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INFECÇÕES EM

GINECOLOGIA

• NEIDE APARECIDA TOSATO BOLDRINI

• Professora adjunta de G.O

• 8º Período
✔ Secreção vaginal fisiológica

✔ Corrimento vaginal

✔ Vaginite

✔ Vaginose

✔ Colpite

✔ Cervicite
● Secreção vaginal fisiológica:

✔ é composta:
❖ de secreções vulvares das glândulas sebáceas,
de Bartholin e Skene;

❖ transudato da parede vaginal;

❖ células vaginais e cervicais esfoliadas;

❖ líquidos endometriais;

❖ microorganismos e seus produtos metabólicos.


● Secreção vaginal fisiológica:

✔ é assintomática
✔ predomina a flora aeróbica em relação a
anaeróbica (10:1)
✔ função:
❖ os microorganismo produzem ácido lático e
peróxido de hidrogênio que inibem o crescimento
de bactérias oportunistas
❖ produz leucócitos inibidores da protease que
protegem a parede vaginal de agentes
inflamatórios e infecciosos
● Secreção vaginal fisiológica:

✔ apresenta variações cíclicas de acordo com o


ciclo menstrual

✔ O VALOR DE UMIDADE VAGINAL NO BRASIL

❖ 4 gr
● Secreção vaginal fisiológica:

✔ flora vaginal predominante é aeróbica (média de 6


espécimes diferentes)
❖ Lactobacilos

✔ pH é entre 4 e 4,5 (mantido pela produção de ácido


lático)
❖ na pós menopausa o pH chega a 6 pela diminuição da
produção dos ácidos láticos

✔ consistência flocular, cor branca, acumula-se no


fundo de saco posterior
● Corrimento vaginal:

✔ conceito: secreção patológica que se escoa de


um órgão

✔ infecções mais comuns:

❖ Gardnerella
❖ Trichomonas
❖ Candidíase
❖ Neisseria
❖ Chlamydia
● Vaginite:

✔ inflamação da vagina

✔ sinônimo: colpite

Corrimento vaginal
● Cervicite:

✔ é a inflamação do colo uterino

❖ seja do epitélio escamoso (pelos mesmos


microorganismos que causam a vaginite)

❖ ou no epitélio glandular (Neisseria gonorrhoeae e


Chlamydia trachomatis).

Corrimento vaginal
● Vaginose bacteriana

● Tricomoníase

● Candidíase

● Cervicite por gonococo e clamídia

Corrimento vaginal
Corrimento vaginal
● Vaginose:

✔ é uma alteração na flora vaginal normal com


perda de lactobacilos e crescimento de
bactérias predominantemente anaeróbicas

✔ ainda não tem causa estabelecida

✔ há maior risco de DIP, infecções pós


operatórias (ex:HTA), rotura prematura de
membranas, trabalho de parto prematuro,
corioamnionite, endometrite

Corrimento vaginal
Corrimento vaginal
● Vaginose bacteriana:

✔ agentes: Gardnerella
vaginalis, Mycoplasma
hominis, Prevotella sp,
Mobiluncus sp

✔ quadro clínico:
❖ odor vaginal tipo peixe, que
piora após o coito
❖ corrimento vaginal branco-
acinzentado, homogêneo,
finamente aderido às paredes
vaginais, pode ser bolhoso
❖ sem sinais inflamatórios

Corrimento vaginal
● Vaginose bacteriana:

✔ Diagnóstico:
❖ pH > 4,7
❖ teste do KOH a 10%:
positivo
❖ exame a fresco: aumento
de células indicadoras,
raros ou ausência de
leucócitos
❖ gram: redução dos
lactobacilos
◦ predomínio de gram
negativos e cocos
◦ ausência de leucócitos

Corrimento vaginal
● Vaginose bacteriana:

✔ Obs: a cultura não é


recomendada e o Papanicolau é
pouco sensível (“clue cells”)

Corrimento vaginal
● Vaginose bacteriana:

✔ Tratamento:

