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Difusão atômica 29/10/2023

16:18

em sólidos F.CANGUE

Prof. Dr. Feliciano Cangue


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DIFUSÃO E MOVIMENTOS ATÔMICOS: TRANSFERÊNCIA DE MASSA

SUMÁRIO

1. Introdução
2. Mecanismo de difusão
3. Fatores que influenciam na difusão
4. Difusão em estado estacionário - Primeira lei de Fick
5. Difusão em estado não-estacionário - Segunda lei de Fick
6. Aplicações

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Difusão atômica em sólidos 3

Objetivos do Aprendizado

1.Citar e descrever os dois mecanismos atômicos da difusão


2.Distinguir entre a difusão em regime estacionário e a difusão em
regime não estacionário
3.A) Escrever a primeira e a segunda lei de Fick na forma de equações e
definir todos os seus parâmetros. B) observar o tipo do processo de
difusão para o qual cada uma dessas equações é normalmente
aplicada
4.Escrever a solução para a segunda lei de Fick para a difusão em um
sólido semi-infinito quando a concentração do componente em
difusão na superfície do sólido é mantida constante. Definir todos os
parâmetros nessa equação.
5.Calcular o coeficiente de difusão para um dado material em uma
temperatura específica, dadas as constantes de difusão apropriadas.

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SUMÁRIO

1. Introdução
2. Mecanismo de difusão
3. Fatores que influenciam na difusão
4. Difusão em estado estacionário - Primeira lei de Fick
5. Difusão em estado não-estacionário - Segunda lei de Fick
6. Aplicações

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Difusão atômica em sólidos 5

Introdução

1. A difusão em estado sólido refere-se


ao processo de movimento dos
átomos, íons ou moléculas em um
sólido a partir de regiões de alta
concentração para regiões de baixa
concentração.
2. Esse fenômeno ocorre devido à
energia térmica, que fornece aos
constituintes do sólido a energia
necessária para superar as barreiras
energéticas e migrar através da
estrutura cristalina.

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Difusão atômica em sólidos 6

Introdução

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Difusão atômica em sólidos 7

Introdução

Fatores que Afetam a Difusão em Estado Sólido:

1. Temperatura: A difusão em estado sólido aumenta com o aumento


da temperatura, pois as partículas ganham energia cinética
adicional para superar as barreiras de energia.

2. Concentração Diferencial: A difusão ocorre de áreas de alta


concentração para áreas de baixa concentração, seguindo o
gradiente de concentração.

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Introdução

Fatores que Afetam a Difusão em


Estado Sólido:

1. Tamanho dos Grãos: Em materiais


policristalinos, os contornos de grão
podem afetar a taxa de difusão, pois
podem servir como barreiras (ou
caminhos preferenciais para a
difusão).

2. Tipo de Defeitos da Rede


Cristalina: Deslocamentos atômicos,
lacunas de átomos e outras
imperfeições na estrutura cristalina
podem influenciar a difusão.
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Introdução

Tipos de Difusão em Estado Sólido:

1. Difusão Atômica: Envolve o movimento de átomos individuais


através da estrutura cristalina.

2. Difusão Intersticial: Envolve o movimento de átomos em espaços


intersticiais (espaços vazios) na estrutura cristalina.

3. Difusão de Defeitos Pontuais: Pode ocorrer devido ao


movimento de defeitos pontuais, como lacunas ou intersticiais.

4. Difusão de Grão a Grão: Acontece entre diferentes grãos de um


material policristalino, envolvendo a migração de átomos nos
contornos de grão.

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Difusão atômica em sólidos 10

Introdução
Aplicações da Difusão em Estado Sólido:

A difusão em estado sólido é um processo fundamental em várias


aplicações, incluindo:
1. tratamentos térmicos de metais (como recozimento e têmpera),
difusão em semicondutores para a fabricação de dispositivos
eletrônicos, difusão de átomos em cerâmicas para produção de
revestimentos, crescimento de cristais semicondutores e muito
mais.

