.
- O que? Você não vai mais me despedir?
- Não! Quero seu sofrimento trabalhando pra mim, para o meu prazer.
- Não!
Avanço nele tentando tirar o celular da sua mão, mas ele não deixa. Tenta
esconder o aparelho, mas não desisto e o empurro mais ainda.
- Você vai me demitir sim, essa guerra eu já venci.
- Não assinei a demissão, então ela não é valida.
Estamos embolados em cima da poltrona e não alcanço a merda do celular.
- Mas você mandou fazer os papeis, isso significa que ganhei.
Não faço idéia de como aconteceu, só sei que estou sentada no meio das
pernas do Sr. Fantini, presa na verdade por suas pernas e um de seus braços
prende os meus, me impedindo de mexer o corpo. Pareço um animal indefeso
preso por uma cobra. Minha cabeça tomba quando a dele encosta no meu
ombro e meu coração está muito acelerado. Vejo jogar o celular onde eu
estava sentada antes e sua boca encosta em meu ouvido. Sua respiração
quente bate em minha pele e respiro fundo.
- Não está usando seu uniforme, Victória!
Sussurra e sua mão livre toca minha perna.
- Acredito que não seria apropriado vir falar com o Sr. Oscar sobre o filho
abusador, usando um daqueles vestidos maravilhosos que claramente deixaria
a mensagem ao homem antiquado de vadia.
- Às vezes você pensa!
- Sempre penso, você que não entende a minha inteligência. Talvez não esteja
preparado para ter uma secretária mais foda que você.
- Mais foda do que eu?
Pergunta e sua mão vem subindo pelo meu corpo e mesmo tendo a roupa
entre sua mão e minha pele, o caminho que percorre queima.
- Muito mais foda!
Confirmo com a voz sensual e o idiota relaxa as pernas e o braço que me
prendem, achando que estou em seu joguinho de sedução.
- Burro!
Digo me afastando e saindo de perto dele. Pego o celular no meu banco, mas
não demora muito para ser agarrada de novo. Dessa vez o Sr. Fantini me
coloca de joelhos na poltrona e fica atrás de mim. Posso sentir sua ereção na
minha bunda e seu corpo me prende na poltrona. O celular cai da minha mão
quando tento pegar, minha bunda empina mais em seu membro. Meu rosto
fica no encosto da poltrona e paraliso quando sua mão se perde em meu
cabelo, pega firme e puxa, me fazendo gemer. Seu rosto se aproxima do meu
e seus lábios tocam superficialmente o canto dos meus. Sua mão vem pra
frente do meu corpo, desce pelos meus seios, minha barriga e quando acho
que vai me tocar, o filho da mãe pega o celular. Sorri pra mim, enfia o
aparelho no bolso e ganho um tapa na bunda.
- Você nunca será mais foda do que eu!
Me solta e se afasta de mim, voltando para a poltrona dele. Me sento de novo
e ficamos nos encarando.
- Vou tornar sua vida um inferno até me demitir de verdade.
- Minha vida é o próprio inferno, Victória! Seja bem vinda a ele e fique a
vontade pra ir embora quando quiser.
- Vai se arrepender de me manter no seu inferno.
- Sua boca atrevida só late pra mim como todos os outros cachorrinhos que
tentaram me amedrontar. Quando aprender a atacar vem conversar comigo.
Saio da minha poltrona e vou até ele. Seus olhos não desviam dos meus,
completamente parado me assiste subir em sua poltrona, encaixar meus
joelhos nas laterais de suas pernas e apoiar minhas mãos no encosto. Passo
meus lábios nos dele bem suavemente, toco seu peito com a mão direita,
desço por sua barriga, toco sua ereção e abro um belo sorriso. Aperto o botão
da poltrona que cai pra trás, fazendo meu chefe deitar. Desço meu quadril e
sento em seu membro. Suas mãos tocam minhas coxas, apoio minhas mãos
em seu peito e começo a rebolar bem devagar, sentindo ele estimulando meu
sexo, bem gostoso. Vou me curvando bem lentamente até pairar meus lábios
sobre os dele. Seu olhar é quente e sua respiração quase desaparece.
- Essa boca atrevida faz tantas coisas deliciosas, Sr. Fantini! Quer descobrir o
que ela faz?
BOCA QUE INTERROGA

NARRAÇÃO VICTÓRIA
Já que ele acha minha boca atrevida e acredita que sou só de latir, vamos usar
tudo isso contra o Sr. Fantini. A forma como acalmou, não me matou ou
surtou excessivamente me diz que talvez o que eu disse ao Sr. Oscar surtiu
efeito. Meu chefe não estaria nesse jatinho comigo em uma guerra erótica se
eu tivesse fodido a empresa.
- Responde! Você quer conhecer o atrevimento da minha boca?
- Sim!
Responde com a voz rouca.
- Cada resposta que der, minha boca vai descer pelo seu corpo.
Desfaço o nó de sua gravata, puxo ela de seu pescoço e coloco na poltrona ao
lado. Movo o quadril, mantendo uma pressão gostosa do meu sexo em sua
ereção e vou abrindo os botões de sua camisa. Seus dedos massageiam
minhas coxas e termino meu trabalho, deixando seu peitoral e barriga
expostos. Arrasto minha bunda e fico sentada em suas coxas. Me curvo para
o seu peito e dou uma bela lambida em seu mamilo.
- O que o Sr. Oscar te disse depois que sai daquela sala?
Suas mãos saem das minhas coxas e o observo cruzar os braços atrás da
cabeça para apreciar minha tortura.
- Uma lambida fraca dessas não vai me tirar nenhuma resposta.
Avanço em sua boca e devoro seus lábios, sugando, mordendo e metendo
minha língua em cada canto que alcanço. Enquanto meu beijo o consome,
minhas unhas se concentram em suas costelas e vou arranhando bem
suavemente. Paro o beijo e encaro seus olhos cheios de desejo.
- Ganho uma resposta agora?
- Você acha mesmo que aquele homem antiquado, machista e super protetor
com o filho iria simplesmente reconhecer que uma mulher está certa, que eu
agi corretamente querendo a demissão do Henrique e ele precisa de ajuda?
- Não acho que tivemos 100% de vitórias nessa guerra com o Sr. Oscar e o
Henrique, mas quero acreditar que abrimos espaço para uma solução
favorável a todos.
Beijo seu queixo, seu pescoço e vou trilhando beijos e chupões pelo seu
peitoral todo.
- Não quero que aquelas mulheres se sintam culpadas ao descobrirem que por
causa de tudo que aconteceu as empresas brigaram e estão com problemas.
Saio de suas pernas, abro-as bastante e me ajoelho bem no meio. Acaricio o
interior de suas coxas e o vejo apertar o botão da poltrona, voltando a ficar
sentado. Sr. Fantini quer me ver chupá-lo!
- Por mais que todos digam mil vezes que a culpa não são delas e sim do
abusador, elas sempre irão se questionar quanto ao silêncio que poderiam ter
feito. Se calar e suportar tudo para evitar problemas como a briga das
empresas.
- Às vezes tenho a sensação que tudo que fala sobre abuso, tortura
psicológica e toda a merda que o Henrique fez com essas mulheres, você já
passou.
Encarando seus olhos, começo a soltar seu cinto, abro o botão de sua calça e
o zíper.
- Me mostra uma mulher que tenha a minha idade que nunca passou nada
disso? Todas as mulheres já foram pelo menos uma vez constrangidas,
ofendidas, oprimidas, agredidas ou abusadas.
Desço meus olhos e encaro seu belo volume na cueca.
- O que já fizeram com você, Victória?
- Não estamos no jogo de perguntas comigo, Sr. Fantini! Você responde e a
minha boca atrevida te recompensa.
Suas mãos seguram meu rosto, ergue e me faz encarar seus olhos.
- Troco a recompensa dessa boca atrevida me dar prazer, para que ela
responda minhas perguntas.
- Sem moeda de troca, Sr. Fantini! Responde e ganha um belo oral ou não
responde e paramos tudo.
Digo já colocando minha mão sobre sua cueca e apertando seu membro,
sentindo-o pulsar. O avião começa a balançar mais que o normal e logo a voz
do comandante surge.
- Sr. Fantini, entraremos em algumas nuvens de chuva e passaremos por
algumas turbulências. Peço que fiquem em suas poltronas e apertem os
cintos.
Sou rapidamente colocada na poltrona ao lado e meu chefe me prende no
cinto. Vejo-o arrumar a calça e colocar seu cinto também. Sua respiração
mudou e parece acelerada demais.
- Devo ficar com medo? Turbulências não são normais?
Pergunto começando a ficar assustada.
- Não é anormal, mas eu odeio isso! Odeio me sentir com medo, de pensar
em coisas ruins e isso aqui é uma mistura de tudo isso.
- Por que odeia sentir medo?
- Prefiro suas perguntas sobre o Oscar.
Diz fechando os olhos e suas mãos seguram firmes os braços da poltrona. O
jatinho trepida muito e o Sr. Fantini fica ainda mais nervoso.
- Me diz como te ajudar a ficar calmo.
Ele não responde parece que está em transe, afundando em seu medo.
- Sr. Fantini, olha pra mim!
- Agora não, Victória!
Solto meu cinto e vou pra cima do seu colo.
- Que merda! Você não ouviu que precisamos ficar sentados e com cinto?
Coloco seus braços em torno de mim e ele me aperta com medo que eu caia.
- O que o Sr. Oscar disse!
- Por favor, vai para a sua poltrona! Faz o que mando pelo menos agora.
Meus braços rodeiam seu pescoço, meus lábios se aproximam dos dele e seus
olhos focam em minha boca.
- Sabe que não vou obedecer até me contar tudo.
Após um longo suspiro, finalmente tenho minha resposta.
- Nós fizemos um acordo! Afasto novamente o Henrique, agora por seis
meses. Manteremos o contrato e ele vai obrigar o filho a fazer
acompanhamento psicológico. Se em seis meses o Henrique não apresentar
melhora em seu comportamento, posso demiti-lo sem consequências.
Abro um pequeno sorriso, satisfeita em saber que houve um acordo. Não é o
melhor acordo, porque o melhor seria o pai parar de dar uma chance ao filho.
Espero que Henrique tenha bons resultados com esse acompanhamento
profissional.
- Você ainda não me agradeceu por ter ajudado a empresa.
Digo ampliando meu sorriso e seus olhos assustados agora ficam bem
estreitos me encarando.
- Quer que eu agradeça?
- Claro! Graças a mim, ainda vai ter o contrato com o Sr. Oscar, pode afastar
o Henrique e logo se livrará dele.
- Sabia que eu tive que reajustar os valores do contrato, aumentar os lucros do
Oscar, por causa do seu atrevimento? Me custou um milhão por ano.
- Sem o contrato, qual seria seu prejuízo anual?
Não responde e tenta não sorrir.
- Posso não ser sua submissa preferida, mas sou eficiente no meu trabalho.
Tão eficiente que não consegue se quer me demitir de tão incrível que sou.
- Sr. Fantini, já passamos pelas nuvens de chuva, o perigo já passou. Podem
soltar os cintos e saírem de suas poltronas.
Solto o pescoço do Sr. Fantini e quanto tento sair de seu colo, seus braços não
permitem. Sua mão o livra do cinto e em segundos se levanta me pegando no
colo.
- O que vai fazer?
- Arruma suas pernas em mim.
Me gira e agora minhas pernas agarram sua cintura. Uma de suas mãos está
em minha bunda e a outra entra por baixo do meu cabelo. Empurra minha
cabeça pra frente e nossas bocas se chocam. Quando seus lábios abrem os
meus e sua língua invade minha boca, me agarro ao seu cabelo e sei que
alguma coisa boa vai acontecer. Sinto que estamos andando, mas mantenho
meu foco nesse beijo delicioso. Tenho que admitir que essa boca é
maravilhosa pra beijar. Minhas costas tocam alguma coisa que logo
desaparece, acho que é uma porta. Sr. Fantini puxa meu cabelo, fazendo
nossos lábios desgrudarem e sorri muito safado.
Sou jogada pra trás e levo um susto quando caio em cima de um colchão!
Colchão? Espera! Me sento e olho em volta, chocada por ter um quarto
dentro do jatinho. Uau! Ele é todo branco, mas o lençol da cama é vermelho.
Não fazia idéia que cabia um quarto em um jatinho. Minha atenção é roubada
pelo homem a minha frente tirando a camisa.
- Odeio ser devedor!
Diz vindo pra cima da cama, agarra meus calcanhares e me puxa com força,
fazendo meu corpo deitar. Vem por cima de mim e paira seu corpo sobre o
meu.
- Hoje seu atrevimento está sendo reconhecido por mim como satisfatório.
Isso significa que deve ser recompensada.
Beija meus lábios, suga o inferior e vem para o meu ouvido.
- Vou te fazer gozar com a minha boca, Victória! Fique a vontade para dessa
vez gemer gostoso.
BOCA QUE SATISFAZ

NARRAÇÃO VICTÓRIA
Quem sou eu pra negar uma recompensa dessas! Finalmente essa boca vai
fazer algo útil e não só me julgar. Seus dentes cravam em meu lábio inferior e
puxam de leve, me fazendo gemer baixo. Solta meu lábio, me beija rápido,
porém forte e desce trilhando beijos pelo meu pescoço. Não vou fazer nada,
já que a recompensa é só minha e não deve ocorrer aqui a mútua satisfação,
ele que se esforce para me fazer revirar os olhinhos. Seu corpo se acomoda ao
lado do meu e fica me observando enquanto abre os botões da minha camisa
preta. Afasta ela expondo meus seios, cobertos por um sutiã de renda também
preto.
Pelo seu sorriso imagino que tenha gostado muito do que encontrou. Vai
puxando minha camisa e ajudo a tirá-la do meu corpo. Sua mão direita agora
percorre bem suavemente o topo dos meus seios saltados por causa do sutiã.
Seu dedo entra pela renda, encontrando meu bico já endurecido. Suspiro ao
sentir rodar o dedo nele e apertar sem me causar muita dor. Sr. Fantini puxa o
sutiã dos dois lados e meus bicos agora estão livres para sua tortura. Seu
corpo encosta no meu e sua cabeça se inclina, fazendo seu lábios tocarem
meu mamilo direito. Sua boca quente me faz gemer e enquanto suga meu
bico, sua mão tortura o outro seio. Minhas pernas dançam sobre a cama e
minhas mãos se agarram ao lençol. Sua língua entra na brincadeira e entre
chupões, mordidas, lambidas tem beijos delicados para aliviar o desespero.
Sua mão solta meu seio esquerdo, desce pela minha barriga, entra pela calça e
calcinha encontrando meu sexo muito molhado. Seu dedo escorrega de tão
lubrificada, excitada que estou. Me estimula um pouco e meu quadril se
move querendo mais. Meu corpo curva todo quando seus dedos me penetram
e quando ele morde meu bico de leve quase gozo.
Sei que estou gemendo, mas que se dane, ele disse que eu podia gemer a
vontade. Sua boca solta o meu seio e agora está em meu ouvido. Beija, morde
minha orelha e meu corpo arrepia ainda mais. Ajeito o corpo e sua mão
esquerda entra por baixo da minha cabeça, agarrando meu cabelo com força.
Merda! Seus dedos começam a se mover dentro de mim com muito mais
intensidade e estou quase gozando.
- Você se desfaz tão rápido em meus dedos, Victória! Preciso saber como é
seu orgasmo na minha boca.
Sua voz sussurrada faz tudo explodir dentro de mim e gozo em seus dedos,
me contorcendo na cama. Enquanto meu corpo vai sendo consumido pelo
prazer, seus dedos saem de mim e sinto a cama balançar. Minha calça começa
a sair do meu corpo, assim como meus sapatos. Sr. Fantini me deixa apenas
de calcinha e sutiã e fica me olhando, sentando sobre seus joelhos na cama.
Relaxo o corpo e respiro fundo observando seu peitoral, barriga e forma
devoradora que me olha agora. Meu chefe é com toda certeza do mundo um
fodedor silencioso, um come gostoso e bem quietinho. Isso me faz questionar
quando ele é esse homem sexualmente ativo, pois como sua secretária sei que
sua vida não tem espaço pra isso.
Ele se move até o meio das minhas pernas, ergue elas a sua frente e beija
minhas panturrilhas, acariciando minhas pernas, como se estivesse
idolatrando-as. Acredito que seja apreciador de um corpo feminino. Isso me
agrada muito! Nada como ser venerada um pouco antes de caírem de boca em
mim. Meu ego estava precisando um pouco disso, de ser tocada com
devoção. Sua boca vem trilhando beijos por dentro de minhas pernas, vindo
pelas coxas e logo seu rosto está em frente ao meu sexo coberto pela
calcinha. Beija minha pele exposta nas laterais do tecido rendado e apenas
assisto excitada meu chefe indo me chupar.
Certo! Dizer que meu chefe está indo me chupar é estranho. Me sinto agora
como aquelas secretárias de filme pornô que sempre fodem com o chefe em
todo o escritório. Estamos mesmo parecendo um filme pornô. Relembro a
imagem da minha camisa aberta no primeiro dia, o vestido chamativo que
virou meu uniforme e ainda usei sem calcinha. A cena em que me abaixo sem
calcinha repassa na minha cabeça e quero rir.
- O que foi?
Sr. Fantini pergunta ao me ver sorrir. Seus dedos puxam minha calcinha para
o lado, expondo meu sexo para sua boca que está pronta para devorá-lo.
- Isso parece um filme pornô!
Comento já rindo da situação.
- Desde o primeiro segundo que comecei a trabalhar pra você, parece que
estou vivendo em um roteiro de filme pornô entre secretária e chefe.
Ele ri com uma diversão que raras vezes vejo. Se bem que nos últimos dias
seus sorrisos são mais presentes, mas acho que é a primeira vez que o vejo rir
de verdade.
- Qual seria o nome desse pornô?
Pergunta e seus dedos me estimulam.
- O arrogante e a atrevida.
Sua risada aumenta e ganho um beijo no meu sexo.
- Sabe o significado de arrogância, Victória?
- Sei!
- Então me diga!
Quando vou responder, sua boca literalmente encaixa em meu sexo e sua
língua me penetra gostoso. Novamente estou agarrada ao lençol, com o corpo
curvado e sendo consumida pelo prazer. Sr. Fantini não está sendo calmo,
está me fodendo de verdade com a boca e meu Deus, que boca. Suas mãos
seguram minhas coxas me impedindo de fechar as pernas e sei que vou ficar
roxa onde segura. Seus lábios e sua língua se mostram uma incrível
combinação. Tento lembrar as palavras certas para explicar o que é
arrogância, mas é impossível pensar em qualquer coisa que não seja gozar na
boca do Sr. Fantini.
- Meu Deus!
Grito quando o orgasmo está quase explodindo e meu sexo é consumido
todinho por uma boca do caralho!
- Eu não...
Tento falar, mas não consigo porque explodo de prazer e agarro a cabeça do
Sr. Fantini entre minhas pernas, puxando seu cabelo enquanto os tremores me
consomem. Puxo sua cabeça do meu sexo e ele vem subindo a boca pelo meu
corpo, até encontrar a minha. Nos beijamos gostoso e consigo sentir meu
sabor em sua boca. Relaxo o corpo e solto sua cabeça, me sentindo esgotada,
saciada. Meus olhos se fecham e o fim de semana mal dormido pesa agora
em meu corpo todo. Fiquei tão focada em vir falar com o Sr. Oscar que não
dormi direito e agora o sono delicioso pós orgasmo me domina.
- Ainda esperando a definição de arrogância...
- Que se sente superior aos outros.
Digo a ele de olhos fechados e mole na cama.
- Gozou gostoso?
- Muito gostoso!
Respondo sua pergunta e sinto sua boca em meu ouvido.
- Sou melhor que os outros e provar isso não é arrogância. Eu sou foda e
aguardo ansioso o dia que vai me dizer isso.
- Vai morrer esperando que eu diga isso, Sr. Fantini.
Abro meus olhos e o vejo me encarando.
- Agora eu preciso mesmo dormir, não estou aguentando manter meus olhos
abertos.
Volto a fechar os olhos e antes de me afundar na escuridão, sinto meu corpo
ser coberto por um lençol super macio.
**********
Abro meus olhos com calma, sentindo um incomodo nos olhos. Ainda estou
no quarto do jatinho, ainda estamos voando e o meu chefe está em uma
pequena mesa no canto do quarto, trabalhando em seu notebook. Seus olhos
estão focados na tela enquanto digita alguma coisa. A forma como seus dedos
digitam me diz que não é coisa boa. Percebo que ele está com sua camisa e
gravata, todo arrumadinho e impecável como sempre. Na beira da cama estão
minhas roupas dobradas e empilhadas. O comandante anuncia que vamos
pousar em vinte minutos e fecho meus olhos, fingindo que ainda durmo.
Quero saber como ele vai me acordar para avisar que vamos pousar. Escuto
seus passos se aproximando e a cama afunda atrás de mim. Sua mão entra por
baixo do lençol e encontra a minha bunda. Seus dedos começam a alisar ela,
enquanto sua boca afunda em meu ouvido.
- Sei que está acordada! Se troca e me encontra nas poltronas.
Ganho um tapa forte na bunda que me faz abrir os olhos e gemer de dor.
- Caramba! Isso dói!
- Você gosta!
Diz com cara de safado e leva o computador com ele para o quarto. O que me
irrita é ter que reconhecer que gosto!
***********
Saímos do jatinho e tem dois carros nos esperando na pista.
- Lucca, leve a Victória para a casa dela.
- Sim senhor!
Sr. Fantini me olha e vejo algo estranho em seu olhar.
- Até amanhã na empresa!
- Até amanhã, Sr. Fantini!
Cada uma vai para o seu carro, mas tem algo me incomodando. Não sei o que
é, mas é algo com o Sr. Fantini. Vamos saindo da pista do aeroporto e olho o
motorista.
- Lucca, sabe dizer para onde vai o Sr. Fantini?
- Está voltando para a empresa.
Olho meu relógio e são quase 20h da noite.
- A empresa já deve estar vazia, certo?
- Pelo que entendi ele marcou uma reunião com o Sr. Henrique agora á noite,
depois que os funcionários fossem embora.
Agora começo a entender aquele olhar. Meu chefe vai afastar hoje o vice
presidente e tenho certeza que a escolha do horário foi justamente para não
ter funcionários assistindo esse show. Olho a avenida movimentada e começo
a ficar inquieta. A idéia do Henrique surtar me assusta. Acredito que o pai
para forçá-lo a fazer o tratamento tenha contado sobre o que aconteceu, sobre
a nossa conversa e o acordo com o Sr. Fantini.
- Lucca, não vou para casa, me leve para a empresa.
- O que?
- Me leva para a empresa!
AMIGOS E INIMIGOS

NARRAÇÃO ARTHUR
Estaciono o carro na minha vaga e o desligo. Recolho meu celular, mas deixo
minha pasta e minha carteira no banco do passageiro. Respiro fundo e saio do
carro, sabendo que a conversa com o Henrique não vai ser nada fácil.
Enquanto voltávamos de Boston, Oscar entrava em contato com o filho e
contava tudo que aconteceu. Henrique me mandou uma mensagem furiosa
avisando que estaria me esperando na empresa. Só espero que Oscar não
tenha contado a parte da Victória, essa merda toda pode se voltar contra ela.
Henrique vir pra cima de mim, posso muito bem me defender com igualdade,
mas ela não. Entro no meu elevador e digito a senha que libera a subida até
minha sala. Pedi para Vanusa liberar os funcionários mais cedo e deixar a
empresa vazia. Não quero que ninguém veja ou escute a discussão e seja
alastrada pelos jornais e revistas. Chego ao meu andar e as portas do elevador
se abrem. Não preciso entrar na sala para ver os danos que ela sofreu com a
fúria do Henrique. Cadeiras, vasos, folhas, tudo no chão demonstrando sua
ira. Entro na sala e o encontro bebendo meu whisky, enquanto olha a cidade
pela minha enorme janela de vidro. Paro no meio da bagunça e espero que ele
se vire, sei que já sabe que estou aqui. Henrique vira toda a bebida de uma
vez na boca, se vira e furioso arremessa em minha direção o copo, que passa
muito perto do meu rosto, se chocando na parede e quebrando. Me mantenho
parado, encarando seus olhos.
- Você é um filho da puta!
Grita e sua respiração fica pesada.
- Seu merda! Seu bosta! Seu cretino!
Vem andando em minha direção á passos rápidos e me acerta um soco do
lado esquerdo do rosto, que faz tudo latejar.
- Como você pode fazer isso comigo? Ir até o meu pai e falar merda sobre
mim foi podre.
Sinto gosto de sangue e quando passo a língua no canto da minha boca, sinto
um pequeno corte.
- Já tinha te afastado uma vez, Henrique e não adiantou.
- Você me afastou pra investigar um monte de mulheres que não valem nada,
que queriam tirar dinheiro de mim a base de chantagem. Elas viram que eu
não cai na armadilha delas e foram te dizer coisas mentirosas sobre mim.
- Henrique, você sabe que eu sei a verdade! Sabe muito bem que eu te
conheço e sei que era tudo verdade.
Ele me agarra pela camisa e vai me empurrando até a parede.
- Qual o seu problema? Esqueceu que eu sei do seu passado?
- Não vou brigar com você.
Digo calmo, sabendo que revidar uma agressão só vai nos levar a uma briga
muito séria.
- Então vai apanhar muito!
Levo mais um soco, dessa vez na barriga.
- Se faz de homem correto, mas eu conheço você Arthur!
Me acerta mais um soco na barriga e me curvo sentindo dor.
- Eu não vou brigar com você! Quero te ajudar, assim como o seu pai!
- Me ajudar? Eu não preciso de ajuda, aquelas vadias que precisam aprender a
ser mulheres de verdade, obedecer homens, aceitar que quem manda somos
nós.
- Henrique, esse seu pensamento é errado!
Me agarra pela gola da camisa e me olha firme.
- Você também pensava assim, Arthur! O que aconteceu com você que se
tornou esse merda?
- Nunca tratei uma mulher da forma como você trata. Deixo claro que minhas
intenções são apenas sexuais. Dentro dessa relação sexual elas me ditam os
limites, é bem diferente do que você faz.
- Quero dar a essas vadias o mundo, mas elas não me respeitam, não me
obedecem. O que você faz com elas é certo e o que eu faço é errado? Você
usa elas como putas e eu cuido! Eu sou o errado e você o certo?
- Você trata elas como seus objetos, como suas propriedades e isso é errado.
- Elas não querem o meu dinheiro? Se querem o meu dinheiro estão se
vendendo pra mim e eu faço o que bem quiser com elas. São minhas!
- Não! Elas não são suas!
- Cala a boca!
Grita e soca meu rosto mais uma vez, fazendo o gosto de sangue aumentar.
- O que mais me deixa puto, foi você ter ido até o meu pai pra se livrar de
mim.
- Não tinha mais o que fazer, aqui já não tem mais espaço pra você. Seu pai
ainda pediu pra te afastar por mais seis meses, mas meu pedido foi sua
demissão. Só está aqui porque as empresas possuem um acordo, não porque
merece estar.
- Você se acha superior, não é Arthur!?
Fala com o voz baixa, mas posso sentir sua raiva.
- Se acha fodão por ser presidente de uma empresa, mas esquece que isso só
aconteceu porque o seu pai morreu. Você não seria tudo isso se não fosse
uma herança.
Cospe as palavras com ódio.
- Se acha o fodedor das mulheres, o que come e não se apega, o intocável do
amor. Sabe o que você é? Um infeliz que ninguém ama e nunca será amado.
As mulheres preferem abrir as pernas pra você do que o coração, porque é um
asqueroso prepotente e arrogante. Elas não querem nem o seu dinheiro.
Me solta e quando penso que acabou, levo mais um soco na barriga e caio de
joelhos no chão.
- Você não vai se livrar de mim, Arthur! Vou ser o seu pior pesadelo!
Quando sua perna se afasta para me chutar, apenas cubro a cabeça.
- Não!
Escuto a voz da Victória e quando ergo a cabeça vejo Henrique sendo
empurrado pra longe de mim. Ela se abaixa assustada e segura meu rosto em
suas mãos, olhando provavelmente o corte no canto da minha boca.
- Lucca, leva o Sr. Henrique até o carro dele. Verifique se precisa de ajuda
para ir embora.
Vejo Lucca arrastar Henrique para o meu elevador e os dois irem embora.
- Por que deixou ele te bater?
Ela pergunta virando meu rosto para olhá-la.
- Por que não se defendeu e bateu nele também?
- Porque eu não iria parar de bater no Henrique até arrancar o último suspiro
dele.
Levanto e sai de perto dela.
- Mandei o Lucca te levar pra sua casa.
Vou até meu sofá e sento nele, apoiando a cabeça no encosto, porque ela está
latejando muito.
- Mandei o Lucca me trazer pra empresa. Parece que atende melhor o meu
comando do que o seu.
Abro um olho, tentando não sorrir, e a encontro a minha frente segurando
uma caixinha de remédios.
- Já estou indo pra casa, não precisa usar isso comigo.
- Sim senhor!
Responde e fico em choque por aceitar o que digo.
- Vai mesmo aceitar o que eu disse?
- Claro que não! Só queria saber como reagiria ao "Sim senhor". Podemos
claramente perceber que nem você engole minha submissão.
Coloca a caixinha no sofá e fica me olhando.
- Prefere que eu limpe seus ferimentos de forma sensual, como a bela safada
que sou ou quer uma secretária submissa recatada?
- Você é cruel! Vai tentar usar a situação pra me mostrar que a secretária eu
quero, não é prazeroso pra mim.
- Exatamente!
- Não vou cair no seu jogo, quero sua versão submissa!
- Sim senhor!
Ela vem pra cima de mim, monta as minhas pernas e fica em cima do meu
membro.
- Essa é sua versão submissa?
- Essa é a minha versão que caga para as suas escolhas. Vai ser a vadia,
porque não sei ser submissa.
Sorri pra mim como sempre faz quando ganha uma guerra comigo e já
aprendi a conviver com isso. Chega a ser interessante ter alguém assim que
me enfrenta todos os dias, o tempo todo. Não que eu queira domar a Srta.
Victória, mas talvez consiga aperfeiçoar suas características únicas. Ela é
como um belo animal selvagem que só precisa aprender a conviver com as
pessoas, sem perder seu lado animal.
- Ouvi a conversa de vocês!
Confessa enquanto limpa minha boca com um pedaço de algodão molhado
com álcool.
- Henrique disse que você era como ele. Me diz que não é um perseguidor,
opressor, abusador de merda, por favor!
BUSCANDO DIAMANTE

NARRAÇÃO VICTÓRIA
Sr. Fantini responde com uma bufada bem grande, me segura pela cintura e
me tira de cima dele.
- Vou ignorar seu questionamento idiota, Victória!
Levanta e vai tirando sua gravata.
- Se eu fosse como o Henrique teria passado pano nas merdas dele e não
colocado o contrato com o Oscar em risco.
Vai abrindo sua camisa e fico sentada assistindo ele se despir.
- Deveria saber pela forma como jogamos que eu não sou como o Henrique.
Olha pra mim e me pega babando pela bela visão. Que se dane, ele é gostoso
mesmo, não vou esconder as babas da minha boca que desejam muito
percorrer esse peitoral. Gostando de me ver o cobiçando, solta o cinto, abre o
botão da calça e o zíper. Tira os sapatos e fica com aquela pequena abertura
me torturando. Retira as meias e espero ansiosa ele tirar a calça.
- Já estou bem, se quiser pode ir.
Diz indo para o seu banheiro e não vou embora assim, sem algumas respostas
e um corpo nu para ver se pelo menos o exterior presta. Percebo que nunca vi
o pau do meu chefe e ele já viu e tocou mais do que devia em mim. Será que
tem alguma coisa errada com o pau dele? Saio do sofá quase caindo por
causa dos saltos e retiro eles enquanto vou para o banheiro.
Entro e tenho a bela visão dele só de cueca. Sua bunda fica tão perfeita dentro
dessa boxer. O safado é todo trabalhado no músculo, perfeitamente
distribuído e não como alguns marombeiros que tem músculo da cintura pra
cima e osso coberto de pele da cintura pra baixo.
- Vou tomar um banho!
Indica como se eu fosse sair e deixá-lo em paz.
- Tá bom!
Tenta não sorrir, mas não consegue.
- Devo ser educado e te convidar para um banho juntos?
Minha boca quase solta um belíssimo grito de sim, mas meu cérebro evita a
burrice. Se entrar nesse banho com ele, vai me fazer gozar, ficarei molenga e
não terei respostas. Melhor assistir a tentação e conseguir confissões.
- Prefiro apenas assistir!
- Sério?
- Sim!
- Por que? Acredito que um banho comigo seja melhor que apenas me ver no
banho.
- Por que não vai pra sua casa e toma um banho?
- Hum!
Murmura e de costas pra mim arranca a cueca. Tento tombar a cabeça pra ver
algo, mas não consigo enxergar nada.
- Tomaria seu banho, dormiria e voltaria pra sua sala amanhã já arrumada.
- Acho que Vanusa não te contou que moro com a minha mãe.
- O filhinho da mamãe ainda mora com ela?
Tento não ser sarcástica, mas é impossível.
- Rochinha mora com a D. Rocha?
- Sim! Quando meu pai faleceu ela entrou em uma depressão profunda. Fazia
acompanhamento com profissional, mas a solidão era o que mais a deixava
triste.
Me sinto uma idiota pelo sarcasmo agora.
- Você decidiu abrir mão da sua liberdade para cuidar dela.
Comento sentindo uma pequena empatia por ele agora.
- Sim!
Liga o chuveiro e se enfia dentro dele, ainda de costas pra mim. Respira
fundo e parece relaxar na água. Sr. Fantini não vai me mostrar o pacotinho da
felicidade, sei que vai me torturar com isso.
- Não quer que ela te veja machucado.
Comento indo para o box, pego a bucha e o sabonete liquido. Se vai me
esconder a pedra preciosa, vamos cutucar pra encontrar.
Lapidar o rocha pra encontrar diamante. Coloco sabonete liquido na bucha e
toco ela nas costas dele que se encolhe, mas não se afasta. Começo a lavá-lo,
esfregando suavemente suas costas, nuca e uma parte dessa bela bundinha.
- Quando não estou em dias bons, digo que estou em uma viagem de
negócios e durmo aqui.
- Por isso o armário com roupas, banheiro preparado para tudo e um sofá
cama enorme?
- Sim! Não quero que minha mãe pense que estou cansado dela, de não ter
privacidade, só que às vezes eu preciso ficar sozinho.
Paro de lavá-lo e recolho a bucha, entendo o recado.
- Acho melhor eu ir.
Quando vou colocar a bucha no suporte, meu braço é agarrado, sou puxada
para dentro do box e caio embaixo da ducha quente, nos braços do Sr.
Fantini!
- Merda!
Digo toda molhada, com a roupa colando no meu corpo.
- Preciso confessar uma coisa.
Ele sussurra em meu ouvido e suas mãos vêem pra frente do meu corpo,
segurando meus seios.
- Prefiro seus vestidos chamativos, me dão mais liberdade para tocar seu
corpo.
Agarra minha camisa e rasga ela todinha ao meio com um puxão. Sua boca
avança na minha e me beija com um desespero que chega a me sufocar.
Morde meus lábios, me vira com tudo e arranca o resto da camisa pelos meus
braços. Facilmente me liberta do sutiã, sua boca beija e morde meu ombro e
acho que nunca fiquei tão excitada assim. Meu corpo chega a tremer de tanto
tesão. Vai se abaixando, mordendo e beijando toda as minhas costas, suas
mãos habilidosas vem pra frente abrindo minha calça e puxando ela pelas
minhas pernas junto com a calcinha. Em pouco tempo estou completamente
nua, recebendo beijos, chupões e mordidas pelas pernas, bunda e costas.
Quando o Sr. Fantini se ergue, empurra com o próprio corpo o meu para a
parede. Agarra meu cabelo, o segura firme e vira meu rosto colando no
azulejo frio. Sua língua lambe minha boca, beija meus lábios e fica com a
boca colada no canto da minha. Sua mão livre bate em minha bunda, desliza
nela até meu sexo e me acaricia.
Fecho meus olhos sentindo ele me tocar gostoso e os gemidos já ecoam pelo
banheiro todo. Seu dedo me penetra, sai e me estimula. Entra, sai e me
estimula. É uma tortura deliciosa, que faz meu corpo todo contorcer pedindo
mais. Pedindo pra que ele seja fodidamente duro e me faça gozar gostoso. Sr.
Fantini faz o oposto e afasta a mão do meu sexo, me fazendo gemer em
frustração. Sorri contra os meus lábios, satisfeito com o meu resmungo nada
feliz. Abro meus olhos quando sinto seu membro no meio da minha bunda,
usando ela pra se masturbar. Agora é ele quem geme de prazer pra mim e o
filho da mãe geme gostoso. Morde minha boca e quando solta, suspira alto.
Movo minha bunda pra cima e pra baixo, contraindo junto pra masturbá-lo.
Meu chefe apenas firma o membro pra que seja bem prazeroso.
- Fecha as pernas!
Ordena e uno minhas pernas.
- Cruza na altura dos joelhos e aperta as coxas como se estivesse com muito
tesão.
Faço como pediu e sua mão segura firme minha cintura, enquanto seu
membro se afasta. Solto um gemido alto quando sua ereção entra pelo meio
das minhas coxas, ficando colado em meu sexo. Nossos corpos estão
paralisados, mas nossas respirações muito aceleradas. Sr. Fantini se move
bem devagar, puxando seu membro e depois socando de volta. A pressão que
faz em meu sexo é muito boa, me estimulando no lugar certo. Se afasta e
mete de novo entre as minhas coxas. Sua boca toca meu ouvido.
- Preciso saber se continuo até gozar ou se paro.
Ele quer permissão pra gozar em mim.
- Continua!
Sua mão afunda mais em meu cabelo, a outra se enterra em minha carne e sua
boca se acomoda em meu ombro, talvez para abafar seus gemidos. Fecho
meus olhos, pronta pra ser usada por ele, pra que encontre o seu prazer.
BAIXANDO A GUARDA

NARRAÇÃO VICTÓRIA
O movimento que ele faz com o quadril, impondo um ritmo gostoso enquanto
mete em minhas coxas, me confirma que ele é muito bom de cama. Ele tem
os movimentos de um fodedor dos bons! Seus dentes cravam em meu ombro,
conforme seu prazer aumenta e seus gemidos de tesão são deliciosos de
ouvir. Abro meus olhos, levo minha mão para o meio das minhas coxas e
encontro seu membro. Cubro-o apertando mais contra o meu sexo e agora ele
desliza entre minha mão e meu sexo, fazendo mais pressão em meu ponto
sensível. Sr. Fantini sorri safado, satisfeito em sentir minha mão entrando na
brincadeira. Aumenta o ritmo e agora fode de verdade o meio das minhas
pernas. Sua boca procura a minha e nosso beijo quase não sai de tanto que
gememos, desesperados para encontrar nosso prazer juntos. Sua mão sobe da
minha cintura pela minha barriga, encontra meu seio e o segura firme
enquanto mete. Minhas pernas começam com os tremores, anunciando que
vou explodir a qualquer momento.
- Porra!
Sr. Fantini murmura antes de se entregar ao prazer e em segundos começa a
pulsar entre minhas pernas, jorrando forte em minha mão. Seu corpo para os
movimentos, me causando frustração porque estou perto de gozar. Tento
rebolar pra continuar a pressão em meu sexo, mas não adianta. Sua mão em
meu seio desce para o meu sexo e seus dedos me fodem, arrancando de mim
com muita facilidade meu orgasmo. Hoje foi um dia muito bom no quesito
orgasmo. Dois maravilhosos no avião e um agora no chuveiro. Bateria
palmas para o Sr. Fantini por me fazer feliz sexualmente, mas isso o deixaria
com o ego muito inflado.
Seus dedos saem de dentro de mim, seu corpo se afasta do meu e vou me
recompondo aos poucos. Limpo minha mão cheia de gozo poderoso do
Rocha.
- Qual a graça?
Sr. Fantini pergunta ao me ver sorrindo olhando minha mão.
- Minha mãe sempre disse que só me deixaria fazer as coisas, no dia que eu
pudesse tirar leite de pedra.
Agora é ele quem ri e muito.
- Queria tanto poder ligar pra ela agora e dizer que tiro leite de rocha.
- Ainda me surpreendo com sua boca vulgar e atrevida.
- Não é uma boca vulgar e tão pouco atrevida. É uma boca que não reprime
as palavras. Não sou o tipo de pessoa que escolhe palavras, elas
simplesmente saem sabendo que não serão oprimidas.
Sr. Fantini começa a se lavar e é obvio que eu preciso ver de onde sai o leite
dessa rocha. Olha só! Por mais que esteja meio mole, meio cansado, em fase
pós gozo, apresenta um tamanho e circunferência bem satisfatório. Ainda
assim preciso vê-lo ereto.
- Também não reprime o olhar. Você literalmente me come com os olhos.
- Você está nu na minha frente, eu ainda não tive o prazer de ver seu pau
completamente duro, me deixa pelo menos ver o que sobrou.
Com um sorriso bem debochado, meu chefe dá uma volta na minha frente,
exibindo tudo que tem.
- Pronto?
- Espera!
Coloco a mão no queixo e analiso vendo tudo que me é apresentado.
- Esperava encontrar alguma tatuagem, algo que mostrasse que teve uma
adolescência rebelde ou marcada por alguma paixão. Que mostrasse que em
algum momento teve coração.
- Não gosto de tatuagens. Recordações ficam no meu coração e na minha
memória e não no meu corpo.
Agora é a vez dele me olhar toda.
- Você também não tem tatuagem, devo entender que não tem coração
também?
- Tenho medo de agulha. Na verdade tenho pavor, aflição, pânico. Queria
muito fazer uma, mas tenho medo.
- Bom saber! Vou comprar algumas agulhas e deixar na minha gaveta. Assim
terei armas para te expulsar da minha sala.
- Engraçadinho!
Sai do box e pega uma toalha que estava pendurada. Começo a me lavar,
vendo ele se secando. Observo pegar uma toalha pra mim e pendurar no
mesmo lugar que estava a dele antes.
- Pode pegar qualquer roupa que quiser no armário. Tem alguns moletons
nessa gaveta.
Avisa e pega uma calça e uma cueca. Sai do banheiro e me deixa a vontade
para terminar de me lavar.
*******
Termino de secar meu cabelo na toalha, penduro ela de novo e saio do
banheiro. Encontro a sala do Sr. Fantini vazia e sua toalha em uma das
cadeiras. Recolho, penduro e vou à caça do meu chefe. Passo pela recepção e
sigo os barulhos que vem da cozinha. Encontro o todo poderoso rocha
cozinhando.
- Agora entendi porque a Vanusa disse que preciso manter os armários e
geladeira daqui com comida. Ela deixa seu refúgio todo perfeito pra você.
Quando precisar dormir aqui tem tudo que precisa.
- Exatamente! Por isso amo aquela mulher, ela sempre cuida de mim.
- Bem, agora sou eu quem vai cuidar de você. Então, acredito que eu deva
saber o que colocar nos armário e geladeira.
- A lista é sempre a mesma, pode continuar com ela.
- Acho que hoje chegavam os vinhos.
Digo indo até o armário embaixo da pia e encontro as seis garrafas que pedi.
- Vanusa me disse que era pra você, mas não achei que era pra você tomar
aqui na empresa.
- Vanusa não te contou quase nada sobre mim, sobre minhas manias e meus
costumes.
- Não! Só me deu o trabalho chato, esse divertido não me explicou.
Ele sorri e pega duas taças no armário de cima.
- Gosta de lámen?
- Você sabe fazer lámen?
Pergunto em choque, colocando a garrafa de vinho na pia. Vou para o fogão e
encontro uma panela com ovos fervendo, uma com macarrão japonês
cozinhando, uma aquecendo um caldo e uma frigideira com bacon. Ele
parece sem graça com a minha reação.
- Sei cozinhar, morei sozinho na época da faculdade e aprendi a me virar.
- Tentando criar a imagem do todo poderoso cozinhando na juventude.
- Nem sempre fui o todo poderoso que sou hoje, fui me aperfeiçoando pra
alcançar essa perfeição.
Reviro meus olhos e ele sorri.
- Onde aprendeu a fazer lámen? Não é algo que se aprende assim do nada e
sei que o caldo de galinha que tem na geladeira não é comprado. Sempre me
perguntei porque a Vanusa tem caldo de galinha aqui.
- O caldo a D. Linda faz pra mim, ela trabalha na casa da minha mãe.
- Ela te ensinou a fazer lámen?
A cara do safado me diz que não foi a D. Linda.
- Conta!
Peço curiosa e sento no balcão. Seus olhos rapidamente me analisam e uma
sobrancelha se ergue ao me ver só com uma camisa social branca dele.
- Achei que fosse pegar um calça de moletom e uma camiseta básica.
- A camisa é mais confortável. Agora me diz onde aprendeu o lámen.
- Com a Srta. Hinata!
Minha boca vai ao chão de tão chocada que fico. A Srta. Hinata é vice
presidente de uma empresa japonesa, que temos um contrato de fornecimento
de maquinas para a nossa empresa e filiais.
- Ela veio para uma reunião, ficamos até tarde discutindo as clausulas do
contrato e estávamos com fome. Não tínhamos muitas opções abertas, mas
tínhamos a cozinha.
- Ela te ensinou a fazer lámen e só?
Sua leve mordida no lábio inferior me diz que não foi só isso. Começo a rir
muito, porque o safado fode mulheres na empresa. Por isso nunca ninguém
vê o poderoso Arthur Fantini com mulheres.
- Ela queria conhecer a cultura do nosso país e fizemos uma troca cultural.