❖ objetivo: inibir os anaeróbios e não os lactobacilos

❖ indicação: toda mulher não grávida sintomática e


todas grávidas

❖ tratamento do parceiro: não é recomendado pois não


altera a resposta e não reduz recorrência

❖ o uso de creme vaginal de metronidazol é tão efetivo


quanto o oral, tendo a vantagem de ausência de
efeitos colaterais
• (praticidade x efetividade)
Corrimento vaginal
● Vaginose bacteriana:

✔ Tratamento:

❖ metronidazol:
◦ 500 mg VO de 12/12 h durante 7 dias
ou
◦ metronidazol gel a 0,75%, um aplicador ao deitar por 5
dias

❖ clindamicina:
◦ 300 mg VO de 12/12 h durante 7 dias
ou
◦ clindamicina creme a 2% um aplicador ao deitar por 5 dias
ou
◦ clindamicina óvulo de 100mg, um óvulo ao deitar por 3
dias. Corrimento vaginal
● Vaginose bacteriana:

✔ Tratamento alternativo:

❖ Tinidazol 2g 2x/dia, por 2 dias


ou
❖ Tinidazol 1g 1x/dia por 5 dias

Corrimento vaginal
● Vaginose bacteriana:

✔ Tratamento da gestante:

◦ Metronidazol 500 mg VO 2x/dia durante 7 dias


ou
◦ Metronidazol 250 mg VO 3x/dia por 7 dias
ou
◦ Clindamicina 300 mg VO de 12/12 h durante 7 dias

Corrimento vaginal
Corrimento vaginal
tricomoníase
● Vaginite por Trichomonas vaginalis:

✔ parasita anaeróbio, flagelado,


sexualmente transmitido

✔ alta taxa de transmissão

✔ em mais de 60% dos casos está associado a


vaginose bacteriana conferindo maior morbidade:
❖ risco de infecção pós-operatória, rotura de
membranas, parto pré-termo

✔ pacientes acometidas devem ser rastreadas para


outras DST’s, sorologia para sífilis e HIV

Corrimento vaginal/DST
● Vaginite por Trichomonas
vaginalis:

✔ quadro clínico:

❖ corrimento vaginal
branco/amarelado e bolhoso
fétido, purulento, abundante e às
vezes com prurido

❖ pode haver hiperemia


vaginal/vulvar e colpite macular
(colo em “morango”)
❖ em 50% das pacientes há
dispaurenia, dor pélvica
sintomas urinários
e
Corrimento vaginal/DST
● Vaginite por
Trichomonas
vaginalis:

✔ Diagnóstico:
❖ pH maior que 5

❖ Exame a fresco: Trichomonas


móveis e numerosos leucócitos

❖ teste do KOH pode ser positivo

❖ a cultura é o método mais


específico mas de pouco valor
prático (exceto em homens)

Corrimento vaginal/DST
● Vaginite por Trichomonas
vaginalis:

✔ Tratamento:

❖ metronidazol:
◦ 2g VO dose única
◦ 500 mg VO de 12/12 h durante 7
dias
◦ metronidazol gel não é indicado
◦ casos recidivados ou resistentes:
• tinidazol 2 g VO em dose única

❖ tinidazol: 2 g VO em dose única

❖ o parceiro deve ser tratado

❖ é necessário abstinência sexual


durante o tratamento

❖ Rastreio de outras DST’s


Corrimento vaginal/DST
● Vaginite por Trichomonas vaginalis:

✔ Tratamento da gestante:

❖ Metronidazol :
◦ 2g VO dose única
◦ 250 mg VO de 8/8 h durante 7 dias
❖ o parceiro deve ser tratado
❖ é necessário abstinência sexual até cura da paciente
e
parceiro
❖ CDC 2010: não há estudos confirmando a
teratogenicidade no primeiro trimestre

✔ Puérpera amamentando:

❖ suspender amamentação durante o tratamento e até


24 h após o término
Corrimento vaginal/DST
● Candidíase Vulvo-vaginal

Corrimento vaginal
Corrimento vaginal
Candidíase
● Candidíase Vulvo-vaginal

Corrimento vaginal
● Candidíase Vulvo-vaginal
❖ Não é DST e o parceiro somente é tratado em
casos recidivantes

❖ Quadro clínico:
◦ prurido e desconforto vulvar, edema, escoriações
pela coçadura, vagina hiperemiada, corrimento
esbranquiçado aderido a parede vaginal, disúria por
“salpico”

