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FILOSOFIA – ENSINO MÉDIO

• PROFESSOR ALAN APARECIDO

• SISTEMA DE NOTAS
• 2 BLOCOS DE 10 PONTOS.
• ATIVIDADES E AVALIAÇÕES EM SALA.
• ATIVIDADES E AVALIAÇÕES ON LINE

• KAITEOS.BLOGSPOT.COM.BR
Pré Socráticos aos Medievais 1
Pré Socráticos aos Medievais 2
O Filósofo
• Não é movido por interesses comerciais ou
financeiros;

• Não coloca o saber como propriedade sua;

• Não é movido pelo desejo de competir;

• Não faz das ideias e dos conhecimentos uma


habilidade para vencer competidores;
O Filósofo
• É movido pelo desejo de observar,
contemplar, julgar e avaliar a vida;

• É movido pelo desejo de saber.


A Verdade
• Não pertence a ninguém;
• Não é um prêmio conquistado por
competição;
• Está diante de todos nós;
• É algo a ser procurado;
• É encontrada por todos aqueles que a
desejarem, que tiverem olhos para vê-la e
coragem para buscá-la.
O surgimento da
Filosofia
• Gregos
– Começaram a fazer perguntas e buscar respostas para
a realidade;

Mundo

Natureza Podem ser conhecidos pela razão humana

Ser humano
A questão do Mito
• Um mito é um relato em forma de narrativa com
carácter explicativo e/ou simbólico,
profundamente relacionado com uma dada
cultura e/ou religião.
• O termo é, por vezes, utilizado de forma
pejorativa para se referir às crenças comuns
(consideradas sem fundamento objetivo ou
científico, e vistas apenas como histórias de um
universo puramente maravilhoso) de diversas
comunidades.
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• Todas as culturas têm seus mitos, alguns dos quais
são expressões particulares de arquétipos comuns a
toda a humanidade.
• Por exemplo, os mitos sobre a criação do mundo
repetem alguns temas, como o ovo cósmico, ou o
deus assassinado e esquartejado cujas partes vão
formar tudo que existe.

• Mito NÃO é o mesmo que fábula, conto


de fadas, lenda ou saga.

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GENEALOGIA DOS DEUSES GREGOS:

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GENEALOGIA DOS DEUSES GREGOS
Três gerações do Olimpo :
• 1ª geração – Eram entidades que haviam gerado o
mundo. Eram forças primitivas e poderosas forças da
natureza.
• CRONOS
• Deus do tempo, filho de Urano (céu) e Gaia (terra),
esse titã tinha o péssimo hábito de comer seus filhos
assim que nascessem. Casou-se com...
• RÉIA
• Irmã de Cronos, ela conseguiu salvar um dos seus
filhos de ser comido pelo marido. Era o pequeno
Zeus.
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• 2ª geração – Os Titãs, descendia da primeira, transmitia
uma visão agitada e indomada da natureza. Deuses de
aparência semelhante à humana.

• POSEIDON - Deus dos mares, era muito popular entre os


gregos.
• ZEUS - Deus dos deuses do monte Olimpo, comandava o
mundo com seu raio. Mesmo tendo a árdua tarefa de
dominar a Terra, tinha tempo de fazer um monte de filhos.
• HERA - Irmã gêmea e, como isso não era nenhum estorvo
entre os deuses, mulher de Zeus. Era a protetora do,
imagine só, casamento.
• HADES - Deus do mundo inferior, raptou Perséfone, filha de
sua irmã Deméter.
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• 3ª geração – Com o desaparecimento da potência
criadora e selvagem das duas primeiras gerações, surge
uma acomodação cada um em seu domínio.

• DEUSES OLÍMPICOS DE FORMA TOTALMENTE HUMANA.

• HEFESTO - Protetor do fogo e dos metais, era deficiente,


o que não o impediu de se casar com...
• AFRODITE - A deusa da beleza e do amor nasceu da
espuma do mar depois que Cronos jogou na água os
testículos de Urano. Traiu Hefesto várias vezes.
• ARES - Deus da guerra e um dos amantes de Afrodite.
Representava a fúria do espírito guerreiro.
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Adendos
•Cosmogonia - κοσμογονία (de κόσμος "Cosmos, Universo”)
(γονία “Nascimento”) Abrange lendas e teorias sobre o Nascimento
do universo.
•Teogonia - (em grego: Θεογονία [theos, deus + gonia,
nascimento]
•Cosmologia - (do grego κοσμολογία, κόσμος
="cosmos"/"ordem"/"mundo" + λογία="discurso"/"estudo") é o
ramo da astronomia que estuda a origem, estrutura e evolução
do Universo a partir da aplicação de métodos científicos.
•Teofania - é um conceito de cunho teológico que significa a
manifestação de Deus em algum lugar, coisa ou pessoa. Tem
sua etimologia enraizada na língua grega: "theopháneia" ou
"theophanía".
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Modelo geral seguido pelas cosmogonias
dos primeiros filósofos:
• 1) No começo há o Caos, isto é, um estado de
indeterminação ou de indistinção em que
nada aparece (vazio primordial);

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Modelo geral seguido pelas cosmogonias
dos primeiros filósofos:
• 2) dessa unidade primordial vão surgindo, por
segregação e separação, pares de opostos –
quente-frio, seco-umido - que diferenciarão as
quatro regiões principais do mundo ordenado
(cosmos), isto é, o céu de fogo, o ar frio, a
terra seca e o mar úmido;

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Modelo geral seguido pelas cosmogonias
dos primeiros filósofos:

• 3) os opostos começaram a se reunir, a se


mesclar, a se combinar, mas, em cada caso,
um deles é mais forte que os outros e triunfa
sobre eles, sendo o elemento predominante
da combinação realizada; desta combinação e
mescla nascem todas as coisas, que seguem
um ciclo de repetição interminável.

