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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE ABAETETUBA


FACULDADE DE CIÊNCIAS DA LINGUAGEM
DISCIPLINA: LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTOS ACADÊMICOS

GABRIELA LEÃO, JHULIANNE QUARESMA, JOSYELLEN FERREIRA E RAFAEL


HENRIQUE

O ESTUDO DE TEXTOS ACADÊMICOS NO ENSINO “TERREMOTO”

ABAETETUBA-PA

2021
Ao contrário de alguns discursos proclamados no início da pandemia e consentidos por
uma porcentagem da população Brasileira, a COVID-19 não é considerada pelos estudiosos e
pesquisadores da área apenas como uma “gripezinha”. Isso se deve ao fato de que a pandemia
é responsável por um período que podemos comparar com a “Grande Depressão”, ocorrida
em 1929 – acontecimento este que desencadeou um período de instabilidade política e social,
tal como o COVID-19. Paralelamente, é importante ressaltar que a pandemia impossibilitou o
aprimoramento do sistema educacional, uma vez que o contágio se dá a partir do contato entre
os indivíduos. Dessa forma, fez-se necessário o afastamento por completo de toda a esfera
acadêmica, para que estes ficassem em isolamento domiciliar. Assim, as medidas
emergenciais adotadas, a exemplo a implantação do ensino emergencial, vulgo ensino
“terremoto”, foram de extrema relevância para dá sequência ao ensino-aprendizagem.

De acordo com a LDB/96, a educação escolar pública é dever do Estado, que garantirá a
efetivação dos padrões mínimos da qualidade do ensino, os quais serão estabelecidos com a
diversidade e a quantidade mínima, por aluno, dos recursos imprescindíveis ao
desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem. (art.4, IX). No entanto, a prática não
supera a teoria isso porque, atualmente, a nova modalidade de ensino remoto se demonstra
insuficiente, principalmente na questão do ensino de textos acadêmicos visto que os alunos
utilizam essa abertura tecnológica de forma não apreciativa – muitas das vezes não prestam
atenção e gazetam a aula abrindo uma nova aba de internet, assim, essa atitude desagradável
irá gerar uma sobrecarga por parte dos educadores. Além desse feito, outra pretensão que se
faz necessária é o ensino remoto com ênfase para a produção e interpretação de textos
acadêmicos para/com os estudantes portadores de deficiência, seja auditiva ou visual.

Preliminarmente, é válido afirmar que a pandemia do COVID-19 tornou o ensino remoto -


que antes era desconhecido para alguns e pouco explorado por outros, o meio mais utilizado
por diversas instituições de ensino. Logo, pode-se perceber o grande impacto que essa
mudança repentina trouxe para discentes e docente, tanto na esfera política, quanto social.
Este novo método adotado e efetivado, ocorreu com o intuito de minimizar as consequências
ocasionadas pela paralisação em massa das aulas presenciais e com a expectativa de obtenção
de sucesso. Contudo, alunos e professores ainda passam por uma fase de adaptação com esse
novo ambiente virtual, principalmente quanto aos alunos que não possuem recursos para
utilizar de forma satisfatória o ensino-aprendizagem predisposto em uma sala de aula online,
consequentemente, tendo seu ano letivo prejudicado em decorrência disso. Por outro lado,
existem também alunos favorecidos de tais recursos tecnológicos, os quais não fazem proveito
de tal vantagem pelo fato da ausência de interesse e desvalorização do ensino apresentado e
ministrado pelo educador ou colegas de turma, dessa forma, acarretando o desgaste do
educacional. De acordo com o educador e filósofo Paulo Freire, "ensinar não é apenas
transferir conhecimento, mas sim criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua
construção". Nesse sentido, seguir uma grade curricular em um ensino diferente do habitual,
torna-se uma tarefa que exige paciência e boa distribuição de tempo, haja vista que o
educador tem que lidar frequentemente com impasses e imprevistos para conseguir executar
um plano de aula. O docente por muitas vezes se torna incapaz de realizar tais tarefas ou
simplesmente terminá-las em um prazo determinado gerando desgaste, frustração e estresse.
Assim, o conhecimento que deveria acrescentar e transformar, acaba apenas em um acúmulo
de pequenas partes que irão se esvaziar com o tempo. Desse modo, um grande percentual de
professores e alunos ainda são leigos em relação a como utilizar de forma proveitosa e
também em como manusear esse novo método atual, que para muitos é novidade.

