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SUJEITOS DE DIREITO INTERNACIONAL:

Estados: são os principais sujeitos de Direito Internacional, possuindo personalidade


jurídica internacional e capacidade de celebrar tratados e participar de organizações
internacionais.

Exemplo: Brasil, Estados Unidos, China.

Organizações Internacionais: são entidades criadas por tratados internacionais, com


personalidade jurídica própria e capacidade de celebrar tratados e realizar atividades em
nome de seus Estados-membros.

Exemplo: Organização das Nações Unidas (ONU), Organização Mundial do Comércio


(OMC), Organização dos Estados Americanos (OEA).

Indivíduos: embora não possuam personalidade jurídica internacional, os indivíduos são


protegidos pelo Direito Internacional em diversas áreas, como Direitos Humanos e Direito
Internacional Humanitário.

Exemplo: refugiados, vítimas de crimes internacionais, trabalhadores migrantes.

PRINCÍPIOS DE DIREITO INTERNACIONAL:

Igualdade soberana: todos os Estados são iguais perante o Direito Internacional,


independentemente de seu tamanho, poder ou riqueza.

Exemplo: a decisão da ONU de conceder o mesmo peso de voto a todos os seus


Estados-membros, independentemente de sua população ou PIB.

Não intervenção: os Estados não devem interferir nos assuntos internos de outros
Estados.

Exemplo: a condenação da ONU à invasão do Iraque pelos Estados Unidos em 2003,


considerada uma violação do princípio de não intervenção.

Autodeterminação dos povos: os povos têm o direito de escolher livremente sua forma de
governo e seu destino político.

Exemplo: o reconhecimento da independência de Timor-Leste pela ONU em 2002, após um


longo processo de luta pela autodeterminação.

Respeito à integridade territorial: os Estados devem respeitar as fronteiras e a integridade


territorial de outros Estados.

Exemplo: a condenação da ONU à anexação da Crimeia pela Rússia em 2014, considerada


uma violação do princípio de integridade territorial.
Solução pacífica de controvérsias: os Estados devem buscar resolver suas controvérsias
de forma pacífica, por meio de negociações, mediação, arbitragem ou outros meios
pacíficos.

Exemplo: a mediação da ONU no conflito entre Israel e Palestina, buscando uma solução
pacífica para o conflito.

Cooperação internacional: os Estados devem cooperar entre si para promover o


desenvolvimento econômico, social e cultural, bem como para enfrentar desafios globais,
como a mudança climática e a pandemia de COVID-19.

Exemplo: a criação da Organização Mundial da Saúde (OMS) para coordenar a resposta


global à pandemia de COVID-19.

RELAÇÃO ENTRE DIREITO INTERNO E INTERNACIONAL:

Monismo: é a teoria que defende a unidade do ordenamento jurídico, ou seja, que o Direito
Interno e o Direito Internacional formam um único sistema jurídico. Segundo o monismo, as
normas internacionais têm a mesma hierarquia das normas internas, e em caso de conflito
entre elas, deve-se aplicar a norma que for mais favorável ao caso concreto.

Exemplo: a Constituição brasileira de 1988 adotou o monismo, ao estabelecer que as


normas de Direito Internacional têm status de norma constitucional.

Dualismo: é a teoria que defende a separação entre o ordenamento jurídico interno e o


internacional, ou seja, que o Direito Interno e o Direito Internacional são sistemas jurídicos
distintos e independentes. Segundo o dualismo, as normas internacionais só têm validade
no âmbito internacional, e para serem aplicadas no Direito Interno, precisam ser
incorporadas por meio de um processo legislativo específico.

Exemplo: a Alemanha adota o dualismo, e para que uma norma internacional seja aplicada
no Direito Interno, é necessário que ela seja incorporada por meio de uma lei específica.

O monismo moderado ou dualismo mitigado é uma posição intermediária entre o


monismo e o dualismo na relação entre o Direito Interno e o Direito Internacional. Nessa
posição, as normas internacionais têm validade no Direito Interno, mas não têm a mesma
hierarquia das normas internas, e em caso de conflito entre elas, deve-se aplicar a norma
interna.

Isso significa que as normas internacionais são consideradas parte do ordenamento jurídico
interno, mas não têm a mesma força que as normas internas. Assim, para que uma norma
internacional seja aplicada no Direito Interno, é necessário que ela seja incorporada por
meio de um processo legislativo específico.