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Filme – Confronto do Deuses

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O surgimento da
Filosofia
• Pensadores gregos:

– Verdade do mundo e dos humanos não era algo


secreto e misterioso;
– Verdade podia ser conhecida por todos por meio
das operações mentais de raciocínio;
– Linguagem respeita as exigências do pensamento;
– Conhecimentos verdadeiros podem ser transmitidos
e ensinados a todos.
O surgimento da
Filosofia
• A pergunta feita pelas cosmogonias é sempre
a mesma: como do caos surgiu o mundo
ordenado (cosmos)?
• As cosmogonias respondem a essa pergunta
fazendo uma genealogia dos seres, isto é, por
meio da personificação dos elementos ( água,
ar, terra, fogo) e de relações sexuais entre eles
explicam a origem de todas as coisas e a
ordem do mundo.
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os primeiros
filósofos
Não fazem
cosmogonias e sim
cosmologias.
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Características

• Tendência à racionalidade
• Recusa de explicações preestabelecidas
• Tendência à argumentação
• Capacidade de generalização
• Capacidade de diferenciação = análise
Legado filosófico
grego
• Conhecimento = leis e princípios universais
– Verdade = provas ou argumentos racionais
– Conhecimento não se impõe aos outros
– Conhecimento deve ser compreendido por todos
– Capacidade de pensar e conhecer é a mesma em todos os
seres humanos
– Conhecimento só é verdadeiro quando explica
racionalmente seus objetos
Legado filosófico
grego
• Natureza segue uma ordem necessária
– Opera obedecendo a leis e princípios necessários e
universais;
– Essas leis podem ser plenamente conhecidas pelo
nosso pensamento.

• Surgimento da cosmologia
• Surgimento da física
Legado filosófico
grego
• A razão (ou o nosso pensamento) também opera
obedecendo a princípios, leis, regras e normas
universais e necessários.
– Podemos distinguir o que é verdadeiro do falso;
– Razão obedece à lei da identidade, da diferença, da
contradição e da alternativa.
Legado filosófico
grego
• O agir humano exprime a conduta de um ser
racional dotado de vontade e de liberdade
– As práticas humanas não se realizam por imposições
misteriosas e incompreensíveis (forças secretas,
invisíveis, divinas e impossíveis de serem
conhecidas)
Legado filosófico
grego
• Seres humanos naturalmente aspiram:
– Ao conhecimento verdadeiro (pois são seres
racionais)
– À justiça (pois são seres dotados de vontade livre)
– À felicidade (pois são seres dotados de emoções e
desejos)

Os seres humanos instituem valores pelos quais dão sentido às suas vidas e
às suas ações.
Dos
Pré-Socráticos
aos Medievais

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EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO...??
• O Mito pretende narrar como as coisas eram ou tinham sido
no passado imemorial, longínquo e fabuloso, voltando-se
para o que era antes que tudo existisse tal como existe no
presente.
• O Mito aceita contradições e mesmo assim, era tido
como verdadeiro.

• A Filosofia, ao contrário, se preocupa em explicar como e por


que, no passado, no presente e no futuro (isto é, na
totalidade do tempo), as coisas são como são;
• Não admite contradições – exige explicação
coerente e racional.

Pré Socráticos aos Medievais 28


• A Ciência Moderna não mostra a verdade das
coisas em si mesmas; a ciência apresenta
apenas modelos teóricos provisórios que
tentam explicar a realidade. Essas ‘verdades’
que a ciência apresenta duram enquanto não
surgirem outros modelos teóricos melhores

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Os Pré-socráticos

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Os primeiros Filósofos/Cientistas: Filósofos da
Natureza. Cerca de 550 a.C..

Interesse:
Desvendar os fenômenos da natureza, as transformações
da natureza.

Estudar o Cosmos e o surgimento da vida.

Tales de Mileto,
Pitágoras de Samos,
Anaximandro de Mileto
Anaxímenes de Mileto
Heráclito de Éfeso
Parmênides
Demócrito
Pré Socráticos aos Medievais 31
OS PRÉ-SOCRÁTICOS FILÓSOFOS DA NATUREZA
(NATURALISTAS) OU FISICISTAS

> Investigação cosmológicas (racionais)

>Investigavam a natureza e os processos naturais

>perceberam o dinamismo das mudanças que


ocorrem na physis - realidade primeira, originária
e fundamental (natureza).

>procuravam uma substância básica, um


princípio primordial (arché) causa de todas as
transformações da natureza
Pré Socráticos aos Medievais 32
• Encontraram respostas diversas.

• Não queriam recorrer ao mito.

• Os primeiros a dar um passo na forma


científica de pensar.

Pré Socráticos aos Medievais 33


• A palavra grega Physis pode ser traduzida
por natureza, mas seu significado é mais
amplo. Refere-se também à realidade, não
aquela pronta e acabada, mas a que se
encontra em movimento e transformação, a
que nasce e se desenvolve, o fundo eterno,
perene, imortal e imperecível de onde tudo
brota e para onde tudo retorna.

Pré Socráticos aos Medievais 34


• Para os filósofos pré-socráticos, a arché ou
arqué (ἀρχή; origem), seria um princípio que
deveria estar presente em todos os momentos
da existência de todas as coisas; no início, no
desenvolvimento e no fim de tudo. Princípio
pelo qual tudo vem a ser.

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Os três primeiros
filósofos que
surgiram foram da
cidade de Mileto
Pré Socráticos aos Medievais 36
Tales de Mileto
(624 – 546 a.C)

Queria descobrir um elemento físico que


fosse constante em todas as coisas.
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Água

• Observando a vida animal e vegetal concluiu


que a água, ou o úmido, é o princípio de
todas as coisas.

• somente a água permanece basicamente a


mesma, em todas as transformações dos
corpos, apesar de assumir diferentes
estados.
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Anaximandro de Mileto
(610-547 a.C.)

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• Introduziu o conceito de arché para designar o
primum, a realidade primeira e última das coisas.

• A arché para ele é algo que transcende os limites


do observável.

• Denominou-o apeíron, termo grego que significa


“indeterminado”, “o infinito”

• O ápeiron seria a “massa geradora” dos seres,


contendo em si todos os elementos contrários.
Pré Socráticos aos Medievais 40
Anaxímenes de Mileto
(588-524 a.C)

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• Admitia que a origem é indeterminada, mas não
acreditava em seu caráter oculto.

• Tentou uma possível conciliação entre as


concepções de Tales e as de Anaximandro.

• concluiu ser o ar o princípio de todas as coisas.

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O Ar
• o ar é a própria vida, a força vital, a divindade
que “anima” o mundo, aquilo que dá
testemunho à respiração.

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Heráclito de Éfeso
544-484 a.C
• Concebia a realidade do
mundo como algo dinâmico,
em permanente
transformação.

• A vida era impulsionada


pela luta das forças
contrárias.

• É pela luta dessas forças


que o mundo se modifica e
evolui.