2. Ciência dos Materiais

3. Física do Estado Sólido

4. Físico-química

5. – Metalurgia Física
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Difusão atômica em sólidos 11

Introdução

Figura 8.8 - Energia de ativação associada aos movimentos atômicos, num metal. (a)
Difusão do átomo de Cobre (CFC) A da posição (1), no plano (111) da estrutura cristalina
do cobre, para a posição (2) (lacuna), desde que seja fornecida energia de ativação
suficiente, conforme se indica em (b).

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Introdução

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Difusão atômica em sólidos 13

Introdução

Embora haja a mesma probabilidade de um átomo individual se mover


em qualquer direção, o gradiente de concentração favorece o
movimento preferencial dos átomos,
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Introdução

Esquema mostrando a
interdifusão dos materiais A e B

• A maior parte das reacções no


estado sólido observadas em
metais e ligas metálicas são
controladas por difusão

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SUMÁRIO

1. Introdução

2. Mecanismo de difusão
3. Fatores que influenciam na difusão
4. Difusão em estado estacionário - Primeira lei de Fick
5. Difusão em estado não-estacionário - Segunda lei de Fick
6. Aplicações

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Mecanismos de difusão

De uma perspectiva atômica, a difusão é a migração passo a passo dos


átomos de determinadas posições do reticulado cristalino para outras

Para ocorrer a movimentação de átomos são necessárias duas


condições:

(1) deve existir um espaço livre adjacente ao átomo;

(2) o átomo deve possuir energia suficiente para quebrar as ligações


químicas que o une a seus átomos vizinhos e então causar uma
distorção no reticulado cristalino durante seu deslocamento

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Mecanismos de difusão

Duas condições devem ser


atendidas:
1. Deve existir um sítio adjacente
vazio.
2. O átomo deve possuir energia
suficiente para quebrar as
ligações que o une à seus
átomos vizinhos, e causar
alguma distorção na rede
cristalina durante o
deslocamento. Energia é de
natureza vibracional

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Fatores que influenciam os processos de difusão simples e facilitada

Quais são os fatores que influenciam os processos de difusão simples e


facilitada?

Resumidamente podemos dizer que são três fatores:

1. superfície de contato
2. velocidade do fluxo
3. gradiente de concentração.

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Difusão atômica em sólidos 19

Caminhos para difusão

A movimentação de átomos pode ocorrer:

1) Ao longo de defeitos lineares: discordâncias


2) Ao longo de defeitos bidimensionais: contornos de grão, superfícies externas
3) No volume do material

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Mecanismos de difusão

 Intersticial – um átomo que está


localizado em uma posição intersticial
vazia adjacente.

O mecanismo intersticial em sólidos cristalinos


ocorre quando um átomo se move de uma
posição intersticial para outra posição
intersticial vizinha, sem que exista
deslocamento de átomos da matriz cristalina,

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Mecanismos de difusão

 Lacunar – ocorre através da troca de


um átomo que está localizado em
uma posição normal da rede com
uma lacuna adjacente.

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Mecanismos de difusão
DIFUSÃO POR LACUNAS
Na DIFUSÃO POR LACUNAS um átomo (hospedeiro ou substitucional) se desloca de
uma posição normal da rede cristalina para um sítio vago, ou lacuna, adjacente.