- Safado! Ela te ensina o lámen e você ensina o que?
- A gozar! Pelo que ela me disse, nunca tinha gozado na vida dela como
gozou comigo.
- Você se acha o fodedor, né?
- Meus dedos e minha mão não foram suficientes pra você descobrir que sou
muito foda?
- Não! Pra ser fodedor o pacote tem que ser completo.
- Então teremos que trepar gostoso pra você confirmar o óbvio?
- Sim!
Respondo e ganho uma olhada sexy.
- Quando for uma boa secretária submissa, te compenso com uma foda
completa.
- Então ela nunca vai acontecer.
Sua atenção agora é toda na montagem no lámen. Ele pica cebolinha pra
colocar e acho engraçado sua destreza na cozinha.
- Pronto! Levo os potes e você as taças e o vinho.
Diz e voltamos para a sala. Encosto a porta quando entramos e seguimos para
a mesinha. Nos sentamos no tapete e ficamos lado a lado.
- Espero que goste!
Sr. Fantini fala ao acomodar o pote a minha frente e nos serve o vinho.
- Por que não mantém um flat pra quando precisar ficar sozinho?
- Porque sei que se minha mãe descobrir que tenho um flat, vai achar que é
um peso morar com ela, vai carregar mil culpas. Mesmo que eu tente manter
em segredo o local, sempre tem um jornal ou revista querendo saber da
minha vida e sairia uma matéria sobre isso.
- Deve ser um saco não poder fazer as coisas, ter a vida exposta. Você é bem
esperto trazendo as mulheres pra foderem aqui com você.
- Não trago as mulheres para a empresa. Srta. Hinata e você foram as únicas
que gozaram na presidência.
- Devo me sentir honrada com isso?
- Foi a única do meu banheiro e da sala de reuniões.
- Não precisa mapear os orgasmos da Srta. Hinata na sua sala.
Ele sorri e começa a comer. Provo o lámen e está muito bom.
- Depois chamo um táxi pra te levar até sua casa. Acho que dá tempo de lavar
e secar sua roupa.
- Está me expulsando?
- Acredito que prefira ficar na sua casa, no conforto da sua cama a passar a
noite aqui com o chefe que tanto odeia.
- Em casa seria um tédio e aqui posso me divertir te provocando e cutucando.
- Mora sozinha?
- Sim! Desde os meus dezesseis anos.
- Muito nova para cair na vida adulta.
- Sempre fui muito madura, já estava pronta para enfrentar o mundo e deu
certo.
- Sua mãe não impediu essa loucura?
- Não!
Respondo sem dar muito espaço para mais perguntas.
- Diferente de você, morar sozinha não me ensinou a cozinhar. Sou um
desastre na cozinha, mas lavo louça super bem.
Tomo o vinho e sem querer derrubo um pouco na camisa branca dele.
- Sabia que você sujaria minha camisa. Não queria ser o chefe chato que
acusa antes de acontecer, acreditei que não faria merda, mas...
- É só uma camisa!
- É a minha camisa mais cara que você escolheu usar, mesmo tendo roupas
mais baratas na gaveta.
Estico o braço, encaro seus olhos e afrontosa passo a manga branquinha da
camisa na minha boca suja de caldo.
- Victória, não me provoca!
Pego o vinho e quando vou beber, derrubo mais na camisa. Sou agarrada pela
camisa, puxada e colocada montada nas pernas do Sr. Fantini. Tudo isso sem
derrubar o vinho na taça que seguro. Ele abre os botões da camisa, sem
desviar o olhar do meu. Quando abre tudo, tira a taça da minha mão, coloca
no chão e coloca meus braços pra trás. Usa a camisa pra me prender e fico
com os seios expostos. Ele pega de novo minha taça no chão e coloca a borda
dela em meu pescoço. Derruba um pouco de vinho que desce para os meus
seios e logo sua boca e sua língua tocam minha pele, se deliciando do vinho
que escorre. O filho da mãe está me sujando toda de vinho, como punição por
eu sujar a camisa cara dele. Sujaria mil camisas dessas se a punição for
sempre prazerosa assim. Seus lábios chupam forte, algumas vezes focam
mais em meu seio, me arrancando gemidos baixos. Vem pra os meus lábios e
mete sua língua com sabor de vinho na minha boca, me beijando com muita
intensidade.
- Você queria saber se sou como o Henrique.
Sussurra e mordica meus lábios, fazendo formigar gostoso.
- Sou o oposto dele, Victória! Sou um apaixonado pelo corpo feminino. Amo
todas as curvas e cada pequena característica única que cada uma tem. Não
me importo com as cores, formas, nada, eu só quero amar o corpo de vocês
como eles merecem ser amado.
Sua boca vem para o meu ouvido.
- Só que eu só quero o que vem por fora, não quero e não me importo com o
que vem por dentro. Não quero corações, eles não são pra mim. Então se vai
entrar nesse jogo, quero ter certeza que seu coração estará bem longe daqui.
OS DOIS SEM CORAÇÃO

NARRAÇÃO VICTÓRIA
Consigo soltar minhas mãos presas da camisa e as levo até o pescoço do meu
chefe, segurando firme e fazendo seus olhos focarem bem em mim. Quero
que entenda cada palavra que vou dizer.
- A vida me tirou o coração há muito tempo atrás, Sr. Fantini. O que temos
aqui é o corpo de uma mulher comandado por um cérebro incrível.
Ele sorri claramente gostando da minha resposta.
- Não haverá qualquer sentimento amoroso nessa guerra, a única coisa boa
que pretendo tirar disso tudo são orgasmos.
- Isso eu posso com muito prazer te fornecer.
- Já que deixou claro aqui que corações não fazem parte desse jogo, quero
impor minhas regras.
- Fique a vontade!
- Já tive relações com homens que me lembravam muito você. Tem estilo de
dominador, de quem gosta de mulheres submissas no mundinho BDSM. Não
sou submissa, não tolero hierarquia sexual, não aceito agressões
desproporcionais e tudo é mútuo, não se esqueça.
- Não sou dominador e tão pouco aprovo o mundo BDSM. Partilho da
opinião de que sexo é mútuo, ambos possuem total liberdade no prazer,
respeitando os limites. Acredito que teve essa idéia errada sobre mim pela
minha intensidade.
Suas mãos seguram firme minhas coxas e seu sorriso fica bem sacana.
- Gosto de pegar, apertar, sentir, beijar, morder, chupar, de literalmente me
enfiar no corpo da pessoa. Se isso te incomoda, posso tentar amenizar.
Meus lábios tocam de leve os dele.
- Nunca reclamei, só dei o aviso que não sou submissa no sexo.
Mordo seu lábio inferior, sugo e o seu gemido é bem gostosinho.
- Somos dois selvagens sexuais, Sr. Fantini! Essa guerra pode ser bem
interessante.
Suas mãos me puxam pra frente e estou sentada sobre sua ereção. Seu corpo
vai pra trás até encostar no sofá e vou junto, deitando meu peito sobre o dele.
Minhas mãos aproveitam para percorrer seu peito, pescoço e se afundar em
seu cabelo, enquanto nossos olhos se encaram. Ele é realmente um homem
gostoso e bonito, de ser prazeroso de olhar. Agora são suas mãos que dançam
pelo meu corpo, aproveitando me tira a camisa e me deixa nua. Uma mão
vem para o meu pescoço e a outra para a minha bunda, empurrando ela pra
baixo, fazendo meu sexo se enfiar mais em seu membro. Começo a rebolar e
os meus suspiros de prazer batem em seus lábios levemente abertos. A ponta
do meu nariz encosta na dele e vamos apenas nos sentindo, nos encaixando.
Sr. Fantini puxa meu cabelo e minha cabeça vai pra trás, dando acesso a ele
ao meu pescoço. Sinto primeiro sua língua quente tocar minha pele, em
seguida seus lábios que beijam e sugam. Seus dentes arranham minha pele e
mordem de leve meu queixo, me arrancando um gemido baixo. Sua mão em
minha bunda aperta forte, mostrando sua excitação. Seus lábios brincam em
torno da minha boca e paraliso sua cabeça segurando seu queixo.
Dou uma lambida gostosa em sua boca e sem querer tortura, afundo meus
lábios nos dele, querendo um beijo de tirar o fôlego. Enterro minha língua em
sua boca e duelo com a dele por espaço, sentindo o gosto do vinho bem
presente. Seus braços vão me apertando mais contra o seu corpo, não me
deixando se quer cogitar a idéia de sair desse beijo.
Nossos lábios paralisam quando o celular dele começa a tocar e não é o toque
de sempre, chato e irritante. É um toque mais suave e delicado. Seus braços
vão me soltando e o escuto respirar fundo.
- Minha mãe, preciso atender! Ainda não disse a ela que vou dormir fora.
Mordo meu lábio para não soltar uma piada maldosa, porque na verdade isso
é fofo. Ele não gosta de preocupar a mãe e ela é protetora ao ponto de se
preocupar com a demora do filho em dar noticias. Saio de cima do Sr. Fantini
que de forma ágil se levanta e corre até o celular sobre a mesa dele.
- Mãe!
Atende todo sem graça e sei que é melhor me afastar. Levanto, vou até o
banheiro e fecho a porta. O vinho na minha pele já está grudento demais.
Arrumo meu cabelo em um coque, volto para o chuveiro e me lavo. Antes de
terminar o banho a porta do banheiro se abre. Meu chefe surge todo sem
graça e não tem como não rir.
- Não se sinta constrangido, foi algo fofo de se ver.
Desligo o chuveiro e o vejo pegar uma toalha pra mim. Enquanto me seco,
pega uma camiseta e calça de moletom, da gaveta itens baratos e quero rir.
- Vou lavar nossas roupas.
Taca tudo na maquina lava e seca e quero dizer que deveria separar por cores,
mas será muito mais prazeroso ver sua raiva ao perceber que sua camisa
branca vai manchar ainda mais.
- Vou te deixar a vontade para se trocar.
Sai do banheiro e fecha a porta.
**********
Termino de me trocar e separo as toalhas usadas para lavar depois das roupas.
Saio do banheiro e já escuto o senhor irritadinho bufar.
- Não te dei uma calça de moletom e uma camiseta para vestir?
Com um belo sorriso no rosto, rodopio mostrando uma bela camisa azul
clara, que deve ser tão cara quanto a branca que manchei de vinho.
- Achou mesmo que eu seria boazinha usando aquela roupa? Esse tecido é
mais leve e gostoso que o da camisa branca.
- Sim! E também é o dobro do valor daquela, por isso troque pela roupa que
separei.
Diz firme e vejo o sofá aberto, já do tamanho de uma cama de casal.
- Uau! Fica uma bela cama, cabe bem duas pessoas.
Me jogo na cama e rolo nela toda.
- Victória, muda de roupa!
Me arrasto até o travesseiro e o agarro, ficando de bunda pra cima. Como não
escuto mais nenhuma reclamação, acredito que os olhos estejam bem felizes
com a visão que tem.
- Ainda vou ter o prazer de ver você fazendo o que mando.
- As únicas ordens que me dá e acato sem reclamar são as do trabalho. De
resto cagarei lindamente pra tudo.
- Amanhã vou te encher tanto de trabalho, de ordens, que vai desejar não ter
me provocado assim.
Se joga na cama também e ficamos de lado, um de frente para o outro. Ele
também abraça o travesseiro e respira fundo. Não estamos com sono, mas
ficamos em silêncio total.
- Como consegue trepar sem ninguém descobrir? Estou curiosa pra saber.
Pergunto e o Sr. Fantini começa a rir alto.
- Sério que é nisso que está pensando agora?
- Sim! O mundo lá fora se pergunta por que o poderoso Arthur Fantini não
namora, não tem uma vida amorosa e nenhuma merda na vida.
- O mundo lá fora quer saber demais e você também.
- Só quero entender como consegue ser fodedor sem ninguém saber.
Ele vira na cama e fica de barriga para cima, encarando o teto da sala.
- Me envolvo com mulheres que possuem o mesmo pensamento que o meu.
- Relação sexual sem coração.
Digo me lembrando do que conversamos.
- Sim!
- Não sou atraído pelo tipo de mulher frágil, doce, delicada, que precisa ser
cuidada, amada, que necessita de um homem para se sentir bem. Por incrível
que pareça é o perfil de toda mulher de um CEO.
Não tem como não rir, é a mais pura verdade. Sr. Fantini me olha com um
enorme sorriso, coloca os braços atrás da cabeça todo marrento e dono da
cama.
- Acha engraçado? Chega a ser irritante ir nos jantares da alta sociedade.
Todos são CEOs com suas esposas que não trabalham, passam o dia no salão,
os filhos cheios de babas, são completamente dependentes dos maridos e não
possuem opinião própria. E sabe que tipo de mulher me cerca em todos os
lugares?
- Deixa eu pensar!
Finjo que a pergunta é difícil de responder.
- São essas que quando se envolvem e não conseguem o que querem, abrem a
boca para os jornais e revistas contando tudo da relação.
- Então você se envolve com mulheres que só querem sexo e quando já
cansaram do seu pau, vai pra outro sem criar problema.
- Exato! Se bem que elas nunca cansam do meu pau.
- Mas é um cretino com um ego escroto!
Digo saindo do travesseiro e deitando em seu braço.
- O que está fazendo?
- O que?
- Por que está deitando em mim?
- Qual o problema em deitar no seu braço?
- Você tem um travesseiro, deita nele.
- Mas eu quero um cafuné pra dormir.
- Faz você mesma!
- Você pode socar essa mão na minha vagina como se estivesse tentando
encontrar petróleo, mas não pode colocar no meu cabelo para um cafuné?
- Isso! Só te toco pra dar prazer e não pra fazer dormir.
- Mas cafuné é um tipo de toque que também dá prazer, só que não é sexual.
Sou jogada para o lado, grosseiramente ele pega minha mão e taca na minha
cabeça.
- Então faz igual na siririca, se dá prazer.
O cretino vira de lado me dando as costas e tenho vontade de morder ele
todo. Qual a melhor maneira de vingança? É claro que vou na siririca e gemer
bem alto pra ele não dormir. Viro de lado pra causar curiosidade nele e
mesmo sem vontade alguma de me masturbar, me toco e começo a gemer.
Sinto o sofá cama se mexer e sei que é o CEO curioso na siririca. Rebolo no
dedo e tento de verdade ficar excitada, mas não tá rolando. Sr. Fantini acabou
com meu estoque de orgasmos. Vamos ao gemidão mentiroso, só para
cutucar o chefe que não sabe fazer cafuné.
- O que está fazendo?
Pergunta com a voz firme atrás de mim.
- Não posso conversar agora, estou no meio de uma siririca. Ai que gostoso!
Ai que delícia!
- Victória, essa é a pior cena de siririca falsa que já vi na vida. E olha que já
assisti muitos pornôs.
- Não sei do que está falando, estou mesmo me dando muito prazer.
Toca a minha bunda e fujo de seu toque.
- Não! Se quer prazer vai se masturbar no seu canto.
- Preciso de algo real para me dar prazer enquanto me masturbo, essa sua
cena está bizarra.
Viro pra ele, mantendo a mão em meu sexo. Passo a língua em meus lábios e
solto um gemido baixo quando afundo os dedos dentro do meu sexo.
- Quer uma cena gostosa pra assistir?
- Sim!
Responde e enfia a mão dentro da calça.
- Então vamos a um jogo gostoso. Se você gozar primeiro, vai me fazer
cafuné até eu dormir.
- E se você gozar primeiro?
- Serei por uma semana a secretária submissa perfeita!
DOCE VITÓRIA

NARRAÇÃO VICTÓRIA
Começo a curtir os sorrisos maldosos e safados do Sr. Fantini. Sempre que
eles surgem, algo bem prazeroso acontece comigo.
- Posso arrumar a brincadeira de um jeito mais justo?
Pergunta vindo pra perto de mim.
- Claro!
Tira minha mão do meio das minhas pernas e a enfia dentro de sua calça.
Encontro algo grande e duro, que me faz sorrir com enorme satisfação.
- Não vamos nos tocar com prazer, seria apenas uma cena deprimente de nós
dois nos masturbando pensando na vitória.
Seus lábios se aproximam dos meus e suspiro ao sentir sua mão tocar meu
sexo. Odeio como meu corpo reage a cada pequeno toque dele. Odeio ser
sensível assim aos dedos mágicos do Rocha.
- Mais justo quando eu me empenho em arrancar seu prazer e você o meu. O
foco não fica no prêmio, fica no prazer.
- Tenho mais uma regra, antes de começarmos!
- Diga!
Fala com os olhos focados em mim.
- Só usaremos uma mão, nada mais. Não nos tocaremos com mais nada, você
sabe que sou sensível nos seios.
- Sei?
Pergunta debochado e quero morder sua boca com força.
- Sabe!
- Não são seus seios que são sensíveis, Victória.
Sussurra e passa os lábios em meu rosto.
- Sua pele é completamente frágil ao meu toque. Poderia te fazer gozar só
beijando e tocando você todinha.
Abre um enorme sorriso.
- Nesse momento enquanto falo sobre tocá-la, você ficou molhada, excitada,
pronta pra mim.
Um gemido alto escapa da minha boca quando seus dedos deslizam pra
dentro de mim com muita facilidade. Inferno, estou muito molhada!
- Me diz quando começa a brincadeira.
Seu membro pulsa na minha mão, pedindo atenção e gosto disso.
- Me deixa primeiro encontrar uma posição mais favorável.
Digo percorrendo com meus dedos sua ereção e gosto do que sinto. Encontro
suas bolas, a base, subo para a cabeça e sua sobrancelha se ergue.
- Não se lembra mais como é um pau, precisa sentir ele todo assim pra
relembrar?
- Na verdade eu esperava sentir mais carne, ter mais espaço para brincar,
mais estrada pra correr com os dedos, mas dá pra fazer alguma coisa com o
que tem aqui.
Solta um som engraçado e sei que cutuquei a masculinidade do meu chefe.
Ser chamado de pau pequeno não era o que esperava. Cutucar seu ego é tão
prazeroso.
- Não sou um parquinho ou uma rua, sou um parque de diversões com todos
os brinquedos, uma avenida principal que corta toda a cidade.
- Foi isso que as outras mulheres te disseram? Tadinho! Você acreditou?
Seus olhos se apertam pra mim e estou quase gozando só por isso.
- Agora que peguei nisso, entendo porque sempre me faz gozar com os dedos.
Se seu olhar pudesse matar eu já estaria no inferno.
- Fiquei com medo de uma mão não bastar pra pegá-lo, mas vai sobrar dedo
nessa brincadeira.
- Começa logo!
Murmura bravo e antes de começar de verdade, avanço em sua boca e o
beijo, porque provocá-lo me excita. Posso não ganhar o jogo, mas fico feliz
que vou gozar e ainda atingir o ego do Sr. Fantini.
- Pode começar!
Digo com a voz baixa, deixando meus lábios encostados nos dele, porque sei
que meus gemidos o excitam. Meus movimentos com as mãos começam sem
muita pressão a velocidade. Quero primeiro sentir como ele evolui ao meu
toque. Totalmente o oposto de mim, Sr. Fantini começa muito intenso,
literalmente me fodendo com seus dedos. Queria poder dizer que essa tática
não está dando efeito, mas seria uma mentira de merda. Dedos do caramba!
Não posso nem fechar a merda das pernas, porque ele vai perceber que está
alcançando meu orgasmo. Acelero meus movimentos e decido seguir seu
ritmo, assim vai parecer que seu pau está me fodendo, está dentro de mim no
lugar dos seus dedos. Um suspiro baixo que ele solta sem querer me confirma
que teve efeito e faço pressão em minhas mãos pra ficar ainda melhor.
- Queria te virar de quatro agora e te mostrar que sou bem grande. Enfiar ele
todo e te fazer gemer de dor, prazer, te fazer perder a porra do foco.
Me imagino de quatro agora e ele metendo com raiva. Deus, isso seria muito
bom!
- Juro que quando me enterrar em você, vai desejar nunca ter me cutucado.
- Eu te cutuquei ou disse uma verdade? Precisa aprender a aceitar que nem
todas vão te enxergar grande, Sr. Fantini! Eu te enxergo básico! Bem básico!
Meu corpo curva e meus olhos se fecham quando seus dedos encontram o
ponto certo e não consigo mais mover minha mão, porque estou sendo
tomada por um prazer completamente alucinante. O orgasmo acontece e os
tremores são tão fortes, as sensações são tão intensas que fico completamente
perdida, desligada de todos os sentidos.
- Porra!
Solto ao perceber que seus dedos não param e meu orgasmo continua me
consumindo toda. Me encolho e quando ele finalmente tira os dedos do meu
sexo, os tremores começam a diminuir e sinto choques em todos os lugares.
- Melhor do que gozar é saber que vai ser submissa a mim por uma semana.
Nunca mais faça aposta comigo, se não tiver certeza que vai durar pelo
menos mais de dois minutos, Victória!
- Sim senhor!
Respondo irônica sabendo que é assim que ele gosta, mas completamente
saciada e pronta pra suportá-lo por uma semana. Acabei de descobrir um
orgasmo que eu não sabia que podia alcançar, então estou muito feliz em
perder. Me agarro ao travesseiro, sentindo todos os músculos do meu corpo
doerem e eu nem sabia que vagina tinha músculos até agora. Estou realmente
dolorida de uma forma bem gostosa e acho que amanhã ficarei a base de
analgésico.
- Vou colocar o despertador para bem cedo, assim poderá ir para a sua casa e
se arrumar para vir trabalhar. Não se preocupe em chegar no horário, pode se
atrasar um pouco. Eu disse um pouco, não abuse.
- Hum!
Murmuro de olhos fechados, exausta e querendo dormir.
- Estou de pau duro e isso me irrita!
- Se masturba!
- Achei que você pudesse fazer isso por mim.
- Acabei de perder uma aposta e vou ser sua submissa por uma semana, não
fode mais Sr. Fantini.
- Posso usar sua mão?
Abro um olho e o vejo deitado de lado me olhando.
- Sério?
- Não! Estava vendo se tinha forças pelo menos para abrir os olhos. Se for pra
me masturbar que seja com vontade e prazer e não morta assim.
- Não me importo que use meu corpo pra gozar, só não atrapalha meu sono.
- Consegue abrir a boca?
Começo a rir e ele também.
- Só fica com ela aberta e meto gostoso. Faz tempo que venho pensando
como seria essa boca atrevida sendo fodida por mim.
- Faz tempo? Quanto tempo?
Pergunto curiosa e o Sr. Fantini sorri.
- Nunca vai saber!
- Te chupo se me disser.
- Prefiro dormir de pau duro.
- Então boa noite!
Viro no sofá cama e fico de bunda pra ele.
- Posso me masturbar pra sua bunda?
- Fique a vontade!
- Pode abrir mais as pernas pra mim?
Me arrumo e fico toda arreganhada pra ele.
- Mais alguma coisa?
- Não!
Seu "não" veio em um suspiro, confirmando que já está se masturbando me
vendo.
- Qual o limite da nossa guerra?
Pergunta e sua mão livre acaricia minha bunda.
- O que quer saber especificamente?
- Vamos trepar, certo?
- Espero que sim, não sou fantoche pra você brincar só com a mão.
Levo um tapa na bunda, mas ganho uma risada divertida.
- Na trepada teremos limites?
- Depende do que vai querer fazer comigo, Sr. Fantini.
Sua respiração se intensifica e seu dedo toca onde ele quer saber se é
território permitido ou não nessa guerra. Em resposta me abro mais, dizendo
que tem permissão para atingir onde quer.
- Victória, acredito que não vamos ter limites nessa guerra.
Seu dedo brinca na entrada da minha bunda e seus gemidos aumentam, ele
está quase gozando.
- Sr. Fantini, as melhores guerras são as sem limites.
Seus dedos apertam minha bunda com muita força e quando viro a cabeça
para olhá-lo, tenho a bela visão de um homem poderoso gozando na própria
mão só de pensar em foder minha bunda. De olhos fechados vai tentando se
acalmar e respira fundo. Abre os olhos e sorri todo garoto masturbador pra
mim.
- Agora posso dormir.
********
- Não acredito nisso! Vocês só podem estar querendo me deixar louca!
A voz irritada e muito alta da Vanusa me faz abrir os olhos. Ela está em pé do
lado do sofá cama, com as mãos na cintura e nos olhando com muita raiva.
Percebo que estou dormindo no peito do Sr. Fantini que me segura com o
braço direito.
- Vanusa!
Ele diz meio sonolento e vamos nos sentando.
- Chegou cedo na empresa!
- Cedo? São quase dez horas da manhã e estávamos como idiotas procurando
vocês. Sua mãe disse que ainda estava na viagem em Boston, mas o piloto
disse que já tinham voltado.
Ela começa a dar tapas nele, que se encolhe. É a cena mais bizarra que já vi.
- Você não ri dele! Morri de medo do Henrique ter se vingado de você por ter
ido falar com o pai dele.
Agora sou eu quem ganha os tapas.
- Todo mundo procurando vocês dois e os bonitinhos dormindo aqui depois
de... de...
Nem termina de falar e solta baixinho uma sequência chocante de palavrões
que deixam nós dois em choque.
- Estou fora! Hoje oficialmente estou aposentada! Não vou mais procurar
secretaria nenhuma e vocês dois que se fodam, literalmente!
Á passos firmes e furiosos sai da sala e bate a porta com força.
- Você disse que colocou o celular pra despertar!
Falo saindo da cama e indo pegar minhas roupas na máquina.
- Eu coloquei!
Abro a maquina e o escuto bravejar.
- Esqueci de arrumar o dia da semana, ficou pra despertar amanhã.
- Muito inteligente, Sr. Fantini!
Volto para a sala e o vejo de sobrancelha erguida me encarando.
- O que foi?
Pergunto brava e seu sorriso debochado é quase um chute no meu mau
humor, deixando-o ainda maior.
- Submissa!
Diz pausadamente, com muito prazer.
- Pode começar!
- Eu te odeio!
- Pode me odiar de cabeça baixa e bem mansa. Aproveita e já pode fazer meu
café.
SIM SENHOR!

NARRAÇÃO VICTÓRIA
Ando até o resto das minhas coisas no quarto, recolho tudo e vou para o
banheiro. Estou parecendo um velho resmungão, que fica reclamando
baixinho só pra ele. Que merda eu tinha na cabeça em colocar uma semana de
secretária submissa como prêmio pra esse idiota! Alias! Que merda eu tinha
na cabeça em confiar na minha vagina, que claramente só se importa em ter
prazer? Visto minhas roupas, amassadas mesmo. Coloco meu sapato e me
olho no espelho vendo uma mulher atrasada, desarrumada e descabelada que
vai ter uma semana de merda nas mãos do chefe. Como se fosse possível,
estou odiando ainda mais o Sr. Fantini, porque sei que ele vai se aproveitar
dessa aposta. Eu me aproveitaria se fosse ele! Pego na minha bolsa um
elástico de cabelo e faço um rabo de cabelo perfeito. Sou uma boa perdedora
e gosto de cumprir com as apostas. Seja o que Deus quiser e que eu sobreviva
a essa semana! Saio do banheiro e fico surpresa ao ver o sofá cama já na
posição só sofá, os travesseiros empilhados e o lençol dobrado sobre eles.
Olho em volta e não tem ninguém da limpeza. Sr. Fantini está arrumando sua
mesa, a deixando milimetricamente alinhada e perfeita como sempre é. Então
é ele quem deixa aquela mesa parecendo de quem tem TOC por alinhamento,
limpeza e organização.
- Meu café!
O idiota diz alto para mim, me lembrando da minha obrigação.
- Sim senhor!
Digo de cabeça baixa, com a voz delicada e suave, mas por dentro estou
pisando mentalmente em suas bolas com meu belíssimo salto.
Saio da sala e já encontro sobre a minha mesa nada organizada muitas pastas.
- Inferno!
Esqueci que todo começo de semana os setores entregam relatórios para o Sr.
Fantini e como ontem estivemos o dia todo em viagem, está tudo aqui
empilhado em minha mesa. Percebo que a caneta preta que uso deixei aberta
e estourou sobre os papeis que anotei algumas informações sobre a reunião
que preciso fazer a ata.
- Uma coisa de cada vez, Victória!
Quando me preparo para ir até a cozinha, o telefone em algum lugar sobre a
minha mesa toca. Mexo nas pastas e o encontro atrás delas, perdido embaixo
de papeis.
- Sr. Fantini!
- Venha até minha sala, por favor!
- Sim senhor!
Desligo e abaixo minha cabeça, seguindo mansa e passiva para o meu chefe.
Abro a porta e como ele deseja, encaro meus pés esperando suas ordens.
- Vou primeiro tomar um banho, então espere vinte minutos para me trazer o
café. Enquanto isso remarque as reuniões para tarde.
- Sim senhor!
- Pode ir!
Saio de sua sala e tento não rir. Ele podia ter me dito isso por telefone, mas
queria me ver submissa. Ele está gostando muito desse prêmio e preciso
buscar forças para suportar essa semana.
********
Termino de remarcar as reuniões, verifico se já deu os vinte minutos e vou
até a cozinha passar o café. Olho a pia toda arrumada e como pode a louça
estar organizada em tamanho, cores e tipos para ser lavada? Começo a passar
o café e me seguro para não fazer ele forte demais. Uma semana perfeita,
Victória! Você consegue! Volto para a minha mesa segurando a pequena
bandeja com a xícara em cima em uma mão. Coloco minha agenda sobre as
pastas e tento carregar tudo até a sala do Sr. Fantini. Quando percebo que não
vou conseguir abrir a porta, volto para a minha mesa e deixo as pastas e a
agenda. Entro na sala do Sr. Fantini só com o café e o cheiro gostoso de
banho e perfume masculino invade minha narina.
Ignoro o odor do satanás, deixo o café sobre sua mesa e agradeço por ele
ainda estar no banheiro. Vou para a recepção e pego tudo que preciso para
voltar à sala do Sr. Fantini. Antes de colocar as pastas sobre a mesa do meu
chefe, decido ser uma boa submissa e colocar as pastas em uma fileira
perfeita, por ordem alfabética os setores. Isso é tão estranho e desnecessário!
Perda de tempo organizando assim, se já podia sair lendo tudo pra acabar
logo. Escuto passos vindo em direção à mesa e de cabeça baixa me posiciono
no canto como deve ser. Abraço a agenda e encaro meus pés, sabendo que
estou sendo olhada da cabeça ao dedão do pé. Meu corpo sente o olhar do
prepotente me analisando. O infeliz me deixa em pé enquanto senta e toma
seu café. Demora mais do que o normal, parece até tomar a porra do café por
gotas.
- Conseguiu remarcar as reuniões?
- Sim senhor!
- Preciso que chame a limpeza para recolher as coisas quebradas e limpar a
sala.
- Já chamei, eles virão quando o senhor autorizar o horário. Precisam que
esteja fora da sala.
- Peça para virem em trinta minutos.
- Sim Senhor!
- Preciso que leve essas pastas para a sala de reuniões, ficarei lá enquanto
arrumam aqui.
- Sim senhor!
O infeliz suspira como se estivesse quase tendo um orgasmo me ouvindo
dizer "Sim senhor!" Toda delicada e suave.
- Pode levar agora.
- Com licença!
Se estivesse no modo atrevida, meu corpo tocaria o dele e estaríamos nos
esfregando enquanto recolho as pastas, mas ele quer a secretária submissa e
não a gostosa. Percebo pelo canto dos olhos sua cara de insatisfação ao me
ver recolher as pastas bem longe dele. Parece que alguém começou a
entender que ter a secretária que ele sempre sonhou, o faz perder a secretária
safada que ele vem curtindo tocar nos últimos dias. Saio da sala plena e
satisfeita com isso. Não vou dar o gostinho dele ter as duas, se quer a
submissa, vai ter 100% dela.
***********
São quase 16h e meu pescoço está doendo muito de tanto ficar de cabeça
baixa. Como eu havia previsto, fui chamada muitas vezes para entrar na sala
do Sr. Fantini, 80% por motivo idiota, só pra testar minha paciência
submissa. Quero a minha casa, meu chuveiro, minha cama e poder olhar reto.
É estranho passar o dia com uma pessoa e não olhar seus olhos nenhuma vez.
Meu telefone toca e respiro fundo.
- Sr. Fantini!
- Venha até minha sala!
- Sim senhor!
Desligo, pego a caneta e a agenda e com uma classe que nem eu sabia que
tinha, entro na sala.
- Senta!
Parece que alguém está de mau humor. Sento e abro a agenda sobre as
minhas pernas, esperando suas ordens, se é que minha vinda aqui é pra algo
importante. Me mantenho em silêncio esperando que diga algo, mas não
acontece nada. Seguro a curiosidade de erguer a cabeça, não vou deslizar no
fim do dia assim.
- Estou impressionado!
Não digo nada, porque segundo Vanusa ensinou, a perfeita secretária só abre
a boca para dizer "Sim senhor", " Com licença" e para responder perguntas.
Percebendo que não vou sair do papel de submissa, começa a rir.
- Amanhã vou visitar todos os setores da empresa e você vai me acompanhar.
Filho da puta! Cretino! Babaca! Ele quer exibir a secretária submissa para
todo mundo.
- Sim senhor!
Mantenho o tom de voz perfeito, mesmo por dentro mandando ele para
muitos lugares sujos e sombrios. Seu celular toca e ele me manda ficar e
esperar atender.
- Mãe!
Diz e fica em silêncio por alguns segundos.
- Sim, vou jantar em casa!
Responde e logo em seguida respira fundo.
- Mãe, já conversamos sobre isso!
Por favor, Sra. Fantini, estrague a felicidade do seu filhinho, faz alguma coisa
que vai deixá-lo bem puto para o meu prazer.
- Precisa parar de marcar jantares tentando arranjar mulheres pra mim.
Estou me controlando muito para não rir.
- Acha que não percebo que nesses jantares com os amigos do papai a
senhora procura as filhas para mim? Muito engraçado todos terem filhas com
idades próximas a minha.
Eu não posso rir! Eu não posso rir! Aposto que se arrependeu de me manter
na sala.
- Preciso desligar, tenho uma reunião agora!
Escuto suas bufadas e suspiros.
- Sim, ainda vou jantar em casa!
Novamente o silêncio e então ele se despede da mãe.
- Me diz como fugir de um jantar que não quero ir!
Me mantenho calada, seguindo as regras que ele mesmo tem. Só responder
perguntas especificamente direcionadas a mim e nunca dar opinião. De forma
alguma expressar reação a qualquer conversa ou algo dito por ele em
momentos de irritação ou desabafo. Sei que ele queria agora uma resposta
atrevida minha, com algo bem debochado. Irônico já que submissas não
respondem assim.
- Minha mãe pediu para levar um arranjo de lírios, providencie pra mim, por
favor. Mande entregar na minha casa.
- Sim senhor!
- Pode sair!
*************
Recolho minhas coisas para ir embora, já passou do meu horário e tenho a
impressão que o meu chefe está tentando sair tarde daqui para se atrasar no
jantar. Pior é que ele faz isso e acaba me mantendo presa aqui.
- Oi!
Luana sussurra toda tímida ao sair do elevador.
- Oi!
- Já está indo embora?
- Se " Deus"...
Digo irônica me referindo ao Sr. Fantini.
- quiser, sim!
Ela ri e me pego sorrindo depois de um dia todo sem saber o que é isso.
- Queria saber se não quer sair pra beber alguma coisa, conver...
Para de falar e seus olhos simplesmente se abaixam, encarando o chão. Só
uma pessoa causa essa reação quando aparece e vou fingir que não sei que
meu chefe não está atrás de mim. Queria um banho e a minha cama, mas
aceitar esse convite na cara do prepotente é dizer a ele que terei uma noite de
diversão, enquanto ele será torturado pela mãe na busca de uma mulher.
- Vou amar sair e beber alguma coisa com você, preciso relaxar depois de
dois dias bem cansativos de muito trabalho. Só preciso passar em casa e
tomar um banho, tirar esse cheiro de trabalho da minha pele.
Luana ainda fica de cabeça baixa, sem me responder e isso me irrita.
- Victória, o arranjo já foi providenciado?
Meu chefe questiona com a voz firme. Apenas viro meu corpo para ele, mas
mantenho minha cabeça baixa.
- Foi entregue e sua mãe acabou de ligar agradecendo.
- Certo!
- Precisa de mais alguma coisa, Sr. Fantini?
Posso ouvir sua mente trabalhando em algo que ainda me prenda aqui.
- Está dispensada!
- Obrigada! Tenha uma boa noite!
Pego minha bolsa, vou até Luana e pego sua mão, arrastando-a comigo para o
elevador. Assim que entramos nele aperto o botão do térreo e quando as
portas fecham, ela quase desmorona no chão.
- Como você aguenta toda aquela coisa, aquela pressão, aquele poder que
sufoca? Ficar perto do Sr. Fantini é ir perdendo o ar gradativamente, assim
como os sentidos. Dá uma coisa no estômago e você parece a terra girando
em torno do sol, sendo ele o sol.
Olho pra Luana que fala sem parar de como se sente perto do nosso chefe.
- Luana, você é apaixonada pelo Sr. Fantini?
NOITE DAS MENINAS
NARRAÇÃO VICTÓRIA
Luana começa a rir, mas não de graça e sim de nervoso.
- Não! Claro que não! Que absurdo!
Fala tentando me fazer acreditar que isso seria um absurdo e estou rindo de
seu nervosismo. Ela claramente está tentando me fazer acreditar que não
sente nada pelo prepotente e arrogante do nosso chefe. Aposto que essa
paixãozinha acabaria rapidinho tendo que conviver diretamente com ele.
- De onde tirou essa idéia absurda?
- Talvez pela forma como descreveu como se sente perto dele.
Fica sem graça e chegamos ao térreo. Aposto que com algumas bebidas,
arranco uma confissão dela.
- Vou pra minha casa tomar um banho, nos encontramos para beber. Tem
algum lugar em mente?
- Sim!
- Me passa seu celular.
Ela me entrega e gravo meu número nele.
- Me manda mensagem com o endereço, pode ser as 20h?
- Por mim tudo bem!
- Ótimo! Até daqui a pouco!
********
Desço do carro em frente ao barzinho que Luana me mandou endereço.
Minha vontade de ficar em casa mudou muito, graças a tentativa desastrosa
dela em negar que é caidinha pelo Sr. Fantini. Isso me fez pensar muito
durante o banho sobre a guerra com nosso chefe. Não quero ser uma possível
amiga traíra que trepa com o paquera alheio. Se Luana confessar o que sente,
talvez eu possa ajudá-la a conquistar o Rocha. Se bem que ela não merece
aquilo como namorado. Merece trepar com ele e gozar muito, mas não algo
sério de verdade. Lembro da conversa com o Sr. Fantini, ele também não
quer algo assim, ela vai ter que se contentar com uns dedos mágicos, boca
gostosa e possivelmente uma foda incrível.
- Victória!
Luana me chama da porta do bar. Vou até ela e ganho um abraço apertado.
- Está linda!
- Você também!
Estamos usando jeans escuro, ela usa uma blusinha preta com brilho e uso
uma vermelha frente única. Entramos no bar que está lotado.
- Quer ficar no balcão, em uma mesa ou andando?
Pergunta e olho tudo em volta. Balcão lotado, pista bombando de gente e tem
mesinhas nas laterais vazias.
- Mesinhas!
- Quer ir sentando enquanto pego as bebidas?
- Claro! Quero uma margarita.
- Já volto!
Vou para uma das mesinhas e me sento na cadeira. Olho em volta pra ver se
tem algo interessante, mas nada me atrai. Vejo Luana sorrindo para o
bartender que claramente joga seu charme pra ela. Ela é linda, loira, olhos
verdes e um corpão de dar inveja, Sr. Fantini saberia se acabar ali. Vejo pegar
as bebidas, piscar safadinha para o cara e vir pra mesa.
- Ganhamos bebidas!
Diz rindo e senta ao meu lado.
- E a noite começa muito bem!
Brindamos e tomo um gole da minha bebida.
- Fico feliz que aceitou meu convite.
- Eu que fico feliz em ter alguém pra sair a noite, não tenho muitos amigos e
faz tempo que não faço algo assim.
- Não tem amigos porque é nova na cidade ou porque não gosta das pessoas?
- Um pouco das duas coisas!
Confesso sem graça e ela ri de mim.
- Faz três meses que me mudei e não tenho objetivo algum em procurar
amigos. Você foi um presente inesperado.
- Presente bom?
- Por enquanto sim!
******
Faz duas horas que estamos bebendo e contando um pouco sobre nós. Luana
tem dois irmãos, é filha do meio e sufocada por tanta proteção. Formada em
marketing e propaganda, seu primeiro e único emprego é na empresa com o
Sr. Fantini. Conto a ela que sou filha única, não tenho formação superior,
mas falo três idiomas graças a minha vida louca morando em vários países.
Esse foi um dos motivos da minha contratação como secretária.
- Preciso te contar uma fofoca.
Diz com a voz já levemente alterada pela bebida.
- O que?
- Todo mundo na empresa aposta em um romance seu com o Sr. Fantini.
- O que?
Pergunto quase gritando.
- Por que acham isso?
- Algumas pessoas acreditam que vocês possuem uma energia sexual muito
grande. Sabia que as pessoas evitam ir até o andar da presidência porque
ficam excitadas?
- Jura?
- Sim! É como se tivéssemos que ir até o mundo da suruba.
Minha risada é alta e acho que por ter bebido demais, não consigo controlá-
la.
- Isso é um absurdo! Não suporto aquele homem, é arrogante, irritante, cheio
de regras e manias idiotas. Todo certinho que dá vontade de...
Aperto minhas mãos como se estivesse estrangulando o pescoço do Sr.
Fantini.
- Acho ele muito inteligente, educado, correto, justo e sua forma de trabalho
bem eficaz. Pode não ser de fácil acesso, mas ainda sim é um homem
incrível.
Achei a abertura para o interrogatório. Agora Luana não me escapa e vai me
contar seus sentimentos pelo Rocha rochudo, que tem um pau duro e muito
satisfatório. Merda! Pensamentos errados por causa da bebida. Foco na
Luana! Me inclino mais pra frente e foco em seus olhos.
- Confessa!
Digo estreitando meus olhos e ela sorri.
- Confessar o que?
- Você tem uma queda pelo Sr. Fantini!
- Não!
Diz balançando a cabeça negativamente.
- Por favor! Só uma pessoa apaixonada por ele o enxergaria com tantas
qualidades e o acharia incrível.
- Acho ele realmente incrível, mas sem sentimentos.
- Você parecia excitada perto dele, como se o poder daquele homem fosse um
tesão.
- De fato Sr. Fantini meio que nos deixa excitada pelo poder, mas não
especificamente por ele.
- Então todo o tesão está em torno do poderoso presidente.
- Ele é óh poderoso presidente!
- Hum!
Murmuro e viro toda a minha bebida.
- Jurava que você queria comer nosso chefe.
- Não! Na verdade eu quero comer outra pessoa ali dentro.
- Quem?
Pergunto bem curiosa, voltando a ficar animada. Seu corpo avança no meu e
sua boca literalmente engole a minha em um beijo que me pega de surpresa.
Sua língua se enfia em minha boca e não consigo reagir porque estou em
choque. Caramba! Ela me puxa pela cabeça e intensifica o beijo. Meu Deus!
Parece que só assisto o beijo que ela orgulhosamente me dá. Quando seus
lábios finalmente soltam os meus, de olhos fechados ela sorri.
- Sua boca é melhor do que eu imaginava!
Como assim? Eu só recebi e não devolvi o beijo. Imagina se eu tivesse
metido a língua junto pra curtir meu primeiro beijo com uma mulher. Abre os
olhos e faz toda a cena sexy pra me seduzir.
- Te assustei com o beijo?
- Muito!
Respondo com toda a sinceridade, tentando encontrar palavras para expressar
a minha surpresa.
- Eu não imaginava que você...
- Gostasse de mulher?
- Isso!
- Na verdade eu não gosto só de mulher, gosto de tudo que atrai, tudo que me
deixa com tesão. Você me deixa com tesão!
Nunca, ninguém, em toda a minha vida, me deixou constrangida dessa forma
flertando comigo e eu sem saber o que dizer ou fazer.
- Você ficou em choque!
- Luana, eu não sou como você, entregue a coisa da pele sem pensar no
gênero. Não sinto atração por mulheres, tenho tesão em homens. Me
desculpa, eu realmente não senti a coisa da pele.
- Não se desculpe, Victória! Foi bom o beijo, mesmo não tendo atingido o
alvo com sucesso. Pelo menos eu já sei que gosto tem sua boca.
- Meu Deus, a reação de uma mulher a um “não vai rolar” é muito melhor
que a de um homem.
Nós duas rimos e ganho um beijo no rosto.
- Ainda podemos ser amigas que saem pra beber?
- Claro!
Respondo devolvendo o beijo em seu rosto.
**********
Entro no meu apartamento, tiro meus sapatos, jogo minha bolsa em qualquer
canto e me jogo no sofá. A cena do beijo se repete na minha cabeça e preciso
desesperadamente compartilhar com alguém meu primeiro beijo gay. Pego
meu celular no bolso da calça jeans e procuro o telefone da pessoa.
- Achei!
Mesmo com a visão levemente desfocada, consigo ligar.
- Victória, aconteceu alguma coisa? São quase 2h da manhã!
- Sr. Fantini a Luana é gay e me deu um puta beijão na boca. Meteu a língua
e tudo!
EM CHOQUE

NARRAÇÃO VICTÓRIA
O silêncio do Sr. Fantini me faz rir.
- Está tão chocado quanto eu?
- Não! Estou imaginando a cena. Como foi?
- O que?
- Como foi?
Insiste na pergunta e está muito animado.