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Origem do Cosmos:
• FOGO

• O fogo é um elemento natural que gera


transformações nos seres, nesse sentido, o
fogo está presente em todo o cosmos pois
tudo está em constante transformação.

Pré Socráticos aos Medievais 45


O SER É e NÃO É

• Tudo está numa infinita transformação. Por


isso, não podemos entrar em um rio duas
vezes, o rio muda no passar de um
segundo, assim como nós mesmos.
• O ser é e não é.
• Devir: Eterna Transformação.

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“Devir” - vir a ser
• “Nunca nos banhamos duas vezes no mesmo
rio”, pois na segunda vez não somos os
mesmo, e também o rio mudou.

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Luta dos contrários
• Belo e feio Alegria e a tristeza

• Bem e mal

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• só a mudança e o movimento são reais

• identidade das coisas iguais a si mesmas é ilusória

• Nessa dualidade, que é uma guerra, no fundo é


harmonia entre os contrários

• O que mantém o fluxo do movimento é a luta dos


contrários, pois “a guerra é pai de todos, rei de todos”

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Doutrina dos contrários
• O ser é múltiplo, por estar constituído de
oposições internas.

• a forma do ser é devir pelo qual todas as coisas


são sujeitas ao tempo e à sua relativa
transformação

• Heráclito chamou seu princípio de logos, que


significa regra segunda a qual todas as coisas se
realizam e lei comum que a todos governa –
incluiu racionalidade e inteligência.
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Escola itálica

• Pitágoras de Samos
• Filolau
• Arquitas de Tarento.

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Pitágoras de Samos
(570-490 a.C.)
• Fundador de poderosa
sociedade de caráter religioso
e filosófico - Sociedade
pitagórica

• As contribuições da escola
pitagórica são encontradas
matemática, música e
astronomia.
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Πυθαγόρας

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Número
• a essência de todas as
coisas reside nos
números, os quais
representam a simetria
ordem, harmonia,
limitado e ilimitado.

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Fundamento de tudo é o NÚMERO !!!

# não abstrato,
# elemento essencial da realidade,
# dimensão espacial,
# par, ímpar e par-ímpar,
# harmonia.
Pré Socráticos aos Medievais 55
• Acreditava na divindade do número.

• O um é o ponto, o dois determina a linha, o


três gera a superfície e o quatro produz o
volume.

• Os números constituem a essência de todas as


coisas segundo sua doutrina, e são a verdade
eterna.

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Filolau
• Discípulo de Pitágoras, segue a
doutrina pitagórica.

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Arquitas de Tarento
• Representante da escola
pitagórica de grande destaque

• um dos responsáveis por


mudanças fundamentais na
matemática do quinto século
antes de Cristo.

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Escola Eleata

• Parmênides de Eléia

• Zenão.

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Parmênides de Eléia: o ser é imóvel
(540-470 a.C.)
• o principal expoente da
chamada escola eleática.
• critica a filosofia
heraclitiana.
• ao “tudo flui”, contrapõe
a imobilidade do ser.
• Arché- “o ser é”

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Defendia a existência de dois caminhos para a
compreensão da realidade – expressou esse
pensamento no poema Sobre a Natureza.
• caminho da razão, que permite encontrar a
Verdade, imutável e perfeita (épistêmê)
• o dos sentidos, ou da Opinião (doxa) que só
nos permite conhecer as aparências das
coisas, confusas e contraditórias

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O ser e o não ser
O caminho da verdade nos leva a
compreender que:
• “o ser é” - e o “não ser não é” - o não ser não
pode ser conhecido.
• O ser, portanto, é e deve ser afirmado, o não-
ser não é e deve ser negado, e esta é a
verdade
• o ser é a única coisa pensável e exprimível
• o ser é único, imutável, incriado e eterno.
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Mundo sensível e mundo
inteligível

• o movimento existe apenas no mundo


sensível, e a percepção pelos sentidos é
ilusória.
• Só o mundo inteligível é verdadeiro, pois está
submetido ao princípio que hoje chamamos
de identidade e de não-contradição.

Pré Socráticos aos Medievais 63


• Uma das conseqüências dessa teoria é a
identidade entre o ser e o pensar:
o que não conseguir pensar não pode ser na
realidade.

Penso, logo sou!


Descartes

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Adendo
• Pode-se também pensar que a filosofia de Parmênides, isto é, a do
imobilismo universal ou teoria do repouso absoluto, foi usada pelas
tradições religiosas (principalmente a cristã) para descrever Deus e o
céu. Notem que, em geral, os mortos são enterrados com máximas que
dizem: “Aqui jaz (repousa) fulano...”. Deus seria esse princípio Uno e
Todo sem partes divididas ou vazias que deveria ser compreendido,
através do pensamento, como princípio de todo o conhecimento. É
também interessante notar como a identidade entre SER e
PENSAMENTO e LINGUAGEM, de Parmênides também associa-se com a
tradição do Antigo Testamento. Neste, Deus se revela como o VERBO.
Em grego, o verbo é o LÓGOS, é palavra, discurso e razão. E se para
Parmênides o lógos é também o pensar e o ser, então é a divindade que
fala e que fornece a base para conhecermos, isto é, a via da verdade é a
razão, o lógosdivino. Por isso, Parmênides concebe o ser de forma
circular, pois é, entre os gregos, a forma da perfeição.
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Zenão
• o que se move sempre está no
mesmo agora
• Tenta demonstrar que a própria
noção de movimento era inviável
e contraditória
• paradoxo de Zenão, que se refere
à corrida de Aquiles com uma
tartaruga

Pré Socráticos aos Medievais 66


Aquiles e a tartaruga
• Zenão sabia que Aquiles
pode alcançar a tartaruga
ele pretendia demonstrar
as conseqüências
paradoxais de encarar o
tempo e o espaço como
constituídos por uma
sucessão infinita de
pontos e instantes
individuais consecutivos
Pré Socráticos aos Medievais 67
Isso demonstram as dificuldades por que
passou o pensamento racional para
compreender conceitos como :
• movimento, espaço, tempo e infinito

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Escola pluralista
• Empédoclis de Agrigento: água, fogo, ar e
terra.
• Anaxágoras de Clazómena
• Leucipo de Abdera
• Demócrito de Abdera

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Empédoclis de Agrigento
• arché: água, fogo, ar e terra.
• elementos são movidos e
misturados de diferentes
maneiras em função de dois
princípios universais opostos

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• Amor (philia, em grego) – responsável pela
força de atração e união e pelo movimento de
crescente harmonização das coisas;
• ódio (neikos, em grego) – responsável pela
força de repulsão e desagregação e pelo
movimento de decadência, dissolução e
separação das coisas.