Um exemplo de monismo moderado é a França, que adota a posição de que as normas


internacionais têm validade no Direito Interno, mas não têm a mesma hierarquia das normas
internas. Assim, para que uma norma internacional seja aplicada no Direito Interno, é
necessário que ela seja incorporada por meio de um processo legislativo específico.

Outro exemplo é o Brasil, que adota o monismo moderado em relação aos tratados
internacionais de Direitos Humanos. Nesse caso, os tratados têm status de norma
constitucional, ou seja, têm a mesma hierarquia das normas internas, mas para que sejam
aplicados no Direito Interno, é necessário que sejam incorporados por meio de um processo
legislativo específico.

Um exemplo de dualismo mitigado é a Alemanha, que adota a posição de que as normas


internacionais só têm validade no âmbito internacional, e para serem aplicadas no Direito
Interno, precisam ser incorporadas por meio de um processo legislativo específico. No
entanto, em algumas situações, as normas internacionais podem ser aplicadas diretamente
no Direito Interno, sem a necessidade de incorporação, como no caso de normas de Direito
Internacional Consuetudinário.

Outro exemplo é a Suíça, que adota o dualismo mitigado em relação aos tratados
internacionais. Nesse caso, os tratados só têm validade no Direito Interno após serem
incorporados por meio de um processo legislativo específico, mas em algumas situações,
as normas internacionais podem ser aplicadas diretamente no Direito Interno, sem a
necessidade de incorporação, como no caso de normas de Direito Internacional
Consuetudinário.

AS FONTES DO DIREITO INTERNACIONAL

São os meios pelos quais as normas jurídicas internacionais são criadas, interpretadas e
aplicadas. As principais fontes do Direito Internacional são os tratados internacionais, o
costume internacional, os princípios gerais do Direito e as decisões judiciais e doutrinárias.

Os tratados internacionais são acordos firmados entre Estados ou organizações


internacionais que têm por objetivo regular relações jurídicas entre eles. Os tratados podem
ser bilaterais (entre dois Estados) ou multilaterais (entre vários Estados ou organizações
internacionais). Eles podem tratar de diversos temas, como comércio, meio ambiente,
direitos humanos, entre outros.

Como os tratados internacionais são formados?

Os tratados internacionais são formados por meio de um processo de negociação entre as


partes envolvidas. Após a negociação, as partes assinam o tratado e, em seguida, ele é
ratificado pelos Estados envolvidos. A ratificação é um processo pelo qual o Estado
confirma sua intenção de cumprir as obrigações previstas no tratado. No Brasil, a ratificação
de um tratado internacional é feita pelo Presidente da República, com a aprovação do
Congresso Nacional.
Como os tratados internacionais são incorporados ao Direito Interno?

Os tratados internacionais são incorporados ao Direito Interno por meio de um processo


legislativo específico. No Brasil, a incorporação é feita por meio de um decreto presidencial,
que tem por objetivo tornar o tratado parte do ordenamento jurídico interno. Após a
incorporação, o tratado passa a ter a mesma hierarquia das leis ordinárias.

Quais são os exemplos de tratados internacionais mais importantes?

Existem diversos tratados internacionais importantes, que tratam de temas como direitos
humanos, meio ambiente, comércio, entre outros. Alguns exemplos são a Convenção de
Viena sobre o Direito dos Tratados, a Convenção sobre os Direitos da Criança, a
Convenção sobre a Diversidade Biológica, o Acordo de Paris sobre Mudança do Clima,
entre outros.

Além dos tratados internacionais, existem outras fontes do Direito Internacional, como:

Costume internacional: é uma prática geralmente aceita pelos Estados como sendo
obrigatória. O costume pode ser reconhecido por meio da repetição de determinado
comportamento pelos Estados, acompanhado da convicção de que tal comportamento é
obrigatório.

Princípios gerais do Direito: são princípios jurídicos que são reconhecidos pela
comunidade internacional como sendo fundamentais para o Direito Internacional. Esses
princípios podem ser encontrados em diversas fontes, como nas decisões judiciais e
doutrinárias.

Decisões judiciais e doutrinárias: as decisões judiciais e doutrinárias também são fontes


do Direito Internacional. As decisões judiciais são proferidas por tribunais internacionais,
como a Corte Internacional de Justiça, e as doutrinárias são produzidas por estudiosos do
Direito Internacional.