- Vocês se pegaram, foram para o finalmente, ela é boa no oral, usaram
brinquedos ou só foi esfregação e dedo?
- Foi só o beijo!
Respondo rindo ainda mais.
- Victória, me ligou há essa hora só pra contar que a Luana te beijou? Jura?
- Você não está em choque por saber que ela é gay?
- Estou chocado por você não saber disso.
- Como assim?
- Todo mundo na empresa sabe que a Luana curte mulheres e homens, só que
o números de mulheres que ela pega é bem maior.
- Meu Deus! Estou ainda mais chocada.
- Jura? Achei que soubesse e por isso aceitou sair com ela. Fiquei puto
porque vocês se pegariam e eu ficaria em um jantar chato sem ter o prazer de
assistir essa pegação.
- Eu só aceitei sair com ela pra te deixar puto por eu me divertir e você não.
Nunca passou pela minha cabeça que ela queria me pegar.
- Vocês foram para o The Ladys?
- Sim!
Sua risada chega a ser irritante.
- Não percebeu que 80% do local é só de mulheres?
Busco nas minhas lembranças imagens do local e agora sou eu quem está
rindo.
- Ela te levou para o bar das lésbicas e você nem percebeu. Foi para o abate e
nem percebeu.
- Eu não conheço nada na cidade, faz só três meses que moro aqui.
- Não sabe nada da cidade e nem da empresa, é a única ali que não sabe da
Luana. Ela costuma dar às boas vindas as novatas de um jeito bem especial.
- Meu Deus! Como ninguém nunca me avisou disso?
- Acredito que esteja precisando se enturmar mais com os funcionários e
parar de odiar o local onde trabalha.
- Como é que você sabe da Luana?
Ele bufa e imagino que esteja revirando os olhos também.
- Eu sei tudo sobre a minha empresa.
- Você deixa seus funcionários se pegarem?
- O que eles fazem fora da empresa não me interessa, só tenho regras quanto
a fazerem coisas em horário de trabalho. Não pago as pessoas para treparem
dentro da minha empresa.
- O senhor faz coisas dentro da empresa .
Digo com humor, me lembrando da reunião e seus belos dedos dentro de
mim.
- Quem eu sou?
Pergunta cheio de ironia e agradeço por ele não poder me ver agora.
- Sei que está revirando os olhos.
- Sei que está excitado por lembrar das coisas que faz comigo.
- Victória, estou excitado desde que me disse que a Luana enfiou a língua na
sua boca.
Nós dois rimos e parece que ele tem um lado engraçado debochado que
parece com o meu.
- Só foi um beijo mesmo?
- Sim!
- Podia ter inventado uma pegação pra me deixar feliz.
- Prometo que na próxima vez que for te ligar pra contar que meteram a
língua na minha boca, levo essa língua para outros lugares, mesmo sendo
mentira.
- Obrigado!
Ficamos em silêncio, poderia desligar, mas não quero. Estou sem sono e não
quero ficar sozinha olhando o teto.
- Como foi o jantar?
- Bizarro!
- Conta!
Peço indo até a cozinha pra pegar um pote de sorvete. Nada como fofoca e
sorvete pra terminar a noite.
- Não me lembrava do amigo do meu pai até ver a mulher dele.
- Por que?
Procuro uma colher em meio a gaveta, está tudo misturado os talheres.
- O que está fazendo?
- Procurando uma colher.
- Estou imaginando sua gaveta de talheres uma zona igual sua gaveta da
recepção.
- Você abre a minha gaveta da recepção?
- Tive a infelicidade de abrir e me deparar com aquilo. Você sabia que
maquiagens soltas podem abrir e sujar tudo? Porque não usa uma bolsinha
pra guardar aquilo tudo?
- É mais fácil encontrar o que preciso quando está tudo espalhado.
Encontro a colher, pego o sorvete no freezer e volto para o sofá.
- Esquece minha gaveta e foca no jantar.
- Pra que você precisa de colher a essa hora?
- Sorvete! Gosto de ouvir babados tomando sorvete.
- Espera que vou pegar sorvete também.
Aguardo por alguns minutos na linha, me deliciando com meu sorvete de
morango.
- Pronto!
- Sorvete de doce de leite?
- Sempre!
- Começa!
- Espera!
Responde com a boca cheia e escuto uma cadeira sendo arrastada.
- Helena teve um caso com o Oscar.
- O que?
- Sim! Lembro que na época foi uma briga do caramba, quase teve separação
dos casais.
- Quase?
- Victória, na alta sociedade casamentos são de aparência na maioria dos
casos. Mulheres infelizes e insatisfeitas, homens infiéis que gratificam suas
esposas traídas com dinheiro, jóias, carros...
- Helena estava infeliz, Sr. Oscar com tesão...
- Exatamente!
- No fim todos fingiram que nenhuma traição aconteceu e continuaram suas
vidas ricas e falsas.
- Sim!
Responde novamente com a boca cheia de sorvete.
- Já chupou alguém com sorvete?
Pergunto e ele começa a tossir em meio ao riso.
- Surpreso com a pergunta?
- Claro! Quero entender como sua mente saiu tão rápido do caso Helena e
Oscar e foi parar na chupada congelante.
- Imaginei sua boca cheia de sorvete de doce de leite, indo para o meio das
minhas pernas.
- Podemos providenciar isso, depois da sua semana submissa.
- Sim senhor!
Respondo e ele ri divertido.
- Teve mais coisas boas nesse jantar?
- Sim! Uma mão querendo tocar meu pau.
- Que delicia! A filha da Helena é tão safada quanto à mãe.
- A mão era da Helena!
- Mentira!
Digo chocada e enfio mais sorvete na boca.
- Sim!
- Deu pra se divertir?
- Victória, não sou o tipo que se envolve com mulheres casadas.
- Desculpa!
- Respeito às pessoas ao ponto de não fazer com elas o que não gostaria que
fizessem comigo.
- Então quando se casar pretende ser fiel?
- Não!
- Está se contradizendo, Sr. Fantini!
- O não foi quanto ao casamento. Me conheço bem demais pra saber que me
manter ligado a uma pessoa sexualmente para o resto da minha vida não é
algo que eu consiga fazer.
- Então é melhor foder gostoso para o resto da vida do que amar e ser de uma
mulher apenas?
- Exato!
- Acredita que alguém um dia fodeu gostoso a vida toda a pessoa que amou?
- Nunca conheci alguém que tivesse as duas coisas.
- Nem seus pais?
Suspira pesado e não responde.
- Acho melhor desligar, preciso tentar voltar a dormir, amanhã o dia será bem
agitado.
- Até amanhã, Sr. Fantini!
- Até amanhã, Victória!
***********

Coloco a caixa das coisas que comprei em cima da minha mesa. Vou até a
cozinha, guardo minhas coisas e já preparo o café do Sr. Fantini. Essa semana
que preciso ser secretária submissa, estou vindo com roupas apropriadas,
deixando os vestidos para quando voltar ao normal. Com o café em mãos vou
pra minha mesa e pego a agenda.
Sei que o Sr. Fantini acabou de chegar, porque escuto barulho na sala. Bato
na porta, espero autorizar minha entrada.
- Pode entrar, Victória!
Entro de cabeça baixa, vou até sua mesa e o vejo sentado me olhando. Coloco
o café a sua frente e minha agenda na mesa.
- Já volto, Sr. Fantini!
Busco a caixa que trouxe na recepção e vou até sua pequena geladeira no
canto da sala. Ajoelho e sento sobre meus pés, abro a geladeirinha, a caixa e
começo a guardar os 10 potinhos de sorvete de doce de leite.
- Comprou o sorvete pensando na nossa conversa da madrugada?
- Sim senhor!
- Devo presumir que fez isso para me atormentar, já que só vamos usá-los
daqui alguns dias.
Garoto esperto! Vou dar a ele os bons dias de submissa, mas sempre vai
lembrar que poderia estar tomando sorvete em mim se não fosse à aposta.
Esses potes vão me fazer feliz, sabendo que estão atormentando o Sr. Fantini.
Escuto seus passos se aproximando e continuo arrumando tudo na
geladeirinha. Quando para ao meu lado, sinto enfiar a mão em meu cabelo e
puxar, fazendo minha cabeça se erguer para olhá-lo. Minha boca está na
altura do seu pacote bem volumoso e involuntariamente minha língua
percorre meus lábios os deixando úmidos.
- Pensa no tesão que vai ser ter uma semana da sua submissão e depois te
chupar toda com sorvete. Devo agradecer pelos dois presentes?
SERIA BURRICE DEMAIS
NARRAÇÃO VICTÓRIA
Oh, que bonitinho! O rocha acha que eu seria burra a esse ponto? Dar uma
semana de secretária submissa e trazer sorvete pra ele se deliciar comigo
depois? Arrumo meu corpo ficando totalmente de frente pra ele. Sua mão
ainda está enfiada em meu cabelo e seguro suas coxas. Encarando bem seus
olhos, aproveitando essa interrupção na submissão, se bem que de joelhos
assim estou muito submissa, levo minhas em torno de sua ereção e acaricio
de leve. Seus lábios estão entreabertos e sua respiração é de pura expectativa
com o que eu poderia fazer agora.
- Sr. Fantini, seria burrice demais te pagar a aposta e mais os sorvetes para
comer em meu corpo. Não seja ingênuo que fico até com dó.
Ele tem agora um sorriso no canto do rosto.
- Seria uma guerrinha bem fácil para você, muito favorável.
- Me traga a verdadeira intenção por traz desses sorvetes.
- Você me liberta da aposta e deixo comer o sorvete em meu corpo. Da forma
como quiser.
- Se eu não aceitar isso?
- Não tem sorvete no meu corpo.
Seu sorriso se amplia e sei que está se preparando para retrucar.
- Victória, no fim dessa semana ainda vamos ter esses sorvetes todos aqui e
você sabe que não vai resistir quando eu for chupá-los em você.
- Por saber exatamente que não vou me negar a deixá-lo me chupar com
sorvete, porque não sou besta...
Agora sou eu quem sorri.
- Fiz umas contas aqui na minha cabeça.
Começo a acariciar seu membro duro, marcado em sua calça social bem
passada, sem nenhum amassadinho, perfeitinha.
- Temos ainda quatro dias para pagar a aposta. Tenho muita vontade de
sobremesa depois do almoço e na hora de ir embora é sempre bom um
sorvete até chegar em casa.
Vou me erguendo do chão, passando meu corpo no dele, meus seios em sua
barriga e peito, até minha boca chegar em seu ouvido. Faço o mesmo
caminho que percorri agora com as mãos e as enterro em seu cabelo bem
penteado, arrumadinho. Aspiro seu perfume bem masculino, que me faz
suspirar. Sua mão em meu cabelo agora está segurando minha cabeça,
mantendo-me onde estou, assim como sua outra mão espalmada em minha
bunda.
- Temos aqui oito sorvetes, Sr. Fantini! Oito chances para que me liberte
dessa aposta e aproveitar pra me chupar gostoso com gostinho de doce de
leite. Quando chegar no ultimo dia, no penúltimo sorvete, eu decido o que
fazer com eles.
Mordo a parte fofa de sua orelha, seu maxilar e vou arrastando os lábios até o
canto dos dele.
- Acho que podemos voltar ao trabalho, senhor!
Passo meus lábios sobre os dele enquanto me afasto dele e vou até sua mesa
pegar minha agenda. Pego ela e a caneta, já me posicionando no meu lugar.
Antes de abaixar minha cabeça olho meu chefe encarando a geladeirinha
aberta e sei que está pensando se deve ou não pegar um sorvete e vir me
chupar todinha. Pelo pouco que o conheço, sei que agora vai ser forte e se
negar a me libertar da submissão, mas também sei que ficar nessa sala com os
sorvetes será uma bela tortura. Por isso não usei a geladeira da cozinha, é
bom deixar o pensamento dele fluir com a tentação do lado. Escuto sua
respiração pesada, volto meus olhos para o chão e apenas escuto a porta da
geladeirinha batendo forte. Ponto pra submissa!
- Vamos começar nosso tour pelos setores! Venha atrás de mim e anote o que
eu mandar.
Fala firme indo até a porta e agora sou eu quem respira alto. Ponto pra você,
Rocha!
********
Peço ao Sr. Fantini para esperar cinco minutos antes de irmos para a visita
aos setores. Pego minha bolsa na cozinha e corro até o banheiro da recepção.
Entro no privativo e procuro a única coisa que vai me fazer suportar essa
exibição dele de poder, enquanto finjo ser a secretária perfeita.
- Olá, coisinha linda!
É um vibrador controlado pelo celular. Consigo controlar a potência dele
dentro de mim. Se é pra ser torturada, que seja no bom sentido. Ergo meu
vestido, abaixo minha calcinha e depois de tirar o tchuco da embalagem,
enfio dentro de mim. Volto a calcinha para o lugar dela, porque não
queremos o imprevisto dele escorregar entre minhas pernas e sair vibrando
pela empresa.
Guardo tudo de volta na bolsa e entro no celular para ligá-lo e controlá-lo
dentro de mim. Já conheço todas as freqüências e sei até onde posso ir sem
dar um show pornô pra ninguém. Ligo arrumo a freqüência e suspiro ao
senti-lo começar seu belo trabalho. O que seria de mim sem essas maravilhas
da indústria da putaria boa? Saio do banheiro e o Sr. Fantini já me espera na
recepção. Guardo minha bolsa na cozinha e deixo o celular na gaveta da
mesa.
- Melhor levar o celular!
Ele diz e pego de volta, segurando em minha mão junto com a agenda e a
caneta. Só preciso manter a tela bloqueada para não cometer o erro de mudar
a intensidade do tchuco dentro de mim. Entramos no elevador da empresa,
cada um em um canto. Observo seus ombros ficando mais largos, ele crescer
uns dois centímetros e o peito estufar. O poderoso Arthur Fantini está
inflando! Sem aguentar começo a rir e ele me olha bravo.
- Qual a graça?
- Nenhuma, senhor!
Engulo a risada e mordo meus lábios, acho que ver isso e ter o tchuco
vibrando gostoso dentro de mim me deixou feliz demais. Ele aperta o botão
de parada do elevador, que bruscamente para no nono andar.
- Me diz porque está rindo!
- Não é nada, senhor!
Digo de cabeça baixa, voltando meus lábios para o cativeiro dos meus
dentes. Seu corpo vem se aproximando do meu e vou recuando.
- Solta, Victória!
- Você infla igual balão quando vai virando o poderoso Fantini.
Digo tudo muito rápido e volto a rir.
- Acredito que seja seu ego inflando.
Sua mão segura meu rosto e ergue minha cabeça, fazendo meus olhos
enxergarem os dele bem intensos. Então vejo sua boca tremer, tentando de
verdade não rir.
- Eu sei que achou graça! Posso ver seus lábios se controlando para não
formarem um sorriso.
Ergo o dedo e brinco com sua boca.
- Quem é o balão em formato de rocha? Quem é? Quem é?
Sua boca se abre e morde meu dedo.
- Aí!
- Volta para o papel de secretária submissa, mesmo que seja horrível
interpretá-lo.
Fala ao soltar meu dedo.
- Desculpa, senhor!
Uso minha voz passiva e delicada e o meu chefe balança a cabeça com
diversão, voltando a me dar as costas.
- Tenta fingir que me respeita!
- Sim senhor! Faça por merecer meu falso respeito.
Ele aperta o botão para voltarmos a descer, vamos iniciar tudo pelo primeiro
andar e ir subindo.
**********
Já estamos no terceiro andar e mesmo tendo um vibrador dentro de mim,
consigo ficar com tédio. Andar de cabeça baixa é um saco, não poder falar e
muito menos olhar as pessoas é uma merda. Só escuto, anoto e espero!
Talvez, se eu aumentar um pouquinho só a vibração dentro de mim. Olho o
Sr. Fantini terminando de falar com o Hank e resolvo mexer no celular
rapidinho. Desbloqueio a tela, entro na tela que controla o tchuco e aumento
um pouco. Contraio meu sexo e acho que ainda está fraco, tenho mais seis
andares pra percorrer, preciso me alegrar mais. Vou até o limite que sei que
suporto e solto um gemido baixo, gostando muito da sensação.
- O que é isso?
Oh merda! Meu chefe pega meu celular e fica olhando a tela. Puta que pariu!
Não me olha, fica curioso vendo as linhas vibrantes na tela indicando a
potência.
- Pra que serve isso!
Solto um gemido alto quando ele leva a porra do tchuco na intensidade
máxima, agarro seu braço e aperto forte quando as sensações me consomem.
Alivio o corpo quando tudo para e olho em volta pra ver se alguém me viu
nessa cena bizarra.
- Olha só! Acho que já sei pra que isso serve!
Sr. Fantini diz me encarando com um enorme sorriso.
- Acho que vou carregar o celular pra você, Victória!
- Não!
- Sim! Para o nosso prazer, ele fica comigo!
GEMIDOS E SUSPIROS
NARRAÇÃO VICTÓRIA
O idiota simplesmente sai andando com o meu celular em direção ao
elevador, mexendo em tudo no tchuco e apenas vou sentindo todos os níveis
de vibrações dentro de mim. Cacete! A criança quer saber como seu novo
brinquedo funciona.
- Sr. Fantini, não acho que seja o momento para usar o celular! Tem muita
coisa para ver e conversar nos setores.
Digo baixo indo atrás dele, tentando andar sem parecer um pássaro andando.
Se bem que eu seria um pássaro raivoso com uma faca pra matar o Sr.
Fantini. Entramos no elevador e algumas pessoas nos olham. Abaixo minha
cabeça e espero as portas se fecharem pra começar a matar meu chefe sem
que ninguém nos veja. Assim que as portas se fecham eu literalmente soco o
botão vermelho fazendo o elevador parar e pulo em cima do Sr. Fantini.
- Me dá o celular!
O filho da mãe está rindo e estica os braços para que eu não pegue o que
aparelho. Devia ter ido pela frente e não saltado nas costas dele.
- Aí caramba!
Digo apertando minhas pernas em seu corpo porque ele levou as vibrações ao
máximo.
- Para! Para! Para!
Peço várias vezes e a voz vai falhando. Ele diminui quase tudo e meu corpo
relaxa.
- Você vem todos os dias com esse vibrador dentro de você?
- Só nos dias que você é um saco!
- Quando sou um saco?
- Todos os dias!
Nós dois rimos e aproveito o momento pra me arrastar pra frente de seu
corpo.
- Por favor, devolve o meu celular!
- Olha só! Ela sabe pedir por favor, ser educada!
- Vai me devolver?
- Não!
Ele me prende contra a parede do elevador e empurra sua ereção mo meu
sexo.
- Não me lembro do vibrador fazer parte dos itens autorizados a utilizar
durante o trabalho.
Está falando da lista de objetos autorizados ao uso em horário de trabalho. Sr.
Fantini não permite distrações e o celular é liberado em caso de urgência.
- O senhor liberou celular em caso de urgência e eu não estava trazendo para
a visita, coloquei na minha gaveta! Você quem disse pra trazer.
- Não estou falando do celular!
Ele mexe no aparelho e fecho meus olhos quando as vibrações ficam
gostosas, aquelas que dá pra suportar, mas que também podem fazer gozar.
- Não vai gozar agora, não teria graça nenhuma!
Sussurra perto da minha boca e abro meus olhos vendo os dele brilharem de
excitação. Diminui só um pouco a intensidade e me desce de seu colo.
- Já que trouxe brinquedo para o trabalho, aprenda a dividir com os
amiguinhos.
- Não sou sua amiguinha!
- É sim! Se pode me ligar na madrugada pra fofocar sobre seu beijo gay como
se eu fosse sua melhor amiga, pode muito bem dividir brinquedo.
- O senhor não está pensando nas conseqüências dessa brincadeira.
- Eu sou o único que pensa nas conseqüências aqui, Victória!
Me desce de seu colo e arrumo minha roupa enquanto ele enfia meu celular
no bolso da calça e aperta o botão vermelho do elevador. Acho que ele não
vai mexer em nada enquanto estivermos no meio da visita, acredito que a
tortura vai ser nas mudanças de andares e isso posso suportar. Talvez não seja
uma total merda isso. Saímos do elevador e somos recebidos pelos
funcionários do quarto andar. Gregório é quem nos conduz pelo local,
falando nervoso tudo que acontece. Sigo os dois pelos corredores de cabeça
baixa, anotando algumas informações. Então no meio da maior concentração
de pessoas no andar, o tchuco fica possuído dentro de mim.
- Não!
Grito desesperada e agarro o braço do meu chefe, apertando as pernas com
força, tentando controlar as sensações.
- Aconteceu alguma coisa, Srta. Victória?
O cretino pergunta como se não fosse o causador dos meus problemas.
- Não... estou me... sentindo muito bem... Sr. Fantini!
Digo parecendo uma gaga, porque enquanto falo a intensidade do tchuco só
aumenta. Olho a mão dele no bolso e o babaca aprendeu a mexer sem
precisar olhar.
- Acredito que logo vai passar, vamos continuar andando.
Fala e as vibrações ficam suaves, me fazendo suspirar. Voltamos a andar e
não consigo anotar nada, porque minha atenção está no bolso do meu chefe.
- Ainda estamos tentando reajustar o novo sistema operacional. As mudanças
foram grandes e estamos aprendendo a mexer.
- Certo! Obrigado pelas informações, depois me diz se será preciso um dia de
curso com os funcionários, se estiverem com dificuldade ainda.
- Mais um dia?
- Melhor mais um dia de curso que um mês perdido de trabalho.
- Certo!
Voltamos a andar em direção ao elevador e assim que entramos e as portas se
fecham, bato em seu braço.
- Você é um idiota!
Digo irritada e não sei se é por sempre chegar a quase gozar, se pela situação
ou por ele ser mesmo um idiota. Talvez tudo isso junto!
- Quem enfiou um vibrador no meio das pernas não fui eu!
Mais uma vez soco o botão vermelho e paro o elevador. Empurro o rocha pra
parede e enfio meu dedo em seu peito.
- Está achando graça?
Pergunto e ganho como resposta um enorme sorriso.
- Você já me viu gozando, Sr. Fantini! Tem certeza que quer ter a bela cena
sendo assistida por muitas pessoas?
- É só se controlar!
Minha mão segura seu rosto e foco em seus olhos.
- Eu não vou me controlar!
- Bom saber disso! Então podemos fazer uma troca aqui.
- Que troca?
- Te devolvo o celular e você me dá um pote de sorvete de doce de leite,
podendo eu chupá-lo completo, com tudo que tenho direito.
Olha só! Como eu não pensei nisso antes?! Sr. Fantini desde o começo
planejou me torturar para conseguir o sorvete no meu corpo. Fui tão ingênua!
Quero me dar um soco agora.
- Então você quer uma troca?
Pergunto sensual e meus lábios tocam os dele de leve.
- Sim!
Responde em um sussurro, encarando minha boca deslizando na dele.
- Quer me chupar com aquele sorvete?
- Sim!
Desço minha mão pelo seu corpo e espalmo ela em seu volume.
- Essa empresa é sua e sei que todos esses anos seu maior prazer foi parecer
foda, poderoso e ganhar o respeito de todos. Não acredito que queira perder
tudo isso, ao ser lembrado como o CEO que faz a secretária usar um vibrador
e a obriga a fazer visitas com ele enquanto a tortura controlando as vibrações
pelo celular.
- Ninguém vai saber disso!
Aperto sua ereção com força e ele geme.
- Vão sim, quando eu gozar gritando aos quatro ventos que o seu vibrador me
deu prazer. Porque eu não serei silenciosa, serei escandalosa, mais do que já
sou e vou adorar gozar narrando tudo e chamando seu nome.
- Seu nome também seria bem mencionado dentro da empresa.
- Eu não me importo, isso aqui não é meu. Diferente de você eu cago para o
que pensam ou dizem de mim. Não me importo de sair gozando pelos
corredores.
Posso ver em seus olhos seu cérebro pensando em tudo que eu disse. Sabia
que minha melhor arma seria atacar o ego dele.
- Você pode sair e brincar como um CEO mimado que faz tudo que quer sem
se importar com nada ou pode ser o CEO prepotente e arrogante que todos
conhecem.
Solto seu rosto, seu pau e vou para a parede oposta de onde ele está, ficando
ao lado do painel do elevador.
- Não vou barganhar meu sorvete com você. Se não vai me livrar da
submissão, não vou me render a chantagem que está fazendo.
Aperto o botão vermelho e o elevador vai para o quinto andar.
- Você decide se vai me torturar correndo o risco das conseqüências que
acabei de dizer ou se vai ser o CEO que sempre foi e manter a postura
perfeita.
A porta do elevador se abre e já temos o supervisor nos esperando. Sr. Fantini
tira o celular o bolso, anda até mim e me olha.
- Todos esses anos me dediquei, me empenhei em ser o que eu sou. Então
você aparece sendo... você... e fazendo suas coisas...
Um pequeno sorriso surge em seu rosto e seu dedo desliza na tela do meu
celular, fazendo o vibrador vibrar dentro de mim no limite que posso
suportar.
- Minha vida era um tédio e faz algumas semanas que venho me divertindo
muito. Victória, apertei o foda-se! Eu não me importo! Então fique a vontade
pra gritar meu nome enquanto goza. Geme, treme, grita, fique a vontade pra
gozar do seu jeitinho gostoso pra caralho.
SEM REAÇÃO
NARRAÇÃO VICTÓRIA
Enquanto o Sr. Fantini sai do elevador com sua cara de dono do mundo, fico
no canto do elevador processando o que acabou de me falar. Ele acabou de
me confirmar que prefere a versão secretária que sou à submissa? Foi isso
que entendi? Está dizendo que posso continuar debochando, sorrindo, olhá-lo
nos olhos e o desafiando?
- Victória!
Grita meu nome e quando ergo a cabeça vejo a porta do elevador se fechando
e ele me olhando indo embora. Começo a subir sem fazer idéia de qual andar
vou parar. As portas do elevador se abrem e vejo Luana.
- Oi!
Diz sorridente ao me ver e praticamente puxo-a para dentro do elevador.
- Está tudo bem?
- Sim! Preciso de um favor!
- Diga!
Aperto o quinto andar onde o Sr. Fantini deve estar me esperando.
- Vai me acompanhar nas visitas ao setores.
Ela abre um enorme sorriso e sei que não de amizade, está pensando que
estou pensando na possibilidade do nós, desse pedido ser uma brecha.
- Adoraria te acompanhar nas visitas.
- Ótimo!
As portas se abrem e um furioso Sr. Fantini surge a nossa frente.
- Retiro o que eu disse!
Luana solta e recua no elevador.
- Lembrei que tenho uma coisa importante para fazer.
Meu chefe coloca a mão bruscamente na porta do elevador impedindo que se
feche. Olho para Luana implorando pelo olhar pra que venha comigo. Com
ela ao meu lado acredito que o Rocha se controle com o vibrador.
- Victória!
Me chama firme e Luana desvia o olhar de mim. Merda! Saio do elevador
passando por ele e o esperando ficar a minha frente. Solta a porta do elevador
e esbarrando em mim se posiciona a minha frente.
- Serei escandalosa!
Aviso baixinho só pra ele.
- Fique a vontade!
- Vai ouvir muito seu nome saindo da minha boca. Não usarei o Sr. Fantini,
vou usar seu nome mesmo.
Aproximo mais meu corpo e fico com a boca próxima de seu ouvido.
- Arthur!
Solto seu nome gemendo baixo e o escuto inspirar fundo.
- Aumenta essa merda e me faz gozar logo.
- Não! Temos três andares pra percorrer, quero que seja bem prazeroso pra
você, não foi por isso que enfiou o vibrador em você?
Sussurra de volta pra mim e todos nos observam, curiosos para saber o que
tanto conversamos.
- Sr. Fantini, acredito que devemos continuar a visita, assim não atrasamos a
reunião que acontecerá em quarenta minutos.
Digo alto para que todos escutem e isso acabe logo.
- Cancele a reunião, acho que vou fazer as visitas sem pressa hoje.
- Eu te odeio!
Digo e então o vibrador atinge uma vibração intensa que me faz gemer alto e
minha mão direita agarra seu terno com força.
- Seu ódio alimenta meu prazer!
- Então seu prazer vai ter uma indigestão muito grande.
- Sr. Fantini, está tudo bem?
O Sr. Rui pergunta vindo até nós e graças a Deus meu chefe diminui as
vibrações do tchuco.
- Apenas minha secretária que aparentemente não se sente bem, mas acredito
que aguente mais um pouco.
Dou um pequeno sorriso soltando o terno do meu chefe.
- Acredito que posso suportar o mal que me aflige.
- Então vamos!
Sr. Rui segue na frente do Sr. Fantini e estou os seguindo. Vão conversando
sobre as coisas e por enquanto está tudo bem na região baixa. Olho para os
lados e vejo uma parede toda cheia de pequenos papeis coloridos.
- Porra!
Grito e procuro a parede mais próxima para me apoiar enquanto o tchuco
dentro de mim parece estar possuído. Começo a respirar pesado e meu
coração acelera. Não posso gozar! Não posso gozar! Repito a mim mesmo
muitas vezes, apertando as coxas com força. Tudo se acalma e abro meus
olhos vendo todos me encarando, incluindo meu chefe. O cretino faz cara de
quem não entende o que está acontecendo.
- Desculpa! Tudo começou a rodar e achei que fosse desmaiar. Peço perdão
pela palavra horrível dita, escapou sem querer.
- Quer se sentar?
Sr. Rui diz pegando uma cadeira e quando me sento as vibrações voltam e
pulo pra frente.
- Acho melhor não!
Sei muito bem que sentar causa uma pressão maior e o prazer vai aumentar.
- Acho... que...
Minha voz falha porque eu realmente quero gozar.
- Podemos seguir!
Suspiro alto e novamente as sensações diminuem, quando não sinto nada
dentro de mim se mover.
- Certo!
Entendi que preciso manter a atenção e não sentar ou meu chefe me pune
com o vibrador. Olha só, ele está sendo o dominador fodendo a submissa. O
pensamento me faz revirar os olhos e percebo que fiz encarando o Sr. Fantini.
Com um pequeno sorriso no rosto e a mão no bolso, faz o tchuco ir na
intensidade máxima.
- Arthur! Arthur! Arthur!
Começo a repetir seu nome sem parar, até que ele diminua o tchuco.
- Quer alguma coisa, Victória?
Pergunta e vou quase me arrastando até ele, seguro sua camisa e que se foda
se todos estão nos olhando.
- Podemos conversar em particular?
Peço ofegante, tendo tremores pelo corpo todo.
- Claro! Rui, pode nos emprestar sua sala?
- Claro, Sr. Fantini!
O tchuco para e ando ainda meio perturbada até a sala. Entramos, Sr. Fantini
tranca a porta e assim que se vira pra mim, leva o vibrador novamente ao
máximo, me assistindo contorcer toda de prazer.
- O que quer me dizer? Acredito que seja algo sobre trocarmos sorvete por
um celular.
Abaixa as vibrações e vou até ele, o empurro para a porta, fazendo um
barulho do caramba. Avanço em sua boca e o beijo gostoso, metendo minha
língua em todos os cantos que alcanço. Suas mãos estão em todas as partes do
meu corpo e estou quase gozando. Violentamente ele me pega pelos braços,
nos roda e agora o meu corpo que bate contra a porta, fazendo mais barulho
ainda. Sua boca devora a minha, meu pescoço, entre meus seios e que se
foda, não vou reprimir meus gemidos, ele queria isso. Enquanto sua boca se
perde procurando meus seios, sua mão vem para os meus lábios e então sou
calada. Olha só! Ele não tem tanta certeza assim sobre não se importar. Isso
significa que ele queria ver meu limite e acreditava que eu iria ceder. Pobre,
Sr. Fantini. Pego sua mão, afasto dos meus lábios e trago seus dedos pra
dentro da minha boca, chupando gostoso como se fosse seu membro. Passo
minha língua, sugo e ele para tudo para me ver chupar seus dedos.
- Se quer me calar, conheço outra coisa que pode usar.
Olho pra baixo, mirando sua ereção e percorro meus lábios com a língua.
- Quer foder minha boca?
Pergunto voltando meus olhos pra ele.
- Sim!
Deslizando pela porta até embaixo, fico em frente ao seu volume. Encarando
seus olhos cheios de desejo, solto seu cinto, abro o botão de sua calça e desço
o zíper. Vejo suspirar alto e pesado, enquanto abaixo sua calça e cueca. Foco
meus olhos em seu membro e assopro ele, vendo-o pulsar pra mim. Certo!
Temos aqui um magnífico exemplar de pau, raro entre a espécie masculina,
que claramente dá vontade de chupar. Minha boca enche de água, enquanto
minha mão consegue pegar o celular no bolso da calça dele. Ficar e chupar ou
pegar o celular e deixar meu chefe de pau pra fora em uma sala que não é
dele. Sem nem pensar muito tomo minha decisão. Coloco minha língua na
base do seu pau, subo ela o saboreando todo, recolho quando passo por sua
camisa e vou me erguendo. Dou uma bela lambida na boca do meu chefe e
uma mordida em seu lábio inferior.
- Sabe o que eu quero?
- O que?
Empurro seu corpo com a mão livre, escondendo o celular atrás do meu
corpo. Ele se afasta como quero e abro um enorme sorriso.
- Sair daqui e continuar nossa visita aos setores. Te aguardo lá fora, Sr.
Fantini!
Digo abrindo a porta e mostrando o celular. Ele sorri com muita diversão e
pisco pra ele.
Assim que saio fecho a porta e me viro, vendo todo o setor me olhando com
muita imaginação sobre o que aconteceu lá dentro.
- Sr. Fantini está irritado um pouco! Parece que temos problemas jurídicos.
Acredita que ele socou a porta de tanta raiva? O resto do dia hoje vai ser uma
merda!
- Ele está muito bravo?
Sr. Rui pergunta e apenas confirmo com a cabeça.
- Me mandou sair e está lá dentro tendo um momento só dele.
- Espero que não traga essa raiva para o resto da visita.
Ergo as mãos em sinal de "Deus te ouça" e esperamos nosso chefe sair da
sala.
*******
Quase dez minutos depois o Sr. Fantini sai com a mesma postura dono do
mundo, olhar firme e todo arrumado.
- Visitas suspensas, vou voltar para a minha sala. Rui, faça um relatório e me
apresente amanhã cedo. Victória faça o mesmo pedido aos setores que não
pude percorrer.
- Sim senhor!
Sai andando até o elevador e faço cara de coitada que vai sofrer por todos, o
seguindo. Entramos no elevador e as portas se fecham.
- Estava se masturbando?
Pergunto rindo e vejo um belo sorriso.
- Nunca vai saber.
*********
Saio do meu banho, me enrolo na toalha e vou para a cozinha tentar comer
alguma coisa. A campainha toca quando chego na sala e isso é estranho. Não
tenho ninguém para me visitar, não tinha nenhuma entrega e não pedi nada
pra comer. Deus, que não seja nenhum vizinho querendo socializar. Abro a
porta e não acredito no que vejo.
- O que faz aqui? Como passou pelo porteiro sem eu autorizar?
Sr. Fantini sorri como dono do mundo em resposta e ergue um saco de
compras, da sorveteria que ele mais gosta.
- Trouxe sorvete de doce de leite.
- Sorvete de doce de leite não é a resposta para entrar no clube das submissas!
Quando vou fechar a porta, seu pé me impede.
- Tenho fofoca e um pote de sorvete, vai mesmo me dispensar?
- Fofoca boa?
- Sim!
Abro a porta e o deixo entrar.
- Vai contar a fofoca, tomar o sorvete e ir embora.
- Posso tomar o sorvete onde eu quiser?
FUGINDO DA COISA
NARRAÇÃO ARTHUR
São quase 20h da noite e ainda estou preso nessa merda de contrato. Acredito
que não tenha mais qualquer utilidade no estado que me encontro e isso
significa que vou ler e reler isso aqui sem qualquer finalidade, sem solução.
Desligo o computador e começo a recolher minhas coisas que estão sobre a
mesa. Arrumo minhas canetas, recolho meus rabiscos inúteis sobre o contrato
e jogo no lixo. Ele está torto e com o pé o ajeito direito. Saio da minha
cadeira e a volto pra de baixo da mesa, como ela deve ficar me esperando até
amanhã. Verifico se tudo em volta está perfeito antes de ir pra casa. Meu
celular começa a tocar com a música da minha mãe, acredito que esteja
preocupada com a minha demora para o jantar.
- Mãe!
- Querido, está tudo bem?
- Sim, estava analisando um contrato importante.
Respondo indo até o elevador.
- Queria apenas te avisar que temos a visita da Helena! Podemos esperá-lo
para o jantar?
- Ela está sozinha?
- Sim!
Minha mãe sabe que essa imoral tentou me tocar, sei que está me avisando
dessa visita inesperada pra que eu fuja dessa mulher.
- Ficarei no escritório, me avise quando ela for embora.
- Que pena querido que está cheio de trabalho! Iremos jantar sem você então,
tente comer alguma coisa.
- Obrigado por avisar.
- Como sua mãe é meu dever me preocupar com seu bem estar, então fique
bem.
- Te amo!
- Também te amo!
Desligo sabendo que tenho a melhor mãe do mundo. Com um pequeno
defeito de tentar me arranjar uma mulher. Olho o elevador, o escritório e não
tenho a mínima vontade de ficar aqui. Talvez jantar fora e beber até Helena ir
embora seja uma boa idéia.
******
Entro no carro, acomodo minhas coisas no banco e me preparo para sair.
Antes de acender o farol e ligar o carro, fico em choque ao ver Luana quase
engolindo a nova recepcionista da entrada principal. As duas estão
literalmente emboladas, se apertando, se esfregando, com muito tesão devo
dizer. Olho em volta no estacionamento do prédio e só tem a gente aqui.
Luana sobe minha nova funcionária no capo de seu carro, sobe o vestido da
menina e literalmente cai de boca no meio das pernas dela. Caramba! Cacete!
Porra! Como assim estou sozinho vendo tudo isso? Que merda não ter
ninguém pra falar disso agora. Espera! Pego meu celular, coloco pra filmar e
caladinho por quinze minutos pego toda a putaria. Tenho cinco vídeos de três
minutos de uma chupada lésbica com um orgasmo interessante, mas não tão
bom quanto o da Victória.
Isso me lembra que eu preciso compartilhar esses vídeos com ela. Procuro
seu contato na agenda e enquanto jogo os vídeos para enviar, percebo que a
internet não funciona aqui no subsolo. Escuto barulho de porta de carro e
vejo Luana levar a mulher embora, espero que seja para um motel pra
terminar bem a noite. Por alguns segundos imagino aquela cena toda com
Luana e Victória. Balanço a cabeça afastando as imagens, porque começo a
ficar excitado. Travo os vídeos e espero sair do subsolo para enviar a
Victória. Coloco o nome dos vídeos de "podia ser você". Saio com meu carro
para a avenida, paro no farol e vejo uma sorveteria. Isso me faz lembrar
sorvete de doce de leite e minha secretária. Olho a sorveteria, o meu celular,
o farol abre e começam a buzinar pra que eu saia com o carro. Estou sem
nada pra fazer, ela me liga na madrugada pra contar coisas da Luana, porque
não ir até a casa dela com sorvete pra fofocar? Posso passar meu tempo na
casa dela e quem sabe não chupe um sorvete naquele corpo gostoso?
********
Paro meu carro em frente ao prédio de Victória que facilmente consegui em
seus arquivos digitais que Vanusa um dia me mandou, enquanto selecionava
as candidatas ao emprego. Me lembro de como fiquei impressionado quando
li que ela não tinha muitos estudos, mas havia viajado o mundo todo e falava
quatro idiomas.
- Posso ajudá-lo?
- Vou no apartamento 68.
- O senhor pode por favor aguardar a autorização para subir?
- Autorização? Preciso ser autorizado para ir ao apartamento da minha irmã?
- Irmã!
- Sim! Victória é minha irmã e hoje vim visitá-la.
- Me desculpa senhor, mas é necessário comunicar sua presença a moradora,
mesmo sendo parente.
- Não faça isso! É uma surpresa, acabei de chegar de viagem, estamos há
meses sem nos ver!
Vejo que fica pensativo, sem saber o que fazer.
- Faremos assim! Subo e fica me observando pelo monitor.
Aponto para sua tela que mostra a entrada, o elevador, os corredores de todos
os andares.
- Vou bater na porta dela e se não me deixar entrar, pode ir me buscar.
- Não arranje encrenca pra mim.
- Nunca faria isso!
- Tudo bem!
- Obrigado!
Dou meu melhor sorriso e ando até o elevador.
- Qual o seu nome, senhor? Preciso anotar no caderno!
Tento pensar em um nome.
- Sr. Rocha!
Digo entrando no elevador e apertando o sexto andar. As portas se fecham e
começo a subir. Chego ao andar de Victória e caminho pelo corredor
procurando sua porta. Assim que encontro toco a campainha e espero. Escuto
passos e então a porta se abre. É tão prazeroso ver seu olhar de raiva e
incomodo pra mim.
- O que faz aqui? Como passou pelo porteiro sem eu autorizar?
Abro meu melhor sorriso e mostro o saco da sorveteria.
- Trouxe sorvete de doce de leite.
- Sorvete de doce de leite não é a resposta para entrar no clube das submissas!
Antes que a atrevida bata a porta na minha cara, travo com o pé. Sei muito
bem a senha de acesso aqui.
- Tenho fofoca e um pote se sorvete, vai mesmo me dispensar?
- Fofoca boa?
Sabia que a fofoqueira dentro dela surgiria tomando conta dessa irritada.
- Sim!
A porta se abre e entro no apartamento
- Vai contar a fofoca, tomar o sorvete e ir embora.
- Posso tomar o sorvete onde eu quiser?
Pergunto e porta atrás de mim bate com força.
- Se quiser colocar no seu pau e se chupar, fique a vontade. Ficarei surpresa
com tamanha elasticidade.
Adoro suas respostas acidas e debochadas. Victória passa por mim de toalha
e meus olhos percorrem todo o apartamento.
- O que são essas caixas?
- Minha mudança.
- Não se mudou há três meses?
- Sim!
Responde indo até a cozinha e a sigo, encontrando mais caixas.
- Ainda não arrumou suas coisas?
- Não tive tempo.
- Sério? Não teve nenhum tempo nesses três meses?
- Comecei a trabalhar.
- Começou a trabalhar pra mim há um mês, o que fez os outros dois?
Ela arranca o sorvete da minha mão e me olha brava.
- Fui feliz não me torturando em arrumar as coisas. Nem todo mundo tem
obsessão por organização Sr. Fantini!
Abre o freezer, soca o sorvete entre muitas caixas de comida congelada e joga
o saco na lixeira, ficando metade pra dentro e metade pra fora dela.
- Você é o caos em pessoa! Uma verdadeira catástrofe como se fosse um
tornado, uma calamidade. Simplesmente tudo a sua volta parece ter sofrido
um ataque e sido arremessado longe.
- Só porque não organizo as coisas não significa que tudo seja espalhado ou
sujo. Retiro as coisas das caixas conforme preciso. O que uso eu limpo e
deixo em lugares que eu acredito serem mais fáceis de encontrar.
- Você encontra depois?
Sua bufada me confirma que não.
- Veio aqui me criticar ou fofocar?
- Já comeu?
- Não! Estava indo fazer lasanha.
- Sabe fazer lasanha?
- Claro!
Responde sorrindo, abre o freezer e tira uma comida congelada.
- Pronto!
- Não vamos comer essa comida congelada!
Digo guardando essa coisa horrível e abro a geladeira.
- Sério que você não tem nada de decente nessa geladeira?
- Tenho requeijão, queijo, peito de peru, ovos e leite.
Fecho a geladeira e olho pra o caos em pessoa.
- Vai se vestir que vou ao mercado aqui na frente. Vou comprar coisas pra
fazer uma comida decente.
- Vai cozinhar pra mim?
- Não! Vou cozinhar pra mim e você pode comer junto.
- Prepotente, está na minha casa, na minha cozinha e ainda acha que manda?
- Acho! Volto em dez minutos, esteja arrumada pra me ajudar a cozinhar.
*******
Entro novamente no apartamento, depois de passar novamente pelo porteiro
que agora é meu amigo. Jonas parece um jovem rapaz que se esforça em seu
emprego.
- Cheguei!
Victória aparece usando um dos vestidos que enviei pra ela como uniforme,
os provocativos e coloridos.
- Sr. Fantini!
Diz de cabeça baixa e eu adoro a forma como ela tenta zombar e debochar de
mim.
- Está assim para me mostrar que estou sendo mandão e chato, igual na
empresa?
Posso ver seus lábios se contraindo para não rir.
- Apenas achei apropriado usar meu uniforme, enquanto manda em mim na
cozinha!
- Certo! Vamos fazer um acordo então! Eu cozinho e você serve o vinho.
- Isso é bem melhor!
Fala arrancando o vestido todo e jogando sobre uma das muitas caixas na
sala, ficando só de calcinha.
- Já volto!
Corre pelo corredor e vou até a cozinha com as sacolas. Coloco tudo na mesa
e não sei onde começar a procurar as coisas que preciso, se nos armários ou
caixas. Escolho as caixas porque se ela não cozinha, tudo ainda está
guardado. Abro uma caixa escrito cozinha com uma caneta grossa. Vejo
talheres, refratários e algo curioso me chama atenção. Puxo um grampeador e
fico sem entender porque está aqui.
- Pronto!
Victória surge na cozinha de calcinha e blusinha leve regata sem sutiã. Os
bicos dos seus seios apontam pra mim e os encaro.
- Ainda está me provocando?
- Sempre, Sr. Fantini!
Se aproxima e mostro o grampeador.
- Me diz que sabe pra que isso serve. Estou questionando sua contratação no
momento.