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• Aceitava de Parmênides a racionalidade que
afirma a existência e permanência do ser
• procurava encontrar uma maneira de tornar
racional os dados captados por nossos
sentidos.

Pré Socráticos aos Medievais 72


Anaxágoras de Clazómena

• propôs, um princípio que


atendesse tanto às exigências
teóricas do "ser" imutável, quanto
à contestação da existência das
múltiplas manifestações da
realidade.
• faz da multiplicidade o principal
objeto do seu pensamento,
• manifestando-se acerca da
natureza do múltiplo:

Pré Socráticos aos Medievais 73


Arché: nous

• Nous:a força motriz que formou o mundo a partir do


caos original, iniciando o desenvolvimento do cosmo.

 é ilimitado, autônomo e não misturado com nada mais,


 age sobre as homeomerias (sementes) ordenando-as e
constituindo o mundo sensível

• Homeomerias: sementes que dão origem a realidade


na pluralidade de manifestações

Pré Socráticos aos Medievais 74


Leucipo de Abdera

• Primeiro professor da
escola atomista.

• Não se tem muito


informação sobre ele.

Pré Socráticos aos Medievais 75


Demócrito de Abdera
(430-370)
(Δημόκριτος)

• Responsável pelo desenvolvimento


do atomismo

• todas as coisas que formam a


realidade são constituídas por
partículas invisíveis e indivisíveis

Pré Socráticos aos Medievais 76


Tudo o que existe é composto por
elementos indivisíveis chamados Átomos
Uma coisa nasce quando se produz um
certo agrupamento de átomos; desaparece
quando esse grupo se desfaz, muda
quando muda a situação ou a disposição
desse grupo ou quando uma parte é
substituída por outra. Cresce quando Ihe
são acrescentados novos átomos. Toda
ação de uma coisa sobre outra se produz
pelo choque dos átomos.

Demócrito avançou também com o conceito de um


Universo Infinito, onde existem muito outros mundos
como o nosso.

"Tudo que existe no universo é fruto do acaso e


Pré Socráticos aos Medievaisda necessidade" 77
• Para ele, o átomo seria o equivalente ao
conceito de ser em Parmênides.

• Tudo tem uma causa. E os átomos são a causa


última do mundo.

Pré Socráticos aos Medievais 78


Os SOFISTAS
Os mestres da
argumentação

Pré Socráticos aos Medievais 79


• NOVA FASE FILOSÓFICA

caracterizada pelo interesse no próprio homem


e nas relações políticas do homem com a
sociedade.

Pré Socráticos aos Medievais 80


• Eram professores viajantes que, por
determinado preço, vendiam ensinamentos
práticos de filosofia.

Pré Socráticos aos Medievais 81


• Levando em consideração os interesses dos
alunos, ensinavam:

ELOQÜÊNCIA E SAGACIDADE MENTAL,


HABILIDADE RETÓRICA..

Ensinavam conhecimentos
úteis para o sucesso nos negócios públicos e
privados.

Pré Socráticos aos Medievais 82


Objetivo:
desenvolvimento da argumentação,
da habilidade retórica,

Pré Socráticos aos Medievais 83


• Era uma época de lutas políticas e intenso
conflito de opiniões nas assembleias
democráticas. Por isso, os cidadãos mais
ambiciosos sentiam necessidade de aprender
a arte de argumentar em público para
conseguir persuadir em assembleias e, muitas
vezes, fazer prevalecer seus interesses
individuais e de classe.

Pré Socráticos aos Medievais 84


Pré Socráticos aos Medievais 85
mundodafilosofia.com
Protágoras de Abdera: o homem
como medida de todas as coisas;
• Aprofundou o subjetivismo relativista de
Protágoras a ponto de defender o ceticismo
absoluto.

• Ensinou por muito tempo em Atenas, tendo


como principio básico de sua doutrina a idéia
de que o homem é a medida de tudo que
existe. Pré Socráticos aos Medievais 86
• Todas as , coisas são relativas aos homem, isto
é, o mundo é o que o homem constrói e
destrói.

• Por isso não haveria verdades absolutas. A


verdade seria relativa a determinada pessoa,
grupo ou cultura.
Pré Socráticos aos Medievais 87
Protágoras de Abdera

Górgias

Pré Socráticos aos Medievais 88


Górgias de Leontini: o grande
Orador
• Aprofundou o subjetivismo relativista de
Protágoras a ponto de defender o ceticismo
absoluto.

• Afirma que:
a) nada existe;
b) se existisse, não poderia ser conhecido;
c) mesmo que fosse conhecido, não poderia
ser comunicado a ninguém.
Pré Socráticos aos Medievais 89
• Essas características dos ensinamentos dos sofistas
favoreceram o surgimento de concepções filosóficas
relativistas sobre as coisas.

• o relativismo de suas teses fundamenta-se numa


concepção flexível sobre os homens, a sociedade e a
compreensão do real.

• Para os sofistas, as opiniões humanas são infindáveis,


diversas e não podem ser reduzidas a uma única verdade.
Assim, não existiriam valores ou verdades absolutas.

Pré Socráticos aos Medievais 90


• o termo sofista significa “sábio”.
Entretanto, com o decorrer do tempo,
ganhou o sentido de “impostor”, devido às
críticas de Platão.

Pré Socráticos aos Medievais 91


• Considerou-se a sofística - a arte dos
sofistas - apenas uma atitude viciosa do
espírito, uma arte de manipular
raciocínios, de produzir o falso, de iludir
os ouvintes, sem qualquer amor pela
verdade.

Pré Socráticos aos Medievais 92


•A verdade, em grego – aletheia - a
manifestação daquilo que é, o não-oculto, se
opõe a pseudos que significa o falso, aquilo
que se esconde, que ilude.

Os sofistas parecem não buscar a aletheia,


se contentam com pseudos. Tanto assim, que se
usa a palavra sofisma, derivada de sofista, para
designar um raciocínio aparentemente correio,
mas que na verdade é falso ou inconclusivo,
geralmente formulado com o objetivo de
enganar alguém.
Pré Socráticos aos Medievais 93
Sócrates
Quem foi Sócrates?
• Local:
Atenas.

• Nascimento:
470 a.C.