 A movimentação dos átomos ocorre em uma direção e a das lacunas


ocorre na direção contrária.
 A extensão segundo a qual a difusão por lacunas pode ocorrer é função da
concentração de lacunas presente no metal.
 A concentração de lacunas aumenta com a temperatura.
 Quando átomos hospedeiros se difundem, ocorre o processo de
AUTODIFUSÃO e quando átomos de impurezas substitucionais se
difundem, ocorre o processo de INTERDIFUSÃO.
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Mecanismos de difusão

Esquema da difusão lacunar


difusão do átomo A da posição
(1) para a posição (2), se fornecida
energia de activação suficiente

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Mecanismos de difusão

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Mecanismos de difusão
Gradientes de concentração

Embora haja a
mesma
probabilidade
de um átomo
individual se
mover em
qualquer
direção, o
gradiente de
concentração
favorece o
movimento
preferencial dos
átomos,

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SUMÁRIO

1. Introdução
2. Mecanismo de difusão

3. Fatores que influenciam na difusão


4. Difusão em estado estacionário - Primeira lei de Fick
5. Difusão em estado não-estacionário - Segunda lei de Fick
6. Aplicações

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Mecanismos de difusão

Fatores que afetam (governam) a difusão

Temperatura
Espécie difusora
Tempo
Pressão

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Mecanismos de difusão

Efeitos da Temperatura

variáveis de que depende o coeficiente de difusão

• natureza dos materiais em difusão


• mecanismo de difusão
• temperatura  Q 
D  D0  exp  d 
• estrutura cristalina do solvente  R.T 
• natureza dos defeitos cristalinos presentes

D0 – constante
Qd – energia de activação para a difusão
R – constante dos gases perfeitos (8,31 J.mol-1.K-1)
T – temperatura absoluta

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Mecanismos de difusão

Efeito da temperatura
A uma temperatura específica uma pequena fração do número total de átomos
é capaz de realizar movimentos por difusão em virtude de suas energias
vibracionais.

Essa fração de átomos aumenta com o aumento da temperatura, pois


aumentam suas energias vibracionais.
Alem disso o número de vazios aumenta com a temperatura segundo a
relação

onde: Do, uma constante (m2/s); Qd, energia de ativação para


difusão (J/mol); R, constante universal dos gases (8,31 J/mol.K); e T, temperatura
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absoluta (K).
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Para ocorrer a movimentação de átomos são necessárias duas condições:

(1) deve existir um espaço livre adjacente ao átomo;

(2) o átomo deve possuir energia suficiente para quebrar as ligações químicas
que o une a seus átomos vizinhos e então causar uma distorção no
reticulado cristalino durante seu deslocamento

As principais forças motrizes para que ocorra a difusão

 Deve ter sítios vazios;


 o átomo deve ter energia suficiente para quebrar às ligações
atômicasque une os seus átomos vizinhos e então causar alguma
distorção na rede cristalina durante odeslocamento;

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Mecanismos de difusão

 A difusão é mais rápida no contorno de grão ou na


superfície? Por quê?

 No contorno de grão, porque são regiões “ricas” em


vazios (lacunas ou interstícios) e isto facilita o
deslocamento dos átomos que se difundem.
 Do ponto de vista energético, a energia de ativação
necessária para a difusão no contorno de grão é menor.

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SUMÁRIO

1. Introdução
2. Mecanismo de difusão
3. Fatores que influenciam na difusão

4. Difusão em estado estacionário - Primeira lei


de Fick
5. Difusão em estado não-estacionário - Segunda lei de Fick
6. Aplicações

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1.Difusão em estado estacionário - Primeira lei de Fick

Teoria do contínuo (Adolf


FICK, cientista alemão) ->
inspirado em Thomas
Graham (gases e líquidos)

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Difusão atômica em sólidos 34

Difusão em estado estacionário - Primeira lei de Fick


Leis de Difusão:

•As leis matemáticas de difusão em estado sólido, como a Lei de Fick, descrevem a taxa de
difusão em função do tempo, da concentração e da geometria do sistema.

