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Casamento

Forçado III

Capitulo 1
Capitulo 2
Capitulo 3
Capitulo 4
Capitulo 5
Capitulo 6
Capitulo 7
Capitulo 8
Capitulo 9
Capitulo 10
Capitulo 11
Capitulo 12
Capitulo 13
Capitulo 14
Capitulo 15
Capitulo 16
Capitulo 17
Capitulo 18
Capitulo 19
Capitulo 20
Capitulo 21
Bonus - Thay.
Capitulo 22
Capitulo 23
Capitulo 24
Capitulo 25
Capitulo 26
Capitulo 27
Capitulo 28
Capitulo 29
Epilogo

Capítulo 1
Família Lins e Ducatti.
- Meu amor, você não pode obrigar a nossa filha a se casar e logo com um
estranho. Estamos no século vinte e um, você está vivendo de passado? -
Paula tentava mudar a ideia de seu marido Ricardo, em casar sua filha a
força.
- Paula, ela não quis fazer direito? Eu tive que engolir, e precisamos
crescer as empresas. - Ricardo dizia fuzilando Paula.
- Eu não sou a favor disso, ela não vai aceitar isso nunca.
- Ela vai aceitar sim, se não for ela vai perde a faculdade e vai morar
embaixo da ponte.
Paula encarou seu marido que estava irreconhecível, negou com a cabeça
e saiu da sala.
Ricardo suspirou e passou a mão no rosto, esfregando o mesmo.
- Problemas? - perguntou, Henrique pai de Mateus.
- Não meu amigo, apenas discordamos. - Ricardo sorriu de lado.
- Minha mulher não aceitou muito bem não, mas quero mudar a vida do
meu filho. Ele namora uma garota que eu tenho certeza que está apenas
com ele por interesse. E eu não quero isso.
- Não vai mudar muito, pois esse casamento é de interesses.
- Mas são interesses diferentes. Juntando nossos filhos, nossas empresas
crescem, ganhamos mais. E você sabe disso.
- Sei. Difícil vai ser fazer ela aceitar.
- Ela vai aceitar, ela é uma boa menina pelo o que eu percebi. E combina
com Matheus.
- Ela é boa mesmo. - Ricardo sorriu ao lembrar de sua filha. Seu tesouro.
Difícil seria convencer os dois a quererem isso.

Capítulo 2
Carolina narrando.
Eu estava em um sonho tão bom que nem percebi quanto tempo fiquei
dormindo. Faculdade estava me matando, eu tinha que estudar muito, se
eu quisesse passar sem depender do meu pai. E falando nele, escutei ele
me gritando da sala. Levantei colocando meu chinelo e me olhei no
espelho. Eu estava de pijama, mas não haveria problema eu aparecer
assim. Arrumei meu cabelo em um coque e fui até ele. Quando desci,
encontrei ele junto com minha mãe. Sua cara não era uma das melhores.
- Oi mãe e pai. - sorri de lado.
- Oi minha filha. Seu pai quer falar com você.
- Bom, estou aqui. O que foi? - perguntei, olhando.
- Você irá se casar. - Meu pai disse.
Encarei ele pensando que ele estaria fazendo alguma brincadeira ou algo
do tipo. Mas não, ele estava todo sério.
- Como que é? Eu vou me casar? Sério, isso não se brinca viu? - rir, indo
me sentar no sofá.
- Não é brincadeira Carolina. Meu sócio quer que o filho se case, e vocês
se casando as nossas empresas crescem mais.
- Aí você resolve me colocar nessa? Eu não vou me casar, casar é uma
coisa séria pai. - tentei rebater.
- E vai ser sério o de vocês.
- Mãe? Você concorda com isso? - perguntei, olhando assustada.
- Não concordo minha filha, mas eu...- ela lamentou.
- Eu não vou me casar assim pai. Não dá. - falei, suspirando já ficando
desesperada.
- Olha só, eu aceitei você fazer faculdade de uma coisa que não tem nada
a ver com nossa família, então...
- Ah! Então é por isso? É vingança por causa da minha faculdade? -
interrompi ele.
- Não muito, mas pode considerar. Sem dinheiro, você não tem faculdade
e muito menos o luxo.
- Como se eu ligasse muito pro luxo, né?
- Carolina você irá se casar querendo ou não, enquanto morar em minha
casa, eu pagar sua faculdade, você irá fazer o que eu mandar. Estamos
entendidos? -
meu pai perguntou.
Apenas encarei eles dois na minha frente e sai correndo pro meu quarto.
Ainda escutei minha mãe gritando, mas tranquei a porta assim que entrei
no quarto.
Era um absurdo isso o que eles queriam que eu fizesse. Não tinha como
eu aceitar uma coisa dessa.
Deitei na cama com lágrimas nos olhos e chorei. Chorei pelo o que meu
pai estava me obrigando a fazer. Não era assim que eu me imaginava
casando. Não era essa a vida que eu queria.
[...]
Acordei atordoada, passei a mão pelo o rosto tirando o cabelo que estava
no mesmo, e lembrei que dormi entre o choro. Peguei meu celular e vi
que já era 7:00 da manhã e eu já estava atrasada pra faculdade. Fui até o
banheiro e tomei um banho pra tirar minha cara de choro e de sono, e
logo sai pois não poderia demorar. Coloquei uma calça jeans e uma blusa
escura, penteei meus cabelos e passei um pouco de maquiagem no rosto
pra disfarçar as olheiras. Peguei minha bolsa com os livros e meu celular,
e fui descendo. Quando cheguei na sala, meu pai estava no sofá e me
encarou.
- Aonde a senhorita vai? - ele perguntou, me encarando.
- Pra faculdade, o senhor já sabe.
- Você não tem faculdade. - parei ao ouvi-lo dizer aquilo.
- Como assim? - perguntei, encarando ele.
- É isso mesmo Carolina. Você não tem faculdade.
- E por que não?
- Porque eu tirei ela de você, até que você aceite a minha proposta.
- Pai, eu...- um soluço escapou da minha garganta.
- Carolina, minha filha só será alguns anos, ou até meses. É só pra
fecharmos contrato minha filha, nossa empresa não está em situações
boas depois que fomos roubados.
- Um ano. - falei, fechando os olhos e suspirando.
- Um ano?
- Um ano é o máximo que eu aguento desse casamento.
- Tá ótimo minha filha e poderá até ser menos.
- Quero minha faculdade de volta, por favor e o senhor não irá mais dizer
e fazer nada contra isso.
- Tá bom, eu não falo e não faço mais nada.
- Tá bom então. - suspirei, sentando no sofá.
- Eu vou informar a sua faculdade que você irá voltar amanhã mesmo. -
meu pai disse.
- Tá bom. - sussurrei.
- Filha, me perdoa... Mas só achei essa solução, espero um dia que você
me perdoe. - meu pai disse, segurando em minha mão.
- Tá pai, deixa isso pra lá. - sorri de lado, apertando sua mão ao sentir ele
beijar.
- O rapaz vai vim amanhã aqui em casa. - ele falou.
- Tá bom. Eu vou subir tá? - dei um beijo em sua bochecha e fui em
direção às escadas.
Sentei na cama, e peguei meu celular recebendo uma mensagem da
Juliana.
Ela é minha melhor amiga desde dos 15 anos de idade. Sempre ficamos
juntas, apesar de tudo. Ela era mais que minha amiga, uma irmã pra mim.
Juliana: você não vem hoje Carol?
Carol: não amiga, aconteceu uma coisa aqui e não deu pra ir.
Juliana: o que houve?
Carol: você não vai acreditar... Eu vou me casar.
Juliana: O QUE? Menina, não brinca com isso!!!
Carol: como eu queria que fosse brincadeira isso ju, mas não é... Eu vou
me casar e com alguém que eu não conheço.
Juliana: como isso Carol? Seus pais sabem disso? Isso é loucura.
Carol: foram eles que arrumaram isso pra mim. Vem aqui em casa que eu
te explico tudo.
Depois de alguns minutos recebi a mensagem dela dizendo que iria vim.
A manhã toda fiquei deitada, olhando pro teto e pensando na minha
maravilhosa vida que iria se tornar daqui alguns meses. Quem diria que
eu iria me casar. Eu não gosto de me envolver com ninguém, não gosto
de me apegar e nada parecido com isso. Já fui magoada por muitos
garotos, e ficava horas chorando trancada no quarto, pensando que iria
morrer se não tirassem aquela dor do meu coração. Mas adivinhem? Eu
estou viva e muito bem. Mas não quer dizer que eu queira de novo me
apegar a alguém. Mas fico sempre com alguns carinhas, pois não sou de
ferro né?
Acabei dormindo, mas acordei assustada sentindo alguém deitando em
cima de mim.
- Acorda sua vaca, só sabe dormi. - Juliana falou, rindo.
- Aí tem uma baleia em cima de mim, socorro. - falei, rindo dela que
começou a pular em cima de mim.
- Sua ridícula. - ela falou, me dando um tapa no braço e levantando. -
Agora começa a falar tudo.
Comecei a contar pra ela tudo que tinha acontecido e cada reação dela já
dava pra perceber que ela não gostou nada disso. Mas não poderia fazer
nada, assim como eu não poderia fazer nada.
- Isso é um absurdo hein? Não estamos mais no passado não.
- Eu sei amiga, mas fazer o que né? Eu tive que aceitar.
- Sacanagem do seu pai e da sua mãe fazer isso.
- A minha mãe não concorda, mas quem vai contra o meu pai né?
- Pois é.
- Você já comeu? Pois estou com fome e não almocei ainda. - falei, indo
até o banheiro pra fazer minhas necessidades.
- Não, e eu vim almoçar contigo né?
- Tem comida em casa não querida? - falei rindo, e voltando ao quarto.
- Não, por isso você que é uma grande amiga vai me dar comidinha.
Peguei-a pelo o braço e a puxei indo até a escada e descendo até a
cozinha.
Passei a tarde toda com ela no quarto e conversando sobre tudo. No final
ela começou a pesquisar algumas coisas sobre casamento e ficamos até
tarde vendo sobre isso. E dormi até um pouco melhor depois que fiquei
conversando com a Ju.
[...]
No dia seguinte acordei bem cedo pra dar tempo de me arrumar com
calma, e fui direto pra lá sem tomar café, não queria me encontrar com
meus pais pra não falar de hoje. Encontrei com a Ju na entrada e entrei
com ela. Enquanto eu subia, vi o Daniel. Um menino que era bonito
demais e eu tinha uma quedinha por ele, mas não era aquilo de "ah eu
amo esse menino", até porque como eu disse, ninguém é de ferro e
ficamos sempre com um ou outro. Minhas aulas hoje seriam tranquilas,
recebi uma mensagem da minha mãe falando pra chamar Ju pra ir lá em
casa, e logo mandei mensagem para a mesma que confirmou.
Sorte que a hora passou rápida e logo fui pra casa. Bom que hoje era
sexta-feira e eu estaria livre final de semana. Até lembrar que eu iria ter o
tal jantar. Fiquei pensando se o homem reagiu bem assim, ele deve ser
louco,feio e não deve conseguir nenhuma mulher pra querer um
casamento assim. Rir com meus pensamentos.

Capítulo 3
Matheus narrando.
Enquanto eu dormia eu sentia meu celular vibrando embaixo do
travesseiro.
Não queria acordar Nicole que estava ao meu lado dormindo tranquila.
Sorri só de pensar nela. Era esse efeito que ela causava em mim. Eu
poderia estar cheio de problemas com a empresa ou com meu pai que eu
vivia em pé de guerra, mas era só pensar nessa menina que tudo mudava.
Conheci Nicole quando estava em um bar com os meus amigos vendo
jogo e ela estava em uma mesa com várias pessoas, conversando, rindo e
bebendo. A gente se encarou por alguns minutos e o resto da noite. Ela
tinha um sorriso lindo, os cabelos com cachos nas pontas caia
perfeitamente no seu ombro. Ela era toda linda. Eu não prestava mais
atenção no jogo e se alguém perguntasse, eu não iria nem saber quem
estava jogando.
Quando estava indo embora, vi ela perto e fui falar com ela. Sim, cheguei
nela e falei. E desde então, não paramos de nos falar. Saímos várias vezes,
e resolvemos namorar tem poucos meses. Nicole era tudo que um
homem queria, ela era demais e muito batalhadora. Mas meu pai não
entende isso. Ele não aceita Nicole na nossa família, acha que ela não
gosta de ninguém e só está comigo pra se aproveitar. Mas ele está errado.
Despertei dos pensamentos e virei o rosto pra olhá-la, ela dormia serena,
respirava devagar. Sorri de lado, e senti novamente o celular tocar.
Passei a mão por baixo do travesseiro, até pega-lo.
- Oi pai. - atendi assim que vi seu nome na tela.
- Bom dia Matheus. Você pode vim aqui em casa? Tenho uma coisa pra te
contar. - senhor Henrique como sempre tão gentil.
- Pai, aconteceu algo?
- Não, mas vai acontecer. E quero você aqui em casa. Já.
- Ok... Eu estou indo tá? Até logo.
Desliguei e coloquei o celular em cima do criado mundo. Virei pra Nicole
que já estava acordada e me olhando.
- Já vai? - perguntou, sorrindo de lado.
- Tenho que ir, meu pai...
- Já entendi. Bom, então é melhor você indo né? - Nicole falou, levantando
e indo em direção ao banheiro.
- Nic...
- Não Matheus, vai. Eu já entendo que seu pai liga, manda em você e você
tem que ir igual cachorrinho.
- Não diz assim, ele é meu pai.
- Que sabe que está comigo e não quer, porque me odeia. Mas tudo bem,
vai corre pra lá. - sorriu irônica.
- Depois a gente conversa. Mal acordamos e você tá querendo brigas já. -
falei, saindo da porta do banheiro.
Voltei até o quarto, coloquei minha roupa, peguei minhas coisas e sai dali
o mais rápido possível. Era sempre assim nossas brigas, graças ao meu
pai.
Suspirei entrando no carro e fui direto pra casa.
Estacionei o carro na garagem, peguei minhas coisas e fui entrando.
- Oi? Cheguei. - falei, assim que sentei no sofá.
- Oi querido. - minha mãe disse me dando um beijo no rosto.
Diferente do meu pai, minha relação com minha mãe era boa, ela
também não gostava muito da Nicole, mas a tratava bem.
- Oi mãe, tá bem? - sorri.
- Tudo ótimo e você?
- Tudo mãe. O que meu pai quer comigo tão cedo que não poderia
esperar eu chegar?
- Bom... Ele tem uma coisa pra falar. - mamãe disse, parecendo nervosa. -
Olha filho, eu estou do seu lado viu? Sempre.
- Eu sei mãe, relaxa. - sorri de lado.
- Que bom que chegou. - meu pai apareceu na sala. - Bom, vou direto ao
assunto ok?
- O que é?
- Você irá se casar.
Por um momento, pensei que ele estava brincando. Tentei ver alguma
brincadeira nisso que ele tinha falado.
- Oi? Não entendi direito.
- Isso mesmo Matheus, você irá se casar.
- Eu vou me casar? Isso é uma brincadeira comigo? Pois está sendo muito
de mal gosto.
- Não é brincadeira meu filho. - mamãe disse. - Seu pai quer que você se
case.
- Eu só vou me casar se for com a Nicole.
- Não mesmo, essa suburbana não vai casar com você. Você vai casar com
uma mulher de classe, que é de família boa. - meu pai disse.
- Não... - falei inconformado. - Você não pode fazer isso comigo, vocês na
verdade.
- Filho, eu tentei de tudo pra isso não acontecer... Eu... - minha mãe disse
chorando.
- Sua mãe não acha certo, mas eu que decido. Você irá se casar Matheus.
- NÃO VOU ME CASAR. - gritei.
- Se você não casar, eu tiro tudo de você, principalmente a empresa que
você está sendo o chefe.
- Pai... Você não pode fazer isso.
- Posso sim, eu pago tudo seu, tudo que é meu é seu Matheus. - passei a
mão pelo o olho, tirando a lágrima que descia. - Meu filho, não estou
fazendo isso pra prejudicar seu relacionamento com...
- Você está sim. Você quer destruir de todo os jeitos meu relacionamento
com a Nicole. - interrompi, irritado.
- Não. Eu só estou pensando na nossa empresa, você irá se casar com a
filha de um de nossos sócios e nossa empresa vai crescer mais Matheus.
- Isso não se faz pai. Mãe, o que a senhora acha disso? - perguntei, a
olhando.
- Eu penso que é errado, mas é uma decisão de vocês.
- Então Matheus? Você vai entrar nessa ou sair?
- Eu preciso pensar pai, tenho Nicole e amo ela. - falei, e vi meu pai bufar.
- Te dou até mais tarde pra pensar. Vou pra empresa agora, eu te amo
ok? -
falou, me olhando e dando dois tapinhas em minhas costas. Como sempre
fazíamos.
- Pense bem meu amor, eu estou com você, ok? - minha mãe disse, me
dando um beijo e saindo da sala.
Suspirei passando a mão no rosto e deixando as lágrimas descer. Eu não
podia entrar nessa, e deixar Nicole. Ela não iria me perdoa nunca por
isso, mas eu não poderia esconder isso dela. Ouvi meu celular avisando
uma nova mensagem.
Peguei e vi que era uma mensagem dela. Bloqueie a tela e fui pro quarto.
Me joguei assim que vi minha cama e fiquei ali até pegar no sono.

Capítulo 4
Escritora Narrando.

Enquanto Matheus dormia, Nicole conseguia entrar em sua casa e foi até
o quarto do seu amado. Quando o viu ali deitado dormindo, sorriu de
lado. Subiu até a cama, deitou ao lado dele, sem fazer muito esforço pra
não acorda-lo.
- Amor? - disse baixinho no ouvido de Matheus. O mesmo apenas se
balançou pensando que era um sonho.
- Amor, sou eu Nick. Acorda. - tentou mais uma vez.
Matheus havia ouvido a voz da sua namorada e abriu os olhos. Sorriu
assim que a viu, e a pegou pelo os braços abraçando.
- Isso tudo é saudades? - riu Nicole, retribuindo o abraço.
- Muita meu amor. - sorriu de lado.
- Que bom viu? Você não almoçou ainda? Já tá um pouco tarde, como
você não atendia o celular eu vim até aqui. - Nicole dizia sorrindo de lado.
- Eu não almocei ainda e você? Eu acabei dormindo e nem sentir o celular
tocar. - Matheus se explicou.
- Ata. E eu já sim. Você não vai comer?
- Vou sim. Vamos lá?
- Posso ficar aqui esperando? - Nicole entortou a boca.
- Tá bom, então já volto. - Matheus lhe deu um selinho e saiu do quarto.
Foi até a cozinha e pediu pra empregada arruma uma bandeja e levar até
o quarto. Subiu novamente e lembrou do tal casamento e que deveria
conversar com Nicole sobre isso.
- Rápido assim? - Nicole disse, rindo vendo ele deitando ao seu lado.
- Vão trazer aqui pra mim. - Nicole ficou sem graça por um momento
esquecendo que seu namorado tinha uma vida boa. - Tenho que te contar
uma coisa. - Matheus disse nervoso.
- O que foi? - Nicole estranhou o jeito de seu namorado que mudou de
repente.
- Nicole... Eu vou te contar uma coisa e é bem séria.
- Você está me assustando Matheus. O que houve?
- Nicole, eu vou me casar. - Matheus disse, gaguejando um pouco.
Nicole por um momento ficou parada olhando pra Matheus pra ver se
tinha alguma brincadeira no meio disso.
- Como Matheus? Você não pode me falar uma coisa dessa. E eu,
Matheus? -
Nicole perguntou desesperada.
- Nicole, não é eu que to querendo isso.
- Ah já até imagino quem seja. - Nicole interrompeu lembrando do pai de
Matheus que não aprovava o relacionamento deles.
- Foi meu pai. Mas é pela as empresas.
- Pelas empresas? Você vai se casar com alguém por interesses? Que isso
Matheus? Você não é assim... - Nicole disse, quase gritando.
- Nicole, eu não aceitei isso. Não ainda, to pensando. Meu pai disse que se
eu não aceitar, perdemos muita coisa em relação à empresa e ele vai tirar
tudo de mim. - Matheus disse, desesperado pensando na possibilidade de
perde Nicole.
- Matheus isso é um absurdo. Meu deus! - Nicole riu sacarmos.
- Meu amor, olha pra mim. - Matheus pediu, segurando o rosto de Nicole
entre suas mãos. - Eu te amo e ninguém vai mudar isso. Eu só preciso de
você ao meu lado, entendeu? Não me deixe por favor, eu só preciso que
você fique comigo. - suplicou Matheus, olhando nos olhos de Nicole.
- Aí Matheus, poxa...- Nicole disse, suspirando e puxando Matheus pra um
abraço. - Não quero te perder.
- Eu também não Nic. Fica comigo, por favor.
- Eu não vou te largar. Não será seu pai que irá distruir isso.
- Jura? Vamos aguentar isso juntos amor, só irei me casar e só isso. A
garota deve ser uma mongol que está desesperada por um marido. -
Matheus riu imaginando como seria a tal mulher.
- Será Matheus? E se ela for linda? - Nicole perguntou enciumada.
- Não mais que você, e você sabe que apenas a senhorita chama minha
atenção.
Eu amo você. - Matheus disse, dando lhe um selinho demorado.
A empregada da casa bateu na porta do quarto pra deixar a comida
interrompendo o momento do casal. Matheus pediu pra deixar em cima
da cama e voltou sua atenção para Nicole. A mesma fez ele comer tudo
que tinha ali, já que não tinha comido nada até àquela hora. No meio de
brincadeiras, eles nem perceberam a hora passar e logo Nicole foi
embora antes que o pai de Matheus chegasse e brigasse com eles.
Quando Nicole foi embora, Matheus foi pro banheiro e tomou um banho,
enquanto aguardava o pai chegar e contar sua decisão. Quando saiu do
banheiro, escutou a voz de seu pai e sua mãe no quarto ao lado. Pegou
uma cueca, uma bermuda e ficou sem camisa mesmo. Penteou o cabelo,
passou perfume e foi até os pais.
- Entra. - Henrique disse, ao ouvir a batida em sua porta do quarto.
- Pai, posso falar com o senhor? - Matheus perguntou, entrando no
quarto.
- Claro.
- Então, eu aceito me casar. - Matheus disse, engolindo o bolo que crescia
em sua garganta.
- Que bom meu filho. Te prometo que você terá tudo do bom e do melhor,
e não vai ser pra sempre esse casamento.
- Não será? - Matheus perguntou, já ficando feliz em saber disso.
- Não. Será por um ano pelo o menos. E você vai poder voltar com aquela.
- Nicole pai. - Matheus disse, revirando os olhos pela implicância de seu
pai.
Eles conversaram por algumas horas e ele soube que seria amanhã o dia
que seria o jantar na casa da tal mulher pra se conhecerem. Resolveu não
levar Nicole, já que não seria uma coisa agradável de se ver. Mas lembrou
de seu melhor amigo Bruno pra ir com ele.
Quando ligou pra Bruno pra contar tudo, o mesmo ficou surpreso, mas
estaria junto com seu melhor amigo nesse momento. Matheus não estava
muito bem com a notícia, então deitou-se na cama cedo e pegou no sono.
Sem nem falar com Nicole no celular, a mesma tinha mandado mensagem
pra ele e não recebeu nenhuma resposta.
O dia seguinte foi um pouco tranquilo pra Carol e Matheus, evitavam em
pensar sobre o tal jantar. Mas quando chegou à noite, foi impossível não
pensar sobre aquilo. Carolina se arrumava com ajuda de sua amiga,
estava se tremendo e com medo de tudo. Com muito custo, conseguiu se
maquiar sem chorar e ir até a sala que estavam seus pais e alguns amigos
da empresa de seu pai. Já Matheus vestia um dos seus ternos perfeitos e
estava lindo. Se junto aos seus pais na sala e saíram.
Matheus tentou imaginar de todos os jeitos a tal mulher que iria se casar.
E
com Carolina não foi diferente. Pra ela seria um homem feio, de meia
idade, e que só pensava em dinheiro pra aceitar uma loucura dessa.

Capítulo 5
Carolina narrando.
O tal rapaz não chegava e eu já estava até mais calma. Por um momento
pensei que não teria mais nenhum casamento e nem nada, mas meus
pensamentos foram interrompidos com um barulho de vozes vindo do
corredor junto com minha mãe. Quando virei o rosto pra vê-los, apareceu
uma mulher que parecia ser bem chique e um homem. E atrás vinha ELE.
Ele não era um velho, e muito menos feio. Era lindo. Lindo demais. Fiquei
encarando, observando seus passos e ele olhava tudo em sua volta. Virei
pra frente, peguei a taça e bebi tudo que tinha ali. A bebida desceu
queimando. Suspirei e escutei minha mãe me chamando. Fechei os olhos
e contei até três. Levantei e virei, andando na direção deles.
- Minha filha, esse é o Matheus seu noivo e Matheus essa é Carolina. -
Minha mãe nos apresentou.
Ele me mediu de cima a baixo e sorriu de lado, parecendo ser simpático.
- Oi. - Falei secamente. Eu não queria ter amizade com eles e com
ninguém.
- E aí...- Ele disse, e que voz perfeita.
- Esses são seus sogros, Henrique e Helena.
- Oi Carolina, tudo bom? - perguntou me dando dois beijos na bochecha.
- Tudo. - Sorri forçado.
Pedi licença pra eles, e fui até meu quarto. Sentei na cama, respirando
fundo e fiquei alguns minutos encarando o chão.
- Minha filha? - Escutei minha mãe atras da porta.
- Oi mãe. - Falei.
- Minha filha, seu pai está te chamando, vamos descer? - Perguntou,
entrando no quarto.
- Tá bom, só vou passar um batom.
- Ok.
Passei um batom e sai do quarto. Dei o braço pra minha mãe e fui com
ela.
Vi meu pai, os meus futuros sogros e o Matheus sentados à mesa.
- Então, vamos conversar sobre aquilo.
- Você fala? - Meu sogro perguntou.
- Pode ser. - meu pai disse. - Então vocês vão ficar casados durante um
ano e alguns meses pra não dar na cara, e depois podem se separar.
Vocês vão ter que agir como um casal apaixonado e vão morar juntos, já
comprei uma casa pra vocês. - Meu pai falou nos encarando.
- Escutou Matheus? Nada de namoro com Nicole. - Meu sogro disse. Virei
a cara pro Matheus observando ele revirar os olhos e fechar a cara. Opa,
então ele tinha uma namorada e está largando ela?
O resto da noite, foi apenas assuntos de trabalho entre eles e minha mãe
com a Helena falando sobre qualquer coisa que eu nem prestei atenção.
Sentei longe deles e fiquei mexendo no celular, querendo achar o que
fazer. Até sentir alguém sentando do meu lado, levantei o olhar e vi que
era Matheus. Ele estava cheiroso, pois mesmo longe sentir seu cheiro.
- A gente nem conversou direito. - Ele disse, me encarando.
- Pois é. - Respondi.
- Você não é muito de falar ou...? - Me perguntou.
- Desculpa, eu não to muito bem com isso tudo, então...
- Eu entendo. Eu também não estou nada bem com isso, ainda tenho
alguém que está sofrendo também.
- Você namora, né?
- Sim, só que agora eu já não sei como vamos ficar.
- Continue com ela ué.
- Eu quero, mas acho que você percebeu que meu pai não gosta dela,
então vai ficar bem mais difícil agora.
- Complicado isso. Mas ela sabe de mim?
- Sabe, eu preferi contar que ficar escondendo.
- Fez certo. E ela aceitou?
- Não, ela sabe que isso é coisa do meu pai.
- Estão conversando? Que maravilha, assim vão se conhecendo já que vão
morar na mesma casa. - Henrique interrompeu, sorrindo pra nós. Dei um
sorriso de lado.
- Pai, podemos ir? To cansado.
- Claro meu filho, já estamos de saída.
Henrique foi andando até meu pai e começamos a se despedir deles.
Quando fui me despedir de Matheus por pouco um beijo na bochecha não
virou um selinho, o que me fez corar e ficar sem graça. Já Matheus sorriu
de lado e deu tchau pra todos.
Me despedi dos meus pais e logo fui pro quarto. Estava cansada, doida
pra dormi assim passaria logo a dor de cabeça que eu estava sentindo.
Mas antes de pegar no sono, o medo rondava minha mente, será que se
casar seria o certo? Matheus é um homem bonito e se ele me desse mole,
eu não iria resistir. Mas ele ainda tem uma namorada, o que pode
complicar tudo.