• Falecimento:
339 a.C.

• Escola/tradição:
Filosofia Grega.

• Principais interesses:
Ética, Epistemologia, Virtude.

Pré Socráticos aos Medievais 94


Quem foi Sócrates?

• Idéias notáveis:
Ironia, Método Socrático.

• Influências:
Anaxágoras, Parmênides,
Pródigo.

• Influenciados:
Platão, Aristóteles, Aristipo
de Cirene, Antístenes,
Filosofia Ocidental.
Pré Socráticos aos Medievais 95
Método Socrático
• Sócrates é considerado o “Pai da
Filosofia” por procurar atingir a
verdade a partir da prática filosófica
do diálogo.

• Para ele a busca pelo conhecimento


verdadeiro passava pelas questões
humanas, pela reflexão sobre o
Homem.

• Diferencia-se dos filósofos anteriores


que procuravam refletir sobre a
natureza ou praticar a retórica.

Pré Socráticos aos Medievais 96


Método Socrático
Diálogo Teeteto de Platão:

Filósofo como sendo uma parteira:


seu objetivo era dar à luz
Idéias!

MAIÊUTICA:

A verdade é acessível a todos e o


filósofo (como a parteira) auxilia o
encontro com a verdade, por meio
das perguntas, do diálogo!

Pré Socráticos aos Medievais 97


Sócrates e a Maiêutica

• Quando se diz que a maiêutica é a


arte de dar à luz as idéias, está se
subentendendo que o conhecimento
está dentro da pessoa e por meio
maiêutica ela vai “parir” o
conhecimento.

Pré Socráticos aos Medievais 98


O primeiro passo para se
chegar a verdade era Método Socrático
reconhecer a própria
ignorância!

Só sei que nada sei!


Conhece-te a ti mesmo!

Usava a Ironia nos diálogos


para abalar as crenças e
expor a fragilidade das
argumentações.

Pré Socráticos aos Medievais 99


Sócrates e a Maiêutica
• Maiêutica: método para chegar ao conhecimento.

• Para Sócrates o papel do filósofo fazer com que as


pessoas chegassem ao conhecimento e para isso criou
a maiêutica.

• Sócrates tinha um método de diálogo para levar o seu


interlocutor (pessoas com quem estava debatendo) a
perceber por si só sua própria ignorância sobre os
assuntos tratados.

Pré Socráticos aos Medievais 100


Sócrates

• Seus primeiros estudos e


pensamentos discorrem sobre a
essência da natureza da alma
humana.

Pré Socráticos aos Medievais 101


Sócrates
• Para viver bem (de acordo com a virtude) é preciso ser sábio.
• Como atingir a sabedoria?

• Para Sócrates a sabedoria é fruto de muita investigação que começa


pelo conhecimento de si mesmo.

• Segundo ele, deve-se seguir a inscrição do templo de Apolo:


conhece-te a ti mesmo.

• À medida que o homem se conhece bem, ele chega à conclusão de


que não sabe nada.

• Para ser sábio, é preciso confessar, com humildade, a própria


ignorância. Só sei que nada sei, repetia sempre Sócrates.

Pré Socráticos aos Medievais 102


• Por meio da ironia, fazendo perguntas e
respondendo as perguntas com outras
perguntas, levava o interlocutor a cair em
contradição, Sócrates o conduzia a
confessar a própria ignorância.

• Uma vez confessada a ignorância, o


interlocutor estaria disposto a percorrer o
caminho da verdade.

Pré Socráticos aos Medievais 103


• A ironia pode ter um significado
depreciativo, sarcástico ou de zombaria,
mas no grego, quer dizer “interrogação”, e
Sócrates fazia isso e no decorrer do
dialogo

Pré Socráticos aos Medievais 104


O Destino de Sócrates

• A maior arte de Sócrates era a


investigação, feita com o auxílio de
seus interlocutores. Aquele que
investiga, questiona. Aquele que
questiona, perturba a ordem
estabelecida. Isso faz surgir muitos
inimigos de Sócrates.

Pré Socráticos aos Medievais 105


• Sócrates é acusado de corromper a
juventude e de desprezar os deuses da
cidade. Com base nessas acusações
ele é condenado a beber cicuta (veneno
extraído de uma planta do mesmo
nome). Segundo testemunho de Platão
em Apologia de Sócrates, ele ficou
imperturbável durante o julgamento e,
no final, ao se despedir de seus
discípulos, ele diz:
Já é hora de irmos; eu para a morte, vós para
viverdes. Quanto a quem vai para um lugar
melhor, só deus sabe.
Pré Socráticos aos Medievais 106
Platão

Pré Socráticos aos Medievais 107


Platão
• É filho de uma nobre família ateniense e seu nome
verdadeiro é Arístocles. Seu apelido de Platão é devido à
sua constituição física e significa “ombros largos”. Ele
foi discípulo de Sócrates e após a sua morte, fez muitas
viagens, ampliando sua cultura e suas reflexões.

• Por volta de 387 a.C., Platão fundou sua própria escola


de filosofia, nos jardins construídos pelo seu amigo
Academus, o que deu à escola o nome de Academia. É
uma das primeiras instituições de ensino superior do
mundo ocidental.

Pré Socráticos aos Medievais 108


• Platão, diferentemente se Sócrates, tinha o hábito de
escrever sobre suas idéias. Foi ele quem resgatou boa
parte do pensamento de seu mestre Sócrates.

• Platão não andava promovendo debates pelos locais


públicos como seu mestre, mas ao contrário, fundou uma
academia de filosofia.
• Devido a isso, Platão era mais restrito, pois para chegar a
ele somente quem pudesse entrar na academia, ou seja,
os filhos dos aristocratas da época.

Pré Socráticos aos Medievais 109


Platão
• Do mundo sensível das opiniões ao mundo
inteligível das idéias.

• Segundo Platão, os sentidos só podem nos


fornecer o conhecimento das sombras da
verdadeira realidade, e através deles só
conseguimos ter opiniões.
• O conhecimento verdadeiro se consegue através
da dialética, que é a arte de colocar à prova todo
conhecimento adquirido, purificando-o de toda
imperfeição para atingir a verdade.
Pré Socráticos aos Medievais 110
Platão e a
Teoria das ideias

• Ele procura explicar como se desenvolve o


conhecimento humano. O processo de
conhecimento se desenvolve por meio da
passagem progressiva do mundo das sombras
e aparências para o mundo das idéias e
essências.
Pré Socráticos aos Medievais 111
• Para atingir esse mundo, o
homem não pode ter apenas
“amor às opiniões”, precisa
possuir um “amor ao saber”.