❖ pH é normal

❖ exame a fresco:
• presença de leveduras em
• brotamento ou micélios

❖ teste do odor vaginal negativo

❖ cultura confirma o diagnóstico


Corrimento vaginal
● Candidíase Vulvo-vaginal
❖ Tratamento:

◦ creme vaginal de :
• butoconazol a 2% por dose única (Gynazole)
• clortrimazol a 1% por 7 dias (Gino-canesten, Gino-clortimix)
◦ em óvulos de 100 mg: 2 óvulos a noite por 3 dias
• miconazol a 2% por 7 dias (Gyno-daktarin)
◦ óvulo de 200 mg por 3 dias
• tioconazol 6,5% por 3 dias (Gino-Tralen)
◦ óvulo de 300 mg em dose única
• Fenticonazol por 7 dias ou um óvulo em dose única
(Fentizol)

◦ comprimido oral (tem eficácia igual aos cremes vaginais,


mas os sintomas não desaparecem antes de 2 a 3 dias):
Fluconazol 150mg VO dose única
Itraconazol 200 mg 12/12 h por 1 dia
Corrimento vaginal
● Candidíase Vulvo-vaginal Crônica ou
Recorrente

✔ sintomas irritativos do vestíbulo e vulva

✔ a queimação substitui o prurido

✔ o diagnóstico deve ser confirmado por cultura

✔ 4 ou mais episódios sintomáticos em 1 ano

✔ a maioria não tem fatores predisponentes identificáveis

✔ as Candidas não albicans são responsáveis por 10 a


20% dos casos

Corrimento vaginal
● Candidíase Vulvo-vaginal Crônica ou
Recorrente

❖ Tratamento:

◦ as mesmas opções de cremes vaginais, mas com uso


prolongado por 7 a 10 dias

◦ Fluconazol 150mg/dia VO por 3 dias

◦ Terapia de manutenção:

• fluconazol 150 mg/semana VO por 6 meses.

Corrimento vaginal
● Vaginite inflamatória:

✔ síndrome clínica mais rara:

❖ exsudação vaginal difusa, esfoliação de


células epiteliais e corrimento vaginal
purulento

❖ causa desconhecida

❖ queixa de queimação e dispaurenia;


presença de eritema mas sem prurido

❖ gram: ausência de lactobacilos (gram+) e


presença de cocos gram+ (estreptococos)

❖ Tratamento:
◦ creme vaginal de clindamicina a 2% por 7 dias

Corrimento vaginal
● Vaginite atrófica:

✔ é uma vaginite inflamatória que ocorre na pós-


menopausa decorrente do hipoestrogenismo

❖ gram: ausência de lactobacilos e presença de cocos


gram+ (estreptococos)

❖ Tratamento:
◦ creme vaginal de estrogênios conjugados por 7 a 14 dias
(Premarin)
◦ dose de manutenção quando a paciente não faz TH
◦ outros estrogênios: estriol (Stele ou Ovestrion)
e promestriene (Colpotrofine)

Corrimento vaginal
● Cervicite/uretrite:

✔ Principais agentes etiológicos: Neisseria gonorrhoeae e


Chlamydia trachomatis

✔ A OMS recomenda o tratamento conjunto da


gonorréia
na presença de infecção por clamídia.

✔ As endocervicites são assintomáticas em 90 a 100% dos


casos

✔ Aumentam o risco de DIP.

✔ Corrimento endocervical geralmente


amarelo-esverdeado/purulento

✔ Incluir o parceiro no tratamento


Corrimento vaginal/DST
● Cervicite/uretrite:

✔ Diagnóstico:
❖ gram, cultura para gonococo em meio de Thayer
–Martin, pesquisa para clamídia (PCR) e cultura
para mycoplasma e ureaplasma.