Capítulo 6
A manhã do dia seguinte já começou muito animada, mas não para mim.
Eu havia ouvido a voz da minha futura sogra do meu quarto conversando
com minha mãe, e se eu não me engano, era sobre meu casamento.
Suspirei assim que sai da cama e fui direto pro banheiro, desejei ficar
trancada no mesmo até o dia acabar, ou então até esse pesadelo passar.
Mas não iria adiantar, era essa minha vida a partir de agora. Fiz minha
higiene, arrumei meu cabelo e sai do quarto. Enquanto eu descia, elas me
olharam e minha sogra me deu um sorriso.
- Bom dia querida.
- Bom dia. - Sorri, cumprimentando-a com dois beijos na bochechas.
- Bom, estava conversando com sua mãe sobre o casamento, estávamos
vendo uma igreja mara...
- Não. - Interrompi ela. - Não quero me casar na igreja, o que estou
fazendo não é por amor e não vou pra igreja por causa disso.
- Minha filha...?
- Não mãe, eu sempre sonhei que me casaria em uma igreja, então não
vou destruir isso agora. Eu não quero igreja.
- Hum... então tudo bem, vamos fazer aqui em casa ou lá na minha
mesma, como preferir.
- E se fosse na praia? É um lugar lindo e sossegado. - Minha mãe deu
ideia.
- Verdade. O que me diz? - minha sogra perguntou, me olhando ansiosa.
- Ok. Pode ser. - Sorri de lado, suspirando.
Deixei elas de lado e comecei a mexer no celular, até o Matheus entrar na
sala.
- Oi meu querido. Que surpresa.
- Oi meninas. Vim ver se não estavam enlouquecendo já? - Perguntou,
rindo.
- Não meu querido, estamos escolhendo um lugar pro casamento de
vocês, que tal a praia? - Minha mãe fala, sorrindo.
- É um lugar bom. Mas mãe, temos aquele sítio, poderia ser ali né?
- Oh, verdade! Temos um sítio que tem um lago enorme, poderíamos
fazer ali.
- Por mim, tá ótimo. - Matheus concorda.
- Minha opinião não vai valer de nada mesmo. - Falo, levantando e indo
até a cozinha.
Abro a geladeira e fico vendo o que tem ali, pego uma torta de chocolate
e viro fechando a porta. Quando virei, dou de cara com o Matheus, que
esta na porta me encarando.
- Qual é o problema? - Pergunto, indo até o armário e pegando um prato.
- Qual é o seu? Elas estão lá na sala, toda empolgada e você toda grossa
falo daquele jeito.
- Ah você se incomodou com isso? Não me importa. Não quero me casar.
- Eu também não, mas pelo o menos finja que tá se importando um
pouco.
- Mas eu não estou e nem quero saber de nada. - Falei, com raiva daquele
homem.
- Então tudo o que elas decidirem, tá ótimo?
- Por mim... - Eu ia continuar a falar, mas o celular dele tocou, o fazendo
atender.
- Oi amor... - Falou, saindo da cozinha.
Suspirei, mais essa... ele tem uma mulher.
Um tempo depois, ele volta e com o celular na mão.
- Olha, me desculpa ter falado assim ok? Te entendo e acabei
descontando em você.
- Tudo bem Matheus. - Dei de ombro, sem me importa.
- E essa torta? - Perguntou, olhando meu prato.
- Você quer? - Perguntei.
- Só se for o seu. - Disse, e parou ao meu lado, metendo o dedão na torta e
pegando um pedaço.
- Aí garoto porco.
- O que? É bom, ó só.... - Pegou mais um pedaço e passou na minha
bochecha.
- Eu não acredito. - Falei, me irritando e ele começou a rir.
- Que gatinha. - Disse, puxando meu rosto e deu uma lambida, que
querendo ou não, mexeu comigo e ele percebeu. - Foi mal.
- Não tem nada. - Sorri, peguei com o dedo e passei em seu nariz.
- Que gatinho. - Rir.
- Tu me paga.
Ficamos brincando até a torta acabar e ele ir se limpar.
O restante do dia, fiquei no meu quarto mexendo na internet. Ju acabou
me ligando pra colocar as fofocas em dia, e disse que Thayane estaria
voltando de viajem. Thay como era conhecida, é uma amiga nossa.
Sempre fomos o trio.
Ela estava a um ano na França e está voltando pro Brasil. Eu não via a
hora de estar com minhas amigas. O resto do dia passou e fui logo dormi.
Minha cabeça doía demais.
~ uma semana depois ~
Eu passava os canais e nada de bom na televisão. Era sexta-feira à tarde e
todos sumiram. Escutei a campanhia tocando e fui atender, e dei de cara
com o Matheus, que sorriu ao me ver.
- Oi noivinha, tá sozinha? - Ele perguntou, me dando um beijo na
bochecha e entrando.
- Oi, to sim. Acho que minha mãe saiu com a sua.
- Normal né? Elas estão como carne e unha. - Ele falou rindo, e fomos pra
dentro.
- Pois é. Você aceita água, um suco? - Perguntei.
- Não, eu vim aqui pra te chamar pra sair, topa?
- Sim, pra aonde?
- Meus amigos querem ir pra um barzinho novo e eu vim te chamar e eles
querem conhecer você.
- Ata, então vamos. Você vem me buscar?
- Sim, umas 21:00 eu to passando aqui tá? - Assenti. - Agora tenho que ir,
vou me arrumar ainda, só vim falar contigo isso mesmo.
- Ata, vou te levar até lá fora.
Ele apenas concordou e fomos saindo.
- To indo noivinha, até mais. - se despediu, me dando um beijo na
bochecha.
Ele entrou no carro e eu entrei logo. Fui pro meu quarto, e fiquei vendo
minhas roupas. Acabei pegando um vestido branco com decote. Peguei
um salto, e deixei tudo na cama. Como eu já tinha lavado o cabelo, apenas
joguei uma água no meu corpo, passei meus cremes e sai. Passei uma
prancha no cabelo e enrolei minhas pontas. E me vesti. Enquanto eu
estava sentada na cama, peguei o celular e liguei pra Ju.
- Oi amiga - Ju falou.
- Oi, você vai sair?
- Por enquanto, não. Porque?
- Vamos a um barzinho?
- Claro. Vem me buscar?
- Sim, mas fique logo arrumada, pois eu já estou pronta e já já Matheus
está aqui.
- Hum... Vamos sair com o Matheus é?
- Sim, e para de safadeza. Beijos e até daqui a pouco.
Desliguei o celular sem esperar por sua resposta, e fui fazer minha
maquiagem.
Escutei o meu celular tocando e vi que era o Matheus, olhei pela janela e
seu carro já estava parado ali. Peguei minha bolsa colocando minhas
coisas e sair de casa.
- Fiu fiu hein? - Matheus brincou, me olhando de cima pra baixo.
- To gata?
- Você é gata. - Ele sorriu de lado.
- Obrigada, você também não está nada mal. - Falei, sorrindo de lado. - E
eu chamei a Ju pra ir conosco, ela está esperando por nós.
- Me fala aonde ela mora e vai me guiando.
Falei aonde ela mora e o caminho foi tranquilo, já que ela morava perto.
Matheus buzinou e logo apareceu ela com um vestido vermelho e os
cabelos soltos, caindo perfeitamente em seu ombro.
- Oi meus noivinhos. - Ela disse, cumprimentando o Matheus e me dando
um beijo na cabeça.
- E aí doida. - Matheus disse, sorrindo.
- Matheus vai ter amigos gato lá?
- Sim po, só tenho amigos gatos.
- Ah coitado. - Ela riu.
O caminho até o tal barzinho foi tranquilo, não tinha muito trânsito e
Matheus conversava animadamente com a Ju, então não demoramos.
Desci do carro arrumando meu vestido, já que tinha subido. Matheus
parou ao meu lado, me olhando arrumar e me ajudou a puxa-lo pra baixo,
já que atras eu não tinha visto. Sorri de agradecimento, e percebi que ele
estava muito próximo. Olhei e ele aproximou e selou nossos lábios, me
deixando surpresa.
Corei e ele pegou na minha mão, sorrindo de lado. Ju já estava na frente,
mas esperou por nós na porta.
Entramos no tal barzinho e já estava um pouco cheio, um dos amigos do
Matheus chamou ele indicando a mesa e fomos até lá. Só na mesa havia
uns cinco homens. Todos eles cumprimentaram o Matheus.
- Gente, essa é a Carol, e a amiga dela Ju. - Matheus nos apresentou. Sorri
pra todos eles, todos muitos lindos. - Esse é o Bruno, Jota, Pedro,
Fernando e João.
- Matheus falou o nome de todos, e claro que eu não ia lembrar de
ninguém.
Sentamos e pedimos nossas bebidas. Eles conversaram sobre tudo, e Ju
ficava conversando comigo, trocando olhares com o Bruno. Ela não tinha
jeito mesmo!
A noite foi bastante agradável, até que virei a cabeça e vi Nicole, a
namorada ou ex do Matheus. Ela encarava ele, e me olhou. Ela me olhava
com uma cara horrível e me sentir incomodada. Matheus percebeu meu
incomodo e olhou pra aonde eu estava olhando e deu de cara com a
mesma. Ele foi do vermelho até o branco. Se remexeu na cadeira e deu
um gole na bebida.
- Nicole está aqui. - Falei em seu ouvido.
- Eu sei. - Ele falou, olhando pra Bruno que acabou vendo.
- Vish, deu ruim. - Bruno disse, rindo de lado e voltando a conversa com a
Ju, que também percebeu o clima.
- O que foi amiga? - Perguntou, em meu ouvido.
- Vamos até o banheiro? - Perguntei a ela.
- Claro. - Falou, levantando da cadeira.
- Vai aonde? - Matheus perguntou, me olhando a levantar.
- Ao banheiro, já volto. - Falei, me abaixei e dei-lhe um selinho.
Ele apenas ficou parado me encarando e fui andando.
- Amiga, vocês estão ficando? - Ju perguntou, quase gritando no banheiro.
- Não. A namorada dele está aqui. - Falei, lavando minha mão.
- O que? A namorada? Quem é?
- Quando formos pra lá, eu te amostro. Ela estava nos olhando com raiva.
- E você ainda beijou ele. Meu deus, ela vai te matar. - Ela disse, rindo
alto.
- Tô nem aí pra ela. - Dei de ombro, sorrindo.
Saímos do banheiro e fomos andando, mas acabei vendo Matheus com a
Nicole em um canto, e ela fazendo uma cara de triste, e o abraçou.
Suspirei, e olhei pra Ju, que me abraçou de lado e fomos andando, mas
tentei não demonstrar nada.
- Vocês foram fabricar o banheiro? - Bruno perguntou, rindo.
- Não né. - Ju respondeu, rindo.
- Ata. Então...
Ele começou a puxar assunto e eu tentei prestar atenção, não querendo
virar a cabeça e dar de cara com o casal. Matheus sentou ao meu lado, me
assustando.
Fiquei bebendo e fiquei viajando nos meus pensamentos.
- Tudo bem? - Matheus perguntou, me olhando.
- Tudo, e você? - Respondi, calmamente.
- Tudo. Nicole veio falar comigo...
- Ata. Queria ir embora, será que podemos ir? - Perguntei, olhando as
horas e vendo que já se passava de uma da manhã. Matheus concordou, e
foi se despedir dos amigos, que queriam marcar algo pra fazer. Bruno
pediu pra Ju ficar mais um pouco, e iria levá-la até em casa. Ela resolveu
ficar e fui andando do lado do Matheus até o carro. Quando ele abriu a
porta do carro, escutamos alguém gritar e viramos. Nicole vinha atrás,
chamando pelo o Matheus. Parou na frente do Matheus e me olhou,
sorrindo.
- Oi Flor. - Ela disse, sorrindo de lado. - Math, será que você pode me
levar em casa? - Ela perguntou, sorrindo pro Matheus.
- Sim, entra aí no carro. - Ele disse, dando de ombro e indo até a porta.
Nicole veio andando e parou na minha frente.
- Da licença amorzinho? - Ela falou, me empurrando e abrindo a porta da
frente e sentando.
Respirei fundo, e fui atrás mesmo. O Matheus me olhava o tempo todo
pelo o retrovisor, mas eu ignorava.
- Math, deixa primeiro ela e me leva? Quero conversa com você. - Ela
disse, arrumando o cabelo.
Apenas revirei os olhos, e fiquei quieta. Matheus entrou na minha rua, e
logo parou em frente à minha casa. Peguei minha bolsa, e sai do carro
sem olhar pra trás.

Capítulo 7
Matheus Narrando.
Nicole tinha feito aquilo tudo pra provocar. Não tínhamos terminado, eu
ainda sinto algo muito forte por ela e também tem a Carol. Porra, ela me
deixa louco, quando a vi hoje com aquele vestido branco, minha vontade
era de rasgá-lo e ter pego ela ali mesmo. Mas me comportei. Fiquei
batendo papo com os caras e a noite não poderia estar melhor. Até eu dar
de cara com a Nicole. Dava pra perceber que Carol ficou incomodada, e
eu também havia ficado e muito.
Quando Carol foi até o banheiro, me pegou de surpresa me dando um
selinho, mas deixei pra lá. Levantei e fui andando até Nicole.
- Oi, veio acompanhado é? - Ela perguntou, de deboche.
- Para com isso, por favor. - Pedi, suspirando.
- Eu não vou fazer nenhum barraco não, você sabe que não sou mulher
disso. -
Ela disse, sorrindo de lado.
Nicole era uma mulher e tanto, mas sabe como se comporta como uma
louca.
- Você tá bolada? - Perguntei, a encostando na parede.
- Não, mas não gostei do que vi. - Falou, fazendo uma carinha triste.
- Não fica assim vai, sabe que gosto de ti apenas. - Falei, e ela me abraçou.
- Eu sei cheiroso. Se vemos depois?
- Claro.
Peguei minha bebida e fui até a mesa. Troquei algumas palavras com a
Carol, e ela logo pediu pra irmos embora. Me despedi de todos e fomos
embora.
Até aparecer a Nicole e estragar mais ainda. Deixei Carol em sua casa, e
pela a cara dela, estava bastante irritada.
- Garota sem noção hein? Ficou putinha. - Nicole disse, rindo.
Apenas não falei em nada e fui em direção a casa dela. Eu não conseguia
parar de pensar em como a Carol estaria agora, e a Nicole ao meu lado
falando e falando. Estacionei o carro em frente à casa dela e virei pra
olhá-la.
- Você não vai entrar? - Ela perguntou.
- Acho melhor não, to cansado demais.
- Entra só um pouco, por favor?
- Ok então.
Desliguei o carro e sai com ela. Como ela morava sozinha, entramos e
fomos logo pro quarto. Coloquei meu celular junto com minha chave em
cima de uma escrivaninha.
Nicole começou a tirar a roupa e veio em minha direção. Tirei minha
roupa e o desejo falou mais alto.
- E o casamento? - Ela perguntou, deitada com a cabeça em minha
barriga, com a respiração ofegante.
- Você quer falar disso mesmo? - Perguntei.
- Sim ué.
- Vai ser no sítio dos meus pais, daqui a dois meses.
- E nós?
- O que tem?
- Vamos ficar juntos?
- Sim ué, nada vai mudar.
- Mudar vai né, você agora vai morar com uma mulher.
- Não é por muito tempo.
- Não quero você dormindo com ela e nem nada, escutou?
- Eu já sei disso Nic, relaxa. Eu gosto de você.
- Tenho medo amor, de perde você. - Ela disse, manhosa.
- Você não vai me perde boba, amo você apenas. - Eu disse, fazendo
carinho em seu cabelo.
- To muito triste com isso.
- Eu também estou. - Falei, respirando fundo.
- Seus pais poderiam ter me dado uma chance pra me conhecer melhor,
tenho certeza que sua mãe ia me amar, ia amar ter ela me ajudando com
nosso casamento.
- Eu sei, mas eu tenho certeza que eles vão gostar e quando casarmos,
eles vão ter que aceitar.
- Então vamos casar é? - Ela perguntou, me olhando e rindo.
- Vamos ué, você não quer? - Perguntei, sorrindo.
- Claro que quero, é o que mais quero na vida.
Ficamos até amanhecer conversando, e logo dormindo.
~ 2 meses depois ~
Hoje é o dia do casamento. Fiquei de bem com a Carol depois de uma
festa em família, que bebemos até cairmos na cama mortos e acordamos
no dia seguinte com uma resseca. Tínhamos arrumado nosso
apartamento, que era muito bonito. A cada dia que passava, estávamos
mais amigos. Ela era uma mulher incrível, e mexia demais comigo. Só que
eu ainda amava Nicole, e estava com ela, então não tentava nada com a
Carol. Mas foda que já rolou vários climas, e no final sempre ficávamos
sem graça. Mas tudo voltava ao normal depois. Eu não tinha a visto hoje.
Minha mãe me acordou cedo e me obrigou a passar o dia com o meu pai e
o meu futuro sogro. Então ficamos jogando e banheira quase a tarde
toda.
Nicole estava atrasada com isso, mas eu não tirava sua razão. Eu no lugar
dela, estaria surtando já. Eu cheguei a comentar o lugar, mas não deveria
vim. Seria doloroso demais.
18:15 da tarde marcava o relógio. Era agora que eu entraria e me casaria.
Sai da casa e olhei em minha volta. O grande espaço verde que tinha ao
lado da casa de campo dos meus pais, estava coberto de cadeiras e flores.
Havia um padre à frente de todos e algumas pessoas, e meus amigos
junto com a Ju. Sorri pra eles e me ajeitei. Cinco minutos depois, Carol
vinha andando com um vestido curto branco e com o cabelo preso de
lado. Ela estava linda!
Dei a mão pra ela, e a mesma segurou. Nosso casamento foi tranquilo,
tirando o sol que queimava em nossas costas.
- Podem se beijar. - Disse o padre, depois do nosso juramento.
Suspirei e peguei no rosto da Carol, aproximei da sua boca e demos um
selinho. E por um momento, eu queria invadir sua boca com minha
língua, a aperta contra a parede. Saímos dali correndo e fomos curtir a
festa que minha mãe tinha feito e com certeza, deve ter chamado deus e o
mundo.
Eu segurava uma taça com champanhe e observava Carol conversando
com sua amiga perto de mim, e o meu melhor amigo chegando nelas e
chamando Ju pra dançar. Rir sozinho, esse não perdia tempo mesmo.
Pedi licença aos homens do meu lado e fui andando até Carol.
- E aí, curtindo? - Perguntei.
- Até que está legal. - Falou, olhando tudo em volta.
- Quer dançar? - Sorri.
- Claro.
Peguei em sua mão e fomos até a pista de dança, e ficamos do lado da Ju e
do Bruno. Começamos a se balançar pro um lado e pro outro. Ela dançava
bem até. Virei ela e ela deitou a cabeça em meu ombro. Até que vi ela.
Nicole estava em um canto, com os olhos cheio de lágrimas. Logo desceu
uma lágrima e ela fez questão de limpar logo.
- Carol, só um minuto? Preciso parar. - Falei, me separando dela.
- O que houve? - Perguntou, me olhando preocupada.
- Já volto, relaxa.
Sai andando em direção a Nicole. Quando cheguei perto dela, abracei
bem forte e levei ela pra longe dali. Fiquei um bom tempo abraçado a ela,
que aos poucos foi parando de chorar.
- Você chegou agora? - Perguntei.
- Não, eu vi o final. - Diz.
- Tenso Nicole. Vem cá.
Puxei ela pro meu colo e abracei bem forte, e comecei a dar vários
selinhos na mesma que sorriu de lado, retribuindo.

Capítulo 8
Carolina narrando.
Meu casamento estava indo tudo bem, todos estavam conversando entre
si, se divertindo. Ao contrário de mim, que sempre tinha que força o
sorriso. Minha mãe estava flutuando, junto com minha sogra. Meu pai e o
meu sogro, estavam em uma roda de amigos da empresa só falando o
quanto é bom esse casamento.
Ju esta dançando com o Bruno, e rindo. Pelo o menos ela deveria estar
com alguém que está afim.
Eu estava dançando com o Matheus, até ele sair de perto de mim e ir até
uma mulher, que era a Nicole. Aquela mulher estava na festa e nem eu
sabia.
Suspirei e fui andando até uma mesa de frios.
- Cadê seu noivo, Carolina? - Escutei meu sogro pergunta, me olhando.
- É... ele foi lá dentro, ao banheiro. - Disfarcei, pra não dizer a verdade.
- Tem certeza? - Ele perguntou, me olhando atentamente.
- Bom, eu apenas o vi com uma mulher, não sei pra aonde foram. -
Respondi.
Ele me deu as costas sem falar nada e foi com rapidez pra dentro da casa.
Enquanto eu escolhia o que comer, sentir meu celular vibrando, peguei o
mesmo no lugar aonde ele estava escondido e vi que era uma chamada
da Thay.
Suspirei nervosa, eu não tinha contado nada sobre o casamento e nem
estava preparada, queria apenas falar quando ela viesse. Fui andando pra
um pouco longe e atendi.
- Oi safada, que demora pra atender. - Ela disse, rindo.
- Oi, você é besta hein?
- Está em uma festa? Logo cedo? - Riu.
- Sim, meus pais estão dando uma festa, sabe como eles são né.
- Claro. Saudades de todos amiga. - Disse.
- Você logo estará de volta poxa, então não fique triste. - Falei, sorrindo
de lado.
- É isso que eu queria falar, eu não vou voltar logo Carol, ganhei uma
promoção no trabalho aqui e vou ficar por mais algum tempo. - Ela disse,
suspirando.
- Mentira? Thayane, você disse que estaria logo aqui, poxa. - Reclamei,
triste.
- Desculpa amiga, queria que fosse diferente, mas tenta entender. - Falou.
- Eu entendo Thay, você está conseguindo o que sempre quis.
- Sim, e eu não posso perde. Não é mesmo?
- Uhum. Mas estou feliz por você, e quando você voltar, tenho uma
novidade.
- Que novidade?
- QUERO QUE VOCÊ ME OBEDEÇA, TUDO QUE VOCÊ TEM É
GRAÇAS A MIM...- Escutei alguém gritar, e olhei em volta vendo meu pai
correndo pra dentro de casa.
- Amiga, que gritaria é essa? - Thay perguntou.
- Ér... Thay depois te ligo, ok? - falei, desligando o celular sem esperar sua
resposta.
Ju veio correndo em minha direção.
- Amiga, Matheus e o pai estão brigando lá dentro, e a aquela vadia está lá
dentro.
- Ju, fala direito por favor, vamos lá ver.
- Mas e essas pessoas aqui?
- Me ajuda, vai ali no DJ e manda ele aumentar mais a música, distrai
todos. -
Falei, e ela apenas correu em direção ao DJ.
Fui subindo as escadas, e quando entrei na sala, Matheus estava sendo
segurado pelo o meu pai, e o seu pai segurado por um outro Homem.
- Eu não vou mais precisar nada do senhor, e eu não vou me separar da
Nicole.
- Matheus disse, com raiva.
- Você vai, você vai querendo ou não garoto.
- Me larga! - Matheus pediu, soltando do meu pai. - Essa merda de
casamento acaba aqui pra mim. - Falou, saindo da sala e indo pra fora.
Fui atras, mas quando cheguei Matheus já tinha arrancado o carro e foi
embora. Suspirei, sem saber o que fazer, o que falar.
- Ei, você quer ir? - Bruno perguntou, atras de mim junto com a Ju.
- Vocês podem me levar pra longe daqui?
- Sim amiga, vamos. - Ju disse, me dando a mão e me puxando.
Apenas enviei uma mensagem para o celular da minha mãe e fui embora
com eles.
Eles me deixaram numa praça perto do meu novo apartamento. Eu não
queria encontrar agora o Matheus, então fiquei na praça olhando as
pessoas que andavam de um lado pro outro. Já estava escurecendo
quando resolvi ir andando pra casa. Não era tão longe, então deu pra
aguentar.
Assim que parei em frente ao prédio, cumprimentei o porteiro e fui pro
meu andar que era o 9º.
- Segura pra mim, por favor. - Ouvir alguém dizer. Apenas segurei a porta
do elevador antes que fechasse e logo apareceu o dono da voz bonita.
Era um homem muito lindo e estava com roupa de praia.
- Oi, obrigada. - Ele disse, dando um sorriso lindo.
- De nada.
- Você é nova no prédio? Nunca te vi por aqui.
- Sou sim, me mudei essa semana.
- Ata, qualquer coisa que você precisar só me chamar, ok? - Ele disse,
pronto já pra sair no seu andar, que era o oitavo. - Me chamo Fernando e
vo...- a porta fechou bem na hora que ele iria me perguntar algo e eu não
pude responder.
Mas não iria faltar oportunidades.
Logo a porta se abriu em meu andar e fui andando até a minha porta.
Coloquei a chave e rodei, abrir e entrei no apartamento*. Dei de cara com
o Matheus deitado no sofá, sem camisa e uma garrafa de vodka no chão
perto do sofá.
Deixei minha bolsa no outro sofá e fui até ele.
- Ei Matheus? Matheus acorda, vamos pra cama. - Falei, tentando acorda-
lo.
- Hum? Carol? - Ele disse, meio perdido e acordando.
- Sim, sou eu. Vamos pra cama comigo, vem. - Falei, segurando em seus
braços e tentando puxa-lo pra irmos até o quarto.
- Na...um. EEu...u quero fiiicar aqui. Aquii. - Falou, todo embolado e
fazendo bico.
- Você tá bêbado aí, vem vamos ao banheiro.
- Vai me dar banho é? Então vamos. - Ele disse, se escorando em mim.
A maior dificuldade era subir as escadas(sim, nosso apartamento era de
dois andares). Quando finalmente conseguir colocá-lo pro banho, fui pro
quarto respirando fundo. O seu celular tremia na cama. Fui até lá e
peguei o mesmo.
Era Nicole chamando.
- Oi? - Falei, atendendo.
- Matheus? Matheus você está bem? - Ela perguntou, sem perceber ainda
que era eu no telefone, e não Matheus.
- Não é o Matheus aqui e sim a Carol, Nicole. - Falei, sentando na cama.
- Como? O que você está fazendo com o celular do meu namorado?
- Ele bebeu demais aqui e o coloquei pra tomar banho,
- Aí você se acha com o direito de atender o celular dele? Passa pra ele.
Ela disse já com raiva. Apenas tirei o celular da orelha e desliguei o
mesmo na cara dela. Deixei o mesmo no criado mudo e fui cuidar do
Matheus, que estava chorando sentado ao vaso. Apenas o abracei e
ficamos assim por bastante tempo. Até ele me pegar e me colocar
sentada em seu colo.
- O que você...- sussurrei, olhando pra ele sem entender nada.
- Xiu... vamos ficar aqui. - Falou, me interrompendo passando o rosto no
meu pescoço, me causando arrepios com sua barba mal feita, e deitando
ali. Passei a mão entre seus cabelos e fiquei fazendo carinho no mesmo.