- É um grampeador.
- Por que está na caixa da cozinha?
- Comecei a separar tudo certinho nas caixas, separando por ambientes, mas
perdi a paciência e só fui colocando tudo onde cabia.
- Como faz pra achar algo se enfiou tudo onde cabia e sem regra.
- Faço uma caça ao tesouro, saio abrindo tudo até encontrar.
- Só de ouvir isso tenho um desgaste, uma corrosão no coração.
- Sabe o que causa desgastes em rochas?
Pergunta toda cheia de graça.
- Erosão! Eu sou a erosão na sua vida, te desgastando querido Rocha.
- Um belo apelido pra você, Victória!
- Obrigada! Agora cozinhe e me alimente! Seja meu submisso hoje e me
sirva!
- Como posso te servir, Srta, Victória?
Digo colando nossos corpos, deixando minhas mãos longe de seu corpo.
- Como quer me servir, Sr. Fantini?
Vou até o seu ouvido e seu cabelo molhado toca meu nariz. Imagino minha
mão agarrando-a pelo cabelo e puxando forte enquanto meto nela de quatro.
- Aprenda a ser poderosa! Nunca pergunte a um submisso como quer servir,
ele deve servir como você quiser. Como você quer Victória?
ABRINDO MUITAS COISAS
NARRAÇÃO VICTÓRIA
Sei o que ele está fazendo, não vou cair nesse joguinho. Me quer submissa e
ainda safada pra ser feliz com os dois. Isso não será possível, porque ambas
se odeiam. Não vou dar o gostinho de ter tudo. Se quer foder gostoso que me
livre da aposta.
- Quero que me livre da aposta, me leve para o quarto e me foda pra caralho.
Um enorme sorriso surge em seu rosto.
- Te levo para o quarto, te fodo pra caralho e bem gostoso, mas não te livro
da aposta.
- Disse que estava se divertindo comigo, entendo que isso significa que gosta
de como sou e não a versão submissa.
- Gosto do que você é, mas não significa que seja o que eu quero.
- Sr. Fantini não existe qualquer possibilidade de me domar, de controlar a
erosão. Deveria saber como Rocha, que em uma guerra comigo você perde.
Se quer viver com ereção...
Indico seu membro duro na minha perna.
- Precisa aceitar que ele só existe por causa da erosão. Eu que lapido a
rochinha e o torno lindo, grande e gostoso.
- Então agora ele é lindo, grande e grosso?
Pergunta irônico e sua sobrancelha se ergue.
- Estou moldando pra isso.
- Vamos deixar as coisas claras aqui, Victória! Não vou te livrar da aposta e o
maior dos motivos é saber que ela te incomoda muito. Tanto ao ponto de usar
boquete, seu corpo e uma foda pra cair fora.
- O que vai fazer quando a aposta terminar? Sabe que quando a versão
submissa sumir, vai ter o caos vindo com tudo sobre você.
- Se vier sobre mim sentando no meu pau e cavalgando gostoso, será um caos
bem prazeroso.
- Assume que você gosta de como sou e que aprendeu que é muito melhor ter
isso do que submissão.
- Você confunde respeito com submissão.
- Você acha que não poder te olhar, responder de verdade seus
questionamentos e não poder abrir a boca pra nada é respeito? Foi assim que
seu pai te ensinou a ser homem respeitável?
Seu corpo avança no meu e sua respiração pesada bate contra o meu rosto.
Apoio minha mão sobre a mesa para evitar cair.
- Você não faz idéia de como é cansativo ver pessoas me olhando com
julgamento de todas as formas. Me comparando ao meu pai, analisando cada
atitude que tenho, cada palavra que digo, querendo conhecer quem eu sou.
Não sabe o caralho que é ter que constantemente mostrar que eu mereço estar
onde estou, fazendo o que eu faço. Impor respeito impede que me olhem das
formas que eu tanto odeio, principalmente julgando a minha felicidade. É
fácil pra você poder ser quem é, abrir a boca pra falar o que pensa e não se
importar. Não tenho essa liberdade, então não julgue meus meios de colocar
barreiras que impeçam olhares e palavras desnecessárias.
- Por que se importa?
Pergunto encarando seus olhos agora sem brilho, vazios.
- Se te incomoda é porque de alguma forma as palavras ou os olhares estão
certos. Você é feliz dando continuidade a vida do seu pai? Era isso que tinha
planejado pra sua vida antes dele falecer?
Sr. Fantini se afasta de mim, volta para a pia e começa a tirar as coisas que
comprou da sacola.
- Preciso de frigideira e panelas.
Respiro fundo e decido não invadir uma parte dele que não cabe a mim
explorar. Se tem traumas e problemas, deixo a mulher que o amar e tiver
paciência, ajudá-lo a superar. Já tenho os meus danos para conviver. Vou até
uma caixa e começo a procurar. Porque a caixa com meus sapatos estão aqui.
Faz uma semana que procuro eles e faz um mês que praticamente uso os
mesmos dois pares que estavam na caixa com as coisas do banheiro. Sinto
um incomodo e quando olho para o lado, pego ele me observando.
- O que foi?
- Não sabe onde estão as panelas, né?
Pergunta sorrindo e quero tacar meu sapato nele. Só não faço porque iria rir
em saber que isso está aqui sem poder.
- Está na caixa perto de você.
Ele abre a caixa e cai na gargalhada.
- Almofadas e acho que...
Puxa minha sacola com calcinhas.
- Graças a Deus! Finalmente encontrei elas, não vou precisar comprar mais
calcinhas.
Abre a sacola e enfia a cara dentro.
- Podia ir trabalhar com essa aqui amanhã.
Diz, puxa a preta de couro na frente e um zíper atrás.
- Se me livrar da aposta uso.
- Não!
- Então solta ela e volta a cozinhar.
- Só posso cozinhar se tiver panelas.
Enquanto volto a procurar as panelas, percebo que o obsessivo por
organização está arrumando as coisas que encontra nas cadeiras.
- O que está fazendo?
- Tirando as coisas das caixas e separando por setores que imagino serem.
- Depois vai guardar tudo pra mim?
- Não!
- Então volta tudo na caixa e para de espalhar.
- Em algum momento vai precisar se desfazer das caixas.
Ignoro o que fala e finalmente encontro as panelas.
- Pronto! Cozinha e fica quieto.
Coloco tudo na pia e vou abrir o vinho.
- Qual era a fofoca?
- Na hora do sorvete te conto.
- Tenho a sensação que está esticando sua permanência aqui, Sr. Fantini.
- Me chame de Arthur, fora do escritório me sinto incomodado com você
falando Sr. Fantini.
- Não se sente incomodado, está me mandando chamar assim porque viu que
gemer Arthur é melhor que Sr. Fantini.
- Espera!
Diz e vem até mim.
- Geme Arthur!
Falo seu nome fingindo gemer.
- Péssimo gemido, melhora isso pra mim.
Tento fazer mais sexy, mas sou horrível nisso.
- Não sei gemer de mentira.
- Vamos resolver isso.
Me agarra pela cintura, me senta na mesa e fica entre as minhas pernas.
- O que vai fazer?
- Testar seus gemidos.
Me afasta mais, coloca meus pés sobre a mesa e meus joelhos ficam erguidos.
- Enquanto te chupo, geme dos dois jeitos.
- Você não me pediu autorização pra vir com boca me chupar.
Ele me beija, mete a língua dentro da minha boca e sinto seus dedos puxarem
minha calcinha para o lado.
- Posso te chupar?
Pergunta entre o beijo e seu dedo acaricia meu sexo, me estimulando.
- Vou deixar porque sou boazinha!
Mentira! Na verdade estou cheia de tesão desde que me torturou com o
tchuco e não tive tempo de me masturbar. Preciso muito gozar. Sr. Fantini é
rápido e logo atola seus lábios em meu sexo e agarro seu cabelo.
- Merda!
Digo quando sua língua decide me foder de verdade.
- Calma!
- Geme!
Ordena e suas mãos apertam minhas coxas em torno de sua cabeça.
- Sr. Fantini!
Solto baixo e ofegante.
- Faça mais gostoso!
Coloco meus pés sobre seus ombros e agarro seu cabelo com força, sentindo
o orgasmo perto.
- Sr. Fantini!
Agora sai com vontade, junto com os tremores pelo corpo todo. Começo a
esfregar meu sexo em sua boca e a coisa fica muito mais gostosa.
- Geme!
Pede com a voz gostosa de putão e fecho meus olhos, pronta pra gozar.
- Arthur!
Grito e explodo em um orgasmo muito necessário, aliviando a tensão do dia
todo sendo torturada. Solto seu cabelo, caio de costas na mesa e pareço um
peru de natal pronto pra ser comido.
- Estava certa, prefiro você gemendo Arthur!
Se afasta me deixando largada e volta para a pia.
- Confessa que gozou na sala do Sr. Rui.
Peço quase ordenando e escuto sua risada.
- Por que acha isso?
- Por que ficou tanto tempo na sala?
- Estava tentando resolver algo.
- Uma ereção?
Questiono pulando da mesa e terminando minha função de servir o vinho.
- Não consegui gozar! Fiquei lá me masturbando, a mão começou a doer e
desisti.
- Não conseguiu gozar?
- Não!
- Nem você gosta de você.
Entrego sua taça de vinho e ganho olhos estreitos divertidos.
- Por que acha que não gozou?
- Porque eu não queria minha mão, queria sua boca. Te queria ali de joelhos
me chupando.
- Olha só!
Digo bem sexy e mostrando meu ego sem culpa.
- Também prefiro a minha boca.
Olho a facilidade com que corta tudo na tábua e percebo que é sensual um
homem cozinhando.
- O que vai fazer pra gente?
- Espaguete a carbonara.
- Aquela coisa com ovo cru e macarrão?
- Não é ovo cru, ele fica cremoso.
- Vai colocar bacon?
- Sim!
- Bastante?
- Como consegue ser gostosa comendo bacon e congelados?
- Trepo bastante pra perder peso.
Ele ri e pisco pra ele.
- Se trepa bastante tem seus contatos.
- Na verdade perdi meus contatos na mudança, faz três meses que não transo.
- Tudo isso?
- Sim! Desde que cheguei aqui sua boca e seus dedos foram o único prazer
que tive, que não veio de mim.
- Isso torna a nossa trepada ainda mais aguardada.
- Só se fizer muito tempo que não transa também.
- Dois meses!
- Só na mãozinha, Sr. Fantini?
Faz um bico fofo e ganha um beijo no canto da boca.
- Vou arrumar um espaço pra gente na sala.
Deixo meu chefe na cozinha e vou para a sala. Tiro as caixas do caminho,
coloco tudo no canto. Coloco a mesinha sobre o tapete, entre o sofá e a
televisão. Pego os descansos de prato que estavam em uma das caixas e deixo
sobre a mesa. Volto para a cozinha e pego os talheres.
- Não leva os pratos, quero montar e levar.
- Sim senhor!
Bato em sua bunda e volto para a sala. Deixo tudo pronto, me sento e espero.
*********
Menos de dez minutos depois o Sr. Fantini se junta a mim trazendo dois belos
pratos de macarrão. Coloca um a minha frente e sentando ao meu lado coloca
o dele. Coloco mais vinho nas taças e o cheiro parece bom.
- Você gosta muito de cozinhar.
- Descobri na cozinha algo que me acalma. É como desligar o mundo a minha
volta, somente a cozinha e eu.
- Conta a verdade, por que está aqui?
- Pela fofoca!
- Poderia ter me contado pelo telefone como fiz.
Começa a comer e sei que tem alguma coisa.
- Fala!
- Minha mãe me ligou e avisou que Helena apareceu do nada para o jantar,
sozinha.
- É estranho uma amiga visitar outra amiga no jantar?
Pergunto sem entender nada e começo a comer. Oh merda! Ele sabe cozinhar
muito bem!
- Victória, Helena e minha mãe não fazem nada o dia todo, vivem em salões e
tomando chá com as amigas. Mulheres como elas se visitam durante o
trabalho dos maridos, ou vão a jantares em família, com as famílias presentes.
Helena não estava ali pela minha mãe, se fosse teria ido de tarde e não a
noite.
- Ela foi comer o filho da amiga.
Digo rindo e o vejo ficar sem graça.
- Sua mãe sabe disso e por isso te ligou avisando?
- Sim! Me deu a chance de fugir e aqui estou. Na verdade eu pensei em ir
jantar em um bom restaurante, depois beber até estar livre e voltar pra casa,
mas algo aconteceu e decidi vir compartilhar e me esconder.
- Sempre que quiser se esconder aqui pode vir., mas traga comida ou não vai
entrar.
- Posso arrumar suas caixas quando vier?
- Você é muito chato!
Bato com o ombro no dele e voltamos a comer.
- Você parece ter uma relação incrível com a sua mãe.
- Sim! Sempre fui mais próximo dela que do meu pai. Ela é maravilhosa!
- Queria que minha mãe fosse assim!
- Sua relação com a sua mãe não é boa?
Respiro fundo e foco na comida.
- Não vai responder?
- Minha mãe não foi uma boa mãe.
- E seu pai?
- Não sei quem é, minha mãe engravidou de um cara que mal conhecia,
quando ele estava em uma viagem com a banda e passou na cidade dela.
- Então você cresceu só com a sua mãe?
- Não! Cresci com meus avós, vendo minha mãe cair de amores por todos os
homens que sorriam pra ela.
- Ingênua?
- Romântica burra, acreditava demais no amor.
- Quando você fala dos abusos, da violência, da dor de ser mulher, tudo se
refere a ela e não a você?
DANDO LIBERDADE
NARRAÇÃO VICTÓRIA
Paro de comer sentindo meu estômago revirar.
- Você não me ouviu dizer que toda mulher passa por algum momento na
vida por alguma merda causada por homens?
- Você generaliza tudo, acredito que nem todas as mulheres sofrem com os
homens e nem todo homem é um escroto.
- Me conta então, alecrim dourado, que mulher conhece que nunca sofreu na
mão de um homem. Melhor ainda, me diz que homem nunca foi babaca pelo
menos uma vez na vida e não me venha dizer que não é escroto, porque sou
uma mulher que sofre na sua mão.
- Gozar gostoso na minha mão é sofrimento?
- Com certeza não! Nota máxima na mão e na boca, louca pra essa semana
passar logo e eu poder sentar no seu pau e saber se também tem nota máxima.
- Não precisa esperar a semana passar, fique a vontade!
Arruma as pernas e começa a abrir a calça.
- Sr. Fantini, não vou te dar o prazer da submissão e da foda comigo. Precisa
escolher o que quer, eliminando uma delas.
- Submissão! Posso suportar mais uns dias sem te foder, mas sei que nunca
mais terei sua submissão na empresa.
Volta a comer, ficando de calça aberta, me mostrando sua cueca cobrindo seu
médio volume.
- Sua mãe pode ter sido um exemplo de mulher feliz no casamento, mas isso
não significa que seu pai não tenha sido um merda com ela em algum
momento.
- Muitos momentos!
Confessa com a voz baixa, encarando o prato.
- Seu pai era o típico CEO com amantes, fingindo trabalhar pra cair na
diversão, enquanto sua mãe se dedicava ao lar e a você.
Pela forma como olha o prato perdendo o apetite como eu, é assunto que
embrulha estômago.
- Meu pai era incrível, se mostrou encantador, amoroso, cuidadoso, deixou
nela boas lembranças. É a versão que minha mãe conta e acredita.
- Qual a verdadeira versão?
Pergunto e nós dois subimos para o sofá com nossas taças de vinho, ficamos
de lado um de frente para o outro.
- Meu pai nunca estava em casa, sempre trabalhando demais e quando
chegava deixava claro que isso era por ela, para dar o melhor a nós. Sempre
que minha mãe questionava sua ausência a resposta vinha com um peso sobre
nós, sobre a necessidade de nos dar o mundo.
- Então ele realmente trabalhava demais!
- Era o que acreditávamos até sua morte.
- Qual a merda?
- Amantes! Muitas sendo sustentadas por ele, me chantageando para não
contarem sobre as traições.
- Bom, parece que a palavra escroto não cabe apenas ao gênero masculino.
- Exatamente! Por mim elas podiam abrir a porra da boca, não me importava.
- Sua mãe não merecia isso!
Digo apoiando a cabeça no sofá, sentindo pena da Sra. Fantini. Idolatra um
marido que não merece de forma alguma essa devoção.
- Comprei o silêncio de quase todas.
- Quase todas?
- O resto da história só vai saber quando sentar em mim.
Nós dois rimos e o vejo virar todo o vinho. Decido compartilhar minha
história para que não fique sozinho nessa merda de passado ruim.
- Minha mãe era a filha mais nova de cinco irmãos. Todos homens e ela
cresceu literalmente no mundo machista, sendo tratada como nada. Com
dezesseis anos engravidou de mim e tudo ficou ainda pior. Meus avós não a
expulsaram de casa, mas deixavam os idiotas dos meus tios nos tratarem
como se fossemos lixo.
Coloco minha taça sobre a mesinha e escorregamos juntos no sofá, esticando
as pernas perto dos pratos, com os pés no meio das coisas.
- Quando eu tinha seis anos minha mãe começou a namorar um idiota que
vivia com seu caminhão rodando o mundo com entregas. Ela teve a brilhante
idéia de sumir com ele, me abandonar com meus avós. Foi a primeira vez que
odiei de verdade a minha mãe.
- Quanto tempo ela sumiu?
- Seis meses! Em uma noite ela bateu na porta dos meus avós toda
machucada, fugindo do idiota que a espancava sempre. Acolhemos,
cuidamos, tive dó até ela se enfiar na cama do vizinho casado. Acreditava que
o infeliz largaria a mulher, ficaria com ela. Por dois anos foi a amante, até a
mulher dele descobrir e fazer um escândalo. Meus tios com medo da fama
que a família levaria, expulsaram minha mãe da casa dos meus avós e fui
com ela.
- Sua mãe não tinha dedo bom para escolher maridos.
- Quando eu tinha treze anos, ela se casou com um nojento que me olhava
estranho. Contei a ela e sabe o que me disse?
- Não!
- Você provoca ele, a culpa é sua! Comece a cobrir mais o seu corpo.
Naquela época eu não conseguia entender suas palavras, ainda me via como
uma garotinha, mas meu corpo estava mudando e ele estava gostando do que
via.
Deito minha cabeça no ombro do Sr. Fantini e respiro fundo.
- Contei ao meu avô que me levou sem nem pensar para a casa dele. Em uma
conversa com a minha avó entendi sobre como se tornar mulher era algo
pesado. Agradeço todos os dias os meus avós por terem me acolhido sempre
que precisei e me ensinado a ser forte. Até meus dezesseis anos vi minha mãe
passar por muitos relacionamentos abusivos.
- Você me disse que aos dezesseis anos foi morar sozinha. O que aconteceu?
- Meus avós faleceram, meus tios venderam a casa, me expulsaram e não
deram a parte que cabia a minha mãe. Segundo eles, ela não tinha direito!
- Isso é errado!
- Ela sabia, eu sabia, mas não queríamos nada. Segui meu caminho e ela seus
amores.
- Como está sua mãe hoje?
- Não faço idéia! Faz dez anos que não nos falamos.
Sua cabeça encosta na minha e ficamos em silêncio.
- Minha mãe é super protetora, largou tudo pra cuidar de mim e a sua te
largou para cuidar dos outros.
- Quer trocar comigo?
- Não!
Responde e grosseiramente me empurra com o ombro.
- Vamos sair dessa conversa pesada. Vou pegar o sorvete, quero fofocar.
Sai do sofá e quando tenta correr pra cozinha suas calças descem e ele quase
cai.
- Merda!
Diz chutando os sapatos, arrancando a calça e ficando de camisa social,
gravata, cueca e meias. A cena mais bizarra que já vi dele. Reviro meus olhos
quando vejo recolher tudo e colocar bonitinho na cadeira.
- Onde tem potinhos de sobremesa?
- Só pega colher e vem!
Grito em resposta e ele volta com o pote e uma colher.
- Só uma colher?
- Foi o que encontrei, tive preguiça de lavar uma suja.
- Vai me dar na boca?
- Achei que você me daria na boca, já que fui buscar o sorvete.
- Folgado!
Cai sentado do meu lado e me dá a colher.
- Pensei em te enviar a fofoca por vídeo, mas é melhor eu guardar só pra
mim.
- Fofoca filmada? Merece ser alimentado.
Abro o sorvete e pego uma quantidade generosa de sorvete, dando a ele.
Enquanto procura no celular o que quer me mostrar, vou nos alimentando.
- Troca!
Diz me dando o celular e pegando a colher e o sorvete.
- Assisti virada pra mim que quero ver também.
Viro meu corpo, encostando minhas costas em seu peito.
- Sorvete!
Peço e agora é ele quem nos alimenta. Aperto o play e quase deixo o sorvete
cair da boca que se abre em choque.
- É a Luana e nova secretária da entrada principal?
- Sim!
- Meu Deus!
Caramba! Ela taca a mulher no capo do carro igual macho, sobe o vestido,
abre as pernas da coitada e cai de boca.
- Ela está chupando a mulher no estacionamento da empresa?
- Sim! Naquele canto as câmeras não pegam e ninguém tem visão direta.
Como só meu carro fica nessa parte, só eu posso ter essa bela visão.
- Já usou esse canto?
- Algumas vezes!
Confessa rindo e assisto os vídeos picados da Luana no oral.
- O que você acha?
Pergunta animado, viro a cabeça o encarando por cima do ombro.
- Do que?
- Dessa chupada! Acha que ela manda bem?
- Como vou saber, não sou eu naquele capo.
- Podia ser, mas você não quer provar coisas novas.
- Quer que eu deixe a Luana me chupar pra saber se chupa bem?
- Pra saber se é melhor!
- Que?
Digo me virando e ficando de frente pra ele. Sr. Fantini tem a cara de um
safado que não vale nada, enquanto enfia uma colherada de sorvete na boca.
- Dizem que as mulheres sabem como chupar melhor que o homem, já que
conhecem a coisa.
- O corpo das mulheres não seguem padrão, nem sempre onde me tocar e der
tesão vai ser o mesmo local de outra.
- Eu sei! Você possui sensibilidade em muitas partes, mais do que qualquer
outra mulher que já trepei.
- Acha?
- Acho! É fácil te levar ao orgasmo, tudo em você tem tesão.
Começo a rir alto, porque é muita verdade.
- Talvez por você não ter preocupação com nada e realmente só querer ter
prazer.
- Pode ser!
Respondo e ficamos nos olhando. Sei que depois de ver a Luana naquela
pegação deu tesão nele, porque também estou!
- O que acha da gente libertar essa tensão toda sexual gozando juntos?
Pergunto me arrastando até ele e sentando sobre suas pernas, em cima da sua
ereção.
- Está liberando a trepada?
- Não!
Revira os olhos e bufa pra mim.
- Vai me torturar e não me deixar gozar igual na sala do Rui?
Seguro seu queixo, empurro sua cabeça para encostar no sofá e encarando
seus olhos começo a rebolar. Suas mãos seguram meu cabelo e puxam
fazendo minha cabeça ir pra trás e meu peito saltar pra frente.
- Coloca as mãos pra trás, Victória!
Ordena e lambe meu pescoço, morde meu mamilo através da blusinha.
- Na minha casa mando eu, Arthur!
Agarro seu cabelo afastando sua boca do meu corpo. Ele solta meu cabelo e
como bom menino deixa as mãos no sofá. Mordo seus lábios e me levanto
ficando em pé no sofá, com os pés ao lado de suas pernas.
- Tira minha calcinha!
Peço sensual, sua cabeça se enfia entre minhas pernas e seus lábios sugam o
interior da minha coxa. Seus enormes dedos se embolam na lateral da
calcinha e lentamente puxa pra baixo. Quando meu sexo fica exposto sua
boca se molda nele e sinto beijos delicados, que me fazem suspirar. Para tudo
focando agora na calcinha que sai do meu corpo.
- O que devo fazer agora?
Pergunta me olhando e empurro sua cabeça para o sofá.
- Me chupa!
Ergo o pé, coloco na parte de cima do sofá e meu sexo paira sobre sua
cabeça. Sorri, lambe os lábios e avança em meu sexo. Rebolo em sua boca,
sento na cara dele e sua língua me invade. Seguro seu cabelo e puxo pra que
vá mais fundo, pra que me faça gozar bem gostoso. Essa boca não deveria ser
tão boa assim. Enquanto sua boca chupa a parte superior do meu sexo, sua
mão vem por trás da minha bunda e seus dedos logo me penetram, me
fazendo gritar de prazer. Me fode, me chupa e meu corpo todo começa a
tremer de tanto prazer. Seu ritmo é intenso e meu orgasmo explode com tudo
me fazendo desmoronar e cair sentada em seu colo me tremendo toda. Sua
boca cola na minha e enquanto as sensações me consomem, seu beijo me
acalma
- Achei que gozaríamos juntos!
- Você enfiou a mão onde não devia.
Digo abrindo meus olhos e vendo os dele brilhando.
- Agora é a minha vez?
- Sim!
Vou pra sua boca e enquanto o beijo, puxo sua cueca libertando seu membro.
Ele está tão desesperado pra gozar que me agarra com um braço, me ergue e
ele mesmo arranca o resto. Me senta de novo em suas pernas e seu membro
está entre nós dois. Passo minha mão nele todo e escuto sua respiração
pesada. Foco meus olhos no do meu chefe, ergo o quadril e o direciono até
meu sexo.
- Quer entrar aqui?
Pergunto sexy e sua cabeça balança que sim. Esfrego a cabeça do seu pau na
minha entrada.
- Vai me liberar da aposta?
Sua cabeça balança que não.
- Que pena!
Sento só na cabecinha e rebolo. Seus olhos se fecham sei que está lutando pra
se manter firme no não.
- Consegue sentir como estou molhada?
- Sim!
Responde de olhos fechados.
- Vai escorregar fácil pra dentro de mim se disser sim!
Levo minha boca até seu ouvido.
- Vai me livrar da aposta?
TIRANDO FOLGA
NARRAÇÃO VICTÓRIA
Suas mãos seguram minha bunda e espero ansiosa Arthur empurrá-la,
fazendo seu membro me invadir e finalmente esse tormento de ser submissa
acabar.
- Posso aguentar mais uns dias sem te foder, Victória!
Fala com a voz rouca e me tira de cima do seu membro, voltando o coitado
duro pra frente do meu corpo.
- Um homem que controla seus desejos!
Sussurro e beijo seu pescoço, chupando de leve em seguida.
- Um homem que terá muito prazer em saber que não sucumbiu a sua tortura
e terá mais alguns dias do seu empenho em ser uma secretária como se deve.
- Se me tornasse uma secretária nos termos do Sr. Fantini, você não teria isso.
Coloco sua ereção para trás, encaixando no meio da minha bunda, que
contraio para mantê-lo preso. Fico mais reta, coloco uma mão em seu peito e
a outra levo pra a minha bunda, cobrindo o meio dela para um delicioso
membro não escapar. Seus olhos ficam intensos, me encarando com muito
tesão. Subo a bunda e desço, masturbando-o gostoso.
- O tesão que passamos naquela visita ainda está acumulado dentro de você,
como estava em mim?
- Sim!
- Você não teria tantos momentos prazerosos comigo se eu fosse a secretária
perfeita.
Seu corpo vem pra cima do meu, seu peito encosta em meus seios e sua boca
quase toca a minha. Suas mãos seguram meu rosto, seus dedos descem para o
meu pescoço e se enfiam por baixo do meu cabelo.
- Em algum momento eu disse que ser a secretária que deve ser era a versão
perfeita?
Beija meus lábios de leve e mantenho um ritmo bem lento com o quadril,
subindo e descendo, masturbando seu membro.
- A versão submissa não é mais o que entendo ser perfeita, deveria saber
disso. Só estou usando ela pra te irritar.
Aumento a intensidade dos movimentos e seu membro desliza entre minha
bunda mais vezes. Sua boca próxima da minha me permite ouvir seus
pequenos suspiros e nossos olhos ficam ainda mais penetrantes.
- Diz que sou a melhor secretária que já teve!
Peço com um pequeno sorriso e sua sobrancelha se ergue.
- Só tive a Vanusa e você, acredito que nunca irá superá-la.
- Vanusa foi secretária do seu pai, você a ganhou de herança junto com a
empresa. Acha que ela era perfeita porque continuou tudo como sempre foi.
Levo minha mão livre até seu rosto e seguro seu queixo.
- Você não é o seu pai, portanto ela não era pra você.
Beijo sua boca com muita vontade e ganho em resposta um delicioso gemido.
- Eu sou a melhor secretária pra você em todos os sentidos! Você não precisa
e não quer a submissa! Quer a desafiadora, a excitante, a imprevisível.
- Sabe o que eu quero?
Pergunta agarrando meu corpo, fazendo meus movimentos pararem.
- Te sujar toda com o meu gozo!
Me coloca de joelhos no sofá e começa a se masturbar em frente aos meus
seios. Com a mão direita esfola literalmente seu membro e a esquerda me
segura pelo cabelo. Geme alto, fecha os olhos e então goza espirrando tudo
em cima dos meus seios cobertos pela blusinha fina. Se joga no sofá, deita e
cobre o rosto com o braço, enquanto tenta acalmar a respiração. Tiro minha
blusinha, fico de calcinha e deito do lado oposto ao Arthur. Nossas pernas se
encaixam e seu membro e meu sexo se encostam. Se fossemos duas mulheres
seria uma tesoura lésbica perfeita. De forma bem folgada estico melhor uma
das pernas sobre seu peito e meu pé fica perto do seu rosto. Uma das pernas
dele está quase pra fora do sofá e a outra do meu lado. Assisto ele descobrir o
rosto, puxar meu pé e começar a massageá-lo. Isso é bom e engraçado! Tenho
o poderoso Arthur Fantini com as mãos em meu pé!
- Para de sorrir!
Ordena tentando não rir.
- Não dá!
- Não pensa no chefe fazendo isso, pensa em um amigo de foda.
- Não tem como, você o tempo todo faz questão de ser o poderoso chefão.
Fica sem jeito e desvia os olhos dos meus.
- Você estava certa!
Diz com a voz baixa e quero entender onde eu acertei.
- Sobre!
- Vanusa ser uma herança do meu pai. Na verdade tudo ali é dele, segue os
padrões e regras do meu pai.
- Você literalmente incorporou seu pai?
- Sim! Mantive tudo como ele sonhava, fazia, comandava, só consegui mais
contratos e aumentar os lucros, de resto é tudo dele.
- Nunca pensou em fazer do seu jeito?
Começo a gemer prazerosamente quando seus dedos encontram um ponto
muito bom pra massagear no pé.
- Aquela empresa não é meu sonho, do meu jeito ela nunca seria. Minha
única escolha com a morte do meu pai era fechar ou seguir com ela.
- Qual era seu sonho?
Suas mãos agora estão na minha panturrilha.
- Sempre quis ser garoto de programa, ser pago pra transar é meu sonho.
Começo a rir alto e ele também.
- Deixa eu ser sua cafetina? Conheço mulheres da alta sociedade que
adorariam sentar nessa sua cara linda. Uma delas está na sua mãe agora.
- Não foderia Helena por nenhum dinheiro desse mundo.
- Que tipo de mulher você gosta de foder, Sr. Fantini?
- As que não abrem as pernas pra mim para casar. Tenho pavor das
sonhadoras, delicadas, ingênuas, que precisam ser cuidadas e são perfeitas
como troféu. Tenho tesão em mulheres independentes, que sabem a diferença
de uma foda e fazer amor.
- Você não é tipo que faz amor!
Afirmo e levo minha outra perna pra ele massagear.
- Não! Tenho horror a sentimentos que me unem a uma pessoa de um jeito
que me tornam dependente dela. Não consigo me ver como um apaixonado,
fazendo juras e declarações de amor.
- Já namorou alguma vez? Já amou?
- Já tentei duas vezes namorar, mas terminei quando percebi que estava
machucando elas não retribuindo o sentimento que tinham por mim.
- Então nunca amou?
- Já amei, mas não fui correspondido, por isso não quero nunca fazer alguém
passar por algo assim referente a mim.
- Suas escolhas são sempre focadas em mulheres que não procuram o amor,
só uma foda gostosa.
- Exato!
Puxo a almofada e coloco atrás da minha cabeça.
- Não quero amar de novo também, não foi algo bonito pra mim. O amor me
cegou ao ponto de me deixar igual a minha mãe e isso me traumatizou
demais. Tive tempo de acordar e dizer não para uma vida infeliz de um
homem que acreditei amar, mas que me privava de viver.
- Não conheci um amor até hoje perfeito para os dois lados. Sem alguém se
ferir nesse sentimento de merda!
- Só que eu quero ser mãe!
Confesso algo que há algum tempo venho desejando muito, mas não queria
confessar até pra mim mesma.
- Quero uma produção independente, um filho só meu.
- Mesmo depois de tudo que passou com a sua mãe você ainda acredita no
amor maternal?
Penso em uma forma de explicar ao Arthur como me sinto.
- Minha mãe não me amar tanto quanto amou seus homens não é um trauma
pra mim, pelo contrário, me fez querer mostrar o verdadeiro amor de mãe.
Quero ter um filho para amá-lo e ensiná-lo a sobreviver nesse mundo,
sabendo que eu sempre estarei aqui por ele, com ele.
- Então quer um filho para mostrar como é ser mãe?
- Quero ser mãe pra amar alguém que independente de tudo e de qualquer
coisa, sempre vai ser meu grande amor. Não me vejo partindo dessa vida sem
viver esse sentimento, então que seja vivendo por pedacinho meu.
- Boa sorte! Minha mãe quer netos e ainda não tive coragem de dizer a ela
que não quero filhos. Não quero casamento, nem filhos, ninguém dependendo
de mim.
- Boa sorte digo a você! Nada pior que pais pedindo netos.
Ficamos em silêncio e fecho meus olhos entregue a massagem que ainda
estou recebendo.
*********
Meu pescoço começa a doer muito e vou abrindo meus olhos devagar. Está
tudo claro demais e meu corpo todo começar a ficar dolorido. Vejo o meu
chefe dormindo abraçado as minhas pernas e olho em volta. Meus olhos
focam na janela e no sol intenso lá fora. Sol? Como assim sol? Puxo minhas
pernas bruscamente do aperto do Arthur e saio do sofá cambaleando.
- Acorda!
Grito batendo no corpo todo dele.
- O que foi?
- Já amanheceu e pelo visto faz tempo.
Corro até meu celular e começo a praguejar vendo que são 7h35 da manhã,
entro na empresa em 25 minutos.
- Merda! Merda! Estamos atrasados.
Corro para o banheiro arrancando a calcinha pelo caminho, jogo longe e já
foco no banho rápido.
- Não podemos chegar juntos, então é melhor já ir indo para a empresa! Vou
chegar atrasada, então tenta não ser um idiota com a submissa imperfeita de
hoje.
Tiro a espuma do corpo, desligo o chuveiro e começo a me secar na toalha.
Sem secar muito jogo a toalha longe, passo um creme no corpo e o
desodorante.
- Saio em cinco minutos!
Grito correndo para o quarto e pegando uma roupa no armário. Graças a Deus
achei calcinha ontem. Me arrumo, coloco o sapato e antes de sair do quarto
sinto um cheiro de comida. Vou pra sala e não encontro o Arthur, mas o acho
na cozinha passando café e fazendo ovos mexidos.
- O que está fazendo?
- Café da manhã, quer?
- Não temos tempo pra isso, vamos nos atrasar.
- Você não tem tempo, eu sim! Arthur Fantini chega a hora que quer.
Despeja o ovo no prato, coloca café na xícara e senta na cadeira pra comer.
- É melhor ir ou vai se atrasar.
- Não vou te deixar aqui sozinho!
- Vou terminar tudo aqui e ir para a minha casa. Te entrego a chave na
empresa quando chegar.
Fala e bebe o café.
- Vai se atrasar ainda mais.
- Merda!
Pego minha bolsa e meu celular.
- Termina esse café e vai embora!
- Sim senhora!
Ele é muito debochado! Reviro os olhos e corro pra empresa.
*******
Guardo minhas coisas no armário da cozinha e estou dez minutos atrasada.
Pelo menos não preciso fazer o café do Sr. Fantini. Meu celular vibra com
uma mensagem e abro.
De: Sr. Fantini!
Victória, tive uma noite horrível de sono, parece até que dormi em um sofá
duro com pernas pesadas sobre mim. Não irei a empresa hoje, ficarei em
casa me recuperando dessa tortura. Por favor, cancele minhas reuniões.
Tenho um bom dia de trabalho.
Cretino! Queria estar puta com ele, mas o fato de trabalhar em paz hoje sem
ter que ser submissa é muito agradável.
********
São quase 14h da tarde e o dia foi tranquilo, pela ausência do capeta.
Consegui desmarcar tudo e passei o dia finalizando algumas planilhas. O
telefone da recepção toca e atendo.
- Presidência!
- Victória, é a Sueli!
- Boa tarde, Sra. Fantini!
- Gostaria de falar com o meu filho.
Estranho ela o procurá-lo na empresa já que ele passaria o dia na casa com
ela.
- Ele não se encontra na empresa nesse momento, Sra. Fantini! Acredito que
não retorne mais hoje.
- Vou tentar ligar no celular dele, preciso que me ajude a escolher a cor da
cortina nova do quarto dele. Obrigada, querida!
- Foi um prazer falar com a senhora!
Desligo e tenho uma sensação incomoda me dominando. Ele não faria isso!
Ligo no celular do Arthur e ele atende.
- Alguma coisa errada?
Pergunta com a voz cansada.
- Conseguiu se recuperar da noite péssima que teve?
- Sim! Estou saindo da cama agora pra comer alguma coisa.
- Seu mentiroso! Eu sei que não está na sua casa, sua mãe acabou de ligar.
- Olha só! Parece que fui pego em uma mentira. Na verdade estou com uma
mulher no motel!
- Você passou o dia todo no meu apartamento arrumando as minhas coisas?
- Não!
Responde rindo e quero bater nele.
- Arthur, quando eu sair daqui, se as minhas caixas não estiverem no mesmo
lugar delas, vai conhecer a erosão!
- Estão me chamando! Preciso desligar! Antes me diz onde posso colocar sua
coleção de rola de borracha? Pensei em aproveitar que possuem ventosa e
colar na parede da sala.
- Arthur!
Desliga e estou rindo em uma mistura de nervoso e humor.
*************
Chego na portaria e sou recebido pelo porteiro da noite.
- Victória, seu irmão deixou sua chave comigo.
- Meu irmão?
- Sim, o Sr. Rocha!
Minha risada ecoa pela portaria toda.
- Obrigada!
Digo indo para o elevador e o espertinho foi embora antes de enfrentar a
minha ira. Saio do elevador, vou até meu apartamento e abro a porta. O
cheiro bom de comida invade minha narina. Meus olhos vasculham tudo e
não tem mais nenhuma caixa, está tudo perfeito com cara de casa mesmo.
Fecho a porta, coloco minha bolsa na cadeira e ando os cômodos
organizados. Tudo extremamente impecável e fico sem reação. Entro na
cozinha e tem um lugar colocado a mesa, com uma carta.
"Erosão
Tente manter o que arrumei pelo menos em ordem, por favor!
Fiz seu jantar e comprei comida de verdade pra você.
Coloquei as roupas na máquina, mas não tive tempo de estender, precisava
ir embora para preservar a integridade do meu pau.
Nos vemos na empresa!
Rocha"
Vou até o fogão e abro as panelas. Tenho arroz com legumes, carne assada e
uma farofa diferente. Vou até meus armários e estão cheios de mantimentos.
Minha geladeira tem tantas verduras, legumes e frutas que fico chocada.
Nunca ninguém se importou ou fez algo assim por mim antes. Percebo que
não estou brava, mas sim grata pelo carinho. Isso significa que preciso
recompensá-lo. Merda!
**********
NARRAÇÃO ARTHUR
Estaciono o carro na minha vaga, pego minhas coisas e saio dele. Sem saber
como será o encontro com Victória depois do que fiz, começo a ficar nervoso
e isso me incomoda muito.
Paro em frente ao elevador e aperto o botão. As portas se abrem e paraliso ao
ver Victória dentro dele, no canto me esperando. Ela não usa um dos vestidos
que dei, nenhuma roupa básica, mas sim um sobretudo preto, saltos e um
rabo de cavalo.
- Sr. Fantini!
Diz com a voz sensual, como um convite para entrar no local de tortura.
Respiro fundo, entro e digito a senha para o elevador subir. As portas se
fecham, começamos a subir e no quarto andar ela resolve ir até o painel e
apertar o botão que trava o elevador. Vamos para mais uma tortura dela!
Assisto no meu canto Victória se virar pra mim, abrir seu sobretudo e me
mostrar que usa apenas uma calcinha e sutiã na cor preta. Deixa o sobretudo
cair no chão e lambe os lábios de forma sedutora.
- A aposta diz claramente que eu devo ser submissa por uma semana,
enquanto estiver no trabalho, certo?
- Certo!
Respondo tentando parecer tranquilo, mas não saber o que se passa em sua
cabeça é bem complicado.
- Sr. Fantini, chegarei atrasada hoje, tem algum problema?
- Não!
- Então só serei a secretária quando chegar na presidência, certo?
- Certo!
Vem até mim, cola o corpo no meu e sorri encarando meus olhos.
- Desmarquei alguns compromissos e está livre até ás 10h.
Agora são quase 8h da manhã e sem me dar tempo de pensar em responder,
seu corpo vai descendo até ficar com o rosto em frente a minha ereção.
Mantém os olhos em mim e vai soltando cinto, abrindo botão e zíper da
minha calça.
- Sr. Fantini, declaro esse elevador zona neutra na nossa guerra. Aqui dentro
podemos fazer de tudo.
Liberta meu membro e o segura firme na base.
- Vou te chupar até gozar na minha boca e depois vamos foder.
- É alguma tortura que eu não compreendo?
Pergunto perdido e vejo um lindo sorriso em seu rosto.
- É o meu jeito de agradecer o que fez ontem. Vou te dar prazer de todas as
formas que eu conseguir. Preparado?
- Sim!
CHUPANDO E GOZANDO
NARRAÇÃO VICTÓRIA
Arthur solta suas coisas no chão e começa a tirar seu paletó, depois afrouxa
sua gravata. Seu desespero em ficar a vontade para curtir o momento me
agrada. Movimento minha mão sem pressa, sem força, só sentindo a pele de
seu membro deslizando gostoso. Meus olhos continuam focados nos dele que
demonstram total euforia por finalmente poder me penetrar com seu membro.
- O elevador tem câmera?
Pergunto antes de cair de boca nele, preciso saber que nada do que acontecer
aqui será assistido por outras pessoas.
- Não! Minha sala e o elevador são os únicos lugares nessa empresa livres de
câmeras.
- Bom!
Encosto minha boca na base de seu membro e subo por toda sua ereção,
vendo pulsar diante dos meus olhos. Ele tem uma bela rocha aqui embaixo e
começo a questionar se o apelido está ligado a sua personalidade ou ao seu
membro.
- Estou sem camisinha!
Confessa fazendo uma cara nada feliz e faço pequenos círculos com a língua
na cabeça de seu membro.
- Tem no meu sobretudo, depois que eu terminar de te chupar você pega.
- Se vamos fazer muito disso, acho que seria importante procurarmos um
médico pra gente.
Afasto o rosto e estreito meus olhos.
- Médico pra gente?
- Sim! Sei que o único meio de prevenção masculina é a camisinha, mas
existem outros meios que vocês podem usar que é favorável aos dois. Não
quero te obrigar a tomar remédios, mas gostaria muito de ter maior contato
entre eles. Podemos ter mais prazer e ainda estarmos seguros.
Acho incrível o fato dele propor irmos ao médico juntos com a
responsabilidade de proteção cabendo aos dois. A verdade é que uso DIU e
não me preocupo com a gravidez, uso camisinhas com meus parceiros para
evitar doenças.
- Você faz exames sempre para saber se tem doenças?
- Sim! Se quiser podemos conversar com meu médico.
- Não precisa, tenho minha médica de confiança.
- Você também faz exames?
- Sim! Totalmente limpa!
- Eu também!
- Se te disser que tenho DIU e estamos seguros, confiaria em mim?
- Sim!
- Não teria um filho seu assim, quero que entenda que não sou o tipo de
mulher que pensa em engravidar do cara rico e viver de pensão.
- Victória, confio em você!
É impossível não abrir um sorriso e me sentir bem com suas palavras. Arthur
Fantini teria todas as razões do mundo para nunca transar com uma mulher
confiando nas palavras de proteção dela, mas confia em mim e isso me
agrada demais.
- Já que estamos protegidos, volta a me recompensar por ter sido
maravilhoso.
Reviro meus olhos e aperto forte seu membro, arrancando dele um gemido de
dor.
- Com menos vontade de agradecer, por favor!
Meus lábios se moldam a cabeça de seu membro e sugo de leve. Sua
respiração acelera e enquanto afundo minha boca, suas mãos vão abrindo os
botões de sua camisa. Não engulo tudo, vou até a metade, sugo e volto,
repetindo algumas vezes. Minha mão direita acaricia suas bolas e a esquerda
sobe para acariciar sua barriga definida. Passos as unhas em seus músculos
abdominais, confirmando que é muito gostoso. Arthur joga a camisa longe e
logo sua mão direita está segurando meu rabo de cavalo, controlando minha
cabeça e afundando mais seu membro em minha boca. Quase sufoco quando
o sinto no fundo da minha garganta, mas logo ele retira. Meus lábios roçam
com mais intensidade em seu membro e seus gemidos ficam mais intensos.
- Na boca?
Pergunta ofegante e sei que é sobre gozar em minha boca. Em resposta
afundo ele até onde aguento e o safado começa a investir fodendo como quer.