Fluxo de Difusão, (J) é a massa, (M), (ou número de átomos) que se difunde
perpendicularmente através de uma seção transversal de área unitária (A) do sólido, por
unidade de tempo (t). Matematicamente:

Forma diferencial

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Difusão atômica em sólidos 35

Difusão em estado estacionário - Primeira lei de Fick


Fluxo de difusão
No caso da difusão unidimensional, a
concentração C dos átomos que
se difundem é função da posição x no interior do
sólido e do tempo t de
difusão. Assim, em geral, C = f (x, t).
• A curva ao lado, que representa C
em função da posição x no interior
de um sólido num dado instante de
tempo t, é denominada PERFIL
DE CONCENTRAÇÃO.
• Para cada t, o FLUXO DE DIFUSÃO
num dado x é proporcional
ao valor do gradiente dC/dx em x

• A constante de proporcionalidade D* é chamada de


COEFICIENTE DE DIFUSÃO, e é expressa em m2/s.
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Difusão atômica em sólidos 36

Difusão em estado estacionário - Primeira lei de Fick

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Difusão atômica em sólidos 37

Difusão em estado estacionário - Primeira lei de Fick

Quando J não varia com o tempo (C também não varia com o tempo) e
temos a DIFUSÃO EM ESTADO ESTACIONÁRIO (ou DIFUSÃO EM
REGIME PERMANENTE).

Para que J não varie com o tempo é necessário que J também não varie com a
posição. Assim,

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Difusão atômica em sólidos 38

Difusão em estado estacionário - Primeira lei de Fick


Fluxo de difusão
No caso da difusão unidimensional, a
concentração C dos átomos que se difundem é
função da posição x no interior do sólido e do
tempo t de difusão. Assim, em geral, C = f (x, t).

• A curva ao lado, que representa C em função da


posição x no interior de um sólido num dado
instante de tempo t, é denominada PERFIL DE
CONCENTRAÇÃO.

• Para cada t, o FLUXO DE DIFUSÃO num dado


x é proporcional ao valor do gradiente dC/dx em x

• A constante de proporcionalidade D* é chamada


de COEFICIENTE DE DIFUSÃO ou constante de
difusividade, e é expressa em m2/s.

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Difusão atômica em sólidos 39

Difusão em estado estacionário - Primeira lei de Fick

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Difusão atômica em sólidos 40

Difusão em estado estacionário - Primeira lei de Fick

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Difusão atômica em sólidos 41

Difusão em estado estacionário - Primeira lei de Fick


Coeficiente de Difusão

Fatores que influem no Coeficiente de Difusão (D):


• Espécie que se difunde
• Meio onde ocorre a difusão
• Temperatura Exemplo de algumas constantes de difusão típicas

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Difusão atômica em sólidos 42

Difusão em estado estacionário - Primeira lei de Fick

Difusão em regime estacionário


numerosas propriedades que são inalteráveis no tempo

Para processos de difusão em estado estacionário, a equação que correlaciona o


fluxo de difusão “J” com o gradiente de concentração “∆C/ ∆x” é chamada de
PRIMEIRA LEI DE FICK:

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Difusão atômica em sólidos 43

Difusão em estado estacionário - Primeira lei de Fick


Difusão em regime estacionário
numerosas propriedades que são inalteráveis no tempo

Para processos de difusão em estado estacionário, a equação que correlaciona o


fluxo de difusão “J” com o gradiente de concentração “∆C/ ∆x” é chamada de
PRIMEIRA LEI DE FICK:

D (constante de difusividade) é o gradiente


de concentração, que representa o
POTENCIAL TERMODINÂMICO ou
FORÇA MOTRIZ para que ocorra o
fenômeno de difusão. Possui sinal
negativo, indicando que a direção da
difusão se dá do meio mais concentrado
para o menos concentrado.

dC/dX é o gradiente de concentração


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Difusão atômica em sólidos 44

Difusão em estado estacionário - Primeira lei de Fick

De que depende o coeficiente de difusão?

O coeficiente de difusão é um indicativo da velocidade segundo o


qual os átomos se difundem. As espécies difusíveis, bem como o
material hospedeiro (substrato), influenciam o coeficiente de difusão.