Capítulo 9
Logo puxei Matheus pra irmos até a cama e deitei no mesmo. Observei
ele um pouco, percebendo o quanto ele é lindo mesmo dormindo.
Apaguei a luz e sai do quarto. Olhei o apartamento todo enquanto
andava, era lindo mesmo. E só de pensar que eu viveria agora ali. Peguei
uma garrafa de vinho e abrir, indo até a varanda e sentando em um sofá.
Fiquei vendo as estrelas ali e bebendo o vinho. Até que deitei e dormi ali
mesmo.
- Carol? - Escutei uma voz chamando e sentia meu rosto queimar aos
poucos.
- Acorda Carol, você vai ficar com dor ai. - Abrir meus olhos, e dei de cara
com Matheus na porta só de bermuda e o sol em minha cara.
- Aí merda, fiquei bebendo aqui e acabei dormindo. - Falei, levantando e
sentando.
Arrumei meu cabelo, prendendo o mesmo e olhei Matheus. Ele veio
andando até mim, e sentou ao meu lado. Me abraçou de lado, me dando
um beijo no rosto e ficou ao meu lado quieto.
- Tá de resseca? - Perguntei.
- Sim, mas tomei remédio.
- Acho que também estou. - Falei, e o silêncio reinou. - O que aconteceu
ontem?
- Meu pai viu a Nicole comigo e ficou muito irritado, e começamos a
brigar.
Foi horrível.
- E ela fez algo?
- Apenas falou que iria embora e na hora meu pai falou um monte pra ela,
aí ela foi. Falando nisso, eu deveria ligar pra ela. - Falou, procurando o
celular nos bolsos, mas não achou.
- Depois você resolve com ela.
- Te dei muito trabalho ontem? - Perguntou, me encarando.
- Não muito, não lembra de nada?
- Não, de nada.
O silêncio voltou e ficamos ali até o sol invadir totalmente a varanda.
Quando levantamos, demos de cara com a praia em nossa frente e vazia.
Olhei pra ele e sorri.
- Partiu? - ele perguntou, entendendo o que eu queria.
- Só se for agora. - Falei, sorrindo de lado.
Entrei, e como iriamos a praia, não preparei nada pra comer. Fui pro
banheiro com o biquíni que eu iria usar e fui me arrumar e fazer o que
tinha que fazer.
Sai apenas com a parte de cima do biquíni e sentir o olhar de Matheus no
meu corpo. Tentei disfarça e fui até a parte do armário pegar minhas
coisas.
- Tá pronta? - Ele perguntou. Virei-me e olhei seu corpo perfeito e
gostoso.
- Sim, e você?
- Também. Vamos?
Apenas assenti e fomos. O elevador logo veio e entramos, mas parou no
oitavo andar e logo entrou o carinha que eu conheci mais cedo. Ele olhou
pra mim surpreso e sorriu. Retribui um sorriso tímido e Matheus agarrou
minha cintura, o que me deixou confusa, já que ele nem fazia questão
dessas coisas.
Afastei meus pensamentos e fiquei quieta na minha até esperar o
elevador descer. Quando chegamos, o meu vizinho gostoso me deu um
tchau e foi andando.
- Você o conhece? - Matheus perguntou, enquanto atravessávamos a rua.
- Sim, conheci ontem mesmo.
Ele apenas sussurrou um "hum" e foi até um quiosque que o dono
parecia conhecê-lo e pegou duas cadeiras e um guarda-sol. Peguei uma
cadeira pra ajudá-lo e fomos andando até achar um lugar bom.
Tirei minha roupa e arrumei meu biquíni. Olhei o Matheus que estava
apenas de sunga. Já falei o quanto ele é bonito e gostoso? Ele percebeu
meus olhares e sorriu de lado.
- Passa o protetor em mim? - Ele pediu.
- Passo. - Respondi.
Comecei a passar pela as suas costas, e às vezes sem querer minha unha
acabava arranhando ele, o que fazia o mesmo se arrepiar todo. Passei e
espalhei bem.
- Você vai passar? - Ele perguntou, me encarando.
- Sim. - Sussurrei, já colocando meu cabelo de lado.
Ele passou nas minhas costas e chegava aperta, fazendo uma massagem
boa.
Eu tentava não arrepiar, mas era difícil também.
- Você quer embaixo também? - Perguntou.
- Sim, se você puder.
Ele colocou mais protetor e começou a passar no meu bumbum. Ele
tentava não aperta, mas era difícil. Não querendo me gabar, mas eu tinha
uma bela bunda, e não era mole assim. Ele continuo passando, até eu me
virar e ele começar a passar nas minhas pernas, minha barriga e nos
meus ombros. A mão dele era muito boa pra massagem, relaxava e fazia
umas carícias maravilhosas.
Tentei não rir com esses pensamentos insanos.
Agradeci assim quando ele terminou, falando que iria pro mar logo.
Deitei na minha canga e fiquei pegando sol. Escutei um celular tocar e vi
que era do Matheus. O nome Nicole aparecia na tela. Esperei a mesma
cair na caixa postal e coloquei no lugar.
- A água está muito boa. - Não sei tanto tempo eu dormi, só sei que
acordei com susto quando ouvir Matheus falar.
- E aeeee meu povo. - Escutei a voz do Bruno gritando.
- Coe cara, beleza? - Matheus perguntou, lhe dando um abraço e dois
tapinhas nas costas.
- Oi bruno. - Falei, escondendo meu rosto do sol pra olhá-lo.
- Oi princesa. Coe cara.
Ele sentou perto da gente e ficou conversando com o Matheus o tempo
todo.
Logo chegou outro amigo deles, o Frederico, mais conhecido como Fred.
Ele era loiro, alto e muito lindo. Matheus só tinha amigos gatos, nossa.
Fiquei viajando na conversa deles e voltei a pegar meu sol.
Uma hora depois, eu já sentia minha pele quente. Falei que iria pro mar e
chamei um deles, mas nenhum quis vim. Sai andando e fui até o mar. A
água estava muito boa e calma. Dei um mergulho e fiquei ali só
mergulhando, ou boiando. Não era sempre que encontrávamos a praia
assim, tão boa.
Olhei na direção da praia, e vi quem eu não queria ver. Sim, você
acertou... a Nicole estava andando na direção dos garotos, junto com duas
meninas. Elas pararam e cumprimentaram todos ali. Tentei mergulhar e
ficar no mar até elas sairem dali, mas eu já estava com dormência e
cansada. Fui andando e arrumando meu biquíni.
- Pensei que tinha acontecido algo. - Levantei a cabeça e vi o Fred parado
na beira do mar.
- Porque? - perguntei, rindo.
- Você demorou, o Matheus ia vim ver, só que eu me apressei e também
vi a cara da Nicole.
- Ah...- sussurrei, sem saber o que falar pra ele.
- Ela é chata, mas agora está mais. Acho que é medo de perdê-lo pra você.
- Se fosse ela ficaria despreocupada.
- Porque?
- Porque Matheus gosta dela e também eu nem sou isso tudo.
- Você é linda cara, para de graça. Ela é enjoada demais, mimada demais e
sempre teve o Matheus aos pés dela, mesmo os sogros não gostando dela.
- Ela gosta dele, é assim que funciona. Não adianta ir contra, eles se
gostam.
- Matheus acho que tá cego, não ver a mulher que tem na sua frente.
Nicole é bonita, mas não é isso tudo.
- Fred gosto não se discuti né? Ele gosta dela e ela dele.
- Mas eu sei que ele não gosta tanto assim, conheço meu amigo desde dos
dois anos de idade.
- Vocês são tanto amigos assim? - Perguntei, surpresa.
- Sim ué. O Bruno só veio até nos com dez anos. Quando entramos na
mesma escolinha conhecemos ele e somos amigos até hoje.
- Bonita amizade de vocês, raro hoje em dia.
Ficamos conversando em pé na beira do mar mesmo, e voltamos lá pra
cima.
Nicole não estava mais lá, só que estava perto, deitada com a bunda pra
cima e virada pro Matheus.
- Demorou hein? - ele comentou, me olhando.
Me joguei do seu lado e deitei minha cabeça em seu ombro.
- Água está muito boa. - Comentei.
- Vamos lá? - Matheus pediu.
- De novo? Acabei de sair de lá. - Respondi.
- Quero ir com você, vem. - Ele falou, estendendo a mão pra mim.
- Aí Matheus, to cansada já. - Reclamei, e ele puxou meu braço, me
fazendo levantar.
Arrumei meu biquíni e ele foi me puxando até o mar. Joguei um pouco de
água no corpo pra me acostumar e entrei junto com ele. Ele nadava até
longe e depois voltava, tentava me puxar junto, mas eu não tinha essa
coragem toda, então ficava só até aonde eu aguentava. Ficamos mais
alguns minutos, demos o último mergulho e saímos. Já era tarde quando
resolvemos ir embora, guardamos nossas coisas e fomos nos despedindo
de todos que iriam ficar ali.
A Nicole ainda estava com as amigas e o Matheus foi se despedir dela.
Como nosso apartamento era perto, fomos andando mesmo. E chegamos
logo.
Deixei a bolsa no sofá e fui até a área que tinha um chuveiro pra tirar
areia do corpo. Matheus veio logo em seguida e saiu, molhando a casa
toda.
- Ô Matheus, molhou tudo. - Reclamei, pegando um pano e passando.
- Foi mal. - Gritou lá do quarto.
Depois que terminei de fazer tudo, fui até a cozinha e coloquei uma
lasanha no forno. Enquanto eu mexia no celular esperando a lasanha
ficar pronta, logo apareceu o Matheus todo arrumado e cheiroso.
- Vou sair tá? Até logo. - Ele falou, pegando o celular, a carteira e a chave e
saindo de casa.
- Tchau né. - Falei, assim que a porta se fechou.
Revirei os olhos e fui pegar minha lasanha pra comer, porque realmente,
não tinha coisa melhor.
A tarde fiquei atoa, sentindo um pouco meu corpo arder. Então só fiquei
no ar condicionado e vendo filme, até que peguei no sono e dormi.
Capítulo 10
O dia logo amanheceu, a hora passou tão rápido que parece que nem
dormi tanto assim. Fiquei enrolando na cama, até que tive coragem de
levantar e fui até o banheiro. Fiz minhas necessidades e sai do quarto. Fui
andando devagar e parei em frente ao quarto do Matheus. Abrir devagar
e não tinha ninguém ali.
Fechei o mesmo e fui andando até a sala, a mesma estava vazia também,
olhei pra cozinha e ninguém também. Ele não havia dormido em casa.
Suspirei e fui trocar de roupa, pra ir até alguma padaria próxima.
Comprei algumas coisas que não tinha no apartamento e voltei pro
apartamento. Entrei no elevador e fui pro meu andar. Mas parou um
andar abaixo do meu, o que fez me lembrar do meu vizinho gato. Rir com
meus pensamentos e quando olhei pra cima, sim, estava o gato do meu
vizinho na minha frente. Ele estava com um sorriso no rosto, e diferente
daquele dia, não estava com roupa de praia.
- Oi vizinha. - Ele me cumprimentou, sorrindo.
- Oi vizinho. - Sorrir.
- Cara, posso te pedir um favor? - Ele perguntou, virando na minha
direção.
- An... claro, o que foi? - Perguntei, curiosa.
- É que eu estava indo atrás de fermento com uma senhora do 2º andar,
mas queria saber se você tem, porque eu não queria incomodar ela... não
que eu queira te incomodar, mas é que... - Falou, se enrolando.
- Olha, eu me mudei tem poucos dias e eu não sei se tem lá em casa, mas
vamos lá que eu vejo se tenho. - Falei, rindo dele.
- Ok então, to te devendo essa. E eu não sei o seu nome. - Disse, me
encarando.
- Sou Carolina, mas me chame de Carol.
- Ok então, Carol. E eu sou Fernando. - Disse, dando um sorriso lindo.
- Eu lembro, você disse aquele dia. - Eu sorri.
O elevador já tinha chegado no meu andar e sai com ele. Abrir a porta, e
pedi pra ele entrar. Ele entrou, olhou tudo e veio atras de mim.
- Belo apartamento. - ele comentou.
- Obrigada, ainda estou mudando certas coisas. - Sorrir.
Mexi nos armários e fiquei procurando o tal fermento que ele queria.
- CAROL, VOCÊ TÁ ACORDADA? - Escutei uma voz vindo da sala, e duas
pessoas falando, e uma voz era do Matheus.
Virei com o susto, e gritei falando que estava na cozinha.
- Adivinha quem veio aqui...? - Matheus disse, vindo do corredor e parou,
assim que deu de cara com o Fernando.
- Oi vaca. - Ju falou, vindo atras do Matheus, mas parou os olhos no
Fernando e sorriu de lado. Safada.
- Oi gente, esse é o Fernando. - Falei, apresentando ele. - E Fernando,
esses são
Matheus e a Ju.
- Oi Fernando, tudo bom? - Ju disse, dando dois beijos em sua bochecha.
- Tudo ótimo gata. - Ele sorriu. - E aí cara. - Cumprimentou o Matheus,
que estava todo sério.
- E aí. O que estão fazendo? - Matheus perguntou, ainda todo sério.
- Fernando me pediu fermento e estou aqui procurando. - Respondi, me
virando pro armário e achando logo o mesmo. - Aqui, achei já. - Sorrir.
- Obrigada Carol, vou indo agora, depois te entrego ok? - Fernando disse.
- Tudo bem. Vamos, te levo na porta. - Falei, o acompanhado até a porta.
Abrir a mesma e ele saiu, me olhando.
- Obrigado novamente, até mais. - Falou, me dando um beijo no canto da
boca e saiu andando.
- Tchau. - Sussurrei, toda boba. Fechei a porta e virei, mas acabei dando
de cara com o Matheus. - Aí que susto Matheus. - Reclamei, colocando a
mão no coração.
- Quem é ele?
- Ele é nosso vizinho, do andar debaixo. - Falei apenas, dando de ombro.
Ele não falou mais nada e foi pro quarto. Não liguei e fui pra cozinha,
encontrando a Ju fazendo comida.
- Mas já comendo? - Falei, rindo.
- Vou preparar um estrogonofe pra nós, está quase na hora do almoço
mesmo. -
Ela falou, pegando os ingredientes. - E que gato é esse hein? Apaixonei.
- Por quantos você já se apaixonou? - Perguntei, rindo.
- Quem manda ser tudo lindos e gostosos.
- Verdade né.
- Matheus pareceu não gostar muito disso não.
- Só lamento pra ele, eu não sou nada dele.
- É a mulher dele, não se esqueça.
- E ele é meu marido e se esquece disso pra passar a noite com outra. -
Reclamei.
- Ciúmes amiga? - Perguntou, rindo.
- Claro que não, eu não gosto dele.
- Sei. E a Thay, tem falado com ela?
- Falei no meu casamento.
- Ela sabe?
- Não, acho que só vou contar quando ela vier pra cá.
- Eu nem falei nada, pensei que você tinha falado, mas ela vai cair dura
quando souber.
- Vai mesmo, ela deve adorar o Matheus né?
- Ah deve, do jeito que ela é toda simpática com todos, principalmente
homens.
- Ju falou, rindo.
- Thay não é tão atirada assim Ju, não fala assim.
- Não é Carol? E aquela vez que você queria pegar um carinha na balada e
ela foi e pegou? Às vezes até penso que ela tem inveja de você.
- Aí não viaja Ju, ela é nossa amiga ainda sabia? E eu não posso fazer nada
se o carinha não me queria.
- Eu sei Carol, mas ela não liga muito pra isso. E pelo o amor, quem não te
quer? Me poupe garota.
- Ué, o carinha preferiu mais ela. - Falei, dando de ombro.
- Tá bom então, vou fingir que acredito nisso. - Ju disse, revirando os
olhos.
Deixei esse assunto de lado e fiquei conversando de outras coisas com
ela. O
almoço já estava pronto e chamei o Matheus pra comer conosco. O
mesmo veio de banho tomado e com cara de sono, sentou do meu lado e
se serviu. Ele conversava conosco.
- Aí vamos sair hoje? Os moleques estavam querendo ir numa boate que
vai abrir hoje. - Ele falou, nos olhando.
- A Gold Prata? O bruno comentou comigo que essa boate promete. - Ju
disse.
- Essa mesma. E aí vocês topam?
- Por mim to dentro.
- Vamos sim. - Eu concordei, sorrindo.
- Então vocês antes vão se arrumar, demoram demais. - Matheus
reclamou, negando com a cabeça.
- Cala a boca, não demoramos nada. - Ju gritou, rindo.
Ficamos na cozinha conversando, Ju toda empolgada com o amigo do
Matheus o Bruno, e Matheus cortando o barato da mesma, dizendo pra
não se apegar e etc. mas vai colocar isso na cabeça dura de Ju?
Fomos pra varanda e ficamos sentados ali conversando e comendo
sorvete.
Quando deu cinco da tarde, Ju foi pra casa e depois iria vim pra cá com o
Bruno. Fui pro meu quarto, e fiquei olhando os meus vestidos, peguei um
preto e peguei meus acessórios.
Deitei na cama, pegando meu celular e respondendo algumas mensagens
que havia no meu celular. Logo escutei duas batidinhas na porta e
mandei entrar.
Matheus colocou a cabeça e entrou.
- Fazendo o que? - Ele perguntou, vindo deitar na minha cama.
- Mexendo no celular. E você? - Perguntei, observando ele deitar na
minha cama e tampar os olhos com o braço.
- Eu nada, to no tédio. Acho que vou tirar uma soneca aqui viu. - ele disse,
sorrindo. - Me da um carinho aí. - ele pediu.
- Folgado você hein? - Falei, rindo.
Coloquei minha mão em seus cabelos e fiquei mexendo no mesmo. Seu
cabelo era liso, então passava nos meus dedos deslizando. Ele logo
dormiu e eu acabei dormindo junto.
[...]
Acordei com susto, olhei pro lado e o Matheus continuava dormindo.
Peguei o celular e era nove e meia da noite. Passei a mão no rosto,
levantei devagar e arrumei meu cabelo.
- Matheus, acorda aí. - Falei, cutucando ele.
- Hum? - Ele sussurrou, ainda dormindo.
- Já são nove e meia, acorda pra se arrumar. - Chamei.
- Só mais dez minutos. - Falou, se virando pra parede.
Deixei ele ali e fui tomar banho no banheiro. Tirei a roupa, entrei no box
e tomei um banho, sem molhar o cabelo. Logo sai com a toalha enrolada
no corpo, e fui pro quarto. Dei de cara com o Matheus acordado, ele me
olhou e desceu o olhar pro meu corpo. Sentir meu rosto esquentar, mas
tentei disfarçar.
- Eu vou sair Ta? Se a porta lá se abrir, é o Bruno vindo aí com a Ju. -
Matheus falou, levantando.
- Ta bem. Vou me arrumar agora.
- Só daqui a duas horas agora vamos sair, aí deus. - Ele saiu
resmungando.
Peguei o meu vestido, coloquei o mesmo. Fui fazer a maquiagem e
arrumei meu cabelo, só fazendo uns cachos nas pontas, já que ele estava
comportado.
Coloquei meus acessórios, passei perfume. E quando eu ia sentar na
cama, Ju entrou no meu quarto.
- Que isso hein gatona, assim Matheus não aguenta. - Ela zoou, rindo.
- Olha a graça. Minha roupa está boa? - Perguntei.
- Ta perfeita, esse vestido é lindo demais. - Ela sorriu.
Coloquei meu salto e parei em frente ao espelho. Peguei o meu celular e
tirei duas fotos. E postei:
"Vamos de baladinha, com meus amores. Partiu beber? Haha ??"
2.400 curtidas.
Coloquei tudo numa bolsa o que eu precisava e sai do quarto com a Ju.
Matheus estava saindo do quarto também, e estava tão lindo. Ele me
olhou e parou o olhar no meu decote. Ju deu uma tossida e ele saiu do
transe dele. Ju foi andando rindo e fomos atras dela.
Entrei no carro com o Matheus, e a Ju foi com o Bruno no carro dele.
- Tá linda. - Matheus disse, prestando atenção no trânsito.
- Obrigada, você tá gato também. - Falei, sorrindo.
O caminho não era longe, então chegamos logo. Como o Bruno já
conhecia o dono, não precisamos ficar numa fila que já estava formando
ali. Entramos e a música invadiu meus ouvidos, o lugar era espaçoso e
era muito bom. Estava lotado já, e já estava na cara que faria muito
sucesso aqui. Subimos pro camarote e pegamos bebidas. Ficamos numa
mesa e a Ju foi dançar. Eu fiquei bebendo e logo fui pro lado dela pra
dançar. Íamos até o chão ao som do nego do Borel, e sem querer se achar,
nós duas dançávamos muito. Eu sentia os olhares dos homens e até de
algumas mulheres em nós duas, ou melhor, na nossa bunda e no nosso
rebolado. Íamos até o chão e subíamos.
Fomos até o bar e pegamos mais bebidas. Quando estávamos já no
terceiro copo, ouvi uma voz desagradável e olhei na direção do Matheus.
Sim, Nicole pé no saco estava ali. E com duas amigas, as mesma da praia.
Cutuquei a Ju e amostrei pra ela, que mandou não ligar e curtir a noite.
Fiz o que ela falou e continuamos dançar. Meus pés já estavam doendo,
então pedi pra irmos pra mesa um pouco. Ela concordou e veio comigo,
mas antes fomos até o bar e peguei uma bebida mais forte. Bebi e desceu
rasgando, mas era muito boa.
- Aí meus pés estão me matando. - Reclamei, sentando ao lado do
Matheus e a Nicole na frente dele.
- Também, dançando como se fosse a última vez. - Ele me respondeu,
rindo.
- Eu nada. - Falei, rindo.
- Tá bêbada já? - Ele perguntou.
- Eu não. - Soltei uma risada, e vi Nicole fechando a cara. - Oi Nicole.
- Oi querida. - Ela falou, e deu um sorriso falso.
- Tudo bom? Não sabia que você iria vir. - Falei, sorrindo.
- E você deveria saber de alguma coisa? - Ela disse, me encarando.
- Não, mas se eu soubesse né... seria melhor, assim não iria me assustar. -
Falei, rindo. - Vou beber mais, e você só chupou o limão da tequila? Essa
sua cara aí né... até mais. - Não esperei ela responder e sai andando rindo.
Fui até o bar, e pedi mais bebida e fiquei ali sentada só bebendo. A Ju eu
ja nem sabia aonde tinha parado, mas sei que estava com o Bruno. O
tempo que fiquei sentada, já tinha bebido uns seis copos. Eu já nem sabia
mais o meu nome. Fui andando tonta querendo chegar no camarote, mas
eu estava muito ruim.
- Carolina? - Escutei uma voz e me virei. O Matheus estava ali.
- Math... oi gato. - falei, arrastando e rindo.
- Cacete, você já está bêbada demais. - Ele falou, me pegando pela cintura.
- Eu? Que nada, poxa. Vamos ali no bar, beber um pouco vamos.
- Não, vamos pra casa agora. Já deu isso aqui.
- Ah não poxa, cadê a amiga Nicole? Ela vai querer ficar contigo aqui.
- Calada Carolina. - Ele falou, me encarando. Virou e falou com uma amiga
da Nicole que apenas concordou com a cabeça.
Matheus saiu me carregando pra fora da boate e não lembro de como
cheguei no carro. Só sentir quando sentei no banco do mesmo e escutei a
voz da Nicole atras, conversando com o Matheus. Fechei os olhos e
apaguei ali mesmo.
- Vem Carol, ajuda po. - Sentir os braços do Matheus no meu corpo e ele
me puxando.
Levantei com dificuldade e fui andando quase dormindo com ele até o
elevador.
- Aí to muito bêbada. - Sussurrei, rindo.
- Percebi. - Ele disse, chamando o elevador e entrando comigo no mesmo.

Capítulo 11
Matheus narrando.
Nicole ficou irritada vendo eu sair com a Carol e não ter levado ela pra
casa, mas eu não poderia deixar a Carol sozinha e bêbada. E falando nela,
ela estava linda e gostosa demais hoje. Ela estava apagada no banco do
carro, e quando chegamos no apartamento, foi um sacrifício tirar ela do
carro e subir com a mesma. Ela falava coisa com coisa e estava bêbada
demais. Coloquei ela sentada no vaso do banheiro e fui até a cozinha,
preparei um café e fui de volta pro banheiro. Encontrei ela tirando o
vestido, e ficando apenas de lingerie de renda preta, e salto. Puta que
pariu. Fiquei olhando o corpo dela, e ela sorriu safada.
- Gostou do que viu? - perguntou, me olhando.
- Vai pro banho Carol, sério. - Falei, desviando o olhar dela.
- Vem comigo então. - Ela sorriu.
- Não, vou lá na cozinha.
Sai do banheiro quase correndo e fui até a cozinha. Suspirei, e passei a
mão no rosto sentindo calor. Tirei a camisa e fiquei apenas com a calça.
Coloquei o café num copo e pude sentir as mãos da Carol passando na
minha barriga, arranhando o mesmo com as unhas, me fazendo arrepiar.
Fechei meus olhos e ela me puxou, me olho e sorriu com uma cara de
safada, até meu membro deu uma acordada. Ela passou a mão no meu
rosto, me fazendo um carinho e se aproximou. Selou nossos lábios, e
continuou com os selinhos, até sua língua entrar na minha boca e
começarmos um beijo. No início foi calmo, envolvente, ela passava a mão
na minha nuca e apertava. Mas ela começou a se roçar no meu corpo, e o
beijo ganhou mais desejo. Agarrei em seus cabelos e puxei com força,
beijando ela com vontade. Nos beijamos com vontade, e nenhum de nós
dois queríamos parar. Peguei em sua cintura e a empurrei até encostar
sua bunda na borda da mesa, dei um impulso e a coloquei em cima da
mesa, deitando em cima dela e a voltando a beijar. Ela me agarrava e
parecia com medo que eu fugisse, mesmo se eu quisesse, não iria
conseguir fugir, não agora.
Paramos com falta de ar, ela estava ofegante e seu lábio vermelho. Dei
uma mordida e puxei o mesmo, ela sorriu.
- Vem Carol, vamos pro quarto. - Falei, caindo na real que aquilo não
deveria ter acontecido.
Ela apenas concordou, e foi andando toda tonta até o quarto. Peguei um
remédio e fui atras dela no quarto. Ela já estava deitada na cama e
dormindo.
Suspirei, e fiquei olhando-a por alguns minutos, e apaguei a luz, saindo
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quarto. Fui até a sala, e olhei a mesa que alguns minutos atras nós
estávamos se beijando. Eu deixei tudo lá e fui pro meu quarto. Fui até o
banheiro, tomei um banho rápido e cai na cama.
Acordei com o celular tocando, peguei e vi que era Nicole me ligando.
- Alo? - atendi, com a voz rouca.
- Acordei você? - Ela perguntou, toda calma.
- Não, pode falar, eu já estava acordado. - Menti, bocejando em seguida.
- Podemos conversar? - Ela perguntou.
- Podemos, eu vou aí daqui a pouco tá?
- Tá bom, estou te esperando. Te amo amor. - Ela disse.
Desliguei sem respondê-la, e cocei os olhos. O beijo de ontem veio em
minha cabeça, e que beijo. Acho que nunca ganhei um beijo tão gostoso
como da Carol. Suspirei, e sorri. To ficando louco só pode!
Levantei da cama com uma leve dor de cabeça, mas nada como um
remédio pra passar. Fui até o banheiro, fiz minhas necessidades e sai do
quarto. Fui até o quarto da Carol, como estava em silêncio, apenas abrir e
coloquei a cabeça dentro do quarto. Ela continuava do mesmo jeito que
ontem, parecendo morta na cama. Fechei a porta, e voltei pro meu
quarto. Tomei um banho, coloquei minha roupa e passei perfume.
Arrumei o cabelo, e peguei minha chave, celular e carteira. Coloquei no
bolso e sai do apartamento. Peguei o carro no estacionamento e fui até a
casa da Nicole. Como não era longe, logo cheguei e estacionei em frente à
casa dela. Bati no portão e fiquei esperando a mesma, que logo apareceu.
- Oi bom dia, entra. - Ela disse, me dando espaço pra entrar.
Fomos andando um do lado do outro até a casa, quietos. Assim que
entrei, deixei as minhas coisas na mesinha e sentei no sofá. Nicole sentou
do meu lado, cruzando as pernas.
- Você tá bolado comigo? - Ela perguntou, me encarando.
- Não estou, e você?
- Não mais. Me desculpa por ontem, sei que errei com você.
- Pois é Nicole, toda vez é isso agora.
- Matheus é complicado isso tudo tá? Você agora vive com uma outra
mulher e está casado poxa, isso é horrível.
- Essa é a minha vida agora, eu não posso mudá-la agora Nicole, e você
sabe que eu gosto de você, não vou te deixar.
- Será mesmo Matheus? Você agora tá todo amiguinho dela, assim fica
difícil não ter ciúmes, eu não sou de ferro não, eu tenho ciúmes. - Ela
disse, emburrada e com um bico.
- Nic, eu gosto de você, eu quero você apenas, então para com isso. Tira
essa insegurança de você, porque não rolou e nem vai rolar nada com a
Carol. E
estamos assim porque vivemos juntos, temos que ter uma convivência
boa né? -
Falei, tentando me convencer de tudo que falei.
- Mesmo? Eu não gosto dela.
- Sim Nicole, eu gosto apenas de você.
- Eu também Matheus e muito. Tenta evitá-la um pouco, por favor? -
Falou, roçando nossos lábios. Sorri de lado.
- Tá bom Nicole, se isso vai te fazer melhor.
- Vai sim amor, eu só não quero te perde. - Falou, me dando selinhos.
A puxei pro meu colo e a beijei. O beijo da Carol veio em minha mente e
puxei forte o cabelo da Nicole, que respirou ofegante. Merda, o que estou
pensando?
Parei o beijo, e a Nicole me olhou sorrindo. Encostou sua testa na minha.
- Que beijo é esse gatinho? - Ela perguntou, sorrindo toda boba.
- Gostou delicia? - Perguntei, apertando sua coxa.
- Amei. Você já comeu? - ela perguntou, saindo do meu colo e sentando
do meu lado.
- Não e você?
- Também não. Venha, vamos preparar o nosso café da manhã.
Ela me puxou pela mão e fomos até a cozinha. Comemos em meio de
conversas e depois fomos pra sala. Ficamos vendo um filme qualquer na
televisão e olhei o relógio, iria dar duas da tarde.
- Nic, eu já vou indo. Se der, eu venho mais tarde ok?
- Tá bom então. Te levo até lá fora.
- Tá.
Ela levantou, peguei minhas coisas e sai com ela. Despedi dela com um
selinho e fui embora com o meu carro. No caminho de casa, meu celular
tocou, era minha mãe.
- Oi mãe, tudo bom? - Atendi.
- Oi filho, lembrou da mamãe é? - Ela disse, rindo.
- Eu nunca te esqueci boba. Saudades.
- Eu também querido. E por isso que eu estou te ligando, seu avô, sua avó
e suas tias estão marcando pra semana que vem irmos até a fazenda. Que
tal?
- Hum, parece legal. A família toda?
- Sim. Então vocês vão? - Ela perguntou, animada.
- Vocês quem mãe?
- Você e a Carol né. Já falei com os pais dela, e eles vão também.
- Ah então vamos, ela já deve tá sabendo né?
- Com certeza. Então vou ver direitinho como vai ser e te falo tá filho? Se
eu não falar contigo, eu falo pra Carol.
- Tá bom mãe, agora deixa eu desligar porque estou dirigindo.
- Aí meu filho, por que você não me falou? Que perigo. Vai lá querido,
mande um beijo pra Carol. Beijos.
Ela não esperou eu nem responder e desligou. Rir e continuei o caminho
até em casa. Quando cheguei, estacionei o carro e subi. O elevador parou
no oito andar e o tal amigo da Carol entrou no mesmo, me olhou e apenas
me cumprimentou com a cabeça, ficando do meu lado mexendo no
celular. Não vou mentir, eu não ia com a cara desse cara e o jeito que ele
olhava pra Carol querendo levá-la pra cama, me dava uma raiva fora do
comum. Sai do elevador sem falar nada com ele, e entrei. Carol estava na
cozinha, colocando uma lasanha no micro-ondas.
- Oi. - Falei, chegando até ela. A mesma tomou um susto e me olhou.
- Oi Matheus. - Falou, com as bochechas vermelhas e toda sem graça.
Virou pra sua lasanha pronta e tirou a mesma. - Já almoçou?
- Não, ainda tem aí? - Respondi.
- Quer a metade da minha? Eu não to com muita fome, pega aí pra você.
Apenas assenti e peguei um prato, colocando um pedaço pra mim. A
olhei, e ela parecia não querer conversar. Pegou sua comida e saiu
andando. Suspirei e fiquei sentado ali na cozinha, comendo ali mesmo.
Quando terminei, lavei as coisas que tinha ali e fui até a sala. Parei e a
olhei.
- Minha mãe chamou pra irmos até a fazenda semana que vem.
- Eu sei, minha mãe me acordou pra falar disso. Nós vamos?
- Sim, você quer ir?
- Pode ser.
- Carol? Sobre ontem...
- To com uma dor de cabeça, acho que vou lá pro quarto deitar. Se você
sair, feche a porta.- Carol falou, levantando e indo até a cozinha, e logo
voltou, indo pro quarto.
Suspirei e sentei no sofá, fechando os olhos. Ótimo, ela não queria falar
nada disso.
Liguei a televisão e fiquei vendo um filme de ação que passava. Acabei
pegando no sono ali mesmo.