Reiterando a abordagem acima, com o início da pandemia do COVID-19, o modelo de


ensino e aprendizagem comum necessitou passar por uma adaptação. Medidas emergenciais
foram tomadas para evitar os riscos de contaminação e a propagação do vírus. Assim, as aulas
que antes eram presenciais, tornaram-se virtuais. Mas essa nova realidade de ensino tem se
mostrado um grande desafio para muitos estudantes, uma vez que nem todos dispõem dos
recursos tecnológicos necessários para o aprendizado. Outra dificuldade encontrada pelos
alunos no processo de adaptação às aulas remotas foi a dificuldade em manter a concentração,
pois não se encontram em um ambiente adequado para o estudo e os problemas a sua volta
acabam interferindo na sua participação durante a aula. Os níveis de stress e ansiedade
agravados pelas dificuldades que o ensino remoto trouxe, é o que leva, muitas vezes, o aluno a
trancar ou até mesmo, desistir do curso, e esse problema se intensifica com relação aos alunos
portadores de deficiência, pois, eles encontram-se "desamparados" se comparados a outros
alunos na questão de acessibilidade, uma vez que estes necessitam de um atendimento
especial. A lei brasileira de inclusão da pessoa com deficiência (LBI) e a lei n° 13.146/2015
capítulo IV, aborda o direito a educação com base nos direitos da pessoa com deficiência, e
assegura um sistema educacional inclusivo em todos os níveis de aprendizagem, visando a
garantir condições de acesso, permanência, participação e aprendizagem, por meio da oferta
de serviços e de recursos de acessibilidade que eliminem as barreiras e promovam a inclusão
plena. Porém, com o início das aulas remotas, houve o surgimento de barreiras na
comunicação e interação desses alunos no processo de produção e interpretação de textos
acadêmicos, pois muitas vezes, os auxílios oferecidos não são capazes de suprir suas
necessidades, a exemplo, alunos com deficiência auditiva. Para estes terem acesso a aulas de
qualidade, faz-se necessário a presença de um intérprete que irá repassar o conteúdo
ministrado pelo professor. Entretanto, os problemas ocasionados pela falta de estrutura
adequada e recursos tecnológicos, gera uma instabilidade que impede o aprendizado. Dessa
forma, o intérprete é o elo do aluno com o professor o qual é rompido por uma falha de
internet o que impossibilita a comunicação e compreensão do aluno, fazendo com que o
mesmo, não tenha o entendimento total e exigido do conteúdo ministrado.

A excessiva demora do Governo Brasileiro para aceitar a pandemia como algo que iria
causar grande instabilidade em nossa sociedade, fez com que houvesse um atraso na adoção
de medidas restritivas e colaborativas, como a do ensino remoto – recurso este que já deveria
ser implantado, uma vez que vivemos na era da informatização. Insta ressaltar ainda que, para
uma sociedade acostumada, desde o meado do século XVIII, a frequentar uma sala de aula e a
poder usufruir das regalias oferecida por esta se adaptar ao ensino remoto foi e ainda é um
processo extremamente lento, que requer não somente ferramentas e investimentos, mas
também muita força de vontade por parte dos educadores e estudantes, principalmente aqueles
que trabalham e são PCD (Pessoas com deficiência), ponderando que o ensino remoto
destinadas a pessoas com algum grau de deficiência é muito dificultoso. Concluísse, portanto,
que o comprometimento do aluno com a educação por esse novo modelo de ensino
tecnológico não irá substituir o presencial e que tentar se retirar desse meio demonstrará o
desrespeito ao trabalho árduo dos educadores.

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