Pré Socráticos aos Medievais 112


• Platão, assim como seu mestre Sócrates,
acreditava que o conhecimento era inato ao ser
humano, ou seja, todo o conhecimento estava
na pessoa, bastava exercitar ou refletir para
“relembrar” as respostas dos questionamentos.

Pré Socráticos aos Medievais 113


Mito da Caverna

Pré Socráticos aos Medievais 114


Mito da Caverna
Explicação:

• As sombras que os homens enxergam no fundo da caverna


representam as aparências da realidade e não a realidade em
si. Mas aqueles homens que foram, desde a infância,
acostumados a crer que as sombras eram a realidade, não
podiam imaginar que a realidade verdadeira estava lá fora.

• Quando um desses homens consegue escapar da caverna e


tem contato com o mundo verdadeiro, ele percebe que as
projeções na parede nada mais são do que uma ilusão, pois a
realidade das coisas era outra. O homem cai em si e entende
que sempre foi enganado pelas sombras.
Pré Socráticos aos Medievais 115
O mito da caverna representa as etapas da
educação de um filósofo, ao sair do mundo das
sombras (das aparências) para alcançar o
conhecimento verdadeiro.

Após essa experiência ele deve voltar à caverna


e para orientar os demais e assumir o governo
da cidade.

Pré Socráticos aos Medievais 116


Dois pontos de vista a analise da caverna:

• O político: com retorno do filósofo-político


que conhece a arte de governar;

• Epistemológico: quando o filósofo volta para


despertar nos outros o verdadeiro.
Pré Socráticos aos Medievais 117
Pré Socráticos aos Medievais 118
Pré Socráticos aos Medievais 119
Pré Socráticos aos Medievais 120
Pré Socráticos aos Medievais 121
Platão distingue dois tipos de conhecimento:
O sensível e o inteligível.

• Na ilustração da caverna vemos:

1. As sombras: a aparência sensível das coisas;


2. As marionetes: a representação de animais,
plantas...;
3. O exterior da cave;rna: a realidade das ideias;
4. O Sol: suprema ideia do bem.
Pré Socráticos aos Medievais 122
O muro representa a separação de
dois tipos de conhecimento:

O sensível
As duas primeiras realidades

O inteligível
As duas últimas

Pré Socráticos aos Medievais 123


Platão e o Mundo das Ideias- Idealismo
• Explicou o mundo das idéias através do Mito
da Caverna contido em A República.
Real; supra-sensível; causa o
Mundo dos Idéias mundo sensível; contém idéias,
o verdadeiro ser das coisas;
Participa do

possui hierarquia; a idéia de


Bem e Uno ocupa o ápice.

Mundo Sensível
Não se explica a si mesmo; cópia
imperfeita do mundo das idéias;
existe por participação.
Cf. Mito da Caverna.

Pré Socráticos aos Medievais 124


Platão e a Alma
A alma é composta de 3 partes;

*Vegetativa ou apetitiva: desejo de prazer


sensível.
*Irascível: superação do prazer sensível para
obter o bem árduo.
*Racional: corresponde ao cérebro: superior
deve subjugar todas as outras.
Pré Socráticos aos Medievais 125
Platão: Sociedade, Política e Arte
Constrói um modelo de sociedade Justa.

Conceito de justiça para Platão:


“a cada um faça o que lhe compete fazer”

A justiça só existe exteriormente se existir antes


interiormente na alma.
O Estado deve ser governado por Filósofos, que
seriam as pessoas mais prudentes e honestas para
alcançar o bem da cidade.
Pré Socráticos aos Medievais 126
Platão: Sociedade, Política e Arte
Modelo da Sociedade Justa, onde cada um deveria desempenhar
uma função social.

Filósofos: mente do Estado. Deveriam possuir a


virtude da sabedoria.

Guerreiros : o peito, o coração da sociedade;


encarregados da defesa; não teriam direitos
políticos. Deveriam possuir a virtude da
fortaleza
Trabalhadores ou operários: encarregados
da subsistência, não teriam nenhum direito
político. Exercitariam a virtude da
temperança.
Pré Socráticos aos Medievais 127
Aristóteles

Pré Socráticos aos Medievais 128


Ἀριστοτέλης

Pré Socráticos aos Medievais 129


“Aristóteles representa o apogeu do
pensamento filosófico grego, e o mesmo se
pode dizer para a filosofia do direito.
Após sua morte, durante toda a Antiguidade e
a Idade Média, suas reflexões jusfilosóficas
foram tidas como o mais alto patamar de
ideias sobre o direito e o justo já construídas”.

Pré Socráticos aos Medievais 130


ALUNO DE PLATÃO.

Pré Socráticos aos Medievais 131


A acentuada tendência platônica a uma
construção filosófica ideal passa a ser amenizada
no pensamento de Aristóteles, na medida em que
a experiência é elemento fundamental de sua
reflexão.

Filho de médico, desde a infância em contato com


a empiria nos casos clínicos, Aristóteles construiu
sua filosofia tendo por base as realidade que se
apresentavam ao seu estudo”.

Pré Socráticos aos Medievais 132


Professor de Alexandre – o Grande.

Pré Socráticos aos Medievais 133


Foi ao mesmo tempo......

- Filósofo;
- Físico;
- Biólogo;
- Músico;
- Professor;
- Político;

Pré Socráticos aos Medievais 134


CONHECIMENTO
• Aristóteles discorda de Platão e procura uma
outra forma de definir o conhecimento.
• Antes de qualquer coisa, ele rejeita a
proposta de que existem dois mundos, o
sensível e o inteligível.
• Para ele podemos obter o conhecimento
através de observações concretas, feitas no
mundo real.

Pré Socráticos aos Medievais 135


Para Aristóteles, o verdadeiro conhecimento
é o conhecimento das causas, que pode
superar o engano e explicar as mutações que
ocorrem no mundo.

Ele utiliza a noção de substância como o


suporte de todos os atributos, como “aquilo
que é em si mesmo”.

Pré Socráticos aos Medievais 136


O SER E A SUBSTÂNCIA
 O conceito de ser não pode ser reduzido a um
gênero, menos ainda a uma espécie.
 As várias coisas que são ditas exprimem significados
diversos do ser, mas, ao mesmo tempo, todas elas
implicam a referência a algo uno, que é a
substância.