Capítulo 12
Carolina narrando.
Minha cabeça doia. Parecia que passou um caminhão em cima dela, e a
minha vontade era só de ficar deitada. Eu estava muito bêbada, mas eu
lembrava de uma coisa... o meu beijo com o Matheus. Sim, isso eu
lembrava muito bem e como. O meu celular tocava, o que me fez parar de
pensar nisso. Peguei o mesmo e apenas coloquei na orelha, sem ver quem
era.
- Oi filha, tudo bom? Esqueceu da mãe é? - Era minha mãe, no telefone.
- Oi mãe, a senhora me acordou. - Resmunguei.
- Desculpa, mas você já viu a hora? - ela falou. - Filha, vamos semana que
vem pra fazenda da família do Matheus.
- Tenho escolha? - Perguntei.
- Não querida, então depois a mãe do Matheus deve ligar pra vocês e
resolver melhor, porque eu também nem sei muita coisa.
- Ta bom mãe, é só isso?
- Sim, eu já estou ligando pra avisar antes pra a senhorita não sair. E
acorda filha, vai almoçar vai.
- Tá mãe, vou desligar agora tá? Te amo, beijo.
Desliguei e coloquei o celular em qualquer canto da minha cama. Resolvi
levantar da cama e sai do quarto.Fui andando, passei em frente do quarto
dele, abrir a porta e ele não estava lá. Fui até a sala e nada também.
Ótimo, ele já foi atrás daquela vaca!
Fiquei deitada no sofá, mas resolvi tomar um banho. Tomei um remédio
e fui pro banho. Tomei um banho rápido até, e voltei a ficar deitada.
Quando a fome bateu, fui até a cozinha e coloquei uma lasanha no micro-
ondas. Esperei e quando estava ficando pronta, Matheus chegou. Tentei
disfarçar, não queria olhá-lo, e não lembrar daquilo. Até minha fome já
tinha ido embora, ofereci a lasanha a ele e fui comer na sala. Tentei me
acalmar e fiquei comendo. Ele logo apareceu na sala, comentando sobre a
tal fazenda e depois dei uma desculpa indo pro quarto. Deitei na cama e
fechei os olhos, pensando no que eu fiz ontem. Eu não queria ficar em
clima ruim com ele. Então o melhor é esquecer esse beijo e fingir que não
lembro disso e não falar nada. Acabei dormindo com o tanto que eu
pensava.
Acordei algumas horas depois, o relógio marcava cinco da tarde.
Levantei, arrumei meu cabelo e fui pra sala. Matheus estava deitado,
vendo filme.
- Tá melhor? - Ele perguntou, me olhando.
- Estou sim. - Sorri de lado.
- Você se lembra de algo? - Ele perguntou, com cautela.
- Eu... não, não lembro nada. Dei muito trabalho? - Perguntei, soltando
uma risadinha.
- Não muito, mas não tem problema. - ele sussurrou, tentando sorrir, mas
parecia incomodado.
Apenas dei de ombro e fiquei vendo o filme com ele. Mais tarde ele
resolveu pedir uma pizza e comemos, ainda vendo o filme.
~Uma semana depois~
A semana passou sem nenhuma novidade. Minha faculdade estava sem
aula, então eu ficava de bobeira em casa. Na quarta-feira fui até a casa
dos meus pais, passei a tarde toda lá e à noite o Matheus chegou lá pra
me buscar, ficamos pra jantar e fomos embora. Na quinta-feira, fui pro
shopping com a Ju.
Compramos biquínis e algumas coisas pra levarmos pra tal fazenda. Ju
iria também junto com o Bruno. Eles estavam ficando, mas ao mesmo
tempo, eles falavam que não, mentem de pés juntos que não estão afim
um do outro. Mas fingimos que acreditamos.
Bom, eu e o Matheus estamos na mesma. Não tocamos no assunto "beijo"
e nem quero. Não quero estragar nossa amizade, então deixei quieto. E
ele parece estar firme com a Nicole. Várias noites ele ia pra casa dela, e
eu não poderia fazer nada contra isso.
Na sexta-feira arrumei minhas coisas e Matheus estava no quarto dele,
arrumando o dele.
- CAROL? - Escutei ele gritando do quarto.
- OI? - Respondi, gritando.
- VEM AQUI. - Ele respondeu.
- PRA QUE?
- VEM CÁ, RÁPIDO.
Bufei e fui até o quarto dele. Ele estava parado em frente a mala, que
estava toda bagunçada e não arrumada.
- O que é? - Perguntei, parando em frente ao quarto.
- Me ajuda aqui? Não consigo fechar. - Ele pediu, me olhando com um
bico.
- Também né, tudo desarrumado. Sai daí. - Falei, chegando perto dele e
tirei tudo, arrumando tudo direitinho como deveria ser.
- Aí pronto, tudo direito. - Falei, fechando a mala.
- Porra, só você mesmo viu? Obrigado. - Ele disse, rindo e me dando um
beijo na testa.
- De nada, agora posso voltar pro quarto? - Perguntei.
- Pode sim chata.
Sai do quarto e fui pro meu, voltando arrumar tudo. Ajeitei tudo ali, e
coloquei a mala no chão.
- Já está pronta? Meus pais já me ligaram pra perguntar. - Matheus falou,
deitando na minha cama.
- Já sim. - Respondi, olhando ele.
- Tá esquecendo nada não né?
- Não. Quem vai estar lá?
- Meus pais, os seus, meus avós, minhas tias e tios, primos, Ju e o bruno.
- Ata. É bom lá?
- Muito. Tem lago, piscina, animais, um casarão enorme.
- Já estou ansiosa pra chegar lá. - Falei, batendo as palmas.
- Então vamos, até lá são duas horas de carro. - Matheus disse,
levantando e pegando minha mala e minha bolsa.
Sai do quarto e o ajudei com as coisas. Fechamos o apartamento e fomos
pro elevador. Quando chegamos no estacionamento, colocamos as malas
no porta mala e entramos no carro. Mandei uma mensagem pra Ju
falando que estávamos saindo, ela respondeu dizendo que estava saindo
também com o Bruno. Colocamos tudo no carro, e o Matheus foi
dirigindo. Liguei o rádio e ficou tocando várias músicas, e o Matheus
cantando baixinho quase todas.
Acabei pegando no sono, toda torta mesmo.
Fui abrindo os olhos devagar, vendo que já estávamos perto da casa.
Tudo em nossa volta era mato.
- Aí to com a bunda quadrada já. - Reclamei, tentando me acomodar
melhor.
- Já estamos chegando. Ali na frente. - Ele aprontou com o dedo, e vi que
era um portão de madeira na frente e a casa no fundo.
Paramos logo em frente à casa, e minha mãe estava ali na frente. Ela nos
viu e veio andando até o carro parado.
- Oi queridos, fizeram uma boa viajem?
- Fizemos sim tia, sua filha dormiu o caminho todo. - Matheus disse,
rindo.
- Longe demais. Que casa linda hein? - Falei, olhando ela toda, mesmo no
escuro(já era noite) dava pra ver o quanto era bonita.
- Muito filha. Tem que ver o pôr do sol, perfeito.
- Imagino... - Falei.
Logo apareceu os pais do Matheus e os avós dele, que eu não conhecia.
Dona Lúcia e Seu Jorge eram os avós dele, muito simpáticos e nem
parecia ser avós, eram jovens demais. Ficamos conversando um pouco,
até mais dois carros chegarem. Um era do bruno com a Ju, e o outro carro
eu já não conhecia, mas sei que era sua tia com os filhos.
Ju desceu com o bruno e veio correndo até nós. Cumprimentou todos e
ficou conversando com a avó do Matheus, quem ela adorou também. O
outro carro desceu uma mulher morena, um homem alto, um menino que
deveria ter 5 anos e uma menina que era toda loira, o cabelo até a
cintura. Bruno já ficou olhando pra ela, sem disfarçar e o Matheus ficou
rindo dele.
- Oi gente, boa noite. - A tal mulher disse.
- Oi tia Simone. Essa aqui é minha mulher Carolina, e Carol essa é a minha
tia Simone, Tio Luiz e os filhos são o Pietro e Pietra. - Matheus me
apresentou.
Os pais do Matheus apresentou eles pro meus pais e ficamos
conversando. A tal Pietra tinha cara de nojentinha e a Ju já tinha fechado
a cara pra ela, já que o Bruno ficou de olho. Ficamos um tempo ali na
frente conversando, até outro carro chegar. Eram duas tias do Matheus e
uma filha de uma delas. Marina e Athena, e Bruna era filha da Marina.
Bruna já tinha os olhos pro Matheus.
Quando não chegou mais carro nenhum, fomos pegando nossas malas e
subindo. A casa tinha uns vinte quartos, porque cada um ficou com um, e
ainda sobrou. Quando coloquei as malas no quarto com o Matheus, olhei
tudo em volta. O quarto era lindo, tinha uma cama de casal e um
banheiro ali. Tudo muito lindo.
- Sua família é bem grande né? - Comentei, enquanto tirava umas roupas
e colocava num cabide dentro do armário.
- Sim, e ainda tem os meus tios que devem chegar amanhã só.
Matheus deixou tudo lá e saiu do quarto. Fiquei um tempo arrumando
tudo ali, e sai do quarto. Quando cheguei na sala, estavam todos
conversando sobre o meu casamento. Nenhuma delas estavam lá, e
estavam brigando com o Matheus por não ter feito outro dia, já que
aquele dia não dava pra elas irem.
Meu pai conversava e bebia com o pai do Matheus e minha mãe
conversava com a avó do Matheus. Pietra desceu e sentou do lado do
Matheus, começando a conversar com ele. E logo apareceu a Bruna
fazendo uma cara que não tinha gostado de vê-lo com a Pietra. Suspirei,
esses dias vão ser longo. Subi indo atrás da Ju. A chamei pra ir no meu
quarto e logo ela apareceu.
- A família dele é bem grande né? - Ela disse, deitando na minha cama.
- Sim, e são todos muito chique, reparou?
- Uhum. Só não fui com a cara de nenhuma prima dele, tudo com cara de
vagaba.
- Eu também achei, mas não quero tirar conclusões antecipadas, já que
não a conhecemos.
- Bruno só ficou babando naquela loirinha, deu vontade de dar na cara
dele.
- Ih ciúmes. - Zoei, rindo da cara dela.
- Não é nada disso, é só que...- quando ela iria falar, a porta abriu e era o
Matheus.
- Já estão fofocando é? - Ele falou, rindo.
- Não fazemos isso tá? E você tá atrapalhando. - Ju brincou, rindo.
Matheus deitou na cama, no canto do lado da Ju.
- Vim fofocar também amigas, conte o babado. - Matheus disse, fazendo
uma voz de viado e mostrando interesse na nossa conversa.
- Ridículo vocês hein? - Falei, rindo.
Ficamos todos deitados ali conversando e quando era duas da manhã, Ju
foi pro quarto dela, deixando apenas eu e o Matheus.
Fui até o banheiro e troquei de roupa, coloquei um pijama curto e escovei
os dentes. Quando sai do banheiro, dei de cara com o Matheus.
Estávamos tão próximos, que meu coração começou a bater mais forte.
- É...- Tentei falar, mas as palavras pareciam que iriam sumir a qualquer
momento da minha boca.
- Quer licença? - Ele perguntou, me encarando, e sorrindo de lado.
- Sim Matheus. - Falei, respirando fundo controlando minha respiração.
Ele riu e foi pro banheiro. Que patética eu sou. Puxei o lençol da cama e
deitei na mesma. A cama era muito boa. Matheus apareceu e olhou pra
mim.
- Também vou dormi na cama. - Falou.
- O que? - Perguntei, surpresa. -Não vai não. Vai pro chão Matheus, ou
dorme naquele sofazinho ali. - Falei, apontando o sofá que tinha ali.
- Eu não, vai você pra lá. - Ele riu, e se jogou na cama, me fazendo dar um
pulo.
- Idiota, quase cair. - Reclamei, me arrumando na cama.
Virei pra parede, já que eu estava no canto, e fechei os olhos, dormindo
logo.

Capítulo 13
Acordei com um braço em volta da minha cintura e um volume na minha
bunda. Sim, eu estava de conchinha com o Matheus. Tentei tirar os
braços dele em volta de mim, sem ter que acorda-lo. Ele não deveria nem
ter se ligado que fez isso, então não era melhor ele acordar agora e ver
isso. Fui até o banheiro, fiz tudo o que queria fazer e voltei pro quarto.
Deitei na cama, olhando pro teto.
- Bom dia. - Escutei o Matheus dizer, com a voz rouca, acordando.
- Bom dia. - Respondi.
- Acordou faz tempo? - Ele perguntou.
- Não, quase agora. - Falei, pegando o celular e vendo que era quase dez
da manhã.
- Que horas são? - Ele perguntou.
- Dez já. Vamos acordar.
- Já to indo. Quero te levar pra conhecer a fazenda.
- Então levanta, se não vai ficar tarde e eu quero aproveitar. - Falei,
batendo no braço dele.
Ele logo levantou reclamando e foi pro banheiro. Saiu com a toalha em
volta da cintura e foi até o armário pegando uma roupa pra vestir, e a
sunga preta, que ficou perfeito nele. Af, até de sunga ele é lindo!
Levantei da cama, peguei um biquíni azul com umas flores e fui até o
banheiro trocar. Ele era pequeno embaixo, e em cima dava mais volume
pro meus seios.
Era perfeito. Coloquei um short jeans, e uma blusa fininha e sai do
banheiro.
Arrumei meu cabelo, e peguei um óculos colocando na minha cabeça.
Desci e todos já estavam na mesa. Cumprimentei todos e sentei do lado
do Matheus.
Comecei a conversar com uma tia dele, a Athena. Ela era toda solta, toda
maluquinha e eu já estava adorando ela. A Ju sentou perto dela, e longe
do Bruno. Ficamos nós três conversando e quando acabamos fomos até a
varanda pra continuar a conversar. Eu ria tanto das histórias dela, que eu
nem tinha percebido que todos estavam ali fora ja. E mais dois carros
pararam ali na entrada. Um homem saiu de um carro junto com a mulher
e um homem, que deveria ser o filho. E que filho, era lindo demais.
- Coe família. - Ele gritou, atraindo atenção de quem não tinha visto.
Todos foram até eles, cumprimentaram.
- Tio, essa é a Carol minha mulher e esse é o meu tio Júlio, a mulher dele
Gabriela e o filho Leonardo, mas você não precisa saber dele. - Matheus
disse, sorrindo irônico pro rapaz que estava atras.
- Que isso primo, pra que tanto mal humor? - O tal menino falou, sorrindo
todo alegre e me encarando.
- Vocês ainda são assim? Crianças. - Júlio reclamou, me olhou e sorriu. -
Oi Carol, a famosa Carol que roubou o coração do meu sobrinho
preferido, tudo bom? Você é linda, com todo o respeito. - Ele disse, me
cumprimentando.
- Oi, tudo sim. Obrigada. - Sorri sem graça.
- Esse é o meu filho Léo, que você já percebeu essas duas crianças
adoram implicar um com outro. - Júlio disse, me apresentando o tal Léo.
Sorri apenas de lado, e fui pro lado do Matheus.
O outro carro era do tio dele, o Gustavo. Ele tinha uma filha que era a
Daniela, e ela era toda simpática, toda doidinha. A Ju já tinha adorado ela
de cara.
A casa estava lotada, todos conversavam em volta da piscina e as
mulheres mergulhando. A tarde passou bem agradável. Matheus bebia e
já estava todo alegre. Athena resolveu me amostrar a fazenda toda, já que
o Matheus não tinha feito isso.
- Como tá sua relação com o Matheus? - ela perguntou, enquanto
andávamos.
- Estamos bem. Por acaso, você sabe? - Eu perguntei.
- Sim, minha irmã me contou, mas só pra mim mesma. Eu achei errado,
mas quando eu vi vocês dois juntos, achei fofo.
- Fofo?
- Sim. Vocês são diferentes, mas sei que um olha pro outro diferente, só
não se tocaram disso. - Ela disse, piscando um olho pra mim.
- Não. Não sinto nada por ele.
- Ok, não vou discutir sobre isso, mas sei que seu coraçãozinho bate forte
às vezes.
Rir dela e logo chegamos na casa. Matheus estava bebendo ainda e veio
em nossa direção.
- Aonde foram? - perguntou, me abraçando.
- Fui amostrar a fazenda pra ela.
- Foi mal, eu acabei esquecendo. - Ele riu sem graça.
- Percebemos né querido. - Athena disse, apertando o nariz dele.
- O que ela está fazendo aqui? - Matheus perguntou com raiva, olhando
pra frente.
Virei e vi que tinha uma menina branquinha, loira natural, e toda simples
entrando na casa, junto com um homem, que estava de chapéu.
- Aí meu deus...- Athena suspirou do meu lado.
Matheus saiu do meu lado e foi até a menina. A reação da menina foi de
total surpresa. Andei até eles e parei do lado do Matheus. Sentir o
homem do lado me encarando e ele era muito lindo.
- Ester, essa é a Carol mulher do Matheus. E Carol essa é Ester, a filha do
cuidador da fazenda e o irmão dela, Danilo. - A mãe do Matheus me
apresentou.
- Oi, seja bem-vinda. Você vai gostar bastante da fazenda. - Ester falou,
sorrindo.
- Ora, ora! O que temos aqui? - Leo falou, se aproximando de nós.
- Cara, alguém te chamou aqui? - Danilo falou, com uma voz grossa. Meu
deus, até a voz era perfeita.
Matheus começou a discutir com o Léo e a Ester saiu correndo, e o Danilo
foi atras dela. Logo em seguida, Matheus foi pra dentro de casa irritado.
- Menina, o que foi isso tudo? - Ju perguntou, se aproximando de mim.
- Eu não sei de nada. - Falei, assustada.
- Vou resumir a história pra vocês. - Bruno disse, ao lado da Ju. - Então,
Matheus tinha uma queda pela a Ester e ficava com ela, mas aí o Léo foi e
pegou ela, sendo que foi a força e isso tudo deu uma confusão na época.
Aí a menina saiu da cidade pra fazer faculdade e agora está de volta.
- Que babado hein. - Ju falou.
Uma raiva tomou conta de mim. Quantas mulheres eu teria que aguentar
pelo o Matheus? Em cada canto tinha uma. Deixei os dois lá e subi até o
quarto.
Matheus saia do banho, assim que entrei no quarto e parou, quando bati
a porta com força.
- O que foi isso? - Ele perguntou.
- Quantas mulheres eu ainda vou ter que aturar por causa de você
Matheus? Em cada canto tem uma. Que saco! - Falei, irritada.
- Você já está sabendo? Eu não tenho nada com ela mais. E não tenho
mulher em cada canto, enlouqueceu?
- Ah não tem? E a sua prima que só falta ficar pelada na sua frente? E a
Nicole?
E agora essa dai.
- Minha prima é só ignorar e a Ester eu não tenho mais nada. Você tá com
ciúmes? - Ele perguntou, sorrindo de lado, mostrando uma pequena
covinha que ele tinha.
- Não. Só que eu fico ao seu lado e elas não sabem de nada, então eu pago
pato também. - Suspirei.
Matheus veio na minha direção, e eu fui andando até que cair na cama
sentada e ele me deitou na cama, vindo por cima de mim.
- Isso pra mim é ciúmes. - Ele disse.
- Não é. E sai de cima de mim. - Falei, tentando empurra-lo.
- E se eu não tiver afim? Hein? - Ele falou, olhando minha boca e
segurando meus pulsos.
- Eu vou...- Fui falar e só sentir quando sua boca invadiu a minha.
Larguei do aperto dele, e passei a mão pelo o seu cabelo e o puxei pra
mim.
Sua língua brincava dentro da minha boca, e explorava todo canto. Ele
chegou mais perto e nosso beijo só ganhava mais força, ele desceu o lábio
até meu pescoço, me dando mordidinhas ali, me deixando arrepiada. Meu
peito subia e descia descompensado. Passei a mão pelo o seu cabelo,
puxando forte e ele me beijou novamente, com mais fogo e eu tentava
seguir o ritmo do beijo dele. Ele subiu meu corpo pro meio da cama, me
deitando no travesseiro e veio por cima de mim.
- Eu estava louco pra fazer isso. - Ele sussurra, com a boca colada a
minha.
Apenas sorri e o puxei pra mais um beijo.
Ficamos nos beijando, as vezes o fogo era grande, mas tentávamos
controlar.
- Você vai me viciar assim. - ele diz, me dando selinhos.
- Que bom então. - Sorrio de lado.
- Vocês estão vivos aí? - Escuto a Ju perguntar atras da porta e batendo
na mesma.
- Estamos e sai daqui. - Matheus grita, rindo.
- Toscos, vocês vão ver só. - Ela fala.
- Coitada Matheus. - Falo, rindo.
- Vai trocar meus beijos por ela? - Ele faz uma cara de chocado.
- Chatinho. - Falo, puxando seu lábio e ele sorri, me beijando calmo.
Ele levanta pra trocar de roupa, coloca uma bermuda e uma blusa, e deita
do meu lado, me abraçando e deitando a cabeça no meu ombro.
- Math, acho que vou lá tomar banho. - Falo. Já que estou ainda de biquíni.
- Só mais um pouco. - Ele pede, me apertando.
- Não Math. Larga aqui, se não vai ficar tarde pra lavar o cabelo. - Falei,
me desfazendo do abraço dele.
- Malvada. Da só um beijo que eu te largo. - Ele diz, fazendo bico.
Aproximei dele e lhe dei um selinho, ele segurou minha cabeça e
aprofundou o beijo, mas mantendo o mesmo calmo. Me afastei dele e fui
pro banheiro, antes que ele me agarrasse de novo.
Enquanto eu lavava meu cabelo, eu tentava entender o que tinha
acontecido lá no quarto e nada explicava, e eu só sabia sorrir igual uma
boba. Quando terminei o banho, fui até o quarto e o Matheus já não
estava mais lá. Coloquei um vestido branco larguinho e me arrumei ali.
Coloquei um chinelo e desci. Os homens estavam na churrasqueira e
bebendo ainda, e algumas mulheres na sala conversando. Sentei perto da
Eloa, que deitou a cabeça no meu ombro, enquanto prestava atenção na
conversa delas. Matheus de longe me olhou e piscou pra mim, me dando
um sorriso safado. Sentir meu rosto corar e sorrir sem graça. Sai da sala e
fui até a cozinha. Fiquei na pontinha dos pés para abrir o armário pra
pegar o copo, e logo sentir um corpo atras do meu. Matheus. Ele encostou
bem seu volume na minha bunda, afastou meus cabelos e mordeu minha
nuca, me arrepiando toda.
- Alguém pode aparecer aí, sai Matheus. - Falei, tentando me afastar. Ele
me virou de frente e me pressionou.
- Ninguém vai aparecer, relaxa. - Ele fala, me abraçando e me dando
vários selinhos.
Sorri de lado, e fiquei roçando meu lábio no lábio dele, ele sorriu e morde
o meu lábio, me dando um beijo em seguida. Quando ouvimos passos, se
afastamos e fui até o filtro colocando água pra mim. Era a Pietra.
- Oi gente. - ela fala, sorrindo.
- Olá. - Matheus responde, já que eu estava bebendo a água.
- Tá tudo bem aí Carol? - Ela pergunta.
- Sim. - Sorrio, tentando disfarça minha tremedeira.
- Ata. To saindo aqui. - Ela fala, saindo da cozinha.
Pego uma colher de madeira que estava ali e bato no braço do Matheus,
que toma um susto.
- Que isso menina? - Ele pergunta, fazendo bico e rindo.
- Sua culpa idiota. - Falei, revirando os olhos e sai da cozinha, sorrindo.

Capítulo 14

Era tarde quando fomos dormi. Matheus ainda tentava me beijar, mas
virei de costas e dormi, deixando ele falando sozinho. Acordei era nove e
pouca da manhã. Matheus dormia tranquilamente e não iria acordar
agora.
Levantei com cuidado, fui até o banheiro, fiz tudo que tinha que fazer e
troquei de roupa, já colocando um biquíni. Desci as escadas da casa e
ninguém na sala, mas a porta já estava aberta. Fui até lá fora e vi dona
Lúcia tomando café.
- Bom dia. - Falei, sentando ao seu lado.
- Oi minha querida, bom dia. Caiu da cama? - Ela disse, sorrindo.
- Tenho costume de acordar cedo mesmo.
Começamos a conversar sobre várias coisas e levantei, avisando a ela que
eu iria andar por aí. A fazenda era muito grande, mas não era difícil de
andar, então não dava nem pra se perde. Parei em frente aos cavalos e
fiquei olhando.
- Bonitos né? - Ouvi uma voz atras de mim, era o Danilo.
Ele estava usando uma blusa e uma calça justa, com um chapéu de
cowboy.
- São sim, lindos. - Falei, sorrindo.
- Só não são mais que você. - Ele diz, me fazendo corar.
- Hãn... obrigada então. - Rir sem graça.
- Não fique com vergonha. Matheus teve sorte em ter você.
- É, acho que sim...- falei, confusa por não saber o que falar. - Eu já vou
indo. -
Falei, me virando.
Ele se aproximou, pegando no meu braço e me colocando encostada na
porta de madeira. Olhei em seus olhos e ele sorria.
- Danilo, me larga. - Exigir, tentando me soltar do seu aperto.
- E se eu não quiser? Eu vejo nos seus olhos que você quer me beijar. - Ele
diz, descendo o olhar pra minha boca.
- Isso é mentira. - Falo, com raiva.
Ele puxou minha cabeça e me beijou. Com o susto acabei deixando sua
língua invadir minha boca.
- Carolina? - Escutei uma voz raivosa, enfim conseguir empurrar Danilo e
olhei pro lado, vendo o Matheus parado ali com uma cara nada boa.
- Matheus? Matheus...- Eu falei, indo pro seu lado. E pra minha surpresa,
ele me pegou pela cintura e me abraçou, me colocando ao seu lado. E
olhou seriamente pro Danilo.
- Fique longe da minha mulher, entendeu? Se não, acabo com seu
emprego aqui. - Matheus falou, com raiva.
- Sim senhor. - Danilo disse.
Matheus me puxou com ele, e saiu me arrastando. Eu tentei pará-lo, mas
ele não parecia querer conversar agora.
- Matheus? Podemos conversar? - perguntei, quando ele me solto na
porta da casa.
- Agora não. - Falou, saindo andando e me deixando pra trás.
Suspirei e deitei em uma rede que tinha ali na varanda. Logo apareceu
Eloa e a Athena e ficamos ali conversando.
Durante o dia todo o Matheus ficou longe de mim, e quando eu falava
com ele, ele apenas falava pouco ou me ignorava mesmo. Já era noite, eu
já tinha tomado banho, estava na cozinha arrumando algo pra comer,
quando o Matheus entrou na cozinha de banho tomado e todo cheiroso.
- Você tá com fome? - Perguntei. - Quer que eu arruma alguma coisa pra
você?
- Não quero nada que venha de você, e me deixe em paz porra. - Ele falou,
me encarando sério e saiu da cozinha.
Fiquei parada olhando pra onde ele saiu e sem reação. Que merda!
Deixei tudo que estava fazendo na cozinha e fui atras dele no quarto.
Entrei e ele estava na varanda, virou me viu e virou a cara de novo.
- O que tá acontecendo matheus? Quem você acha que é pra falar assim
comigo? Hein? - Perguntei, irritada.
- Nada Carolina, só... me deixa em paz.
- Não, não vou deixar nada. Você falou um monte de merda pra mim e
agora quer que eu fique quieta?
- Eu não gostei de você junto com aquele cara.
- Aquele cara que estava tentando me agarrar? Você não viu que eu não
queria?
- Se eu não chegasse lá, vocês iriam se beijar sim.
- Eu sou solteira Matheus, eu beijo, fico com quem eu quiser.
- Você não é solteira, você é casada. - Ele disse, com raiva e me
encarando.
- De mentira matheus. Você está confundindo as coisas. - Soltei um riso.
- Não estou Carolina. Você é casada comigo e me deve respeito, aqui está
toda a minha família e imagina se fosse outro? Se fosse o meu pai? Ele
não iria gostar.
- A maioria da sua família sabe que isso tudo aqui é de mentira e seu pai
não tem que aprovar nada, a vida é MINHA. - Gritei.
- Você não faz o que quiser Carolina.
- Ah não? Só você então pode sair pegando várias ne?
- Que várias?
- Nicole. Ela é sua namorada, não é? Então pronto, você tem uma vida
com ela, e pode ser que fique com ela no futuro. E eu? Eu vou ficar presa
nesse casamento falso? Eu tenho que viver minha vida e não venha
colocar seu pai nesse teu showzinho não tá?
- Eu não quero você com outros.
- O que? - perguntei, assustada com o que eu ouvi.
- isso mesmo, não quero.
- Você não tem o querer Matheus, e eu não vou parar de viver pra te
agradar e fico com quantos eu quiser. - Falei.
Dei as costas pra ele e sai correndo do quarto, batendo com força a porta.
Desci correndo e fui andando sem arrumo. Ainda não estava escuro,
então parei perto do lago e fiquei ali olhando o sol se pondo.