✔ Tratamento da Clamídia:

❖ Azitromicina: 1 g VO em dose única


❖ Doxiciclina: 200 mg/dia VO por 7 dias

Corrimento vaginal/DST
● Cervicite/uretrite:

✔ Tratamento da Gonorréia:

❖ Ceftriaxona 250 mg, IM, dose única;

❖ Cefixima 400mg, VO, dose única;

❖ Ofloxacina 400 mg, VO, dose única

❖ Ciprofloxacina 500mg, VO, dose única

Corrimento vaginal/DST
● Abordagem a partir de
fluxogramas das
Infecções Vaginais

● Importância

Corrimento vaginal
Corrimento
uretral/cervica
l

Anamnese e exame físico

Bacterioscopia
disponível?
Não Sim

Tratar clamídia e Diplococo gram


gonorréia negativo Intracelular?

Sim Não

Tratar clamídia e Tratar só


gonorréia clamídia
Aconselhar, oferecer HIV e VDRL, enfatizar adesão ao tratamento, notificar e
convocar parceiro

Corrimento vaginal/DST
Microscopia
disponível

Não Sim

Teste do KOH Organismos Clue cells


ou do pH vaginal Hifas ou ou ausência
flagelados
micélios móveis De lactobacilos

Não Sim
Tratar
Tratar vaginose
Tratar tricomonía
pH > 4,5 Todos candidíase bacteriana
pH < 4 se
Tratar ou KOH + negativos
tricomoníase
, vaginose
bacterina
e candidíase Tratar Tratar Investigar causa
candidíase tricomoníase e Fisiológica ou não
vaginose infecciosa
bacteriana

Corrimento vaginal/DST
Bartholinite
aguda
Doença Inflamatória Pélvica
✔ É uma síndrome clínica secundária à disseminação
ascendente de microorganismos da vagina e
colo uterino ao endométrio, trompas e estruturas
contíguas, fora do período grávido-puerperal.

✔ Principais agentes etiológicos:


❖ N. gonorrhoea,
❖ C. trachomatis,
❖ M. hominis,
❖ U. urealyticum,
❖ S. beta-hemolítico,
❖ anaeróbios e outros aeróbios.

Todas pacientes com DIP deveriam


ser testadas para HIV

DIP
● Principais sequelas:
✔ Obstrução tubárea, gravidez ectópica e dor pélvica crônica
❖ devido atraso no diagnóstico e tratamento

● Fatores de risco:
✔ Idade < 25 anos;
✔ Exposição a DST’s;
✔ Múltiplos parceiros;
✔ Início precoce da atividade sexual;
✔ Procedimentos invasivos do trato genital.

DIP
● Quadro clínico:

✔ Tríade clássica (diagnóstico clínico impreciso):

❖ Dor abdominal aguda leve a moderada


❖ Dor à mobilização do colo uterino
❖ Dolorimento anexial

◦ Permite o tratamento empírico em pacientes jovens sexualmente ativas


sem outras causas para esses sintomas

◦ A presença de um desses sinais associado a sintomas de inflamação do


trato genital aumenta a sensibilidade do diagnóstico clínico

✔ Outros sintomas e sinais:

❖ História recente de dispaurenia


❖ Queixas urinárias
❖ Sangramento intermenstrual
❖ Cervicite mucopurulenta

DIP
● Quadro clínico:

✔ Algumas mulheres podem desenvolver DIP sem quaisquer


sintomas

✔ Diagnóstico:

❖ exame clínico

❖ avaliação da secreção vaginal

❖ elevação dos níveis de proteína C


ou VHS

❖ temperatura acima de 38º

❖ leucocitose

❖ USG nos casos de massa anexial

❖ laparoscopia: confirma a salpingite e massas anexiais

DIP
● Classificação:

✔ DIP 1: endometrite e salpingite sem peritonite

✔ DIP 2: salpingite com irritação peritoneal

✔ DIP 3: salpingite aguda com oclusão tubárea


ou abscesso tubo-ovariano íntegro

✔ DIP 4: abscesso tubo-ovariano rôto

DIP
● Diagnóstico

✔ USG;

✔ Rx simples do abdome;

✔ Hemograma;

✔ PCR;

✔ Culturas e bacterioscopia;

✔ EAS e gram ou cultura;

✔ Beta-HCG;

✔ Laparoscopia.

DIP
● Objetivos do tratamento:

✔ DIP 1: cura da infecção;

✔ DIP 2: preservação da função tubária;

✔ DIP 3: preservação da função ovariana;

✔ DIP 4: preservação da vida da paciente.