Depende da
• natureza dos átomos,
• do tipo de estrutura cristalina
• e da temperatura

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Difusão atômica em sólidos 45

Difusão em estado estacionário - Primeira lei de Fick

Difusão em regime estacionário


Exemplo de estado estacionário:

Uma placa de ferro é exposta a uma atmosfera carbonetante (rica em


carbono) de um de seus lados e uma atmosfera descarbonetante (pobre em
carbono) do lado oposto a 700ºC . Se uma condição de estado estacionário
é atingida, calcule o fluxo de carbono através da placa, sabendo que os
concentrações de carbono nas posições a 5mm e a 10 mm abaixo da
superfície carbonetante são de 1,2 e 0,8 Kg/m3 respectivamente. Suponha
um coeficiente de difusão de 3x 10-11 m2 / s

Solução:

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Difusão atômica em sólidos 46

Exemplo de estado estacionário:

Exemplo 1: Purificação do Hidrogênio. Uma mistura gasosa contendo H2,


N2, O2 e vapor d’água é pressurizada contra uma lamina de 6mm de
espessura de Paládio cuja área é 0,25m2 a 600ºC. O coeficiente de difusão
é DH/Pd(600ºC) = 1,7x10 -8m 2 /s e a concentração no lado da placa de alta
e baixa pressão é respectivamente 2.0 e 0,4 KgH2/m 3Pd a difusão
acontece em estado estacionário. H2 é purificado por difundirse mais
rapidamente que os demais gases, atingindo a outra face da lamina que esta
mantida sob pressão atmosférica. Calcular o fluxo de difusão do H2
(purificação) em kg/hora.

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SUMÁRIO

1. Introdução
2. Mecanismo de difusão
3. Fatores que influenciam na difusão
4. Difusão em estado estacionário - Primeira lei de Fick

5. Difusão em estado não-estacionário -


Segunda lei de Fick
6. Aplicações

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Difusão atômica em sólidos 48

Difusão em regime não estacionário

 Segunda Lei de Fick – Corresponde à equação diferencial parcial


que descreve a taxa com que os átomos são redistribuídos em um
material, por difusão.

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Difusão atômica em sólidos 49

Difusão em regime não estacionário

Na difusão em estado não-estacionário tanto o fluxo de difusão,


quanto o gradiente de concentração, numa dada posição x, variam
com o tempo t. Como resultado, ocorre um acúmulo ou esgotamento
líquido do componente que se encontra em difusão.

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Difusão atômica em sólidos 50

Difusão em regime não estacionário

Quais são os principais fatores que


influenciam a difusão?

Das características a seguir determine


os fatores que influenciam negativamente
na difusão:

1. Baixo empacotamento, baixo ponto de


fusão e elevada densidade.

2. Ligações fortes, boa qualidade cristalina,


baixo ponto de fusão.

3. Elevado empacotamento, ponto de fusão


e grande raio atômico.

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Difusão atômica em sólidos 51

Difusão em regime não estacionário

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Difusão atômica em sólidos 52

Difusão em regime não estacionário

Uma solução importante na prática é


aquela para um sólido semi-infinito, em
que a concentração na superfície é
mantida constante (fonte da espécie
difusível é uma fase gasosa)
Além disso as seguintes hipóteses são
adotadas:
• As aplicações das condições de contorno
1- Antes do início da difusão os átomos
acima na segunda lei de Fick fornece a
do soluto em difusão que estejam
solução:
presentes no material estão
uniformemente distribuídos mantendo
uma concentração Co .
2- O valor de x na superfície é zero e • Onde Cx fornece a concentração em uma
aumenta com a distância para dentro do profundidade x após decorrido um tempo t
sólido. .
3- O tempo zero é tomado como sendo o • O termo a direita é a função erro de Gauss
instante imediatamente anterior ao início cujos valores são dados em tabelas
do processo de difusão. matemáticas. Uma lista parcial aparece no
Prof. F. Cangue, PhD. MEng. BEng. Blitt. próximo slide 29/10/2023 16:18
Difusão atômica em sólidos 53