Capítulo 15
Realmente Matheus me mostrou o quanto machista, homem das
cavernas ele era. Quem ele pensa que é pra falar comigo daquele jeito?
Quando dei por mim, já sentia as lágrimas descendo do meu olho,
molhando o meu rosto.
Passei a mão no rosto, limpando a mesma. Resolvi voltar pra casa antes
que ficasse muito escuro e eu me perdesse. A maioria dos homens ainda
estavam na piscina, esse povo não cansa?
Suspirei e entrei na casa. E a maioria das mulheres estavam na sala
conversando e rindo alto. Minha mãe me olhou como se soubesse que
tinha algo de errado acontecendo. Subi pro quarto e dei graças a Deus de
não ter encontrado o Matheus ali. Deitei na cama, e tentei lutar contra o
sono, mas ele foi mais forte que eu.
Não sei por quanto tempo eu dormi, mas era de manhã quando eu
acordei e o Matheus revirava sua bolsa. Ele percebeu que eu tinha
acordado, e falou comigo.
- Tem que arrumar as coisas, vamos embora daqui a pouco. - Ele disse,
fechando sua mala.
- Matheus,vamos ficar de bem, vai? -perguntei, levantando da cama e
parando em sua frente.
Ele sorriu de lado, levantou seus braços e me envolveu em um abraço. O
abracei forte, deitando em seu ombro. Era bom estar de bem com ele, eu
já me sentia em paz estando com ele. O que estou pensamento? Meu
deus.
- Desculpa por ontem, perdi a cabeça.
- Tudo bem, relaxa. Vamos hoje mesmo?
- Sim, meus tios já foram, só tá minha tia mesmo e nossos pais.
- Ata. Queria ficar mais aqui, é tão bom.
- Sim, muito. Eu amo vim aqui, mas temos que ir né? - Matheus disse,
sorrindo de lado.
Apenas assenti, e fui no banheiro, fiz tudo que eu tinha que fazer e sair.
Arrumei minhas coisas e aproveitei pra me arrumar. Coloquei um short
jeans, uma blusa rosa, bem simples. Coloquei o chinelo e desci. A tia dele
e meus pais estavam sentados na mesa tomando café, comprimentei a
todos e sentei ali.
Matheus logo desceu e fico ali conosco.
Quando os pais do Matheus fechou as portas, tudo por ali e deu as chaves
pro caseiro, fomos todos embora. No carro do Matheus só foi nós mesmo,
e acabei dormindo o caminho todo.
- Ca? Chegamos. - Eu dormia e ouvi uma voz de longe. Fui abrindo
devagar os olhos e o Matheus estava encostado no banco do carro me
olhando, e sorrindo.
- Chegamos. - Ele sussurrou.
- Acabei dormindo. - Falei, ainda na mesma posição.
- Você estava cansada, poxa. - Ele sorriu.
Meus olhos acabaram descendo e encarei seus lábios, e levantei o olhar,
encontrando com o dele me encarando também. Sua mão foi até meu
rosto e ele passou os dedos nos meus lábios, e se aproximou devagar,
talvez com medo de tomar um não, mas ao contrário, me aproximei mais
dele. Nos beijamos devagar, sem presa, mas com muito desejo. Ele
passou a mão pelo o rosto e chego em meus cabelos, puxando devagar.
Nos separamos assim que faltou nosso ar. Sua boca estava bem vermelha
por causa do beijo. Ele sorriu, parecia estar feliz.
- Não vou me desculpar. - Ele falou.
- Nem eu. - Sorri.
- Vem, vamos pro apartamento. - Ele falou, levantando.
Levantei e quando fui me virar pra sair, ele me puxou e me deu um
selinho.
Sorri e sai do carro. O ajudei a pegar as bolsas e fomos pro elevador. Mas
antes, ouvimos um grito vindo lá de fora, viramos e demos de cara com a
Nicole parada e com uma cara nada boa. Ela se aproximou rápido e não
estava com uma cara nada boa.
- Oi Nicole, o que faz aqui? - Matheus perguntou.
- O que eu vim fazer? Matheus você não me ligou, não me responde,
sumiu... o que aconteceu Matheus?
- Eu estava na fazenda e lá não têm sinal nenhum. É impossível fazer
qualquer coisa desse tipo Nicole. - Matheus falou, respirando fundo.
- Matheus, isso não é justo. Desde quando essa mulherzinha apareceu,
você não me dá mais atenção nenhuma, nada.
- Epa... eu não tenho nada com isso viu? - Falei, me metendo na conversa.
- Ah não querida? Me poupe.
- Olha Matheus, eu vou subindo tá? Não to afim de aguentar essa querida.
Tchau. - Dei um sorriso falso pra ela e entrei no elevador.
Quando cheguei no meu andar, respirei fundo. Saudades casinha. Entrei e
sorri, abrir todas as janelas e fui pro quarto, abrir as janelas e a sacada. O
vento invadiu o quarto, dando uma refrescada ali.
Separei algumas roupas e deixei em cima da cama. Peguei uma toalha e
fui pro banho. Tomei um banho lavando meu cabelo e sai enrolada na
toalha.
Enquanto eu secava o cabelo, fui andando e quando olhei pra frente dei
de cara com Matheus entrando no quarto.
- Você já viu como tá meu quarto? - Ele perguntou, desesperado.
- Eu não, o que é? - Perguntei, curiosa já.
- Vem ver.
Ele saiu andando e eu fui atras. Quando parei em frente ao quarto dele,
tomei até um susto, estava todo molhado, e o teto cheio de infiltração.
- Nossa, você tem que ir lá embaixo ver o que aconteceu. - Falei, olhando
tudo ali. A cama estava molhada, a única coisa que salvava ali era seu
armário.
- Eu vou lá, mas tenho que tirar essas coisas daqui antes que molhe. - Ele
falou.
- Pega e coloca tudo lá no meu quarto, deixa eu te ajudar. - Falei,
arrumando minha toalha que eu havia esquecido dela e fui ajudá-lo com
as roupas.
Pegamos tudo e jogamos na minha cama.
Ele logo saiu do quarto e foi lá ver o que tinha acontecido, e eu aproveitei
e troquei de roupa e penteei meu cabelo. Arrumei as roupas dele e sai do
quarto.
E ele logo apareceu, parecendo irritado.
- A vizinha de cima fez uma besteira e a água vazou e fez essa merda
toda, agora ele vai chamar um moço pra vim concerta. Vou te contar viu,
maior prejuízo. - Ele suspirou, passando a mão no rosto.
- Você pode ficar no meu quarto Matheus, vou arrumar um espaço pra
suas roupas. - falei, sorrindo de lado. - E logo arrumam isso.
- Eles tem que arrumar logo mesmo. - ele falou, indo até a cozinha e
bebendo água. - Ta com fome?
- To, que tal pedirmos uma pizza?
- Concordo. Vou ligar ok? - ele falou, pegando o telefone e ligando.
Ele fez o pedido e ficamos na sala vendo um filme de ação que passava na
TV.
Logo interfonou lá de baixo e o Matheus liberou. O entregador bateu, e o
Matheus foi atender. O ajudei com as duas caixas e fomos pra sala.
Comemos em silêncio e ainda sobrou uns pedaços de pizza. Continuei na
sala vendo filme e deitei, sem encostar no Matheus.
- Vem cá. - Virei, o olhando. Ele me puxou e colocou minha cabeça em seu
colo.
Ele começou a mexer no meu cabelo, um cafuné maravilhoso que me fez
dormi como um anjo.

Capítulo 16

Era de noite quando levantei do sofá e fui pro quarto. Fui até o banheiro,
fiz minhas higienes e troquei de roupa, colocando um pijama. Fiz um
coque indo até o quarto, mas acabei dando de cara com o Matheus
pegando uma roupa no armário. Não lembrava disso, droga! Agora ele
iria ficar aqui, e como resistir de tentar algo? Não tem como.
Ele sorriu passando ao meu lado e indo pro banheiro, e se trancou ali. Fui
até o ar condicionado e liguei no máximo, já que fazia um calor e me
enfiei embaixo do edredom.
-Carol, tá deitada já? - Matheus gritou de dentro do banheiro.
-Sim, o que foi? - perguntei, gritando.
-Trás a toalha pra mim, por favor? -pediu. -Acabei esquecendo.
Cacete! Respirei fundo e peguei a toalha dele na cadeira que estava ali.
Bati na porta e entrei, tampei meus olhos com a intenção de não ver
nada, mas seria quase impossível de andar sem olhar.
-Aqui a toalha. - Estendi o braço pra entregá-lo.
Ele pegou e eu fui saindo do banheiro.
-Ei Carol? - Me chamou, e acabei virando, vendo ele apenas enrolado na
toalha, todo molhado e com aquele corpo maravilhoso.
-É...oi? - Respondi, tentando não olhar pra seu tanquinho, aquele corpo
maravilhoso.
-Tudo bem aí? - Ele perguntou, sorrindo de lado.
-Ãn... tudo ótimo. Porque?
-Nada, você tá com uma cara diferente. - ele falou, me observando.
Apenas dei de ombro e sai do banheiro. De repente, o quarto estava
quente demais, ou seria eu? O que está acontecendo? Eu não era assim
perto do Matheus e agora...
Suspirei tentando acalmar meu coração e o fogo que crescia no meu
corpo. Não poderia acontecer nada. A porta do banheiro se abre, e
Matheus aparece apenas de short sem camisa e com o cabelo pingando
sobre o corpo dele. Ele me olhou, e olhou pro meu pijama, e voltou seu
olhar pra mim. Ele veio andando em minha direção e quando dei por
mim, sua mão agarrou meus cabelos e sua boca colada na minha,
estávamos se beijando como dois animais, sim, um beijo com vontade,
sem nenhuma vontade de parar. Ele foi me empurrando pra cama, e
quando bati o pé nela, ele me deitou, vindo por cima de mim. Ele
desgrudou nossos lábios e foi descendo beijando o meu pescoço e
mordendo devagar.
Suspirei, me arrepiando toda.
-Você quer? - ele perguntou, sussurrando no meu ouvido e pressionando
sua ereção na minha intimidade.
-Quero muito, Math...
Gemi ao sentir suas mãos envolvendo meus seios e apertando por cima
da blusa. Ele colocou a mão no meu short e puxou o mesmo pra baixo e
junto foi a calcinha. Ele passou a mão pelo o meu corpo e parou na minha
intimidade, enfiando dois dedos nela. Ele sentiu o quanto molhada eu
estava, e gemeu no meu ouvido, enfiando e tirando varias vezes. Estava
tão bom, que eu estava quase gozando. Ele parou, levantou e tirou o
short, revelando seu pau duro, grosso e grande. Ele tirou minha blusa e
começou a sugar meus seios, e apertava o outro com a mão, enquanto eu
arranhava suas costas toda. Sentir seu pau pincelar minha intimidade,
gemi no seu ouvido e ele meteu tudo me fazendo gemer alto. Ele fazia um
vai e vem lento pra provocar. Quando viu que estava preste a gozar, ele
me colocou de quatro, metendo mais fundo na minha intimidade, cada
vez mais rápido, ele segurava em meu seio, e acelerava. Sentir seu pau
latejar e gozamos juntos. Ele levantou e deitou ao meu lado tentando
controlar a respiração. Ele puxou meu rosto e me beijou na boca, um
beijo delicioso. E depois do beijo, rolou mais uma vez, e mais gostoso.
Acordei com o sol invadindo o quarto, havia esquecido de fechar as
cortinas.
Quando tentei levantar os braços, sentir um peso na mesma, olhei pro
lado e o braço do Matheus estava por cima do meu braço e com o corpo
colado ao meu.
Sorri de lado, tentei levantar sem querer acorda-lo, mas ele acabou se
mexendo e bocejou, acordando.
-Bom dia. Desculpa, não queria te acordar. - Falei baixinho.
-Eu já estava quase acordando, bom dia. Estava fugindo já princesa? - Ele
falou, sorrindo de lado.
-Não, eu só iria fechar a cortina ali, esquecemos aberta. - Falei,
entortando a boca.
- Difícil lembrar de algo com...-
- Calado. - interrompi, sentindo minha bochecha ficar quente. - Vou ao
banheiro, já volto. - Falei, dando um selinho nele e levantei.
Enquanto fui andando pro banheiro, peguei minha blusa e meu short que
estavam no chão. Entrei no mesmo, fiz minhas higienes e coloquei minha
roupa. Quando sai, Matheus não estava no quarto. Sai do quarto e fui pra
cozinha. Ele estava de costas mexendo na geladeira e eu sentei no banco.
Ele virou, me olhou e sorriu, retribuir o sorriso e ele arrumou a mesa pra
tomarmos café. Durante a manhã ele teve que sair pra ir na empresa
resolver uns assuntos, então acabei ficando em casa sozinha. No almoço,
resolvi fazer uma lasanha que eu sabia muito bem fazer e ficava muito
boa. Separei tudo que eu precisava e comecei a fazê-la. Deixei no forno e
fiquei mexendo no celular. Quando ela estava quase ficando pronta,
Matheus entrou e sorriu pra mim.
- Como foi lá? - Perguntei.
- Tudo tranquilo, eles aguentaram sem mim. Temos que conversar né? -
Ele perguntou, me encarando.
- Sim... aqui? - Perguntei.
- Pode ser. Olha, eu vou ser direto, ok?
- Ok, fale então Matheus. - Respondi, ansiosa querendo saber o que era.
- Eu não sei como isso tudo foi mudando desse jeito, mas eu gostei e
muito. E
eu quero tentar contigo, eu gosto de você bastante. - Ele falou, me
encarando e sorrindo de lado, como ele sempre fazia.
- Eu também gosto de você e quero tentar sim. - falei, sorrindo.
Ele me puxou e me beijou. Logo o empurrei e ele me encarou confuso.
- Eu preciso ver a lasanha, se não vai queimá-la. - Falei, correndo pra
cozinha.
- Que susto, pensei que eu beijava mal. - Ele riu.
- Você nem se acha né bobo? Eu to fazendo lasanha pro almoço, espero
que goste. - Sorri, olhando pra ele e tirei a lasanha do forno.
- Hum, o cheiro tá bom. Será que ela está boa? - ele zoou.
- Engraçadinho, claro que está. Venha, vamos comer.
Ele pegou os pratos, colheres e facas e fomos pra mesa. Comemos entre
conversas e risos. Depois fui lavar tudo e ele me ajudou a secar e guardar.
Eu estava passando o pano na mesa, quando sentir ele me agarrando por
trás e beijando minha nuca.
- Aí Math. - Falei, me arrepiando toda.
- Vamos pro quarto, deixa isso aí.
- Eu já to terminando, espera. - Falei, empurrando ele com a bunda e
passando pra cozinha.
- Eu estou com saudades, poxa. Vem amor. - ele falou, me agarrando de
novo por trás e me abraçando forte.
- Amor é? Já está assim é? - Falei, rindo. Me virei pra ele, e ele sorriu me
olhando.
- Claro, agora vem que você já terminou.
Ele me puxou e me levou pro quarto, me jogando com força na cama e
vindo por cima de mim. E cada vez era melhor com ele.
- Quer sair? - perguntei, deitada com ele.
- Eu quero ficar aqui com você, fazendo...
- Não precisa terminar. Tá muito safado hein? - Comentei.
- Você que me deixa assim. Gostosa. - Falou, me beijando e puxando meu
lábio com os dentes.
- Então vamos ficar, assim, agarradinhos.
- Maravilha, pois eu já estou excitado.

Capítulo 17
Matheus narrando.
- Sério mesmo que vocês estão juntos? - Leonardo perguntou, sentando
na minha frente.
Leonardo era um amigo meu da empresa, ele é como o meu braço direito
dentro da empresa. Mas Leonardo era amante da balada. E tudo pra ele
era zoação.
- Sim, estamos juntos.
- E você e a Nicole?
- Demos um tempo, e até agora nada dela. Pra mim ficou claro que não
temos mais nada, certo?
- Certíssimo. Então não vou ter meu amigo de volta pra sairmos?
- Não, você vai ter que procurar outro. - Sorri irônico.
- Valeu amigo. Quero conhecê-la viu? Não fui no seu casamento né.
- Verdade. Vamos marca qualquer dia desses pra sairmos então.
- Tá bom, vou cobrar viu? Agora deixa eu ir lá terminar o meu trabalho.
- Vai lá vagabundo. - Sorri e ele me deu o dedo do meio, saindo da minha
sala.
Assim que ele saiu, meu celular começou a tocar e era a Carol. Sorri.
- Oi princesa. - Atendi.
- Oi, você vem pra almoçar aqui? - Ela perguntou.
- Vou sim, porque?
- Queria saber pra eu fazer um almoço pra nós, então vou desligar pra
fazer aqui.
- Tá bom. Até mais, beijos. - Me despedi, desligando o celular e voltei a
trabalhar.
Assim que comecei a trabalhar, recebi a noticia que uma empresa que
iríamos fechar o contrato desistiu, o que me fez ficar irritado. Era muito
importante pra nós, e eu não conseguir. Fiquei irritado e eu só queria ir
embora, e não voltar hoje. Era uma da tarde e eu ainda estava tentando
resolver o problema, eu queria entrar em contato com o chefe da
empresa, mas ele não estava, então apenas informei a secretara dela que
ligaria mais tarde. Fui pra casa atrasado, e assim que entrei, dei de cara
com a Carol sentada com os cabelos presos em um coque mal feito e ela
de óculos. Ela virou e me viu, abriu um sorriso lindo.
- Pensei que não iria mais vim. - Falou, me olhando.
- Tive um problema no trabalho, desculpa a demora. - Falei, parando em
sua frente e dando um selinho nela.
- Sem problema, você resolveu lá?
- Que nada, mas eu vou tentar depois. Vamos almoçar?
- Vamos sim, eu espero que você goste viu? - Ela falou, me puxando até a
cozinha.
Era strogonoff e estava com um cheiro ótimo. Sentamos na mesa e
comecei a me servir. Realmente, não era só o cheiro, a comida estava
muito boa. Comi até demais. A tarde ficamos juntos e eu não voltei a
empresa, o que eu tinha pra fazer, fiz tudo em casa mesmo.
Capítulo 18
3 meses depois...
Matheus narrando.
Eu e Carol a cada dia mais estávamos mais encantados um com outro, eu
poderia até dizer que estávamos apaixonados. Eu amava chegar em casa
depois de um dia estressante e ver ela ali, me esperando com um sorriso
lindo. Meu coração só faltava sair de mim, de tão acelerado ele ficava. Era
muito bom estar com ela. Esses dias foram bastante estressante no
trabalho, mas eu tentava não ficar assim perto da Carol. Depois da
conversa com o Leonardo, lembrei do dia que eu e a Carol viemos da
viajem e eu fiquei conversando com Nicole, e resolvemos dar um tempo,
mas nem nos falávamos mais, e nem se víamos, nada mais. E então deixei
de lado isso e fiquei curtindo com a Carol. Hoje eu saia cedo do trabalho,
então fui correndo pra casa. Quando cheguei no meu andar e entrei, dei
de cara com a Nicole no meio da minha sala e Carol com uma cara nada
boa.
- O que está fazendo aqui? - Perguntei, parando.
- Você sumiu e eu vim até aqui, o que aconteceu? Nós resolvemos dar um
tempo, e não terminar.
- Nicole, pra mim foi o fim naquele dia. - Falei, querendo finalizar aquele
assunto.
- Matheus? Como assim? Não tem o porque pra isso Matheus, a gente se
ama, esqueceu?
- Nicole, a gente se afastou, eu...- Não terminei de falar, parando pra ver
Carol que balançava a cabeça parecendo estar mal. - Carol? - Me
aproximei dela.
- Sai, por favor. Você ficou esse tempo todo comigo e tendo um
relacionamento aberto com ela. - ela falou, rindo inconformada.
- Não! Claro que não! Eu não tenho nada com ela Carol, eu to contigo
apenas.
- Matheus... eu preciso ficar sozinha, assim não dar. - Carol disse, pegando
a bolsa com o celular, e indo pra porta.
- Não vai, por favor. Fique, vamos conversa por favor. - Falei, segurando
em seu braço.
- Não, eu não quero conversa agora, me deixa por favor. - Ela disse,
puxando o braço e saiu, batendo com força a porta.
Me virei pra Nicole e a encarei.
- Não temos mais nada Nicole, segue sua vida e por favor - Falei, indo até
a porta e abrindo a mesma. - Vai embora.
Ela engoliu a seco e saiu pela a porta. Bati a porta e fui até o sofá, deitei a
cabeça no encosto e peguei o celular enviando mensagens pra Carol, mas
ela não me responderia agora. Comecei a ligar pra ela e sempre dava
caixa postal.
Suspirei e desistir. Peguei minha chave, carteira e o celular e sair. Fiquei
alguns minutos rodando com o carro procurando Carol, mas nada dela.
Acabei parando em frente a um bar, e entrei no mesmo. Sentei no banco e
fiquei ali no balcão mesmo, comecei a beber e depois de cinco copos de
cachaça, eu já estava bem alegre. O carinha do bar ainda tentava
conversar comigo, já que isso pra alguns funcionavam, mas eu não queria
falar. Não agora, não hoje.
- Você não acha que está bebendo demais não? - Escutei uma voz atras de
mim, virei e vi uma mulher, linda.
- Eu to achando que não. E você? - Eu perguntei, fazendo uma
brincadeira.
- Eu nem to bebendo tanto assim. Você tá bem? - Ela perguntou.
- A gente nem se conhece. - Falei, sem querer ser grosso.
- Desculpa. Eu sou Thayane, mas pode me chamar de Thay. E você? - Ela
sorriu, jogando o cabelo pro lado.
- Sou Matheus. - Sorri de lado.
- Bonito nome. Então, a gente já sabe nossos nomes, agora me diz, está
bem? -
Ela perguntou, sorrindo.
- Está sim, só estou passando uns problemas, mas vou resolver. - Sorri de
lado.
- Eu espero que você resolva mesmo, posso fazer companhia pra você?
- Você não está com suas amigas não?
- Estou, mas elas estão com uns meninos e me deixaram de lado.
- E por que você não está também? - Perguntei.
- Eu cheguei no Brasil esses dias, então eu não conheço muitos por aqui,
só os antigos e elas estão acompanhadas já. - Ela riu.
- Entendi. Seja bem-vinda novamente então. - Dei a mão pra ela e ela
apertou sorrindo.
- Obrigada. Então vamos beber? - Ela perguntou, virando pro barmen e
pedindo mais bebida.
Bebemos como se fossemos grandes amigos, Thay era bastante divertida
e eu sentia falta de amizades assim. Ela levantou e me puxou pra
dançarmos. Ela dançava muito bem, e eu tentava não cair ou pisar em
seu pé. Nos divertimos bastante, e a deixei em sua casa. Parei o carro em
frente a sua casa, ela virou e me olhou, sorrindo.
- Ainda bem que chegamos vivos né? Estava meio receosa em chegar viva
aqui. - Ela brincou, rindo.
- Ata bom, eu to sóbrio já tá? - Eu sorri.
- Eu acredito viu? - Ela sorriu. - Eu até te chamaria pra entrar, mas minha
amiga chegou aqui e tá aí dentro dormindo.
- E não foi contigo pra balada? Que amiga mal.
- Ela não estava muito bem sabe. Vou entrar Matheus. Obrigada por tudo,
me divertir bastante. - Ela falou, sorrindo.
- Eu também me divertir bastante. - Sorri.
- Tchau, espero nos encontrar mais. - Ela falou, me dando um beijo
demorado na bochecha e saiu do carro.
Na balada havíamos trocado números. Eu realmente tinha gostado dela.
Era muito legal. Liguei o carro e fui pra casa, e pensei na Carol, esperava
muito ela estar em casa me esperando.
Estacionei o carro e fui pro meu andar. Assim que eu cheguei, abrir a
porta e entrei no apartamento.
- Carol? Você está aqui? - Gritei, olhando todos os cômodos do
apartamento e nada dela. - Carol?
Andei o quarto e nada dela também. Suspirei e encostei a cabeça na
parede.
Liguei mais uma vez pra ela, e deu caixa postal. Fui até a cozinha e peguei
uma garrafa de vinho, abrir e fui pra sala. Comecei a tomá-la no gargalho
mesmo.
Apaguei ali mesmo no sofá com a garrafa de vinho do meu lado.

Capítulo 19
Carol narrando.
Eu estava magoada, magoada demais. Eu não esperava isso do Matheus.
E
muito menos a Nicole aparecer no nosso apartamento dizendo aquilo
tudo, era horrível. Eu sai correndo e por um momento eu não sabia pra
onde ir. Ju não estava em casa, estava no trabalho. E então só me restou
Thayane, ela não me negaria ficar em sua casa. Ela tinha voltado alguns
dias e tínhamos marcado de nos encontrar algum dia desses, e eu iria
falar sobre o meu casamento. Mas agora era o momento. Peguei um táxi e
dei o endereço dela. Paguei o mesmo e parei em frente a sua casa. Toquei
a campanhia e ela apareceu na porta, assustada por me ver e veio
correndo.
- Amiga? Que saudades, eu não esperava você aqui hoje. - Ela falou, me
abraçando forte. - Que saudades amiga.
- Oi Thay. Desculpa chegar assim, mas eu tive um problema e não tinha
pra onde ir. - Falei, me segurando pra não chorar. - Saudades também
amiga.
- Poxa, vem amiga, entra. - Ela falou, me puxando pra entrar.
Entrei em sua casa e ela continuava a mesma coisa, a escada perto da sala
e a cozinha do lado. Não era grande, mas era bastante confortável e boa
pra uma pessoa só como ela era.
- Aconteceu algo amiga? - Ela perguntou, sentando no sofá.
- Aconteceu sim, mas não queria falar nisso agora, tem problema? -
Suspirei.
- Não, tem seu tempo amiga. - Ela falou, me confortando.
- Então me fale, como foi lá fora? - perguntei, pra mudarmos de assunto.
Ela começou a falar como foi tudo lá, e eu tentava prestar atenção.
Conversamos tanto, que eu nem percebi que já tava muito tarde.
- Amiga, posso ficar hoje aqui? Não quero incomodar, mas não queria ir
pra casa hoje. - Falei.
- Você pode sim. Mas eu marquei de sair com as meninas, você quer vim?
- Tem problema de eu não ir? Não estou muito no clima.
- Tem não, você pode ficar a vontade. A geladeira tem comida, você pode
fazer o que quiser, ok? - Eu assentir. - Você não quer me ajudar a escolher
a roupa e a minha maquiagem?
- Claro. Vamos lá. - Falei, levantando e indo pro quarto com ela.
Ficamos meia hora ali escolhendo as roupas, até ela pegar um vestido
preto, curto, mas era lindo. Fiz uma maquiagem linda nela e logo se
despediu de mim, indo pra festa.
Deitei na cama e peguei meu celular, havia umas dez chamadas do
Matheus e duas da Ju. Retornei à ligação da Ju.
- Oi amiga. Você me ligou? - Ela perguntou.
- Oi, liguei. Briguei com o Matheus...
E assim foram horas no celular. Ju me ouviu falar tudo e Ainda brigou
comigo por ter vindo até a casa da Thay e não a dela. Assim que desliguei,
peguei um pijama da Thay e tomei um banho. Quando sai, deitei na cama
e fiquei vendo um filme de romance. E no final do filme, eu já estava
chorando. Por que nossas vidas não são iguais de filme? Seria tão mais
fácil. Limpei o rosto, e escutei a porta sendo aberta e fechada. Thay logo
apareceu no quarto com um sorriso todo bobo.
- Viu o passarinho verde Thay? - perguntei, sorrindo.
- Aí amiga, conheci um homem tão lindo, nossa. - Ela falou, suspirando.
- Eita, e você pegou?
- Não amiga. - Falou, virando a boca. - Ele não estava muito bem, estava
com problemas e aí não rolou. Mas eu queria sabe? Ele foi perfeito amiga.
- Imagino, pra te deixar assim toda boba. - Eu rir.
Thayane era uma menina muito legal, e mesmo eu concordando um
pouco com a Ju sobre o que ela pensa da Thay, eu torcia pra ela achar um
cara legal.
- E agora? Vocês vão se ver? - Perguntei, sorrindo.
- Eu espero viu? Eu quero muito encontrá-lo, aí amiga. - Ela me encarou
sorrindo. - Mexeu muito comigo, sério. - Falou.
- To vendo Thay, mas vai com calma ok?
- É eu sei disso, mas já to doida pra vê-lo novamente.
- Gamou hein. - Zoei rindo.
- Paraa. - ela disse rindo andando até o banheiro.
Deitei na cama e acabei sentindo falta da minha cama. Suspirei e escutei
o meu celular tocando. Peguei o mesmo e vi que era o Matheus, apenas
deixei no mudo e virei pro outro lado e dormi logo.
Acordei no dia seguinte com a Thay se levantando e indo pro banheiro.
Passei a mão no rosto e peguei meu celular vendo a hora, era dez da
manhã. Eu havia tomado uma decisão, era bem difícil, mas eu não iria
mudar de ideia e eu esperava não me arrepender. Levantei e Thay logo
saiu do banheiro.
- Bom dia. - Falei, andando até o banheiro.
- Bom dia amiga, dormiu bem? - Ela perguntou.
- Dormi sim.
Entrei no banheiro, fiz minhas higienes e troquei de roupa. Coloquei a
mesma que eu estava de ontem e sai.
- Ué você já vai? - Ela perguntou, me olhando.
- Vou sim amiga, tenho que resolver esse problema.
- Todo mundo cheio de problemas, você, o menino da festa, ai ai. - Ela
sorriu.
- Já já passa, pode deixar amiga. Agora deixa eu ir, obrigada por tudo viu?
- Não tem nada. Venha sempre porque você pode e é de casa já.
- Pode deixar.
Ela me levou ate o portão e eu peguei um táxi e fui pra casa. Paguei o
mesmo quando parei em frente ao prédio e entrei no mesmo. Quando
cheguei no meu andar, me deu um certo nervoso, minha barriga chegou a
gelar. Respirei fundo e entrei. Matheus estava com uma cara péssima,
parado perto da cozinha com uma xícara com café, ele me encarou e
pareceu estar surpreso.
- Podemos conversar? - perguntei.
- Sim, claro. - Ele falou, me encarando. - Aonde você estava?
- Bom, eu estava na casa de uma amiga minha, e eu estava bem lá. -
Suspirei.
- Carol, você acredita em mim? Olha, eu realmente tinha aceitado como o
fim com a Nicole.
- Eu acredito. Mas eu acho melhor pararmos, vamos dar um tempo, pra
sabermos se é isso mesmo que nós queremos. Tudo foi muito rápido
Matheus. -
Falei, tentando segurar o choro.
- Carol, eu sei o que eu quero e eu quero ficar com você. Eu já não sinto
mais nada pela a Nicole, ela não mexe mais comigo. Por favor...
- Não, eu não vou mudar de ideia. É melhor pra nós.
- Melhor pra quem? A gente se gosta.
- Mas já começou errado, e eu não quero isso. - Falei.
- É isso mesmo que você quer?
- Sim, é o que eu quero. - Falei, respirando fundo, torcendo pra não me
arrepender da minha decisão.
- Ok então Carol. - Ele apenas falou e foi pro quarto.
Fechei os olhos e deixei as lágrimas cairem. Eu não queria isso, mas seria
necessário pra nós dois.
Capítulo 20
Nossos dias foram passando e mal nos falávamos. Eu queria ficar de bem
com ele, e eu tinha medo de tomar um fora ou ele não me responder. Ele
já não vinha mais almoçar em casa ou jantar, sempre saia e quando
voltava, não me dava confiança. Aquilo me doía muito, com certeza ele
deveria ter voltado com a Nicole. Óbvio, como não pensei nisso?
Eu estava sentada no sofá quando ele chegou do trabalho e me olhou,
encarei ele, mas ele foi pra cozinha. Levantei com raiva e fui atras dele.
- Matheus, assim não está pra conviver, vamos conversar. - Pedi.
- Não temos nada pra conversar, você decidiu uma coisa sem saber o que
eu pensava.
- Eu só não queria mais, foi minha escolha, você queria que eu ficasse
com você não querendo?
- A gente estava bem Carol, eu sinceramente não sei aonde que mudou.
- Mudou quando a Nicole entrou e falou aquilo.
- Estávamos separados.
- Não foi o que ela falou.
- E desde quando você acredita no que ela fala?
- Eu...- dei uma pausa, parando pra pensar. - Começou errado, eu só
queria agora começar certo, a gente ir com calma.
- Eu sinceramente não sei de onde você tirou que fomos rápido demais.
- A gente ficou e não se largou.
- É assim quando duas pessoas se gostam, querem ficar juntos e fim. Mas
agora não importa mais. - Ele falou, saindo da cozinha.
- Como assim? - Perguntei, segurando seu braço pra ele não sair. - O que
quer dizer?
- Deixa pra lá Carol. Estamos bem ok? Se você precisar eu vou estar aqui.
- Matheus? - Chamei, mas seu celular tocou, interrompendo. Ele pegou,
olhou.
- Vou atender, é importante. - Ele atendeu e andou até a varanda,
sorrindo.
Fui andando até o sofá e tentei ouvir a conversar.
- Hoje? -...- Claro, te busco aí ok? -...- beijos. - Ele desligou.
Ele veio andando e mexendo no celular.
- Vai sair? - Perguntei.
- Vou sim. E você?
- Não, vou ficar aqui mesmo.
Ele apenas disse "hum" e saiu de perto, indo pro quarto. Deitei a cabeça e
segurei as lágrimas. Se arrependimento matasse, eu estaria morta. Não
queria ficar assim com ele, era horrível. Eu queria estar com ele, sair
agora com ele.
Mas eu o perdi e agora vou ter que aceitar isso. Passei a mão no meu
rosto e fiquei deitada ali vendo um filme. Ainda liguei pra Ju chamando
pra vim aqui, mas ela iria sair com o Bruno. E então eu liguei pra Thay, no
terceiro toque ela atendeu.
- Oi amiga. Tudo bom? - Ela perguntou, assim que atendeu.
- Tudo sim e você? Amiga, você vai sair?
- Poxa amiga, sabe aquele menino da festa? Eu tomei coragem e o chamei
pra sair, vamos sair daqui a pouco. To tão nervosa.
- Então à noite vai ser boa né? Safada.
- Aí eu espero viu? Eu não parei de pensar nele, to feliz.
- Poxa, quero conhecer esse menino viu? Quero saber quem está
prendendo minha amiga. - Rir.
- Deixa eu conhecê-lo mais amiga e você vai ver como ele é tão príncipe.
- Aí meu deus, que melação. Vou desligar, deixar você se arruma ai,
beijos.
- Beijos amiga.
Desliguei o celular e o Matheus apareceu na sala me olhando.
- Você quer ir comigo? - Ele perguntou, me encarando.
- Não, eu vou ficar aqui mesmo, pode ir tranquilo. - Sorri.
- Ok então, estou indo agora, tchau.
Dei tchau baixinho pra ele, querendo pedir pra não ir. Mas ele não era
mais nada meu. Suspirei e fiquei vendo o filme. Escutei o telefone
tocando e peguei, atendendo. Era a mãe do Matheus.
- Oi querida. Eu queria falar com o Matheus, mas o meu celular tá uma
merda, ele está aí?
- Oi, ele acabou de sair, não tem nem cinco minutos. - Respondi.
- Poxa, tá difícil falar com ele assim viu? - Ela falou, e eu rir baixinho. - E
vocês como estão?
- Na mesma de sempre, a gente separou.
- Aí não acredito! Porque Carol? Poxa, vocês estavam bem.
- Eu errei, mas não queria falar disso agora, desculpa.
- Claro minha filha, mas se vocês se gostam, não deixa esse amor morre
assim, não fiquem separados por bobeira.
- Pode deixar, vamos resolver.
- Assim espero. Torço muito por vocês, vocês se gostam muito e da pra
ver.
- É sim, obrigada.
- Nada querida. Olha, vou desligar então, nos falamos depois, beijos.
- Beijos.
Desliguei e suspirei. "Pode deixar, vamos resolver" ecoava na minha
cabeça, eu queria muito acreditar nisso, mas estava difícil. Acabei
dormindo no sofá e acordei com o Matheus entrando em casa, fiquei de
olhos fechados e ele veio andando, parou na minha frente e ficou uns
minutos assim, e depois subiu.
Olhei o relógio e marcava quatro da manhã. "Com quem ele estava até
agora?"
Fiquei me perguntando. Levantei e andei até o quarto. Quando parei no
mesmo, vi sua camisa jogada no chão e uma marca de batom na mesma.
Cheirei a camisa e estava com cheiro de perfume de mulher. O choro veio
tão forte, que larguei a camisa ali e voltei pro sofá, chorando. Ele estava
com outra, por isso que ele já não fazia tanta questão assim de mim.
Deitei chorando, não queria chorar tão alto pra ele não escutar, mas era
quase impossível. Acabei dormindo no sofá.
Uma semana depois....
Nada mudou. Matheus estava saindo com alguém que não era a Nicole,
pois um dia sai com a Ju e acabei vendo ela com um homem bonito até, e
eles pareciam estar se curtindo. Suspirei e segui em frente com a Ju. E o
Matheus vivia saindo esses dias, e sempre voltava feliz. Eu não queria
tirar satisfação com ele, não queria pergunta nada pra ele não pensar
errado. O aniversário dele seria amanhã e ele queria ir comemorar num
lugar que era balada e barzinho junto. Já tinha ido lá, então era ótimo
lugar pra curtir com os amigos. Eu estava até animada pra ir, já que a Ju
estaria lá com o Bruno, e sim eles ainda estão enrolados que não se
assumem.
Eu tentava não pensar no Matheus com outra menina, pois só de pensar
já me doía, me deixava muito triste. Eu queria estar com ele, mas uma
bobeira minha acabei perdendo. E ele parecia tá feliz agora com essa
menina, pois ele só vivia sorrindo. Mas a vida é assim, um dia temos e
outro perdemos, e quem sabe um dia o Matheus voltaria pra mim, ou
não, vai que minha metade seja outra pessoa? Não tinha como saber
disso, só o tempo mesmo. O tempo.