Respeitando o quanto aguento do seu membro, apenas protejo os dentes e
deixo ele meter na minha boca.
- Não sabe o quanto eu queria foder essa boca atrevida!
Diz e puxa meu rabo de cavalo, afastando meus lábios de seu membro. Se
curva e beija minha boca, metendo a língua nela toda.
- Vai engolir tudo?
Pergunta safado, encarando meus olhos.
- Até a última gota!
Morde meus lábios os deixando doloridos e volta seu membro pra minha
boca, metendo forte pra gozar. Seria muito errado amar os gemidos dele? É
rouco, sensual e sem nenhum pudor geme com tesão mesmo. Estou ficando
muito excitada. Desço a mão até minha calcinha, entro nela e começo a me
tocar. Estou muito molhada e meus dedos dançam fácil em meu sexo.
- Você é um tesão, Victória! É prazeroso ver seu corpo em total liberdade
sexual, sem pudor, sem limites.
Diz e geme baixo, enquanto goza na minha boca, pulsando e gemendo até a
última gota. Quando retira seu membro da minha boca, lambuza meus lábios
com algumas gostas do seu prazer e com a língua limpo tudo.
- Minha vez!
Fala e me puxa pelos braços, erguendo meu corpo e o jogando contra a
parede, sem muita violência. Seu peito se choca contra o meu e sua boca
devora a minha com fome, com tesão. Me agarro em seus cabelos, puxando
forte enquanto seus lábios se perdem no meu pescoço, descendo para o meio
dos meus seios. Suas mãos nada delicadas puxam as alças do meu sutiã, até o
bojo descer e meus seios ficarem a mostra. Um grito alto de prazer escapa da
minha boca quando ele abocanha meu seio esquerdo e suga forte, fazendo
minhas pernas tremerem. Em um caminho de beijos vai até o direito e da
mesma forma o devora. Meu corpo se esfrega no dele querendo mais,
desejando desesperadamente gozar. Suas mãos seguram minha calcinha e
quando acho que vai tirá-la, apenas arrebenta o elástico, fazendo o tecido ir
ao chão.
Me segura pela cintura, cravando seus dedos em minha carne e desce essa
maldita boca pela minha barriga, até alcançar meu sexo. Abro minhas pernas
e seus lábios se moldam perfeitamente entre minhas pernas e fecho meus
olhos sentindo sua língua me penetrar. Me agarro na barra que tem no
elevador e rebolo em sua boca, tentando de alguma forma gozar logo, porque
estou desesperada. Abro meus olhos quando Arthur coloca minha perna
esquerda sobre seu ombro, entra mais embaixo de mim e então a perna direita
logo sobe também para os seus ombro. Enquanto sua boca me dá prazer, suas
mãos sobem para os meus seios os segurando forte. Aperta meus bicos sem
causar muita dor e me agarro mais às barras, sentindo a explosão prestes a
acontecer.
- Arthur!
Grito seu nome quando o orgasmo me consome e me tremo toda enquanto
gozo. Ele tira minhas pernas dos seus ombros e sem me deixar cair envolve
seu braço na minha cintura, me mantendo presa contra o seu corpo. Abro
meus olhos e um enorme sorriso se forma em seu rosto.
- Pronta pra foder?
- Sim!
Respondo em um sussurro, ainda com as sensações do orgasmo em meu
corpo.
- Quero você na minha mesa, no meu sofá, na minha cadeira...
Soca o botão do elevador e ele começa a se mover, subindo para o andar da
presidência!
- Segura meu pescoço.
Ordena e abraço seu pescoço, ao mesmo tempo que ele coloca minhas pernas
em sua cintura. Meu rosto em frente ao dele faz nossos olhos se encontrarem.
Sinto seu membro em minha entrada e lentamente ir afundando dentro de
mim. Gememos juntos com a penetração e agarro seu cabelo, trazendo sua
boca pra minha. Apenas nossos lábios se encaixam, para que nossos gemidos
ecoam na boca um do outro. Todo dentro de mim, o elevador anuncia que
chegamos no andar dele. As portas do elevador se abrem e quando vamos
sair, encontramos Sofia, filha da Vanusa sentada no sofá em frente a porta.
Sua boca está escancarada, perplexa com a cena que vê. Não é pra menos,
estou literalmente trepada no meu chefe.
- Merda!
Arthur sussurra e a única reação que tem é aperta o botão para o elevador
descer de novo. Quando as portas se fecham ele me olha culpado.
- Isso não devia ter acontecido!
Sai de dentro de mim, me desce do seu colo e começa a se vestir.
- Você tem um caso com ela, né?
Pergunto arrumando meu sutiã e procurando meu sobretudo no chão.
- Não!
Responde bravo como se eu tivesse culpa pela filha da Vanusa aparecer na
sala dele, quando eu havia trancado a porta da presidência, já querendo evitar
essas coisas.
- Não precisa mentir pra mim, Arthur! Está tudo bem, só não acho legal trair
a mulher assim. Se for um relacionamento aberto, não quero fazer parte disso.
- Não posso, não devo e não existe qualquer possibilidade de ter uma relação
com a Sofia.
- Ela gosta de você, da pra ver nos olhos dela. Por que não dá uma chance pra
ver se é a mulher da sua vida?
Ele para de se arrumar e olha no fundo dos meus olhos.
- Sofia é minha irmã!
CONVERSA ENTRE
MULHERES
NARRAÇÃO VICTÓRIA
Minha única reação agora é apertar o botão do elevador, fazendo-o parar
antes do térreo.
- O que?
Pergunto tentando não parecer chocada e muito menos surtada com uma
informação dessas.
- Por favor, não conte isso a ninguém!
- Pra quem eu iria contar, Arthur?
Ele para de se arrumar e simplesmente senta no chão, encostando as costas na
parede e me olhando. Vou até ele e sento da mesma forma, esperando que
comece, mas não sai nada dessa boca grande.
- Vanusa era amante do seu pai?
- Não!
Afirma com voz de nojo e quero entender então como Sofia é irmã dele.
- Estou confusa!
Confesso e o vejo bater a cabeça na parede do elevador.
- Não sou um Fantini legítimo.
Minha boca agora se escancara e fico chocada. Sra. Fantini deu uma
derrapada no quintal do marido da Vanusa, se lambuzou e disse que foi no
quintal do falecido marido. Chocada!
- Sua mãe e o marido da Vanusa?
- Sim! Elas eram amigas de faculdade, Vanusa é melhor amiga da minha
mãe.
Dá aquela pausa que irrita qualquer fofoqueiro.
- Pelo amor de Deus, continua!
- Meus pais se casaram, Vanusa se casou, minha mãe não engravidava e meu
pai queria um herdeiro. A pressão era grande, minha mãe amava o meu pai e
ele ameaçava deixá-la se não lhe desce um filho. Foram para os médicos
fazer os exames, mas meu pai não foi pegar os resultados como deveria.
Minha mãe descobriu que meu pai nunca poderia ter filhos, com pena dele
escondeu isso e resolveu engravidar de outro.
- Sua mãe não quis contar ao seu pai, machista do caramba que o erro dela
não gerar, era dele?
- Sim! Amor cega, Victória!
- E seu pai em resposta comeu metade de Seattle, por amor!
Digo irônica e revoltada.
- Sim, meu pai teve um passado lixo!
- Como sua mãe engravidou do marido da Vanusa?
- Método que as mulheres usavam a muito tempo atrás. É obvio que minha
mãe não se deitaria com outro homem e Vanusa não daria o marido assim.
Com um plano absurdo, Vanusa levava para minha mãe o sêmen do marido.
- Ela transava com o marido com proteção, levava a camisinha pra sua mãe?
- Sim! O resto já deve imaginar!
- Que loucura! Você é fruto de um plano de duas loucas.
- Não fala assim de mim!
- Desculpa! É que uso humor pesado quando fico sem reação. O marido da
Vanusa sabe que é filho dele?
- Não!
- Seu pai soube disso ou morreu sem saber?
- Morreu feliz por ter um filho! Seu nome se perpetuaria por mais uma
geração.
- Como descobriu tudo isso? Parece filme, algo louco que duas amigas fazem
e levam para o caixão quando morrem.
Arthur respira fundo e me olha.
- Vanusa, marido e filhos sempre estiveram com a gente em tudo. Paulo e
Sofia cresceram comigo e para o desespero da minha mãe e da Vanusa...
- Sofia se apaixonou por você.
- Sim! Apesar de nunca compartilhar do sentimento, era nítido a todos como
ela me amava, ama na verdade.
- Sua reação quando ela nos pegou foi bem triste.
- Não queria nunca machucá-la dessa forma. Por muito tempo venho com
carinho negando seu amor por medo de feri-la. Um amor não correspondido é
doloroso e quando pisado é ainda pior.
- Mesmo ela morando longe, o amor ainda é forte.
- Sim! Veio pra aposentadoria da mãe e também para que eu dê um motivo
pra ela voltar.
- Você é o motivo!
Confirma com a cabeça.
- Como descobriu tudo isso? Sua mãe?
- Não! Ela não faz idéia que eu sei de tudo.
- Vanusa?
- Sim! Sofia se abriu com a mãe e ela rapidamente sentou comigo e contou
tudo.
- Como você reagiu?
- Eu só conseguia pensar em uma coisa.
- No que?
Seus olhos tristes me encaram.
- Que meu pai de verdade não era um merda e que odiar o Osvaldo não era
errado.
- Você tinha tanto ódio assim do seu pai?
- Como se sente em relação a todos os homens que passaram pela vida da sua
mãe dos escrotos, abusivos, violentos, traindo com todo mundo e fazendo
todos os tipos de danos possíveis?
- Tenho ódio!
- Meu pai era tudo isso e não pude fazer nada, porque minha mãe nunca
permitiu. Ela o amou até o ultimo segundo, mesmo ele não merecendo nada
desse sentimento.
- Você não quis contar ao marido da Vanusa sobre a paternidade?
- Eu teria acabado com o casamento dela fazendo isso. Vanusa e Álvaro se
amam, são perfeitos juntos e ele nunca a perdoaria pelo que fez.
- Então para a sua mãe, só ela e Vanusa sabem desse segredo?
- Sim!
- Você jurou a Vanusa não contar a ninguém o que ela e sua mãe fizeram.
- Exato!
Não sei o que me dá, mas puxo a cabeça dele para mim e a abraço, beijando
seu cabelo.
- Sinto muito por tudo isso! De verdade!
- Obrigado!
- Não tenho pai, então não sei como é descobrir ter um bom e não poder
abraçá-lo. Ter que fingir ser filho do Sr. Fantini, mesmo não desejando e não
sendo.
- Aprendi a conviver.
Ficamos em silêncio por alguns minutos e então ele se afasta de mim.
- Preciso subir e conversar com a Sofia.
- Acha que ela ainda está na sua sala?
- Provavelmente sim e arrasada.
Nos levantamos e terminamos de nos arrumar. Aperto o botão e o elevador
nos leva ao térreo. Quando as portas se abrem pra mim, porque imagino que
Arthur queira voltar sozinho, decido fazer diferente. Seguro a porta e olho pra
ele.
- Me deixa conversar com ela.
- O que?
- Eu causei tudo isso, tive essa idéia brilhante e fomos pegos.
- Não se sinta culpada pelo que aconteceu.
- Não deveria, mas me sinto. Acredito que agora seja melhor pra ela
conversar comigo e soltar o que sente de verdade. Deixa Sofia soltar o que
sente em mim, conversaremos e depois você fala com ela.
- Não sei se é uma boa idéia.
- Por favor! Prometo que não vou machucá-la ainda mais, só que talvez ela
precise de alguém fora de tudo isso pra fazê-la entender que você não vai ter
nada com ela. Já tentou todas as suas formas gentis, me deixa usar a
realidade.
- Seja gentil, mesmo não sabendo ser. Use seu coração, mesmo não tendo um.
Trava essa língua afiada e esconda seu humor pesado para não feri-la ainda
mais.
- Prometo que vou ser uma boa pessoa.
- Vou pela entrada da frente e espero vocês terminarem na recepção.
Sai do elevador e antes de subir abro um enorme sorriso.
- Anote meus recados direitinhos, Sr. Fantini!
Ganho um pequeno sorriso e o elevador fecha as portas. Começo a questionar
minha idéia de merda de entrar nessa treta toda de família. Ainda não consigo
engolir o fato da Vanusa dar o gozo do marido pra amiga engravidar dele.
Pior ainda é conviver com toda essa tranqueira como se nada tivesse feito. O
elevador para e as portas se abrem. Sofia me mede dos pés a cabeça, olha
para todos os cantos do elevador e bufa irritada quando não encontra o
Arthur.
- Não acredito que ele fugiu de mim!
Solta e seus olhos ficam marejados.
- Covarde!
Saio do elevador e respiro fundo.
- Pedi a ele um momento a sós com você.
- Pra quê? Pra jogar na minha cara que está fodendo com ele? Pra mostrar
que conseguiu o Arthur pra você? Ouvi muito sobre você, Victória e não
gostei de nada.
- Não estou aqui pra te atacar e muito menos para ser atacada. Se está furiosa,
decepcionada com o que viu, te aconselho a respirar fundo.
Vou até o sofá e sento nele, esperando que Sofia faça o mesmo.
- Acha que você é a mulher certa pra ele?
Pergunta cruzando os braços e me encarando.
- Não! De todas as mulheres do mundo, sou a pior delas pra ele.
Digo firme e ganho seu silêncio em resposta.
- Somos opostos, ele me irrita, tem regras idiotas, me obriga a ser o que eu
não sou e a maior parte do tempo eu só quero pisar nas bolas dele com salto.
Confesso e Sofia vem para o sofá, sentando ao meu lado.
- Sou estressada, sem paciência, extremamente julgadora, sem regras, sem
organização, falo o que penso e odeio que me digam como fazer ou agir. Sou
o caos, como ele mesmo diz.
Ela abaixa a cabeça e encara suas mãos.
- Você o ama como eu amo?
- Não! Eu não o amo, mas gosto muito do que temos.
Digo sincera, pois não possuo amor ou paixão pelo Arthur. Gosto de estar
com ele, dos nossos momentos estranhos, mas nada além disso. Acredito que
em algum momento ele encontrará a pessoa certa e no fim nos restará a
amizade.
- Ele te ama?
- Não! Acredito que estamos no mesmo nível aqui um com o outro.
- Então eu ainda tenho uma chance!
Seguro sua mão e aperto forte.
- Sofia, ele não te enxerga como mulher. Arthur tem um amor de irmão por
você, daqueles que daria a vida para te proteger. Desculpa se estou sendo
grossa, direta e esteja te machucando. Nesse momento ele está arrasado por
machucá-la com a cena que viu. De forma alguma gostaria de partir seu
coração, mas você precisa entender que ele nunca irá te ver como mulher.
Sofia começa a chorar e me assusto quando deita a cabeça em minhas pernas.
Mexo em seu cabelo e seu choro me destrói por dentro. Me lembra os choros
que ouvia da minha mãe quando sofria por amor.
- Você é uma mulher linda, que não merece esperar pelo amor de um homem
que nunca vai te amar. Você merece alguém que te ame mais que tudo, que
queira te ver sorrir todos os dias e faça tudo pra isso acontecer. Corte essa
corda que te une ao Arthur, na esperança que um dia ele seja seu. Ninguém
merece esperar por migalhas.
- Eu sei! Só que é tão difícil!
- Imagino que seja! Comece aceitando que não existirá Sofia e Arthur.
Depois apague os sonhos de vocês juntos, até seus sonhos se tornarem
páginas em branco. Então comece a busca por novos motivos para sonhar,
Sofia.
Limpa as lágrimas e sai do meu colo.
- Obrigada!
- Acho que agora é hora de você falar com ele e colocar um ponto final nisso,
se libertando.
Digo e me levanto do sofá. Antes de sair ela segura minha mão e me olha
toda doce.
- Cuida dele, por favor! Mesmo que não seja como mulher, mas como uma
amiga. Arthur é especial!
- Pode deixar!
Saio da sala e encontro meu chefe jogado na minha cadeira. Deixo a porta
aberta, ele se levanta e passa por mim, entrando na sala. Fecho a porta e
respiro aliviada por ter sobrevivido.
***********
São quase 18h da noite e já está mais que na hora de ir embora. Arthur e
Sofia saíram juntos logo cedo e não voltaram mais. Espero que esteja tudo
bem entre os dois. Como hoje era dia dele analisar algumas planilhas, tentei
fazer algumas anotações para ajudá-lo.
***********
Termino meu banho, coloco uma camiseta velha e fico sem calcinha. Vou até
a cozinha, abro a geladeira e sem muita fome decido comer uma fruta. Pego
os morangos, levo até a pia e os lavo bem. Corto a folhas e coloco em um
pote. Minha campainha toca e quando abro a porta vejo Arthur. Olhos
vermelhos de tanto chorar e a roupa toda amassada de quem teve um dia de
merda. Vem se aproximando, encaixa o corpo no meu e me abraça. Chuto
com o pé a porta e o abraço também.
- Quer conversar?
- Não!
- Quer sentar?
- Não!
- Quer transar?
- Quero!
PATENTES INVERTIDAS
NARRAÇÃO VICTÓRIA
Ganho um cheiro no pescoço e uma suspirada, como se aliviasse o peso do
dia do Arthur. Às vezes sinto que esse jogo, essa brincadeira toda nos tornou
amigos dependentes um do outro. Todos possuem um melhor amigo que se
torna o refúgio e estamos nos tornando isso. Claro que com vantagens
sexuais, que torna essa amizade a mais foda de todas.
- Não vou foder com você fedido de trabalho! Vai tomar um banho pra me
comer cheiroso.
Sou erguida do chão e levada até o banheiro em um abraço ainda mais
apertado.
- Já tomei banho!
Aviso, mas aparentemente ele caga para o que falo, já que estamos dentro do
banheiro juntos agora. Meus pés tocam o chão quando entramos no box, ele
fecha e fica me olhando ainda triste. Encarando seus olhos, descubro que sou
o Shrek e ele o gato de botas com seus enormes olhos fofos que pedem
atenção. Faço um coque no meu cabelo, porque não pretendo molhá-lo e tiro
minhas roupas, jogando pra fora do box. Arthur olha minhas roupas no chão e
posso sentir a vontade de pegar tudo, dobrar e colocar na cadeira. Me
aproximo dele e começo a tirar suas roupas, jogando da mesma forma que fiz
com as minhas.
- Queria entender porque você é tão organizado, certinho na arrumação. É
algum transtorno ou trauma?
Questiono enquanto termino de arrancar tudo dele. Acho que é a primeira vez
que vejo o rochinha molengão assim.
- Servi o exército dos meus dezoito anos até meus vinte e oito. Foram dez
anos sendo totalmente perfeccionista com arrumação e organização.
- Agora entendi a merda toda do não olhar nos olhos, minha patente era baixa
perto da sua, comandante? Um simples soldado não encara os olhos de um
superior.
Ele fica com um sorriso fofo no rosto, que me faz rir.
- Roupas perfeitamente passadas, saber lavar, cozinhar, tudo dobrado e
guardado.
- Fiz minha faculdade dentro do exército, me tornei homem lá e se não fosse
a morte do meu pai, provavelmente ainda estaria lá dentro.
- Então quando disse que morar sozinho na época da faculdade te fez
aprender a se virar, estava falando do exército e tudo que viveu lá dentro.
- Sim!
- Se não estivesse na empresa, estaria na sua paixão. Porque você parece
amar o "Sim, senhor!".
- Sim!
Responde rindo e parece não estar mais carregado de culpa. Ligo o chuveiro
e o puxo pra ficar embaixo da ducha. Seus olhos se fecham e apenas sente a
água percorrendo seu corpo. Pego o shampoo, coloco na mão e peço pra tirar
a cabeça da água. Arthur segura minha cintura, inclina a cabeça pra frente e
lavo seu cabelo.
- Já subi de patente?
- Não! Na verdade é o pior soldado que já conheci.
Responde rindo e puxo seu cabelo, fazendo-o reclamar de dor.
- Enxágua!
Ordeno usando voz grossa, como se fosse mesmo uma militar. Ganho uma
sobrancelha erguida e em resposta abro um sorriso. Enquanto ele tira a
espuma do cabelo, pego a esponja e coloco sabonete liquido.
- Vira esse corpinho gostoso pra mim!
Arthur ri e fica de costas, me dando uma bela visão de sua bunda. Sem
aguentar dou um tapa e ele resmunga. Começo a esfregar seu pescoço,
ombros, e uso força pra relaxá-lo um pouco. Esfrego bem suas enormes
costas e suas mãos se apóiam na parede, enquanto seu corpo relaxa. Escuto
pequenos gemidos prazerosos com a lavagem com massagem. Chego na
bundinha linda que é dura, o que me faz rir já que é o Rocha, todo duro.
- O que está fazendo?
Arthur me pergunta, enquanto esfrego bem o meio de sua bunda.
- Te lavando!
- Precisa esfolar desse jeito essa região?
- Precisa! Não quero ter um cheiro desagradável quando estiver no 69.
- Vamos fazer um 69?
- Pretendo fazer o 69, beijo do súdito, Moisés abre o mar, mergulhador,
bailarina agachada, trono da princesa, aos pés da rainha, dança das
borboletas...
Ele me interrompe erguendo a mão e se virando pra mim.
- Moisés abre o mar?
- Sim!
- Isso existe?
- Sim! Sempre quis tentar, mas nem todo homem entra na onda das posições
do Kamasutra comigo. Ter um amigo de foda é bom por causa disso.
- Quer trepar ou fazer o kamasutra?
- As duas coisas!
- Sério mesmo que na nossa primeira foda vai querer me dar uma cãibra e dor
no ciático?
- Se veio aqui na minha casa pra fazer papai e mamãe, pode ir embora. Quero
transar de todas as formas possíveis com você essa noite. Já vou avisar que
não vamos dormir, se quiser descanso vai pra casa da sua mamãe.
- Lava sua bunda que vamos usá-la também! Se quer passar a noite toda na
putaria, libera o parque todo que a diversão é geral.
- Você não tem patente suficiente pra ter acesso a minha bunda.
- O que?
- Se eu não tenho patente suficiente na área do trabalho pra ter acesso a você,
também não tem patente suficiente na área sexual pra ter acesso a minha
bunda.
- Mas você disse que nessa guerra valia tudo, até a bunda.
- Pois é, mas como é um soldado ainda, fica só na linha de frente nessa
guerra.
- Isso não é justo!
- Reclama no órgão competente.
- Onde fica o órgão competente para julgar minha reclamação a falta de
acesso ao cu?
- Fica a....
Ergo dedo, danço com ele no ar e seus olhos o seguem.
- Aqui!
Aponto para o meu sexo.
- Quando a Major Buceta entender que pode sair da linha de frente...
Levo o mesmo dedo pra minha bunda.
- O Tenente-"Cu"ronel te dará acesso a linha de trás.
Sua risada alta me faz sorrir.
- Termine seu banho e me encontre no quarto. Estarei nua na cama pra
putaria da noite.
Jogo a esponja nele e saio do box. Puxo uma toalha, seco rápido o corpo e me
enrolo nela. Recolho as roupas do chão e levo para o quarto. Não que eu vá
dobrá-las, mas vão ficar jogadas no lugar certo. Saio do banheiro, jogo as
roupas no pequeno sofá do quarto, tiro minha toalha e deixo na cadeira da
escrivaninha. Subo na cama, fico de quatro e abaixo minha cabeça até meu
rosto encostar no lençol. Abro bem minhas pernas e para esperá-lo decido
começar a me tocar. Levo minha mão até meu sexo e suspiro quando me
toco. Meu dedo faz pequenos círculos me estimulando e fecho meus olhos.
Escuto passos no quarto, mas não paro de me tocar, continuo me dando
prazer. Não estou ficando molhada e sei o motivo, meu corpo deseja outro
toque. Quando vou tirar minha mão, Arthur pede pra continuar e sua voz é
bem sensual.
- Não estou ficando excitada assim.
- Mas eu estou!
Abro meus olhos e o procuro no quarto. Mesmo com o rosto atolado no
colchão posso vê-lo atrás de mim se masturbando, completamente duro me
assistindo.
- Meus dedos não estão deslizando como deveriam.
- Vou te ajudar!
Se abaixa, puxa meus dedos e de forma sensual leva até sua boca, chupando e
deixando molhados.
- Pronto!
Coloca meus dedos de volta em meu sexo e beija minha bunda.
- Você é a mulher mais safada que já conheci, Victória!
- Na putaria possuo a patente maior, Arthur!
Sua boca trilha beijos molhados em torno da minha bunda, até chegar onde
tanto deseja possuir essa noite. Sua língua me estimula e logo meu sexo
começa a ficar molhado, completamente excitado.
- Não quero perder tempo com preliminares.
Diz ofegante e não sinto mais sua boca me tocando. A cabeça de seu membro
empurra meus dedos e então ele me penetra até o fundo, arrancando de nós
dois um gemido alto. Agarro o lençol sentindo a pressão e suas duas mãos
seguram firme minha bunda, afundando os dedos na minha carne.
- Vou meter e não vou ser delicado!
- Mete!
FINALMENTE A FODA
NARRAÇÃO VICTÓRIA
Arthur desliza seu membro até quase sair e então soca com força ele todo pra
dentro do meu sexo, fazendo meu corpo ir bruscamente pra frente. Um grito
de prazer escapa da minha boca, deixando bem claro que preciso de mais. Ele
puxa minha bunda e mete de novo, de novo, com mais força, mais vontade e
gemendo a cada investida, me fazendo simplesmente delirar de prazer.
Começo a me mover indo de encontro com seu corpo, nos chocando. Me
apoio no colchão com as mãos e as dele saem da minha bunda, vindo até meu
cabelo agarrando tudo em um rabo de cavalo. Conduz o ritmo dos nossos
corpos e a cada puxada de cabelo e tudo dentro de mim se contrai, estou
sendo consumida pela vontade de gozar.
Arthur para todo dentro de mim, rebola e seu membro dança me causando
uma pressão forte, me levando ao limite. Gozo tremendo toda, agarrando o
lençol com força e meus dentes cravados no meu lábio inferior quase o
cortam de tanto que aperto. Uma de suas mãos arranha minhas costas e isso
só prolonga o orgasmo que percorre meu corpo todo. Ele puxa meu cabelo e
meu corpo se ergue, fazendo minhas costas baterem contra o seu peito.
Enquanto me acalmo, minha cabeça se acomoda em seu ombro e seus lábios
tocam meu pescoço perto do ouvido. Sua respiração sem ritmo me deixa
excitada, porque sei que está controlando seu corpo para não gozar rápido
demais. Suas mãos agora se encaixam perfeitamente em meus seios, fazendo
uma leve pressão. Rebolo fazendo seu membro rodar dentro de mim e minhas
mãos vão para trás. Meus dedos se enfiam em seu cabelo macio e puxo
mostrando que quero mais. Em resposta sua boca deixa de beijar meu
pescoço e passa a dar chupões deliciosos.
Meu bico esquerdo fica preso entre seus dedos e grito de prazer quando
Arthur começa a torturá-lo apertando e puxando. Sua outra mão desce pela
minha barriga chegando ao meu sexo e quando o toca, automaticamente meu
quadril começa a se mover pra frente e pra trás, fodendo seu membro com
vontade.
- Calma!
Pede ofegante, quase implorando para não o fazer gozar. Ele acredita mesmo
que eu vá diminuir o ritmo porque me pediu? Deveria saber que faço o
oposto do que me pede. Volto a ficar de quatro e sou eu quem o engole
gostoso.
- Inferno!
Murmura e levo um tapa na bunda que faz minha pele arder. Arthur se afasta,
fazendo seu membro sair de dentro de mim. Me empurra na cama e sobe
nela, vindo por cima de mim. Tira meu cabelo do rosto e aproveitando que
estou de bruços começa a beijar minhas costas. Beija ela toda, descendo até
minha bunda. Morde, beija, aperta e levo mais um tapa. Suas pernas prendem
as minhas e seu membro extremamente duro se encaixa no meio da minha
bunda. Arrumo melhor minha cabeça para vê-lo se deliciar com a
masturbação que faz. Desliza ele todo na minha bunda e me olha safado.
Morde o lábio e então afunda seu membro dentro do meu sexo, gemendo
gostoso. Se apóia na cama e começa a meter no ritmo dele, se perdendo, se
deliciando com as sensações. Assisto seus olhos se fechando, sua boca
levemente aberta emitir sons baixos de puro prazer. Quando seus olhos se
abrem e encontram os meus, um sorriso safado surge em seus lábios. Volta a
se ajeitar sem precisar se apoiar na cama e ainda me encarando, leva o dedo
até o meio da minha bunda. Enquanto desliza seu membro em meu sexo, seu
dedão acaricia outra entrada, me estimulando. Quando seu dedão afunda
dentro de mim também, empino a bunda e deixo Arthur se deliciar com tudo.
Ele mantém o dedo parado, mas acelera seu membro em meu sexo e mete
fazendo meu corpo afundar na cama. Amo quando meu corpo começa a ser
possuído pelo prazer ao ponto de não suportar e gozar. Diferente dos homens,
as mulheres não precisam de pausa para recuperar de um orgasmo e eu seria
idiota demais em segurar o prazer. Sei que Arthur vai contabilizar todos os
meus orgasmos e que se dane se vou ser a louca que goza por tudo. Pra que
segurar uma gozada se posso sair gozando sem limites? Conhecendo meu
corpo muito bem e sabendo que estou quase gozando, Arthur começa a
mover o dedo na minha bunda.
- Sabe o que me deixa louco em você, Victória?
Pergunta com a voz rouca e não respondo, deixo ele me dizer a resposta.
- Você simplesmente se entrega a todas as sensações, prazeres, tesão, tudo,
sem segurar ou reprimir.
- Segurar ou reprimir pra mim é sinônimo de punição. Porque punir meu
corpo inibindo meu prazer? Vou gozar quantas vezes você conseguir me
levar ao auge.
- Pretendo me punir então até você gozar muitas vezes.
O safado vai segurar o orgasmo dele até o ultimo minuto, só pra acabar
comigo na cama. Seu membro se enfia todo dentro de mim e ele só vai
empurrando o corpo pra fazer uma pressão deliciosa dentro de mim. Mantém
o dedo se movendo na minha bunda e não demora muito para meu corpo
tremer todo entregue a mais um orgasmo. Ele tira o dedo da minha bunda, sai
de dentro de mim e apenas me assiste contorcer na cama de prazer. Sinto a
cama se mexer e quando tudo se acalma, viro o rosto e o encontro deitado ao
meu lado, se masturbando. Seus olhos me indicam que é pra sentar na sua
ereção e rapidamente fico de joelhos na cama.
Meu sexo ainda tem pequenos espasmos, mas a vontade de sentar me
consome. Coloco minhas pernas nas laterais de suas pernas, pairo minha
bunda sobre seu membro e apoio minhas mãos em seu peito. Arthur continua
segurando sua ereção, direcionando na minha entrada. Sento só na cabecinha
e fico na tortura, parecendo o giz passando na ponta do taco de bilhar. Ele tira
a mão do seu membro e as coloca atrás da cabeça, curtindo o seu momento.
Meus olhos analisam seu rosto perfeito e fico imaginando como seria se ele
fizesse parte desses calendários masculinos com homens do exército. Já vi
com corpo de bombeiro, achei bem divertido. Pelo jeito sério, todo
certinho, organizado e correto demais, Arthur seria o mês de abril ou maio.
Os meses seguintes a festas em que todos estão no auge do ano tentando fazer
dar certo.
- Está sorrindo de um jeito estranho!
Comenta sorrindo pra mim.
- Te imaginando como garoto do calendário.
- O que?
- Homens bonitos do exercito tirando fotos e cada um representando um mês.
Você seria abril ou maio!
- Por que?
- Meses com cara de serem corretos, chatos e sem nada de bom.
Arthur ri alto e só para quando sento e seu membro se enfia todo dentro de
mim.
- Como eu estaria vestido?
Pergunta me olhando e fecho um olho pensando.
- Meias, porque gente chata não tira meias pra nada. Uma cueca básica preta,
porque você tem cara de só usar cuecas da mesma cor. Provavelmente estaria
lavando um desses carros camuflados, deixando ele limpinho.
Ele está com um sorriso divertido no rosto.
- E se fosse um calendário de secretarias, que mês e como você estaria?
Pergunta e agora é minha vez de rir alto.
- Com certeza eu seria dezembro, o ultimo mês do ano, todo mundo cansado
e não se importando com mais nada a não ser...
- Férias...
Completa rindo e confirmo com a cabeça.
- Minha foto seria completamente nua, eu estaria sobre uma mesa de
escritório deitada nua, coberta apenas por papeis.
- Por favor, eu preciso de uma foto sua assim na minha sala.
Pede safado e me curvo sobre ele.
- Só se usar farda na próxima visita que me fizer.
- Tesão em homem fardado?
- Sim senhor!
Suas mãos saem de trás da cabeça e se encaixam na minha cintura.
- Fim de semana receberá sua visita.
- Delícia!
Respondo rebolando em cima dele.
- Agora fode seu chefe, esquece o cara da farda.
Começo a subir e descer a bunda, contraindo meu sexo para apertar mais seu
membro dentro de mim. Suas mãos me empurram de volta cada vez que
subo, fazendo minha bunda bater em seu corpo com força.
- Péssima idéia te colocar por cima.
Resmunga ofegante e seus olhos não saem dos meus seios balançando.
- Posso melhorar pra você.
Deixo de ficar de joelhos e fico na pontas dos pés. Essa posição me permite
sentar melhor nele, ter mais distancia pra curtir essa ereção deliciosa. Seus
olhos se fecham e seus gemidos vão aumentando cada vez que sento forte
nele. Suas mãos soltam minha cintura, agarram meu rosto e me puxa para um
beijo. Quando sua língua afunda em minha boca, seu quadril se move e ele
começa a me foder. Minha bunda fica parada e ele vem metendo em mim em
um ritmo intenso e forte. Morde meu lábio, suga e volta a gemer com tanto
prazer que me faz ficar com tesão.
Me agarro a sua cabeça da mesma forma que ele está na minha e volto a ficar
de joelhos.
- Arthur!
Seu nome escapa da minha boca e fecho meus olhos, quase gozando.
- Victória!
Me chama quando seu corpo se liberta e sento nele sentindo-o pulsar dentro
de mim. Meu prazer vem logo em seguida e os tremores se unem ao seu
pulsar. Suas mãos saem do meu rosto, seu corpo relaxa e desabo sobre seu
peito quando tudo se acalma. Apenas o som de nossas respirações pesadas
ecoam pelo quarto.
- Você tem quinze minutos pra se recompor antes de recomeçarmos a foder.
Grosseiramente ele me tira de cima dele e sou jogada para o lado.
- Então preciso comer alguma coisa antes.
Sai da cama e pelado vai saindo do quarto.
- Bela bunda!
Digo e ele para na porta, olha pra mim por cima do ombro e sorri.
- Essa bunda ficaria linda em uma cueca preta, enquanto lavo um carro.
Saio da cama, corro até ele e pulo em suas costas. Arthur segura minhas
pernas em torno de sua cintura.
- O que vai fazer pra gente comer?
Pergunto enquanto seguimos pra cozinha.
- Em quinze minutos nada!
- Te dou mais quinze minutos se fizer algo bom.
- Algo bom, precisa de quarenta e cinco minutos.
- Tem quarenta e cinco minutos se fizer sobremesa.
- Sorvete é sobremesa?
Mordo sua orelha e ele reclama.
- Isso que está escorrendo nas minhas costas é gozo, Victória?
- Sim! O seu, misturado ao meu.
Esfrego meu sexo em suas costas e ele ri. Chegamos na cozinha e Arthur me
coloca no chão.
- Vai se limpar e depois vem me limpar pra cozinhar comigo.
- Sim senhor!
************
Depois de me limpar, passo lenço umedecido nas costas do Arthur. Ele
separou salmão, legumes e já está pelado só de avental.
- Coloca o avental pra me ajudar.
Coloco o meu e ficamos juntos em frente a pia.
- Se te perguntar sobre a conversa que teve com a Sofia, você responde?
- Victória, eu...
- Por favor! Só preciso saber que ela está bem.
Seus olhos se voltam pra mim.
- Vim pra sua casa depois de levá-la até o aeroporto.
- Ela voltou para Londres?
- Sim!
- Te disse alguma coisa antes de ir?
- Muitas coisas!
- Pelo amor de Deus, diz logo o que ela falou!
VOCÊS SE MERECEM
NARRAÇÃO VICTÓRIA
Como uma forma de me torturar, Arthur apenas começa a limpar os legumes,
se mantendo calado. Pego a faca e fico olhando pra ela parecendo uma
psicopata.
- Não sei cozinhar, mas aprendi a usar facas como auto defesa. Sabia que eu
sei atingir um nervo que ao ser cortado, deixa o homem impotente, nunca
mais terá uma ereção?
- Sabia que dez anos de exercito me fez aprender a lidar com a louca da faca?
Diz e sorri como se fosse foda por ter sido do exercito.
- Certo, ameaças não vão fazer efeito com você. Vamos mudar de
abordagem.
Jogo a faca na pia e vou pra trás de seu corpo. Tiro meu avental, voltando a
ficar nua e encosto meus seios em suas costas.
- Vamos ao que sei fazer de melhor.
Abraço sua cintura e minhas mãos entram por dentro do avental, encontrando
seu membro mole.
- Era pra você cozinhar comigo.
- Estamos cozinhando juntos, estou te dando um apoio.
- Apoio de pau?
- Exatamente! Vou segurar ele pra você não deixá-lo cansado.
Minhas mãos começam a tocá-lo e sinto alguns espasmos, mostrando que há
vida no pequeno rocha.
- Vocês ficaram a tarde toda fora, devem ter conversado muito.
- Passei mais de duas horas na casa da Vanusa esperando a Sofia arrumar as
malas. Prometi que a levaria até o aeroporto.
- Como está Vanusa?
- Brava, porque acha que a fizemos de besta. Enquanto ela procurava uma
secretaria nova eu estava de putaria com você.
- Ela nunca entenderia nossa putaria.
- Acredita que ela anda fofocando sobre nós com a minha mãe?
Sem soltar seu membro que já está meio duro, viro o corpo um pouco para
olhá-lo.
- O que ela está fofocando sobre nós?
- Minha mãe já sabe que estamos tendo encontros no escritório. Quando
cheguei em casa depois de arrumar seu apartamento, ela sabia que tinha
dormido aqui. Agora sempre que chego tarde ela pergunta se você está bem,
dando indireta de que sabe que fodemos.
Não consigo parar de rir, porque a Sra. Fantini é uma mãe divertida.
- Sua mãe é muito legal, valorize isso.
- Eu valorizo! Por isso não tive uma péssima reação quando descobri a minha
reação. Ela sempre foi a melhor mãe do mundo e nada diminuiria a minha
admiração por ela. Nem mesmo ela sendo a louca coletora de esperma alheio.
- A amizade da sua mãe e da Vanusa deve ser bem forte e linda. Não sei se
daria o esperma do meu marido para uma amiga engravidar.
- Eu doaria meu esperma a você, se me pedisse.
- Sério?
Pergunto em choque.
- Sim! Quando estiver pronta pra ser mãe e ainda tivermos contato, pode me
pedir. Só que eu não vou te dar meu gozo, vamos trepar até você ficar
grávida, do jeito que se faz mesmo.
- Não sei o que dizer.
Espera! Se ainda tivermos contato? Isso significa que vou ter que trabalhar
pra ele até meu útero começar a coçar pra ser mãe?
- Apenas me prometa que nunca contará ao seu bebê que sou o pai. Será
sempre uma produção independente e não sabe quem é o doador.
- Certo!
Respondo sem conseguir conter um enorme sorriso no rosto. Sei a burocracia
que é fazer inseminação, o custo e a dificuldade de selecionar o doador certo.
Arthur, por mais que tenha seus defeitos de personalidade é um homem
maravilhoso, lindo e que me daria espermas incríveis. Espera! Ele está me
distraindo! Filho da mãe! Aperto seu membro e o escuto resmungar de dor.
- Para de me enrolar e conta da Sofia!
Arthur ri de mim e limpa as mãos no avental. Com toda a paciência do
mundo tira minhas mãos de seu membro, se vira e me olha. Odeio esse auto
controle todo que tem. É realmente uma rocha sem pressa, sem desespero, só
parado e sou a erosão em torno dele o desgastando. O caos que ele tanto diz.
- O que quer saber especificamente?
- Tudo!
- A conversa foi longa, Victória, precisa ser direta ao que deseja saber.
- O que disse sobre os sentimentos dela?
Ele respira fundo antes de responder.
- Afirmou que fui o primeiro e único amor da vida dela. Que nunca pensou,
olhou ou desejou outro homem que não fosse eu.
- Seria possível amar um irmão assim?
- Acredito que sim, Sofia não teve ligação de irmã comigo, sempre me olhou
com um jeito mais...
- Safado?!
- Sim! O bloqueio do parentesco é algo mais da razão que do coração. Se
nunca souber que sou seu irmão, o coração estará livre para me amar e
desejar como homem. Como sei da nossa relação sanguínea, é totalmente
inaceitável qualquer sentimento carnal por ela.
- Sempre acreditei na teoria de que ter mesmo sangue não cria laços e
sentimentos.
- Exatamente!
Ficamos nos olhando e posso ver que dói não poder contar a Sofia que são
irmãos.
- O que mais ela falou pra você sobre os sentimentos dela?
- Disse que eu nunca deixaria de ser o grande amor de sua vida, mas que ela
não viveria mais para esse sentimento, por esse sentimento. Que estaria
sempre dentro de seu coração, mas que ela agora buscaria mais um morador
pra dividir o espaço comigo.
- Sofia está pronta pra te deixar e seguir em busca de alguém que a ama.
- Sim! Pela primeira vez vi em seus olhos o desejo de ir e ser feliz. Todas as
vezes seus olhos sempre me imploravam pra pedir a ela que ficasse.
- Isso é bom, certo?
- Sim!
Responde sem muita certeza e tento entender o que se passa com Arthur
agora.
- Não senti firmeza nesse sim. O que houve?
- Ela me disse algumas verdades, que me fizeram refletir muito.
- O que?
- Sofia sabia da verdade sobre o meu pai, imagino que Vanusa tenha contado
a ela.
- O que tem? Ela fez errado em contar para a filha?
- Acredito que tenha contado para manter Sofia longe de mim. Ela disse que
me tornei a cópia dele, do homem que por anos tentei não odiar.
Fico sem reação e o vejo ficar ainda mais triste.
- Sofia disse que assim como o meu pai, trepo com as mulheres sem me
importar com os sentimentos dela.
- Você se viu como o seu pai?
- Em muitos pontos sim.
Com pena do que vejo, de como dói para o Arthur se ver como o pai,
simplesmente o abraço forte, apertando sua cintura. Seus braços também me
apertam e sua cabeça deita sobre a minha.
- Você não é como o seu pai! Não tem ninguém na sua vida que esteja
sofrendo com infidelidade da sua parte, como sua mãe foi vitima. Pelo que
entendi sempre deixou claro com as mulheres com quem se deitou o tipo de
relação que estavam tendo. Você não seduz, nem cria esperança nas
mulheres, só está vivendo seu momento.
- Por mais que elas escutem de mim isso, ainda sim criam um vínculo que eu
rejeito e isso faz lembrar o meu pai.
Me afasto dele e encaro seus olhos.
- Não se culpe por elas caírem de amor pela sua forma grossa, prepotente e
arrogante. Tem mulher que gosta de gente como você.
Arthur sorri e me solto dele.
- Você não é obrigado a só trepar com amor. Você não é obrigado a
corresponder sentimentos. Você não tem que se sentir culpado por
sentimentos alheios.
Seus olhos se estreitam pra mim.
- O que disse pra Sofia?
- Nada importante!
- Sobre o que temos, disse sim.
- Disse que não sentia nada por você e que era recíproco da sua parte
também.
Ele começa a rir e fico sem entender nada.
- Sofia disse que você valia tanto quanto eu, que nos merecíamos. Disse a
seguinte frase: "Vocês se merecem!".
- Só por que não queremos amor, um felizes para sempre?
- Acho que sim!
- Troco o felizes para sempre por fodas alucinantes sem compromisso.
- Sim!
Diz todo empolgado e me rouba um beijo rápido nos lábios.
- Estou com fome e quero voltar para o quarto pra continuar te fodendo. Me
roubou quinze minutos de conversa. Isso significa que minha idéia de te
ensinar alguma coisa na cozinha já era. Se afasta e me deixa cozinhar
sozinho.
- Está dizendo que eu te atrasaria ajudando?
- Sim!
- Não tem como me defender, realmente não ajudaria em nada.
Sento na cadeira e decido assistir uma bela bunda cozinhando pra mim.
- Me fala mais da sua mãe.
Peço e ganho um olhar perdido.
- Por que quer saber mais da minha mãe?
- Porque ela é o tipo de mãe que sonhei ter.
Arthur volta sua atenção para a nossa comida.
- Ela me colocava todas as noites para dormir e lia histórias pra mim. Fazia
sempre bolo comigo, beijava meus machucados e tudo ficava bem depois.
Esteve em todas as festinhas da escola, formaturas, apresentações e me
ensinou a respeitar uma mulher. Foi ela que me fez enxergar o mundo através
dos olhos de uma mulher e foi meu pai quem me traumatizou ao ponto de
nunca desejar um casamento e filhos.
- Você já pensou que pode ser diferente?
- Como assim?
- Quero ser mãe pra ser diferente da referência que tive. Quero ser como a
Sra. Fantini e mostrar que fruto vindo de uma cesta ruim não é podre.
- Não é lógico pra mim querer ser pai pra ser diferente do que eu tive. Não é
uma competição com ele, ter um filho requer muito mais que a vontade de ser
diferente.