❖ Retirar DIU ??
◦ Se for mantido o seguimento deve ser rigoroso

◦ Não se conhece a taxa de recorrência ou falência do tratamento


nas pacientes tratadas e que permaneceram com o DIU

DIP
● Tratamento:

✔ DIP 1: ambulatorial

❖ Ceftriaxona: 500 mg IM dose única + doxiciclina


200mg/dia por 14 dias

◦ com ou sem metronidazol 500 mg VO 12/12 por 7 dias

DIP
● Tratamento
✔ DIP 2 e DIP 3: tratamento hospitalar

✔ Critérios clínicos para internação:


❖ Tax >38,5°;

❖ leucocitose > 11000;


❖ peritonismo;
❖ adolescentes usuárias de DIU;
❖ íleo paralítico;
❖ falha do tratamento ambulatorial;
❖ gestante com diagnóstico duvidoso.

Salpingite esquerda
DIP
● Tratamento

✔ DIP 2 e DIP 3: tratamento hospitalar

❖ Clindamicina 600 a 900 mg EV 8/8 h +


gentamicina 240 mg/dia EV

❖ Penicilina cristalina 4 milhões UI, EV,4/4 h +


gentamicina 3mg/Kg, EV , 8/8 h + clindamicina
600 mg 8/8 h EV ou metronidazol 500 mg, EV, 8/8
h

❖ Reavaliar em 48 h:
◦ Se houve melhora clínica: manter tratamento via oral
por 10 dias
◦ Se não houve melhora clínica: tratamento cirúrgico
DIP
● Tratamento

✔ DIP 4: hospitalar

❖ Esquema tríplice de antibióticos e tratamento cirúrgico

✔ Abscesso tubo-ovariano:
❖ 75% das pacientes com abscesso íntegro respondem a
tratamento antimicrobiano. Caso contrário, está
indicado a cirurgia

✔ Tratamento do parceiro: naqueles que tiveram


contato com a paciente até 60 dias antes dos
sintomas
❖ Azitromicina 1 g, VO, dose única e ceftriaxona 250 mg
IM dose única

DIP
● Úlceras Genitais

✔ a maioria das úlceras são causadas pelo Herpes ou


Sífilis, depois cancro mole, linfogranuloma venéreo e
donovanose.

✔ importância: aumentam o risco de infecção por HIV

✔ o diagnóstico somente pela anamnese e exame físico é


impreciso

✔ abordagem ideal: exame em campo escuro para T.


pallidum, cultura ou teste antigênico para HSV, cultura
para Haemophilus ducreyi mesmo assim 25% das
úlceras genitais não tem diagnóstico confirmado

✔ abordagem sindrômica

IST
SÍFILIS PRIMÁRIA
O cancro duro pode também ser
extragenital...

Perianal Pré-esternal
Lábio

Mamilo
Língua

Fotos:IJSA e BMC
O cancro duro pode também ser
extragenital...

P.E.-CRT-DST/AIDS
Sífilis secundária

Foto:Bettina Moulin
Sífilis secundária: roséolas
Sífilis
secundária:
roséolas
Sífilis secundária: roséolas
Sífilis
secundária:
roséolas
Sífilis
secundária:
roséolas
Sífilis
secundária:
condiloma
plano
Sífilis
secundária:
condiloma
plano
Sífilis
secundária:
lesão papulosa
Manifestações Clínicas da Sífilis Secundária

Sifílides
Principaisdiagnósticos diferenciais da sífilis secundária

✔Erupção por drogas


✔P. Rósea de Gilbert
✔Psoríase em gotas
✔Condiloma acuminado
(HPV)

Erupção por droga


Sífilis tardia:
goma sifilítica
Sífilis terciária
Sífilis congênita
• Testes treponemicos
– FTA-Abs, MH-TP, Elisa, testes rápidos
• Testes confirmatorios
Interpretação da sorologia
FTA-ABS/ INTERPRETAÇÃO
VDRL Teste Rápido
Sífilis recente ou prévia
+ +
Falso positivo
+ -
Sífilis primária ou latente
- + previamente tratada

Ausência de infecção ou
- - período de incubação
TRATAMENTO

• Sífilis : primeira opção: penicilina g benzatina,2,4 milhões


UI via IM em dose única(1,2 milhão em cada nádega). Na
primária, secundária ou latente rescente, na latente
tardia ou indeterminada, 3 semanas.