Difusão em regime não estacionário

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Difusão atômica em sólidos 54

Difusão em regime não estacionário

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Difusão atômica em sólidos 55

Difusão em regime não estacionário

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Difusão atômica em sólidos 56

Difusão em regime não estacionário

Em um processo de cementação em um aço com 0.25 % de carbono (Co) a 950ºC


com uma concentração de carbono na superfície externa de 1.2% (Cs) , qual deve
ser o tempo de cementação para atingir um teor de carbono de 0.8% (Cx) na
posição de 0.5 mm (x) abaixo da superfície? O coeficiente de difusão do carbono no
ferro nessa temperatura é de

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Difusão atômica em sólidos 57

Difusão em regime não estacionário

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Difusão atômica em sólidos 58

Difusão em regime não estacionário

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Difusão atômica em sólidos 59

Difusão em regime não estacionário

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Difusão atômica em sólidos 60

Difusão em regime não estacionário

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Difusão atômica em sólidos 61

Difusão em regime não estacionário


 Pretende-se cementar um aço com 0,1% C, mantendo-o em uma
atmosfera com 1,2 C em alta temperatura, até que se atinja 0,45% C
em uma profundidade de 2 mm abaixo da superfície. Qual o tempo
total de cementação se o coeficiente de difusão for D = 2x10 -11 m 2 /s?

 Resolução:

 Dados do problema:

Co = 0,1% C; Cs = 1,2% C; C(x,t) = 0,45% C; x = 2 mm = 0,002 m.

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Difusão atômica em sólidos 62

Difusão em regime não estacionário

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SUMÁRIO

1. Introdução
2. Mecanismo de difusão
3. Fatores que influenciam na difusão
4. Difusão em estado estacionário - Primeira lei de Fick
5. Difusão em estado não-estacionário - Segunda lei de Fick

6. Aplicações

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Difusão atômica em sólidos 64

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Difusão atômica em sólidos 65

Para reflectir

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Difusão atômica em sólidos 66

Para reflectir
LEMA INSTITUCIONAL

Volenti Nihil Difficili - “A quem quer nada é dificil”

"Se quiseres um ano de prosperidade, semeia cereais. Se quiseres dez


anos de prosperidade, planta árvores. Se quiseres cem anos de
prosperidade, educa os homens”.

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Difusão atômica em sólidos 67

Fim
Muito obrigado pela atenção

Atenção! As presentes notas de aulas não


subsituem a leitura dos textos básicos

Sempre leia o original


Stephen Kanitz

Lembre-se de resolver a lista de exercícios


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F.CANGUE

Referências Bibliográficas
1. CALLISTER JÚNIOR, W.D. Ciência e Engenharia de Materiais: uma
Introdução. Rio de Janeiro: LTC, 8.ed, 2012
2. William D. Callister, Jr. Fundamentos da Ciência e Engenharia de Materiais:
uma abordagem Integrada: Rio de Janeiro: LTC, 2012, 702p.
3. VAN VLACK, L.H. Princípios de Ciência e Tecnologia dos Materiais. Rio de
Janeiro: Campus, 1984.
4. VAN VLACK, L.H. Princípios de Ciência e Tecnologia dos Materiais. São
Paulo: Editora Bl”ucher, 2012.
5. SMITH, W.F. Princípios de Ciência e Engenharia dos Materiais. Lisboa:
McGraw-Hill, 3a edição, 1998
6. JAMES F. SHACKELFORD. Ciência dos Materiais. São Paulo: Pearson
Prentice, 2008
Difusão atômica em sólidos 69

Para reflectir
Escuta e serás sábio. O começo da
sabedoria é o silêncio.

Pitágoras

O temor do Senhor é o princípio da sabedoria, e o


conhecimento do Santo a prudência.
Provérbios 9:10

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F.CANGUE

Prof. Dr. Feliciano Cangue


E-mail: feliciano.cangue@isptec.co.ao

feliciano.cangue cangue

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