- Eu sei! Não quero ser mãe só por isso.
Confesso e acho que meu tom de voz entregou minha dor, já que Arthur me
olha.
- Quero ser mãe pra conhecer o verdadeiro amor, o significado de amar. Não
existe amor mais puro que de uma mãe com um filho e sei que o único amor
que posso e quero conhecer é esse.
- Bonito da sua parte, espero que encontre esse verdadeiro amor na
maternidade. Estou feliz em ser somente eu e mais ninguém dependendo de
mim.
- Sua mãe depende de você.
- Pois é, e estou tendo trabalho com isso.
Fala fazendo careta e sei que está reclamando sem verdade.
- Estou devolvendo a ela tudo que fez por mim, então ela não é dependente
de mim, somos uma dupla cuidando um do outro.
Olho a pia com vários potes e dentro os legumes picados separadinhos. Tudo
do mesmo tamanho, colocados por ordem de cores fortes para claras e não
consigo parar de rir.
- O que foi?
- Preciso pensar bem se vou querer seu esperma! Já imaginou ter uma
miniatura tua na minha vida, me irritando com tanta organização e chatice?
- Já vou treinar meus espermas desde já pra serem seu carma.
Ele começa a usar o fogão e me levanto indo até ele. Perto do Arthur e me
encosto na parede.
- Somos dois traumatizados, percebeu isso?
Pergunto e ele confirma com a cabeça.
- Meu pai pode ter sido um dos cretinos que fodeu sua mãe.
- Já imaginou se fossemos irmãos? Seu pai ser o cara que engravidou minha
mãe e sumiu?
Nos encaramos assustados por alguns segundos e começamos a rir.
- Meu pai nunca teve uma banda.
- Seriamos todos irmãos, Sofia, você e eu.
Bato meus cílios e ele olha bravo.
- Não tem graça!
- Não fode a irmã Sofia, mas fode a irmã Victória.
- Para de brincadeira!
Pede fingindo estar bravo e dou um beijo rápido em seus lábios.
- Vou arrumar a mesinha da sala pra gente. Assim jantamos e você já me
come no sofá.
- Posso dormir aqui?
Fala com olhinhos fofo, sempre igual o gato de botas.
- Você sabe que não vamos dormir.
- Posso passar a noite aqui transando com você?
- Pode!
Digo indo até o armário pegar os pratos.
- Vou pegar minha mala no carro.
Tropeço e quase meto a cara na geladeira, perdida no que ele acabou de dizer.
- Fez uma mala pra vir na minha casa?
INTIMIDADE ACIMA DO
LIMITE
NARRAÇÃO VICTÓRIA
A risada debochada do Arthur me irrita e muito.
- Quer que separe um espaço no meu armário para as suas roupas?
Pergunto com a voz claramente insatisfeita.
- Já fiz isso, o canto perto da porta é meu.
- O que?
Sinto palpitações e minhas pernas até falham.
- Respira! Estou só tentando te causar um AVC.
Sento, tentando de verdade me acalmar porque a última coisa que eu quero na
minha vida é macho morando comigo. Aliás, morar com alguém nunca foi
opção, amo a minha solidão. Se bem que ando acompanhada por ele nesses
últimos dias e tem sido sexualmente divertido e funcionalmente vantajoso.
Casa arrumada, comida fresca e tudo organizado. Tenho um mordomo só pra
mim e ele é milionário. Parece que o Rocha é meu Alfred.
- Depois que Helena ficou me esperando até tarde na minha mãe e fiquei aqui
sem nada, percebi que precisava de uma mala de fuga no carro. Tenho
minhas coisas no escritório, mas não no carro para qualquer momento. Se ela
fizer isso de novo ou me der vontade de apenas não ir pra casa e ficar em
algum lugar, tenho minhas coisas. Liberdade para desaparecer com suporte.
- Você não parece o tipo que tem uma mala de segurança no carro e
simplesmente desaparece.
Digo e ganho uma careta como resposta.
- Não sou! Normalmente fico no escritório ou em algum restaurante.
- E por que acha que agora vai ser esse tipo de homem?
- Porque ganhei uma amiga estranha que é exatamente o tipo de pessoa que
simplesmente some do nada.
- Olha só! Sou sua amiga estranha!
Estou rindo e não é pouco.
- Até que enfim está reconhecendo meus dons, minhas qualidades.
***********
NARRAÇÃO ARTHUR
Victória levanta de onde está, me dá um tapa na bunda e um beijo no
pescoço.
- Vou terminar de arrumar nosso cantinho pra comer.
Rouba uma cenoura fatiada e sai da cozinha me deixando terminar nosso
jantar.
*********
Monto os dois pratos, limpo as bordas que ficaram sujas de azeite e está tudo
perfeito. Com cuidado carrego tudo para a sala e não encontro Victória na
mesinha me esperando.
- Erosão! Cadê você, caos da minha vida?
Posso ouvir sua risada vindo do quarto.
- Já vou!
Coloco os pratos nos lugares que ela arrumou e sento no chão.
- Pronto!
Diz ao entrar na sala e segura uma mochila.
- Posso saber onde vai nua com essa mochila?
- Não vou sair!
Joga a mochila perto da porta e corre até seu lugar.
- É pra deixar no seu carro.
- Por que quer deixar isso no meu carro?
- Deixa junto com sua mala, será nossa liberdade pra sumir com suporte.
- Fez uma mala pra deixar junto com a minha, na intenção de me convencer a
sair por ai sem rumo com você?
- Sim! Acredito que frequentar bares e beber pra se divertir comigo não seja
uma opção, já que sua vida não pode ser exposta.
- Beber com você seria claramente uma confissão que meu pau penetra seu
corpo.
Ela suspira toda e sei que é na lembrança do meu membro em seu corpo. Pelo
menos acredito que seja esse o motivo, já que fiquei levemente excitado só de
lembrar.
- Estava pensando em fazermos pequenos sumiços nos fins de semana, onde
ninguém saiba quem é Arthur Fantini.
- Existe algum lugar no mundo onde ninguém me reconhece?
Questiono e seus olhos automaticamente reviram, me fazendo sorrir.
- Amanhã é meu ultimo dia de submissa, posso voltar ao meu normal no fim
do expediente e pensei em comemorarmos sumindo o fim de semana todo.
- Sabe que não pagou muito bem com a sua aposta, certo?
- Nem vem, amanhã isso acaba!
Fala brava e começa a comer.
- Isso está muito bom!
Murmura de boca cheia e geme de prazer.
- Você é uma mistura do Batman com o Alfred! Isso significa que cuida de
mim como o Alfred e me fode como o Batman.
- Não me lembro de ter lido nada sobre o Batman ser fodedor gostoso como
eu.
- Podre de rico, chato, arrogante, prepotente, gostoso e não tem amigos. É
claro que ele é o fodedor calado como você.
Sorri e volta a comer como se fosse um caminhoneiro que dirigiu o dia todo e
está morto de fome. É encantador ver o prazer que ela tem em comer o que
faço.
Minha mãe não me deixa cozinhar em casa, diz que temos empregados pra
isso e na empresa quando cozinho não é tão agradável assim, já que costumo
fazer só pra mim.
- Gosto de cozinhar pra você!
Confesso e ganho um sorriso sujo de molho. Com o guardanapo limpo o
canto da sua da boca.
- Gosto quando cozinha pra mim. Aparentemente descobri que gosto quando
alguém cuida de mim.
- Faz tempo que não cuidam de você!
*********
NARRAÇÃO VICTÓRIA
Não é uma pergunta é uma afirmação.
- Está tão na cara assim que estou abandonada no mundo?
- Sabe quando você encontra um cachorrinho na rua perdido e ele fica com
medo? Late, não deixa que o toquem porque o único contato que teve do
mundo o machucou?
Fala e fica me olhando.
- Quando se leva o cachorrinho pra casa, dá banho, alimenta e faz carinho, ele
tende a aceitar ser cuidado e se acostuma com a pessoa.
- Me chamou de cachorra viralata, abandonada e raivosa?
Arthur começa a rir e dou um cutucão nele.
- Falei cachorrinha, mas você evoluiu pra coisas ruins. Estou tentando te
dizer que o mundo não foi bom pra você. Quando entrou na minha empresa
estava tão arisca que só latia e avançava em mim.
- Você teve de mim aquilo que merecia. Não tem como não latir e avançar
quando em frente a você tem um dos cachorros mais imponente e assustador
que existe.
- Preciso ser assim pra sobreviver na matilha. Meu mundo é cercado de cães
assustadores, Victória!
- Aprenda a latir pra quem merece e ser gentil com quem está ao seu lado.
Respeito não está ligado a ser assustador e sim ser alguém que se possa
admirar.
Ficamos nos encarando fingindo estarmos bravos, mas não dura muito e logo
sorrimos juntos.
- Não atrapalha meu momento, estou me alimentando para a madrugada da
depravação.
Digo enfiando um pedaço enorme de salmão na minha boca, porque isso aqui
está divino.
- A louça é sua!
Arthur avisa focando em seu vinho.
- Por que a louça é minha?
- Porque eu cozinhei, então você lava. Sua sorte é que costumo lavar as
coisas enquanto cozinho, então tem pouca coisa.
- Recebendo ordens até na minha casa.
Resmungo, mas sei que é justa a divisão de tarefas.
- Se vai vir sempre aqui usar da minha casa pra fugir das loucas casadas
assediadoras, precisa receber tarefas aqui dentro.
Falo em tom de vingança, porque o bonitinho me deu a função da louça.
- Concordo! Qual a minha função?
- Manter minha geladeira e armários sempre cheios, gostei de ter comida boa
disponível. Não tenho tempo pra fazer compras e odeio mercados. Como
você é aparentemente o lado fofo dessa relação de amizade, cuida disso.
- Quantas vezes posso fugir para a sua casa?
- No mês?
- Não, na semana!
- Pretende vir aqui muitos dias da semana?
- Pensei em trocar o refugio da minha sala para o seu apartamento. Podemos
dividir despesas, seria minha batcaverna.
- Isso é o mesmo que praticamente morar comigo.
- Não! Dividiríamos despesas, o apartamento é seu e eu teria acesso a ele
quando precisasse fugir do mundo.
- Só tem um quarto e uma cama, tudo meu.
- Certo! Nos dias que eu não estiver aqui pra te foder, durmo no sofá.
- Isso não vai dar certo!
- Vai ter sempre comida gostosa a casa organizada.
- Isso vai dar muito certo!
Refaço a frase e ele ri de mim.
- Termina logo que eu quero te foder nesse sofá.
- Sim senhor!
**********
Termino de lavar a louça, seco tudo e guardo. Volto pra sala e Arthur está em
frente à televisão vendo um documentário sobre guerra. Seus olhos desviam
da televisão e olham pra mim. Um pequeno sorriso surge em seus lábios e a
televisão é desligada. Seu membro pulsa me mostrando que está só me
esperando. Uma das vantagens de andar pelados é que estamos de fácil
acesso. Antes de ir para o sofá e começar a putaria, verifico minha bexiga e
sinto vontade de fazer xixi.
- Já volto!
Corro pelo corredor e entro no banheiro. Levanto a tampa e sento na privada,
relaxando o corpo quando o xixi começa a sair.
- Podia pelo menos fechar a porta!
Olho pelo corredor e vejo Arthur do sofá me vendo.
- O que eu deveria esconder? Você sabe o que estou fazendo.
- Merda!
Ele levanta e vem correndo para o banheiro comigo.
- Estava tudo ótimo até ver você fazendo xixi.
Termino de me higienizar e ele vem me empurrando pra se aliviar.
- Deixa eu segurar?
- O que?
- Deixa eu segurar pra saber como é.
Vou pra trás de seu corpo, enfio meus braços por baixo dos dele e pego seu
membro que está bem duro.
- Segura forte pra não errar o lugar.
Seguro mais firme, aponto para a privada e quando o jato vem começo a rir.
O membro tem espasmo igual quando goza, só que é um só e não vários.
- Balança e limpa ele.
- Eu não! Faz o resto e vem pra sala.
Me afasto, lavo minhas mãos e corro de volta pra sala. Pulo no sofá, me deito
e abro bem minhas pernas para receber a rocha do Rocha. Me assusto quando
Arthur pula sobre mim, entre minhas pernas e quase me penetra.
- Que susto! Achei que fosse tentar cair direto dentro de mim.
- Posso tentar se quiser!
Diz deitando o peito sobre o meu e me beijando rápido.
- Não! Melhor mão machucar onde você pretende passar boa parte dessa
noite enfiado.
- Enfiado assim?
Mete seu membro todo dentro de mim, me agarro em seus braços e solto um
gemido muito, mas muito alto. Arthur tem pressa e não perde tempo em
começar de verdade a me foder. Vai investindo com força, mas não muito
rápido, o que torna as enfiadas bem mais gostosas. Sua boca logo se encaixa
na minha e nossas línguas se embolam dentro de nossas bocas. O filho da
mãe testa minha elasticidade colocando minhas pernas em seus ombros. Sorri
contra os meus lábios ao perceber que posso me dobrar bem. Se ergue um
pouco e enquanto mete gostoso, beija minha panturrilha e morde algumas
vezes. Seguro um dos meus seios com a mão esquerda e com a direita
começo a me tocar, fazendo meu prazer crescer ainda mais.
A vontade de gozar começa a me consumir, meu corpo vai se contorcendo,
minhas costas curvam e Arthur agarra ainda mais minhas pernas. O orgasmo
inevitavelmente explode e meu corpo se entrega aos tremores. Ele não para
de investir e isso faz o prazer se prolongar. Tento fugir dele, empurrá-lo com
as pernas e quando consigo me desprender, tento sair do sofá. Me viro e
quando minhas mãos tocam o chão para me ajudar a arrastar, percebo que foi
uma péssima idéia. Minha bunda virada para o Arthur é um convite a ter
amplo acesso. Seu membro logo volta a se enterrar em meu sexo e meu corpo
escorrega mais pra fora do sofá. Da cintura pra baixo estou no sofá e da
cintura pra cima no chão. Ganho um tapa na bunda e o safado praticamente
me monta.
- Porra!
Grito ao sentir ele ir fundo dentro de mim e rebolar, me causando uma dor
prazerosa.
- Quer mudar de posição?
Pergunta me vendo toda torta.
- Não! Continua com força.
Peço e Arthur começa a enfiar forte e rápido dentro de mim, me arrancando
gemidos alucinantes e um prazer absurdo. Meu rosto já está colado no chão e
perco completamente o rumo de tudo quando novamente gozo. As sensações
são intensas e não controlo meu corpo, apenas sinto ser erguida do chão e
colocada sentada. Lógico que sentada no membro extremamente duro do
Arthur dentro de mim. Encosto nele, deito minha cabeça em seu ombro e suas
mãos acariciam devagar meus seios. Brincam com meu bico duro e sei que
está me dando tempo para recuperar. Apoio meus pés no sofá, rebolo
mostrando que estou bem e chegou minha vez de foder com ele.
Ganho um belo sorriso safado e um beliscão no bico do seio. Desencosto de
seu corpo, uso meus pés para unir suas pernas e as prendo com as minhas que
ficam ao lado das dele. Seguro seu joelho e meu corpo se curva pra frente.
Olho por cima do meu ombro para o Arthur e sem desviar nosso olhar,
começo e sentar forte e gostoso nele. Seus olhos se fecham, suas mãos
seguram minha cintura e seus dedos me apertam. Agora são os gemidos dele
que ecoam alto pela sala. Aumento meu ritmo quicando ainda mais e escuto o
som da minha bunda se chocando contra o corpo dele. É um tesão assisti-lo
de olhos fechados, sendo consumido pelo prazer que dou a ele. Bruscamente
Arthur abre os olhos, me agarra pela cintura e nos tira do sofá. Ele consegue
andar comigo suspensa do chão, presa ainda no seu membro duro. Me leva
para a cozinha, me coloca sentada no banquinho e sai de dentro de mim. Puxa
minha bunda pra ficar na beirada e bem empinada. Sinto seu dedo rodar em
meu sexo e subir para o meio da minha bunda.
O safado está puxando minha lubrificação pra poder entrar melhor na minha
bunda. Com o dedo vai dilatando a entrada apertada que tanto deseja. Me
seguro no banquinho e assinto tudo por cima do meu ombro. Vejo Arthur
direcionar seu membro para a minha bunda e fecho meus olhos. O som do
interfone surge e abro meus olhos perdida.
- Agora?
Questiono sem entender nada.
- Não sai dessa posição.
Corre de pau duro para o interfone e atende.
- Pronto!
Fica me olhando sorridente.
- É o Rocha, irmão dela.
Reviro meus olhos e mantenho minha atenção na conversa. Arthur morde os
lábios pra controlar a vontade de rir.
- Desculpa pelo barulho, estava vendo pornô e nem percebi que estava alto
demais o som.
- Meu Deus!
Sussurro em choque e ele desliga o interfone.
- Vizinha do gemidão.
Arthur fala rindo e volta pra perto de mim.
- Os gemidos também eram seus!
Digo brava e ganho um beijo rápido.
- Vai ter que gemer sem som.
- Não sei gemer sem som.
- Geme em libras, aproveita que não está usando as mãos.
- Você é um idiota!
Arthur morde meu ombro, minhas costas e vai se direcionando atrás de mim.
- Geme muito quando faz anal?
Pergunta voltando a tocar a entrada da minha bunda.
- O dobro!
- Merda!
Resmunga me fazendo rir.
- É ruim?
- Não! É muito bom, mas não para o horário.
Vem com a boca para o meu ouvido, fazendo seu peito colar em minhas
costas.
- Vou te dar uma coisa pra chupar, assim vai evitar os gemidos.
Vai até a geladeira e pega um picolé. Rasga a embalagem e como é todo
certinho leva no lixo. Volta com o picolé e me entrega.
- Chupa gostoso!
- Pode deixar!
Enfio na boca e chupo como se fosse seu membro.
- Boa menina!
Sinto a cabeça de seu membro na entrada da minha bunda e fecho meus
olhos. Ele vai entrando bem lentamente e meu gemido é abafado pelo picolé
na minha boca. Arthur enfia sua boca em meu ombro pra abafar os dele e
então finalmente está todo dentro de mim. Temos aquela maravilhosa pausa
pra minha bunda se acostumar e ele saber se vou aguentar ou desistir. Abro
meus olhos e percebo que me encara em busca de uma resposta. Chupo o
picolé bem gostoso e ele sorri. Começa a se mover devagar, me sentindo e
agradeço por ter o sorvete inibindo os gemidos. Sua boca está em meu
ouvido, dando total exclusividade de seus gemidos pra mim. Suas mãos vem
pra frente do banco, ficando onde as minhas estavam antes e ajudando a
segurar para não me derrubar. Suas investidas vão se tornando mais fortes,
firmes e mais prazerosas. Mordo o picolé quando sinto que vou gozar e a
pressão dentro de mim é forte. Derrubo o picolé no chão e com a mão
lambuzada começo a me tocar junto.
- Vou gozar!
Ele avisa e sei que vamos juntos.
- Merda!
Enfia todo seu membro dentro de mim e nós dois atingimos o orgasmo
juntos. Seu pulsar em minha bunda é intenso e agradeço por estar presa entre
seus braços, porque os tremores são fortes. Vamos nos acalmando e Arthur
sai de dentro de mim. Me pega no colo e vamos para o quarto.
- Vou limpar o sorvete no chão, levar sua mochila para o meu carro e trazer a
minha mala.
- Hum!
Murmuro deitada assistindo ele se vestir com a roupa que chegou.
- Não durma, ainda vamos trepar mais.
- Hum!
Ele sorri e antes de ir me beija rápido.
- Se dormir vou te acordar com o pau na sua boca.
- Quando voltar me limpa que estou com a bunda gozada.
- Já volto!
************
São 06h da manhã, Arthur de fato limpou minha bunda e transamos até agora.
- Esse é o meu recorde!
Digo exausta, jogada na ponta da cama de perna aberta, porque sinto que
estou pegando fogo.
- Também é o meu!
Arthur sussurra do outro lado da cama de bruços, com o rosto amassado no
colchão e de olhos fechados.
- Cabeça do meu pau está vermelha, pegando fogo e ardendo.
A campainha toca e seus olhos se abrem.
- Será que são os vizinhos?
Pergunto sentando na cama.
- Nós fizemos silêncio.
- Será?
Questiono sorrindo e saímos da cama. Visto um roupão e ele uma calça de
moletom. Saímos do quarto lado a lado e na sala eu abro a porta.
- Bom dia!
Quase morro do coração ao ver a Sra. Fantini com um monte de sacolas nas
mãos.
- Vim tomar café da manhã com vocês!
PODE ME CHAMAR DE
MÃE
NARRAÇÃO VICTÓRIA
Não sei quem está mais em choque e sem reação, Arthur ou eu!
- Como meu querido filho não tem mais tomado seus cafés da manhã comigo,
pensei em vir tomar com vocês pra não ficar sozinha.
Diz já entrando em casa e procurando a cozinha. Fecho a porta ainda perdida
e começo a achar que isso é uma alucinação ou sonho.
- Você está vendo o que estou vendo?
- Minha mãe no meio da sua cozinha?
- Então ela está mesmo aqui?
- Sim!
Ficamos olhando a senhorinha tirando muitas coisas das sacolas de mercado.
- Vou usar suas coisas se não se importa, Vick!
Fala olhando pra mim da porta e abri um sorriso desejando muito que não
esteja parecendo um sorriso estranho.
- Posso te chamar de Vick? Acho lindo Victória, mas Vick nos torna amigas.
- Claro!
Respondo sem graça e ela volta pra cozinha.
- Isso é um pesadelo? A gente dormiu no meio da foda?
Dou um belo beliscão na barriga dele que resmunga.
- Merda, isso é real!
- Por que não vão se arrumando enquanto arrumo tudo? Não quero que se
atrasem para o trabalho.
Seguimos juntos para o banheiro como dois filhos cumprindo ordem de uma
mãe. Entramos no banheiro, tiramos nossas roupas e entramos no banho.
- Como ela conseguiu meu endereço?
Pergunto enquanto faço um coque no cabelo. Arthur liga o chuveiro e pega o
shampoo.
- Deve ter conseguido com a Vanusa.
- Como ela passou pelo porteiro?
Questiono pegando a bucha e o sabonete liquido.
- Do mesmo jeito que passou por você na porta, com aquele doce sorriso que
ganha qualquer um.
Ele responde enxaguando o cabelo, enquanto lavo meu corpo todo. Agora
fica me esperando terminar de lavar o corpo.
- Precisamos de mais uma bucha.
- Pego no mercado depois do trabalho.
- Depois do trabalho vamos viajar.
Aviso entregando a bucha pra ele e trocamos de lugar. Tiro sabão do meu
corpo e lavo meu rosto.
- Pra onde vamos?
Arthur pergunta se esfregando todo e saio da água.
- Quer ficar no meio do nada ou no agito?
- No meio do nada!
- Vamos acampar!
- O que?
- Vamos acampar! Conheço um lugar delicioso com trilha e um rio.
- Não temos nada pra acampar!
- Vamos comprar junto com a bucha.
- Victória, não se vende coisas para acampar em mercados.
- Então aproveite que é o dono da empresa e saia na hora do almoço pra
arranjar nossas coisas.
- Joga a videoconferência com o Steven de Berlim pra mais tarde então.
- Certo!
- Vou comprar mantimentos básicos para sobrevivermos nesse acampamento.
- Não precisa! Onde vamos armar barraca fica próximo a um restaurante e no
local tem até banheiro. É um jeito gostoso de conectar o povo a natureza sem
perder conforto.
- Então vão ter outros acampando?
- Sim!
- E se alguém me reconhecer?
- Só não ir todo arrumadinho, use roupas de gente normal.
Debocho e saio do banho, secando meu corpo todo.
- Agora precisamos saber como vamos lidar com a sua mãe.
Termino de me secar e enrolo a toalha no corpo. Espero Arthur se secar e
enrolar a toalha na cintura. Prontos, abrimos a porta para ir no quarto colocar
roupas.
- Gosta de panquecas, Vick?
Sra. Fantini pergunta na porta do banheiro e seguro a toalha no meu corpo.
- Simmmmm!
Respondo e seu sorriso enorme me deixa ainda mais sem graça. Seus olhos
até brilham olhando pra nós dois e então percebo a merda que fizemos.
- Espero vocês na cozinha!
Se vira e vai embora, enquanto corro para o quarto. Entramos e fechamos a
porta.
- Por que fomos tomar banho juntos? Tem idéia que acabamos de esfregar na
cara da sua mãe que temos intimidade suficiente pra um relacionamento
sério? Ela nunca entenderia o que temos, que é muito diferente.
- As coisas foram naturais, nem eu percebi a merda!
Pegamos nossas roupas, eu jogo tudo na cama e Arthur deixa tudo
arrumadinho. Começamos a nos vestir e o cheiro bom do café da manhã
invade meu nariz, fazendo minha barriga roncar. Coloco meu vestido e
Arthur puxa meu zíper nas costas. Sento pra colocar meus saltos e ele as
meias e os sapatos. Quando me levanto percebo que está apenas com a calça,
falta ainda a parte de cima. Pra ajudá-lo a ir logo, pego duas gravata, coloco
no pescoço e começo a fazer o nó. Ele veste a camisa, fecha os botões e troco
a gravata do meu pescoço para o dele. Arrumo a gola e o nó pra ficar
alinhado como ele sempre usa. Solto meu cabelo enquanto ele pega o paletó e
saímos do quarto rumo a cozinha
- Vamos tentar não parecer tão íntimos e próximos. Somos amigos que
trepam e não amantes apaixonados.
Arthur sussurra pra mim e confirmo com a cabeça que entendi.
- Distraia minha mãe com assuntos idiotas quando ela estiver tentando saber
coisas sobre nós.
- Certo!
Respiramos fundo juntos e lado a lado entramos na cozinha.
Acho que ter entrado assim só piorou a visão romantizada dela sobre nós,
porque ela une as mãos e suspira pra nós toda boba. Sem graça andamos até a
mesa e sentamos separados. Somos servidos com panquecas, café, suco,
frutas e torradas. Me lembro da minha avó e como ela amava montar a mesa
com muita comida. Ela foi minha ultima e única referência assim, de alguém
que ama e cuida. Sinto saudades dela e do meu avô!
- Está tudo bem, querida?
Sra. Fantini pergunta e percebo que meus olhos estão cheios de lágrimas.
- Está sim! Tudo parece delicioso, Sra. Fantini!
- Não precisa mais me chamar assim, pode me chamar de mãe.
Sinto meus olhos saltarem do rosto e olho para o Arthur que está pálido.
- Não acho que o Sr. Fantini ficaria confortável com isso.
Digo voltando meus olhos pra ela que senta ao meu lado.
- Não precisa chamá-lo assim na minha frente.
Pisca pra mim como se soubesse nosso segredo e quero sair correndo daqui.
- Mãe, está deixando Victória constrangida.
Arthur repreende a mãe que olha firme pra ele.
- Me deixe interagir com sua namorada! Anos esperando por esse momento,
não estrague tudo.
- Nós não...
- Ele e eu, não...
Tentamos explicar, nos olhamos e não tem como dizer que fodemos apenas,
sem machucar a mãe dele.
- Eu sei que vocês estão na fase sexual e não sentimental, não se preocupem.
Me lembro bem como é a coisa do fogo na pele e o desejo, de como tudo isso
nos leva até o coração.
- Mãe, nos prive das suas historias quentes com o papai ou vou passar mal
nesse café.
- Papai e mamãe também transam.
Sussurra pra ele e estou rindo da relação divertida dos dois.
- E muito!
- Mãe!
- Parei!
Pego o café e antes de beber sinto seu cheiro delicioso. Viro o liquido e fecho
meus olhos, sentindo meu corpo implorar por ele. Amo café!
- Vick, você passa sempre com ginecologista, pode ter filhos?
Cuspo meu café da boca e tento não me molhar. Pego rápido o guardanapo
pra evitar mais sujeira.
- Não acredito que a senhora perguntou isso.
- Eu quero netos! Preciso saber se vocês juntos podem me dar um pelo
menos.
Os dois estão discutindo e nesse momento sinto meu útero se encolher e ficar
em posição fetal, apavorado com a discussão sobre ele ser ou não capaz de
gerar o neto da Sra. Fantini.
- Já conversamos sobre isso! Sabe muito bem o que penso sobre
relacionamentos, casamento e filhos.
- Sei! Me disse tantas vezes que nunca teria um relacionamento sério, que
estava me conformando em morrer sem te ver feliz. Mas parece meu querido
que você não cumpre seus planos.
Ela não é nada sutil ao apontar com a cabeça pra mim.
- Quer me explicar vocês dois?
- Não!
- Quer me explicar o que Vanusa viu na empresa, as noites que sumiu de casa
e esteve aqui e hoje enquanto estava fazendo o café e vocês no banho juntos?
Enfio um grande pedaço de panqueca na boca e Arthur me olha pedindo
ajuda. O que ele quer que eu diga?
"Sra. Fantini, nós não temos uma relação amorosa, temos só uma depravada
em que nos saciamos sexualmente e preenchemos o vazio de amizades que
não temos. Ele me prometeu ser doador de esperma pra que eu tenha um filho
no futuro, mas a senhora não será a avó."
Resumo na cabeça o que diria e sabendo que é absurdo, resolvo enfiar mais
panqueca na boca e fingir que não entendi o pedido dele de socorro pra
intervir.
- Já que não podem explicar, me deixe em paz para sonhar com o casamento
de vocês e os meus netos. Que por sinal, fiquem sabendo que quero três.
Engulo com dificuldade o bolo de comida na boca e pego o suco pra ajudar a
fazer tudo descer. O silêncio surge e agradeço por isso, não aguentaria mais
nada sobre sonhos, planos de uma vida a dois.
- Sábado vou fazer um almoço em casa, quero vocês presentes e não aceito
desculpas.
- Vamos viajar esse fim de semana, não poderemos ir.
Arthur responde e quero tacar o pote com frutas da cabeça dele. Entendendo a
merda que disse, tenta se corrigir.
- Viagem de negócios, antes que ache que vamos fazer algo só nós dois.
- Pra onde?
Sra. Fantini pergunta e ele me olha pedindo ajuda.
- Berlim!
Solto perdida, tendo como referência a videoconferência que preciso
remarcar.
- Que maravilha! Vou com vocês pra Berlim!
RUMO A PRIMEIRA
VIAGEM
NARRAÇÃO VICTÓRIA
Meu Deus! Ela quer ir junto e tenho a sensação que iria até acampar com a
gente se soubesse a verdade. Sem saber o que responder, enfio mais panqueca
na boca, o suficiente pra passar o dia todo mastigando sem falar. Olho para o
Arthur, dizendo pelo olhar pra se virar que é a mãe dele.
"Sua mãe, sua responsabilidade de afastar da viagem!"
Ele me devolve o olhar no estilo.
"Por que disse Berlim?"
Estreito meus olhos pra responder a altura.
"Por que jogou pra mim a bomba?"
Ele revira os olhos e escutamos uma risada alta que nos faz olhar para a Sra.
Fantini.
- Vocês conseguem se comunicar pelo olhar. Isso é muito bom e mostra
muita intimidade.
- Nós não...
- A gente não...
Tentamos mentir que não estávamos fazendo isso, mas parece que ela ignora
qualquer explicação nossa, não nos deixando falar.

- Eu sei que a viagem é de casal, não mintam pra mim dizendo que é de
negócios. Acham mesmo que nasci ontem e posso ser enganada por essa cena
bizarra pra se livrarem de mim no fim de semana?
Nós dois abaixamos a cabeça como dois filhos que levaram sermão.
- Podem viajar, curtir vocês dois a vontade, mamãe aqui não se importa. Fico
feliz que estejam apreciando esse começo de namoro.
- Não é...
Sra. Fantini nem precisa abrir a boca, basta uma sobrancelha erguida para o
poderoso Rocha parar de falar.
- Mamãe viu, mamãe sabe, mamãe não vai ser enganada por vocês dois.
Estou rindo de como o dono da porra toda vira o meninão da mamãe
obediente.
- A mocinha vai me contar pra onde vão ou vou ter que usar meu poder de
mãe pra arrancar a informação?
Paro de rir na hora e sou encurralada por olhos fofos iguais aos do Arthur
gato de botas.
- Acampar!
Solto sem nem pensar em mentir ou negar que sairemos pra algo só nós dois.
Merda! Como mentir ou esconder algo dela?
- Que maravilha!
Arthur me olha com um sorriso debochado, satisfeito em saber que também
não sou imune a mãe dele.
- Levem blusa de frio, se agasalhem bem a noite.
- Mãe, não nos trate como crianças.
- Levem capa de chuva e não esqueçam de levar lona pra cobrir a barraca,
não queremos que seja alagada em caso de tempestade.
- Mãe, você as vezes esquece meus dez anos no exercito.
- E você esquece que sou mãe e vou sempre dar conselhos, mesmo não
ouvindo nenhum.
- Escuto todos os seus conselhos.
- Sério?
- Sim!
- Então escute esse!
Ela se curva, ele também e pra não perder a encarada vou junto.
- Para de tentar esconder da mamãe que está namorando a Vick, está na cara
que estão juntos.
- Conselho claramente entendido e ignorado com sucesso. Disse que escuto,
mas não que aceito.
- Você sempre foi cabeça dura.
- A senhora que me educou!
- Arthur Fantini, eu ainda posso te dar uma belas palmadas.
- Desculpa, mãe!
- Hum!
Ela bufa e isso foi incrível! Preciso aprender a lapidar o rocha assim pra mim.
Os dois voltam ao normal e faço o mesmo.
- Espero vocês para um almoço no domingo.
Ergue a mão já prevendo que haveria uma resposta e evitando.
- Não se atrasem, espero vocês ás 14h.
***************
Terminamos o café e a Sra. Fantini fica na sala nos esperando. Vamos para o
banheiro e escovamos os dentes juntos em silêncio, mas mantendo os olhos
fixos um no outro através do espelho.
- Desculpa pela minha mãe!
Diz com a boca cheia de pasta.
- Nossa mãe! Aparentemente ela é minha agora também.
Respondo também com a boca cheia de pasta. Ele sorri e finalizamos a
escovação. Arthur fica olhando a pia, enquanto segura sua escova.
- Precisamos de um suporte maior pra pasta e escova, o que tem aqui só cabe
a sua.
- Compra junto com a bucha.
- Vou trazer algumas coisas de barbear.
- Vou separar uma das gavetas do armário do banheiro pra você.
- Vou comprar um travesseiro mais duro e alto pra mim, o que tem aqui é
muito baixo e fofo.
- Uso ele para o meio das pernas.
- Me deu um travesseiro que usa no meio das pernas?
- Sim! Assim pode dormir com o cheirinho gostoso dela no seu nariz.
Nós dois rimos e saímos do banheiro. Pegamos nossas coisas e quando
entramos na sala, Sra. Fantini está ao telefone.
- Prefiro um almoço fora que um jantar hoje na minha casa, Helena! Pode ser
no mesmo restaurante?
Arthur me olha avisando que Helena está cercando para atacar de novo.
- Combinado, querida! Até mais tarde!
Desliga e sorri ao nos ver lado a lado a esperando.
- Posso contar pra Helena sobre a Vick? Quem sabe assim para de tentar uma
vez por todas de se aproximar de você.
- Pode!
Respondo antes do Arthur.
- Avisa que sou ciumenta, possessiva, criada por macacos e ataco pessoas que
me irritam.
Sra. Fantini ri e Arthur está tentando não fazer o mesmo.
- Gosto do seu humor!
- Seu filho não gosta dele.
- Arthur é um velho chato e organizado trancado em um corpo jovem bonito.
- Concordo!
- Que maravilha! Vai ser incrível ter duas mulheres na minha vida se unindo
pra torná-la ainda mais agradável. Quando terminarem de falar de mim, me
encontrem no elevador.
Fala todo bravinho e sai do apartamento com sua pasta.
- Como aguenta um filho assim?
Pergunto indo pra fora com a Sra. Fantini.
- Acho que sabe como, afinal está com ele.
- Acredito que o que me mantém ainda suportando o Arthur, não seja a
mesma coisa que mantém a senhora o suportando.
Nós duas rimos alto e o bicudo fica nos olhando do elevador, enquanto fecho
a porta. Nos unimos a ele e entramos no elevador, que fecha as portas e
começa a descer.
- Não vai jantar e nem dormir em casa, certo?
- Certo!
- Então estou livre pra sair com algumas amigas?
- Que amigas se acabou de dispensar a Helena?
Arthur fica olhando a mãe.
- Helena é uma conhecida, não amiga. Vanusa me chamou pra um jantar só
de meninas. Na verdade é uma despedida das mulheres que trabalhavam com
ela na sua empresa.
Caramba! Despedida das mulheres para a Vanusa na empresa e não fui
convidada?
- Certo! Fique longe da Luana e se divirta.
O filho protetor avisa e não seguro a gargalhada.
- Luana? Não me lembro se a conheço.
- Fique longe dela!
O elevador chega ao térreo e quando vou sair, Arthur segura meu braço
impedindo.
- Juízo, mamãe!
- Vocês também.
Responde nos mandando beijinhos e quando passa pelo porteiro parece
intima, mandando cuidar bem do pequeno James. Ainda avisa que a receita
de chá vai ajudar muito na gripe. Agora entendi como ela passou pelo
porteiro sem interfonar.
Arthur espera a mãe sair do prédio e aperta o andar do subsolo, que fica a
garagem. As portas do elevador se fecham e olho safada pra ele.
- Trepada rapidinha na garagem?
- Não! Meu pau ainda está ardendo.
- Então porque vamos descer?
- Pegar o meu carro.
- Entrou com o carro na minha garagem?
- É uma metáfora pornográfica?
- Não!
- Você tem uma vaga, não tem carro e eu sim.
As portas do elevador se abrem e saímos na garagem. Vamos até seu carro
que tem até o crachá do meu apartamento indicando ser carro da minha vaga.
- Você é muito folgado!
- Você é bem apertada!
Reviro os olhos com sua "metáfora" e entramos no carro. O caminho para a
empresa vamos falando sobre o lugar que vamos acampar. Tenho a sensação
que essa viagem está trazendo lembranças boas a ele da época do exercito.
- Quer me deixar na esquina pra não chegarmos juntos?
- Sério?
Ele pergunta rindo.
- Sim!
- Depois de passarmos por uma manhã maravilhosa com a minha mãe, acha
que a empresa saber que fodemos vai me abalar?
- Eles já sabem que fodemos, mas aparentemente não entendem nossa
relação, assim como sua mãe.
- Por que não podemos ser amigos que fodem?
- Por que precisamos ter um relacionamento pra transar, dividir um
apartamento e viajar juntos?
Completo e ele concorda.
- Não somos namorados, nem estamos apaixonados e não existe amor. Só
estamos aproveitando a putaria um do outro e o fato de ser agradável ficar
juntos.
- Exato!
Digo soltando meu cinto, e saindo do carro.
- Te incomoda que os outros falem sobre nós e nos de rótulos?
Pergunta se aproximando e andamos lado a lado até o elevador.
- Não!
Respondo apertando o botão.
- Te incomoda minha mãe ficar achando que vamos nos casar e dar netos a
ela?
- Não!
Entramos no elevador e ele o libera pra subir.
- Estamos bem com nossa amizade cheia de benefícios?
Pergunto e ganho um belo sorriso.
- Muito bem!
- Está lembrando da nossa maratona de sexo, né?
- Sim!
Responde, vem pra cima de mim me prendendo no canto do elevador. Sua
boca avança na minha e ganho um beijo gostoso. O elevador apita, abre as
portas e seus lábios afastam dos meus.
- Não esquece de remarcar o Steven!
- Pode deixar!
Saímos do elevador, nos beijamos rápido e vou para a porta enquanto ele vai
pra mesa dele.
- Arthur, consegue pegar pra mim no mercado um absorvente interno
tamanho super?
- Super? Deixei ela tão dilatada assim?
- Não, Sr. Rola de Broca! O tamanho é referente ao fluxo e os meus são
intensos.
- Vai ficar naqueles dias na nossa viagem?
- Espero que não, pelas minhas contas vem depois do fim de semana. Só que
como vamos viajar e não vou ter tempo de ir na farmácia, nem no mercado e
você sim.
- Só precisa disso? Quer remédio pra cólica?
- Não, tenho em casa.
- Na sua maleta de remédios que arrumei só tem dois comprimidos pra dor.
- Então pega mais.
- Certo! Se lembrar de mais alguma coisa me manda por mensagem. Só tenta
não mandar quando eu já tiver terminado de comprar as coisas.
- Sim senhor!
Abro a porta e olho pra ele.
- Vai querer seu café, Sr. Fantini!
- Não precisa, só vem com a agenda.
- Sim senhor!
*************
O almoço do Arthur chega e arrumo tudo na bandeja. Vou pra sua sala e com
cuidado abro a porta. Entro e o vejo descabelado e irritado olhando o
computador.
- Está tudo bem?
- Odeio planilhas, cálculos, essas coisas jogadas sem nexo algum.
- Percebi isso quando vi suas anotações outro dia.
Coloco sua bandeja na mesa e olho o computador.
- Você gosta mais de ler contratos.
- Porque são mais fáceis.
- Prefiro planilhas.
Puxo sua cadeira para o lado o encaixando pra comer. Coloco uma outra
cadeira ao lado da dele, ficando no computador.
- Se eu escrever tudo que a planilha está te dizendo, acha que fica mais fácil?
- Muito!
- Então vou tornar a planilha um texto explicativo, assim não terá que surtar.
- Você gosta de números!
- Muito!
- Bem a sua cara, essa coisa desorganizada e sem nexo algum. Por que
misturar números e letras? Por que x e y se misturam na equação e preciso
transformá-los em números se são letras?
Fala todo irritado e não consigo parar se rir.
- Você é o louco do alfabeto! Deve ter o maior tesão em saber que o alfabeto
segue uma ordem e ela nunca muda. Deve gozar ouvindo "regras
gramaticais".
- Consegue ver como é mais bonito as letras que os números? Existem regras
e isso não pode ser alterado.
- Chatoooooo!
Enquanto ele come, resumo a planilha que tanto o deixava irritado.
- Pronto!
- Você podia fazer isso com todas as planilhas que recebo.
- Vai aumentar meu salário?
- Sim!
- Farei com muito prazer, Sr. Fantini!
Roubo um beijo rápido dele e volto pra recepção.
************
Faz uma hora que estamos na estrada e estamos quase chegando no local.
Arthur parece que comprou o mercado todo, carro está cheio de coisas.
- Vira ali naquela placa!
- Jardim do Éden?
- Não era esse o nome! Pode ser que mudaram os donos.
Entramos em um caminho estreito até encontrar uma porteira.
- Desce e abre.
Manda e olho brava pra ele.
- Vai você!
- É mais lógico você abrir, passo e depois você fecha e vem para o carro.
- Está escuro lá fora, pode ter bicho. Você é o cara do exercito, corajoso e
sem medo de bicho.
- Me trouxe pra acampar e tem medo de escuro e bicho?
- Merda!
Saio do carro vou até a porteira e quando ele buzina pulo na porteira
assustada. O idiota está rindo dentro do carro. Desamarro a corda, abro a
porteira e ele passa com o carro, ainda rindo de mim. Fecho a porteira e
quando volto para o carro, soco o braço dele.
- Idiota!
Seguimos mais alguns minutos pelo caminho estreito, passamos pelo
restaurante e ao lado a cabana onde precisamos nos registrar pra ficar.
- Podem ter mudado de dono, mas tudo parece igual da ultima vez que vim.
Saímos do carro e vamos pra dentro da cabana. Nossos corpos paralisam e
nossas mãos se unem diante do que vemos.
- Bem vindos ao Jardim do Éden!
- Você nos trouxe para um acampamento de nudismo?
Arthur pergunta baixinho olhando todos na cabana pelados, incluindo o
senhorzinho fofo e pelancudo que nos recepciona.
- Agora entendi o nome do lugar.
- Quantos dias vão ficar com a gente?
O velhinho a nossa frente pergunta e estou lutando muito pra não descer
meus olhos para a região baixa dele.
- Dois dias!
Arthur responde e olho pra ele.
- Vamos ficar?
- Claro! Nunca frequentei um lugar desses e você disse que ninguém me
reconheceria se eu não usasse minhas roupas.
Ele está se divertindo com a situação bizarra.
- Dois dias pelados?
- Eu não achei que ficaríamos muito tempo com roupas mesmo.
Responde empolgado e se ele quer isso, bora viver como Adão e Eva.
PELADOS E PELADOS
NARRAÇÃO VICTÓRIA
O senhor gentil nos leva pra dentro da cabana e nos direciona pra pequena
recepção.
- Me chamo Theodoro, sou dono daqui!
Nos entrega alguns panfletos orientando sobre a convivência do local.
- Aqui na cabana temos uma pequena cozinha caso precisem, uma sala
comunitária com televisão e do lado de fora uma varanda com mesinhas, caso
queiram apenas sentar e apreciar a vista.
Pisca todo malandro para o Arthur, deixando claro que as paisagens
"mulheres". Reviro meus olhos pela malandragem burra masculina. Como se
fosse um código único deles e as mulheres não entendessem.
- Temos algumas atividades, estão descritas nos panfletos com horários e
tudo mais.
- Somos obrigados a participar?
Arthur pergunta olhando o papel na mão.
- Aqui nossas duas únicas obrigações são:
Ergue um dedo pra enumerar.
- Ficar peladão, não podemos usar nenhum tipo de roupa, somente calçados.
- O tempo todo?
Pergunto sem saber de verdade se ficar é uma boa escolha.
- Do momento que sair dessa cabana e armar sua barraca...
Ri da piada e Arthur vai no embalo. Homens!