Doxiciclina 100 mg, v.o de 12/12 h por 15 dias ou 30 dias


se sífilis há mais de 1 ano.

• Alergia a penicilina: outro medicamento não trata o


binômio mãe e feto, considerer a doxiciclina.

• Neurosífilis: Penicilina G cristalina 18-24 milhões UI\dia,


por via endovenosa , 3-4 milhões UI a cada 4 horas ou
infusão continua por 14 dias.
VDRL 3,6,12 meses após
tratamento. As gestantes
devem ser acompanhadas
mensalmente.

Controle de Reação de Jarish-


Hexheimer pode ocorrer
cura após 1ª dose.

A sorologia pode
permanecer reatora em
títulos baixos 1: 4 por toda
vida.
Tratamento Inadequado para sífilis materna:
Reações ao
tratamento

Jarisch-Herxheimer

Reação aguda febril com dor de cabeça, mialgia e


aparente piora do
quadro, habitualmente benigna com resolução em 24h.

Manejo: Apenas antitérmico

Prevenção da reação (sífilis recente com sintomas neurológicos ou


oftálmicos e na gestante): Prednisolona 20 a 60 mg dia, por 3 dias,
iniciando 24 horas antes da aplicação da penicilina. (European
guidelines on management of syphilis -2009)
Imagem:
Hospitalização: se houver comprometimento cardiovascular ou
www.google.com.br/search
Cancro mole
Cancro mole
Cancro mole
Exame direto: Gram

• Bacilos Gram negativos


intracelulares em cadeias
paralelas acompanhada de
cocos Gram positivos Cancro
Cultura
mole

PCR
Cancro misto de
Rollet
TRATAMENTO

• Azitromicina 1 g v.o em dose única


ou Ceftriaxona 250 mg IM em dose
única ou Ciprofloxacina 500 mg v.o
12/12 h por 3 dias (contra indicado
p/ gestantes e nutrizes).
Linfogranuloma venéreo

• Chlamydia tracomatis: L1, L2 e L3


• PI: 3-30 dias
• Disseminação linfática regional
• Endurecimento, supuração
multifocal e formação de fístulas
• Sequelas
Linfogranuloma
venéreo
Linfogranuloma venéreo
Linfogranulo
ma venéreo
Doxiciclina 100mg,v.o
12/12 h por no mínimo
3 semanas ou até a
cura clínica ou

TRATAMENTO
Azitromicina 1 g v.o em
dose única, seguido de
500 mg v.o ao dia por
3 sem.
• klebsiella granulomatis
• PI: muito variável, 7-30 dias
pode levar 6 meses
• Baixa infecciosidade
• Lesões ulceradas e necróticas
• Auto-inoculação
Donovanose
• Ausência de
linfadenomegalia
• Biópsia: coloração método
de Wright, Giemsa ou
Leishman
Donovanose
Donovanose
Donovanose
Donovanose
Doxiciclina 100 mg, v.o
12/12 h por no mínimo 3
sem.

Azitromicina 1 g v.o em
dose única,1 vez por
semana por 3 sem.
TRATAMENTO
S+T(800 mg e 160 mg):
12/12 h por 3 sem.

* Não é necessário tratar


parcerias sexuais, baixa
infectividade.
Herpes genital

• Herpes simples
• PI: 3-14 dias
• Primoinfecção
• Recidivas
• Assintomático
• Lesões vesiculares, dolorosas e agrupadas
• Pústulas, úlceras, crostas
Herpes
genital
Herpes genital
Herpes genital
Citodiagnóstico de multinucleação e
balonização celulares
Tzanck

Papanicolau inclusões virais

Herpes
Biópsia: corpúsculo de inclusão
genital

Cultura

Biologia molecular: PCR e Captura


híbrida
PRIMEIRO EPISÓDIO: aciclovir 200 mg,4/4 h 5 xx/dia
por 7 dias ou 400 mg,8/8 h por 7 dias ou,

Valaciclovir 1 g 12/12 h por 7 dias, ou

Famciclovir 250 mg v.o 8/8 h por 7 dias

Nas recorrencias: aciclovir 400 mg 8/8 por 5 dias ou


TRATAMENTO valaciclovir 500 mg 12/12 h por 5 dias ou famcicovir
125 mg 12/12 h por 5 dias.