Capítulo 21
Matheus narrando.
Eu queria poder falar que eu estou bem, estou feliz com outra pessoa e
esqueci a Carol. Mas eu estaria mentindo. Eu estava até feliz, mas
esquecer dela parecia impossível. Eu sofria toda vez que entrava em casa
e não via ela, ou não tinha ela pra me dar carinho como ela fazia.
E hoje não foi diferente. Entrei em casa e tudo estava vazio. Amanhã seria
o meu aniversário e eu não estava tão animado assim. Fui direto pro
quarto e tomei um banho. Demorei quase uma hora no mesmo e deitei na
cama, mas nada dela chegar e acabei pegando no sono.
Acordei com minha mãe gritando no quarto me desejando parabéns. Ela
começou a chorar enquanto a Carol tentava acalma-lá e ela não parava
nunca de chorar e me abraçar com força, me beijando o rosto todo. Carol
veio na minha direção e deu aquele sorriso maravilhoso e me abraçou.
Coloquei minha cabeça em seu ombro e deitei no mesmo, deixando
minha boca perto do seu pescoço. Ela fez o mesmo e sua respiração no
meu pescoço me causava arrepios.
- Parabéns. - Ela disse, baixinho no meu ouvido.
- Obrigado. - Sussurrei.
Continuei abraçado a ela, mas logo se afastou e sorriu sem graça. Ela é
linda até sem graça.
A manhã passou rápido e no almoço, fomos todos pra um restaurante
almoçar.
Meus pais e os pais da Carol. Conversamos sobre tudo e como foi bom
passar esse tempo com eles. Recebi uma mensagem da menina que eu
estava ficando, perguntando se estava tudo certo pro barzinho de hoje,
respondi que sim e voltei a conversar com eles. Meus pais foram embora
assim que terminou a sobremesa e os pais da Carol foram juntos.
- Tá feliz? - Ela perguntou, bebendo um pouco do seu vinho.
- Estou sim, eu amo quando estou com meus pais e os seus, claro.
- Eu estava sentindo falta dessas reuniãozinhas. - Ela riu.
- Sim, minha mãe e suas histórias. - Ela riu.
- Você vai comemorar a noite no barzinho?
- Sim, é um bar tipo boate. Bruno escolheu, e aí vamos né? Você não vai
furar comigo né?
- Não, poxa. Eu vou sim. - Ela sorriu.
- Maravilha. Então vamos pra casa? - Perguntei.
Ela apenas concordou, e como meus pais já tinham pago a conta, apenas
saímos do restaurante. Voltamos pra casa já era tardezinha. Fui pro
quarto e a Carol foi pro banheiro, dizendo que já ia lavar o cabelo e deixá-
lo pronto pra noite. Mulheres!
Fiquei mexendo no celular pra passar a hora e quando percebi já era
noite.
Carol já tinha secado o cabelo e feito uns cachos nas pontas, mas já
tinham saído todos, já que seu cabelo era liso escorrido.
Fui pro banheiro, tomei um banho, e me troquei ali mesmo. Coloquei
uma calça jeans escura, e sai do banheiro sem camisa. Peguei o tênis,
coloquei com a meia e coloquei a blusa azul marinho. Arrumei o cabelo, e
passei meu perfume. Me olhei no espelho e realmente, eu estava gato
demais. Olhei pelo o espelho a roupa da Carol, ela estava linda de vestido
branco com um decote enorme na frente. Tava perfeito e eu espero não
ver ela com ninguém na minha frente. Respirei fundo.
- Você tá linda. - Falei, a observando.
- Obrigada. Você também está lindo. - Ela disse, me olhando e sorrindo.
Cheguei perto dela e a abracei forte. Ela retribuiu me dando um abraço
bem forte. Cheirei seu pescoço e ela se arrepiou, sorri e escutei o meu
celular tocando.
- Vamos? Seus amigos já devem estar nos esperando. - Ela sussurrou,
saindo dos meus braços devagar.
- É... vamos. Tá pronta?
- Estou sim. To na sala te esperando tá?
Apenas assenti e peguei o celular tocando. Era ela.
- Oi Thay, desculpa a demora. - Falei, assim que atendi.
- Oi Theus. Você já está indo? - Ela perguntou.
- Estou sim. Você vai né?
- Claro, você acha que eu ia perde de passar esse dia com você? Eu queria
passar sozinha contigo, mas...
- Outro dia gatinha. Então, a gente se encontra lá?
- Sim. Beijos gato.
Desliguei e peguei minhas coisas indo pra sala. Encontrei a Carol perto
da porta mexendo no celular, mas o colocou dentro da bolsa assim que
me viu.
Descemos em silêncio até o carro, mas não era incomodo pra gente. Carol
resolveu ir junto comigo no carro, e então parti pro barzinho.
Achar vaga pra estacionar é uma bosta, logo quando é lugar cheio. Eu já
tinha visto o Bruno na porta da boate junto com a Ju. Estacionei o carro
um pouco longe, mas dava pra ir andando tranquilamente. Ajudei a Carol
a sair do carro e fomos andando até eles. Junto com o Bruno estavam
outros amigos meus na porta, cumprimentei todos e todos fizeram maior
festa comigo. Cumprimentei a Ju e o Bruno, e a Carol logo foi ficar com a
Ju. Entramos no lugar e realmente, lá era bom demais, mas estava super
lotado. Bruno havia reservado o camarote pra nós e então subimos.
Enquanto bebíamos, e conversávamos, sentir o meu celular tocando e era
a Thay mandando mensagem.
"Aonde você está? Cheguei aqui" - Thay.
"Estou no camarote. Estou indo aí" - Matheus.
- Já volto. - Falei no ouvido do bruno, que apenas concordou e falo com
todos ali.
Desci e fui até a entrada. Thay estava de vestido vermelho, muito linda.
- Feliz aniversário seu velho, tudo de bom pra você, muito sucesso, paz,
amor, e que eu esteja com você sempre. - Ela disse, me abraçando forte.
- Obrigada linda, tudo em dobro pra você também. - Agradeci. - Mas não
estou tão velho assim. - Fiz bico.
- Está sim viu? Mas continua um gato. - Ela disse, apertando meu bico e
rindo.
- Vamos entrar? Meus amigos estão lá dentro.
- Claro. Mas será que eles vão curtir eu lá? Única menina né...
- Ah tem problema não. Minha... - Parei de falar assim que me toquei que
ela não sabia da Carol.
- A sua?
- Minha amiga está lá também, namorada de um amigo meu e ela é gente
boa.
- Ah que ótimo! Assim não fico sozinha. - Ela sorriu.
Dei o braço pra ela e entramos. Subimos e apresentei a ela todos os
meninos que estavam ali. Vi a Carol com a Ju em um canto e a lavei até lá.
Carol estava de costas, mas a Ju estava de frente e quando nos vimos, já
fez uma cara que não gostou.
- Meninas, deixa eu apresentar pra vocês... - Falei, e a Carol virou, nos
olhando sem acreditar.
- Thay? - Ela perguntou, assustada e surpresa.
- Amiga? Que surpresa! - Thay disse, indo a abraçá-la e se virou pra Ju. -
Ju quanto tempo. - Ela sorriu.
ESPERA! O que está acontecendo aqui, gente? Eu não sabia o que falar ou
o que fazer, parecia que eu estava em um jogo de campo mimado que a
qualquer passo eu poderia estourar uma bomba.
- Vocês se conhecem, amiga? Ele é o carinha da boate daquele dia que
você estava mal e ficou lá em casa. - Thay disse, sorrindo e a Carol com
uma cara nada boa. Espera, o que?
- Fudeu...- Escutei a Ju falar.
- É... nós nos conhecemos... ele é... amigo da Ju. - Carol disse, me
encarando.
- Ah que bom, assim não fico aqui sozinha, fico com vocês. Estava
preocupada em ficar sozinha com os meninos, só conheço o Theus...
Eu deixei elas conversando e fui andando meio perdido no meio do povo.
Bruno estava no bar quando parei ao seu lado e ele ficou me olhando.
- Cara, você tá bem? Você tá pálido.
- Thay, a menina que estou ficando é amiga da Carol e eu não sabia de
nada.
- O QUE? COMO ISSO? - Bruno perguntou, gritando no meu ouvido.
- Não grita porra. Eu não sei o que fazer, meu deus... - Falei desesperado,
passando a mão entre meus cabelos.
- Caralho, agora você tá ferrado de vez.
- Obrigado pela a dica viu? - Sorri com ironia. Ele olhou pra trás, e me
olhou de volta.
- Carol acabou de sair daqui.
- O que? Pra aonde ela foi? - Perguntei, olhando pra trás.
- Saiu ali pela a porta da entrada.
Pulei da cadeira e fui correndo atras dela. Quando cheguei na rua, a vi
perto do carro com a cabeça encostada no vidro. Sai correndo atras dela,
e foi o tempo dela colocar a mão na porta e eu puxar ela. Ela tentou me
afastar, mas me abraçou chorando e me batendo.
- PORQUE ELA? VOCÊ NÃO PODERIA TER FEITO ISSO MATHEUS. -
Ela gritou, me empurrando.
- Eu não sabia que ela era a SUA amiga Carolina. Para de gritar, merda.
- Você nem falou pra ela que era casado? Como você foi capaz Matheus?
Ela está apaixonada por você agora.
- Eu iria contar tudo pra ela, mas foi tudo muito rápido.
- Aí você esqueceu disso né? Desse pequeno detalhe na sua vida.
- Não fala assim.
- Falo sim! Porque pra você é apenas isso, um pequeno detalhe na sua
vida.
- Carolina eu gosto de você, mas você terminou comigo...
- Ah nossa, vai ficar jogando quantas vezes isso na minha cara? Hein? Eu
só quero que você conte a verdade pra ela, pois ela gosta de você e você
não é fiel a ela.
- Quem disse que não? Nós somos casados apenas no papel, não estamos
juntos mais. - Falei com raiva e ela parou um segundo, se dando conta o
que estava acontecendo.
- Você tem razão. Eu não tenho que meter nos seus relacionamentos, mas
ela não merece isso.
- E eu mereço? Eu não sabia que ela era sua amiga e nós estamos só se
conhecendo, fiquei poucas vezes com ela até hoje.
- Há há, me engana que eu gosto tá? Ela já me falou mil coisas sobre o
menino da boate, e duvido que não rolou nada.
- Não, não rolou. Porque eu gosto de você Ainda e não quero machuca-lá.
- Sinto te informar, mas ela vai se machucar do mesmo jeito. Você não
deveria enfiar uma pessoa no meio da nossa confusão.
- Eu não queria nada disso acontecendo Carol. Eu fiquei tão surpreso
quanto você.
- Acredito. Eu vou embora, essa noite deu pra mim viu? - Falou, me dando
as costas.
- Eu vou contigo.
- E vai deixá-la sozinha?
- Carol? Não complica, por favor.
- Não, não estou complicando nada. Vá e fique com ela.
- Carol para, que merda. - Suspirei com raiva.
- Não. Eu não quero você vindo comigo, e se você não me deixar ir com o
carro, eu vou de táxi.
- Vai com o meu carro. - Falei.
Ela apenas concordou e entrou no carro, arrancando com ele. Suspirei e
fiquei um pouco parado olhando o carro virar a outra rua.
- Theus? - Ouvi alguém gritando e me virei, era a Thay.
Fui andando até ela, que estava parada me esperando.
- Oi, tá tudo bem?
- Está sim linda, vamos?
- Vamos. Eu estava pensando, não quer ir lá pra casa? Estou sozinha... -
Ela perguntou, me encarando ansiosa.
- Quero sim, deu por hoje. - Sorri.
Seria melhor. Eu espero.

Bônus - Thay.
****
- Vamos. Eu estava pensando, não quer ir lá pra casa? Estou sozinha... -
Eu perguntei, ansiosa pela resposta.

- Quero sim, deu por hoje. - Ele falou, sorrindo.


Sorri toda alegre. Finalmente eu tinha encontrado um homem bonito,
bom de papo, bom de tudo e tinha dinheiro. Tenho muita sorte mesmo e
eu estava encantada com ele, mas não era aquilo de amor, era mais uma
paixão, não sei dizer, mas eu queria descobrir logo. Mas achei estranho a
reação da Carol quando me viu com ele, eu senti que tinha algo por trás e
aquela nojenta da Ju sabia de algo. E eu não sabia de nada. Mas irei
descobrir o que é. Dessa vez, a Carol não iria me tomar esse homem. Não
dessa vez. Carol sempre foi a melhor em tudo quando éramos nós três, e
ela sempre preferiu a Ju ao invés de mim.
Isso era horrível, mas aprendi que não deveria ficar correndo igual
cachorra atras dela. Ela teria o que merecia, por ter feito tudo de ruim
contra mim.
Entrei no carro junto com o Matheus e fui dirigindo até em casa. Ele não
parecia querer conversar e nem nada, pois toda vez que eu puxava
assunto, ele respondia pouco e logo ficava quieto olhando pro nada.
Estacionei o carro e entramos em casa.
- Se divertiu bastante hoje? - Perguntei, sentando no sofá e tirando meus
saltos.
- Sim, foi legal até. - Ele sorriu.
- Que bom... o que acha de fechar essa noite melhor? Que tal...
- Thay, desculpa... mas eu acho que vou pra casa, to com uns problemas e
não quero te envolver nisso.
- O que? Não vai, fica aqui. Olha como você tá mal, vai sair assim pela rua?
-
Perguntei.
- Eu vou pegar um táxi, não se preocupe. Eu te ligo, ok? - Ele disse.
Se levantou e me deu um beijo na testa, e quase correndo até a rua. Bufei
frustada, não era possível!
Deitei no sofá e fiquei olhando pro teto, sem saber ainda sobre o que
pensar disso tudo. Não era possível que ele não iria pra cama comigo,
quem resiste a mim? Ninguém, mas ele... Suspirei e fui pro quarto. Eu só
espero que Carol ou a Ju não tenha nada além de amizade com ele, se não
a guerra iria começar.

Capítulo 22
Carol narrando.
Burra! Mil vezes burra!
Isso que eu era. Eu poderia dizer tudo que estava preso em mim pra ele,
mas não, falei besteira. Bati tanto no volante enquanto dirigia que até
sentir pena dele. Mas ele deveria estar pensando isso de mim, pena dessa
coitada que só faz besteira atras de besteira.
Quando vi a Thay ali junto com o Matheus, minha vontade era de
arranca-ló de perto dela, dizer que ele era meu. Mas aí cai na real, eu fiz
toda a besteira e agora tinha que aguentar. Matheus esses dias todos
estava feliz pois estava com ela, logo ela. Não lembro como cheguei no
prédio e cheguei viva aqui, pois no elevador sentir as lágrimas caindo e
eu chorando. E já tem mais de uma hora que estou deitada no sofá
chorando e ele lá, com ela.
Escutei a chave da porta girando. Fingir estar dormindo e abrir um pouco
os olhos, era ele. Ele estava ali e não com ela. Não passando o dia do seu
aniversário com ela. Ele tinha passado o dia todo comigo. Acabei
soltando um soluço despertando a atenção dele pra mim. Escondi o meu
rosto na almofada e fiquei ali, chorando.
- Carol? - Ele me chamou, sentando na minha frente.
Ele puxou meu ombro e me deitou em seu colo, e eu chorei mais.
- O que houve? - Ele perguntou, depois de alguns minutos.
- Eu não queria você com ela, porque ela Matheus? - Perguntei.
- Eu não sabia que ela te conhecia, ela nunca me falou de amiga nenhuma.
- Vocês já ficaram? - Perguntei.
- Já, mas não fui pra cama com ela nenhuma vez. - Ele falou, suspirei.
- E agora? Aonde vocês estavam?
- Ela me chamou pra ir na casa dela, mas eu vim embora logo. Não fiquei
lá nem uma hora. - Ele falou. - Para de chorar.
- Já parei. - Falei, passando a mão no meu rosto e limpando as lágrimas.
- Você fica mais linda assim, sem chorar. - Sorri de lado.
- Obrigada. Vamos dormi? O dia hoje foi demais.
- Vamos, mas Carol vamos ficar de bem? Vamos voltar a ser amigos e se
for pra ficarmos juntos, vamos ficar. - Ele pediu.
- Ok, vamos devagar tá? E a Thay precisa saber disso tudo.
- Eu vou ver um dia pra contar a ela.
- Tá bom então. Vem, vamos dormi.
Fomos pro quarto. Ele tirou toda a roupa e deitou apenas de cueca, e eu
apenas de calcinha e sutiã. Ele ficou olhando, mas não tentou nada. Até
melhor. Ou não.
- Oi minha querida, tudo bom? - Era a mãe do Matheus no celular, e era
nove da manhã de uma sexta-feira.
Eu estava com a cabeça doendo, passei a quinta-feira à noite bebendo
com o Matheus, Bruno e a Ju aqui no apartamento e acordei com a maior
ressaca do mundo. Matheus não tinha ido trabalhar e estava mais morto
na cama que vivo.
- Oi, tudo e você? - Respondi, querendo morrer pela dor de cabeça.
- tudo ótimo. Olha, vou dar uma festa só pra os chegados aqui em casa
hoje e eu quero você e o Matheus aqui hoje e não aceito 'não' como
resposta.
- Hoje?
- Sim, desculpa falar tão em cima da hora, mas foi de ultima hora que
resolvi.
- Ata. Então ok, estaremos aí.
- Aí ótimo. Começa as sete ok?
- Tá bom.
- Você estava dormindo? Desculpa, vou deixar você dormindo agora.
- Tem problema não. - Eu soltei uma risada, pra não parecer rude.
- Tá bem, vou desligar. Não esquece, hoje às sete. Beijos meu amor, até
mais.
- Beijos. - Me despedi e coloquei o celular do meu lado.
Olhei pro criado mudo e o celular do Matheus estava apitando. Peguei o
mesmo e vi que era uma mensagem da Thay, dizendo que estava com
saudades dele.
A semana toda Matheus tentou conversar com ela e ela nunca tinha
tempo.
Sim, ela era bastante esperta pra desconfiar que tinha alguma coisa
acontecendo, e então tentava adiar essa conversa até conseguir.
"Você pode me encontrar amanhã?" - Mandei pra ela, se passando pelo o
Matheus.
"Eu poderia hoje. Pode ser hoje?" - Thay.
"Hoje não, tenho um compromisso do trabalho. Vamos amanha?" -
Matheus(Carol)
"Vou ver e eu te falo, ok?" - Thay.
- Aí minha cabeça. - Escutei o Matheus resmungando do meu lado. - Tá
fazendo o que?
- Thay te mandou mensagem e eu marquei de ver ela amanhã, mas ela
queria hoje.
- Então eu falo com ela hoje mesmo. - Matheus sussurrou.
- Não vai dar. - Falei, entortando a boca.
- Por que?
- Sua mãe me ligou quase agora, e obrigou a irmos na festa dela.
- Estava demorando festas - Ele falou, revirando os olhos. - Mas ela falou
assim em cima da hora? Estranho.
- É, diz ela que decidiu em cima da hora. Mas nos obrigou.
- Claro. - Ele sussurrou. - Nossa, minha cabeça tá doendo muito. -
Reclamou, fechando os olhos.
- Quem manda mistura cerveja e vinho. Logo aquele vinho forte.
- Mas estava muito bom ele. Bruno e Ju foram embora?
- Foram ontem mesmo, depois que você desmaiou aí na cama.
- Que tal ficarmos hoje deitados, vendo netflix e comendo uma pipoca? Aí
mais tarde vamos pra casa da minha mãe.
- Acho ótimo. Mas vamos levantar pra almoçar e viemos pra cá de novo.
- Aí eu não quero levantar. - Ele falou, se jogando na cama e fechando os
olhos.
- Para de graça. Toma um remédio, um banho e vem comer comigo.
- To indo. - Ele resmungou.
Sorri e fui pro banho correndo. Não demorei muito e logo sai, colocando
uma roupa fresca de ficar em casa mesmo.
Fui pra cozinha, peguei um remédio pra mim e pra ele, e fui preparar a
comida.
Fiz um macarrão com molho branco e arrumei a mesa pra nós.
Estávamos bem juntos, indo com calma. E eu estava bem assim. Íamos
nos conhecendo sem pressão.
Ele logo veio só de samba calção e sentou pra comer. Enquanto
almoçávamos, falávamos sobre tudo e ríamos muito. A campanhia tocou
e eu fui atender. Era o Fernando. O meu vizinho gato.
- Oi, lembra de mim? - Ele falou, sorrindo.
- Oi, claro que sim. Tudo bom? - perguntei, sorrindo.
- Tudo ótimo. Então, vim te convidar pra minha festa que vou fazer
amanhã, vai ser no espaço de festa daqui do prédio.
- Seu aniversário?
- É quase isso. Eu gosto de dar festas de vez em quando, e aí te chamei
dessa vez.
- Ah que legal. Eu vou sim, vai ser que horas?
- Vai sim, vai ser legal. Você vai gostar. Vai começar as oito.
- Tá bom. Pode marcar minha presença que eu vou. - Sorri.
- Tá bom linda, até mais. - Ele se despediu me dando um beijo perto da
boca.
Sim, perto da boca. E eu parada igual estátua sem reação. Aí senhor!
- Quem era? - Matheus perguntou, me olhando.
- O Fernando. Vai dar uma festa amanhã, e me chamou.
- Ah... Você vai?
- Vou. E você?
- Se der né, eu vou conversar com a Thay.
- Ah verdade. Vamos pro quarto? Estou de resseca. - o chamei.
Deixei tudo na pia, e depois iria limpar e fui pro quarto, deitei na cama e
liguei a TV colocando no netflix. Escolhi um filme "perfeita é a mãe*" e
comecei a vê-lo junto com o Matheus, que ria de tudo do filme.
- Que saco! Você me atrapalhou. - Reclamei assim que o filme acabou.
- Eu? Eu não fiz nada. - Ele se defendeu, rindo.
- Ficou rindo o filme todo e eu nem prestei atenção. Depois vou vê-lo
sozinha.
- É muito engraçado e foi bom esse filme.
- Tenho bom gosto. - Me gabei, rindo.
- Agora eu escolho o filme. - Ele falou, pegando o controle e escolhendo o
filme.
- Ah não, terror não. - Reclamei, quando vi que ele estava escolhendo um.
- Não é terror, é suspense.
- Então pronto, é pior. Eu tenho quase um filho vendo esses filmes.
- Mas esse parece ser bom, é terror na verdade. - Ele riu, lendo a história.
- Qual nome do filme? - Perguntei, já me acomodando em um monte de
travesseiros e um edredom em cima de mim.
- Hush, a morte ouve*.
- Olha o nome, meu deus.
Ele riu, e deu início ao filme. O que dizer desse filme? Era péssimo. Eu
tampava mais meus olhos que ver o filme mesmo. Era horrível. Depois de
quase duas horas sofrendo, o filme terminou.
- Que horrível, nossa.
- Foi bom, pode dizer. Nem assustou tanto assim.
- Tá doido. - Revirei os olhos. - Vamos se arrumar pra irmos pra sua mãe?
- Vamos vai chata.
Eu apenas rir e fui me arrumar com ele. E eu poderia afirmar, a cada dia
que passa, mais eu me apaixono por esse homem.