- Até a hora que decidir ir embora.
Ergue o dedo de forma bem firme e nos olha.
- Respeitar o corpo de quem está aqui, não somos pedaços de carnes em
vitrines. Fiz essas piadinhas, porque são divertidas, mas o respeito é essencial
aqui. Nada de desejar corpo que não te pertence, a não ser que aquele corpo
queira te pertencer.
Fala olhando pra mim e Arthur ri ainda mais.
- No restaurante também ficamos pelados?
- Sim!
Responde minha pergunta com um enorme sorriso.
- Vão mesmo ficar?
- Sim!
Arthur continua empolgado e dou um sorriso quadrado indo no embalo.
***********
Saímos da cabana depois de ouvir mais orientações e vamos para o carro.
- Me dá vontade de te deixar descarregar tudo sozinho de raiva. Tinha que
trazer o mercado todo?
- Vai me agradecer por cada coisa que comprei.
Pego minha mochila e coloco nas costas. Pego o que consigo de sacolas e
Arthur fica me olhando.
- Não vou ficar vindo pegar de pouquinho em pouquinho!
- Você quem sabe!
Ele vai na frente todo poderoso caminhando com algumas coisas e vou me
arrastando atrás, sentindo que a qualquer momento meus braços vão cair do
corpo com tanto peso.
- Quer escolher um lugar pra nossa barraca?
- Qualquer um perto, não aguento mais andar com tudo isso.
- Tenho vontade de escolher o mais longe nesse momento.
- Lembre-se que estará nu e terei acesso ao seu pau pra fazer o que quiser
com ele. Coisas boas ou ruins!
- Vamos parar aqui!
- Muito inteligente!
Jogo tudo no chão e sento em uma pedra.
- Não vai me ajudar a pegar o resto?
- Peguei minha parte de uma vez só, se vira grandão.
***********
Arthur finalmente termina de pegar tudo e senta do meu lado.
- Será que somos obrigados a montar a barraca pelados?
Pergunta olhando em volta.
- Acho que não.
- Não queria ficar em posições estranhas pelados. Exibindo certas partes que
não devem ser exibidas.
Nós dois rimos e ele pega o panfleto do bolso.
- Não vamos fazer yoga! Não quero fazer a posição do cachorro olhando pra
baixo.
- Que posição é essa?
- Faremos quando voltar, terei prazer em te foder nela.
Diz sorrindo, me rouba um beijo e se levanta.
- Vou montar a barraca.
Levanto e me uno a ele.
- O que vai fazer?
- Te ajudar!
- Sério?
- Sim!
- Achei que seria do tipo que senta e espera tudo estar montado.
- Me rotulando?
Finjo estar decepcionada.
- Nem tento, você é o tipo de mercadoria que nunca se encontra em
mercados.
- Obrigada!
***********
Terminamos de montar a barraca muito pequena.
- Não vai caber nossas coisas.
Digo olhando dentro da barraca e as coisas fora dela.
- A vantagem de estar em um lugar de nudismo e que a mala com roupas
volta para o carro.
Diz todo cheio de graça e vamos até as sacolas.
- Se isso aqui for bom, podemos viajar sempre pra locais nesse estilo, assim
não perdemos tempo selecionando roupa para viagem e nem quantidade.
- Isso seria bom!
De fato muito bom não ter que pensar na roupa que devo levar, levando em
consideração o local.
- Trouxe algumas besteiras pra comer na barraca e algumas barrinhas pra
levar na caminhada. Tem água, repelente, protetor...
Separamos em sacolas o que fica aqui na barraca e o que volta para o carro.
- Acho que agora cabe tudo com a gente lá dentro.
Arthur fala e só falta encher o colchão inflável.
- Leva as coisas para o carro e encho o colchão.
Digo já me sentando dentro da barraca e pegando a bomba. Enquanto ele leva
tudo, me mato enchendo o colchão e ele não está nem meio cheio ainda.
- Deixa que eu termino!
Arthur troca de lugar comigo e parece ter mais prática com isso.
- Pensei em tomar um banho antes de sair por ai exibindo meu corpinho.
Quero causar boa impressão.
Ele ri do que digo e separo as coisas que vou precisar.
- Depois que voltar, vou para o banho. Vou aproveitar pra arrumar dentro da
barraca.
********
Entro no banheiro agradecida por poder pelo menos usar uma toalha. Pensei
que teria que balançar feito cachorro pra me secar. É claro que aproveitei para
cobrir um pouco o corpo no caminho da barraca até o banheiro comunitário
feminino. Assim que passo pela porta tenho vontade de voltar correndo pra
barraca e desistir do banho. Os chuveiros são abertos, não tem nenhuma
divisória, todo mundo se esfregando e se olhando.
Em dois chuveiros lado a lado tem duas mulheres conversando empolgadas,
devem ser amigas. Tem mais dois chuveiros livres entre as mulheres e um
ocupado por uma senhorinha que canta sorridente enquanto se lava. Escolho
se fico perto das amigas tagarelas ou da senhorinha cantora. Respiro fundo e
foco na senhorinha, desejando que fique na cantoria e não fale comigo. Deixo
minha toalha no banco e vou com minhas coisas para o chuveiro.
- Me chamo Rute e você?
- Victória!
- Vou te chamar de Vick!
Ela é tão sorridente e fofa, que não consigo ficar calada e seca.
- Posso perguntar o que a senhora faz no meio de tanta gente pelada?
Pergunto baixinho, sentindo que posso ter esse atrevimento.
- Meu marido e eu compramos esse lugar há alguns meses. Era um camping
de família, decidimos dar vida a ele.
- Decidiram dar vida?
Questiono tentando não parecer debochada, para não ofendê-la. Começo a me
lavar e fico aliviada por Rute estar sorrindo.
- Ficarmos pelados não é apenas uma libertação das roupas, mas de tudo que
nos prende lá fora. Aqui não temos rótulos, não sabemos quem é rico e quem
é pobre. Só temos a visão do que Deus criou, homens e mulheres e ainda sim
com a liberdade de amarmos livremente quem quisermos.
Eu poderia estar nesse momento presa no raciocínio do que disse, divagando
sobre essa lição, mas o som dela lavando o meio das pernas e a visão da
senhorinha atolando a mão na vagina pra lavar me distrai. Meu Deus! Foco
na minha lavagem simples, tentando não ser tão escandalosa como Rute.
Parece o som de um desentupidor sendo usado no ralo.
- Vão jantar?
Pergunta desligando o chuveiro.
- Acho que sim!
- Nos vemos no restaurante.
Observo a senhorinha minúscula e corpinho redondo indo embora sem levar
nada, toda molhadinha sem se secar.
************
Me seco toda, solto meu cabelo e saio do banheiro ainda tendo o som da
lavagem vaginal da Rute ecoando na minha cabeça. Enquanto caminho até a
barraca, vejo Arthur sem a gravata e a camisa social, apenas com a parte de
baixo. Estranhamente as mulheres em volta estão em suas cadeiras de praia
tomando cerveja. Todas as cadeiras viradas pra nossa barraca. Parece que o
pecado chegou ao Jardim do Éden.
- Como se sente sendo a maçã entre as Evas?
Pergunto a ele que cai na risada.
- Ganhei dois bilhetes com telefones.
Tira da calça e me mostra.
- Helen da barraca verde.
Lê pra mim e procuro a barraca. Assim que localizo a mulher, ela fica roxa e
corre pra dentro da barraca.
- Tem a Pamela da barraca preta, perto do banheiro.
Nem tenho tempo de ver a mulher que desaparece no meio do mato.
- Parece que elas acham que sou sua mulher.
- Estamos na mesma barraca, todos vão pensar isso.
- Vamos ter que andar com plaquinhas avisando que somos amigos que
fodem. Se quiser ir dormir em alguma outra barraca me avisa.
- E perder a chance de dormir na minha barraca nova?
Pega as coisas de tomar banho das minhas mãos e a toalha que estava na
cadeira.
- Me espera pra jantar, vou tomar um banho rápido.
- Rápido não, lava isso direito! Não quero ser conhecida como a mulher que
andava com o cara fedido.
- Já volto!
Me dá um beijo rápido nos lábios e me jogo dentro da barraca. Balanço as
pernas impaciente.
**********
Cerca de quinze minutos depois Arthur aparece na porta da barraca rindo.
- O que foi?
- Se não quiser ter um grupo de espectadores, quando for deitar na barraca
aberta, feche as pernas.
Olho para as minhas pernas arreganhadas e depois pra fora. Tem uns quatro
homens admirando a paisagem sentados em suas cadeiras.
- Parece que não e só você que tem admiradores.
- Está competindo comigo?
Pergunta com humor, me ajudando a sair da barraca.
- Sabe que sou mais gostosa que você.
Digo tentando não sorrir e Arthur guarda as coisas que usou.
- Prefiro seu corpo ao meu.
Ganho um tapa na bunda que me faz gemer de dor.
- Vamos jantar!
Pega minha mão e pelados andamos até o restaurante.
- Sabe o que estava pensando no banho?
Pergunta baixinho pra mim.
- O que?
- Como seria andar de pau duro no meio dessas pessoas. Eu só vejo pau mole
desde que cheguei aqui.
- Quer andar no meio de nudistas com o pau duro?
- É!
Chegamos na porta do restaurante e o garçom semi coberto nos leva até uma
mesa.
- Se eu tivesse um pau, também pensaria em andar com ele duro aqui.
- Então!
- Agora estou com inveja por você poder exibir seu pau duro e eu não.
- Você pode andar de mãos dadas com ele.
Começo a rir e todos em volta nos olham.
- Não acho que deixariam eu andar com seu pau assim.
- Podemos testar quando sairmos do restaurante.
O garçom nos traz o cardápio, pedimos um frango com arroz, salada e batata
frita.
- Como pretende sair daqui de pau duro?
Pergunto a ele que está sentado ao meu lado. Sorri safado, vem se
aproximando de mim e sua boca encosta de leve na minha.
Sua mão sobe para o meu cabelo, se enfia nele e seus lábios empurram os
meus dando passagem pra sua língua que se afunda dentro da minha boca.
Arthur não é nada delicado no beijo e sua intensidade parece até que estamos
sozinhos. Sua mão livre pega a minha e leva por baixo da mesa até seu
membro. Assim que o toco, no primeiro pulsar ele já começa a endurecer.
Sua boca solta a minha, seus olhos focam nos meus e ele sorri.
- Assim!
- Quer que eu te deixe excitado?
- Muito excitado! Quero um pau duro latejante pra exibir no fim do jantar.
TEMPERO POTENTE
NARRAÇÃO VICTÓRIA
Firmo melhor minha mão em torno de seu membro e vou com a boca para o
seu pescoço. Beijo, chupo e ainda não masturbo, apenas rodo meu dedão na
cabeça de seu membro. Seus suspiros me confirmam que está gostando do
toque. Sua mão em meu cabelo afunda mais, dando a ele comando da minha
cabeça. Arthur puxa meu cabelo, afastando minha boca de seu pescoço e
deixando-a livre pra sua boca desesperada. Nossas línguas se embolam e
nossos corpos vão se aproximando mais. Aperto forte seu membro conforme
o desejo cresce dentro de mim. Neste momento eu só queria sentar nele e ser
fodida aqui mesmo, sem me importar com as pessoas a nossa volta. Sua
ereção neste momento está como ele me pediu. Lateja na minha mão,
mostrando que também está excitado e querendo uma foda. Nos afastamos e
ficamos nos olhando ofegantes, decidindo se ficamos pra jantar ou se vamos
pra barraca transar. Nós dois sorrimos safados e sabemos qual a nossa
escolha. Quando solto seu membro e nos viramos pra chamar a conta, nos
assustamos ao ver Rute e Theodoro. Os dois estão com sorrisos enormes no
rosto e me pergunto há quanto tempo estão aqui na mesa nos observando.
Olho em volta e todos estão nos olhando como eles. Demos um aperitivo de
safadeza aos peladões do local.
- Ai, merda!
Digo ao ver um senhor excitado na mesa de trás. Espera! Se eu posso ver o
velho de pau duro, então os outros também podem ver o do Arthur embaixo
da mesa. Olho pra ele que não entende meu aperto excessivo em seu membro.
- Que foi?
Pergunta quase sem mover os lábios e baixinho.
- Dá pra ver o que fazemos embaixo da mesa.
Respondo usando a mesma tática dele, que olha em volta e depois pra mim.
Tenta não sorrir, mas não consegue.
- Quer lavar a mão para jantar, Vick?
Rute pergunta toda fofa e Theodoro faz cara de fã babão para o Arthur, o cara
que pegaram no pau no restaurante. Vai virar o fodão dos nudistas.
- Acho que não será necessário, Sra. Rute! Vou usar os talheres pra comer e
não as mãos.
Solto o membro do Arthur e nos arrumamos nas cadeiras.
- Trouxe as bebidas.
O senhor ainda sorridente nos serve.
- Já volto com a comida, tente manter as mãos desocupadas pra comer.
Rute pede rindo e se afasta. Olho para o marido dela que ainda fica aqui
esperando algo safado vindo da gente.
- Então...
Digo esperando que ele se afaste também.
- Tentem ser mais discretos! Se não vão deixar a gente participar, não faça na
nossa frente.
- Pode deixar!
Arthur diz e pisca todo macho foda para o Theodoro que pisca de volta. Sério
mesmo que eles acham que isso é sinal só de homens e que não entendemos?
- Vou deixar você e sua namorada em paz.
- Nós não somos namorados.
Aviso e o senhor faz cara de encantado.
- Casados e ainda tão apaixonados?
- Também não somos casados.
Seus olhos se arregalam e seu corpo se curva pra frente, nos encarando.
- Amantes?
- Também não!
Respondo e agora vem a cara perdida.
- Somos amigos que se curtem.
- É a coisa do amigo com vantagens. Amizade e sexo, sem sentimento e
rótulos.
Arthur explica e Theodoro parece tentar entender.
- Nada de sentimento?
- Nada!
Digo séria e Arthur confirma com a cabeça.
- Somos incompatíveis de todas as formas possíveis, só funcionamos na
cama. Aparentemente somos bons como amigos, se bem que não temos
outros amigos pra comparar e unimos as duas coisas que somos bons juntos.
- Pessoas incompatíveis não costumam ficar bem juntas, acabam se
repelindo. Tem certeza que são incompatíveis?
- Sim!
Afirmo olhando para o Arthur.
- Se ele não fosse tão bom na cama, teria dançado em suas bolas com meu
salto mais fino.
- Se ela não fosse tão quente e gostosa na cama, teria enfiado uma faca no
peito dela pra saber se tem coração.
Nós dois rimos e nos beijamos rapidamente.
- Nós nos odiamos, mas transamos bem.
Theodoro sorri como se tivesse entendido tudo.
- Continuem assim!
Pisca pra gente e vai embora.
- Finalmente alguém que nos entendeu.
Arthur fala e focamos em nossas bebidas.
- O jantar!
Rute surge com nossos pratos e coloca a nossa frente. Parece muito bom,
aquela comida com cara de vó.
- Bom apetite!
Fala toda amável e agradecemos. Assim que vai embora, começamos a
comer.
- Fizemos errado nosso pedido.
Digo cortando meu frango.
- Por que?
- Devia ter pego carne e eu frango, assim poderíamos provar dos dois.
- Amanhã no almoço fazemos isso. Já que comemos frango, amanhã pega
peixe e pego a carne.
- Certo! Comprou chocolate?
- Sim!
- Então comemos sobremesa na barraca, um no corpo do outro.
- Certo! Comprei lenço umedecido pra te limpar depois que gozar em você,
assim não vamos ter que na madrugada ir lavar no banheiro comunitário.
- Podemos usar pra limpar o chocolate depois.
- Se lembre de não gemer alto demais.
- Me avisa se estiver alto.
- Toda vez que bater na sua bunda, diminui o volume.
- Certo!
Minha boca começa a formigar e um calor nada normal no corpo todo. Faço
um coque no cabelo pra ver se melhora, mas não adianta nada. Parece que
estou sentada em cima de uma fogueira.
- Está sentindo esse calor?
Pergunto e quando olho para o Arthur sua testa tem gotas de suor e sua
respiração está ofegante.
- Olha pra ele!
Sussurra e quando olho pra baixo, vejo seu membro extremamente duro. Está
tão duro que a pele em volta está toda esticada e a cabeça estufada pra cima.
Acho que é o máximo que ele pode ficar de excitação.
- Você pediu isso.
- Eu sei, mas era pra me deixar assim e não ficar do nada, sem nenhum
motivo.
Meu sexo começa a ter espasmos involuntários que nunca teve antes. É como
se tivesse um tico nervoso.
- Estou excitada!
- Com o meu pau duro?
- Não! Do nada como você! Está tudo formigando, ela está tendo espasmos e
... e...
Passo minha língua nos lábios que estão extremamente secos.
- Quero trepar agora!
- Vamos embora!
Arthur diz erguendo a mão e chamando Theodoro, que logo se aproxima.
- A conta!
- Não terminaram todo o jantar, tem algo errado.
- Não! Só queremos a conta!
- Rute não gosta quando não comem tudo que ela faz.
Ao ouvir isso eu só consigo me lembrar daquela mãozinha fofa socada na
vagina dela em uma lavagem bem profunda.
- Só um minuto!
Ele some e começo a ficar inquieta, não consigo ficar sentada.
- Quero trepar agora!
- Também quero!
Arthur está como eu, meio sentado, meio em pé, meio saindo, meio ficando e
nossa respiração fica cada vez mais desacelerada.
- Quero te jogar nessa mesa e que se dane todo mundo, me enterrar em você
até gozar.
- Faz!
Peço em desespero e Rute aparece.
- Não gostaram da comida?
Pergunta toda triste.
- Está incrível, é que nós estamos... Como explicar?
Seus olhos se arregalam e cobre a boca.
- Acho que usei meu tempero demais.
Fala baixinho, mas o suficiente pra gente ouvir.
- Codorninha!
Theodoro diz bravo e ela sorri sem graça, culpada.
- Pardalzinho, eu achei que só um pouquinho iria dar mais coisa neles.
- Eles já estão com coisa demais, acha que precisa do tempero? Agora você
sabe o que vai acontecer.
- O que vai acontecer? Que tempero foi esse?
Pergunto me levantando e apertando as pernas.
- Não precisam pagar nada, jantar por nossa conta.
Quando vou questionar novamente, Arthur segura minha mão com força.
- Eu preciso mesmo sair com você e...
- Amanhã conversamos!
Digo ao casal de passarinhos e Arthur me arrasta pra fora do restaurante.
- Muito longe!
Solta em desespero e me arrasta para o mato, longe da claridade, mas perto o
suficiente pra saciar nosso desespero imediatamente. Me pega no colo,
abraço sua cintura com as pernas e já me perco em seus lábios. Parece que a
fome só aumenta, mesmo estando com a boca nele, quero mais. Ele me
encosta na arvore e sem demora se enfia dentro de mim. Gememos juntos,
tudo queima ainda mais e o desespero triplica. Arthur começa a investir forte,
rápido e tudo queima. Ganho vários tapas na bunda porque estou gemendo
alto, mas que se dane, preciso gozar. Mesmo com a boca dele grudada na
minha, nossos gemidos são altos, como um pedido enlouquecido pra
gozarmos. Me agarro em seu cabelo e sinto minhas costas ralando na arvore,
mas que se dane, quero mais forte.
- Mais! Fode forte, Arthur!
QUERO GOZAR
NARRAÇÃO VICTÓRIA
Quanto mais Arthur investe, mais meu corpo bate contra a arvore, mais
desesperada fico pra gozar e nada explode dentro de mim. É como se meu
orgasmo quisesse sair, mas estivesse preso.
- Quero gozar!
Sussurro em uma agonia que me consome e ele para todo dentro de mim,
focando a atenção em meu rosto.
- O que está acontecendo?
- Não sei! Está aqui, eu sei que o orgasmo está aqui na beiradinha, mas não
sai.
- Vamos pra barraca!
Sai de dentro de mim, me coloca no chão e sem pensar muito seguro seu
pinto e o arrasto pra barraca, ignorando tudo e todos. O estranho é que parece
que seguro um pedaço de carvão que acabou de apagar. Seu membro está
quente demais e lateja desejando também alcançar seu prazer. Entramos na
barraca, fecho ela toda e empurro Arthur no colchão inflável. Vou pra cima
dele e sento, não dando tempo de nos acostumar a nada, sem arrumar as
pernas, querendo gozar e nada mais importa. Cavalgo forte, batendo minha
bunda sobre seu corpo e minhas mãos se apóiam em seu peito.
- Você sente tesão?
Pergunto encarando seus olhos e sua cabeça confirma que sim.
Nossas respirações estão tão aceleradas que substituem os gemidos.
- Sente desespero pra gozar?
Também confirma com a cabeça.
- Só que parece que meu orgasmo está preso na cabeça do meu pau. Como se
essa merda estivesse entupida e nada fosse sair.
- Que merda tinha naquela comida?
- Não sei!
Responde, agarra minha cintura e nos muda de posição, ficando por cima de
mim. Minhas pernas agarram seu corpo e o puxo pra deitar sobre mim.
Quando seu peito encosta em mim, percebo que seu coração bate acelerado
junto com o meu.
- Vamos tentar devagar pra ver se gozamos.
Agora é minha vez de confirmar que sim com a cabeça. Lento, mas muito
lento mesmo ele começa a deslizar dentro de mim. O que antes queimava
parece aliviar. Ficamos nos olhando absorvendo um do outro as sensações,
analisando nossas reações. Sua cabeça se aproxima da minha até seus lábios
tocarem os meus. Delicadamente roça a boca na minha, até encontrar o
encaixe perfeito delas. Subo minhas mãos para o seu rosto, segurando ele
suavemente enquanto afunda minha língua em sua boca. No mesmo ritmo
calmo e suave que investe em mim, nos beijamos. Seus braços apoiados em
torno do meu corpo se fecham mais, nos deixando completamente colados,
unidos em todas as partes dos nossos corpos. O desespero, o fogo, as
sensações ficam mais brandas e prazerosas.
Nós nunca transamos com essa calmaria que pra mim é estranha, porém me
mostra que é prazeroso também. Seus lábios saem dos meus e trilham beijos
e pequenos chupões em meu pescoço. Em cada canto que sua boca passa,
deixa uma sensação de alívio na minha pele quente.
- Vamos ficar de lado!
Avisa saindo de cima de mim, fazendo meu corpo voltar a entrar em
desespero.
- Arthur, está tudo voltando.
- Eu sei! Calma!
Fica do meu lado, me vira e atrás de mim volta a encaixar seu membro em
meu sexo, me fazendo suspirar. Seu braço passa por baixo da minha cabeça,
me acolhendo com carinho. Seu outro braço também está em torno do meu
corpo e sou abraçada. Voltamos a ficar colados, tão unidos que a boca dele
está enterrada em meu pescoço.
- Vamos ter que fazer devagar até gozar, percebeu que quanto mais
aceleramos mais ficamos desesperados?
- Sim!
- Acho que o tempero tem algum efeito nesse sentido. Eleva o desejo e deixa
o desespero pra gozar nos consumir ao ponto de querer saciar logo e rápido.
Fala em meu ouvido, voltando a se mover dentro de mim bem devagar.
- Vamos ficar assim quietinhos até tudo acalmar, então!
Digo abraçando seus braços e movendo no mesmo ritmo que o dele. Não é
ruim, é muito agradável a sensação. É algo diferente pra mim, mas não no
sentido ruim.
- Normalmente eu odeio ficar agarrado assim com a pessoa.
Confessa e começo a rir.
- Somos iguais quanto a isso, Arthur.
- Não! Você gosta de deitar no peito pra dormir, coisa que eu odeio fazer.
Não suporto ter alguém colado em mim pra dormir ou pra transar. Sexo pra
mim tem carícia, tem toque, mas nada de encaixes excessivos.
- Como esse?
Pergunto e rebolo pra provocá-lo.
- Sim!
- Então esse tempero está te dando algo que odeia.
- Esse é o ponto que estou nesse momento refletindo, enquanto te como na
velocidade de uma tartaruga.
Nós dois rimos e quando ele para, suspira pesado.
- Não que seja gostoso, mas é suportável no sentido bom te abraçar assim.
- Ainda não aprendeu, né?
Pergunto com todo meu deboche e ironia.
- O que?
- Eu sou deliciosa em tudo! Até pra abraçar e fazer sexo de tartaruga.
Ganho uma mordida na orelha e um beijo em seguida.
- Vamos ir um pouco mais rápido, Srta. Deliciosa em tudo.
Aceleramos os movimentos da cintura pra baixo, mantendo a parte de cima
paradinha. Minha bunda se choca mais e mais contra o corpo dele e nossos
gemidos se misturam. São baixos, mas bem excitantes.
- Sente que vai gozar?
Pergunta e suas mãos seguram meus seios.
- Sim!
Respondo fechando meus olhos, pronta pra explodir em meu orgasmo.
- Goza comigo!
Pede em meu ouvido e finalmente a explosão de prazer acontece. Gozar presa
em seus braços é diferente e quando Arthur se enterra dentro de mim
pulsando forte, fica ainda mais gostoso. Nossos corpos se acalmam, mas não
nos soltamos. Meus olhos começam a pesar e não ter dormido nada a noite
passada pra transar, faz o sono agora vir forte.
- Preciso dormir!
Sussurro avisando que vou capotar.
- Eu também!
Responde tão cansado quanto eu.
- Quando quiser me soltar pra dormir soltinho, fique a vontade.
- Não consigo me mexer, só quero dormir.
- Boa noite, Rocha!
- Boa noite, Erosão!
**************
Um ar quente no meu pescoço começa a me incomodar, assim como a
claridade em meus olhos. Algo cutuca minha bunda e quando sinto que estou
presa, lembro do Arthur me abraçando ontem a noite. Abro meus olhos e
estamos na mesma posição que dormimos, com a diferença que o colchão não
é mais o mesmo. O filho da mãe murchou e afundamos no meio dele.
- Arthur, precisa me soltar!
Digo tentando me espreguiçar sem conseguir. Seus braços me soltam e nós
dois espreguiçamos juntos.
- Merda de colchão!
Resmunga e sei que deve estar com dor nas costas, porque também estou.
- Próxima viagem ficaremos em hotel onde possa usar roupas e sem velhos
com temperos.
Avisa divertido e apenas concordo. Ficamos deitados em silêncio por mais
alguns minutos, esperando o corpo criar coragem pra levantar.
- Atenção meus amores, sairemos para a trilha em quarenta minutos!
A voz fofa da Rute codorninha, que envenena as pessoas com seu tempero
surge do lado de fora da barraca.
- Adão e Eva, acordem que depois de comer o fruto proibido precisam se
purificar na natureza.
Fala mais alto perto da nossa barraca e parece que foi pra gente. Viro e vejo
Arthur sorrindo.
- Qual a graça? Ela nos envenenou com aquele tempero.
- É que eu tento ficar puto com ela, mas vem a imagem daquela senhorinha
baixinha gordinha peladinha na cabeça e não tem como. Desculpa!
- Eu sei! Também não consigo ficar brava com ela.
- Que bom que vocês não me odeiam!
Ela fala do lado de fora da barraca.
- Vem tomar café pra gente ir na trilha.
Sentamos no meio do colchão quase vazio.
- Não tenho mais idade para essas coisas, quero conforto e roupas.
Resmungo dolorida e bufando.
- Aprendemos a lição! Somos velhos e precisamos trepar em lugares
confortáveis. Perdemos nossa habilidade de não sentir dor.
Arthur diz, me dá um beijo na cabeça e começamos a sair da barraca.
- Banho e nos encontramos aqui em dez minutos. Vamos comer o que tem
aqui dentro e ir para a trilha.
- Certo!
Confirmo pegando minhas coisas.
- Espera!
Arthur pega um copinho de plástico que trouxe e rouba sabonete liquido de
mim.
- O poderoso Arthur Fantini indo tomar banho com um copinho de plástico
cheio de sabonete liquido é a coisa mais pobre que já vi.
- Olha em volta! Nada aqui é a cara do poderoso Arthur Fantini.
- Verdade!
- Mas quer saber algo importante?
- Diga!
Paramos um de frente para o outro no lado de fora da barraca.
- Eu precisava disso tudo! Precisava do caos na minha vida pra voltar a me
sentir vivo. Precisava da erosão pra entender que não sou intocável,
inabalável. Ser o poderoso Arthur Fantini é um peso que carregava sem
vontade, agora é divertido ser ele ao seu lado.
Ganho um beijo rápido nos lábios e um enorme sorriso em seguida.
- Nem sempre o caos serve pra foder nossas vidas.
- Mas o caos é pra ser bem fodido, não se esqueça disso.
Faz toda aquela cara safada que gosto muito e vamos para os banheiros.
***********
Vou para a ducha, ignorando os olhares em volta, acredito que tenham visto
muitas coisas minha e do Arthur ontem. Arrumo minhas coisas, ligo o
chuveiro e me enfio embaixo dele. Relaxo o corpo e apenas curto meu banho.
Lavo minha cabeça, depois passo condicionador e foco no corpo. Com a mão
começo a lavar entre minhas pernas e quando termino percebo que a mulher
ao lado me olha horrorizada. Então percebo que estava lavando minha vagina
igualzinha a Rute e isso me assusta. Me enxáguo rápido, me seco mais rápido
ainda e saio do banheiro a passos acelerados.
- Victória!
Arthur me chama vindo atrás de mim.
- Aconteceu alguma coisa?
- Eu sou a codorninha!
Falo sem parar de andar, indo até a barraca.
- O que?
- Me lavo igual a Rute!
- Estou perdido aqui!
Paro de andar e olho pra ele.
- Me lavo igual a Rute, fazendo barulhos constrangedores igual um
desentupidor.
Ele começa a rir alto e bato em seu braço.
- Para de rir!
- Só por causa disso parece aquela senhorinha fofa? Victória, você está bem
longe de parecer aquele doce e safada mulher. Vai ser uma velha chata e
resmungona.
- Como se você tivesse um futuro diferente! Vai ser aqueles velhos que usa
pijama passadinho, meias com bermuda e vai passar o dia todo resmungando
de como as pessoas são desorganizadas.
- Te encontro no asilo!
Pisca pra mim e dou mais um tapa nele.
- Não me irrita! Quando estou perto do meu período, tenho tendências
homicidas.
- Pode vir, minha psicopata favorita!
Me rouba um beijo e vai pra barraca. Reviro meus olhos e percebo que com
fome e TPM sou pior que o capeta.
***********
Como minha bolacha sem falar nada, enquanto Arthur se exibe do lado de
fora para as safadas que fingem se alongar para fazer a trilha. Estranhamente
todas se curvam e tocam os pés, com o rabo virado pra ele.
- Quer se alongar como elas?
Ele pergunta e acredito que meu olhar fatal já tenha respondido. O filho da
mãe ainda sorri debochado pra mim.
- Qual a possibilidade de no meio da trilha a gente se perder pra transar?
Pergunta e minha sobrancelha erguida também já é uma resposta.
- Um boquete?
Mudo a sobrancelha erguida e ele ri de mim.
- E seu eu te chupar gostoso?
Abro um enorme sorriso e ele gargalha.
- Vou pensar no seu caso!
Estica a mão pra mim e sorri de um jeito diferente.
- Vem!
Seguro sua mão e saio da barraca. Arthur me coloca na frente dele e me
abraça, enquanto Rute e Theodoro começam a reunir todos para a trilha.
- Façam uma fila, não tenham pressa, não se espalhem e não sejam safados
querendo escapar pra fazer besteirinha.
Theodoro fala e foca a ultima parte pra gente, nos encarando. Arthur beija
minha cabeça e imagino o filho da mãe sorrindo.
- Peguem água e coloquem os tênis. Não esqueçam de passar protetor e
repelente.
Rute avisa e sorri pra mim.
- Não queremos ser comida por bichos do mato, só pelos nossos homens.
Mordo meus lábios para não rir.
- Cinco minutos para estarem prontos!
Sinto a boca do Arthur no meu ouvido.
- Quer se perder no mato comigo?
Pergunta safado e sinto seu membro me cutucar.
- É seguro?
- Dez anos no exército me deu alguma experiência, Victória! Vai ficar segura
comigo.
- Não vai deixar os bichos me comerem?
- Não! Só eu vou te comer!
******
OITO HORAS DEPOIS
Meu corpo está congelando, faz muito tempo que está chovendo e não
aguento mais andar sem rumo.
- Arthur, não consigo mais andar!
Digo cansada, com fome e cólica. Quero chorar, bater nele e ao mesmo
tempo abraçá-lo com medo.
- Vem aqui!
Ele me puxa para um abraço e me aperta forte como se fosse resolver nossos
problemas. O Sr. Dez anos de exercito nos enfiou no meio do mato pra
transar e agora estamos perdidos.
- Desculpa te enfiar nessa merda!
- Cadê sua experiência no meio do mato? Faz uma cabana com folhas, uma
fogueira com dois gravetos e um buraco na terra pra encontrar água.
- Adoraria fazer tudo isso, mas perderíamos tempo demais. Vou tirar a gente
daqui!
Se afasta segura meu rosto em suas mãos e me olha muito culpado.
- Aguenta mais um pouco?
- Sim!
- Preciso dizer que estou admirado por não estar furiosa comigo, me culpando
muito e proferindo mil ofensas.
Meus olhos se enchem de lágrimas e faço um enorme bico de choro.
- Estou sensível por causa da TPM! Só quero minha cama quente.
Me beija suavemente, respira fundo ao se afastar e segura minha mão.
- Vamos andar mais um pouco.
********
Começo a ouvir vozes e reconheço a parte que estamos.
- Conseguimos!
Arthur diz aliviado e quando entramos na trilha aberta que dá acesso ao
Jardim do Éden, aceleramos os passos. Paramos de andar quando chegamos e
encaramos uma multidão de gente, entre elas policiais, bombeiros e acredito
que gente da imprensa.
- Filho!
- Ai merda!
Arthur diz me puxando pra trás dele, cobrindo minha nudez e suas mãos
cobrem seu membro.
- Mãe!
ELA NÃO É ASSIM!

NARRAÇÃO ARTHUR
Tento cobrir como posso o corpo de Victória atrás do meu, longe de todos os
olhos que nos encaram. Tem policiais, jornalistas, bombeiros, tudo misturado
ao pessoal que já estava acampando aqui com a gente, mas uma pessoa não
deveria estar aqui.
- Mãe!
Sinto Victória segurar meu braço e tentar dizer alguma coisa. Apenas olho
por cima do meu ombro vendo seus olhos pequenos e seu corpo claramente
exausto.
- Preciso sentar!
Sussurra mais uma vez e me viro pra ela.
- Você não está bem!
- Filho, que susto me deram!
Minha mãe se aproxima e junto vem um monte de gente. Observo Victória
fechando cada vez mais os olhos, até desmaiar quase caindo no chão.
- Merda!
Seguro-a como posso, pegando-a no colo.
- Theodoro, preciso da cabana desocupada!
Digo ao dono que está vestido como um senhor de verdade. Ao seu lado sua
esposa nos acompanha até a cabana.
- Mãe, preciso que mande os jornalistas embora.
- O que a Vick tem?
- Pegamos muita chuva, caminhamos demais e estamos sem comer.
- Arthur, ela está sangrando!
Minha mãe avisa e meus braços começam a ficar sujos de sangue.
- Ela disse que estava com cólica, deve ter vindo a regra dela.
- Precisam de um banho quente.
Rute diz abrindo a porta da cabana e me guiando até um quarto. Dentro dele
tem um banheiro e imagino que seja o quarto deles.
- Entre com ela no chuveiro que vou buscar as coisas de vocês.
Theodoro avisa e some do quarto. Minha mãe fica do lado de fora pra
expulsar os fofoqueiros e Rute liga o chuveiro.
- Não sabíamos mais onde procurar vocês, precisávamos da polícia.
- Agiram certo!
Entro no chuveiro, me sento no chão com Victória em meu colo e deixo a
água quente nos lavar.
- Não sabia que junto viria esse povo dos jornais.
- Me desculpa por isso!
Digo sem olhá-la, focado em Victória desacordada. Arrumo seu cabelo,
molho seu pescoço e rosto, tentando esquentá-la como consigo.
- Vou conversar com a polícia, dizer que estamos bem, mas acho que vão
querer falar com vocês.
- Depois que Victória estiver bem converso com eles.
- Vou fazer uma sopa!
Olho pela primeira vez para a senhorinha que sorri.
- Com temperos normais.
Suspiro aliviado e vejo a senhora gentil sair do banheiro.
- Preciso que me lave, não consigo ficar de olhos abertos.
A voz baixa da Victória me faz voltar os olhos pra ela.
- Está com dor?
Pergunto encarando seus olhos azuis.
- Cólica e calafrio.
- Seu ciclo menstrual começou agora.
- Me diz que não desceu pra mim enquanto estávamos lá fora.
Faz uma pequena careta que me faz sorrir.
- Todo mundo achou que tinha se machucado.
- Diremos que um pau furou minha virilha. Certo?
Ela mesmo não estando bem consegue ser engraçada.
- Sabe que vamos aparecer nos jornais como os pelados perdidos, né?
- Arthur Fantini se perde em floresta, completamente nu com sua secretária.
Uma bela matéria para os fofoqueiros que sempre quiseram algo podre de
mim.
- Vão querer saber mais sobre seu gosto peculiar para o nudismo.
Sorri e me sinto extremamente culpado por tudo isso. Talvez não me sentiria
assim se ela estivesse falando merdas pra mim ou me dizendo coisas pesadas.
Não devia estar sendo incrível depois do que fiz ela passar. Victória senta
entre minhas pernas, apóia as costas em meu peito e deita a cabeça em meu
ombro. A água quente vem de frente pra nós dois, ficando mais sobre sua
barriga e seios.
- Isso alivia a cólica.
Murmura e fecha os olhos.
- Assim que sairmos daqui pego o remédio.
- Podemos só ficar aqui no quentinho, por favor!?
Se encolhe toda e abraço seu corpo.
- Me desculpa por ter tido a idéia de merda de sair da trilha.
- Relaxa, Arthur! Só acho que dez anos no exército não te ajudou em nada.
Só aprendeu a estender a cama e ser organizado. Seu senso de direção é uma
bosta!
Minha mãe aparece no banheiro e quando nos vê sentados no chão abre um
enorme sorriso.
- Nudismo! Trinta e três anos que sou sua mãe e não sabia do seu gosto em
andar pelado.
Victória começa a rir e abro um sorriso sem graça.
- Tenho andado com uma péssima companhia!
- O que?
Minha mãe ri de nós dois e nos entrega os produtos de higiene.
- Tomem um banho e se sequem que vou separar a roupa de vocês. Os
jornalistas foram embora, a polícia me ajudou com isso. Depois querem
conversar com os dois sobre esse desaparecimento.
- Mãe, como estão noticiando o nosso sumiço?
Pela cara de diversão dela, as matérias devem estar maravilhosas.
- Quando formos embora faço questão de ler para vocês.
- Como descobriu sobre a gente? Televisão?
- Não! A polícia foi me buscar em casa depois de duas horas que sumiram.
Tomem o banho logo, vamos pra casa.
Minha mãe sai do banheiro e começo a lavar o cabelo da Victória, ainda
sentados no chão. Ela lava o corpo e tudo acontece em total silêncio.
********
Terminamos o banho, nos secamos e ela pede pra pegar a calcinha dela.
Assim que pego, pede privacidade no banheiro pra colocar o absorvente. Vou
para o quarto e começo a me trocar. Não demora muito e Victória vem só de
calcinha e toalha na cabeça. Termino de me arrumar e vou no banheiro atrás
de um secador. Lembro que quando era pequeno, minha mãe tinha muita
cólica e chegava a ficar dois dias na cama com muita dor. Ajudava ela a secar
o cabelo, porque dizia que cabelo molhado não fazia bem nesses períodos.
Encontro o secador em uma gaveta do armário da pia e volto para o quarto.
Victória está sentada na cama colocando a meia. Tem uma tomada ao lado
dela, decido usar para o secador. Conecto na tomada, ligo e com cuidado tiro
a toalha de sua cabeça. Começo a secar seu cabelo, principalmente perto do
ouvido, com medo que ela tenha dor depois de um dia todo de chuva. Os
olhos dela se fecham enquanto passo meus dedos em seus longos fios de
cabelo. Seu cabelo é castanho escuro, mas tem leves toques dourados que
brilham conforme os fios se movem. Suas mãos seguram minha calça e
quando sinto que está tudo seco, desligo o secador.
- Pronto! Parece que você levou um choque.
Digo rindo e Victória tenta arrumar o cabelo.
- Obrigada!
Fala toda emotiva e com lágrimas nos olhos.
- O que foi?
- É que não costumam secar meu cabelo, cuidar de mim assim. Estou
sensível, tudo dói, até meus seios.
Reclama apalpando os peitos.
- Não consigo segurar a vontade de chorar.
Abraça minha cintura e essa versão chorona dela é nova pra mim. Isso é a tal
da TPM? Ela deixa de ser a erosão e vira uma brisa suave? Não sei como
lidar com isso!
- Rute fez sopa pra gente e precisamos falar com a polícia.
- Tá bom!
Limpa o nariz na minha roupa e funga forte.
- Estou pronta!
*********
Terminamos a sopa e a conversa com a polícia. Expliquei que fui prepotente
em achar que o fato de ter pertencido ao exército me faria andar pela mata
sem me perder. Quando me perguntaram porque saímos da trilha, Victória
quem respondeu dizendo que foi idéia dela querer ver além do que
mostravam. Deixo as mulheres na cabana e saio para recolher as coisas e
guardar no carro. Theodoro me acompanha, ajudando a desmontar a barraca.
Fica me olhando como se quisesse me dizer alguma coisa, mas espera que eu
puxe algum assunto.
- Desculpa pelo caos que causamos hoje aqui.
- Estávamos precisando de um agito.
Responde sorrindo vem se aproximando.
- Vocês parecem muito íntimos.
Comenta e fica me olhando.
- Possuem uma conexão, uma sintonia incrível.
- Somos muito amigos! Somos diferentes, mas estranhamente parecidos. Não
sei como explicar.
- Sabe quem é meu melhor amigo?
Pergunta e movo a cabeça que não.
- Minha mulher! Acredito que seja essa a razão de ainda ser louco pela minha
codorninha. Juntos somos dois loucos, duas pessoas que se divertem e se
amam.
- Fico feliz por você, mas comigo e a Victória não é a mesma coisa. Nós não
queremos amor, não queremos estar com alguém a vida toda. Amar não é o
que desejamos.
- Arthur, amar não é algo que você escolhe. Você não pega o amor, enfia no
seu peito e vive ele o quanto quiser e como quiser. Não pode simplesmente
dizer: não quero mais amar e do nada tudo desaparece.
Me entrega as varetas que recolheu da barraca.
- O amor nos escolhe e ainda decide quem vamos amar. Ele entra e sai do
nosso coração quantas vezes quiser, apenas decide quando, por quem e até
quando. Você só vai ser o filho da puta que sofre por amor ou o filho da puta
que encontra o amor da sua vida.
- Theodoro, deixar o amor morar em mim não é uma possibilidade que aceito.
Não quero me ligar a alguém que um dia eu possa ferir sendo um merda. A
escolha de não amar não é pra me proteger, é para proteger quem for atingido
por essa merda de sentimento junto comigo. Não quero e não vou permitir ser
um merda com alguém como o meu pai foi com a minha mãe, mesmo
dizendo que a amava, que era a mulher da vida dele.
- Você não é o seu pai!
Sussurra me encarando e respira fundo.
- O amor invade a pessoa, escolhe quem você vai amar e por quanto tempo.
Como vai usar esse amor é escolha sua! Seu pai escolheu da forma errada,
você escolhe a sua forma de amar.
Não diz mais nada e se vira pra ir embora. Antes de sumir grita uma última
frase.
- Feliz é aquele que encontra o amor na sua melhor amiga!
*************
Victória se despede da Rute e do Theodoro, minha mãe também. Abraço os
dois e Rute me entrega um pacotinho.
- Uma pitada pequena.
Sussurra e pisca pra mim.
- Obrigado!
Agradeço por ser educado, mas não pretendo usar isso aqui nunca. Ajudo
Victória a entrar no carro e quando vou abrir a porta pra minha mãe entrar,
ela estende a mão.
- Eu dirijo!
- Não precisa, eu...
Paro de falar ao ver o olhar: "me dê as chaves logo". Não vai adiantar falar
nada, muito menos insistir mesmo. Entrego a chave pra ela que me enfia no
carro ao lado da Victória.
- Cuida dela!
Fecha minha porta e vai para o lado do motorista. Que Deus nos proteja!
Minha mãe é péssima dirigindo.
- Acha que se perder seria nossa aventura? Se prepara para uma aventura de
verdade.
Digo a Victória que ri e ganho um olhar fulminante da minha mãe.
- Coloca cinto!
Avisa e todos colocamos os cintos. Na primeira tentativa de sair o carro dá
um tranco e morre.
- Mãe, tem certeza que...
Ergue a mão me interrompendo.
- Fique quieto! Vai ler as fofocas sobre vocês dois e me deixa em paz aqui.
Pego o celular do bolso e Victória encosta a cabeça no meu ombro para ler
junto. Ela está embolada em uma coberta.
- Sabe o que é irônico?
Minha mãe diz e nos olha pelo espelho retrovisor.
- Mandei trazer blusa de frio e capa de chuva, em uma viagem para um lugar
de nudismo.
Ela ri alto da gente e bate no volante.
- Dá próxima vez me diz aonde vão pra eu poder dar dicas decentes.
- Pode deixar! Vamos te contar tudo a partir de agora.
Victória responde e olho pra ela.
- É mentira!