Portanto, o centro unificador dos significados do ser


é a substância (ousía). A substância, é o princípio
em relação ao qual todos os outros significados
subsistem.
Pré Socráticos aos Medievais 137
 Dentre os atributos que compõem uma
substância, podemos destacar:

a) aquilo que é ESSENCIAL;


b) aquilo que é ACIDENTAL.

 Se tomarmos o homem como exemplo,


veremos que ele tem propriedades que são
acidentais, isto é, que podem variar (altura,
peso, idade, aparência) e uma propriedade
que não varia, ou seja, que é essencial: o
homem é um ser racional.
Pré Socráticos aos Medievais 138
Ainda para explicar a questão do movimento,
Aristóteles propõe os conceitos de
ATO e POTÊNCIA.

Potência significa ausência de perfeição, a


capacidade de se tornar alguma coisa.

Por exemplo:
- A semente de laranja lançada na terra tem a
potência de tornar-se uma laranjeira.
- O filhote de gato guarda em si a capacidade de
tornar-se adulto e procriar.
Pré Socráticos aos Medievais 139
Os ciclos que compõem a vida de cada ser vão
se atualizando, isto é, a potência dentro deles
vai se realizando.
O que Aristóteles chama de ATO constitui cada
uma das etapas pelas quais a potência vai se
atualizando.
Todo ser tende a tornar atual a forma que tem
em si mesmo como potência.
Portanto, o movimento é a passagem da
potência para o ato.
Pré Socráticos aos Medievais 140
• As Quatro Causas

• Segundo Aristóteles, há quatro causas
implicadas na existência de algo:
• - Causa material: daquilo que a coisa é feita
como, por exemplo, o ferro.
• - Causa formal: é a coisa em si como, por
exemplo, uma faca de ferro.
• - Causa eficiente: aquilo que dá origem a coisa
feita como, por exemplo, as mãos de um ferreiro.
• - Causa final: seria a função para a qual a coisa
foi feita como, por exemplo, cortar carne.
Pré Socráticos aos Medievais 141
• Exemplo 1: A ESTÁTUA
- A causa material é o mármore (isto é, do que
a coisa é feita);
- A causa eficiente é o próprio escultor (aquilo
com que a coisa é feita);
- A causa formal é a forma da estátua, seus
contornos, sua aparência (aquilo que a coisa
vai ser)
- A causa final envolve a finalidade da estátua
(aquilo para o qual a coisa é feita)

Pré Socráticos aos Medievais 142


Pré Socráticos aos Medievais 143
• Formas de governo, retórica
(argumentação), etc.

• Em suma, ele organizou ou sistematizou


praticamente todo conhecimento
acumulado até então.

Pré Socráticos aos Medievais 144


• Principais obras de Aristóteles:
• - Ética e Nicômano
• - Política
• - Órganon
• - Retórica das Paixões
• - A poética clássica
• - Metafísica
• - De anima (Da alma)
• - O homem de gênio e a melancolia
• - Magna Moralia (Grande Moral)
• - Ética a Eudemo
• - Física
• - Sobre o Céu

Pré Socráticos aos Medievais 145


Afinal
O que é Filosofia

Philo / Philia = amizade,


amor fraterno

FILOSOFIA grego

Sophia = sabedoria

Pré Socráticos aos Medievais 146


O que é Filosofia

Amizade pela sabedoria


FILOSOFIA
Amor e respeito pelo saber

Indica um estado de espírito

Pessoa que ama, deseja o conhecimento


Pré Socráticos aos Medievais 147
O que é Filosofia

Aquele que ama a


sabedoria

FILÓSOFO Tem amizade pelo saber

Deseja saber
Pré Socráticos aos Medievais 148
O nascimento da Filosofia

• Pitágoras = filósofo grego (séc.V a.C.)


– responsável pela invenção da palavra “Filosofia”
– Sabedoria plena e completa pertence aos deuses
– Homens podem desejá-la ou amá-la, tornando-se
filósofos.

Pré Socráticos aos Medievais 149


Pitágoras

JOGOS OLÍMPICOS
Comerciante Público

Atletas
Artistas
Assistir os jogos e torneios
Satisfação da
própria cobiça Avaliar o desempenho e julgar
o valor dos que competiam
Sem interesse
pelas disputas

Pré Socráticos aos Medievais 150


O Filósofo

• Não é movido por interesses comerciais ou


financeiros;

• Não coloca o saber como propriedade sua;

• Não é movido pelo desejo de competir;

• Não faz das idéias e dos conhecimentos uma


habilidade para vencer competidores;

Pré Socráticos aos Medievais 151


O Filósofo

• É movido pelo desejo de observar,


contemplar, julgar e avaliar a vida;

• É movido pelo desejo de saber.

Pré Socráticos aos Medievais 152


A Verdade

• Não pertence a ninguém;


• Não é um prêmio conquistado por
competição;
• Está diante de todos nós;
• É algo a ser procurado;
• É encontrada por todos aqueles que a
desejarem, que tiverem olhos para vê-la e
coragem para buscá-la.
Pré Socráticos aos Medievais 153
O surgimento da Filosofia

• Gregos
– Começaram a fazer perguntas e buscar respostas
para a realidade;

Mundo

Podem ser conhecidos pela razão humana


Natureza

Ser humano
Pré Socráticos aos Medievais 154
O surgimento da Filosofia

• Pensadores gregos:
– Verdade do mundo e dos humanos não era algo
secreto e misterioso;
– Verdade podia ser conhecida por todos por meio
das operações mentais de raciocínio;
– Linguagem respeita as exigências do pensamento;
– Conhecimentos verdadeiros podem ser transmitidos
e ensinados a todos.

Pré Socráticos aos Medievais 155


Características

• Tendência à racionalidade
• Recusa de explicações preestabelecidas
• Tendência à argumentação
• Capacidade de generalização
• Capacidade de diferenciação = análise

Pré Socráticos aos Medievais 156


Legado filosófico grego

• Conhecimento = leis e princípios universais


– Verdade = provas ou argumentos racionais
– Conhecimento não se impõe aos outros
– Conhecimento deve ser compreendido por todos
– Capacidade de pensar e conhecer é a mesma em todos os
seres humanos
– Conhecimento só é verdadeiro quando explica
racionalmente seus objetos

Pré Socráticos aos Medievais 157


Legado filosófico grego

• Natureza segue uma ordem necessária


– Opera obedecendo a leis e princípios necessários e
universais;
– Essas leis podem ser plenamente conhecidas pelo
nosso pensamento.