Resoluções e recomendações de organizações internacionais: as resoluções e


recomendações de organizações internacionais, como a Organização das Nações Unidas
(ONU), também são fontes do Direito Internacional. Essas resoluções e recomendações
podem ter caráter obrigatório ou não obrigatório, dependendo do seu conteúdo e da sua
finalidade.

Atos unilaterais: são declarações ou manifestações de vontade de um Estado que têm por
objetivo criar obrigações jurídicas para si mesmo ou para outros Estados. Alguns exemplos
de atos unilaterais são as declarações de reconhecimento de Estados, as promessas de
não utilização de armas nucleares, entre outros.

Jurisprudência internacional: é o conjunto de decisões proferidas por tribunais


internacionais, como a Corte Internacional de Justiça e o Tribunal Penal Internacional.
Essas decisões são importantes fontes do Direito Internacional, pois ajudam a interpretar e
aplicar as normas jurídicas internacionais.
Prática dos Estados: é a conduta dos Estados no cenário internacional, que pode ser
utilizada como fonte do Direito Internacional. A prática dos Estados pode ser encontrada em
documentos oficiais, como tratados e declarações, bem como em outras fontes, como a
imprensa e a internet.

Alguns exemplos de fontes do Direito Internacional além dos tratados internacionais são a
Declaração Universal dos Direitos Humanos, a Convenção de Genebra sobre o Tratamento
de Prisioneiros de Guerra, a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de
Discriminação contra a Mulher, entre outros.

A IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO

É um princípio do Direito Internacional que garante que um Estado estrangeiro não possa
ser processado ou condenado pelos tribunais de outro Estado sem o seu consentimento.
Isso significa que um Estado não pode ser julgado pelos tribunais de outro Estado sem a
sua autorização expressa. A imunidade de Estado também se estende aos órgãos do
Estado e aos seus bens.

É regulamentada pelo Direito Internacional de forma precisa, especialmente no que diz


respeito à imunidade de Estado. O costume internacional é a principal fonte de
regulamentação da imunidade de Estado, mas também existem convenções internacionais
que tratam do assunto, como a Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas e a
Convenção de Viena sobre Relações Consulares. Além disso, muitos países têm leis
nacionais que regulamentam a imunidade de jurisdição em relação a Estados estrangeiros.

Quais são os tipos de imunidade de jurisdição?

Existem três tipos de imunidade de jurisdição: diplomática, consular e de Estado. A


imunidade diplomática se aplica aos diplomatas e funcionários consulares de um Estado
estrangeiro. A imunidade consular se aplica aos funcionários consulares de um Estado
estrangeiro. Já a imunidade de Estado se aplica ao próprio Estado estrangeiro, incluindo
seus órgãos e bens.

A imunidade diplomática garante que os diplomatas e funcionários consulares de um


Estado estrangeiro não possam ser processados ou condenados pelos tribunais do Estado
receptor. Isso significa que eles estão isentos da jurisdição do Estado receptor e só podem
ser julgados pelos tribunais do seu próprio país. A imunidade diplomática também garante
que os locais onde os diplomatas e funcionários consulares trabalham sejam considerados
território do Estado estrangeiro.

Um exemplo de imunidade diplomática é o caso do diplomata italiano Cesare Battisti, que


foi condenado à prisão perpétua na Itália por envolvimento em atividades terroristas, mas
que foi protegido pela imunidade diplomática enquanto estava no Brasil.

A imunidade consular garante que os funcionários consulares de um Estado estrangeiro


não possam ser processados ou condenados pelos tribunais do Estado receptor. Isso
significa que eles estão isentos da jurisdição do Estado receptor e só podem ser julgados
pelos tribunais do seu próprio país. A imunidade consular também garante que os locais
onde os funcionários consulares trabalham sejam considerados território do Estado
estrangeiro.

Um exemplo de imunidade consular é o caso do funcionário consular americano Raymond


Davis, que matou dois homens no Paquistão em 2011 e foi liberado da prisão com base na
imunidade consular.

A imunidade de Estado garante que um Estado estrangeiro não possa ser processado ou
condenado pelos tribunais de outro Estado sem o seu consentimento. Isso significa que um
Estado não pode ser julgado pelos tribunais de outro Estado sem a sua autorização
expressa. A imunidade de Estado também se estende aos órgãos do Estado e aos seus
bens.

Um exemplo de imunidade de Estado é o caso da Argentina, que se recusou a pagar uma


dívida de US$ 1,3 bilhão a credores americanos em 2014, alegando imunidade de
jurisdição.

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