Gestantes tratar o primeiro episódio em qualquer


trimestre da gravidez.

Casos recidivantes( 6 ou + episódios) terapia


supressiva.

Manifestações severas:acicovir 5 a 10 mg/kg de peso


ev de 8/8 h por 5 a 7 dias.
diagnósticos diferenciais:

Úlceras genitais não infecciosas:

•Trauma
•Neoplasias (CEC)
• Doença de Behçet
• Úlcera de liptschutz
•Erupção por droga

Erupção fixa por droga


O HPV é transmitido durante a relação
sexual com alguém que esteja infectado e,
como depende apenas do contato com a
pele ou mucosa, não é necessário a
penetração para que haja contaminação
WINER RL et al., Am J Epidemiol. 157(3):218-26.: 2003.
BURD EM Clin Microbiol Rev. (1):1-17, 2003 .
Normal HPV Infection / CIN 2 / CIN 3 /
Cervix CIN* 1 Cervical Cancer

*CIN = cervical intraepithelial neoplasia


1. Adapted from Goodman A, Wilbur DC. N Engl J Med. 2003;349:1555–1564. Copyright © 2003 Massachusetts
Medical Society. All rights reserved. Adapted with permission.
Estimativa Anual de Incidência das
Doenças Relacionadas ao HPV

⇨ Câncer Cervical : 0.493 milhões 1


⇨ Lesões pre-cancerigenas de Alto Grau : 10 milhões 2

⇨ Lesões Cervicais de Baixo Grau : 30 milhões 2

⇨ Verrugas Genitais : 30 milhões 3

⇨ Infecções por HPV sem Anormalidades


detectáveis: 300 milhões 2

Tipos HPV Oncogênicos Tipos HPV não oncogênicos

1. Parkin DM. CA Cancer J Clin. 2005;55:74–108. 2. WHO. Geneva, Switzerland; 1999:1–22.


3. WHO Office of Information. WHO Features. 1990;152:1–6.
O HPV infecta
apenas as e mucosas.
células da pele

Não existe
Infecção
O HPV não
exame de
sangue para
HPV
atinge o
detectar a
sangue.
infecção do
HPV.
INFECÇÃO - HPV

• > 140 Tipos de HPV (~40 tipos infectam o Trato genital).

• Alguns causam verrugas genitais (>90% HPV 6 e 11);


e outros causam câncer cervical (~70% HPV 16 e 18).

• Transmissão - + Freq. Sexual, Não-Sexual (Fomites, Familiar),


Vertical, Contato de Pele com Pele.

• 60% dos parceiros de pacientes infectadas adquirem


a doença após um único contato sexual

• Não é sinal de promiscuidade e/ou infidelidade.


INFECÇÃO POR VERRUGAS EM MULHERES
(EUA)
(CDC 2.015):

• VERRUGAS GENITAIS
* EUA: 1.4 milhões de consultas médicas \ ano

Significante desconforto físico, psicológico, e social

HPV 6, 11 causam > 90 % das lesões

1) Grunbaum JA, et al. J Sch Health. Oct 2004;74:307-324. 2) Franco, E. L., et al. in : New Developments in Cervical Screening and
Prevention, Oxford, Blackwell Science, 1997: 14-22. 3) Tortolero-Luna, G. Hematology and Oncology Clinics of North America, 13
(1), 1999: 245-257.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS (HPV)

Ca Colo Ca Vagina Ca Vulva Ca Penis


Desaparecimento do HPV

• Em mulheres 15–25 anos de idade, ~80% das infecções


por HPV são transientes.1
– Desenvolvimento gradual de possível mecanismo de
imuno-resposta mediado pela célula.2
• Em um estudo com 608 universitárias, das que
estavam infectadas, (n = 443), 70% das novas infecções
por HPV desapareceram em 1 ano e 91% em 2 anos.3
– Duração média da infecção = 8 meses.3
– Alguns tipos de HPV persistem por mais tempo (ex.,
HPV 16 e HPV 18).