Capítulo 23
A casa da mãe do Matheus estava lotado. Não era uma pequena festa, e
sim uma grande e cheia festa pra milhares de pessoas. O quintal estava
todo iluminado, tudo muito lindo. Realmente, a mãe do Matheus tinha
bom gosto.
- Oi filha. - Minha mãe falou, vindo me abraçar e pelo o que eu vi, ela já
estava bebendo e estava animada.
- Oi mãe, a senhora bebendo?
- Só um pouco hoje. - Ela riu. - Oi Matheus querido.
- Oi, tudo bom?
- Tudo ótimo querido. - Sorriu. - A festa está maravilhosa.
- Eu só queria saber o motivo da mamãe fazer essa festa toda.
- Tua mãe tem uma surpresa pra todos. - Minha mãe sorriu.
- A senhora já sabe o que é? - Matheus perguntou, curioso.
- Ah sim! Eu acompanhei ela em tudo, você vai adorar. - Minha mãe
piscou o olho e saiu andando.
- Isso tá estranho. - Matheus comentou.
- Sim, mas vamos aproveitar em quanto isso.
Matheus foi cumprimentar outras pessoas, e eu fui atras de bebida.
Estava calor, então a bebida era perfeita. Enquanto eu conversava com
alguns parentes do Matheus, o observei de longe rindo com uns primos
dele, e seu olhar encontrou com o meu, sorrindo. Sorri de volta e voltei a
conversar com as mulheres.
A noite foi perfeita. Eu já tinha bebido além da conta, então estava um
pouco pior que minha mãe, que já tinha parado com a bebida, já que meu
pai chegou do trabalho pra cá e a mandou parar. A mãe do Matheus e o
pai dele pediu silêncio a todos e a atenção. Enquanto ela falava, eu
tentava prestar atenção, mas o Matheus fazia graças pra mim rir, então
ficava difícil.
- Para inferno. - Reclamei, rindo.
- Eu não estou fazendo nada. - Ele sorriu.
- Então eu e meu marido decidimos adotar uma criança. - Silêncio. - E ela
se chama Clara, vem cá. - A mãe do Matheus anunciou no microfone.
Matheus parecia um fantasma, e a garotinha que parecia ter oito anos
subiu no pequeno palco que tinha ali. Parecia envergonhada, mas estava
bem. Era uma menina bem bonita. Matheus encarava aquilo sem
acreditar no que estava vendo. E nem eu acreditei no que estava vendo
também.
- Eles enlouqueceram, só pode. - Matheus resmungou do meu lado.
- Calma, não vai brigar agora. - Pedi, o acalmando.
- Como não? Olha isso, essa palhaçada toda. - Falou, e saiu andando na
direção dos pais.
Fui andando atras dele, o tentei segurar, mas ele já tinha ido até lá na
frente e enfrentado a mãe e o pai. A criança o olhava com curiosidade.
Matheus saiu entrando na casa e os pais foram juntos e a criança
também. Esperei alguns segundos, e fui atras.
- Isso é loucura! Vocês não poderiam ter adotado e não ter me falado
nada.
- Meu filho, foi de repente. A gente conheceu a Clara e a amamos desde
do inicio, não vamos trocar você.
- Mãe, não é isso. - Matheus suspirou. - É só que... desde quando isso?
- Sua mãe estava se sentindo um pouco mal Matheus, depois que você
seguiu seu caminho, ela ficou sem quem cuidar como ela fazia contigo. -
Henrique, pai do Matheus explicou.
- Eu preciso de um tempo pra entender isso tudo, tá? É muito... - Matheus
falou, esfregando a mão no rosto.
- Matheus, vamos lá fora? Por favor. - Eu pedi, sorrindo de lado.
Ele apenas concordou e veio na minha direção. Andávamos sem falar
nada até chegarmos no bar. Sentamos no banco do bar e ele pediu o mais
forte e eu acompanhei. Começamos a beber, e nenhum de nós queríamos
falar, só beber, como se o mundo fosse acabar hoje. Exagero, eu sei, mas
era assim.
- Meus pais enlouqueceram. - Matheus, disse enrolado e quase caindo da
escada comigo.
Já fazia vinte minutos que estávamos tentando subir e sempre
parávamos no meio da escada pra falar algo.
- Deixa. A menina é linda e você vai adorar ela daqui a pouco.
- Um pouco difícil, eu acho.
- É nada. Dê uma chance a ela, é apenas uma criança. - Falei, soltando
uma gargalhada. E terminando de subir as escadas.
Chegamos no quarto e o Matheus começou a tirar a roupa, dizendo que
queria ir pra banheira e eu bêbada, o acompanhei. Mas o clima começou
a esquentar, e já estávamos aos beijos. Nos beijamos com vontade, com
saudades. Só nos desgrudamos pra tirarmos o resto da roupa e fizemos
sexo encostados na parede. Sim, na parede. Estávamos tão bêbados que
nem esperamos irmos pra cama. Mas como sempre, foi bom. Foi
maravilhoso.
- Matheus, tá tudo bem aí? Escutamos uns gritos. - A mãe dele perguntou,
batendo na porta.
- Tá sim mãe, não se preocupe. - Matheus respondeu, rindo.
- Para idiota. - Falei, dando lhe um tapa no braço.
- Tem certeza? O que aconteceu?
- Nada mãe, tá tudo ótimo. Boa noite.
- Boa noite então. - Respondeu a mãe dele, saindo da porta.
- Acho que alguém se empolgou bastante. - Matheus sussurrou, soltando
uma risada gostosa.
Suspirei e soltei um riso. Matheus me beijou e o clima começou a
esquentar.
- Só não grita, por favor. - Matheus sussurrou em meu ouvido.
- Eu nem faço isso. - Sorri, sentindo seus beijos no meu pescoço, me
deixando arrepiada.
Ficamos mais um pouco se beijando e logo pegamos no sono. Acabei
dormindo abraçada nele. E como eu sentia falta disso.
Acordei de manhã e não tinha ninguém no quarto. Levantei, fui até o
banheiro, troquei de roupa e olhei pela janela saindo do banheiro,
Matheus na piscina com a garotinha. Ele parecia que se entendeu bem
com ela, sorri feliz em ver isso. Peguei meu celular e desci as escadas, e
indo em direção à piscina.
Matheus me viu e deu um sorriso grande e bonito. Retribui e sentei na
cadeira perto da mãe deles.
- Oi. - Falei, sorrindo.
- Olá querida. Está tudo bem?
- Tudo e a senhora? Cadê minha mãe?
- O seu pai a levou ontem, ficou muito bêbada. Depois vou ligar pra ela,
deve tá numa ressaca. - Ela riu, voltando a ler a revista em suas mãos.
- Fala oi pra Carol, Clara. - Matheus disse, perto da borda com a Clara em
suas costas.
- Oi tia Carol. - Ela disse, rindo das palhaçadas de Matheus.
- Oi linda. Estão se divertindo? - Perguntei. Matheus piscou pra mim.
- Estamos sim. Math me bóia? - Ela pediu, querendo descer do colo dele.
Ele virou e foi fazê-la boiar na água.
Enquanto eles se divertiam na piscina, fiquei na sombra quase dormindo.
Ainda estava cansada de ontem.
- Tudo bom gatinha? - Escutei o Matheus sussurra no meu ouvido
baixinho.
- Idiota. Me assustou. - Sorri.
- Nem sou tão feio assim.
- Nem se acha né? - Revirei os olhos.
- Vamos pra casa? Quero ainda encontrar sua amiga.
- Aí ridículo. - Bati em seu braço.- vamos sim.
Fomos pra dentro da casa e o Matheus foi tomar um banho, enquanto eu
me despedia dos seus pais. Matheus logo desceu de banho tomado e se
despediu de todos também, e a sua mãe mesmo com a garotinha, fez um
pequeno drama quando o Matheus se despediu.
- Eu vou passar um pouco na festa do Fernando, tá? - O avisei.
- Você vai pra lá pra que?
- Eu prometi a ele que iria.
- Você não precisa ir.
- Eu quero e não vou ficar muito tempo, enquanto você tiver lá na Thay,
eu fico na festa, tá bom assim?
- Bom não está, mas...
Dei de ombro e fiquei quieta pelo o caminho. Matheus não tem direito
nenhum em querer mandar em alguma coisa, e eu não vou ficar fazendo
a vontade dele.
- Assim que você chega, me manda uma mensagem, tá?
- Tá bom. - Ele me deu um selinho.
O carro parou em frente ao meu prédio e eu sai. Dei um 'tchau' pra ele e
ele saiu com o carro.

Capítulo 24
Carol narrando.
Me arrumei toda, e fui logo pro andar do Fernando. O Matheus poderia
demorar, então eu ia curtir um pouco a festa, estava merecendo. Sai do
elevador e toquei sua campanhia. A porta se abriu e Fernando apareceu
todo sorridente.
- Oi linda, bem-vinda minha linda. - Ele falou, sorrindo todo feliz, e deu
espaço pra mim entrar.
- Já bebendo? - Eu falei, rindo e entrei. - Casa bonita. - Falei, observando
tudo e vi um grupo de pessoas na varanda enorme dele.
- Obrigada linda. Fique a vontade viu? Vem cá te apresentar algumas
pessoas.
Ele me puxou e fomos pra perto das pessoas. Cumprimentei todos e
fiquei ali conversando com algumas pessoas, todos eram bem legais.
Peguei o celular e liguei pro Matheus, mas ele não atendeu, então deixei
pra lá.
Voltei a conversar com as pessoas, e nada do Matheus. Eu pegava o
celular o tempo todo pra ver, mas não tinha nada. Suspirei.
- Fe, aonde tem mais bebida? - Perguntei.
- Lá na geladeira, vamos lá pegar. - Ele disse, passando o braço pelo o
meu ombro. Apenas assenti.
Ele me levou até a cozinha e pegou duas Skol beats pra nós. Ele virou e
ficou me encarando, com um sorriso de lado no rosto.
- O que foi? - Perguntei, sem graça olhando pra ele.
- Você é linda, sabia? - Ele disse, passando a mão pelo o meu rosto e
afastando uma mecha de cabelo que caia nos meus olhos.
- An... obrigada. - Sorri de lado.
Ele chegou mais perto e me puxou ao mesmo tempo, me beijando. Eu
poderia me afastar? Sim. Eu poderia empurra-lo? Sim. Mas não fiz, pelo
ao contrário, o puxei pra mais perto e o beijei com mais vontade. Ele
apertou minha cintura e me deu um selinho, terminando o beijo. Sorri de
lado e ele abriu os olhos.
- Desculpa...
- Não tem problema, eu quis também. Relaxa. - Eu sorri. - Aonde fica o
banheiro? - Perguntei.
- Lá em cima, na segunda porta. - Ele sorriu.
- Ok. Eu vou lá. - Falei, dando um selinho nele e fui pro andar de cima.
Entrei no banheiro, e peguei meu celular tentando ligar pro Matheus,
mas nada dele. Eu estava ficando desesperada, até que o meu celular
tocou, e era ele.
- Alo? Quem é? - Uma voz conhecida falou, assim que atendi.
- Quem tá falando?
- Ah Carol? Oi amiga, é a Thay. - Aí meu Deus! - Olha, Matheus me disse
tudo, e eu entendo que é um casamento forçado e que isso logo vai
acabar, então eu vou aguentar com o Matheus.
- O que...? Como assim Thayane? - Perguntei tentando disfarça, o quanto
eu estava desesperada.
- Matheus está comigo, ele sempre esteve e não vai ser um casamento
forçado que vai mudar isso, entendeu agora amiga? Eu não vou deixar o
caminho livre pra vocês Carolina. Passar bem e não perturbe mais. - Ela
disse, desligando a chamada.
Porra! Merda! Eu não acredito nisso. Ele falou tudo, e Ainda ficou com
ela.
Como ele poderia ser tão falso? Algumas horas atras estava comigo, e
agora...
Passei a mão pelo o rosto limpando as lágrimas, mas meu rosto
denunciava que eu tinha chorado. Peguei meu celular e minha bolsa e
desci correndo até na rua.
- Ei Carol? Você demorou...- Fernando disse, me parando na sala. - Ei, tá
tudo bem?
- Tá tudo ótimo Fernando. Eu só preciso ir embora resolver algumas
coisas, tá?
Foi tudo ótimo aqui, obrigada. Tchau.
Virei e fui embora. Fui até em casa e fui correndo pro meu quarto, puxei
uma mala e coloquei algumas roupas minha, e algumas coisas
necessárias que eu precisaria. Peguei a minha chave do carro e desci com
uma mala enorme.
Coloquei no carro, suspirei tentando me acalmar, sentei e limpei as
lágrimas que caiam. Peguei o celular e liguei pra minha mãe.
- Oi querida, tudo bom?
- Mãe! - Falei, soluçando.
- Filha? O que foi? - Ela perguntou preocupada.
- Mãe, você pode me emprestar aquela casa em búzios? Eu preciso... de
um tempo mãe, sozinha. - Chorei mais um pouco.
- Claro. Venha aqui, te dou a chave.
- Ok, to indo. Obrigada, e até daqui a pouco.
Liguei o carro e fui pra casa dos meus pais. Corri tanto com o carro, que
logo cheguei na casa dela. Estacionei o carro e ela já estava na porta.
Abaixei a janela e ela apareceu, com uma cara triste me encarando. Meu
rosto super inchado de tanto chorar.
- Você não me contar o que houve? - Ela perguntou.
- Eu me apaixonei por quem eu não deveria e isso dói mãe. - Falei,
deixando as lágrimas descerem.
- Oh minha querida, é pelo o Math?
- Sim. Quando pensei que estivéssemos bem, não estávamos. Preciso de
um tempo sozinha, preciso ficar sozinha mãe.
- Ok filha, eu vou te respeitar. Mas se cuida, ok?
- Tá bom mãe, pode deixar. Só não fala pra ninguém isso, tá?
- Tá bom minha filha. Beijos, vai com Deus.
- Amém mãe. Beijos. - Me despedi dela e meti o pé no acelerador.
Fui dirigindo até búzios e era chão até lá, algumas vezes eu tive que parar
de tanto que chorava, mas foi uma viajem tranquila.

Capítulo 25
Matheus narrando.
Deixei a Carol no prédio e fui em direção a casa da Thay. Eu queria
resolver isso tudo logo e estava torcendo pra encontrá-la em casa.
A minha noite passada foi muito boa, mesmo cheio de cachaça. E passar a
noite com a Carol foi a melhor coisa. Estacionei o carro em frente a casa
da Thay e sai do carro, indo em direção a seu portão e toquei sua
campanhia. Logo ela apareceu e sorriu de lado.
- Oi Theus. Saudades amor. - Ela disse, vindo em minha direção e me
abraçou.
- Oi Thay, tudo bem?
- Mais ou menos, mas vem vamos entrar e conversa, tenho umas coisas
pra te falar. - Ela deixou um espaço pra eu entrar e sorriu.
Entrei na casa dela e fomos pra sua sala. Sentei em seu sofá e ela sentou
ao meu lado, vindo me beijar, mas me afastei sem parecer rude.
- Aconteceu algo? - Ela perguntou.
- Sim, é por isso que vim aqui pra conversar com você.
- O que aconteceu? - Ela perguntou, parecendo preocupada. - Olha, antes
de tudo, faz um favor pra mim? - Estranhei, mas assenti. - você pode ir na
cozinha pegar um remédio que está em cima da mesa pra mim? É que
não estou muito bem desde ontem.
- Ah sim. Tá em cima da mesa? - perguntei, levantando e indo até a
cozinha.
- Sim, está na mesa e tem que pegar um copo com água, por favor.
Achei o tal remédio na mesa e peguei um copo com água pra ela. Quando
voltei pra sala, encontrei a Thay segurando meu celular e virando pra
mim amostrando a foto da Carol na tela piscando numa ligação.
- Por que a Carolina tá te ligando?
- Thay, é isso que eu vim falar... - Respirei fundo. - Eu e a Carol temos uma
história juntos.
- O que? Como assim Matheus? Isso é uma brincadeira?
- Não Thay. É a verdade. Antes de te conhecer, eu já conhecia a Carol e
vivemos juntos.
- Como? - Ela riu incrédula, sem acreditar.
- Somos casados.
- Não é possível. Carolina é minha amiga ela não esconderia isso de mim.
- Ela não te falou, poucos sabem disso na verdade Thay.
- Por que ela nunca me disse? Aquele dia da boate, ela ficou toda
estranha quando me viu por causa disso... - Ela soltou uma risada. - Claro,
era por isso mesmo. Eu não acredito Matheus.
- Desculpa Thay, eu não queria te magoar.
- Mas magoou. Eu to apaixonada por você, eu quero ficar com você
Matheus. -
Ela choramingou. - Matheus, fica comigo? Você não gosta da Carolina.
- O que? Eu gosto dela, a amo. Quero estar com ela Thay.
- Não, não ama. Se amasse não tinha ficado comigo, algo tem errado
nesse
"casamento" - Fez entre aspas com as mãos.
- Não viaja, não tem nada de errado. Eu só estava brigado com ela, mas
estamos voltando.
- É claro, essa menina não pode ver algo meu que já tá querendo.
- Isso eu não vou discutir com você. Eu só vim aqui pra isso, não quero te
enrolar.
- Vocês não vão ficar juntos cem por cento matheus. Algo está errado e
você sabe disso, então nunca vai dar certo.
- Eu preciso ir.
Levantei, peguei minhas coisas e sai da casa dela. Entrei no carro e fui
direto pra casa.
- Carol? - Chamei gritando assim que entrei. Mas o apartamento todo
estava em silêncio, o que estranhei. Tinha esquecido que ela foi numa
festa.
Passei a mão pelo o meu bolso e apenas encontrei a carteira, mas sem
meu celular. Merda, havia esquecido lá na casa da Thay. Peguei o telefone
e liguei pro meu celular. Tocou, tocou e no quarto toque alguém atendeu.
- Alô? - Thay fala quando atende.
- Thay, sou eu. Posso ir buscar meu celular aí?
- Claro Math. - Ela falou.
- Tá bom. Estou indo aí.
Desliguei, suspirei irritado e fui até lá de volta. Dirigir rápido até lá, não
queria meu celular na mão daquela louca. Estacionei e entrei sem bater, e
a Thay me recebeu na porta.
- Aqui o celular. - Ela falou, sorrindo.
- Obrigado. Tchau.
Apenas agradeci e fui pro carro correndo. Entrei e voltei pro
apartamento. No caminho tinha um pequeno engarrafamento, então
resolvi ligar pra Carol, mas apenas chamava e ninguém atendia. Tentei
mais duas vezes e nada. Acabei cortando caminho e logo cheguei.
Estacionei o carro e subi pro andar aonde seria a festa. Cheguei lá tinha
até poucas pessoas bebendo e logo vi o nosso vizinho parado.
- Ei cara, Carol já foi embora? - Perguntei parando em frente a ele.
- An... sim, já foi. - Ele disse, me encarando.
Apenas agradeci e sai, indo pro elevador. Parei no meu andar e fui pro
meu apartamento.
- Carol? - chamei, mas nada.
Fui andando e olhando tudo, mas nada dela. Quando cheguei no quarto, o
armário estava entre aberto e não havia roupas dela ali. Ela tinha tirado
tudo.
Peguei o celular e nada dela, ela não me atendia. Fiquei ligando e ligando
e nada dela.

Capítulo 26
1 mês depois...
Eu ficaria aqui até no máximo uma semana, mas quando vi já tinha ficado
quase um mês inteiro. A paz que essa casa,a praia me trazia era sem
explicações. Era muito bom. Eu dei uma férias pra mim, e foi a melhor
coisa que eu fiz.
Mas o amor que eu sentia pelo o Matheus não mudou. Eu o amava, sim,
amava ele. O que eu sentia por ele, eu nunca tinha sentido por ninguém.
Eu morria de saudades dele, mas ele não tinha me escolhido. Ele não veio
atrás de mim nenhuma vez, tá que tinha milhares de ligações e
mensagens no meu celular, mas eu não atendia e acabei excluindo o
aplicativo de mensagens do meu celular. Então, perdi todo o contato com
ele. Mas uma hora eu teria que me conformar né?!
Acabei fazendo amizade com Eduarda, uma menina que morava perto da
minha casa e trabalhava em um bar animado toda noite. Ela era muito
doidinha, mas muito divertida. Ela já sabia de toda a minha história e
queria matar o Matheus se ele aparecesse na frente dela. Ela me
lembrava um pouco da Ju.
Acabei ligando pra ela e ela quis me matar pois eu não tinha falado nada
pra ela. Ela tentou falar do Matheus pra mim, mas acabei cortando. Eu
não queria saber nada dele e daquela falsa da Thayane.
Uns dias pra cá, eu não estava passando tão bem. Eu vivia enjoada,
chorava por tudo e dormia quase o dia todo praticamente. A única coisa
que me fazia ficar acordada, era quando Eduarda estava do meu lado,
enchendo meus ouvidos que eu estava grávida, mas não, eu não estava
grávida nada. Mas até tudo mudar hoje.
- Olha, eu sei que você tá ficando irritada comigo, mas eu não estou mais
aguentando ver você assim. Trouxe um teste pra você, tem como você
fazer?
Pelo o menos se não for isso o que estou pensando, você pode ir no
medico depois. - Ela disse, parando na minha frente com cinco caixas de
teste de gravidez.
- Você falou um. - Falei, olhando pra eles e tentando ficar tranquila.
- Não sou boa de matemática. Então, vai fazer?
- Ok, você venceu, eu vou fazer. Me dê. - Eu peguei eles e fui até o quarto,
e entrei no banheiro.
Fiz tudo o que mandava na instrução. Esperei uns minutos penteando o
cabelo e virei pra pega-los. Tranquei a respiração por alguns minutos.
NÃO. Não podia ser. Os cinco deram positivos.
- E aí Carol? - Ela gritou do quarto, me assustando.
Peguei eles e sai do banheiro. Parei perto da porta e a olhei. Sem reação.
- E aí menina? Deixa eu ver. - Ela levantou e os tirou da minha mão. E
parou, assim como eu fiquei.
- Cacete... os cinco. - Ela disse, entortando a boca. - Amiga...
- O que vou fazer agora? - Perguntei, com vontade de chorar. - Eu to
sozinha Eduarda, não tenho mais o Matheus, to sozinha com um filho que
é dele. -
Falei, chorando em seu ombro, assim que ela me abraçou.
- Amiga, você não está...
- CAROLINA? CAROL? - A voz do Matheus invadiu a casa toda.
- Amiga? O que é isso? - Eduarda perguntou, assustada. Fomos até a
janela e era o Matheus lá embaixo, parado em frente ao portão.
- É ele, Eduarda. - Eu falei.
Descemos correndo e abrir o portão pra ele. Ele veio correndo até entrar
e me encontrar. Quando o olhei de perto, ele estava horrível. Com a barba
enorme, olheiras e parecia que envelheceu uns dez anos.
- Nossa, é ele naquela foto? - Eduarda perguntou em meu ouvido.
- Carol, me escuta por favor. - Ele pediu, parecendo desesperado.
- O que você está fazendo aqui Matheus? A gente já não tem mais nada. -
Eu falei, o encarando.
- Carol, me escuta por favor? Eu não escolhi coisa nenhuma a Thayane.
Naquele dia, acabei esquecendo o celular na casa dela e logo voltei pra
buscar.
- O que? O que você está dizendo Matheus?
- Carol, eu não quis ela, eu nunca quis. Eu fiquei esse mês todo igual louco
atras de você, eu... eu não vivo sem você Carol.
- Matheus. - Sussurrei, me jogando nos seus braços e chorando.
- Amor, eu te amo. Eu te amo muito e quero estar com você. - Ele disse no
meu ouvido me abraçando forte.
- Me perdoa, eu sentir tanta sua falta. - Eu falei.
- Eu também amor, eu fiquei em cima da sua mãe por dias pra ela me
falar, até a Ju que só foi me escutar uns dias atras. Mas eu consegui. - Ele
disse, me dando um beijo.
- Hã Hã. - Escutamos um barulho e paramos, virei e vi que era a Eduarda
encarando nos dois com um sorriso. - Acho que vou indo, sabe? - Ela
disse, sorrindo.
- Matheus, essa é a Eduarda, minha amiga. Eduarda, esse é o Matheus.
- Se não é o famoso Matheus. - Eduarda disse, sorrindo. - Eu queria te
matar, mas me deu pena te ver assim, desesperado.
- Ah sim, obrigado então? - Matheus brincou, me abraçando.
- Vamos entrar, vem Duda.
Entramos todos e Matheus já queria ir no banheiro, informei a ele aonde
era e ele foi.
- Amiga? - Duda me chamou.
- Oi?
- Amiga, os testes estão lá em cima. - Ela disse e eu abrir os olhos.
Quando eu ia levantando, Matheus já desceu com um deles na mão e me
encarou.
- De quem é Carol? - Ele perguntou.
- É...é...- Comecei a gaguejar.
- É dela Matheus. - Duda disse, me dando alguns tapinhas nas costas.
- Carol? Quando você descobriu? - Ele perguntou.
- Hoje. Eu estava fazendo o teste quando você chegou.
- E eu...?
- Sim, você é o pai. Você foi o único que fiquei. - E aí que lembrei. - Na
verdade, eu fiquei com um aí, mas só beijei.
- O que? Quem? - ele perguntou, me encarando sério.
- Você não ficou com ninguém aqui, ou ficou? - Duda perguntou, me
encarando.
- Aqui não. Foi no dia da festa do Fernando, ele me beijou. - Falei, e o
Matheus ficou mais sério que já estava.
- Sério isso? Você ficou com ele logo quando estava comigo?
- A gente não estava firme ainda Matheus, eu estava solteira.
- Ah claro! Muito solteira.
- Ei gente? Parem vocês dois. Vocês acabaram de fazerem as pazes, vão
ter um filho juntos e já estão assim? - Duda disse. - Eu estou indo embora,
e espero que vocês se resolvam. - Ela me abraçou. - Juízo e se cuida.
Beijos.
Ela saiu e eu encarei Matheus, que continuo de cara fechada me olhando.
- Eu não queria brigar, só quero a partir de agora que sejamos sinceros
um com outro. - Falei.
- Tudo bem, eu não quero brigar também, mas é foda saber disso né? -
Ele disse.
- Eu to com fome, você quer comer também? - Eu perguntei,
desconversando.
- Pode ser. Vamos lá.
Levantamos e fomos até a cozinha. Parei em frente a geladeira e sentir
seus braços me envolverem.
- To feliz, obrigado. - Ele disse, me abraçando por trás e passando a mão
na barriga.
- Eu também estou. Eu te amo.
Ele sorriu e me deu um beijo no pescoço, me fazendo arrepiar.