Avisa baixinho e mesmo toda acabada, consegue se manter linda. Volto
minha atenção para o celular, leio as matérias e como eu imaginava todos
focaram em minha nova namorada e o fato de estarmos em um local de
nudismo.
- Estão querendo saber como nos conhecemos e quem eu sou.
Ela aponta para a matéria rindo.
- Ainda não descobriram nosso segredo, Sr. Fantini.
- Estão mais atentos ao nudismo e a nova namorada.
- Nem tanto, estão também focados no tamanho da sua rocha.
A matéria seguinte é de uma jornalista que narra com muita intensidade o
formato e tamanho do meu membro.
- Ela capturou bem a imagem do rochinha. Descreveu até o lado que ele é
caído.
- Isso porque não viu a coisa dura.
- A coitada teria que escrever um livro pra descrever a rochona.
Victória diz e nós dois estamos rindo alto. Paramos quando percebemos
minha mãe nos olhando.
- Acho melhor dormir um pouco, até chegar na minha casa.
- Não vai ficar na sua casa, vamos todos ficar juntos na minha.
Minha mãe avisa e ficamos nos olhando.
- Não precisa, Sra. Fantini! Estarei bem e segura na minha casa.
- Vick, você tomou chuva, está com cólica e seu corpo todo está dizendo que
não está nada bem. Precisa ser cuidada, pode acontecer alguma coisa. Vai
dormir em casa hoje e se estiver bem amanhã, depois do almoço meu filho te
leva pra sua casa.
- Minha mãe está certa.
Digo, sabendo que me sentirei ainda mais culpado se ela piorar.
- É melhor ficar com a gente e ver se fica bem.
- Certo! Só essa noite, amanhã me leva pra casa.
Ganho um beijo no canto dos lábios e ela volta a deitar no meu ombro. Vou
passando as matérias que são todas iguais, mas uma me chama atenção.
Victória começa a ler alto.
- Parece que o poderoso Arthur Fantini encontrou o amor nos braços de sua
secretária. Tudo indica que o cobiçado solteirão foi fisgado e vive um tórrido
romance com Victória Silvestre. A coisa é tão quente que escolheram um
acampamento de nudismo para algo mais intimo. Os pombinhos foram dar
aquela escapada na mata e se perderam por mais de seis horas. A boa noticia
é que o casal foi encontrado, mas a má noticia é que Victória sofreu um
aborto espontâneo e acabou de perder o bebê Fantini. Sentimos muito pela
perda e torcemos para que em breve outro bebê venha cheio de saúde.
Termina de ler e cobre a boca pra abafar a risada que está tentando engolir.
- Fala seu ciclo veio pra chamar atenção dos jornalistas!
Solto com deboche, querendo rir.
- Sim! Foi tudo planejado pelo meu corpo, pra que todos vissem meu sangue
sujando você, minhas pernas e ficarem com pena do meu falso aborto.
Ela segura minha mão e faz cara de sofrida.
- Sinto muito pelo nosso bebê!
- Espero que esse seu aborto não dure muito tempo.
Pisco safado e recebo de volta um sorriso de mensagem recebida.
- Espero que ovule bem daqui alguns dias e que os espermatozóides do meu
filho te fecundem logo. Quero netos!
SEM PUTARIA!
NARRAÇÃO ARTHUR
Victória está dormindo ao meu lado, enquanto minha mãe nos leva pra casa,
no meio da estrada escura. Não me sinto confortável com ela dirigindo a esta
hora, me deixando aqui atrás.
- Desfaz esse bico de criança que a mãe não deixou fazer alguma coisa.
Ela diz me olhando pelo retrovisor sorrindo.
- Lembra quando a gente passava o fim de semana no sítio sozinhos? Você
era meu co-piloto na volta.
- Lembro!
- Sua missão era me manter acordada o caminho todo de volta.
- Você sempre voltava na madrugada do sítio.
- Amo dirigir á noite, então não me tire esse prazer agora.
Olho para o caminho e logo estaremos dentro da cidade de novo.
- Podemos levar Vick para o sítio no próximo fim de semana, o que acha?
- Não sei se é a cara dela!
Digo olhando Victória com a cabeça encostada no vidro da janela.
- Podemos andar sem roupa se for pra ela se sentir mais confortável.
Minha mãe diz e nós dois rimos.
- Melhor não!
- Faz tempo que não vamos pra lá.
Comenta e respira fundo. Desde que meu pai faleceu e assumi a empresa,
nunca mais viajamos juntos. Acho que ela sente falta dos nossos momentos.
Meu pai nunca esteve presente em nossas viagens, sempre muito ocupado.
Éramos nós dois rodando o mundo e nos divertindo.
- Podemos fazer uma surpresa pra Victória e levá-la para o sítio.
Seu enorme sorriso é contagiante.
- Vou pedir para limparem a casa principal e a piscina.
- Só nós três, certo?
Pergunto e ganho uma revirada de olhos.
- Sim! Sem empregados, sem nada, só nós.
Olho mais uma vez para Victória e sua cabeça no vidro está me
incomodando. Quando toco seu rosto para puxá-la pra mim, sinto sua pele
muito quente.
- Victória está muito quente.
Aviso minha mãe e apoio a cabeça da Victória no meu peito. Meus lábios
tocam sua testa e está quente demais.
- Tira a coberta de cima dela e o casaco.
Conforme vou tirando as coisas, ela resmunga que está frio e tenta se cobrir.
- Victória, você está com febre.
- Está frio!
Murmura e se encolhe toda embaixo de mim.
- Estamos chegando!
Minha mãe avisa e sem saber o que fazer, puxo Victória para o meu colo. Ela
abraça meu pescoço, se encaixa toda em mim e suspira. Apenas protejo seu
corpo, com medo dela se ferir em caso de batida.
***********
Minha mãe para o carro em frente a entrada de casa e Hernandes abre a porta
dela.
- Ajude o Arthur!
Avisa e ele vem pra minha porta. Assim que abre, saio com Victória em meus
braços.
- Leve-a para o meu quarto, vou buscar alguns remédios na cozinha.
Minha mãe diz ao meu lado e não acho que seja responsabilidade dela cuidar
da Victória.
- Não! Ela fica comigo no meu quarto.
- Arthur, ela vai precisar de cuidado a noite toda e tenho experiência com
isso.
- Eu fiz a merda, então devo cuidar dela. Só me diz o que fazer que prometo
fazer direito.
Entramos em casa e para nossa surpresa, Helena está na sala nos esperando.
- Graças a Deus estão bem!
Diz me olhando e depois olha Victória em meu colo.
- Mãe, vou para o meu quarto e espero a senhora me levar os remédios.
Digo sem dar atenção a visita indesejada.
- Ela perdeu mesmo o bebê?
Helena pergunta e o fato de não saber se colocar em seu lugar me incomoda
muito.
- Acredito que isso não seja de seu interesse, Helena! Com licença!
Subo para o meu quarto a passos firmes, tentando de verdade não voltar e
dizer algumas coisas aquela mulher sem qualquer senso de respeito e noção.
Entro no meu quarto e deito Victória na minha cama. Tiro seu tênis, acomodo
sua cabeça em um travesseiro e com a mão verifico se ainda está quente.
Continua queimando de febre.
- Sua mãe pediu para trazer ao senhor! Logo subirá, está apenas se
despedindo da Sra. Helena.
Hernandes avisa ao entrar no quarto e vou até a bandeja em sua mão.
- Disse qual devo dar e como?
Pergunto e ele me orienta tudo. Pego a bandeja e o dispenso, pedindo pra
fechar a porta do quarto quando sair. Quando vou para Victória ela está toda
embolada nas cobertas, só vejo seus cabelos pra fora.
- Victória, não pode ficar coberta assim.
Deixo a bandeja na mesinha e puxo tudo de cima dela. Seu corpo se
desenrola e ela quase cai da cama.
- Frio!
- Eu sei! Desculpa!
Seu corpo está todo encolhido na cama enorme e essa visão me faz sentir
ainda mais culpado. Pego os remédios e sento ao seu lado com o copo cheio
de água na mão.
- Senta pra tomar o remédio!
Peço e se arrastando, quase sem forças ela senta, ficando de olhos fechados.
- Abre a boca!
Um de seus olhos se abrem e um pequeno sorriso safado surge em seu rosto.
- O que vai colocar na minha boca?
- Mesmo queimando de febre pensa besteira.
- Estou com fogo no rabo, Sr. Fantini!
Estou tentando não rir da cara safada e doente que ela tem agora.
- Preciso que verifique com seu paumometro o quanto estou quente agora.
Mas tem que ser igual nos cachorros, no meu rabo porque estou sangrando
muito.
- Sem putaria, Victória! Você não está nada bem!
- Tem nojinho de sangue, Sr. Rocha?
- Não! Mas tenho total consciência da sua falta de capacidade de foder
comigo agora.
Enfio o remédio pra dor em sua boca e segurando seu rosto, ajudo a beber a
água.
- Acho que posso te dar o remédio de febre em seguida.
- Passa ele no seu pau que vou chupar todo o remédio.
- Você é depravada até doente.
Digo encarando seus olhos semicerrados. Não tem nem forças pra ficar
sentada, quanto mais pra transar.
- Posso ficar deitadinha quietinha e você faz o serviço.
- Não! Vamos nós dois deitar quietinhos e dormir.
Ela toma o remédio pra febre e faz careta.
- Chato!
Cai na cama de novo e sorrateiramente tenta pegar a coberta.
- Vai se cobrir quando a febre passar.
Aviso impedindo que se cubra. Ela murmura algumas ofensas e ligeira joga o
travesseiro em cima dela, parecendo um iglu. Tiro meu sapato, minha blusa,
minha calça jeans e fico só de cueca e camiseta. Arrumo nossas coisas na
cadeira e deito ao lado da Victória. Ela ergue o travesseiro um pouco pra me
olhar. Com o dedo toca meu braço e bufa.
- Você está quente!
- Está calor aqui no quarto.
Feito minhoca vem se arrastando e deita ao meu lado.
- Se não vai me deixar usar a coberta pra esquentar, pelo menos deixa usar o
calor do seu corpo.
- Acho que isso pode.
- Ótimo!
Simplesmente vem pra cima de mim e deita sobre o meu corpo, ficando com
a cabeça em meu peito.
- Abraça!
Ordena brava e abraço seu corpo. Suas pernas ficam entre as minhas e seus
braços em torno do meu corpo.
- Sinto que vai sair um ovo da minha vagina.
Comenta me fazendo rir e bufa.
- Acho que a chuva fez meu ciclo vir mais forte. Nunca tive tanta cólica e
nem tanta dor assim com o sangue saindo.
- A febre também não colabora muito com essas coisas.
Minha mãe diz se aproximando e não tinha visto ela entrar no quarto. Na
verdade não sei se entrou agora ou se faz tempo que está aqui.
- Sra. Fantini, desculpa por tudo que a senhora viu e passou por nossa causa.
Victória pede sem sair dos meus braços e minha mãe senta ao nosso lado na
cama, esticando as pernas e encostando na cabeceira.
- Foi algo mágico o que vi, Vick! Poucos casais são tão íntimos um do outro
como vocês são.
- Não somos um casal, somos amigos! Por isso temos essa intimidade.
Mais uma vez esclareço, mas sou ignorado por uma mãe que acha que sabe
de tudo. Se ela soubesse o tipo de relação que tenho com a Victória, não faria
tantos planos pra nós.
- Fico feliz que tenha encontrado uma amiga e que ela seja tão intima pra
você, quanto seu pai foi pra mim.
Victória se une a minha mãe em uma risada gostosa.
- Não adianta, Arthur! Ninguém vai entender o que temos e somos um para o
outro.
- Tente me explicar, Victória!
Minha mãe pede e encara o caos deitado sobre mim.
- Somos duas pessoas fora de qualquer padrão normal que a sociedade
estipulou. Temos sonhos e desejos que entendemos e aceitamos um no outro.
Apoio as escolhas dele e Arthur apóia as minhas. Não nos julgamos e
ajudamos um ao outro a sobreviver nesse mundo cheio de obrigações de
sermos padrão.
- O que isso é diferente de um encontro de almas, Vick?
Minha mãe questiona e carinhosamente arruma o cabelo de Victória atrás da
orelha.
- Encontrar o grande amor é isso! Mesmo não possuindo os mesmo sonhos e
escolhas, estar ali e encaixar tudo isso nos nossos sonhos e escolhas. Somar
as vidas e tornar tudo prazeroso um ao outro. Não precisamos ser padrões ou
iguais para viver juntos.
Se curva, beija a testa da Victória e depois a minha.
- Qualquer coisa chama a mamãe!
Sorri de forma gentil e doce, saindo da cama.
- Na minha opinião, não precisam mudar nada pra se encaixarem nos
padrões.
Diz caminhando de costas até a porta e antes de sair nos olha.
- Vocês são perfeitos assim, do jeitinho que são.
Pisca pra gente e vai embora. Assim que fecha a porta, Victória olha pra
mim.
- Já contou pra sua mãe que não quer casar e ter filhos?
- Não!
- Precisa conversar com ela.
- Como contar a ela que não quero nada do que ela a vida toda sonhou pra
mim? Victória, faz muito tempo que a vida da minha mãe focou em planejar
a minha vida, minha felicidade. Não sei como simplesmente dizer a ela que o
sonho de ser avó nunca será realizado. Como contar a ela que não quero um
casamento de merda e cheio de mentiras como ela teve com o meu pai.
Percebo que estou exaltado quando seus lábios encostam nos meus para me
acalmar. Fecho meus olhos e foco em seu beijo suave, deixando o corpo
relaxar.
- Eu sei que não é fácil!
Sussurra e abro meus olhos, encarando os dela.
- Só que deixá-la viver essas expectativas é cruel pra vocês dois. Não percebe
o quanto vocês dois estão se machucando com isso?
- Você fica muito sensível quando está no seu período.
- Eu sei! Falando nisso, preciso trocar o fraldão.
Rola pro lado, saindo dos meus braços e senta na cama.
- Preciso das minhas coisas.
- Devem estar no quarto de hospedes.
- Certo! Vou pra lá então!
- Não! Você vai ficar aqui comigo. Vou buscar suas coisas e você fica no
banheiro esperando.
- Acho melhor ficar no quarto de hospedes.
- Estou te ignorando!
Saio da cama, do quarto e vou buscar as coisas dela. Quando volto para o
meu quarto, deixo tudo no pequeno sofá no canto do quarto. Pego o pacote de
absorvente externo e o interno.
- Qual você vai usar?
- O noturno, maior que tem na caixinha.
Pego um absorvente noturno e vou até o banheiro. Entrego a Victória que
está sentada no vaso, com as calças e calcinha no meio da canela.
- Obrigada!
Entrego a ela que fica me olhando.
- Privacidade pra colocar meu absorvente, por favor!
- Você me sujou todo de sangue, na frente de um monte de gente e agora quer
privacidade pra colar esse troço na calcinha?
- Sim!
Viro de costas rindo e escuto ela abrir o absorvente.
- Desculpa por menstruar em você, não estava em meus planos te jurar
amizade eterna com meu sangue.
Seu humor é sempre delicioso, não importa se esteja doente e com cólica.
- Me senti em um pacto com o diabo. Será que possui a minha alma agora?
- Vamos testar!
Coça a garganta e bate palma.
- Fica de joelhos e diz que sou foda.
Ordena com a voz firme e viro a cabeça, vendo-a arrumar a calça.
- Não! Infelizmente sua alma não me pertence.
Dá descarga e vai lavar a mão se arrastando.
- Você não é nojentinho! Qualquer homem ficaria incomodado pelo que
aconteceu.
Diz me olhando pelo espelho.
- Jogo porra no seu corpo todo quando gozo, estamos quites agora.
- Tem tesão em gozar no rosto da mulher?
Pergunta e voltamos para o quarto.
- Não!
- Em gozar nos seios?!
Deita na cama e me deito ao seu lado.
- Não!
Volta pra cima do meu corpo e deita no meu peito.
- Gosto de gozar dentro de vocês, de sentir vocês apertarem e sugarem meu
pau enquanto gozo.
- Então você curte gozar dentro da boca.
- Sim!
Brinco com seu cabelo e passo minha mão em sua testa que não está mais tão
quente.
- Cu ou vagina?
- Está fazendo questionário de foda comigo?
- Estou sem sono, com febre e com cólica. Tem outra coisa melhor pra fazer?
- Não!
- Então responde!
- Depende do clima e do tesão, não tem como escolher. Talvez por estar mais
em uma vagina que no cu, minha escolha seja vagina.
Estou rindo, porque nunca imaginei ter uma conversa assim com uma mulher,
deitado na minha cama sem estar fodendo.
- Chupar ou ser chupado?
- Os dois!
- Mentira! Você prefere chupar, não me dá tempo nem de cair de boca nele.
Você tem a necessidade de me fazer gozar várias vezes.
- Culpado!
Assumo e Victória morde meu queixo.
- Uma posição preferida.
- Gosto de ficar por trás, seja de quatro ou em outras posições.
- Gosto quando me chupa por trás, é bem foda.
- Estou ficando excitado e isso não fazia parte dos meus cuidados essa noite.
- Posso sentar nele até você gozar.
Bate os longos cílios, como se fosse se sacrificar pelo meu bem.
- Não precisa! Para de me excitar e dorme.
Victória cruza os braços em meu peito, encosta o queixo neles e fica me
olhando.
- Tem fantasia sexual?
Não respondo e ela ri alto.
- Conta!
- Não!
- Conta!
- Não!
- Posso passar a noite toda pedindo pra me contar.
- Eu sei!
Reviro meus olhos e ela se arrasta mais pra cima, pairando sua boca sobre a
minha e seus olhos encaram os meus.
- Prometo realizar se me contar.
REVOLTADO DEMAIS
NARRAÇÃO ARTHUR
Não devia ter contado á Victória a minha fantasia sexual.
- Para de me olhar assim.
- Não dá!
Diz caindo na gargalhada e literalmente jogo seu corpo para o lado, pra ela
não ficar rindo na minha cara.
- Ai!
Resmunga e lembro que ela não está bem.
- Desculpa!
Puxo Victória de volta para o meu corpo, abraço-a bem apertado e beijo sua
cabeça.
- Que fantasia de merda você tem!
Fala voltando a rir e deixo de abraçá-la.
- Devia ter inventado uma melhor! Secretária safada na sala do chefe.
- Essa é uma realidade sua e não fantasia.
Agora sou eu quem está rindo da mais pura verdade. Minha risada para ao
ouvir meu celular tocando.
- Preciso atender.
Aviso saindo da cama e correndo até o aparelho. Pelo toque dele aconteceu
alguma coisa na empresa, são os seguranças. Desde que Henrique foi
afastado e fez mil ameaças, mantive a segurança atenta a qualquer
movimento.
- Alô!
- Sr. Fantini, temos problemas!
- Que tipo de problemas?
Pergunto me afastando da Victória e indo para o banheiro.
- Sr. Henrique está tentando entrar na empresa. Encontra-se completamente
alcoolizado, gritando, ofendendo todo mundo e dizendo coisas ruins sobre o
senhor.
- Tentei tirá-lo da frente do prédio, ele vai acabar chamando atenção da
polícia e da imprensa.
- Podemos deixá-lo entrar?
- Sim! Levem até a sala da presidência, chego em vinte minutos.
- Certo!
- Fiquem o tempo todo de olho nele.
- Sim senhor!
- Não o deixem tocar em nada, verifiquem se está armado e tentem arrancar o
que ele quer.
- Ele não quer conversar, está bêbado demais pra isso. Acredito que se for
falar alguma coisa seja com o senhor.
- Já estou indo!
Desligo o telefone e volto para o quarto para me arrumar e avisar Victória
que preciso sair. Olho para a cama e a encontro dormindo agarrada ao meu
travesseiro. Vou até ela, coloco a mão em sua testa e a febre parece ter
passado. Puxo o lençol, evitando a coberta mais pesada, que é quente demais.
Sei que o remédio faz efeito entre quatro e seis horas, é o tempo de ir até a
empresa, ver o que Henrique quer e voltar. Não quero avisar a minha mãe
sobre minha saída, vai ficar preocupada. Me arrumo rápido e antes de sair de
quarto verifico mais uma vez se Victória está bem e sem febre. Saio do
quarto e procuro pelo Hernandes. O encontro no quarto dele descansando e
aviso que vou sair. Peço pra ficar atento a Victória e se ela não estiver bem é
pra me ligar e chamar minha mãe. Pego minhas coisas e vou pra empresa.
************
Subo com um dos seguranças até a minha sala, sem usar o elevador privativo.
Peço pra ficar na porta e entro na sala. Henrique está sentado na minha
cadeira, bebendo no meu copo e da minha bebida. Sorri ao me ver, mas não é
um sorriso acolhedor entre dois amigos.
- Sr. Fantini! Sr. Presidente! Sr. Grandissíssimo filho da puta.
- O que veio fazer na empresa, Henrique?
Roda na cadeira e fica de costas pra mim.
- Reivindicar meu lugar! Quero voltar para a vice presidência.
- Não!
A cadeira roda de novo o deixando de frente comigo. Me mantenho distante
porque conheço demais ele pra saber que a qualquer momento vai me
provocar até conseguir me tirar do sério. Henrique só pode estar aqui por um
motivo, pra conseguir me tirar do sério e me fazer perder a cabeça. Na ultima
briga consegui me controlar, mas não sei se hoje terei o mesmo controle.
Tento focar em Victória em casa doente, pra terminar logo e voltar pra ficar
de olho nela até melhorar. Estou cansado e só quero voltar pra minha cama e
dormir.
- Por que a Victória?
Pergunta me encarando sério, sem aquele sorrisinho idiota no rosto. Henrique
não está bêbado, fez essa cena toda pra conseguir entrar na empresa e me
atrair até aqui.
- Não sei do que está falando!
- Você é um merda, Arthur! Um filho da puta que não merece essa empresa,
não merece tudo que tem e não merece a Victória.
- É por isso que está aqui? Por causa dela?
- Cretino! Seu merda!
Levanta e vem até mim com o dedo erguido.
- Tem a porra da empresa sem nem se quer querer isso aqui, mas eu sempre
quis. Podia ter se negado a continuar o legado do seu pai, mas não... está aqui
fodendo meus planos de ser presidente. Estava tudo planejado aqui...
Aponta pra cabeça dele parecendo louco.
- Você tentaria cuidar da empresa, daria tudo errado, correria para o seu pai
pedindo ajuda e ele te convenceria a me colocar na presidência, te tirando da
infelicidade que é isso aqui e eu seria o presidente.
- Esse era o seu plano? Me ver desistir de cuidar do que pertence a minha
família, entregando a você todo o poder?
Começo a rir e muito da coisa mais idiota que ele já disse. Olha que Henrique
é o típico babaca que só fala merda.
- Só na sua mente doentia eu faria isso.
- Aceitei com o tempo o fato de você não largar a presidência, me contentei
em ser o vice. Ainda tinha poder e minhas regalias.
Se aproxima mais e me mantenho firme onde estou.
- Me tirar a vice presidência só pra me afastar da empresa e ter Victória pra
você foi meu limite.
- O que?
- Você fez de tudo pra conseguir me afastar dela.
- Foi afastado pela sua conduta, não por meus interesses pessoais. Victória
não foi o motivo, você ser um abusador de merda que bate em mulher sim.
- Você nunca se importou com isso, só decidiu contar ao meu pai sobre
minha vida quando ela apareceu e estava quase sendo minha.
- Ela nunca seria sua, tem nojo de você. A verdade é que Victória não
pertence a nenhum homem, é dona dela mesma e feliz assim.
- Não tenta me convencer de que não usou seu poder, sua ambição e sua falta
de caráter pra tirar ela de mim.
- É melhor ir embora!
Viro pra abrir a porta e sinto ele se mover rápido atrás de mim. Vou para o
lado a tempo dele acertar um soco na porta. O idiota cai no chão gritando de
dor e segurando a mão que atingiu forte a madeira. Abro a porta e o
segurança me olha assustado.
- Acompanhem o Sr. Henrique até o hospital.
- Sim senhor!
*******
Entro em casa e Hernandes está no sofá lendo um livro.
- Ela está bem?
- Sim senhor!
Respiro aliviado e o dispenso para ir dormir, agradecendo por olhar Victória
pra mim. Antes de voltar para o quarto decido beber alguma coisa pra tentar
relaxar o corpo depois de um dia de merda.
********
Olho meu relógio e faz quase uma hora que voltei. Preciso ver se Victória
está bem e dar o remédio de novo pra ela. Volto para o quarto sem fazer
barulho e ao olhar a cama vejo minha mãe deitada com Victória. As duas
estão de frente uma pra outra, com as mãos unidas. Encosto a porta, sento na
cadeira e apenas admiro as duas mulheres que conseguem me enlouquecer
dormindo juntas. Estranhamente a visão me causa paz, como se tudo
estivesse no lugar certo, do jeitinho que tem que ser.
*********
- Arthur!
Escuto a voz da minha mãe me chamando.
- Filho, vem pra cama!
Abro meus olhos e vejo ela tentando me tirar da cadeira.
- Victória!
- Está bem, acabei de dar o remédio pra ela.
Saio da cadeira um pouco sonolento e vou pra cama, deitando ao lado da
Victória. Minha mãe nos cobre e beija nossas cabeças.
- Fica aqui com a gente!
Peço tentando manter os olhos abertos.
- Deita aqui!
Me arrasto e fico no meio da cama, dando espaço pra ficar na cama com a
gente. Ela se deita, cubro seu corpo como fez com a gente e fecho meus
olhos.
- Não me importo de perder o lugar de mulher da sua vida.
Abro um olho e vejo seus olhos marejados me observando.
- Você sempre vai ser a mulher da minha vida.
Sorri e beijo sua testa.
- Agora dorme!
Ela me abraça e a pessoa atrás de mim também. Victória beija minhas costas
mostrando que está acordada.
- Aceito ser o caos na sua vida.
Diz e nós três rimos.
- O inferno e o céu na minha cama.
- Sorte a sua poder andar dos dois lados.
Minha mãe comenta e suspira.
- O que seria de nós sem o caos e a calmaria para nos fazer aprender que a
vida é feita pra ser vivida intensamente.
- Chega de me mostrar que são incríveis juntas e que sou obrigado a aguentar
vocês. Todas dormindo!
Sou espremido pelas duas e sei que a noite vai ser bem calorenta e suada.
- Boa noite meus anjos!
- Boa noite, mãe!
Victória responde comigo, me fazendo rir.
- Acho que não serei mais o filho preferido, terei concorrência.
- Você que lute, Arthur!
Victória diz mordendo minhas costas.
********
Sinto uma leve carícia na região baixa do meu corpo.
- Estou com fome!
Victória diz toda manhosa e abro os olhos pra ver seus olhos de criança
carente me encarando.
- Não lembro do meu pau ser uma lâmpada mágica que alisando três vezes
vai aparecer um gênio pra realizar seu desejo de comida.
- Precisava te acordar pra ir me alimentar, foi o único jeito que pensei.
- Você é safada mesmo doente, dormindo ou acordando.
- Safada eu seria se acordasse você te chupando. Só que como estou doente e
debilitada...
Bate seus longos cílios trazendo a tona minha culpa.
- Pensei em ser alimentada pelo meu amigo, agora irmão.
- Sabe que irmãos não fodem, certo?
- Na casa da mamãe somos irmãos, então nos comportamos. Só que você
ainda pode foder a secretária e colega de apartamento.
- Parece que sua febre passou e está bem.
Ela se joga na cama toda dramática, parecendo uma moribunda.
- Acho que está voltando.
Levanto da cama rindo e tirando minhas roupas.
- Vou tomar um banho primeiro e depois trago o café.
- Também preciso de um banho.
Em segundos Victória está quase nua no banheiro comigo.
- Vira que vou tirar o absorvente!
Viro e só escuto o som de algo descolando. Ela corre para o chuveiro
primeiro, liga a ducha e antes de entrar na água faz um coque no cabelo.
- Nada de sexo?
Pergunto e ganho novamente uma carinha de coitada doente.
- Ainda estou com cólica, possivelmente febril e meu nariz começou a
escorrer.
- Nem uma chupadinha nele?
- Não! Entra e me lava.
- Tenho que te lavar?
- Por favor!
Pede toda manhosa e essa versão doente e carente dela não me agrada muito.
- Prefiro você bocuda, resmungona e atacada.
Reclamo e entro no banho com ela.
- Em três dias terá o caos reinando novamente na sua vida.
Começamos a nos lavar e sei que Victória me observa atenta.
- Onde foi ontem?
- Como sabe que sai?
- Acordei e não te vi na cama. Quando levantei pra te procurar, encontrei sua
mãe no corredor. Ouvimos quando chegou e dispensou o Hernandes.
- Então estavam acordadas quando cheguei?
- Sim! Sabíamos que tinha algo errado, mas como foi para o escritório
decidimos te esperar no quarto. Demorou demais e acabamos dormindo. Ela
disse que só se tranca no escritório assim quando está nervoso.
- Henrique apareceu na empresa, supostamente bêbado e fazendo escândalo.
- O que ele queria?
- Reivindicar o que ele acredita ser dele.
- Babaca! Vocês brigaram?
- Não tinha tempo pra isso, só precisava tira-lo de lá antes que a imprensa
tivesse mais alguma fofoca sobre mim.
Ela sorri e se aproxima.
- Como se sente com tudo que saiu sobre nós?
- É divertido ver nossas loucuras sendo narradas assim. Só não foi divertido
ler a parte do aborto.
- Quer fazer uma nota sobre isso desmentindo?
- Segunda converso com os advogados e o pessoal do marketing, hoje eu só
quero descansar antes da semana de merda que teremos.
- Semana de merda?
- Três dias com você sentimental, toda agradável é uma merda!
Ela me rouba um beijo e no fim morde meu lábio.
- Sabe que não vai rolar sua fantasia sexual, né?
- Disse que faria!
- Sabe que é impossível.
- Eu sei!
Reviro os olhos e volto a me lavar.
- Meus amores, espero vocês na piscina pra tomarmos café.
Minha mãe avisa da porta do banheiro e avisamos que já vamos.
************
Victória sorri ao meu lado enquanto caminhamos de mãos dadas até a
varanda. Assim que passamos pelas enormes portas, temos a visão
desagradável da Helena sentada ao lado da minha mãe.
- Bom dia!
Diz toda sorridente e assim como eu, Victória respira fundo.
- Bom dia!
Nos sentamos e minha mãe parece se comunicar pelo olhar com Victória.
Fico sem entender nada quando as duas sorriem.
- Amor, pode pegar meus remédios que esqueci?
Victória pede toda manhosa pra mim, tocando meu rosto de um jeito que
nunca fez. Sorri como uma namorada mimada e chata, me fazendo entender o
jogo dela e da minha mãe. É hora do macho cobiçado sair e deixar a safada
sem noção ser engolida pelas leoas.
- Claro, meu amor!
Levanto e com uma alegria maravilhosa vou em direção ao meu quarto sem
pressa alguma.
MEU HOMEM!
NARRAÇÃO VICTÓRIA
Espero Arthur se afastar, olho para Sueli que parece ansiosa pelo show.
Ontem enquanto esperávamos seu filho voltar para o quarto, conversamos
muito sobre ele. Sueli desejava encontrar uma nora e em sua busca frustrante
decidiu tentar a filha da Helena e acabou fazendo a mãe cair de amores pelo
Arthur.
- Helena, fico imensamente feliz que esteja aqui.
Digo e o sorriso da mulher é enorme.
- Não podia deixar de mostrar minha amizade, meu carinho por essa família
nesse momento difícil.
Ela está falando do falso aborto noticiado. Faço cara de dor, acaricio minha
barriga pra que continue acreditando. Será mais um motivo para mantê-la
longe do Arthur, como Sueli me pediu. Na verdade foram dois pedidos. Para
afastar Helena e não desistir do filho dela. Tive pena de ver o quanto ainda
tem esperança de ver Arthur casado e com filhos.
- Vou ser rápida, pois preciso que me ajude em uma coisa.
Me arrasto mais pra frente na cadeira e encaro seus olhos verdes. Analiso seu
rosto em uma mistura de rugas esticadas com muita maquiagem. Helena é
uma senhora bem conservada, cuidada, que claramente não aceita a idade que
tem, muito menos que não é mais uma jovem que pode sair namorando todo
mundo.
- Terá sempre minha ajuda para o que precisar.
- Ótimo! Sou nova nessa vida de mulher de homem poderoso, mas como
secretária do meu homem, sei o quanto é cobiçado por... vagabundas.
Abro um pequeno sorriso e peço desculpa pela palavra vulgar.
- Sei que a maioria desses homens poderosos são casados e possuem casos
com suas secretárias. Tenho sorte do Arthur ter seu coração livre, disponível
só pra mim. E olha que incrível, sou sua secretária e posso ser mulher e
amante.
Helena abre um sorriso sem graça, enquanto Sueli e eu rimos alto.
- Meu problema não está na secretária, mas sim nas vagabundas que cercam o
meu homem. Acredita que mesmo as casadas ficam o cercando e aparecendo
do nada aqui oferecendo tudo.
Ela começa coçar a garganta, se arruma na cadeira.
- Disse a Victória que não posso fazer nada com essas pessoas que não
possuem educação e aparecem aqui sem serem convidadas, só para se
insinuar para o meu filho. Até porque são minhas amigas e não quero ser
indelicada...
Fico impressionada com a educação e delicadeza que veio essa indireta na
cara da Helena. Quero até bater palmas para a minha mãe adotiva.
- Acho que agora que venho morar aqui, as visitas indesejadas diminuirá
muito, Sueli.
- Me chame de mãe, meu bem! Já disse que a mulher escolhida pelo meu
filho para ser seu grande amor, é para mim uma filha.
- Tenha certeza que ele também foi escolhido pelo meu coração para ser meu
grande amor.
Sorrimos uma para outra e voltamos nossos olhos para a intrusa.
- Então, Helena! Poderia me ensinar a expulsar vagabundas daqui? Acredito
que tenha experiências com vagabundas.
Seus olhos se arregalam e do nada suas mãos começam a procurar a bolsa,
algo dentro dela. Puxa o celular e olha pra ele, fingindo que está atrasada para
um compromisso.
- Querida, podemos marcar alguma coisa para conversarmos esses assuntos.
Se levanta sorrindo torto e olha para a mamãe Fantini.
- Sueli, nos falamos depois!
Simplesmente desaparece da varanda e quando não ouvimos mais seu salto
pisando forte, nos olhamos. Caímos juntas em uma risada alta e ganho um
abraço.
- Você foi incrível!
Diz toda carinhosa comigo e me aperta.
- Vai ter que me ensinar a ser delicada e educada nas indiretas. Vou precisar
disso quando atender alguns poderosos folgados que querem falar com o seu
filho na empresa.
- Com todo prazer te ensinarei a arte do coice refinado.
- Atrapalho alguma coisa?
Arthur diz parando ao nosso lado, sorrindo ao nos ver abraçadas.
- Nada demais!
- Acredito que o plano pra espantar Helena deu certo!
Sorrimos pra ele que ri com diversão.
- Algo me diz que vou me arrepender de unir vocês duas.
- Querido, ter suas mulheres unidas deveria ser sua maior conquista. Nem
toda nora se encaixa tão bem na sogra.
- Minhas mulheres? Nora? Sogra? Sai por menos de dez minutos e já
ganharam títulos?
- Não é minha culpa! Aceitei apenas a honraria de filha, o resto é fruto da
linda imaginação da sua mãe.
Pego um pedaço de pão e começo a comer.
- Se bem que foi graças ao nora e sogra que Helena te deixará em paz. Pelo
menos por um tempo.
- Então as duas coisas juntas expulsam gente chata?
Pergunta divertido sentando ao meu lado.
- Sim! Parece que você ser "meu homem" e eu ser "sua mulher" louca de
ciúmes te mantém longe de problemas
- Vantagens em ter o caos por perto.
Olho brava pra ele que beija meus lábios rapidamente.
- Parece que sua versão insuportável está voltando.
- Ainda não! Você podia me servir um belo café.
Digo batendo meus cílios, toda fofa e melosa.
- Eu poderia passar o dia todo vendo vocês fofinhos assim, mas preciso
verificar as coisas para o almoço.
Sueli fala sorridente, beija nossas cabeças e nos deixa sozinhos.
- Parece que conquistou o coração da minha mãe.
- Eu sou maravilhosa! Quem não me acharia incrível?
Arthur revira os olhos, enquanto me serve o café. Aproveito que estamos
sozinhos e encolho minhas pernas, ficando encolhida na cadeira.
- Frio?
- Não! Apenas cólica e assim parece aliviar.
- Trouxe os remédios.
Tira do bolso tudo e enquanto pego o de dor, ele me serve água.
- Vai conseguir trabalhar amanhã?
- Se disser não vai me dar o dia de folga?
Sorri misterioso e roubo um beijo dele.
- Sua mãe disse que está se sentindo culpado pelas merdas de ontem.
- Um pouco!
- Que parte acha que é sua culpa?
- Nos perder!
- Você deu a idéia de sumir no mato, aceitei e com isso dividimos a burrice.
Eu podia ter dito não, mas queria a aventura.
- Que aventura!
Solta com um pouco de ironia.
- Tirando o fato de ter sido do exército e não ter nenhuma habilidade em
sobrevivência no mato...
Ganho um olhar falso bravo que me faz rir.
- De resto a culpa não foi sua. Infelizmente perdemos o rumo, fomos curtindo
a caminhada, os amassos nas arvores e a merda aconteceu.
- Ainda assim me sinto culpado!
- Certo! Então me dá folga a semana toda pra compensar.
Peço esperando conseguir fugir das reuniões tediosas dessa semana. Não vou
aguentar todo dia por duas horas ficar naquela sala de reuniões ouvindo
pessoas tentando convencer o Arthur a fechar acordos. Ainda mais no meu
estado, sem poder deixá-lo me tocar nas reuniões ou poder usar vibrador.
- Nem pensar! Vai morrer de tédio comigo nas reuniões.
- Você é cruel!
- Te pago pra aceitar minhas crueldades.
- Quero receber adicional de periculosidade!
Peço e ele me olha sem entender.
- Aparentemente trabalhar com você me expõe a perigos nocivos a minha
saúde.
- O que é nocivo a sua saúde?
- Você!
Sua risada alta é divertida de ouvir.
- Vou pensar nessa sua solicitação. Já vai ganhar aumento por me ajudar nas
planilhas, agora quer um adicional de periculosidade?
- Nada que eu não mereça, Sr. Fantini!
- Está saindo muito caro te manter como minha secretária!
- Então me coloca em um cargo melhor, por favor!
- E perder o prazer de te ver todos os dias entrando na minha sala me
chamando de Sr. Fantini e dizendo: "Sim senhor!" , "como quiser", "mais
alguma coisa?".
- Só quer me manter lá pra facilitar as nossas fodas.
- Esse é o meu bônus, Victória. Meu adicional de periculosidade por ter você
ao meu lado.
- Não aceito trepada como forma de pagamento do meu adicional, quero
dinheiro.
Tomamos nosso café conversando sobre a empresa, sobre algumas coisas que
vamos fazer na semana e aos poucos vou me sentindo mole e cansada.
- Melhor tomar seu remédio de febre.
Arthur diz já separando o remédio, a água e me entrega.
- Minha mãe no próximo fim de semana quer viajar com a gente.
Quase engasgo com água e ele ri.
- Sua mãe se empolgou com o nudismo?
- Não! Nem eu a levaria pra esses lugares.
- Que susto!
- Queremos te levar para um cantinho nosso.
- Um cantinho de vocês? Como assim?
- Vai ser surpresa! Posso confirmar com ela que iremos?
- Claro! Amo nossa mãe e cada pequeno momento que puder estar com ela
vou amar.
- Nossa mãe?
- Vai se acostumando, mama Fantini agora é nossa.
- Hum! Pior é que gosto de ver vocês juntas.
- Somos incríveis!
Revira os olhos e vendo que estou começando a ficar mole, me leva para a
rede enorme perto da piscina. Deita na rede, me chama pra deitar ao seu lado
e quando me deito, nossas pernas se embolam, nos abraçamos e ficamos em
silêncio.
- Minha mãe não fica radiante assim desde que perdeu meu pai. Nunca vi
sorrir tanto e ficar tão animada.
- Sua mãe acredita que somos um casal e isso a deixa muito feliz. Precisa
sentar e conversar com ela sobre nossa realidade. Não somos e nunca
seremos um casal.
Sua mão afaga meu cabelo e isso me faz ficar com sono.
- Não sei como fazer isso sem machucá-la. Agora que virou mais uma fã da
minha mãe, vai entender como é difícil desapontá-la.
- Cada vez que pede um neto pra gente tenho vontade de abraçá-la forte. Na
verdade eu quase espremo seu pau até sair esperma e enfio dentro do meu
útero pra fazê-la feliz.
Arthur ri alto e beija minha testa.
- Viu como é difícil? Aquela mulher é maravilhosa demais pra se negar
algum pedido.
Uma idéia idiota passa pela minha cabeça.
- E se a gente fingir ser um casal pra ela? Vamos enrolando e deixando-a feliz
até o nosso tesão acabar e a gente parar de foder. Fingimos terminar, cada um
para o seu canto, mas mantendo nossa amizade que é algo que gostamos
muito.
- Gosto da idéia!
- Todo mundo já nos rotulou como casal, vamos enganar o povo e fingir ser o
que tanto querem. Fodemos, viajamos, curtimos sua mãe, seremos melhores
amigos que dividem um apartamento, tudo que gostamos um no outro e
quando não tiver mais graça e nem tudo isso fizer mais parte da gente,
viramos amigos somente. Aos olhos de todos o amor acabou e deixamos de
ser casal.
- Por mim está combinado! Falso casal do momento!
- Mãe e imprensa felizes e a gente em paz pra foder e fazer nossas loucuras.
- Vou soltar nota á imprensa sobre nós.
- Confirma o aborto!
- Por que?
- Para ficarem com dó da gente e nos deixarem um pouco quietos, em luto.
Ele gosta da idéia e nos olhamos.
- Vai ser engraçado fingir que nos amamos.
- Precisamos de apelidos fofos. Erosão e Rocha é algo nosso, não desse povo
fofoqueiro.
- Quero algo bem idiota!
Pede e fico chocada. Como assim ele quer algo idiota?
- Por que idiota?
- Se é pra fingir, quero algo escroto! Se vamos dar a eles um casal
apaixonado, que seja com tudo que temos direito.
- Como quer ser chamado?
Faz uma cara pensativa e sorri.
- Mãe, ainda guarda minha caixa de lembranças de quando era criança?
- Sim!
Sueli grita e logo aparece na piscina.
- Por que?
- Quero mostrar pra Victória.
Arthur sai da rede quase me fazendo cair e me pega no colo.
- Vamos para o quarto da minha mãe.
***********
Me senta na cama e todo animado vai para o closet da Sueli. Volta com uma
caixa fofa toda cheia de ursinhos desenhada.
- Vai me dar uma overdose de Arthur bebê pra amolecer meu coração e
ganhar um apelido fofo?
- Não! Já temos nossos apelidos.
Coloca a caixa sobre a cama e abre ela. Puxa um pequeno barco de madeira
de dentro, com as iniciais dele: AF. Tem alguns álbuns de fotografia que
Arthur não me deixa abrir.
- Deixa eu ver sua versão linda e fofa.
- Não!
- Por favor!
Peço manhosa e após um suspiro me entrega o álbum.
- Ai meu Deus! Quero muito seu esperma.
Digo ao ver a criança linda de cabelos cacheados dourados e um beiçinho
lindo de morrer.
- Esperma dos bons!
Puxo uma manta azul marinho e trago ao meu nariz.
- Minha mãe fez pra mim, ainda grávida. Lava sempre e guarda para que meu
filho um dia use.
Certo! Isso é a coisa mais linda que já vi! Não tenho nada do meu nascimento
ou da minha infância. Nenhuma caixa que me traga boas lembranças e algo
lindo assim pra dar ao meu filho. Sueli é a versão que sempre sonhei de uma
mãe e desejo ser assim.
- Essa roupinha aqui foi a que usei quando ela saiu da maternidade.
É um macacão vermelho de lã, com uma gola branquinha.
- Só consigo amar ainda mais a sua mãe.
- Todos os dias agradeço a Deus por ter aquela mulher na minha vida.
Pega uma pequena caixa de papelão.
- Não fui uma criança comunicativa, não tinha amigos, nada. Minha mãe me
chamava de grudinho, porque vivia agarrado nas pernas dela.
- Se era tão grudado na sua mãe, por que entrou no exército?
- Meu pai esperava ansioso pra me enfiar na empresa dele. Não aguentava
mais a pressão e muito menos ouvir todos os dias seus planos pra minha vida.
- Você fugiu dele!
- Exatamente!
Abre a caixa, tira as folhas de seda e encontro dois fantoches feitos de meia.
Parece dois casais de velhinhos e me lembro da Rute e do Theodoro.
- Minha mãe sempre foi muito criativa, encontrou formas de me fazer ser
mais comunicativo com ela.
Pega minha mão e coloca a meia fantoche da velhinha.
- Essa é a Jubiléia!
Apresenta a fantoche e coloca o outro velhinho na mão dele.
- Esse é o Jubileu!
Começo a rir descontroladamente.
- Parece nome que a gente dá para as partes intimas.
- Para de estragar a minha infância. Esse casal de velhinhos é minha única
referência de amor verdadeiro. Lembro da minha mãe criando loucuras
desses dois que me fazia rir tanto. Durante uma parte da minha infância quis
ser o Jubileu em suas aventuras com a Jubiléia.
Com seus enormes olhos fofos parecendo o gato de botas, faz o pedido mais
estranho que já recebi.
- Quer ser a minha Jubiléia?

CONTINUA NO LIVRO “CONSUMIDOS PELO FOGO”

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