1. Meijer CJLM, Helmerhorst TJM, Rozendaal L, van der Linden JC, Voorhorst FJ, Walboomers JMM. Histopatologia. 1998;33:83–86. 2. Schiffman M, Kjaer SK. J Natl
Cancer Inst Monogr. 2003;31:14–19. 3. Ho GYF, Bierman R, Beardsley L, Chang CJ, Burk RD. N Engl J Med. 1998;338:423–428.
HPV - Progressão da Doença
• Em um estudo de 10 anos com mulheres
(N=899) 13–22 anos de idade positivas
para DNA do HPV:
– 260 (29%) foram diagnosticadas com LSIL
por citologia.
– Probabilidade de regressão da LSIL
• 61% a 12 meses de acompanhamento
• 91% a 36 meses de acompanhamento
– Probabilidade de progressão para HSIL =
3%
LSIL = low-grade squamous intraepithelial lesions/Lesões intra-epiteliais escamosas de baixo risco.
HSIL = high-grade squamous intraepithelial lesions/Lesões intra-epiteliais escamosas de alto risco.
1. Moscicki A-B, Shiboski S, Hills NK, et al. Lancet. 2004;364:1678–1683.
HPV Condiloma Acuminado

• Mais de 10% dos homens e mulheres


desenvolvem verrugas genitais em função da
infecção por HPV ao longo da vida
• Manifestações Clínicas
• Lesões invisíveis a olho nu, dolorosas, ou Condiloma
clássico
• Depressão, impacto negativo sobre o relacionamento

• Tratamento
• Químico ou cirúrgico
• Em geral, são necessárias
3 sessões
• Recorrência ~ 30%
Neoplasia intra
epitelial vulvar
ESTRATÉGIA DO MS
(BRASIL)

A partir de 2014 foi incluído HIV + ( ♀ e ♂ de 9 a 26 anos e suprimiu a


Terceira dose das adolescentes até 15 anos.
VACINA
NONAVALENTE
APROVADA PELA
ANVISA EM
26/12/2017
HPV Vacinação

• Existe, portanto, uma expectativa de que


o câncer do colo do útero e as lesões
condilomatosas possam ser prevenidas pela
vacinação contra o HPV. No entanto,
acreditamos que o diagnóstico e tratamento
preciso e a triagem continuará a
desempenhar um papel essencial na
prevenção de ocorrências de mortes por
câncer cervical nas próximas décadas.
Fatores de Risco - Câncer Esse tal do HPV
Realmente assusta você,

Cervical não é mesmo?

⇨ Mulheres
Idade, Comportamento Sexual,
DSTs, Status Imune, Cigarro,
Dietéticos, Multiparidade, Gestação.
⇨ Homem
Número de parceiros sexuais,
Números de parceiros sexuais
recentes , Incircumcisados, HSH e
com Mulheres.

⇨ Tipo Viral
Baixo: 6, 11, 40, 42, 43, 44, 54, 61,
70, 72, 81
Alto: 16, 18, 31, 33, 35, 39, 45, 51,
52, 56, 58, 59, 68, 73, 82

1. Insinga RP, Dasbach EF, Myers ER. Clin Infect Dis 2003;36:1397–1403. 2. Burk RD, Ho GY, Beardsley L, Lempa M, Peters M,
Bierman R. J Infect Dis 1996;174:679–689. 3. Murthy NS, Mathew A. Eur J Cancer Prev 2000;9:5–14. 4. Winer RL, Lee S-K, Hughes
JP, Adam DE, Kiviat NB, Koutsky LA. Am J Epidemiol 2003;157:218–226. 5. Schiffman M, Castle PE. Arch Pathol Lab Med
2003;127:930–934. 6. Castellsagué X, Bosch FX, Muñoz N et al. N Engl J Med 2002;346:1105–1112. 7. Svare EI, Kjaer SK, Worm AM,
Osterlind A, Meijer CJ, van den Brule AJ. Sex Transm Infect 2002;78:215–218.

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