Capítulo 27
7 meses depois...
- Olá mamãe e papai, vamos ver qual o sexo desse neném hoje? - A
médica perguntou.
Eu estava completando quase sete meses de gestação e até hoje eu não
sabia se era um menino ou menina, sempre estava de um jeito que não
dava pra ver e isso me matava de curiosidade cada vez que eu ia.
- Vamos ver né? Esse neném não tá colaborando. - Brinquei, rindo.
- Meu neto ou neta tá querendo fazer suspense pra nós. - Minha mãe
disse, rindo.
Hoje quem tinha vindo comigo era minha mãe, já que Matheus estava
enrolado no trabalho.
E como estávamos? Ótimos. A gente se mudou daquele apartamento,
depois que Matheus caiu na porrada com o Fernando. Então fomos
morar no mesmo prédio que a Ju e o Bruno estão morando. Eles também
ficaram juntos e moram juntos sem nem estar casados, mas eles se amam
e isso que importa.
- Mamãe, parabéns é um menina. - A médica disse, sorrindo.
Abrir meu sorriso com o coração acelerado. Ela limpou a minha barriga e
troquei de roupa. Minha mãe chorou me abraçando e alisando minha
barriga.
- Parabéns filha, que linda. - Ela disse, me agarrando de novo.
- Mãe, vamos no shopping rápido? - Perguntei.
- Sim. Mas primeiro vamos falar com a sua médica.
Saímos do quarto e voltei pra sala da médica. Ela me examinou, me falou
pra tomar alguns cuidados e que logo estaria com minha filha.
Saímos do médico e fomos direto pro shopping. Fui em uma loja de bebês
e comprei uma roupinha com tudo junto rosa e embrulhei pra presente.
Minha mãe me deixou em casa e foi pra dela. Subi e entrei no
apartamento.
Deixei tudo no quarto e coloquei o presente dele na sala, quando ele
chegasse ele iria ver.
Enquanto ele não vinha, eu fui até o quarto, deixei minha bolsa e o
presente dele em cima da cama e fui pro chuveiro. Eu estava precisando
de um banho, e quando a água quente caiu no meu corpo, me relaxou
completamente.
- Amor? Tá aí? - Matheus gritou.
- Estou no banho. - Apenas falei isso, e sorri de lado quando o silêncio
tomou conta da casa.
- Uma menina amor? - Ele perguntou, me abraçando por trás, me
assustando.
- Aí amor, que susto. - Falei, sorrindo. - Sim, uma menina amor. - Segurei
em seu braço, sorrindo sentindo seus beijos.
- Uma menininha, que vai ser igual a você.
- E a você também. Mas se for igual a mim, tá ótimo. - Me gabei, rindo.
- Espertinha.
Virei pra ele e nos beijamos, e fizemos amor ali no chuveiro. E como
sempre foi ótimo.
Saímos depois de um tempo, e eu já estava cansada e com sono. Coloquei
um vestido de ficar em casa mesmo e deitei na cama. Dormindo sem nem
esperar o Matheus.
- Amor, você não quer comer? Tem que se alimentar. - Escutei Matheus
dizendo, no meu ouvido.
- Eu já estou indo. - Sorri de lado.
Ele levantou e saiu do quarto. Logo levantei e fui até a cozinha,
encontrando ele em pé fazendo a janta. Já era noite e eu estava com fome,
já que eu não tinha comido nada. Sentei na cadeira e ele começou a me
servi, sorri e esperei ele pra comermos.
A nossa noite foi ótima, tava tudo ótimo. Fomos dormi cedo, já que ele
tinha acorda cedo.
~*~
- Amor, eu acabei esquecendo uma pasta, tem como você descer e me dá
aqui na portaria? - Escutei o Matheus no telefone.
Era cedo quando ele saiu de manhã e então me ligou me pedindo.
- Você já está aqui embaixo?
- Sim amor. Trás pra mim por favor, mas sem presa.
- Ok, estou indo. - Suspirei.
Levantei da cama, dei uma arrumada no rosto e na roupa, e desci com a
pasta pra entregar a ele.
Ele estava dentro do carro, mas abaixou o vidro pra pegar a pasta e
sorriu.
- Linda, obrigado. - Ele disse, sorrindo.
- Nada. Até mais.
- Se cuida. - Ele disse, me mandando um beijo.
Sorri e fiquei parada esperando ele ir embora.
- Carolina? - Escutei uma voz e virei. Fiquei parada olhando, sem
acreditar em quem estava na minha frente.
- O que você quer Thayane? - Perguntei.
- Então vocês estão...?
- Sim Thayane, o que você fez não acabou com nosso amor, pelo ao
contrário.
- E você tá... grávida dele?
- Sim.
- Você não vale nada Carolina.
- Você que não vale nada Thayane. Fingiu tudo aquilo no telefone pra
nada, sabendo que a gente se ama.
- Você o roubou de mim.
- Eu não roubei de ninguém Thayane. Ele já era meu.
- Você é ridícula e essa criança é mais ridícula Ainda. - Falou, me
encarando com raiva.
- Não fala da minha filha assim, você tá ouvindo? Quer xingar, me xingue.
Mas tire ela disso. - Falei, apontando o dedo na cara dela.
- Ah, então é uma bastarda? E tira esse dedo de mim sua ridícula. - Ela
disse, me empurrando e eu abrir meus olhos não sentindo o chão atras
de mim.
- Aí. Meu. Deus. - Eu falei, gritando de dor.
Eu tinha perdido o equilíbrio e caído, mas doia muito minhas costas e
sentir minha bebê se mexendo muito. Thayane me olhava assustada, sem
saber o que fazer.
- O QUE VOCÊ FEZ THAYANE? - Escutei a voz do Matheus gritando e
parando perto de mim. - amor, calma, eu já chamei o médico.
- Aí Matheus, tá doendo tanto Matheus. - Falei, chorando. - Salva ela
matheus, por favor, salva ela.
- Calma, a ambulância tá vindo, mas fica comigo por favor. Olha, vamos
esperar eles chegarem e aí vai dar tudo certo, tá? - Não respondi o que
ele falou, tentando sentir a bebê se mexer novamente. - Tá bom Carol?
Hein amor?
- Ela não se mexe Matheus, por que ela não se mexe? Alguma coisa
aconteceu Matheus. - Chorei, entrando em desespero.
- Eu vou te matar sua vagabunda, o que você fez? Hein? - Era a voz da Ju.
E
escutei os gritos da Thayane atras.
Logo a ambulância chegou e me levou pro médico.
Matheus narrando.
Virei o rosto e vi a Ju batendo na Thayane, que sangrava o rosto todo.
Entrei no carro e fui correndo pro hospital atras da ambulância. Logo que
chegamos, ela foi direto pra uma sala e fiquei ali parado esperando
notícias. Logo Ju chegou com o Bruno, que me deu um abraço e depois foi
abraçar Ju que estava nervosa e chorando. Logo chegaram os pais da
Carol e os meus. Todos nós estávamos nervosos, sem notícias, sem saber
de nada. Suspirei, passando a mão no rosto. Me sentia culpado por aquilo
tudo, se eu não tivesse ligado pra ela...
- Cara, elas são fortes e vai dar tudo certo. - Bruno disse, me consolando.
Apenas abaixei a cabeça e fiquei encarando o chão. Alguns minutos
angustiantes, o médico veio na nossa direção.
- Família da senhorita Carolina?
- Sim, somos nós doutor. Como tá minha filha? - A mãe da Carol se
colocou de pé, parando em frente ao médico.
- Carolina está entrando em trabalho de parto. Fizemos de tudo, mas não
foi o suficiente, a bebê está nascendo. - Ele disse. Fiquei parado, sem
reação.
- Quem é o pai? - Ele perguntou, olhando pro rosto de cada um.
- Sou eu. - Falei, engolindo a seco.
- Você quer estar ao lado dela?
- Quero sim.
- Então vamos.
O acompanhei e fiz tudo necessário antes de entrar no quarto. Quando eu
entrei, Carol estava deitada e chorava.
- Amor? Fica comigo, tá doendo. - Ela disse, segurando minha mão e
gritando.
Por algumas horas foi assim, até que escutamos um choro alto e meus
olhos encheram d'Água.
- Nossa filha nasceu amor, nossa filha. - Eu falei, emocionado.
A médica trouxe a bebê até a Carol que sorriu e deu um beijo na testa
dela. Eu sorri e agradeci a Deus por estar tudo bem entre elas. E hoje eu
estava completo, com as duas mulheres da minha vida.
Sai do quarto após o médico pedir, e todos estavam na sala apreensivos.
- E aí? - Ju perguntou, desesperada.
- NASCEU. - Gritei, recebendo um olhar ruim de uma enfermeira que
passava ali. - Minha filha nasceu. - Sorri todo bobo.
- Ae, parabéns. - Bruno e Ju me abraçaram, enquanto os outros
suspiravam tranquilos.
Depois de algumas horas, estávamos todos em frente ao vidro encarando
a minha filha e ela era linda demais. A enfermeira a levou pro quarto da
Carol e eu entrei com a mãe e o pai dela. Eles ficaram lá babando nela e
logo saíram pra deixar os outros verem. Ju entrou com Bruno e ficou
babando. Assim como foi minha mãe e meu pai.
Carol amamentava ela enquanto eu estava ao lado olhando, sem
acreditar naquilo.
- Ei? Tá aí? - Carol perguntou, me tirando dos meus pensamentos.
- Oi, estava aqui pensando...
- Ah sim. Então, não demos um nome a ela. - Ela disse.
- O que você tem em mente? - Ele perguntou.
- Eu estava pensando em Maria Flor. - Ela disse, mordendo a boca.
A encarei e por um momento, imaginei uma cena em que Maria Flor
corria feliz em nossa casa, e era parecida com a mãe. Era linda.
- Maria Flor... nossa Flor mais linda de todas. - Eu disse, olhando
dormindo.
- Nossa filha amor. - Dei um selinho nela concordando e sorrindo. -
Amor? E a Thayane? O que aconteceu com ela?
- Bom, Ju bateu muito nela, acho até que ela veio pro hospital atras.
- Infeliz, eu a quero longe de mim. De nós.
- Ela não é louca de chegar perto de nós. Eu não vou deixar ela chegar
perto de vocês.
Ela apenas concordou e relaxou, enquanto a enfermeira vinha e levava a
bebê.
Mesmo se quiséssemos ficar com ela, não podíamos por ela ter nascido
antes do previsto. Então, Carol não ficava muito com ela, o que fazia ela
ficar triste.
Mas eu abracei ela e a fiz dormir.

Capítulo 28
Carol narrando.
Depois de alguns dias eu sai do hospital com minha filha, minha Maria
Flor.
Eu estava tão feliz, que eu tinha vontade de sair gritando por aí e abraçar
todos.
O quarto da Maria Flor estava ficando pronto, mas como aconteceu
aquilo tudo, não deu pra terminar, mas minha mãe tinha terminado junto
com a Ju e eu tinha amado. Era rosa, cheio de florzinhas e ursos. Tudo
muito chique e lindo, tudo pra minha princesa. Matheus estava todo
bobo, ficava com ciúmes de qualquer pessoa que chegasse perto da Flor.
Minha relação com ele não poderia estar melhor. Deixamos tudo no
passado e seguimos em frente com nosso amor. E estávamos bem.
Falando em passado, soube pela minha mãe que Thayane tinha voltado
pro lugar aonde ela estava antes de vim ao Brasil. E era até melhor, não a
quero perto da minha família.
Enquanto eu folheava uma revista que estava na sala, Maria Flor dormia
em seu berço e Matheus havia saído pra um compromisso na empresa.
Eu queria fazer algo, mas não sabia o que. Fiquei deitada e mexendo no
celular, até que Matheus entrou e sorriu quando me viu.
- Ju vem hoje à noite aqui em casa. - Ele falou.
- Pra que?
- Ela vai ficar alguns minutos com a Maria Flor pra nós jantarmos fora. -
Ele disse, sorrindo.
- Matheus, eu não quero incomodar ninguém pra ficar cuidando da
minha filha.
Ela é minha responsabilidade.
- Eu sei. Mas o que tenho pra te dizer é algo importante. Aceite vai? Ju
disse que fica com ela sem pedir duas vezes.
- Tá bom. Mas o que é que você vai pedir? - O olhei, estranhando.
- Na hora saberá amor.
Ele saiu da sala e eu fiquei parada o olhando sair da sala.
Ju chegou alguns minutos depois, dizendo que não se importava em
perde seu sábado à noite com uma recém-nascida. Tirei leite dos meus
seios pra Maria Flor, deixei na geladeira e fui me arrumar.
Meu corpo estava ótimo, nem parecia que eu tinha parido um filho. E o
melhor era o olhar de admiração que o Matheus me dava quando me via
parada em frente ao espelho me arrumando.
Peguei um vestido vinho todo arrumado, depois que eu perguntei qual
era o tipo de lugar que iríamos. Ele saiu do banho e eu entrei no banheiro
e a campanhia tocou, com certeza era Ju. Deixei de lado e fui pro meu
banho, sem molhar o cabelo, tomei um banho bem gostoso demorando
um pouco. Quando acabei, sai enrolada na toalha e comecei a arrumar
meu cabelo em frente ao espelho. Fiz alguns cachos na ponta e fui
deixando eles soltos. Coloquei meu vestido, e fui fazer uma maquiagem,
mas não muito chamativo.
- Pronta? - Ele perguntou, entrando no quarto e muito bem vestido.
- Terminando. - O olhei. - Tá bonito, tá querendo conquistar alguém? -
Brinquei.
- Já conquistei quem eu queria já. - Ele sorriu dando uma piscadinha.
- Ju chegou? - Perguntei.
- Sim, tá com a Maria Flor que acordou.
- Tem certeza que é uma boa sair agora?
- Você não quer? - Ele perguntou, fazendo uma carinha triste.
- Quero sim amor. Só fico preocupada com a Maria. - Sorri de lado.
- Qualquer coisa a gente liga ou a Ju, amor. Relaxa, tá?
- Tá. Agora me deixa terminar aqui.
- Então vai, porque temos hora. - Ele disse, passando perfume em frente
ao espelho.
- Aonde vamos? - Perguntei curiosa.
- Surpresa. - Ele sorriu.
Terminei de me arrumar e depois de vários minutos se despedindo da
minha filha, sai com o Matheus. Fomos até a garagem, mas Matheus
segurou em meu braço me fazendo parar.
- O que foi?
- Quero que você coloque isso nos olhos. - Ele disse, me dando uma
venda.
- Por que? O que você está aprontando Matheus? - Perguntei rindo.
- Confia em mim amor, só coloque e sem perguntas.
- Eu não gosto disso, to ansiosa já. - Falei.
Ele riu e colocou a tal venda nos meus olhos, deixando tudo escuro. Ele
me ajudou até chegar no carro e me colocou sentada no banco. Ele
demorou um pouco até entrar no carro e sai com o mesmo.
O vento batia no meu rosto e era como um carinho, estava muito bom, e
pelo o cheiro e o barulho de ondas, estávamos perto da praia. Ele foi
dirigindo por um tempo, e logo estacionou.
- Já posso tirar?
- Não. Calma aí. - Ele disse, desligou o carro e saiu do mesmo.
Ele me ajudou a sair do carro me dando a mão e foi me ajudando a andar
até chegar numa escada, em que ele disse pra subir.
Quando terminou, ficamos parados e ele empurrou uma porta e entrou
comigo.
Eu já estava ansiosa com tudo e minha maior vontade era arrancar
aquela venda dos meus olhos. Suspirei, e ele apertou minha mão, e se
afastou.
- Tire. - Ele disse, com uma voz rouca. Perfeito.
Coloquei a mão na venda, e puxei a mesma, esperei meus olhos se
acostumar com a claridade e quando olhei bem, era um pedido. CASA
COMIGO?
Fiquei olhando admirada aquelas velas e aquele pedido. Olhei pro
Matheus e ele veio andando na minha direção, até parar na minha frente
e se ajoelhar.
- Carolina, casa comigo? Já nos casamos, e eu agradeço aos meus e aos
seus pais por ter nos colocado nesse casamento forçado, mas sem eles
não estaríamos juntos e felizes com uma bebê maravilhosa e dessa vez
será nosso casamento, do nosso amor, do nosso jeitinho. Você é a mulher
da minha vida, a pessoa que eu quero estar pra sempre, ao acordar e ao
dormi. Sempre você.
Então, você aceita casar comigo pela segunda vez?
- Eu aceito. Mil vezes sim. - Falei, o levantando e abraçando forte o
mesmo.
Ele me pegou pela cintura e me levantou, rodando comigo no colo. Nos
beijamos e terminamos com selinhos. Encostei minha testa na sua e
fechamos os olhos.
- Eu te amo. - Sussurrei.
- Eu te amo muito mais e quero estar com você até o final.
- Vamos sim amor, até ficarmos velhinhos.
Abrir meus olhos e sorri, e passei o olhar pelo o local. Era um salão, e
havia várias velas e uma mesa com talheres, e no canto uma cozinha que
tinha garçons.
- Com fome?
- Sim. - Sorri.
Fomos até a mesa, sentamos na cadeira e esperamos nos servi. Tudo tava
uma maravilha e parecia um sonho. E se fosse um sonho, não me
acordem.

Capítulo 29
1 ano depois.
Maria Flor tinha acordado com a corda toda hoje. Hoje, o dia que ela está
fazendo um ano e que daqui algumas horas será sua festinha de
aniversário.
Maria Flor era super ligada em tudo, aprendia tudo com uma facilidade
que surpreendia a todos. Ela é simpática com todos, gosta de todos, e
todos gostam dela. Quando saímos, os três pro shopping, as mulheres só
tem olhos pra Maria Flor e Matheus, eles são lindos juntos e quando
estão assim juntos, tudo ao redor fica perfeito. E as mulheres ficam
loucas. É, eu entendo bem como é isso.
- Maria Flor, aí não filha. - Falei, repreendendo ela por estar querendo
pegar o celular que Matheus havia esquecido na mesa. Ela virou e fez um
biquinho.
Outra coisa, Maria Flor era mimada e se falasse um "não" já abria o
berreiro.
Ou fazia um bico enorme.
Enquanto eu esfriava a comida dela, de repente me veio uma vontade
enorme de vomitar e fui correndo até o banheiro. Vomitei tudo no vaso o
almoço que eu tinha comido. A sensação era horrível.
Levantei um pouco tonta e fui escovar os dentes. Respirei fundo e joguei
uma água no rosto e sai do banheiro. Encontrei Maria Flor sentada no
chão e brincando com uma boneca, ela me olhou e me chamou com a
mão. Fui até ela e a peguei no colo.
- Vamos papar?
- Pá?
- Papar filha, vem.
A levei até a cozinha e a coloquei sentada no cadeirão, e comecei a dar
sua comida. Logo que terminei, a tirei de lá e fui pro quarto com ela.
Aquele mal estar voltou com tudo e eu só queria deitar pra passar. Mas
nada passava.
- Amor?
- Pae. - Maria Flor disse, querendo descer da cama.
- Calma, ele vem aqui filha. - Eu disse, a segurando pra não cair da cama.
Matheus apareceu na porta e Maria logo ficou desesperada pra ir até ele.
O
mesmo veio até a cama e pegou ela, enchendo de beijos.
- Tudo bom? - Ele perguntou, me olhando.
- Sim. E como está lá? - Perguntei.
Eu iria fazer uma festinha simples pra ela, já que ela não entendia muita
coisa.
Mas os pais do Matheus queriam dar de presente uma festa, e aí
contrataram uma casa de festa. Então eu só teria o trabalho de arrumar a
Maria Flor e a levar até lá.
- Tá lindo amor, você vai amar e você também pequena. - Ele disse,
apertando Maria Flor, que riu toda boba.
- Acho que vou colocar ela pra dormi, ela vai ficar cansada depois. - Falei,
a pegando no colo e fazendo manha pra ir pro pai.
- Vamos nanar com a mamãe, vem. - Falei, a levando pro quarto.
- Nanãn? - Ela perguntou.
- Sim, vem.
A deitei e em menos de dez minutos, ela pegou no sono. Me abaixei um
pouco dando um beijinho na testa dela e levantei, e a tontura veio.
Respirei fundo e fui saindo do quarto. O vomito veio e eu fui correndo
pro banheiro, me agachei e vomitei tudo novamente. Eu já não tinha mais
nada pra vomitar, mas não parava.
Levantei e me ajeitei saindo logo do banheiro, antes que Matheus
aparecesse e achasse que estava tendo algum problema. Cheguei no
quarto, e deitei na cama e logo pegando no sono.
- Olha vamos se arrumar, sua festa ja já vai começar. - Falei, a pegando no
colo.
A levei até o quarto e comecei a arruma-lá. Maria Flor era bastante
vaidosa e amava se arrumar, então só em falar em se arrumar, ela já
ficava doida pra sair.
Coloquei o vestido de Cinderela nela, e ela ficou toda boba olhando o
vertido.Ela estava linda. Coloquei sua sapatilha e arrumei o cabelo, o que
era muito pra idade dela. A deixei brincando com algumas bonecas no
berço e fui até meu quarto.
- Fica com ela lá. - Falei, pro matheus assim que ele estava saindo do
quarto.
- Tá bom. - Falou, me dando um selinho.
Fui pro banheiro, tomei um banho demorado lavando bem meus cabelos
e sai.
Fui pra frente do espelho enquanto secava meu cabelo e fiquei olhando
minha barriga. E de repente, lembrei que não havia menstruado mês
passado e nem agora. Comecei a ficar tensa ao pensar que poderia estar
grávida agora de outra criança. Não poderia ser, eu estava me cuidando,
e Maria Flor era muito pequena ainda. E ainda tinha o meu casamento
que estava marcado pra daqui alguns meses.
Peguei meu celular e mandei uma mensagem pra Ju.
Carol: Ju, me ajuda.
Ju: em que amiga?
Carol: compra um teste de farmácia pra mim e leva até a festa pra mim,
por favor.
Ju: o que? Me conta isso direito.
Carol: só leva, por favor. Depois te explico.
Deixei o celular de lado e voltei a me arrumar. Coloquei um macacão
preto e um salto alto. Caprichei na maquiagem e joguei meu cabelo pra
um lado. Tava perfeito.
- Olha a mamãe filha, como tá linda. - Matheus disse, entrando no quarto
com a Maria Flor sorrindo pra mim.
- Linda tá minha filha, né princesa? - Falei, brincando com ela e ela
sorrindo.
Peguei meu celular e bati uma foto nossa sorrindo. Peguei tudo que
precisava e sai com Matheus. Entramos no elevador, e dentro já estava
uma mulher morena que nos viu e sorriu.
- Oi Florzinha. - Ela disse, brincando com a Maria Flor nos braços do
Matheus.
- Oi Matheus. - Ela sorriu pra ele.
- Oi Júlia. - Matheus disse. - Essa aqui é minha mulher Carolina. - Me
apresentou.
- Olá. - Eu disse, sorrindo.
- Oi, prazer. Nossa, você é casado? Pensei que fosse apenas você e essa
princesa. - Ela disse, rindo exageradamente ridículo.
- É, sou casado.
- E somos muitos felizes, né amor? - Falei, dando um selinho no Matheus
e sorrindo pra Maria.
- Ah claro. - Falou sem graça.
O elevador parou e eu sai quase arrastando eles de lá. Entramos no carro
e Matheus partiu com ele.
A festa estava linda, perfeita, sem palavra pra ela. Maria Flor era
paquerada por todos, e adorava a atenção que recebia. Estava radiante.
Ju chegou com o Bruno. Ela sorriu demonstrando que havia trago o que
eu pedi, eu apenas concordei e mandei esperar. Bruno já estava
diferente, um pouco nervoso e parecia um pouco engasgado. Mas deveria
ser algo deles, depois perguntaria a Ju.
Durante a festa fui até o banheiro com a Ju e peguei o teste.
- O que houve? - Ela perguntou.
- Eu acho que estou grávida, eu estava tão avoada esses dias e não
percebi que tem quase dois meses que não menstruo. Ju eu não poderia
ter um filho agora.
- Mas você tem sentido algo?
- Vomitei duas vezes hoje, e algumas tonturas fortes.
- Aí meu Deus Carolina! Faça esse teste agora.
Apenas assenti e entrei na cabine. Fiz tudo que deveria fazer e fiquei
alguns minutos esperando.
- E aí? - Ju perguntou.
- Não vi ainda, calma. - Falei, respirando fundo.
Virei o rosto e peguei o palitinho. POSITIVO.
- Carol? E agora? - Ela perguntou. - Amiga?
Destravei a porta e olhei pra Ju.
- Estou grávida. - Falei, me deixando chorar.
- Oh amiga, venha cá. - Ela disse. Fui até ela e a abracei chorando.
- Esse neném vai ser amado como é com a Maria, fique tranquila, vai dar
tudo certo.
- Eu não poderia deixar isso acontecer amiga, logo agora. Maria é
pequena, mal conseguimos criar ela, imagina agora?
- Ei, não diga isso. Você e Matheus são maravilhoso pais. Maria e esse
neném tem sorte grande de ter vocês dois.
Ela secou meu rosto e arrumou minha maquiagem. Saímos do banheiro
depois de alguns minutos e minha mãe me olhou, já sabendo que tinha
algo errado ali.
Apenas sorri de lado e fui atras do Matheus, queria contar logo isso. O
encontrei numa rodinha com os amigos brindando.
Cheguei perto dele e ele me puxou, sorrindo e me beijando. Conversamos
alguns minutos e logo chegou a Ju pra perto do Bruno. O mesmo ficou
nervoso e virou pra ela.
- Amor? Você tem algo pra me dizer? - Ele perguntou, chamando atenção
de todos pra eles dois. Ju olhou pra todos, estranhado.
- O que amor?
- Você...?
- Eu? - Ju perguntou. - Bruno, você tá nervoso desde que saímos. O que
foi?
- Você tá grávida? - Ele perguntou, assim na lata, fazendo eu e a Ju
engasgar com a própria saliva.
- O que? Bruno de onde tirou isso? - Ju perguntou, sem graça olhando a
todos.
- Eu vi um teste na sua bolsa, quando você pediu pra eu pegar o batom
pra você. Então...?
- Não! Quer dizer, não era pra mim. - Ju disse, olhando triste pra ele.
- E era pra quem então? - Ele perguntou, em duvida.
- Pra mim. - Eu disse, atraindo a atenção de todos.
- Carol? - Matheus disse, abrindo os seus olhos e com a respiração
ofegante.
- Estou grávida Matheus. - Falei, suspirando e olhando Matheus ter quase
um filho ali também.
- Descobriu quando amor? O que?- Ele disse todo atrapalhado.
- Foi hoje. Passei mal durante a tarde e me dei conta que a minha
menstruação não tinha vindo.
- Aí.Meu.Deus. - Ele disse devagar, e me olhou. - Vamos ter um bebê. - Ele
disse emocionado.
- Vamos amor. - Sorri de lado.
Ele me abraçou forte e me beijou. Resolvemos contar a todos depois do
parabéns da Maria Flor. A festa foi seguindo tranquilo, todos estavam
felizes e especialmente Matheus, de tanta felicidade o seu sorriso era
enorme.
Depois do parabéns, Maria Flor já estava quase dormindo no meu colo e
Matheus disse a todos ali que estávamos esperando outro bebê. Todos
vieram me dar parabéns e meus pais choraram junto com os pais do
Matheus.
A felicidade era tanta que não cabia dentro dos nossos corações.
Realmente, eu estava me sentindo completa. Tinha meu amor, e minha
filha e daqui alguns meses mais um neném. Tem como ficar mais feliz?
Pois a felicidade não cabe dentro de mim.
Epílogo
Alguns anos depois...
Hoje era meu grande dia. O dia que eu iria me casar com meu amor. O
nosso casamento seria na praia. E hoje eu contaria uma surpresa pra
minha família.
Eu me tremia toda, estava muito nervosa. A vontade de chorar era
enorme, então eu me segurava o máximo pra não acontecer isso e não
borrar a maquiagem.
Maria Flor e meus gêmeos, Julio e Gustavo estavam com minha mãe, e
eles estavam lindos. Sim, acabei tendo gêmeos, e o que foi tranquilo com
Maria Flor, com os gêmeos foram ao contrário. Eu passava muito mal,
comia e dormia demais. Era cansativo, mas no final foi maravilhoso, tive
dois bebês maravilhosos. Julio era agitado, risonho. Gustavo já era na
dele, bem tranquilo.
Mas eles dois eram um amor.
- E aí amiga? - Ju falou, entrando no quarto.
- Oi, como estou? - Perguntei, sorrindo de lado.
- Tá maravilhosa. Aí aquelas crianças estão tão lindas. - Ju disse, fazendo
cara de fofa.
- Puxou a mãe né. - Me gabei, rindo.
Ficamos conversando, até parecer Maria Flor com minha mãe. Maria Flor
estava uma princesa. Ela já tinha dois anos perto dos três, e era muito
esperta.
- Mamãe!- ela disse, vindo me abraçar.
- Oi amor. Tá linda.
- Você que tá mamãe. Cadê papai?
- Tá esperando a mamãe e você lá fora.
- Oba, já tava com saudades dele.
- E mãe, cadê os gêmeos? - Perguntei a minha mãe.
- Tá com a mãe do Matheus. Eles estavam dormindo já.
Apenas assenti e meu pai entrou no quarto, sorrindo.
- Posso entrar? - Ele perguntou, sorrindo.
- Claro pai. - Ele entrou e a Ju saiu com minha mãe e a Maria Flor.
- Você tá linda, minha filha. - Ele disse. - Me desculpa por tudo que fiz
com você no passado, foi errado em fazer você se casar com alguém que
você não gostava, fui muito egoísta em pensar apenas em mim, no
dinheiro.
- Pai, o senhor não precisa...- falei, tentando segurar as lágrimas.
- Escute minha filha, eu errei e peço que me perdoe, mas no fundo sei que
fiz certo. Vocês estão felizes, vocês agora tem uma família de verdade, eu
espero que você seja muito feliz com ele, que sua família seja perfeita.
Parabéns por ter se tornado essa mulher maravilhosa, e você não
continuou na faculdade, mas teve filhos maravilhosos e que vai ter um
futuro brilhante, assim como o seu.
- Aí pai, o senhor tá me fazendo chorar. - Falei, limpando as lágrimas do
rosto.
- Obrigada por tudo, eu te amo papai.
Ele sorriu, me abraçou e me ajudou a limpar a maquiagem. A moça que
organizava o casamento, bateu na porta dizendo que estava na hora já.
Respirei fundo e dei o braço pro papai.
Como a Praia era em frente, logo fiquei de frente pra entrada e entramos.
A atenção toda estava em mim, mas a minha só tinha um nome. Matheus.
Ele estava lindo, perfeito. Tinha um sorriso enorme no rosto, e na minha
frente vinha Maria Flor jogando flores, e sorrindo toda boba pro pai.
Meu pai se despediu de mim e me entregou pra Matheus. O padre
começou a falar, e veio a troca de alianças.
- Eu aceito. - Eu disse assim que o padre perguntou, fazendo Matheus
chorar.
Sorri.
Fiz o mesmo com o Matheus e ele pediu um pouco da atenção. Ele
respirou fundo e me olhou nos olhos.
- Eu vou te amar a cada dia. Eu vou te amar até nas nossas brigas, vou te
amar a cada segundo dos nossos dias. Eu vou te amar a cada batida do
meu coração, até o fim. Obrigado por tudo, você é minha vida e obrigado
por ter me dado filhos maravilhosos. Você foi feita pra mim, assim como
fui feito pra ti. Eu te amo até o fim.
Limpei as lágrimas que caiam dos meus olhos, e sorri, sentindo a brisa
batendo no meu rosto.
- Então será que terá espaço pra mais uma pessoa? - Perguntei, passando
a mão na barriga, sorrindo.
Seus olhos desceram até a minha mão que acariciava minha barriga. Ele
ficou parado olhando e piscou, com os olhos cheio de lágrimas.
- Amor? - Ele perguntou, sorrindo e chorando.
- Eu estou grávida amor. - Eu sorri.
Ele me puxou devagar e me abraçou, chorando no meu ombro. Todos
aplaudiram e saímos da praia andando pelas flores até chegar perto do
carro, aonde iriamos pra casa de festa.
Meus pais e meus sogros foram os primeiros a falar conosco e veio o
restante.
Meus gêmeos estavam acordados e Maria Flor vinha do lado deles.
- Vou ter outro irmãozinho? - Ela perguntou, colocando a mão na boca.
- Vai filha. Você quer? - Matheus perguntou.
- Quero, mas quero uma menina pra brincar comigo. Ju e Gu são meninos.
-
Fez um biquinho.
Minha mãe pegou eles e levaram no carro, e eu e Matheus fomos na
limusine.
- Faz tempo que descobriu? - Perguntou Matheus, passando a mão na
minha barriga.
- Não. Apenas algumas semanas.
- Eu não tenho palavras pra dizer a você, só agradecer.
- Não precisa. Sem você não teria nada disso. Você é meu tudo.
- E você é o meu. - Ele sorriu, roçando o lábio no meu e puxando o
mesmo, e me beijando.
Paramos em frente a casa de festa e saímos. Entramos e tiramos varias
fotos com todos, principalmente nossos filhos.
Eu cumprimentava algumas pessoas e a vi de longe. Ela sorria feliz pro
Matheus e se virou, me encontrando. Matheus saiu de perto dela indo
com o Bruno falar com um amigo deles. Ela veio andando, e parou na
minha frente.
- Oi Carolina. - Nicole disse.
- Oi Nicole, surpresa você por aqui. - Falei.
- Eu só passei aqui pra desejar parabéns a vocês e pelo os filhos lindos. -
Ela sorriu.
- Bom, obrigada. Pode ficar a vontade na festa.
- Não posso, meu marido e meu filho me esperam em casa, dia de filme
hoje. -
Ela revirou os olhos, mas sorrindo feliz. - Quero me desculpar por
qualquer coisa que eu tenha feito antes e dizer que tudo ficou no
passado.
- Claro Nicole, sem ressentimentos.
- Sim, somos adultos, com filhos, então.
- Tá certa. Então estamos de bem. - Eu disse, sorrindo.
- Obrigada e você faz muito bem a ele. Vocês são lindos juntos.
- Obrigada e vê se aparece, com seu filho também pra conhecê-lo.
- Sim, só marcar. - Ela sorriu. - Agora tenho que ir. Tchau. Mande um
abraço pro Matheus.
Ela me deu um abraço rápido e foi embora. Suspirei e tomei um susto
quando sentir os braços de Maria Flor envolvendo meus pés.
- Mamãe, vem vamos dançar.
- Vamos princesa.
Fui pra pista de dança com ela e Matheus estava lá com os gêmeos. Eles
ficavam rindo sem entender nada, mas felizes. Maria Flor copiava as
outras mulheres e arrancava risadas de todos. Passei a mão pela minha
barriga e sorri, dançando aos olhares de Matheus. O tempo poderia parar
agora, pois tudo que eu desejava estava ali, e eu não desejava outra vida.
Só não esqueça, existe alguém, não sei ao certo onde, mas existe. Existe
alguém querendo o seu carinho, querendo cuidar de você, querendo
amar você.
Não desespera não, as coisas boas chegam na hora exata. Nem antes, nem
depois, no momento certo. E o meu momento, chegou.

Fim

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