• Surgimento da cosmologia
• Surgimento da física

Pré Socráticos aos Medievais 158


Legado filosófico grego

• A razão (ou o nosso pensamento) também opera


obedecendo a princípios, leis, regras e normas
universais e necessários.
– Podemos distinguir o que é verdadeiro do falso;
– Razão obedece à lei da identidade, da diferença, da
contradição e da alternativa.

Pré Socráticos aos Medievais 159


Legado filosófico grego

• O agir humano exprime a conduta de um ser


racional dotado de vontade e de liberdade
– As práticas humanas não se realizam por imposições
misteriosas e incompreensíveis (forças secretas,
invisíveis, divinas e impossíveis de serem
conhecidas)

Pré Socráticos aos Medievais 160


Legado filosófico grego

• Seres humanos naturalmente aspiram:


– Ao conhecimento verdadeiro (pois são seres
racionais)
– À justiça (pois são seres dotados de vontade livre)
– À felicidade (pois são seres dotados de emoções e
desejos)

Os seres humanos instituem valores pelos quais dão sentido às suas


vidas e às suas ações.
Pré Socráticos aos Medievais 161
Pré Socráticos aos Medievais 162
Períodos da História da Filosofia

Patrística

Filosofia Medieval Escolástica

Renascimento

Período: queda do Império Romano (sec. V) ao sec. XV.

Guerras, a fome e as grandes epidemias.

O cristianismo propaga-se por diversos povos. Crenças e


superstições.

A filosofia clássica sobrevive, confinada nos mosteiros religiosos .


Pré Socráticos aos Medievais 163
Aspectos gerais
 Correntes da filosofia

CRISTIANO PALAZZINI/SHUTTERSTOCK
medieval e principais
representantes: Patrística
(séc. II-V), com Agostinho
de Hipona, e Escolástica
(séc. IX-XV), com Tomás
de Aquino.

 A herança da filosofia antiga


pagã foi adaptada à tradição
Castelo medieval de Cascassone,
cristã pelos teólogos da na França, em 2011
patrística, os chamados
Padres da Igreja.

 Os textos antigos foram preservados pelos monges medievais.

Pré Socráticos aos Medievais 164


Patrística

BRIDGEMAN/KEYSTONE
 Os apologistas adaptaram os textos
platônicos, mais adequados à nova fé.

 Principais temas: a natureza de Deus e


da alma, a vida futura, o confronto entre o
bem e o mal, a noção de pecado e de
salvação, a questão do tempo.

 Agostinho de Hipona redigiu:


Confissões, De magistro, A cidade de
Deus, Sobre a trindade, entre outras
obras.

Santo Agostinho,
quadro de Piero della
Francesca, século XV

Pré Socráticos aos Medievais 165


•Período: do século I até o século VII
•a criação do mundo por Deus,
•pecado original,
•Deus e a trindade una,
•encarnação e morte de Deus, juízo final, ressurreição,
•origem do mal, já que tudo foi criado por Deus.

Filósofos:
Santo Ireneu, Tertúliano, Justino, Clemente de Alexandria,
Orígenes, Gregório de Nazianzo, Basílio Magno, Gregório de Nissa

Destaque: Santo Agostinho.

Pré Socráticos aos Medievais 166


Agostinho de Hipona
 Agostinho foi o primeiro a usar o conceito de livre-arbítrio,
como faculdade da razão e da vontade.

 Para ele, o mal não tem uma existência real, mas é uma
carência, a ausência do Bem.

 Desenvolveu a teoria da iluminação, segundo a qual


possuímos as verdades eternas porque as recebemos
de Deus.

 O tempo é percebido pela nossa consciência, na qual


o passado existe como memória e o futuro, como
expectativa.

 Ao discutir sobre as relações entre política e religião,


refere-se às duas cidades, a “cidade de Deus” e a
“cidade terrestre”.

Pré Socráticos aos Medievais 167


Escolástica
 A escolástica sofreu influência
PETWORTH HOUSE, SUSSEX/BRIDGEMAN/KEYSTONE

decisiva do aristotelismo.

 Principal representante da escolástica:


Tomás de Aquino, século XIII, auge
da escolástica.

 As universidades foram importantes


como foco de fermentação intelectual.

 Principais temas: prova da existência


de Deus, criação do mundo, verdade,
ética, imortalidade da alma, política.
São Tomás de Aquino,
pintura de Adam Elsheimer,
século XVI

Pré Socráticos aos Medievais 168


•Período:do século XIII ao século XIV

•a questão da razão e da fé, da filosofia e da


teologia.
•As investigações científicas e filosóficas não
poderiam contrariar as verdades estabelecidas pela fé
católica
•a prova da existência de Deus e da imortalidade da
alma, ou seja, a prova racional da existência do
criador e do espírito imortal

Filósofos:
Boaventura. Alberto Magno. Mestre Eckhart. Nicolau de Cusa. Santo
Anselmo. Pedro Abelardo

Destaque: Santo Tomás de Aquino


Pré Socráticos aos Medievais 169
A questão dos universais

 O universal é o conceito, a ideia, a essência comum a


todas as coisas.

 A questão era: os universais seriam realidades, ideias ou


apenas palavras?

 Principais respostas: realismo (Anselmo), realismo


moderado (Tomás de Aquino), nominalismo (Guilherme
de Ockham) e conceptualismo (Pedro Abelardo).

Pré Socráticos aos Medievais 170


Tomás de Aquino

 A grande síntese aristotélico-tomista expressa-se na obra


Suma Teológica.

 Aquino prioriza a fé, mas valoriza a importância da razão.


 Na teoria do conhecimento, reconhece a participação dos
sentidos e do intelecto.
 Diferentemente de Aristóteles, destaca a imortalidade
da alma.
 Aquino segue de perto a ética aristotélica, mas, segundo ele,
pela revelação e pela fé, pode-se alcançar uma felicidade
mais alta.

Pré Socráticos aos Medievais 171


Provas da existência de Deus
 As “cinco vias” são baseadas nas provas aristotélicas
sobre a causa primeira, o Primeiro Motor Imóvel.

 São elas: o movimento, a causa eficiente, a


contingência, os graus de perfeição, a causa final.

Pré Socráticos aos Medievais 172

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